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O EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO NO

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MACROECONOMIA
O EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO NO 
MERCADO DE BENS E SERVIÇOS EM 
ECONOMIA ABERTA, NO CURTO PRAZO
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Olá!
Nesta aula, vamos descrever o equilíbrio macroeconômico que determina o nível geral de preços e o nível de
produção total de uma economia aberta, no curto prazo.
Bons estudos!
Ao fim desta aula, você será capaz de:
1. Identificar as variáveis determinantes da oferta agregada e as da demanda agregada;
2. Reconhecer as inclinações da curva de oferta agregada e de demanda agregada;
3. Descrever a existência do equilíbrio entre a oferta agregada e a demanda agregada.
1 Noções introdutórias sobre mercado de bens e serviços
Nesta aula, vamos verificar o mercado de bens e serviços, também chamado de mercado de produto.
Nele, os ofertantes dos bens e serviços, considerados de forma conjunta (agregada), procuram suprir os
demandantes de bens e serviços, também considerados conjuntamente ou agregadamente.
O modelo de equilíbrio a ser visto em muito se assemelha ao que se observa nos mercados de produtos isolados,
estudados na Microeconomia, mas difere quanto às explicações das variáveis envolvidas e na própria lógica do
equilíbrio.
2 Microeconomia
O que você entende por mercado?
A resposta pode ser encontrada na Microeconomia.
No passado, o mercado era o local onde compradores e vendedores se encontravam para realizar suas
transações comerciais. Os ofertantes levavam suas mercadorias para vendê-las aos que queriam comprá-las, vale
dizer, aos demandantes.
Atualmente, as transações comerciais ocorrem até mesmo pela internet; desta forma, para o mercado existir, não
há necessidade de compradores e vendedores se encontrarem.
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3 Curva de oferta na Microeconomia
Na Microeconomia, estuda-se a curva de oferta de um determinado bem ou serviço, ou de um determinado
conjunto de bens e serviços. Mostra-se, através de um gráfico, uma relação direta entre o preço da mercadoria e
a quantidade ofertada.
O que isto quer dizer?
Significa que, quanto maior o preço da mercadoria, maior a quantidade que os ofertantes querem vender, por
período de tempo.
Na figura seguinte, temos um exemplo de uma mercadoria hipotética chamada de “X”. Quando o seu preço é de
R$10,00, os ofertantes estão dispostos a vender 21 unidades, mas quando o preço sobe para R$12,00, os
vendedores ficam interessados em vender 25 unidades de “X”.
Fique ligado
A comercialização não precisa ser somente de bens (mercadorias), pois no mercado
encontramos pessoas ofertando também serviços que querem prestar aos demandantes. Seja
como for, os vendedores se desfazem do que estão ofertando, mediante um pagamento.
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Isso é o que normalmente acontece, pois os custos de se produzir unidades a mais de um produto costumam
ascender e de forma acelerada. No entanto, há casos extremos em que o comportamento do vendedor é
diferente.
Se os vendedores de um determinado produto (que podem ser os produtores e/ou quaisquer revendedores)
estiverem com estoques muito grandes da mercadoria, pode ser que queiram se livrar de seus produtos
cobrando o mesmo preço por unidade, diante de uma demanda crescente.
Os vendedores vão aumentar seus faturamentos unicamente através do aumento da quantidade vendida. A
representação gráfica da oferta seria uma reta paralela ao eixo das quantidades, como mostra a figura a seguir.
No caso, o produto X seria vendido, por exemplo, sempre ao preço de R$8,00, não importando a quantidade
vendida, que poderia ser de 1 unidade, 21 unidades, 25 ou qualquer outra.
4 Situação limite
Agora vamos imaginar outra situação bem diferente, até mesmo oposta. Digamos que os vendedores não
tivessem como ampliar suas vendas no período de tempo em análise.
Isso pode ocorrer quando os fabricantes atingem a plena capacidade produtiva, quando não podem ampliar a
produção, quando já chegam ao máximo possível e não têm como atender à demanda crescente, a partir de certa
quantidade produzida por uma unidade de tempo qualquer.
Se estivermos falando de empresas comerciais, isso ocorreria quando sua capacidade de estocar tivesse chegado
ao máximo e toda a mercadoria do estoque já tivesse sido vendida, mas a demanda continuasse a crescer.
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Nesse caso, as empresas não teriam como suprir a demanda excedente no período de tempo em análise. Se a
capacidade máxima de oferta do produto X fosse de 40 unidades, por exemplo, esta seria a quantidade ofertada,
mesmo que os preços fossem de R$30,00 ou de R$ 40,00 etc. A figura anterior representa essa situação limite.
5 Curva de oferta de um determinado produto
Estamos aptos agora a desenhar a curva de oferta de um determinado produto incorporando as três etapas,
como mostra a figura seguinte.
Para melhor interpretar o gráfico, faremos a leitura da esquerda para a direita do eixo das quantidades.
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•
A
Quando as empresas produtoras do produto X estão com baixa produção, mas têm capacidade instalada
de máquinas e equipamentos para produção muito maior, é possível que prefiram aumentar a
quantidade ofertada sem o aumento de preços, pois estão com ociosidade na produção e não vão querer
espantar os clientes com o aumento de preços.
• B
A partir de certa quantidade, os vendedores vão ofertar quantidades maiores somente mediante
aumento de preços. Isto vai ocorrendo até que a produção chegue ao seu limite (40 unidades, por
exemplo) e não haja mais como atingir uma produção maior.
• C
Se os compradores disputarem a oferta existente, os preços subirão, e somente os que pagarem mais
caro pelos produtos vão conseguir adquiri-los, numa situação bastante semelhante à de um leilão.
6 Curva de oferta na Macroeconomia
O que vimos até aqui foi a oferta total das empresas vendedoras de um determinado produto. Assim é a curva de
oferta de mercado de um produto, objeto de estudo da Microeconomia.
A primeira diferença é que não estamos mais falando de um produto X, de um único produto, mas sim da
produção total da economia, que pode ser de uma região ou de um país.
Mas o que queremos abordar agora é a curva de oferta agregada, a curva de oferta da Macroeconomia.
7 Curva de oferta da produção total do país
No eixo horizontal, está sendo medido o PIB real, ou seja, todos os produtos e serviços somados. O que vamos
estudar agora é a curva de oferta da produção total do país.
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No eixo vertical tem que constar o preço do produto. Na Microeconomia, quando o produto exemplificado era X,
o preço em análise era o preço de X. Mas agora não há mais um só produto, mas sim todos somados.
O eixo dos preços vai constar o preço de que produto?
O preço a ser considerado é o que reflete a média de todos os preços.
Então, o melhor é utilizar o deflator do PIB, que representa a média dos preços de todos os produtos do país, ou
um índice geral de preços, no caso o IGP (IGP-DI ou IGP-M).
8 Formato da curva de oferta agregada
Alguns países utilizam o IPC como o medidor dos preços gerais da Economia, pois consideram que a evolução
dos preços dos produtos que compõem a cesta do consumidor é que importa para a sociedade. Chamaremos este
índice de preços gerais da economia de P.
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Vemos que a oferta agregada apresenta uma relação entre preço (nível geral de preços) e quantidade ofertada
(produção agregada), semelhante à relação observada entre o preço de um produto e sua quantidade ofertada.
Temos que observar ainda que a oferta agregada de curto prazo pressupõe, como dada (como fixa), a quantidade
de fatores de produção disponível na economia.
Assim, a produção do país vai contar com uma quantidade fixa, vale dizer, limitada de capital (máquinas,
equipamentos e edificações), de mão de obra, de recursos naturais exploráveis, além de um dado estágio de
desenvolvimento tecnológico momentâneo.
O formato da curva de oferta agregada (OA) pode ser agora facilmente explicável. Novamente, partindo-se da
esquerda para a direita, pecebe-se que a economia está operando, no início, com grande capacidade ociosa dosfatores de produção. Não está utilizando os fatores de produção plenamente, daí o seu formato horizontal.
Na medida em que a produção vai aumentando, os fatores restantes não são mais tão abundantes.
Dessa forma, a disputa entre os produtores pela sua utilização faz com que fiquem cada vez mais caros, o que
leva os produtores a repassar os acréscimos dos custos, aos preços, mas os acréscimos dos custos são ainda
inferiores aos acréscimos dos preços, havendo então incentivo ao aumento de produção a cada aumento de
preços.
Esse fato se traduz no ramo ascendente da curva de oferta agregada, logo após a parte horizontal.
9 Parte vertical da oferta agregada
Se a produção continuar aumentando, a economia chegará então ao limite de utilização de fatores e vai operar
em sua plena capacidade. Qualquer aumento da demanda não poderá mais ser atendido pela oferta.
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A disputa pelo produto, por parte dos demandantes, provocará somente aumento de preços, sem que haja
aumento da produção. Esta é a parte vertical da oferta agregada.
10 Demanda agregada por bens e serviços
Agora vamos passar para o outro lado dos participantes do mercado.
Vamos estudar a demanda agregada (DA) por bens e serviços, que é composta pela demanda:
Por que exportações líquidas?
Porque queremos observar a demanda pelos produtos do país que estamos observando.
11 Cálculo do PIB real
Se o PIB real for chamado de (Y) e for destinado às famílias, às empresas, ao governo e aos estrangeiros, diremos
que:
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Então, poderíamos dizer que a soma do lado direito da equação daria o valor de Y, e assim chegaríamos ao PIB
calculando o total da demanda.
Concluiríamos que o valor de Y estaria superestimado, pois tanto as famílias como as empresas e o governo
poderiam ter adquirido produtos estrangeiros também (importações), os que não foram produzidos no país.
Então a solução do cálculo é fácil, pois basta retirar as importações do total das compras (C + I + G + X), o que
daria:
Matematicamente a mesma equação pode ser representada da seguinte forma:
A curva de demanda agregada mostra uma relação inversa entre o nível geral de preços (medido pelo deflator ou
IGP ou outro índice) e a quantidade demandada de bens e serviços, como mostra a figura seguinte.
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A figura mostra que, se o nível de preços cair de P1 para P2, a quantidade demandada de bens e serviços
aumenta de Y1 para Y2.
12 PIB real
Por que isto ocorre?
Para responder, temos que observar cada um dos componentes da demanda agregada à exceção dos gastos do
governo, que ocorre mais por decisão de política governamental.
Famílias (C): O consumo das famílias (C) varia inversamente com os preços, pois dada a quantidade de moeda
existente na economia, se os preços diminuem o valor real da moeda aumenta, ou seja, o poder de compra do
dinheiro aumenta, o que corresponde ao aumento da riqueza das pessoas, que poderão adquirir mais bens e
serviços.
Investimentos (I): O investimento varia inversamente com os preços, porque o valor da moeda maior, pela
queda de preços como vimos no item anterior, é o mesmo que o aumento da oferta real de moeda.
A maior oferta de moeda faz com que a taxa de juros diminua, incentivando os empresários a tomar
empréstimos para a compra de bens de capital, ou seja, para investir.
Exportações Líquidas (EL): As exportações líquidas variam inversamente com os preços, pois a taxa de juros
diminui com a queda dos preços, como vimos no item anterior.
A menor taxa de juros faz com que os títulos externos tornem-se relativamente mais atraentes e haverá então
maior procura por moeda estrangeira, provocando a elevação da taxa de câmbio.
Essa elevação da taxa de câmbio, que é uma depreciação cambial, incentiva as exportações e desincentiva as
importações, fazendo com que as exportações líquidas aumentem.
13 Curva de oferta de um determinado produto
Temos agora condições de mostrar o equilíbrio macroeconômico entre oferta agregada e demanda agregada.
No ponto de equilíbrio, fica determinado o nível do PIB real do país (ou nível de produto da economia) e o nível
de preços da economia.
Esse equilíbrio pode ocorrer tanto num nível muito baixo de produto como no nível intermediário ou já no nível
de pleno emprego dos fatores, como mostra a figura seguinte, com o produto agregado em Y1, Y2 e Y3,
dependendo da altura em que esteja a demanda agregada, o que determinaria também os níveis de preços P1, P2
e P3.
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O que vem na próxima aula
• O crescimento econômico que é o aumento do PIB do país;
• As diferenças entre o crescimento de curto prazo e o de longo prazo;
• O papel do aumento da produtividade no crescimento econômico.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Reconheceu a importância das relações entre os fatores de produção e a curva de oferta agregada;
• Definiu como se deduz a inclinação negativa da demanda agregada;
• Reconheceu que os níveis de preço e/ou de produção da economia são determinados no equilíbrio entre 
AO e DA.
Saiba mais
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor
online, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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Referências
ALÉM, Ana Cláudia. : teoria e prática no Brasil - análise do ambiente econômico com casosMacroeconomia
brasileiros. São Paulo: Elsevier, 2010.
CARVALHO José L. et al. : macroeconomia. Vol. 1. São Paulo: Cengage Learning,Fundamentos de Economia
2009.
ROSSETTI, João Paschoal. . São Paulo: Atlas, 1997.Introdução à Economia
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval. . São Paulo: Atlas, 2002.Economia micro e macro
VICECONTI, Paulo E.V.; NEVES, Silvério. . São Paulo: Frase Editora Atlas, 2010.Introdução à Economia

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