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Alejandra - Estudos P1

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Estudos P1 – Trabalho e Questão Social
Trabalho:                         
- Objeto fundamental para a formação do ser social – Sergio Lessa
- É "livre", pois o trabalhador é obrigado a vender sua força de trabalho para sobreviver
- Ação do homem sobre a natureza, transformando-a a partir de um processo teleológico (consciência)
- Categoria antológica que caracterizará o ser social. Devido a consciência, o homem consegue controlar a natureza
- As características do trabalho, seus objetivos e suas formações são determinadas a partir das diferentes formações sociais
- O Trabalho é uma categoria que é a centralidade para o estudo e entendimento da atividade econômica. Isso porque tal atividade, em ultima estância, é sempre produtiva, portanto é uma produção de riqueza social (“produção material da vida material - Marx”)
- Antes de qualquer coisa, o trabalho é uma relação especifica entre o homem e a natureza, uma relação na qual a transforma e extrai riquezas sociais para atender às suas necessidades sociais.
- O trabalho não só funda o ser social, como funda a humanidade. A história da humanidade é, portanto, a história do desenvolvimento das formas do ser social. A sociedade é a forma de existência do ser social.
- Transformam a natureza e a si mesmo, porque:
1. Adquire conhecimento e os aprimoram. Este é o processo de subjetivação, definido pelo conhecimento do sujeito.
2. Atendem ao ciclo em que atendem as necessidades sociais e criam novas possibilidades para novas necessidades. Por isso podemos dizer que o homem é um ser de necessidades e atende a todas elas (processo de humanização: processo de desenvolvimento das necessidades sociais sem limites). Esse é o processo de objetivação, no qual o objeto do processo de trabalho é atender as necessidades sociais do homem – Isso faz surgir um ser social, resultado de um processo simultâneo do ser natural com o ser social. Os homens vão se afastando cada vez mais do ser natural, mas nunca o abandona, e desenvolvem o ser social.
- O processo de trabalho é o desenvolvimento do ser social do homem se afastando, cada vez mais, do ser natural. Subjetiva-se e objetiva-se.
Com o processo de objetivação, os homens realizam seus objetivos e produzem conhecimento.
- O homem se diferencia do primata por ter uma relação consciente com a natureza (teleológica) de modo a transformá-lo com uma finalidade racional e consciente; essas finalidades são criadas e não são finalidades naturais apenas produzidas, ou seja, há o processo de prévia idealização. Os homens também se diferenciam por manterem uma relação mediada por meios de trabalho, além das necessidades serem variáveis e suas formas de atendimento também são variáveis (entre os animais são fixas).
Complexo social:
Conjunto de relações que distingue das outras relações pela função social que exercem no processo produtivo. Permite e regula a reprodução das relações sociais.
Questão Social:
 -Tem sua fundamentação na exploração. A partir de 1818 a Questão Social passa a ser alvo do Estado com o reformismo conservador e, assim, surge o Serviço Social.
- É vinculada ao trabalho (explorado e assalariado) e esta é objeto do Serviço Social.
- Expressão ampliada da exploração capitalista. Tem sua raiz na apropriação privada da riqueza social produzida. Deste modo, a apropriação privada gera uma desigualdade de classes entre capital e trabalho. 
- Surge como pauperismo (empobrecimento e miserabilidade)
Raiz da Questão Social: 
- Contradição entre capital e trabalho e na forma de organização da produção (corrente crítica)
- Desigualdade da sociedade burguesa; Questão Social como problema social; culpabiliza o indivíduo (corrente conservadora)
-Há duas vertentes que explicam a Questão Social: uns acreditam que é fruto da pobreza e outros defendem que é decorrente da Lei Geral de Acumulação.
- A raiz da Questão Social está na forma de como os homens se organizam para a produção 
- O pauperismo tem a sua raiz na dinâmica da acumulação ampliada
- A expressão da Questão Social se inicial em 1830 com José Paulo Netto, juntamente com o socialismo (pelo socialistas utópicos) - Questão Social como expressão da pobreza que atinge aos trabalhadores que se encontram fora do mercado de trabalho. Além da conscientização política, os trabalhadores passam a ter a conscientização teórica. A consciência teórica permitiu a compreensão da classe trabalhadora sobre a Questão Social, a partir do Capital, de Marx.
- Socialistas utópicos: Pobreza gerada pela Revolução Industrial. O processo de industrialização obriga a migração e altera a relação campo/cidade e também há a urbanização.
-Não há nova Questão Social, pois a sua essência continua a mesma
Para superar a Questão Social é necessário alterar a lógica de sua origem, ou seja, a ordem burguesa.
- Marx, a partir da publicação do Livro I do Capital (1867), explica a superpopulação relativa e a raiz da pauperização. Assim, a raiz da Questão Social e os problemas sociais inerentes ao modo de produção capitalista se referem a organização da produção (exploração). A consequência dessa organização é a resistência da classe trabalhadora perante essa exploração – Resistencia e luta perante pauperização. Essa resistência se dá pela luta a partir do cartismo e ludismo, torna-se uma luta política.
1848: Processo de decadência da ideologia da burguesia. Fecha-se o circulo progressista, tornando-o a classe conservadora e impossibilita os nexos de organização de produção dos homens com a Questão Social, a partir da economia e a politica.
Desse modo, a burguesia vai propor reformas que mantém a ordem conservadora (reformismo conservador), apoiada na naturalização (problema social = natureza), que tem como ponto principal desvincular a Questão Social do modo de produção.
-A forma digna de sobreviver na sociedade burguesa é trabalhando – liberalismo (princípio primado do trabalho)
 Cartismo: Defende os interesses dos trabalhadores e incluí-las na legislação
Ludismo: Movimento contra a mecanização do trabalho advento da Revolução Industrial. Reclamação da substituição da mão de obra humana pela maquinaria.
Política Social: 
Um dos instrumentos que o Estado utiliza para amenizar as manifestações da Questão Social
Mudança na sociedade burguesa, em 1970:
Com a crise do capital, a Questão Social é recolocada como debate político e acadêmico, afirmando a existência se uma nova Questão Social. 
Maior produção de riqueza:
- Ampliação da jornada de trabalho
- Inovações tecnológicas
- Barateamento das mercadorias
- Políticas Sociais
O objetivo não é satisfazer as necessidades, mas sim a produção de mais valia.
Produção amplada:
Parte da mais valia é reinvestida produtivamente
A superpopulação relativa é a consequência dessa produção ampliada. Tal população sofre de desemprego crônico, pobreza, violência, etc.
Desenvolvimento das forças produtivas:
• Lado positivo: inovações tecnológicas e aumento da capacidade de produzir os bens materiais à sobrevivência mais rapidamente
• Lado negativo: Se dá a partir das relações capitalistas, subumanas.
Desenvolvimento histórico:
Passagem da sociedade simples para a mais complexa. Para Marx, com essa passagem, há a necessidades de complexos sociais (Estado, política, direito, exército, ideologia) que vão além do trabalho, regulam as relações do homem.
Diferentes formações:
• Pré-capitalistas (simples), tribos primitivas, sociedade escravocrata, sociedade feudal: o trabalho tem objetivo de atender as necessidades concretas. Dará lugar a necessidade de complexos diferentes que vão permitir uma organização diferente da sociedade para atender as suas necessidades.
• Capitalistas (complexas): trabalho como geração da mais valia a partir da exploração     
                     
Características das comunidades primitivas:
- Nômades, não existe fixação
- Não existe classes
- Trabalho como apropriação direta da natureza
- Uso de ferramentas rudimentares
- Havia divisão de tarefas devido a complexidade física e habilidades. Depende da necessidade da sociedade
O processo denominado"Revolução Agrícola" permitiu maior controle do homem sobre a natureza, tornando-os sedentários e criando gados. Consequentemente, as tribos se expandem quantitativamente.
Pode-se dizer que havia um escasso desenvolvimento das forças produtivas, vinculadas a necessidade da sociedade.
A fixação na terra possibilitou a produção do excedente e aumento de seu território.
A conquista de novos territórios implica na conquista de novas relações sociais, a escravidão, o que será base da sociedade escravocrata.
Características da sociedade escravocrata:
- Sociedade dividida em classes (senhores de escravos e escravos)
- Divisão da propriedade privada: terra (imóvel) e o escravo (móvel); propriedade comunal: para sustentar os escravos e serve de proteção ao senhor e suas terras. É um complexo social, controla as relações sociais.
- Escasso desenvolvimento das forças produtivas, porém mais desenvolvidas: força animal, melhores ferramentas
- Retardo desse desenvolvimento: apropriação do conhecimento pelo senhor de escravos
- A riqueza do senhor de escravos dependia da quantidade de escravos. Maiores terras necessitavam de mais escravos e mais exércitos, assim se dá o início da crise escravocrata.
- Solução: os senhores rendavam suas terras para o exército, complexificando a sociedade. Assim poderiam ser adquiridas por eles r criam-se as bases para a sociedade feudal.
Características da sociedade feudal:
- Dividida em classes: nobreza, clero, senhor feudal, exército (dominantes); servos; vassalos (dominados)
- Havia propriedades privadas 
- Divisão do trabalho mais clara: campo (terra) e "cidade"; trabalho artesanal: servos e artesãos. cria um mercado local e uma economia voltada ao consumo.
O excedente produzido era trocado; eram os servos e os artesãos que comercializavam o excedente (M-D-M)
- Servo era considerado uma extensão da terra, ele não pode ser vendido separado dela.
Cruzadas - elemento fundamental para as transformações na sociedade feudal - e comércio, possibilitou:
- Enriquecimento da classe dominante, principalmente a Igreja
- Novas rotas de comércio, novas mercadorias, produtos e riquezas
- Novas populações, territórios e pilhagem (roubo)  
- As especiarias permitem ampliar as rotas comerciais, pois assim os alimentos durariam mais
- Surge os mercadores, com o papel importante de viver a partir das mercadorias. Desse modo, a economia passa a ser de mercado (D-M-D+)
- As cruzadas fazem com que o mercado deixe de ser local e passa a ser incorporado além das limitações dos feudos e surge a nova figura, os trocadores de dinheiro, que determinam a equivalência entre as mercadorias e também realizam empréstimos.
- Corporação de mercadores: criam mecanismo para defender o aumento do dinheiro e contra o abuso do senhor feudal
-Artesãos também passam a se organizar em corporações, nas quais zelam pelo monopólio do saber e da habilidade, com o objetivo de produzir para satisfazer a necessidade concreta dos indivíduos e não adquirir mais dinheiro. O objetivo do monopólio é transmitir o conhecimento para gerações futuras.
- Organização dos artesãos: mestres e aprendizes, baseado na solidariedade, qualidade do produto e o preço justo (pois seu objetivo não era o lucro)
Crise do feudalismo – XVI:
Estende-se até o século XVII
Elementos que contribuem para esse processo de crise:
- Peste Negra: a morte de servos gera a desvalorização das terras, devido aos poucos que alia trabalhavam
- Crise da corporação: século XIV, elas se dividem entre superiores (vínculo com os mercadores) e inferiores (mesma preocupação de antes: solidariedades, etc); crise externa: jornaleiros e aprendizes são expulsos e os mestres são divididos entre superiores e inferiores.
- Revolta dos camponeses: Camponeses que se arrendavam nas terras do senhor feudal se revoltam por causa do crescente valor do tributado que era cobrado.
- Cercamento de terras: uma parte da terra começa a ser comercializada e há o fechamento\cercamento da terra. Algumas começam a ser arrendadas, havendo um maior controle das terras e outras são destinadas a criação de pequenos animais, como as ovelhas, gerando a manufatura de tecelagem e fiação (oportunidade daqueles que foram expulsos)
Esse período, que foi do início do século XVI até XVIII, criou um contexto no qual teve um extremo aumento da população empobrecida, devido a escassez, dita como “era dos mendigos”. É aí que há a criação da legislação punitiva, como as leis dos pobres (Igreja determina os que mereciam benefícios ou não e somente os que trabalhavam eram merecedores, ou seja, a sociedade era dividida entre aptos e não aptos para o trabalho, assim sendo, dignos e não dignos (os mercadores eram sempre considerados aptos), estatuo dos artesãos, decreto de domicílio, etc. Assim sendo, eram legislações que tinham o objetivo de punir a mendicância, de caráter punitiva e moralizadora, pois também servia de exemplo àqueles que não queriam trabalhar.
Produção fabril:
- Produção no interior das fábricas, primeiro período de Revolução Industrial (século XVIII - Inglaterra)
- Utilização de máquinas à vapor e carvão
- A produção dependia da demanda do mercado
- Deixou de ser um processo de produção maquinal para a introdução da máquina
- Fragmentação dos processo de produção
- Divisão do trabalho mais complexa, entre o trabalhador (manual), o que controla a produção e o coordenador\planejador (proprietário dos meios de produção)
- O trabalhador é um homem livre
- A força de trabalho passa a ser mercadoria e é a única que gera a mais valia
- Tem como objetivo a geração da mais valia.
Modo de produção capitalista:
- Apropriação da força de trabalho alheia
Sergio Lessa:
- O que é o trabalho
- Subjetivação e Objetivação
- Explicar os complexos sociais
- Teleologia
Huberman:
- Diferentes formações sociais (objetivo do trabalho em casa uma delas, etc.)
- Transição do feudalismo para o capitalismo
Netto:
Questão Social na visão laica e cristã

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