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Resiliência - Fundação Bradesco

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Resiliência
Aula 1 – O que é resiliência? 
Na Física, resiliência está relacionada à capacidade de um material em ser flexível.
Na Psicologia e nas Ciências Humanas, o significado do termo resiliência está relacionado:
· 
A
aos aspectos da constituição biológica dos indivíduos para enfrentar os desafios físicos.
· 
B
à capacidade de superar dificuldades e sofrimentos provocados pelas adversidades.
· 
C
à capacidade do indivíduo de não apresentar sofrimento diante das adversidades.
A resiliência transforma as adversidades em instrumentos para o aprimoramento da humanidade.
Isso ocorre porque:
· 
A
O sofrimento provocado pelas adversidades estimula a perseverança para a procura de soluções que amenizem ou eliminem essas adversidades.
· 
B
Uma pessoa resiliente não enfrenta adversidades e é capaz de contribuir melhor para a construção de uma sociedade mais justa.
· 
C
As pessoas resilientes não sofrem com as adversidades e conseguem produzir mais, mesmo em ambientes com muitas dificuldades.
A persistência é um componente que pode ser observado tanto na teimosia quanto na resiliência.
Entretanto, a teimosia difere da resiliência porque:
· 
A
A resiliência utiliza o componente da persistência para encontrar caminhos que não apresentem adversidades.
· 
B
A resiliência supera as adversidades por meio da elaboração de estratégias mais sofisticadas para enfrentar as dificuldades.
· 
C
A teimosia é rígida na procura de soluções alternativas, mesmo diante do insucesso das estratégias para resolução dos problemas.
Os estudos científicos apresentam evidências robustas de que a resiliência é uma competência:
· 
A
que só pode ser aprendida por pessoas que tenham predisposição genética para serem resilientes.
· 
B
que pode ser desenvolvida e aprimorada por meio da formação de fatores de proteção como a flexibilização cognitiva.
· 
C
inata, que as pessoas já trazem desenvolvida desde o nascimento, mas só pode ser observada na vida adulta.
Leitura
Michael Jordan é o Pelé do basquete. Considerado pela crítica esportiva o maior jogador de basquete de todos os tempos, o ex-jogador do Chicago Bulls sempre refletiu de maneira bastante profunda sobre seus limites, fracassos, suas conquistas e sobre sua competividade.
Temos, às vezes, uma tendência a acreditar que esses grandes atletas são apenas talentosos e que esse talento basta para obter sucesso. Não é verdade. Durante sua carreira, Jordan muitas vezes falou sobre a necessidade de superar obstáculos.
Uma de suas frases é marcante:
“Eu posso aceitar o fracasso.
Todo mundo falha em alguma coisa.
Mas eu não posso aceitar não tentar.”
Essa reflexão mostra como Jordan tinha resiliência, uma competência crucial para o desenvolvimento da realização pessoal e profissional, pois é ela que determina, em grande parte, como será o desfecho dos reveses da vida.
Uma definição simples de resiliência, que pode ser considerada um consenso entre os especialistas, é: resiliência é a capacidade de enfrentar e superar as adversidades. E mais do que isso, a resiliência é caracterizada pela capacidade de aprender com as adversidades.
Esse termo foi emprestado da Física, usado para designar a capacidade que um material apresenta de sofrer uma tensão dentro de um limite elástico, sem deformação permanente. Popularmente, é o mesmo que ser flexível.
Na canção “Querido diário”, Chico Buarque fala, metaforicamente, sobre a capacidade de ser flexível:
[...] Hoje o inimigo veio me espreitar,
Armou tocaia lá na curva do rio,
Trouxe um porrete a mó de me quebrar,
Mas eu não quebro porque sou macio, viu.
Aprender a ser “macio” e flexível é fundamental para enfrentar desafios, o que é uma característica fundamental da resiliência. Aliás, é isso que diferencia os resilientes dos teimosos.
A teimosia pode incentivar a persistência, mas peca pela rigidez: o teimoso não encontra soluções diferentes e eficazes para os problemas. Uma pessoa que há anos tenta passar em um concurso ou em um exame vestibular, mas insiste em estudar de uma forma que sabidamente não melhora os resultados, não é resiliente, mas teimosa.
Ninguém deseja passar por momentos difíceis ao longo da vida, mas eles são inevitáveis. E isso não precisa ser visto como um fardo. As adversidades podem servir como aprimoramento, como aprendizado, desde que sejam enfrentadas com resiliência.
É o sofrimento provocado pela doença que estimula a ciência a procurar a cura; foi a dificuldade de enxergar que fomentou a pesquisa das lentes e a invenção dos óculos; é a decepção amorosa que abre caminho para o encontro de relacionamentos melhores. No mundo do trabalho, a frustração provocada pelas críticas do gestor pode ser transformada em motivação para encontrar formas de aprimorar os pontos fracos.
Os exemplos seriam infindáveis, mas uma coisa é comum a todos eles: esses avanços só são possíveis se houver resiliência no enfrentamento das dificuldades.
A boa notícia é que a ciência vem demonstrando de forma categórica que a resiliência não é um dom, um talento inato, mas uma competência que pode ser desenvolvida e aprimorada.
Mas como isso é possível? Existem variáveis, chamadas fatores de proteção, que contribuem para o desenvolvimento pessoal da resiliência.
Um dos fatores de proteção mais relevantes é a flexibilização cognitiva. Ela permite a regulação das experiências emocionais negativas, resultantes dos momentos estressantes. Essa regulação é crucial para que a resiliência seja estruturada e reforçada.
A flexibilização cognitiva envolve a capacidade de encontrar formas alternativas e mais apropriadas para a interpretação das situações do dia a dia, incluindo as adversidades. Apresentaremos, ao longo de nosso curso, três focos de aprimoramento da flexibilidade cognitiva e, por extensão, da resiliência:
· a maneira como julgamos a nossa capacidade de aprender;
· o modo como interpretamos as situações que despertam emoções que corroem a resiliência;
· a forma como justificamos as nossas vitórias e derrotas.
Saiba mais
· O livro Outliers: histórias de sucesso, do jornalista Malcolm Gladwell, traz uma análise de diferentes personalidades e acontecimentos que deram certo e mudaram o rumo da história. A narrativa propõe que determinação e persistência são ingredientes fundamentais para que cada um alcance o que está buscando e possa se desenvolver da melhor maneira possível.
· O livro Resiliência: competência para enfrentar situações extraordinárias na sua vida profissional, de Paulo Yazigi Sabbag, recebeu o terceiro lugar do Prêmio Jabuti em 2016. A obra traz exemplos de pessoas resilientes e aponta como podemos desenvolver e aprimorar essa competência.
· O artigo científico "A resiliência como processo: uma revisão da literatura recente", escrito pela pesquisadora Francisca Infante, apresenta uma revisão bibliográfica sobre o conceito de resiliência e aponta os principais desafios que continuam pendentes sobre o tema. Disponível em: <https://statics-submarino.b2w.io/ sherlock/books/firstChapter/ 17938785.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2022.
· TUGADE, Michele M.; FREDRICKSON, Barbara L. Resilient individuals use positive emotions to bounce back from negative emotional experiences. Journal of Personality and Social Psychology, v. 86, n.2, p. 320-333, 2004.
· AMERICAN Psychological Association. [S. l.]. Disponível em: <https://www.apa.org/>. Acesso em: 30 ago. 2022.
· SOUTHWICK, S.M.; CHARNEY, D.S. Resilience: the science of mastering life's greatest challenges . New York: Cambridge University Press, 2012.
Aula 2 – É sempre possível aprender
As neurociências, por meio de diversas pesquisas e estudos, têm comprovado que a aquisição de uma habilidade é:
· 
A um processo individual, que depende de competências inatas.
· 
B resultado mais de dedicação do que de talento natural.
· 
C possível apenas quando as redes neurais já estão formadas.
A afirmação “Pau que nasce torto morre torto” indica uma postura coerente com a mentalidade:
· 
A fixa.
· 
B de crescimento.
O ditado popular “Devagar se vai longe” indica uma postura coerente com a mentalidade:
· 
A fixa.· 
B de crescimento.
Pesquisas apontam que as pessoas que operam a maior parte do tempo com a mentalidade de crescimento tendem a:
· 
A ter uma visão de mundo mais ingênua e, consequentemente, muitos problemas com essa postura.
· 
B não enxergar as próprias limitações, além de apresentar muitos desapontamentos.
· 
C ser mais resilientes, pois valorizam o esforço e utilizam os fracassos como fonte de aprendizado.
Pesquisas apontam que as pessoas que operam a maior parte do tempo com a mentalidade de crescimento tendem a:
· 
A ter uma visão de mundo mais ingênua e, consequentemente, muitos problemas com essa postura.
· 
B não enxergar as próprias limitações, além de apresentar muitos desapontamentos.
· 
C ser mais resilientes, pois valorizam o esforço e utilizam os fracassos como fonte de aprendizado.
Leitura
A forma como avaliamos nossa capacidade de aprender tem um impacto direto na nossa resiliência. Essa é a conclusão de vários estudos científicos feitos ao longo do tempo, entre os quais se destaca o da pesquisadora Carol Dweck, da Universidade Stanford, nos EUA, que dedicou a vida para estudar esse tema.
Após mais de trinta anos de investigação sobre o que faz as pessoas se sentirem realizadas, Dweck e seus colaboradores encontraram evidências muito consistentes de que inteligência, criatividade e muitas outras habilidades não são inatas, não vêm prontas no nascimento, como uma espécie de capacidade predefinida. Essas habilidades são altamente maleáveis e podem ser desenvolvidas com tempo, dedicação e esforço.
Os achados dessas pesquisas são contrários às crenças comuns expressas por afirmações como “eu não nasci para Matemática” ou “eu não vim com o aplicativo no cérebro para praticar bem algum esporte”.
As conclusões a que o grupo de Dweck chegou são totalmente compatíveis com as descobertas da neurociência, que propõe que aprender algo significa alterar a configuração física do cérebro, e não uma coisa que está pronta dentro dele.
As células nervosas – chamadas de neurônios – se conectam umas às outras formando um verdadeiro emaranhado de neurônios, denominado rede neural. Os estudos apontam que há a formação de novas redes neurais quando adquirimos alguma habilidade. Por exemplo: um trabalho científico mostrou que os motoristas de táxi da cidade de Londres apresentavam um progressivo aumento das regiões cerebrais responsáveis pela localização espacial, à medida que iam se familiarizando com as ruas da cidade.
Isso demonstra que o cérebro é moldável com os estímulos que recebe. A capacidade de se moldar, criando redes de neurônios, é chamada de neuroplasticidade. O mais interessante é que as redes neurais precisam de erros e acertos para serem configuradas. O cérebro aprende reforçando os circuitos dos acertos e podando os circuitos dos erros. Por essa razão, os erros são tão importantes quanto os acertos para o processo de aprendizagem. Além disso, os desafios promovem redes neurais mais fortes e consistentes. Por isso, precisamos de desafios.
Posturas mentais
Carol Dweck propõe duas posturas mentais que os indivíduos costumam apresentar diante das mais variadas situações: a mentalidade fixa e a mentalidade de crescimento.
A mentalidade fixa assume que a inteligência e as habilidades desenvolvidas por ela não se alteram. Quando essa mentalidade opera, a crença é que os indivíduos se sairão bem apenas nas áreas em que eles demonstram algum talento.
A mentalidade de crescimento, por sua vez, assume que a inteligência é maleável e pode ser desenvolvida. Quando uma pessoa opera com essa mentalidade, ela acredita que o talento pode ser desenvolvido e aprimorado. Essa postura é coerente com o que a ciência propõe para o funcionamento cerebral.
Vale ressaltar que a mentalidade de crescimento não ignora o fato de que temos aptidões inatas para algumas atividades. Mas entende que somente tempo, esforço, dedicação e mentoria correta podem determinar os limites de cada um. Além disso, sabe-se que as pessoas aprendem as mesmas habilidades com velocidades diferentes. Uma velocidade mais baixa de aprendizado não indica incapacidade, mas apenas um tempo maior para atingir o objetivo.
Podemos considerar essas mentalidades como lentes que utilizamos para observar o mundo. Em alguns momentos estamos utilizando a lente da mentalidade fixa; em outros, a lente da mentalidade de crescimento. Se formos mais rigorosos, assim como da cor branca à cor preta existe uma série de tons de cinza, existe uma série de lentes que são intermediárias às visões da mentalidade fixa e da mentalidade de crescimento. O importante é perceber que enxergamos o mundo por meio dessas lentes.
O que o grupo de Stanford constatou é que as pessoas que operam a maior parte do tempo com a mentalidade de crescimento tendem a ser mais resilientes e realizadoras.
Uma forma de ficar atento ao tipo de lente que estamos utilizando é observar cinco situações em que as posturas determinadas pela mentalidade fixa divergem consistentemente daqueles determinadas pela mentalidade de crescimento:
	SITUAÇÃO
	MENTALIDADE FIXA
	MENTALIDADE DE CRESCIMENTO
	Desafios
	Evita pelo medo de falhar.
	Abraça com o desejo de aprender e se aprimorar.
	Erros
	Tende a desistir diante dos erros e frustrações.
	Mostra perseverança e utiliza os erros como aprendizado.
	Esforços
	O esforço é visto como falta de aptidão. Tende a desistir das atividades que exigem muito esforço.
	O esforço é visto como parte inerente às conquistas.
	Críticas
	A crítica negativa tende a ser ignorada mesmo quando feita de forma construtiva.
	A crítica é vista como uma importante informação do que precisa ser melhorado.
	Sucesso alheio
	O sucesso dos outros tende a ser visto como ameaça.
	O sucesso dos outros tende a ser visto como inspiração.
Um exemplo claro de imposição da mentalidade de crescimento pode ser observado na trajetória do piloto Ayrton Senna. Ao contrário do que se podia imaginar, Senna nem sempre foi um grande piloto em pista molhada. Aos treze anos, ele perdeu uma corrida de kart importante em Interlagos, e sua capacidade de competir foi posta em xeque. O motivo: a falta de habilidade para conduzir o carro na chuva. A partir dessa prova, ele não perdia uma oportunidade de tempo chuvoso para ir à pista e aprender a pilotar nessas condições. Era incansável em pedir orientações para os pilotos que dirigiam bem em pistas molhadas. Foram anos de muita derrapagem e chuva no rosto. Senna não nasceu sabendo dirigir na chuva, mas aprendeu com muita dedicação, esforço e mentoria adequada. E tornou-se um dos maiores pilotos em pista molhada da história da Fórmula 1.
Diálogo interno
Há uma lenda antiga que conta a história de um avô conversando com o neto sobre a vida. Na conversa, o avô conta que existem dois ursos dentro de nós. Um deles é generoso, amável, esperançoso e humilde. O outro é malvado, arrogante, preguiçoso e invejoso. Esses dois ursos travam uma batalha na nossa cabeça.
Pensativo, o neto pergunta para o avô:
– Quem ganha a batalha?
O avô responde:
– Aquele que você alimentar.
Como os ursos dessa lenda, a mentalidade de crescimento e a mentalidade fixa convivem na nossa cabeça. Predominará aquela que mais fomentarmos.
Um caminho seguro para valorizar a mentalidade de crescimento é o diálogo interno, sobretudo nos momentos em que estamos desanimados, frustrados e perto de tomar decisões que apontam para a desistência. Esse diálogo pode ser estabelecido por meio de perguntas simples:
· Estou enxergando o fracasso como um fim, e não como uma fonte de aprendizado?
· Estou fugindo de desafios com medo de fracassar?
· Estou exigindo estar pronto para algo que exige mais tempo de aprendizado?
· Estou me achando incapaz por aprender algo de forma mais lenta que meus pares?
· Estou cobrando de mim resultado, e não dedicação e esforço?
Se a resposta para pelo menos uma dessas perguntas for sim, é porque a lente da mentalidade fixa está distorcendo a realidade. Desafie essa visão. Coloque a lente da mentalidade de crescimento e perceba que:
· Os fracassos são parte fundamentalpara que o cérebro aprenda.
Utilize-os como degraus e não como buracos.
· Os desafios promovem redes neurais mais fortes e consistentes.
É preciso sair da zona de conforto para a aprendizagem efetiva.
· Não existe excelência em alguma habilidade sem muito esforço e paciência para o aprendizado. Todo perito já foi um principiante.
· As pessoas aprendem as mesmas habilidades com velocidades diferentes.
Aprender algo com mais lentidão não indica incapacidade, indica apenas mais tempo para atingir o objetivo.
· É preciso cobrar de si paciência, dedicação e esforço, e não resultado.
Este virá por consequência.
Saiba mais
· O artigo “Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva”, escrito por Aaron Beck e Paulo Knapp, apresenta um panorama dos fundamentos históricos e filosóficos das abordagens cognitivo-comportamentais contemporâneas, incluindo técnicas para lidar com as armadilhas do pensamento. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ rbp/v30s2/a02v30s2.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2019.
· BECK, A. T. Thinking and depression: Idiosyncratic content and cognitive distortions. Arch Gen Psychiatry. v.9, n.4, p. 324–333, 1963.
· GILLHAM, Jane E.; ABENAVOLI, Rachel M.; BRUNWASSER, Steven M.; LINKINS, Mark; REIVICH, Karen J.; SELIGMAN, Martin E. P. Resilience Education. In: Oxford Handbook of Happiness. Oxford: Oxford University Press, 2013.
Aula 3 – Esforço e talento
Talento é a rapidez com que a pessoa aprende alguma habilidade, quando emprega um determinado esforço. De acordo com essa definição, podemos afirmar que:
· 
A
o talento para uma atividade é o fator que determina se uma pessoa é capaz ou não é capaz de aprender essa atividade.
· 
B
o esforço pode fazer pessoas menos talentosas aprenderem uma habilidade de modo mais rápido que pessoas mais talentosas.
· 
C
as pessoas que têm talento para uma determinada atividade não precisam de esforço para aprender essa atividade.
Os modelos atuais apontam que:
· 
A
o modo como interpretamos as situações estrutura e reforça as emoções associadas a essas situações.
· 
B
as emoções influenciam os pensamentos, mas estes não têm a capacidade de influenciar as emoções.
· 
C
os pensamentos têm pouca influência nas emoções vivenciadas numa determinada situação.
As pesquisas demonstram que as emoções:
· 
A
exercem pouca influência no comportamento das pessoas.
· 
B
apresentam grande influência na atitude das pessoas.
· 
C
não interferem na resiliência das pessoas.
Os pensamentos de perda de interesse:
· 
A
costumam não ocorrer nas pessoas que se mantêm perseverantes no esforço para a conquista de objetivos.
· 
B
praticamente não exercem influência na perseverança dos esforços necessários para a conquista de objetivos.
· 
C
são comuns na estruturação de emoções e comportamentos que fazem com que desistamos dos objetivos.
Leitura
Uma boa definição de talento é: a velocidade com que a pessoa aprende alguma coisa, quando emprega determinado esforço. Quanto mais rápido for esse aprendizado, maior será o talento para essa atividade!
O fato de adquirir uma competência não significa êxito ou sucesso, que só ocorrem quando muito esforço e determinação tornam essa competência produtiva. Por exemplo: a escritora britânica J.K. Rowling, que criou o famoso bruxo Harry Potter, demorou mais de sete anos para escrever seu primeiro livro: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Foram anos de muitas dúvidas, e ela teve de enfrentar problemas de saúde, questões afetivas e dificuldades financeiras. Com o livro pronto, ela precisou de muito esforço e perseverança para suportar a recusa de doze editoras para publicar a narrativa. Hoje, são mais de 450 milhões de livros vendidos.
É claro que o talento pode acelerar muito o processo de êxito, mas uma análise atenta mostra que talento sem esforço significa pouco, é uma habilidade apenas potencial. A crença de que o talento basta para o sucesso pode fazer com que não se dê atenção ao que precisa ser valorizado: o esforço e a perseverança.
Talvez você já tenha ouvido a frase, atribuída a Thomas Edison, que diz que o sucesso é 1% inspiração e 99% transpiração. Inspiração é talento. Transpiração é esforço, e isso é o mais importante.
Mas por que é tão fácil desistir no meio da jornada? Por que é tão difícil ser perseverante?
A resposta a essas perguntas não é simples, pois não existe um único fator responsável pela desistência. Entretanto, as pesquisas mostram padrões de pensamentos que, asseguradamente, contribuem para que as pessoas desistam de seus objetivos. Para entender como isso funciona, é preciso estabelecer a relação existente entre situação, pensamento, emoção e comportamento.
Uma relação importante
O senso comum faz com que a gente acredite que o que sentimos é um mero resultado das experiências que vivemos: acontece algo, e essa situação gera uma emoção. No entanto as coisas não funcionam bem assim. Entre uma situação e a emoção, existem pensamentos que estruturam e reforçam a emoção. Esse pensamento e a emoção dele decorrente influenciam decisivamente nossos comportamentos.
Imagine a situação de um professor que entra numa sala de aula e, escrevendo na lousa, de costas para a classe, ouve uma risada. Ele pensa: “estão rindo de mim”. Que tipo de emoção vai surgir? Provavelmente, irritação, não é? E, ficando irritado, é possível que ele deixe transparecer isso aos alunos, o que intensificaria a relação conflituosa.
Na verdade, nesse exemplo, o professor não ficou com raiva por causa da risada, mas pelo que ele pensou a respeito da risada. Se o pensamento tivesse sido outro, como “os alunos estão alegres hoje” ou “alguém deve ter contado uma piada engraçada”, é bem provável que o professor sentisse uma emoção menos desagradável.
Desafiar os pensamentos é um caminho para enxergar os fatos com mais clareza ou, no mínimo, por outro ângulo. Assim, há mais chance de termos comportamentos mais adequados para cada situação. A dica é: se a emoção não está contribuindo, desafiemos o pensamento que a estruturou.
Um padrão relevante
Desistir de objetivos não é um ato que costuma acontecer da noite para o dia. Na verdade, a desistência ocorre por meio de um processo sistemático de pensamentos que vão moldando as emoções e o comportamento. Não há nada de errado em abrir mão de algum objetivo porque surgiu outro mais importante.
O problema é quando a desistência não ocorre por opção, mas por incapacidade de sustentar o esforço para alcançar um determinado objetivo. Infelizmente, nem sempre é claro se o que está ocorrendo é o primeiro ou o segundo caso. Os trabalhos de uma pesquisadora importante do tema, a Dra. Angela Duckworth, evidenciaram que, quando uma pessoa abandona alguma coisa, entre várias outras razões, existe um padrão de pensamentos bastante comum estruturando o comportamento de desistência. Alguns exemplos desses pensamentos: “estou entediado”, “isso não faz mais sentido” ou “estou perdendo tempo com isso”.
Pode ser que não exista nada de errado com esses pensamentos, mas eles precisam ser desafiados, para evitar decisões precipitadas.
Os pensamentos que levam à desistência apontam para a perda de interesse. Como o interesse é um dos pilares que sustentam a perseverança, fica fácil entender a ligação dessa linha de pensamentos na atitude de desistir de um objetivo.
Desafiar esses pensamentos começa pela percepção de que é praticamente impossível sentir-se interessado por todas as atividades necessárias para um objetivo maior. Por exemplo: uma pessoa pode odiar uma disciplina e sentir-se completamente desinteressado por uma aula. Isso é legítimo. Esse desinteresse só não pode contaminar um objetivo maior, como entrar em uma universidade ou passar num concurso público. Para esse objetivo maior, essa disciplina pode ser um componente importante e, portanto, vale o esforço para extrair dela o que for necessário aprender.
Outro exemplo é estar cursando uma disciplina da faculdade e, porque essa disciplina está completamente desinteressante, alguém pensa em abandonar o curso. Será que a forma como o conteúdo estásendo trabalhado está contribuindo para o desinteresse? Será que o conteúdo dessa disciplina corresponderá ao dia a dia de trabalho? Dentro de uma carreira, existem várias áreas de atuação. Imagine um estudante de medicina que não goste de seu estágio na disciplina de oftalmologia. Seu sonho é ser ortopedista, mas ele está pensando em desistir do curso, por não suportar as aulas de oftalmologia. Dificilmente algum ortopedista irá lidar com a rotina de pacientes oftalmológicos. Apesar de esse exemplo ser extremo, é exatamente isso que costuma ocorrer com outras carreiras.
Também existem profissionais extremamente felizes e bem-sucedidos que costumam dizer coisas como “não consigo me enxergar fazendo outra coisa”. Mas a verdade, sem nenhum romantismo, é que certamente eles já fizeram outras coisas, e várias delas pouco interessantes. Muitas dessas coisas serviram de ponte para eles chegarem aonde estão. Além disso, mesmo sendo alguém apaixonado pela profissão, é certo que convivem com atividades que não são prazerosas, mas que são toleradas para a conquista de um bem-estar maior.
Existem outras armadilhas de pensamentos que podem corroer a perseverança. Ainda trataremos delas. Por ora, questione os pensamentos de desinteresse que surgirem na sua cabeça quando você estiver para abandonar algo. Faça para si mesmo a seguinte pergunta: estou desinteressado no meu objetivo maior ou na fase que estou atravessando?
E lembre-se: conquistas sem esforço são impossíveis.
Saiba mais
· O filme Rainha de Katwee (The queen of Katwee), de Tim Crothers, conta a história de Phiona, uma menina de dez anos que mora em uma comunidade carente em Uganda. Um dia, ela assiste a uma aula de xadrez e se interessa tanto pelo jogo que, com perseverança, resiliência e ambição, acaba virando uma talentosa jogadora de xadrez.
· O TedTalk “A chave para o sucesso? Determinação”, apresentado pela psicóloga norte-americana Angela Duckworth, conta sua história de carreira a partir do momento em que se tornou professora de matemática e como construiu a teoria de que o Q.I. não era o único fator que diferenciava os alunos bem-sucedidos academicamente dos que tinham dificuldades. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=H14bBuluwB8>. Acesso em: 26 ago. 2019.
· O filme Billy Elliot, lançado em 2001 e dirigido por Stephen Daldry, retrata a vida de um menino da Inglaterra que descobre no ballet um grande talento e uma grande paixão pela dança. A história mostra a sua luta para se tornar um dançarino, já que sua família é contra o esporte e ele tinha poucos recursos financeiros para perseguir seu sonho.
· O livro Garra, da psicóloga norte-americana Angela Duckworth, mostra a importância das nossas atitudes na perseverança e no foco para atingirmos os resultados que desejamos em diversas áreas de nossas vidas.
· DUCKWORTH, Angela L. Garra: o poder da paixão e da perseverança. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.
· DUCKWORTH, Angela L.; PETERSON, C.; MATTHEWS, M. D.; KELLY, D. R. Grit: Perseverance and passion for long-term goals. Journal of Personality and Social Psychology, v. 92, n. 6, p. 1087-1101, 2007.
· DUCKWORTH, Angela L.; SELIGMAN, Martin E. P. Self-Discipline Outdoes IQ in Predicting Academic Performance of Adolescents. Psychological Science, v. 16, n. 12, p. 939–944, 2005.
Aula 4 – Pensando sobre os pensamentos
As distorções cognitivas são padrões:
· 
A
de pensamentos caracterizados por produzir erros de interpretação, mal-entendidos e conclusões precipitadas.
· 
B
de comportamentos inapropriados, caracterizados por atitudes que não contribuem para a resiliência.
· 
C
de interpretação das situações que ocorrem apenas em indivíduos de baixa resiliência e com posturas pessimistas.
Uma pessoa presta um determinado concurso há dois anos. No último exame, ficou por um ponto para ser aprovada. Com desânimo, pensou: “Sou um fracasso”.
Esse conteúdo de pensamento é característico da distorção cognitiva chamada:
· 
A
catastrofização.
· 
B
tudo ou nada.
Janis decidiu utilizar um aplicativo para aprender uma nova língua. Planejou estudar uma hora por dia, todos os dias da semana. Na última semana, conseguiu estudar apenas em três dos sete dias. Com desânimo, pensou: “Vou parar o curso e me dedicar quando tiver mais tempo.”
Esse conteúdo de pensamento é característico da distorção cognitiva:
· 
A
catastrofização.
· 
B
tudo ou nada.
A flexibilização cognitiva consiste:
· 
A
na capacidade de não apresentar distorções cognitivas, conseguindo interpretar as situações sempre de forma realista.
· 
B
em desafiar as distorções cognitivas, encontrando formas mais realistas para interpretar as situações.
· 
C
na capacidade inata de evitar as distorções cognitivas por meio da escolha de comportamentos mais apropriados.
Leitura
As distorções cognitivas são padrões rígidos de pensamento que podem prejudicar nossa forma de lidar com os desafios do dia a dia. É como se, em algumas situações, usássemos lentes que distorcem a realidade, o que faz com que nossas respostas emocionais e comportamentais fiquem comprometidas. As atitudes originadas pelas distorções cognitivas surgem para lidar com uma realidade que não existe, pois foi criada pelos nossos erros de interpretação. A boa notícia é que podemos identificar essas distorções e reavaliar a interpretação dos fatos.
Apesar de, atualmente, os estudiosos do assunto terem sistematizado algumas dezenas de distorções cognitivas, focaremos em duas, que são verdadeiros venenos para a resiliência.
A primeira delas é a catastrofização. Quando estamos com a lente da catastrofização, alguns aspectos das situações são interpretados de forma exagerada e geram uma ruminação mental que supõe os piores desfechos.
Um exemplo: uma pessoa está andando pela rua e sente uma ligeira dor de cabeça. Imediatamente vem o pensamento: “será que estou tendo um derrame?”
Outro exemplo: alguém fica ansioso e o coração acelera. Aparecem mais pensamentos catastróficos: “há algo de errado comigo!”
Em segundos, as duas personagens já imaginam o quanto seus familiares vão sofrer por eles morrerem tão cedo.
Percebeu o que é a catastrofização? Existem explicações mais razoáveis para uma dor de cabeça ou para uma taquicardia. A catastrofização, muitas vezes, confunde medo com realidade. O fato de um indivíduo estar com medo de ter um derrame não quer dizer que ele está tendo um derrame.
A catastrofização mistura o possível com o provável. É possível um avião cair em nossa cabeça agora? Sim. Mas é provável? Não.
Vejamos outro exemplo. Um aluno universitário está com dificuldades num determinado semestre. Suas notas não passam de razoáveis e não estão tão boas quanto no semestre anterior. Então, ao receber a nota de uma avaliação, entra em desespero: “Não pode ser, 4,0! Será impossível tirar 6,0 na próxima prova! Jamais conseguirei me formar. Sou um fracasso!”
Você percebeu a sequência de pensamentos catastróficos? É claro que é natural ficar desapontado com a nota, mas houve um pensamento exagerado que tornou impossível melhorar dois pontos para a próxima prova. Além disso, ele acha que “jamais” vai conseguir se formar. E mais: ele se transformou num “fracassado”.
A catastrofização faz com que enxerguemos os problemas muito maiores do que realmente são e, além disso, ela nos faz crer que nossas capacidades de enfrentar os problemas são muito menores do que realmente são. É por isso que ela tem um efeito corrosivo na resiliência.
A outra armadilha inimiga da resiliência é a distorção cognitiva denominada tudo ou nada.
Quando estamos com as lentes do ""tudo ou nada"", apresentamos pensamentos extremistas: pensar que a coisa é perfeita ou é desastrosa; ou gosta de tudo ou não suporta nada. É um pensamento binário, sem meio-termo.
Imagine que você decidiu sair do sedentarismo. Você se propõe a fazer caminhadas seis dias por semana. Nas duas primeiras semanas, você consegue cumprir a meta. Na terceira semana, alguns imprevistos acontecem e você não consegue caminhar na segunda e na terça-feira. Surgem os pensamentos: “esta semana já era”, “de queadiantam quatro dias?” ou “na próxima semana, tentarei levar a sério”.
Notou como o pensamento ""tudo ou nada"" sabotou a conquista da meta? O objetivo era sair do sedentarismo, e não ficar refém do ideal planejado.
Quando enxergamos o mundo dessa forma, temos a tendência de desistir no primeiro sinal de desvio do que foi planejado. Não há margem para erro, mas esse não é o mundo real. Precisamos ter em mente que existem o ideal, o possível e o desejável. Na maioria das situações, o ideal é quase utópico. As coisas funcionam quando miramos o ideal, mas não paralisamos com um resultado desejável e muito menos desistimos quando há a opção do possível. A resiliência se salva pelo possível.
Como evitar as distorções cognitivas?
É praticamente impossível evitá-las, mas é perfeitamente possível perceber o momento em que elas estão atuando e desafiá-las. Uma boa estratégia é colocar seus pensamentos sob a prova de evidências que os sustentem ou descartem. O simples fato de reformular os pensamentos para interpretações mais realistas permite que emoções e atitudes mais assertivas entrem em cena. A ideia não é ver um mundo cor de rosa, mas sim avaliar as situações de modo realista, com nitidez em relação aos aspectos negativos, positivos e neutros das situações.
Para colocar isso em prática, fique atento aos seus próprios pensamentos nos momentos em que as emoções estiverem mais atrapalhando do que ajudando e, principalmente, quando você estiver prestes a tomar alguma decisão importante. A dica é utilizar um pequeno “congelamento” na situação e identificar os pensamentos que estão acontecendo naquele exato momento. Eles podem ser pequenas frases (""sou um fracasso"") ou até mesmo imagens (""pude ver a cena de todos rindo de mim"").
Uma vez identificados os pensamentos, faça o teste das evidências com questionamentos simples:
· Posso estar exagerando?
· Estou confundindo possível com provável?
· Estou confundindo medo com realidade?
· Estou desistindo do que é o possível pelo fato de não ser o ideal?
· Como aconselharia um amigo ou uma amiga na mesma situação?
As respostas a essas perguntas costumam desinflar as distorções cognitivas e permitem reformular os pensamentos. Por consequência, há a estruturação de emoções mais apropriadas e a possibilidade de decisões mais assertivas. Isso é o que chamamos de flexibilização cognitiva, um dos grandes pilares da resiliência.
Vamos dar um exemplo do teste das evidências.
Você tem que fazer uma apresentação e se preparou muito para ela. Quando percebe que está chegando a hora, você sente a boca seca e as mãos suando. Você está pensando seriamente em desistir e inventar alguma desculpa para fugir daquela situação. Nesse exato instante, você respira e procura prestar atenção nos seus pensamentos: “vou esquecer tudo que preciso dizer”, “será um vexame”.
Com o diálogo interno, você faz o teste das evidências:
Posso estar exagerando?
É possível que sim. As pessoas ficam nervosas antes de apresentações. Até oradores experientes relatam boca seca antes de uma apresentação.
Estou confundindo possível com provável?
É verdade. É possível dar um branco na hora, sim. Mas eu me preparei muito para a apresentação e já fiz isso outras vezes. Não é provável que eu esqueça tudo. E, na pior das hipóteses, eu consulto as minhas anotações e retomo o rumo.
Estou confundindo medo com realidade?
É verdade. O fato de eu estar com medo de que as coisas deem errado não quer dizer que elas vão dar errado.
Notou como o teste das evidências esfriou a catastrofização que estava na cabeça de nossa personagem? Utilizar isso na prática pode parecer difícil num primeiro momento, mas podemos fazer a comparação com o ato de aprender a dirigir ou a cozinhar. No início, temos que focar em cada movimento, e o processo é lento e artificial. Mas, com a prática, as pessoas dirigem e cozinham de modo automático. Com a flexibilização cognitiva ocorre o mesmo. Pratique! A resiliência agradece.
Saiba mais
· O filme Rainha de Katwee (The queen of Katwee), de Tim Crothers, conta a história de Phiona, uma menina de dez anos que mora em uma comunidade carente em Uganda. Um dia, ela assiste a uma aula de xadrez e se interessa tanto pelo jogo que, com perseverança, resiliência e ambição, acaba virando uma talentosa jogadora de xadrez.
· O TedTalk “A chave para o sucesso? Determinação”, apresentado pela psicóloga norte-americana Angela Duckworth, conta sua história de carreira a partir do momento em que se tornou professora de matemática e como construiu a teoria de que o Q.I. não era o único fator que diferenciava os alunos bem-sucedidos academicamente dos que tinham dificuldades. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=H14bBuluwB8>. Acesso em: 26 ago. 2019.
· O filme Billy Elliot, lançado em 2001 e dirigido por Stephen Daldry, retrata a vida de um menino da Inglaterra que descobre no ballet um grande talento e uma grande paixão pela dança. A história mostra a sua luta para se tornar um dançarino, já que sua família é contra o esporte e ele tinha poucos recursos financeiros para perseguir seu sonho.
· O livro Garra, da psicóloga norte-americana Angela Duckworth, mostra a importância das nossas atitudes na perseverança e no foco para atingirmos os resultados que desejamos em diversas áreas de nossas vidas.
· DUCKWORTH, Angela L. Garra: o poder da paixão e da perseverança. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.
· DUCKWORTH, Angela L.; PETERSON, C.; MATTHEWS, M. D.; KELLY, D. R. Grit: Perseverance and passion for long-term goals. Journal of Personality and Social Psychology, v. 92, n. 6, p. 1087-1101, 2007.
· DUCKWORTH, Angela L.; SELIGMAN, Martin E. P. Self-Discipline Outdoes IQ in Predicting Academic Performance of Adolescents. Psychological Science, v. 16, n. 12, p. 939–944, 2005.
Aula 5 – Mais que apenas explicações
Pesquisas apontam que o modo como as pessoas formulam as explicações para as causas dos acontecimentos negativos exerce:
· 
A
pouca influência na resiliência.
· 
B
um grande impacto na resiliência.
· 
C
nenhum impacto na resiliência.
Pessoas que acreditam que as causas dos eventos indesejáveis serão permanentes tendem a ser menos resilientes. Um exemplo desse tipo de postura para explicar uma corrida que não foi terminada pode ser observado em:
· 
A
Faltou pouco para terminar a corrida.
· 
B
Preciso treinar correr em subidas.
· 
C
Eu nunca consigo terminar uma corrida.
Pessoas que tendem a estender a abrangência das áreas dos eventos negativos costumam ser menos resilientes. Um exemplo desse tipo de postura para explicar uma nota baixa na disciplina de cálculo do curso de Engenharia pode ser observado em:
· 
A
A disciplina de cálculo exige muito esforço.
· 
B
É muito difícil acompanhar o curso de Engenharia.
· 
C
Eu sempre vou mal nas provas de cálculo.
Pessoas que tendem a atribuir toda a responsabilidade dos eventos negativos para si, ou toda para outros fatores, tendem a ser menos resilientes. Um exemplo desse tipo de postura para explicar a reprovação numa entrevista de trabalho pode ser observado em:
· 
A
Eles não têm pessoas capazes de avaliar a competência dos candidatos.
· 
B
Preciso ser mais didático, pode ser que eles não tenham entendido as minhas intenções.
· 
C
Preciso aprimorar o meu inglês, pois ele passou a ser fundamental nas empresas.
Leitura
Pesquisas apontam que o modo como as pessoas formulam as explicações para as causas dos acontecimentos negativos tem um grande impacto na resiliência. O Dr. Martin Seligman, professor na Universidade da Pensilvânia, aponta três domínios do estilo explicativo que merecem atenção: duração, abrangência e responsabilidade.
Domínio da duração
Pessoas que acreditam que as causas dos eventos ruins serão permanentes tendem a ser menos resilientes. Pessoas que acreditam que as adversidades são temporárias tendem a ser mais resilientes. Vamos exemplificar. Observe o esquema:
Outro exemplo:
Os advérbios “sempre” e “nunca” costumam aparecer com frequência no discurso das pessoas que percebem de forma distorcida a duração dos eventos negativos. Quando issoocorre, não há motivação para empenhar esforço para superar as adversidades. Isso compromete a resiliência.
Domínio da abrangência
As pessoas que tendem a estender a abrangência dos eventos negativos costumam ser menos resilientes. Os indivíduos que restringem os eventos negativos à sua real dimensão tendem a ser mais resilientes. Veja o exemplo:
Mais um exemplo:
As pessoas que distorcem a explicação das causas dos eventos negativos, estendendo a abrangência das dificuldades, tornam os desafios muito maiores do que realmente são. Isso faz com que a percepção do esforço a ser empreendido para superar as dificuldades seja muito maior do que a realidade exige, o que compromete a resiliência, pois desencoraja o enfrentamento dos desafios.
Domínio da responsabilidade
Pessoas que tendem a atribuir toda a responsabilidade dos infortúnios para si, ou toda para outros fatores, tendem a ser menos resilientes. Veja alguns exemplos dessa postura:
Outro exemplo:
Raramente, a responsabilidade total das causas dos eventos negativos pode ser atribuída para si ou para outros fatores. Geralmente há fatores externos e internos que interferem no resultado final. Quando a pessoa atribui o correto balanço de responsabilidade pelos infortúnios, ela consegue empenhar energia para aprimorar aquilo que está sob sua responsabilidade. Isso permite focar esforços e não amplia os desafios. Esse equilíbrio facilita o fomento da resiliência.
Uma boa dica é fazer a avaliação realista das responsabilidades e perceber o que está sob o seu controle e o que não está. Todo o esforço deve ser empregado naquilo que é de sua responsabilidade e está sob o seu controle.
Modificando os estilos explicativos
O que o Dr. Martin Seligman e seus colaboradores de pesquisa observaram em milhares de participantes envolvidos em seus estudos é que as pessoas tendem a adquirir hábitos para explicar os eventos negativos. Isso faz com que elas adquiram posturas que podem prejudicar a resiliência. A boa notícia é que os estudos também mostraram que os estilos explicativos prejudiciais podem ser modificados.
A estratégia para isso é prestar atenção na forma como você explica os eventos negativos que estiver atravessando. Para isso, faça as seguintes perguntas para si mesmo no momento das dificuldades:
· Estou considerando que o evento não é permanente e que tudo passa?
· Estou aumentando a abrangência do problema que estou enfrentando, expandindo os seus efeitos para outras áreas?
· Estou atribuindo toda a responsabilidade para mim ou toda para outros?
Se a resposta for sim a qualquer uma dessas perguntas, procure flexibilizar os seus pensamentos, desafiando-os por meio de evidências. Uma dica para desafiar os pensamentos é iniciar com a seguinte frase:
Isso pode não ser verdade porque...
Vamos retomar alguns exemplos para mostrar como isso funciona:
Isso pode não ser verdade porque ter tido decepções amorosas até aqui não quer dizer que isso sempre irá ocorrer. As pessoas são diferentes umas das outras.
Isso pode não ser verdade porque o curso de Engenharia é muito mais do que a disciplina de cálculo. Asseguradamente, haverá disciplinas em que terei facilidade. Não estou sendo ingênuo de acreditar que cursar a disciplina de cálculo será uma tarefa simples. Mas vamos deixar o desafio do tamanho que ele é.
Isso pode não ser verdade porque o desentendimento não ocorreu apenas pela dificuldade técnica dele. Também preciso explicar os pressupostos da minha proposta, para que ele entenda aonde quero chegar. Também posso não estar enxergando algo que ele enxergou. Preciso entender o ponto de vista dele.
Após a flexibilização dos pensamentos, o estado emocional e a disposição para enfrentar os desafios ficam muito mais favoráveis para uma resolução assertiva. Isso é resiliência.
Mudar os hábitos dos estilos explicativos exige vigilância, esforço e perseverança. É a resiliência gerando resiliência.
Saiba mais
· O livro Em busca de sentido, de Viktor Frankl, conta a história real da experiência de um psicólogo em um campo de concentração. O autor narra como buscou sentido para a vida e como teve esperança e persistência para superar as adversidades.
· ASPINWALL L.G.; RICHTER, L.; HOFFMAN,III, R.R. Understanding how optimism works: an examination of optimists’ adaptive moderation in belief and behavior. In: CHANG, E.C. (ed.) Optimism & pessimism: implications for theory, research, and practice. Washington, DC: American Psychological Association, 2001. p. 217-238.
· PETERSON; STEEN. Optimistic Explanatory Style. In: LOPEZ, Shane J; SNYDER, C.R (ed.). The Oxford Handbook of Positive Psychology. 2.ed. Oxford: Oxford University Press.
· SELIGMAN, Martin. Florescer: uma nova e visionária interpretação da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Pesquisas apontam que a esperança é um componente essencial para o desenvolvimento da resiliência. Isso ocorre pois a esperança é:
· 
· A
a capacidade de saber esperar os objetivos acontecerem, mesmo diante das adversidades.
· 
B
um estado que alimenta a busca ativa de estratégias e ações para a conquista de objetivos.
· 
C
um estado que não permite a visualização das adversidades, tornando as pessoas mais otimistas.
O estabelecimento do objetivo é uma etapa importante na construção da resiliência. Para que isso ocorra de forma adequada, o objetivo precisa ser:
· 
· A
flexível, modesto, observável e com prazo definido para a concretização.
· 
B
abrangente, ousado, factível e com prazo amplo para a concretização.
· 
C
específico, realista, observável e com prazo coerente para a concretização.
Para aprender – Questão 3
Reconhecer os benefícios que serão obtidos com a conquista de um objetivo é importante, pois a antecipação mental do benefício:
· 
A
contribui para a sustentação dos esforços necessários para a conquista.
· 
B
possibilita o alento da pessoa, mesmo que ela não conquiste o objetivo.
· 
C
permite que a pessoa se acostume com o benefício e sonhe mais alto.
Para aprender – Questão 4
Desafiar os pensamentos que estruturam as dificuldades para atingir o objetivo é importante, pois essa postura:
· 
A
reformula as distorções da realidade, que podem superestimar os desafios e subestimar as capacidades de enfrentamento.
· 
· B
aumenta a coragem para enfrentar os obstáculos mesmo que eles sejam, numa visão realista, impossíveis de serem ultrapassados.
· 
C
cria uma realidade alternativa que mascara as dificuldades, impossibilitando o surgimento do desânimo perante os obstáculos.
Leitura
O intelectual alemão Albert Schweitzer disse certa vez:
“A tragédia não é quando um homem morre;
a tragédia é o que morre dentro de um
homem quando ele está vivo.”
Schweitzer estava se referindo à morte da esperança. Sem esperança, pouca coisa pode ser feita.
Uma das grandes estudiosas da área da resiliência, a Dra. Karen Reivich, da Universidade da Pensilvânia, corrobora a importância da esperança, afirmando que não existe resiliência sem esperança. Acontece que a esperança não é um estado espontâneo. Ela é um sentimento construído por meio de cinco etapas fundamentais: estabelecimento de objetivos, reconhecimento dos benefícios, identificação das dificuldades, planejamento de ação e a ação propriamente dita.
Esses passos foram bem estabelecidos nos trabalhos da Dra. Gabriele Oettingen, professora da Universidade de Nova York, que há mais de vinte anos desenvolve pesquisas para analisar estratégias de cumprimento de objetivos pessoais e de realização pessoal. Vamos explorar essas etapas de forma sintética.
Tenha um objetivo
É importante ser específico no estabelecimento dos objetivos. Metas amplas e pouco precisas costumam fazer com que as pessoas percam o foco. Além disso, os objetivos precisam ser realistas. A postura realista não significa uma postura modesta. Os objetivos podem ser ousados, mas factíveis. Metas inatingíveis dissolvem a esperança.
Outra característica de objetivos bem estruturados é torná-los observáveis e com prazo bem definido para a concretização. Vejamos um exemplo de uma forma apropriada e outrainapropriada de se estabelecer um objetivo.
Forma adequada: estudar 10 itens do edital do concurso nos próximos 20 dias.
Observe que o objetivo é específico (estudar 10 itens do edital); vamos admitir que ele seja factível; ele pode ser observável (eu sei se estudei o item ou não) e apresenta um prazo para a finalização (20 dias).
Forma inadequada: estudar para o concurso. (Estudar o quê? Até quando?)
Forma inadequada: estudar todos os 20 livros indicados para o concurso nos próximos três dias. (Apesar de ser específico e ter um prazo para a finalização, ele é pouco realista.)
Reconheça os benefícios de conquistar esse objetivo
Num programa de televisão, cujo tema era incentivar as pessoas a saírem do sedentarismo, o médico Dráuzio Varella afirma que a maioria das pessoas não correm pela sensação do início da corrida. Geralmente, é desanimador iniciar uma corrida. As pessoas correm para sentir o bem-estar que o final da corrida proporciona.
Essas observações são bastante coerentes com a visão da neurociência. Estudos demonstraram que as pessoas tendem a desistir de atividades que exigem esforço quando não conseguem “antecipar mentalmente” os benefícios que essa atividade pode proporcionar.
Essa etapa visa a exatamente isso: reforçar os benefícios proporcionados pela conquista do objetivo.
No nosso exemplo inicial, seria algo como: ""vou estudar pois conseguirei seguir a carreira com que sonho tanto; além disso, vou poder proporcionar estabilidade financeira para a minha família. Isso me traz muita segurança"".
Identifique os obstáculos
Os principais obstáculos a serem vencidos são os pensamentos que estruturam as dificuldades para atingir o objetivo, principalmente as distorções de percepção da realidade. São muito comuns:
· pensamentos característicos da mentalidade fixa, aquela que se esquece que o nosso cérebro pode sempre aprender: “não consigo aprender gramática”.
· pensamentos catastróficos, aqueles que exageram as dificuldades: “não sei nada de matemática”.
· pensamentos do tipo “tudo ou nada”: “se eu não conseguir estudar dois itens nos quatro primeiros dias, nem adianta continuar”.
· Estilos explicativos distorcidos para eventos negativos: “eu nunca passei num concurso”, “será quase impossível passar”.
Todos esses pensamentos são verdadeiros venenos para a resiliência. É por isso que existe o próximo passo.
Desafie os pensamentos
Esta etapa visa a jogar um contraste nos pensamentos estruturados na etapa anterior, para identificar o que é real e o que é distorção. É hora de fazer o teste de evidências em cada um dos pensamentos listados. Algumas perguntas auxiliam nessa tarefa:
· Desafie a mentalidade fixa:
– Não consigo aprender gramática.
Isso pode não ser verdade porque posso ser mais lento Para aprender gramática, mas não quer dizer que não consigo aprender.
· Desafie os pensamentos catastróficos:
– Não sei nada de matemática!
Isso pode não ser verdade porque é um exagero dizer que não sei nada de matemática. Sei o básico. Além disso, o que posso aprender nesses dias pode ser suficiente para o concurso.
· Desafie os pensamentos do tipo “tudo ou nada”:
– Se eu não conseguir estudar dois itens nos quatro primeiros dias, nem adianta continuar.
Isso pode não ser verdade porque desistir é que não adiantará nada. Se eu não conseguir estudar alguma coisa, manterei o ritmo e estudarei o que for possível.
· Desafie os estilos explicativos:
– Eu nunca passei num concurso. Será quase impossível passar.
Isso pode não ser verdade pelo fato de que não ter conseguido até agora não significa que não é possível. É muito comum as pessoas fazerem várias tentativas até entrar. Tenho que cobrar de mim o esforço de continuar estudando e me aprimorar cada vez mais.
Quanto mais identificamos as armadilhas e desafiamos os pensamentos, mais natural e espontâneo se tornará o processo. Isso permite que as dificuldades sejam percebidas com a sua real dimensão e os esforços sejam concentrados no que vale a pena.
Estabeleça um plano e coloque-o em prática
Esta etapa define o planejamento para atacar os obstáculos reais e traçar um caminho, que será apenas um mapa de direção. Imprevistos acontecem, e flexibilidade é o lema.
Por exemplo: eu vou começar a estudar pelos itens que tenho mais afinidade, assim reforço o que sei. Farei isso nos 10 primeiros dias. Depois dedicarei oito dias aos itens que tenho mais dificuldade. Nos dois dias finais do prazo, dedicarei o tempo resolvendo provas de concursos anteriores.
Em resumo, podemos colocar as etapas descritas no acrônimo TRIDE:
Tenha um objetivo
Reconheça os benefícios de atingir esses objetivos
Identifique os obstáculos
Desafie os pensamentos
Estabeleça um plano e coloque-o em prática
Dê um TRIDE nos seus objetivos. A resiliência e a esperança agradecem!
Saiba mais
· A palestra “Repensando o pensamento positivo”, da professora de psicologia Gabriele Oettingen, da Universidade de Nova York, apresenta a visão da pesquisadora sobre motivação, mudanças de comportamento e pensamento positivo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7mobxikaYgU>. Acesso em: 26 ago. 2019.
· O livro O fator resiliente (The resilience factor), escrito por Karen Reivich e Andrew Shatte, apresenta sete etapas para desenvolver a resiliência e superar as adversidades.
· SHATTÉ, A. J.; GILLHAM, J. E.; REIVICH, K. Promoting hope in children and adolescents. In: GILLHAM, J.E. (Ed.). Laws of life symposia series. The science of optimism and hope: research essays in honor of Martin E. P. Seligman. West Conshohocken, PA, US: Templeton Foundation Press, 2000. p. 215-234.
· OETTINGEN, G.; SCHNETTER, K.; PAK, H. J. Self-regulation of goal setting: Turning free fantasies about the future into binding goals. Journal of Personality and Social Psychology, 80, n.5, p. 736-753, 2001.
· OETTINGEN, G.Future thought and behaviour change. European Review of Social Psychology, 23, n.1, p. 1-63, 2012.

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