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INTRODUÇÃO À FONOAUDIOLOGIA PROF.A JÉSSICA ANGELICA RIBEIRO Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Gestão Educacional: Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira Letícia Toniete Izeppe Bisconcim Mariana Tait Romancini Produção Audiovisual: Heber Acuña Berger Leonardo Mateus Gusmão Lopes Márcio Alexandre Júnior Lara Gestão da Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande responsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhecimento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivência no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mercado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4 1 - BREVE APRESENTAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA ............................................................................................... 5 2 - HISTÓRICO DA FONOAUDIOLOGIA NO MUNDO ............................................................................................... 5 3 - FONOAUDIOLOGIA NO BRASIL ........................................................................................................................... 6 3.1. CONSELHO FEDERAL E REGIONAIS DE FONOAUDIOLOGIA ........................................................................... 9 3.2. SÍMBOLOS DA FONOAUDIOLOGIA .................................................................................................................. 12 3.2 LEIS QUE REGULAMENTAM A FONOAUDIOLOGIA ........................................................................................ 14 HISTÓRICO DA FONOAUDIOLOGIA, LEIS E REGULAMENTAÇÕES PROF.A JÉSSICA ANGELICA RIBEIRO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FONOAUDIOLOGIA 4WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A disciplina de Introdução à fonoaudiologia abordará noções básicas da área para situar o acadêmico quanto ao histórico profissional, às leis que regulamentam a profissão, as áreas de atuação, o inter-relacionamento da fonoaudiologia com outras áreas de conhecimento e os conceitos básicos profissionais que irão embasar o aluno para o estudo de disciplinas posteriores. Na primeira unidade, os assuntos que serão abordados estão divididos em: Histórico da fonoaudiologia no mundo, histórico da fonoaudiologia no Brasil, símbolo da fonoaudiologia – descrição e significado, leis que regem a profissão e resoluções acerca das especialidades do profissional fonoaudiólogo. Entendemos que o estudo do histórico da profissão e o conhecimento de suas origens são fundamentais para que o acadêmico crie uma identidade com sua área de estudo e sua futura profissão. 5WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - BREVE APRESENTAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA Fonoaudiologia é a ciência da saúde, que tem como objeto estudar as funções neurovegetativas e a comunicação humana. Preocupa-se com a melhora da qualidade de vida do ser humano, atuando desde a prevenção até a reabilitação. Dessa forma, atende desde a gestante até o idoso. O fonoaudiólogo trata os aspectos relacionados à linguagem oral e escrita, audição central e periférica, voz, fluência e funções do sistema estomatognático como sucção, respiração, deglutição e mastigação. Ao se formar em Fonoaudiologia, o profissional pode optar por trabalhar sozinho ou em equipe multidisciplinar com fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, médicos, dentistas e outros profissionais, segundo Uningá (2018). A formação em fonoaudiologia apresenta uma profissão generalista com atuação em caráter preventivo, curativo como também estético. A nossa disciplina visa propiciar ao aluno conhecimentos básicos sobre a profissão e motivá-lo a avançar na sua trajetória de formação profissional. 2 - HISTÓRICO DA FONOAUDIOLOGIA NO MUNDO Utilizamos como referência o documento sobre o estudo sincrônico da Fonoaudiologia no Brasil e o histórico da profissão no mundo, que foi realizado por meio de um trabalho conjunto da APROFERJ, hoje atual SINFERJ, e da Sociedade Brasileira de Logopedia, hoje extinta. O documento foi redigido pelos seguintes fonoaudiólogos: Paulo Goulart, Sandra Alves Goulart, Solange Issler, Marjorie Hasson, Mara Dantas e publicado no Jornal Brasileiro de Reabilitação – Órgão Oficial de Entidades da Reabilitação – Nº 4 – Volume IV – Edições 15 e 16 – junho e setembro de 1984. O intuito do documento foi fornecer subsídios junto ao Poder Legislativo e Executivo do Governo a fim de aprovar a regulamentação da profissão. O trabalho faz referência a personalidades da antiguidade, que se ocuparam sobre o estudo das patologias da linguagem, em especial, sobre a surdez, como Aristóteles e Santo Agostinho, considerando-os como os primeiros fonoaudiólogos intuitivos e preocupados com reabilitação. Demóstenes é mencionado como fundador clássico da fonoaudiologia por usar treinos com o objetivo de melhorar sua locução. Ele utilizava seixo (pedra) entre os dentes durante a fala e recitava poemas enquanto corria contra o vento pela areia da praia, assim, ele conseguiu melhorar sua gagueira e foi considerado por historiadores como um dos melhores oradores do seu tempo. Acesse o link: http://crefono1.gov.br/a-fonoaudiologia/historia/ e leia na íntegra o documento que foi publicado no Jornal Brasileiro de Reabilitação – Órgão Oficial de Entidades da Reabilitação – Nº 4 – Volume IV – Edições 15 e 16 – junho e setembro de 1984. 6WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA O sobrenome Bell também contribuiu muito com a fonoaudiologia, pois Charles Bell trabalhou como professor de elocução, Neville Bell também lecionou elocução e fonética e criou o visible speech, um sistema de análise visual da onda sonora. Alexandre Graham Bell, por sua vez, trabalhou durante a vida com educação de surdos e a comunicação. Em 1900, ocorreu o reconhecimento da profissão fonoaudiólogo na Hungria, nos 40 anos subsequentes Áustria, Nova Zelândia, Alemanha, Noruega, e Iugoslávia também reconhecem a profissão. Nos anos 60, mais onze países entram nessa lista. No século XX, houve, então, avanços consideráveis para a profissão. Devido às questões levantadas a respeito da fonética, da linguística, da física acústica e das ciências médicas, iniciaram-se os primeiros estudos sistemáticos para estes profissionais que eram chamados de elocucionistas ou fonéticos, que, até então, utilizavam tratamento médico com a terapia elocutiva baseada no estudo de uma fonética muito rígida e mecanicista. Saussure, com sua obra sobre língua e linguagemestudadas cientificamente, contribuiu muito para a fonoaudiologia, abrindo possibilidades teóricas e organizando o campo de estudo desta profissão. Nos anos 50, nos Estados Unidos, nasceu a 1ª Teoria da Comunicação. Psicólogos, matemáticos, engenheiros eletrônicos e físicos acústicos se reuniram para estudos, e, a partir daí, trilharam um caminho para estudar linguagem dentro das Ciências da Comunicação. A audiologia, desde o início, esteve incorporada à fonoaudiologia, devido à necessidade de se estudar não só a linguagem expressiva como também a receptiva. Os conhecimentos dessa ciência originaram-se da Física Acústica e da Engenharia Eletrônica, que com o passar dos anos passou a ser usada no diagnóstico médico e na avaliação da audição humana. O primeiro audiômetro surgiu nos Estados Unidos e, inicialmente, seu uso era voltado para o estudo da logoaudiometria, ou seja, medida das palavras, o uso para topodiagnóstico médico realizado até hoje ocorreu posteriormente. Esse contexto de crescimento dos estudos na área ganha ainda mais força após as duas grandes guerras mundiais, em vista de que muitos soldados feridos precisaram de reabilitação, tanto no campo da linguagem receptiva como da linguagem expressiva, o que possibilitou novos estudos e desenvolvimento de técnicas e cuidados com essa população de “homens mutilados” (LACERDA et. al, 1998). 3 - FONOAUDIOLOGIA NO BRASIL A Fonoaudiologia, ou logopedia, ou estudos da fala e da audição, como eram também chamados, surgiu por volta da década de 30 no Brasil, devido à necessidade de um profissional que se preocupasse com a prevenção da saúde e também com questões relacionadas a erros de linguagem dos escolares, segundo CFFa (2018). Na década de 30, o contexto nacional era de movimento nacionalista e de desenvolvimentismo, havia a busca por uniformizar a língua como um fator de unidade nacional, existia preocupações quanto à estética da língua nas artes e nas “variações dialéticas e patológicas na fala das crianças” surgiram então os ortofonistas, mostra Lacerda (1998, p. 13). Os ortofonistas tinham como objetivo trabalhar a pronúncia correta dos sons da língua e estavam ligados ao magistério, porém, com necessidade de especialização em reabilitação (reeducação), o que os aproximavam da área médica e lhes garantiam status privilegiado entre as profissões, coloca Cavalheiro (1997, p. 179). 7WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Após as guerras mundiais, mesmo o Brasil não tendo ligação direta com elas, foram enfatizadas as demandas de reabilitação, aproximando a fonoaudiologia do campo médico em razão da necessidade de desenvolver técnicas para reabilitação dos soldados feridos em diversos campos das ciências da saúde, na fonoaudiologia surgiram trabalhos importantes sobre avaliação e reabilitação auditiva e reabilitação da linguagem e fala, afirma CFFa (2018) e LACERDA (1998). Na década de 60, surgiram os primeiros cursos de fonoaudiologia no país, primeiramente na Universidade de São Paulo (USP) e hoje espalhados por todo o país em aproximadamente 100 faculdades, segundo o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa, 2018). Inicialmente, o curso da USP teve uma visão médica e estava ligado à clínica de otorrinolaringologia. Tinha como critério de seleção que os candidatos fossem professores formados com experiência em trabalhos ligados a crianças excepcionais, e mesmo se fossem ligados à área médica (tendo a doença como objeto de estudo), era associado à área educacional. Já na PUC de São Paulo, o curso estava ligado à clínica de psicologia, e surgiu devido a necessidade da busca de soluções para os problemas escolares. A partir da oficialização dos cursos que nesse momento tinham o status de especialização, a fonoaudiologia busca se firmar como atividade prática e especializada, explica Cavalheiro (1997). Por sua história e características, a Fonoaudiologia, hoje, pode ser compreendida como pertencendo ao campo das ciências humanas, se considerar-se que seu interesse central é a comunicação humana. Por outro lado, ela pode ser compreendida como pertencendo ao campo das ciências da saúde, se considerar- se que seu interesse volta-se, principalmente para a saúde do indivíduo no tocante às alterações da comunicação humana. Entretanto, ela foi tomada como esfera que procura conhecer o homem enquanto sujeito comunicante, estamos inserindo-a num campo epistêmico interdisciplinar e multidisciplinar que interage e dialoga com as ciências biológicas, com as ciências da linguagem e da comunicação (LACERDA, 1998, p. 14). O currículo do curso publicado em 1976 trazia disciplinas voltadas para a reabilitação, mas havia a disciplina Elementos de Pedagogia à Didática Especial, que demonstra a presença das questões escolares, informa Cavalheiro (1997). Com o aumento dos estudos na área, e aumento dos profissionais, houve a organização destes e a formação dos órgãos de classe, iniciando com a American Speach, Hearing and Language Association (ASHA), órgão atuante, e forte até hoje, nos Estados Unidos. No Brasil, o primeiro órgão de classe foi a Associação Brasileira de Fonoaudiologia, fundada em 1962. Durante anos, os profissionais lutaram para que o curso de Fonoaudiologia fosse um curso superior de longa duração. Em 9 de dezembro de 1981, finalmente, o Deputado Otacílio de Almeida conseguiu aprovação dos projetos e a Lei nº 6965/81 foi homologada pelo Presidente da República. 8WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Art. 1º - É reconhecido em todo o Território Nacional o exercício da profissão de Fonoaudiólogo, observados os preceitos da presente Lei”. Parágrafo único. “Fonoaudiólogo é o profissional, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapias fonoaudiológicas na área da comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como em aperfeiçoamento dos padrões da fala e da voz (BRASIL, 1981). Surge, então, a partir do reconhecimento e da definição referida na Lei, à possibilidade de atuação não só na avaliação e reabilitação, mas na prevenção também. Lacerda et al. (1998, p. 10) definiu o profissional fonoaudiólogo: O fonoaudiólogo é responsável pela saúde da comunicação humana. Comunicação é uma característica humana que pode ser observada ao longo da vida, através de padrões mais ou menos desenvolvidos. O doente fonoaudiológico sofre de uma manifestação patológica que altera a saúde fundamentalmente pelo sofrimento; pela perda ou insucesso da capacidade fundamental e estrita de espécie, que é a de processar a produção e expressão de suas ideologias e do poder de, pela palavra, criar e transformar o mundo. Podemos observar que esta visão do trabalho fonoaudiológico pauta-se na doença, portanto, no trabalho de reabilitação desses doentes. Limongi (1990) afirma que o trabalho do fonoaudiólogo trazendo as ideias de prevenção e promoção de saúde a partir de uma intervenção social, saindo de uma concepção saúde doença, para abrir espaços para questões educacionais, sociais e clínicas. Ao se pensar em um indivíduo que apresente alteração em uma ou mais das condições necessárias à comunicação efetiva, sejam elas físicas, psicológica, educacional ou social, e considerando-se esse mesmo indivíduo como um ser social, a atuação do profissional em questão deverá abranger o trabalho com o indivíduo e o meio. Esse meio será mais restrito ou mais amplo dependendo da idade, nível socioeconômico-cultural e da alteração apresentada. A partir do momento que o trabalho desse profissional é aceito e que se tem como objetivo prevenir, reeducar ou reabilitar, esta se falando em mudanças, sejam em nível do próprio indivíduo (pelo menos física e psicologicamente), sejam em nível social, considerando-se família, escola e trabalho. A atuação, portanto, se dá com transformações em vários níveis, ficando claro,dessa maneira, que a intervenção feita também se dará em tantos outros níveis (LIMONGI, 1990, p. 160). A partir da regulamentação e da ampliação do campo de trabalho, o currículo mínimo foi reformulado e implantado em 1983, embora ainda muito restrito às ações de reabilitação. A autorização do curso pelo MEC ocorreu em 1977, na categoria bacharelado. A partir daí, foram criados os Conselhos Federal e Regionais, que regem os profissionais deste curso. A união dos profissionais faz com que o conselho seja ativo e atualize questões relacionadas à profissão, como as leis que foram criadas a partir do movimento da classe, mostra Cavalheiro (1997). Em 1993, o Conselho Federal de Fonoaudiologia reuniu profissionais e promoveu o I Fórum de Formação Profissional, neste momento foi discutido sobre o currículo mínimo e este foi revisto para que a formação do profissional. Embora ainda hoje precisamos trilhar caminhos para que, de fato, a Fonoaudiologia não tenha apenas um enfoque clínico e atue em ações coletivas tanto no sistema educacional como no sistema de saúde, é preciso reconhecer que esse movimento vem se fortalecendo desde os anos 80, segundo Cavalheiro (1997). 9WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 3.1. Conselho Federal e Regionais de Fonoaudiologia O Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) e os Conselhos Regionais de Fonoaudiologia são autarquias com a função de fiscalizar o exercício profissional. O Conselho federal tem função normativa, ou seja, poder de definir as normas e atos que devem conduzir o exercício profissional. Os Conselhos Regionais devem zelar e fazer cumprir com o disposto na lei 6965/81, nas resoluções e portarias da entidade, além de expedir a documentação necessária à habilitação da atividade profissional, pois sem ela o exercício profissional é ilegal. A fiscalização é um procedimento que envolve desde a orientação até a autuação, se necessário. O objetivo é proteger e qualificar a atividade do fonoaudiólogo, que deve ser praticada dentro dos preceitos da lei e do seu código de ética (CFFª 2018). Os conselhos Regionais são divididos em oito, e abrangem todas as regiões do nosso país: • CRFª 1ª Região compreende o Estado do Rio de Janeiro; • CRFª 2ª Região, o Estado de São Paulo; • CRFª 3ª Região, os Estados do Paraná e Santa Catarina; • CRFª 4ª Região, os Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba; • CRFª 5ª Região, os Estados do Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Amapá, Tocantins, Goiás e Distrito Federal; • CRFª 6ª Região, os Estados do Mato Grosso do Norte, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo; • CRFª 7ª Região, o Estado do Rio Grande do Sul; • CRFª 8ª Região, os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. 10WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Na Figura 1, podemos observar o número de profissionais fonoaudiólogos no Brasil, de acordo com as regiões de nosso país. Figura 1 - Número de fonoaudiólogos no Brasil por Conselho Regional. Fonte: CFFª (2018). 11WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Na figura 2, aparece o número de fonoaudiólogos divididos por Estado: Figura 2 - Número de fonoaudiólogos no Brasil por Estado. Fonte: CFFa (2018). 12WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 3.2. Símbolos da Fonoaudiologia Anterior ao símbolo adotado em 1998, tínhamos a insígnia acima. O Crefono 1 resgatou a história e levantou dados junto a profissionais, documentos, convites e anéis de formatura para compreender a representação dessa insígnia. Foi levantado que esta foi criada entre as décadas de 1940 e 1950 e que é constituída pelo bastão e a serpente, pela pena e pelos ramos de café. Figura 3 - Insígnia da Fonoaudiologia Fonte: Crefono 1 (2018). De acordo com o texto publicado no site do Crefono 1, o bastão e a serpente estão presentes em diversos símbolos de profissões da saúde, e foram inspirados em Asclépio, a quem foi dado o poder da cura – lembrando que as representações são referências a mitologia grega. Portanto, segundo a mitologia, Asclépio era filho de Apolo e Coronis, e tornou-se discípulo de Quiron, que lhe ensinou sobre a cura por meio de plantas, banhos, terapias, jogos, músicas e dramatizações. Após ter sido fulminado com um raio por Zeus, por ter ousado ressuscitar os mortos, Asclépio passou a ser cultuado, por gregos e romanos como o “deus da cura”. Em várias esculturas gregas e romanas e em descrições de textos clássicos, Asclépio é sempre representado segurando um bastão com uma serpente em volta. A serpente, em amarelo, representa a prudência, a vigilância, a sabedoria, a vitalidade, o poder de regeneração e a preservação da saúde. O bastão, em marrom, simboliza os segredos da vida terrena, o auxílio e suporte da assistência à saúde e o poder da ressurreição. A origem vegetal do bastão representa as forças da natureza e as virtudes curativas das plantas. Hoje, o bastão e a serpente têm sido utilizados por muitas profissões de saúde como forma de simbolizar o desejo pela manutenção, restabelecimento da saúde e da cura para os problemas de saúde física e mental. A pena, em cor branco rajado, representa o meio de comunicação humana mais primitivo e importante na história da civilização, desde os primórdios até a Idade Média. A comunicação escrita foi criada por Toth, venerado e transformado em deus criador pelos antigos egípcios, desde que trouxera o uso da escrita hieroglífica, da alquimia, da matemática, da medicina, da arquitetura, da magia, enfim, a base de todas as ciências que levaram os egípcios a um altíssimo nível de conhecimento. Toth era o deus da Lua, da sabedoria, o medidor do tempo, e o inventor do sistema de escrita, criador dos hieróglifos e do sistema de numeração. 13WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Segundo Platão, Toth, também chamado por muitos de Hermes, foi o pai das letras, da geometria, revelador do uso dos números e da astronomia. Deixou mais de dois mil livros escritos, quase todos destruídos quando do incêndio da Biblioteca de Alexandria. Segundo a antiga tradição egípcia, Toth era a mente e a palavra falada de RA, deus egípcio criador do universo. A palavra constituía o poder com que RA objetivava suas ideias, po meio de Toth, considerado o deus protetor de todas as artes, ciências, e produções intelectuais. Foi ele o responsável por transmitir o alto conhecimento da civilização que morria para a nova que nascia. Toth era poderoso em conhecimento e em discurso divino. Foi o inventor da linguagem escrita (hieroglifos) e falada. Como o Senhor dos Livros, era o escriba dos deuses e patrono de todos os escribas. Ele representa, portanto, a Sabedoria como a mais alta função da nossa mente. Era o guardião postado entre os reinos racional e o intuitivo, permitindo a expressão articulada da intuição, mostrando o caminho além das limitações do pensamento. Por volta de 300 anos a.C., apareceu a primeira caneta feita com junco ou bambu, cuja ponta era talhada fina e embevecida em tinta retirada de plantas. Na Idade Média, surgiu a caneta feita por uma imensa pena de pássaro, onde o bico da pena era imerso em tinta. Os primeiros livros escritos na Europa foram de bico de pena. Assim, tanto a comunicação à distância quanto os documentos e livros históricos e literários tiveram seus registros, até a contemporaneidade, graças à comunicação escrita à pena. O ramo de café acrescentado à insígnia dá o toque final da simbologia nacional. Presente no Brasão da República, o ramo de café simboliza a riqueza nacional que marcou a economia brasileira à época do Segundo Reinado e início da República. Portanto a insígnia representa uma riqueza de significados e foi resgatada e reconstruídapelo Crefono 1 para os profissionais conheçam sua história e significado. No ano de 1996, houve um concurso entre os profissionais fonoaudiólogos com o objetivo de escolher um novo símbolo para a profissão. O mais votado foi criado pela fonoaudióloga Letícia Caldas Teixeira de Minas Gerais. E em 07 de Julho de 2001, o Conselho Federal de Fonoaudiologia, por meio da resolução Nº 278, oficializou os símbolos emblemáticos da Fonoaudiologia. O símbolo é constituído por Um círculo contendo em sua parte superior o nome da profissão – “Fonoaudiologia” em cor azul royal; ao centro a letra “F” estilizada, na cor vermelha; ao fundo e ao redor da letra “F” duas figuras geométricas, de forma côncava, raiadas e em sua parte inferior, losangos na cor vermelha, conforme matriz à disposição na sede dos Conselhos de Fonoaudiologia. A forma estilizada no centro do heráldico tem dupla significação e referencia-se à emissão e recepção do som pelo corpo humano. O “F”, de Fonoaudiologia, em primeiro plano no heráldico, lembra o despertar da serpente em movimento ascensional. Esse movimento nas práticas derivadas da sabedoria oriental, desperta o homem para a compreensão mais ampla da vida e do universo. Nesse sentido é também força de cura, de vivificação e os raios do outro referenciando-se à emissão e recepção do som pelo corpo humano (CFFa, 2001). 14WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 4 - Símbolo da Fonoaudiologia. Fonte: CFFa (2001). A mesma resolução ainda descreve como o símbolo da Fonoaudiologia, o anel de grau do Bacharel de Fonoaudiologia, deve ter as seguintes características: pedra – Safira azul, que representa o saber, enquanto busca permanente do conhecimento, para servir ao outro. O heráldico pode ser usado nos dois lados do anel. O profissional fonoaudiólogo poderá optar apenas pela pedra não se utilizando do heráldico da Fonoaudiologia (CFFª, 2001). 3.2 Leis que regulamentam a fonoaudiologia • Lei 6.965 de 9 de dezembro de 1981: Reconhecimento da profissão de Fonoaudiólogo: Art. 1º - É reconhecido em todo o Território Nacional o exercício da profissão de Fonoaudiólogo, observados os preceitos da presente Lei. Parágrafo único. Fonoaudiólogo é o profissional, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas na área da comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como em aperfeiçoamento dos padrões da fala e da voz (BRASIL, 1981). No dia 9 de dezembro é, desta forma, a comemoração do Dia nacional do Fonoaudiólogo. Campanha Dia do Fonoaudiólogo 2017 https://www.youtube.com/watch?time_continue=8&v=DEjkFjMvk4w 15WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Lei 10.436, de 24 de abril de 2002: Inclusão da disciplina de Libras na graduação de Fonoaudiologia. Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente (BRASIL, 2002). • Lei 11.704, de 18 junho de 2008: “Art. 1º É instituído o Dia Nacional da Voz, a ser celebrado anualmente no dia 16 de abril, com o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a importância dos cuidados com a voz” (BRASIL, 2008). • Lei Federal 12.303, de 2 de agosto de 2010 - Teste da Orelhinha: “Art. 1º É obrigatória a realização gratuita do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas, em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências” (BRASIL 2010). A realização do exame em todos os neonatos possibilita a identificação e intervenção precoce em bebês com deficiência auditiva possibilitando um melhor desenvolvimento. • Lei 13.002, de 20 de junho de 2014: “Art. 1º É obrigatória a realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês, em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências (BRASIL, 2014). Assim como o Teste da Orelhinha, a realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo Lingual garante a intervenção precoce e previne a ocorrência de alterações futuras. Agora, veremos algumas resoluções, conforme o CFFa (2018), que tratam das especialidades em Fonoaudiologia. Todas elas podem ser acessadas na íntegra no site do Conselho Federal de Fonoaudiologia. Dia Mundial da Voz https://www.youtube.com/watch?v=9HDn8KiBw24 Resoluções dispostas na íntegra. http://www.fonoaudiologia.org.br/cffa/index.php/resolucoes/ 16WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Resolução 218: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo, de acordo com a Portaria nº 19 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 231: “Altera a redação da Resolução CFFa nº 218, de 20 de dezembro de 1998, que dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo de acordo com a Portaria nº 19, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 234: “Dispõe sobre condições para funcionamento de clínicas e consultórios de Fonoaudiologia, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 260: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo em Triagem Auditiva Neonatal” (CFFa, 2018); • Resolução 274: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo frente à triagem auditiva escolar” (CFFa, 2018); • Resolução 309: “Dispõe sobre a atuação do Fonoaudiólogo na educação infantil, ensino fundamental, médio, especial e superior, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 337: “Dispõe sobre regulamentação dos procedimentos fonoaudiológicos clínicos no âmbito domiciliar e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 352: “Dispõe sobre a atuação profissional em Motricidade Orofacial com finalidade estética” (CFFa, 2018); • Resolução 357: “Dispõe sobre a competência técnica e legal do fonoaudiólogo para atuar na prevenção, avaliação e reabilitação dos transtornos do processamento auditivo” (CFFa, 2018); • Resolução 382: “Dispõe sobre o reconhecimento das especialidades em Fonoaudiologia Escolar/Educacional e Disfagia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 384: “Dispõe sobre a competência técnica e legal do fonoaudiólogo para realizar avaliação vestibular e terapia fonoaudiológica em equilíbrio/reabilitação vestibular” (CFFa, 2018); • Resolução 387: “Dispõe sobre as atribuições e competências do profissional especialista em Fonoaudiologia Educacional reconhecido pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, alterar a redação do artigo 1º da Resolução CFFa nº 382/2010, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 414: “Dispõe sobre a competência técnica e legal específica do fonoaudiólogo no uso de instrumentos, testes e outros recursos na avaliação, diagnóstico e terapêutica dos distúrbios da comunicação humana, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 427: “Dispõe sobre a regulamentação da Telessaúde em Fonoaudiologia e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 428: “Dispõe sobre a atuação do fonoaudiólogo na saúde do trabalhador e dá outras providências” (CFFa, 2018); 17WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Resolução 453: “Dispõe sobre o reconhecimento, pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, da Fonoaudiologia Neurofuncional, Fonoaudiologia do Trabalho, Gerontologia e Neuropsicologia como áreas de especialidade da Fonoaudiologia e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 466: “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas ao profissional Fonoaudiólogo Especialista em Neuropsicologia, e dá outras providências”(CFFa, 2018); • Resolução 467: “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas ao profissional fonoaudiólogo Especialista em Fonoaudiologia do Trabalho, e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 493: “Dispõe sobre perícia em Fonoaudiologia e dá outras providências” (CFFa, 2018); • Resolução 505: “Dispõe sobre a atuação do fonoaudiólogo na seleção, indicação e adaptação de aparelho de amplificação sonora individual (AASI)” (CFFa, 2018); • Resolução 507: “Dispõe sobre as atribuições e competências relativas ao fonoaudiólogo especialista em Fluência, e dá outras providências” (CFFa, 2018); Nesses anos de profissão regulamentada, muitas foram às lutas e muitas foram às vitórias alcançadas, porém, ainda temos muito por conquistar. Um dos frutos do esforço do Conselho de Fonoaudiologia foi à elaboração do código de ética novo que foi publicado em 2016 durante o V Encontro Nacional de Fiscalização do Sistema de Conselhos, que foi realizado em Brasília. Esse novo código de ética substitui o antigo de 2004 trata de temas atuais e importantes como respeito ao ecossistema, o uso e relacionamento com as redes sócias, além da definição do campo de atuação das auditorias e perícias fonoaudiológicas, informa Crefono 4 (2018). No link abaixo pode-se acessar o código de ética profissional na íntegra. http://www.fonoaudiologia.org.br/cffa/index.php/codigo-de-etica/ 1818WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 20 1 - ÁREAS DE COMPETÊNCIA DO FONOAUDIÓLOGO NO BRASIL ....................................................................... 21 2 - REALIZAR AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA ................................................................................................... 22 3 - DIAGNÓSTICO FONOAUDIOLÓGICO ................................................................................................................. 22 3.1. EXECUTAR TERAPIA (HABILITAÇÃO/REABILITAÇÃO) .................................................................................. 22 3.2. ORIENTAR PACIENTES, CLIENTES EXTERNOS E INTERNOS, FAMILIARES E CUIDADORES .................. 22 3.3. MONITORAR DESEMPENHO DO PACIENTE OU CLIENTE (SEGUIMENTO) ............................................... 23 3.4. APERFEIÇOAR A COMUNICAÇÃO HUMANA .................................................................................................. 23 3.5. EFETUAR DIAGNÓSTICO SITUACIONAL ........................................................................................................ 23 3.6. DESENVOLVER AÇÕES DE SAÚDE COLETIVA NOS ASPECTOS FONOAUDIOLÓGICOS ............................. 23 3.7. EXERCER ATIVIDADES DE ENSINO ................................................................................................................. 23 ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA PROF.A JÉSSICA ANGELICA RIBEIRO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FONOAUDIOLOGIA 19WWW.UNINGA.BR 3.8. DESENVOLVER PESQUISA .............................................................................................................................. 23 3.9. ADMINISTRAR RECURSOS HUMANOS, FINANCEIROS E MATERIAIS ...................................................... 24 3.10. COMUNICAR-SE .............................................................................................................................................. 24 4 - COMPETÊNCIAS PESSOAIS ............................................................................................................................. 24 4.1. PÓS-GRADUAÇÃO ............................................................................................................................................. 24 4.2. ESPECIALIZAÇÃO EM LINGUAGEM ............................................................................................................... 25 4.3. ESPECIALIZAÇÃO EM VOZ .............................................................................................................................. 26 4.4. ESPECIALIZAÇÃO EM AUDIOLOGIA ................................................................................................................ 27 4.5. ESPECIALIZAÇÃO EM MOTRICIDADE OROFACIAL ...................................................................................... 28 4.6. ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA ....................................................................................................... 29 4.7. ESPECIALIZAÇÃO EM DISFAGIA ..................................................................................................................... 29 4.8. ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA EDUCACIONAL .......................................................................... 30 4.9. ESPECIALIZAÇÃO EM GERONTOLOGIA ......................................................................................................... 30 4.10. ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROFUNCIONAL .................................................................................................. 32 4.11. ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA .................................................................................................. 32 4.12. FONOAUDIOLOGIA DO TRABALHO ................................................................................................................ 33 4.13. ESPECIALIZAÇÃO EM FLUÊNCIA .................................................................................................................. 34 20WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Na segunda unidade da disciplina de Introdução à fonoaudiologia, vamos trabalhar com o tema atuação fonoaudiológica, para que o aluno conheça as atribuições da profissão. Também vamos abordar, inicialmente, o documento Áreas De Competência Do Fonoaudiólogo No Brasil publicado pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia e, na sequência, sobre as áreas de especializações nas quais o fonoaudiólogo pode atuar. Atualmente, o conselho reconhece 12 áreas de atuação que são: Linguagem, Voz, Audiologia, Saúde Coletiva, Motricidade Orofacial, Fonoaudiologia educacional, Neuropsicologia, Fonoaudiologia do Trabalho, Gerontologia, Neurofuncional e Fluência. 21WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - ÁREAS DE COMPETÊNCIA DO FONOAUDIÓLOGO NO BRASIL Nesses 37 anos de reconhecimento da fonoaudiologia como profissão, muitas conquistas foram alcançadas, todavia, há muito mais para ser conquistado. O Conselho Federal de Fonoaudiologia, os Conselhos Regionais, a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e os profissionais lutam para que a profissão seja conhecida e valorizada em todo o território nacional, com o intuito de auxiliar os profissionais nas discussões e também de deixar claro para outras áreas do conhecimento o papel do fonoaudiólogo, o Conselho Federal de Fonoaudiologia, em 2002, editou documento intitulado Exercício Profissional do Fonoaudiólogo no Brasil – Caracterização das ações inerentes ao exercício profissional do fonoaudiólogo. Tal documento foi revisado e ampliado no ano de 2007 e recebeu o nome de Áreas de Competência do Fonoaudiólogo no Brasil, cujo conteúdo será apresentado nas próximas páginas. Segundo o documento, cabe ao profissional fonoaudiólogo Realizar avaliação fonoaudiológica; estabelecer diagnóstico de fonoaudiologia; executar terapia (habilitação/reabilitação); orientar pacientes, clientes internos e externos, familiares e cuidadores; monitorar desempenho do paciente ou cliente (seguimento); aperfeiçoar a comunicação humana; efetuar diagnóstico situacional; desenvolver ações de saúde coletiva dos aspectos fonoaudiológicos; exercer atividades de ensino; desenvolver pesquisas; administrar recursos humanos, financeiros e materiais e comunicar-se. Listaram-se, também, competênciaspessoais facultativas e habilidades, favorecendo o exercício profissional (CFFa, 2007). Cada uma das áreas de competência referidas no documento citado que pode ser acessado na íntegra na página do Conselho Federal de Fonoaudiologia, link: http://www.fonoaudiologia.org.br/publicacoes/epacfbr.pdf. 22WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2 - REALIZAR AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA A avaliação fonoaudiológica deve ser precedida da anamnese ou coleta de dados de entrevista para conhecimento da história clínica do paciente. Ao avaliar, o profissional utiliza de exame clínico, observações do comportamento relacionados à linguagem oral e escrita, voz, fluência da fala, articulação da fala, função auditiva periférica e central, função vestibular, sistema miofuncional orofacial e cervical, deglutição e seus transtornos. O exame clínico é realizado por meio de provas, testes, exames específicos, análises e pesquisas minuciosas, assim como a descrição de parâmetros e comportamentos, objeto da avaliação fonoaudiológica. O fonoaudiólogo tem a responsabilidade de analisar e interpretar os dados das avaliações realizadas. 3 - DIAGNÓSTICO FONOAUDIOLÓGICO As hipóteses de fatores relacionados com as manifestações observadas são apontadas e o diagnóstico fonoaudiológico é concluído assim como o prognóstico (previsão baseada em fatos ou dados reais e atuais, que pode indicar o provável estágio futuro de um processo). Com a conclusão da avaliação é estabelecida a conduta fonoaudiológica que indicará ou não a necessidade de terapia ou de encaminhamentos para outros profissionais. O diagnóstico sempre ocorre após a avaliação e antecede a conduta fonoaudiológica. 3.1. Executar terapia (habilitação/reabilitação) O profissional tem a competência para selecionar, indicar e aplicar métodos, técnicas e procedimentos terapêuticos para alcançar os objetivos traçados para o paciente e assim habilitar ou reabilitar a linguagem oral e escrita, voz, fluência da fala, articulação da fala, função auditiva periférica e central, função vestibular, sistema miofuncional orofacial e cervical e deglutição. Também é de sua responsabilidade definir os parâmetros de alta e dar alta ao paciente. 3.2. Orientar pacientes, clientes externos e internos, famili- ares e cuidadores Orientar e aconselhar os pacientes, familiares e cuidadores sobre questões relacionadas aos aspectos fonoaudiológicos é considerada área de competência do profissional. Com o intuito realizar esses esclarecimentos, o trabalho desse profissional envolve a “escuta, a explicação, a instrução, a demonstração, a proposição de alternativas e a verificação da eficácia das ações propostas”. A explicação deve ser feita de forma clara de modo que o cuidador, responsável e o próprio paciente compreenda, deve-se explicar a anatomia e fisiologia dos sistemas envolvidos, e o desenvolvimento das funções que estão sendo trabalhadas, é necessário ainda falar das propostas terapêuticas e das técnicas que serão utilizadas para alcançar o objetivo. Para realização do trabalho, pode haver necessidade de visitar domicílios, escolas e postos de trabalho. 23WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3.3. Monitorar desempenho do paciente ou cliente (segui- mento) O monitoramento deve acontecer para verificar a efetividade da terapia, ou ainda da adaptação das próteses e tecnologias assistivas. Após a ação de monitorar, pode haver necessidade de reformular condutas, rever métodos, técnicas ou terapias que estão sendo utilizadas, assim como a comparação de avaliações e discussão de prognósticos. 3.4. Aperfeiçoar a comunicação humana Cabe ao fonoaudiólogo, desenvolver programas que visem aperfeiçoar a linguagem oral e escrita, as funções cognitivas e os aspectos miofuncionais orofaciais e cervicais dos pacientes. Assim como toda a comunicação humana, seja ela em público, ocupacional ou profissional. 3.5. Efetuar diagnóstico situacional O diagnóstico situacional será realizado a partir da identificação do perfil epidemiológico, assistencial, infra estrutural e socioeconômico da população pesquisada. Analisar indicadores de saúde para definição de estratégias e para implantação de políticas públicas. 3.6. Desenvolver ações de saúde coletiva nos aspectos fon- oaudiológicos Desenvolver ações de saúde coletiva, como programas e campanhas de promoção de saúde nos aspectos fonoaudiológicos: saúde auditiva, saúde vocal, aspectos da comunicação humana, aspectos miofuncionais orofaciais e cervicais e da deglutição. Deve ainda implementar, coordenar, adaptar e gerenciar as ações, programas e campanhas de prevenção em saúde, sendo de fundamental importância à adaptação e verificação constante de tais programas e campanhas. 3.7. Exercer atividades de ensino O profissional tem competência para exercer atividade de ensino, pode atuar no planejamento de cursos, elaboração de atividades didáticas, coordenação de atividades de ensino, pode lecionar em cursos de graduação e pós-graduação (strito e lato senso), bem como exercer atividades de supervisão. 3.8. Desenvolver pesquisa A essa área de competência cabe: eleger, desenvolver e implementar linhas de pesquisa e metodologias científicas, bem como elaborar projetos, desenvolver e validar métodos, técnicas e instrumentos de avaliação para diagnóstico e técnicas terapêuticas nas áreas da comunicação humana e funções neurovegetativas. 24WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3.9. Administrar recursos humanos, financeiros e materiais É competência do fonoaudiólogo administrar, orçar, selecionar, inventariar e verificar o funcionamento de equipamentos, materiais e recursos tecnológicos, além de alocar recursos financeiros e controlar custos. 3.10. Comunicar-se Cabe ao profissional divulgar a profissão; por meio de entrevistas à mídia; organizar eventos científicos; elaborar material de divulgação, manuais, pareceres e relatórios; redigir trabalhos científicos para publicação; discutir casos clínicos; registrar procedimentos em prontuários e emitir laudos e atestados. 4 - COMPETÊNCIAS PESSOAIS Algumas características pessoais foram eleitas como habilidades que contribuem para o bom desempenho profissional são elas: O fonoaudiólogo deve trabalhar com segurança, adotar medidas de precaução padrão e saber operar instrumentos e equipamentos da área. Da mesma forma, valoriza-se demonstrar competência verbal e escrita, capacidade de análise e síntese, objetividade, perseverança, criatividade e capacidade de observação. O fonoaudiólogo deve ainda ter facilidade em estabelecer relacionamentos interpessoais, transmitir segurança, tomar decisões e auto-avaliar-se frequentemente (CFFa, 2007). Como locais para atuação, o documento descreve: Unidades básicas de saúde, Ambulatórios de especialidades, Hospitais e maternidades, Consultórios, Clínicas, Home care Domicílios, Asilos e casas de saúde, Creches e berçários, Escolas regulares e especiais, Instituições de ensino superior, Empresas, Meios de comunicação, Associações, ONGs, entre outras que possam advir da necessidade do trabalho fonoaudiológico (CFFa, 2007). 4.1. Pós-Graduação O Fonoaudiólogo, ao se formar, é um bacharel capacitado para o exercício profissional com formação generalista. Para a continuidade de seus estudos existem as pós-graduações que podem ser lato sensu ou stricto sensu. Sendo Lato sensu os programas de especialização com duração mínima de 360 horas. Ao final do curso o aluno receberá certificado de conclusão, segundo MEC (2018); e Stricto sensu os programas de mestrado e doutorado, e, ao final do curso, o aluno receberá diploma, afirma MEC (2018). O Conselho Federal de Fonoaudiologia, até o ano de 2002, reconhecia 5 especialidades fonoaudiológicas: Linguagem, Audiologia, Motricidade Orofacial, Voz e Saúde Coletiva.Em março de 2002, a resolução nº 383 reconheceu e descreveu as atribuições da especialidade em Disfagia, e a nº 387 a especialidade Fonoaudiologia Escolar/Educacional, afirma CFFa (2002). 25WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Em 2014, a resolução nº453 reconheceu 4 novas especialidades, que em janeiro de 2015, tiveram as resoluções nº463, 464, 466 e 467 publicadas descrevendo as atribuições do profissional em cada especialidade (respeitando a ordem das numerações). As especialidades são gerontologia, neurofuncional, neuropsicologia e Fonoaudiologia do trabalho. A resolução nº507 de agosto de 2017 dispõe sobre as atribuições do especialista em fluência. Atualmente, são reconhecidas doze especialidades que serão descritas a seguir, cita CFFa (2018). 4.2. Especialização em linguagem O profissional especialista em linguagem tem como objeto de estudo o processo de comunicação oral e escrita, precisa dominar o desenvolvimento normal da linguagem oral e o processo de aquisição da escrita, assim como deve entender os processos e as patologias que dificultam ou alteram esse desenvolvimento. Trabalham no setor público e privado, atendendo de crianças a idosos. Deve ter conhecimento sobre neurociências e sistema nervoso central devido à estrita relação entre cérebro e linguagem. Vários são os distúrbios e transtornos da comunicação humana que estão diretamente ligados às funções do sistema nervoso como sequelas neurológicas originadas por traumatismo cranioencefálico, tumor cerebral, hidrocefalia, paralisia cerebral, perfuração por arma de fogo (PAF), acidente vascular encefálico, aneurismas, síndrome de abstinência alcoólica, doenças neuromusculares, demências, hemorragias e hematomas intracerebrais, entre outros (VASCONCELOS, PESSOA e FARIAS 2008). Além disso, esse especialista deve ser dinâmico e criativo, além do trabalho com as sequelas neurológicas como relatado acima, trabalha com pacientes que apresentam retardos de linguagem, transtornos fonológicos, distúrbios específicos de linguagem, gagueira, síndromes, deficiência intelectual, paralisia cerebral, transtornos do espectro autista, distúrbios de leitura e escrita, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, dislexia e audiologia educacional (que pertence também à audiologia sendo impossível dissociarem- se), afirma Lopes-Herrera e Maximino (2012). O objetivo terapêutico será a melhora da comunicação do paciente, mesmo nos casos em que a linguagem oral (fala), não é possível ser desenvolvida ou reabilitada. O profissional busca outros meios de comunicação, como: a comunicação alternativa que pode ser feita por meio de tabelas com figuras ou softwares, como demonstram as figuras 4, 5 e 6. Figura 5 - Pasta de comunicação alternativa – figuras. Fonte: Assistiva tecnologia e educação (2018). 26WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 6 - Pasta de comunicação alternativa – letras. Fonte: Assistiva tecnologia e educação (2018). Figura 7 - Símbolos de Comunicação Pictórica– figuras. Fonte: Assistiva tecnologia e educação (2018). 4.3. Especialização em voz O profissional fonoaudiólogo, especialista em voz, necessita ter habilidades para avaliar e “integrar as dimensões perceptuais, acústicas, fisiológicas e psicológicas da voz” (PINHO, 2004). Precisa conhecer a anatomia, fisiologia e desenvolvimento do aparelho fonador, assim como de outros sistemas envolvidos na fonação, como sistema respiratório, sistema nervoso central e periférico e órgãos fonoarticulatórios. Ele atua, ainda, na prevenção de patologias da voz e também na reabilitação de processos patológicos que acometem essa função como as: disfonias, a voz em pacientes com distúrbios neurológicos, em pacientes com deficiência auditiva, em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, coloca Pinho (1998). 27WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Tem atuação direta com profissionais da voz, como cantores, atores, apresentadores de Televisão, radialistas, professores, atendentes de telemarketing, entre outros. Outro campo no qual os fonoaudiólogos podem atuar, e os especialistas da voz aqui têm grande valia pelas suas habilidades em avaliar as qualidades vocais, é na área de perícia vocal, no exame forense de comparação de locutores em escutas telefônicas. Embora seja uma área ainda com poucos profissionais fonoaudiólogos, a formação destes engloba habilidades e conhecimentos requeridos para a função de perito vocal como a análise de qualidade vocal, a prosódia, a análise acústica e articulatória, entre outros, mostra Miquilussi, Koslovski e Carneiro (2014). Figura 8 - Cartaz de divulgação do dia do Fonoaudiólogo. Fonte: CFFa (2018). 4.4. Especialização em audiologia Audiologia é o estudo da audição, processamento auditivo e equilíbrio corporal e das patologias que podem afetá-los. É uma das áreas de atuação do profissional fonoaudiólogo que é responsável por realizar exames audiológicos para diagnóstico de deficiências auditivas periféricas ou centrais, selecionar e adaptar aparelhos de amplificação sonora e habilitar/reabilitar o paciente para garantir a comunicação efetiva, assim como reabilitar os distúrbios do equilíbrio, mostra Braga (2011). Atualmente, os exames audiológicos possibilitam a varredura de todo o sistema auditivo, desde a orelha externa até o córtex auditivo, que são realizados em pacientes de todas as faixas etárias e contribuem para o diagnóstico médico e para a reabilitação. As técnicas e métodos diagnósticos podem ser divididos em exames objetivos e subjetivos, menciona Braga (2011). 28WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Dentre os exames subjetivos (dependem da resposta e colaboração do paciente), encontram-se: “triagem auditiva em pré-escolares e escolares; audiometria tonal limiar; audiometria de reforço visual (VRA) ou condicionada; audiometria em campo livre, com pesquisa de ganho funcional; avaliação auditiva comportamental; avaliação do processamento auditivo; e logoaudiometria. Com relação aos exames objetivos, existem: medidas de imitância acústica; prova de função tubária; emissões otoacústicas evocadas transientes e produto de distorção; potencial auditivo de tronco encefálico (PEATE) e eletrococleografia. As alterações do sistema vestibular também são objetos de estudo do audiologista que trabalha na avaliação meio de exames como: Electronistagmografia (ENG), Vectoeletronistagmografia (VENG), Videonistagmografia, que contribuíram para o diagnóstico médico. Também atuam na reabilitação vestibular que consiste em um conjunto de procedimentos que visa reestabelecer o equilíbrio corporal perdido, o que é alcançado graças ao fenômeno de compensação central, mostra Taguchi (2009). Também é campo de atuação a audiologia ocupacional que consiste na avaliação e acompanhamento da audição de trabalhadores que estão expostos a ruídos, assim, o audiologista pode trabalhar em indústrias tanto na realização dos exames, orientação de cuidados, uso dos EPIs (equipamentos de proteção individual), como pode ser o responsável pelo Programa de conservação auditiva (PCA) e ou Programa de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) da empresa. Trabalha também vinculado a clínicas de medicina do trabalho. Vale ressaltar que esta também é função do especialista em saúde do trabalho, informa CFFa (2013). 4.5. Especialização em motricidade orofacial Motricidade Orofacial é a especialização em Fonoaudiologia que se ocupa do estudo/ pesquisa, prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento de alterações estruturais e de alterações nas funções que compreendem a região da boca (oro) e da face (facial), bem como da região do pescoço (cervical), coloca SBFa (2017). Portanto, as funções trabalhadas são respiração, sucção, mastigação,deglutição e fala, mostra SBFa (2017). O especialista dessa área atua em maternidades e hospitais, clínicas, e também no serviço público. Nas maternidades cabe à orientação ao aleitamento materno, e também à avaliação e reabilitação de bebês que nasceram com alterações de órgãos fonoarticulatórios, que não conseguem sugar o seio materno ou que devido alguma patologia ou prematuridade apresentam alterações no reflexo de sucção, informa SBFa (2017). Bebês com fissuras palatinas, Síndrome de Down entre outras síndromes também fazem parte da população que necessita de intervenção fonoaudiológica tanto ao nascer como durante toda a infância. Pacientes respiradores orais, com hábitos deletérios de chupeta e mamadeira, alterações na fala de origem musculoesqueléticas, distúrbios de ATM (articulação temporo mandibular), paralisia facial, ronco, queimadura de rosto e pescoço, traumas faciais, com disfagias (alterações para engolir) precisam de tratamentos com profissionais fonoaudiólogos que tenham vasto conhecimento anatômico e funcionais das estruturas estomatognáticas, relata SBFa (2017). A estética facial também vem se tornando campo de atuação da fonoaudiologia pelo conhecimento da musculatura facial e das funções desempenhadas por ela. O profissional especialista em motricidade orofacial adequa as funções que possam estar alteradas, o que pode resultar em rugas indesejadas e ainda com a manipulação de músculos faciais pode obter suavização das rugas de expressão e melhora da estética facial, explica SBFa (2017). 29WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA as informações foram retiradas da publicação da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: Respostas para perguntas frequentes na área de motricidade orofacial que pode ser acessada no link: https://www.sbfa.org.br/portal2017/themes/2017/faqs/faq_motricidade_ orofacial.pdf. 4.6. Especialização em saúde coletiva A fonoaudiologia vem ampliando seu campo de inserção na área da saúde, porém, há muito espaço por conquistar. A atuação em saúde Coletiva requer medidas e ações direcionadas a grupos de pessoas dentro de uma comunidade. Realiza-se estudo da saúde fonoaudiológica de uma determinada comunidade, e a partir daí, busca-se por ações em níveis de prevenção que contribuam para a comunicação efetiva do indivíduo e da sua saúde em relação às funções neurovegetativas, coloca Oliveira (1998). O conhecimento dos fonoaudiólogos e demais profissionais que estejam evolvidos com a saúde coletiva acerca do Sistema Único de Saúde (SUS) é imprescindível. o fonoaudiólogo, a partir do desenvolvimento das ações voltadas para a saúde pública, implementa, coordena, adapta e gerencia ações, programas e campanhas de prevenção em saúde, sendo de fundamental importância a adaptação e verificação constante de tais programas e campanhas (CFFa, 2002). 4.7. Especialização em disfagia Disfagia é definido por Furkim e Silva (1999) como um Distúrbio de deglutição com sinais e sintomas específicos que se caracterizam por alterações em qualquer etapa e/ou entre as etapas da dinâmica da deglutição, podendo ser congênita ou adquirida, após comprometimento neurológico, mecânico ou psicogênico, e trazer prejuízo aos aspectos nutricionais, de hidratação, no estado pulmonar, prazer alimentar e social do indivíduo. O especialista em disfagia trabalha, portanto, com a prevenção, avaliação, diagnóstico, habilitação/reabilitação funcional da deglutição e gerenciamento dos distúrbios de deglutição. Vale ressaltar que a disfagia ocorre em qualquer idade, de bebês a idosos, podendo estar diretamente ligada a quadros neurológicos ou condições que alteram a função como o câncer de cabeça e pescoço. 30WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4.8. Especialização em fonoaudiologia educacional A resolução do Conselho Federal de Fonoaudiologia nº387/2010 trata das atribuições e competências do profissional especialista em Fonoaudiologia Educacional: Art. 2º - O profissional especialista em Fonoaudiologia Educacional está apto a: I - atuar no âmbito educacional, compondo a equipe escolar a fim de realizar avaliação e diagnóstico institucional de situações de ensino aprendizagem relacionadas à sua área de conhecimento; II - participar do planejamento educacional; III - elaborar, acompanhar e executar projetos, programas e ações educacionais que contribuam para o desenvolvimento de habilidades e competências de educadores e educandos visando à otimização do processo ensino-aprendizagem; IV - promover ações de educação dirigidas à população escolar nos diferentes ciclos de vida... (CFFa, 2010). O fonoaudiólogo educacional pode atuar em secretarias de educação municipais ou estaduais, em escolas públicas e privadas, em sistema de ensino, empresas de consultoria e assessoria, em todos os níveis e modalidades de ensino, podendo ser contratado nos moldes da CLT, estatutário ou como prestador de serviços, coloca. As ações da fonoaudiologia educacional visam aperfeiçoar o processo de ensino aprendizagem, atuar na orientação da família e dos educadores nos casos em que há prejuízos nesse processo e ainda é sua responsabilidade contribuir com os conhecimentos da sua área na inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, coloca Ferreira (2001). Muitas vezes, a atuação do fonoaudiólogo não é compreendida na educação por desconhecimento da sociedade sobre a profissão. O fonoaudiólogo tem como objeto de estudo a comunicação humana, portanto, tem conhecimento para trabalhar com a linguagem oral e escrita, além da audição e da voz, em sua formação íntegra, conhecimentos em saúde, educação e comunicação. Considerando que a comunicação é essencial no processo de aprendizagem esse profissional tem muitas contribuições a fazer na área educacional. 4.9. Especialização em Gerontologia Gerontologia é a especialidade voltada para o atendimento do idoso (todo indivíduo com mais de 60 anos). O envelhecimento é um processo natural e faz parte do ciclo da vida sendo caracterizado por alterações orgânicas, funcionais, psicológicas, e também de comunicação e linguagem. O profissional tem a função de promover, prevenir, avaliar, diagnosticar, habilitar/ reabilitar distúrbios fonoaudiológicos que acometem essa população na audição, fala, linguagem, motricidade orofacial e voz, cita Mac-Kay (2004). Campanha Fonoaudiologia na escola 2018. Assista o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-u2a0HUQG-M. O vídeo atenta para a renovação do sistema escolar, incluindo fonoaudiólogos em sua equipe. 31WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Para tanto, esse profissional deve conhecer sobre a anatomia e fisiologia dos processos fonoaudiológicos nesse momento do envelhecimento e ter habilidades para trabalhar com as dificuldades dessa população que pode apresentar alterações auditivas, vocais, nas funções neurovegetativas de mastigação, deglutição, doenças degenerativas evolutivas como o Parkinson, a esclerose lateral amiotrófica, o Alzheimer, afasias entre outras, segundo Mac-Kay (2004). Na figura 9 temos o panfleto comemorativo ao dia do idoso distribuído pelo conselho Federal em 2015, para divulgar que a fonoaudiologia pode contribuir para a qualidade de vida, também nesta fase. Figura 9 - Panfleto comemorativo Dia do Idoso. Fonte: CFFa (2015). 32WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4.10. Especialização em Neurofuncional O profissional fonoaudiólogo com especialização em neurofuncional deve estar habilitado para avaliar, diagnosticar, habilitar/reabilitar pessoas em diferentes fases da vida (bebês, crianças, adultos e idosos), que apresentam alterações neurofuncionais decorrentes de lesões ou danos ao sistema nervoso central ou periférico. Segundo resolução publicada em janeirode 2015, disposta no site do Conselho Federal de Fonoaudiologia, o profissional deve ter Conhecimento das Políticas Públicas de Saúde, Educação e Assistência Social vigentes para pessoas com deficiência e com alterações neurofuncionais; Conhecimento sobre necessidades adaptativas especiais, adaptações curriculares, baixa e alta tecnologia assistiva e acessibilidade; III – Conhecimento do desenvolvimento neuropsicomotor e dos seus desvios, bem como da neuroanatomia e neurofisiologia normal e patológica (CFFa, 2015). 4.11. Especialização em neuropsicologia Em 2015, o Conselho Federal reconheceu a neuropsicologia como especialidade da fonoaudiologia e publicou a resolução que dispõe sobre a atuação dessa especialidade. De maneira geral, o especialista em neuropsicologia trabalha com a promoção, prevenção, avaliação e diagnóstico, habilitação/reabilitação e gerenciamento de distúrbios cognitivos que afetam a comunicação (oral, escrita e gestual), além dos processamentos auditivo, visual, vocal e sensório motor oral. Pacientes com queixas ou alterações na comunicação decorrentes de déficits neuropsicológicos provenientes de quadros neurológicos, psiquiátricos e neuropsiquiátricos podem ser atendidos pelo profissional especialista em Neuropsicologia, conforme Brandão (2016, p. 380). Neuropsicologia é a área interdisciplinar que se ocupa das relações entre cérebro e cognição, e com o estudo das funções neuropsicológicas ao longo da vida. O interesse pelas funções neuropsicológicas se dimensiona em termos biológicos, mas também psicossociais, na medida em que essas funções são mediadas pelo contexto e passíveis de estimulação e aprendizado. Neuropsicologia, uma especialidade da fonoaudiologia! O texto com a resolução completa pode ser acessado do link http://www. fonoaudiologia.org.br/cffa/wp-content/uploads/2013/07/res-466-2015- neuropsicologia1.pdf. 33WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4.12. Fonoaudiologia do Trabalho A especialidade em fonoaudiologia do trabalho também teve sua resolução publicada em 2015. Dispõe que o fonoaudiólogo do trabalho tem a função de promover a saúde do trabalhador com prevenção, avaliação, diagnóstico, habilitação/reabilitação e dos distúrbios relacionados à audição, fala e linguagem, motricidade orofacial e voz. O campo de trabalho desse profissional, segundo à resolução, são empresas de qualquer ramo, empresas prestadoras de serviços ocupacionais, organizações governamentais e não governamentais, centrais de telesserviços, Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) das empresas privadas e não privadas, empresas prestadoras de serviço em saúde, secretarias de saúde e de educação, empresas de consultoria, dentre outras possibilidades. A atuação do profissional fonoaudiólogo na saúde do trabalhador é fundamental na elaboração de programas de prevenção a perdas auditivas e a promoção da saúde vocal. Trabalhadores expostos a ruídos ou a determinados produtos químicos estão em risco para desenvolver perdas auditivas como a PAIR (perda auditiva induzida por ruído). O fonoaudiólogo tem o papel de avaliar, diagnosticar, orientar as empresas e os trabalhadores sobre os riscos e os cuidados necessários para manutenção da saúde auditiva, como: o uso de protetores auriculares (“concha”, “fone” ou “abafador”), segundo Fiorini (2004). Figura 10 - Epi proteção auditiva. Fonte: ideal extintores (2018). 34WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4.13. Especialização em fluência O título de especialista em fluência foi recém reconhecido pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia a sua resolução de nº 507 foi publicada em agosto de 2017 e dispõe sobre as atribuições do especialista em fluência. Art. 2º O fonoaudiólogo Especialista em Fluência está apto a: I - Identificar as tipologias das disfluências típicas e atípicas para o diagnóstico e intervenção precoce dos transtornos da fluência; II - Orientar as famílias e as equipes de saúde e educação sobre a identificação de transtornos da fluência, bem como conduta adequada frente aos indivíduos com tais alterações. III - Gerenciar programas de reabilitação dos transtornos da fluência e definir indicadores apropriados de qualidade para controle dos resultados; IV - Selecionar e aplicar abordagens de intervenção e técnicas específicas para crianças, adolescentes e adultos, com base em evidências científicas (CFFa, 2017). O Instituto Brasileiro de Fluência comemorou esse reconhecimento, uma vez que ficou oficialmente reconhecido que as alterações de fluência são condições que necessitam de profissionais que dominem conhecimentos específicos no assunto e que sejam, de fato capacitados para trabalhar com esse distúrbio da comunicação. Cita ainda que essa especialidade já existe em outros países como os Estados Unidos. Para obtenção do título de especialista em Fluência, o fonoaudiólogo deverá comprovar atuação específica na área por meio de cursos (especialização, mestrado, doutorado), publicações científicas e participação em eventos científicos. Para obtenção do título, a pontuação mínima é de 100 pontos. O título de especialista deve ser renovado a cada cinco anos, o que obriga o profissional a estar em permanente atualização (IBF, 2017). A publicação na íntegra pode ser acessada no link: <http://www.fonoaudiologia.org.br/cffa/index.php/resolucoes/>. Acesso em: 22 abr. 2018. 3535WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 37 1 - DEFINIÇÃO DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA ................................................................................................. 38 2. DESENVOLVIMENTO TÍPICO DA LINGUAGEM .................................................................................................. 41 2.1. TEORIAS DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ...................................................................................................... 41 2.2. JEAN PIAGET ..................................................................................................................................................... 42 2.3. LEV SEMYNOVITCH VYGOTSKY ..................................................................................................................... 42 2.4. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ........................................................................................................... 43 2.5. SISTEMAS OU COMPONENTES DA LINGUAGEM: ........................................................................................ 44 2.6. PRAGMÁTICA (USO DA LINGUAGEM) ........................................................................................................... 45 2.7. FONOLOGIA ...................................................................................................................................................... 45 INTRODUÇÃO Á LINGUAGEM E À AUDIOLOGIA PROF.A JÉSSICA ANGELICA RIBEIRO ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FONOAUDIOLOGIA 36WWW.UNINGA.BR 2.8. SEMÂNTICA ...................................................................................................................................................... 45 2.9. GRAMATICAL OU MORFOSSINTÁTICO .......................................................................................................... 45 2.10. DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA ................................................................................................ 45 2.11. ATRASOS DE LINGUAGEM .............................................................................................................................. 46 3 - DISTÚRBIOS ESPECÍFICOSDE LINGUAGEM .................................................................................................. 46 3.1. TRANSTORNOS FONOLÓGICOS ...................................................................................................................... 46 3.2. SÍNDROMES GENÉTICAS ................................................................................................................................ 46 3.3. SÍNDROME DE DOWN ...................................................................................................................................... 47 3.4. TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) ...................................................................................... 47 3.5. GAGUEIRA ......................................................................................................................................................... 47 3.6. AFASIA ............................................................................................................................................................... 47 4 - INTRODUÇÃO À AUDIOLOGIA .......................................................................................................................... 47 4.1. SISTEMA VESTIBULOCOCLEAR ...................................................................................................................... 48 4.2. ORELHA EXTERNA ........................................................................................................................................... 48 4.3. ORELHA MÉDIA ................................................................................................................................................ 48 4.4. ORELHA INTERNA ............................................................................................................................................ 49 4.5. LÍQUIDOS LABIRÍNTICOS: PERILINFA E ENDOLINFA ................................................................................. 50 4.6. CÓCLEA ............................................................................................................................................................. 50 4.7. ÓRGÃO DE CORTI .............................................................................................................................................. 50 4.8. CÉLULAS RECEPTORAS CILIADAS ................................................................................................................. 51 4.9. SISTEMA AUDITIVO CENTRAL ...................................................................................................................... 51 4.10. PERDAS AUDITIVAS ....................................................................................................................................... 52 4.11. PERDA AUDITIVA CONDUTIVA ....................................................................................................................... 52 4.12. PERDAS AUDITIVAS NEUROSSENSORIAIS ................................................................................................. 52 4.13. PERDAS AUDITIVAS MISTAS ......................................................................................................................... 52 4.14. PERDA AUDITIVA CENTRAL ........................................................................................................................... 53 5 - REABILITAÇÃO AUDITIVA ................................................................................................................................. 53 5.1. SISTEMA VESTIBULAR E FONOAUDIOLOGIA ............................................................................................... 55 37WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Na unidade 3, será abordada a introdução da linguagem e da audiologia, porém, nesta disciplina, o tema será visto de forma mais ampla sem muito aprofundamento. Tendo em vista que são objetos de estudos de grande importância para a fonoaudiologia. Com o intuito de facilitar o aprendizado, dividiremos pelos seguintes tópicos: Definição de linguagem, língua e fala, Desenvolvimento típico de linguagem, Distúrbios da comunicação, e Sistema auditivo periférico e central, perdas auditivas e reabilitação auditiva. 38WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - DEFINIÇÃO DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA A linguagem representa um importante instrumento de comunicação da humanidade, instituindo-se um sistema dinâmico de relações e associações. Constitui-se também função essencial na atividade mental humana, sendo responsável pela formação do pensamento e da consciência, mostra Issler (2006) e Vigotski (2009;). É compreendido como linguagem toda comunicação organizada por sinais, regras e códigos que se consolidam por convenções histórico sociais, transmitindo significado e possibilitando comunicação entre os indivíduos. As convenções se diferem nas diversas comunidades, originando diferentes línguas e até mesmo diferentes dialetos dentro de um mesmo país. Segundo Smirnov (1969), a língua é um fenômeno histórico social, transmitido de geração em geração por meio das relações sociais. as diferenças entre linguagem e língua descritas no quadro a seguir: Linguagem Língua Instrumento de comunicação da humanidade, instituído de um sistema dinâmico de relações e associações (ISSLER, 2006). Língua é um fenômeno histórico social, transmitido de geração em geração por meio das relações sociais. As convenções se diferem nas diversas comunidades, originando diferentes línguas e até mesmo diferentes dialetos dentro de um mesmo país (SMIRNOV, 1969). Função essencial na atividade mental humana, sendo responsável pela formação do pensamento e da consciência (VIGOTSKI, 2009). Código culturalmente herdado, com regras em diferentes níveis, valor social, coletivo e uniforme para os indivíduos falantes de uma mesma comunidade (ISSLER, 2006). Toda comunicação organizada por sinais, regras e códigos, que transmitem significados e possibilitam comunicação. Natural ou artificial, humano ou não humano (FERNANDES, 1998). Sistema abstrato de regras gramaticais que identificam sua estrutura nos seus diversos planos (dos sons, da estrutura, formação e classes de palavras, das estruturas frasais, da semântica, da contextualização e do uso”. (FERNANDES, 1998). Ex.: Fala, expressões faciais e corporais, música, placas de trânsito, escrita, entre outras. Ex.: Língua Portuguesa, Inglesa, Francesa, Japonesa, entre outras. Quadro 1 - Linguagem e língua 39WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA Linguagem é qualquer representação que emita significado e possibilite comunicação, seja ela oral (fala); corporal (expressões faciais e corporais); musical, visual, simbólica ou escrita (uso de códigos ideográficos). Abaixo as figuras 11, 12 e 13 que demonstram linguagem visual por meio de códigos gráficos: placas de trânsito, sinalização de gênero, proibições como a placa não fumar na figura 9, indicação de lixo reciclável, perigo, entre outras. Figura 11 - Sinalização de trânsito Fonte: Icetran (2018). Figura 12 - Sinalização de gênero. Fonte: Vai com tudo (2018). Figura 13 - Linguagem Visual Fonte: Semiótica e comunicação (2018). 40WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À F ON OA UD IO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA A língua é um “código culturalmente herdado, com regras em diferentes níveis, valor social, coletivo e uniforme para os indivíduos falantes de uma mesma comunidade” (ISSLER, 2006). Podem ser classificadas como orais-auditivas ou espaço-visuais. As orais auditivas são as línguas faladas/oralizáveis: português, inglês, francês entre outras; as espaço-visuais são as línguas de sinais que possuem gramática própria e variam em suas comunidades pelo
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