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LOGÍSTICA REVERSA AULA 4 Prof. Luiz Felipe Cougo 2 CONVERSA INICIAL Como visto nas aulas anteriores, o importante passo inicial a ser dado é o mapeamento dos fluxos de processo, com todos os cenários dos materiais e informações relacionadas com a LR, pois é neste ponto em que a estrutura, a gestão dos recursos é desenvolvida diante da análise de riscos e oportunidades trabalhadas durante o mapeamento. Relembrando, o campo de atuação da logística reversa é bem ilustrado por Leite (2003) através da figura 2, onde são resumidas as principais etapas dos fluxos reversos nas duas áreas de atuação acima citadas. É a partir destas etapas que continuamos os nossos estudos de hoje e detalhamos os próximos passos para o sucesso da Logística reversa! CONTEXTUALIZANDO Antes de iniciarmos os nossos próximos passos sobre os dados finais dos canais reversos, aprendermos sobre os princípios da LR e quais os valores que o cliente vê e percebe dos nossos serviços de LR. É importante relembrar sobre alguns exemplos de motivações sobre o retorno dos produtos, ou seja, os motivos do retorno, conforme abaixo: Bens de pós-venda: 3 Garantia/qualidade: devoluções de produtos que apresentam defeitos de fabricação ou de funcionamento, avarias de produto ou de embalagem. Comerciais: retorno de produtos devido a erros de expedição, excessos de estoque no canal de distribuição, mercadorias em consignação, liquidação de estação de vendas, pontas de estoque etc., que retornam ao ciclo de negócios por meio de redistribuição em outros canais de vendas. Outro motivo comercial para o retorno de produtos é o término de validade de produtos ou problemas observados no produto após a venda, o chamado recall. Substituição de componentes: retorno de bens duráveis e semiduráveis em manutenções e consertos ao longo de sua vida útil e que são remanufaturados e retornam ao mercado primário ou secundário ou enviados à reciclagem ou para disposição final quando não reaproveitados. Bens de pós-consumo: Condições de uso: retorno do bem durável ou semidurável que há interesse de sua reutilização, com a vida útil estendida, percorrendo o canal reverso de reuso em mercado de segunda mão até atingir o fim de vida útil, caracterizando um loop de vida do produto. Fim de vida útil: esta etapa caracteriza-se por duas áreas: bens duráveis ou dos descartáveis. Na área de duráveis e semiduráveis, os bens utilizam o canal reverso de desmontagem e reciclagem industrial, sendo desmontados na etapa de desmanche e seus componentes reaproveitados ou remanufaturados, retornando ao mercado secundário ou à própria indústria, sendo uma parte destinada à reciclagem. No caso de descartáveis, os produtos retornam por meio do canal reverso de reciclagem industrial, onde são reaproveitados e se transformam em matérias-primas secundárias, voltando ao ciclo produtivo ou irão para a disposição final, ou seja, aterros sanitários, lixões e incineração e recuperação energética. Considerando os aspectos de planejamento de riscos, oportunidades e gestão dos materiais e indicadores, o foco do cliente deve permanecer como input para que as ações de melhoria atendam às especificações dos clientes para assegurar a fidelidade, a satisfação e a ausência dos custos intangíveis que podem estar associados aos desvios por uma ausência de planejamento. 4 Por ser um ponto alto da nossa aula, estes canais devem levar a estudos frequentes e também com análise individualizada de quais os canais mais se enquadram ao tipo de empresa que você presta os seus serviços! Você deve recorrer aos tipos de ferramentas sempre que necessário visando a adequação ao uso do cliente, ok? Vejamos no decorrer de nossa aula! TEMA 1 – A LOGÍSTICA REVERSA NO PÓS-VENDAS Alguns detalhes complementares do processo de pós-venda detalhando um pouco mais, como no vídeo da aula, os processos de coleta, transporte, armazenamento e destino. Veja os exemplos: Dados necessários para desenvolver a Coleta Informação de retorno para coleta Relação de produtos retornados, quantidades, motivos, códigos, etc. Pontos de coleta e quantidades Procedimentos de retorno Embalagem – reembalagem Recursos adequados Mão de Obra, equipamentos, etc. Indicadores: volumes, tempos, custos. Histórico das operações Dados necessários para desenvolver o Transporte Veículo função do tipo de produto Frequência e Roteirização da coleta Uso do veículo de ida Acondicionamento definido do retorno Embalagem – compartilhamento Prioridade do retorno Indicadores: custos; produtividade, serviços, etc. Dados necessários para desenvolver o Armazenamento Função: consolidação, processamento Localização das áreas internas 5 Instalações adequados aos produtos retornados Equipamentos alocados para LR Codificação de produtos retornados Zoneamento por destinos Mão de obra especializada Dados necessários para desenvolver o recebimento no retorno (exemplos): Recepção documentos: NF, etc. Recepção física: áreas apropriadas Recursos adequados: pessoal treinado, local, equipamentos, etc. Controles: quantidade, qualidade, estado, anomalias, codificação, etc. Seleção de destino: critérios – normas - rastreabilidade - parcerias Indicadores: produtividade, quantidade /remessa, estado, regiões, etc. Além disso, em resumo, processos gerais que devem estar contemplados quando da necessidade da LR: Políticas de retorno definidos Controle do recebimento de retornos – indicadores Classificação e quantificação do retorno – critérios técnicos e de destinação Sistema de Codificação dos retornos – código de barras Procedimentos de consolidação do retorno Procedimentos de seleção e destino definidos Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Luiz. TEMA 2 – OS PRINCÍPIOS DA LR A gestão de retorno de produtos é mais do que decidir o que fazer com ele, envolve a captura de informações que permitam entender os motivos do seu retorno e com isto atuar sobre as causas da insatisfação dos clientes 6 contribuindo para reduzir os retornos futuros, além de que um processo rápido e eficiente para os clientes aumenta a credibilidade. Estas informações podem ajudar tanto na fabricação, na embalagem e nas ações de marketing (promoções com produtos de retorno em determinados mercados, e melhoria do produto/serviço). O principal modo de adoção estratégica de sucesso nas empresas é abordado em princípios de planejamento: 1 - Planejamento participativo: o principal benefício do planejamento não é o seu produto, ou seja, o plano, mas o processo envolvido. Nesse sentido, o papel do responsável pelo planejamento não é, simplesmente elabora-lo, mas facilitar o processo de sua elaboração pela própria empresa e deve ser realizada pelas áreas pertinentes ao processo. 2 - Planejamento coordenado: todos aspectos envolvidos devem ser projetados de forma que atuem Inter dependentemente, pois nenhuma parte ou aspecto de uma empresa pode ser planejado eficientemente se o for de maneira independente de qualquer outra parte ou aspecto. 3 - Planejamento Integrado: os vários escalões de uma empresa - de porte médio ou grande – devem ter seus planejamentos integrados. Nas empresas voltadas para o ambiente, nas quais os objetivos empresariais dominam os de seus membros, geralmente os objetivos são escolhidos de cima para baixo e os meios para atingi-los, de baixo para cima, sendo este último fluxo usualmente invertido em uma empresa cuja função primária é servir a seus membros. 4 - Planejamento permanente: essa condição é exigida pela própria turbulência do ambiente, pois nenhum plano mantémseu valor com o tempo. Um modelo de planejamento deve seguir os dados anteriores para que as ações relacionadas ao fluxo de materiais e informações esteja adequado, deve- se considerar ainda, os fatores de tomadas de decisão quando se utilizar dos verbos associados à LR estratificando-os de modo que o planejamento cumpra com as necessidades. Alguns princípios básicos de conhecimento transformam em técnicas de planejamento alguns princípios iniciais que a LR pode adotar, por exemplo: Entendendo o Supply Chain Reverso. Campo de atuação da logística reversa. 7 Logística reversa e a Competitividade. Logística Reversa e a Sustentabilidade. Objetivos empresariais “ drivers”. Fluxos nos canais reversos. Legislações na Logística reversa. Se considerar a ideia que a LR aplicada na empresa estará sob sua responsabilidade, o que de fato deveria ser visualizado e executado dentro das suas atribuições e responsabilidades? Como enxergar que todas as hipóteses foram mapeadas para que caso ocorra alguma necessidade de aplicação, ela será feita da melhor maneira, com o menor custo possível, com qualidade e prazos adequados? Pois bem, existe uma ótima ferramenta que precisamos ler, entender e aplicar como técnica de mapeamento que associa os principais agentes executores da LR com a estratificação das ações, chama-se 5W2H. Para visualizar a aplicação da técnica, que tal aplicá-la onde trabalha e tentar mapear as atividades que hoje executa? O 5W2H, basicamente, é um Check list de determinadas atividades que precisam ser desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da empresa. Ele funciona como um mapeamento destas atividades, onde ficará estabelecido o que será feito, quem fará o quê, em qual período de tempo, em qual área da empresa e todos os motivos pelos quais esta atividade deve ser feita. Em um segundo momento, deverá figurar nesta tabela (sim, você poderá fazer isto em uma tabela) como será feita esta atividade e quanto custará aos cofres da empresa tal processo. Esta ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Em um meio ágil e competitivo como é o ambiente corporativo, a ausência de dúvidas agiliza e muito as atividades a serem desenvolvidas por colaboradores de setores ou áreas diferentes. Afinal, um erro na transmissão de informações pode acarretar diversos prejuízos à sua empresa, por isso é preciso ficar atento à essas questões decisivas, e o 5W2H é excelente neste quesito! 8 O nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos nomes (em inglês) das diretrizes utilizadas neste processo. Abaixo você pode ver cada uma delas e o que elas representam: What – O que será feito (etapas) Why – Por que será feito (justificativa) Where – Onde será feito (local) When – Quando será feito (tempo) Who – Por quem será feito (responsabilidade) How – Como será feito (método) How much – Quanto custará fazer (custo) Há ainda outros 2 tipos de nomenclatura para esta ferramenta, o 5W1H (onde exclui-se o “H” referente ao “How much”) e o mais recente 5W3H (onde inclui-se o “H” referente ao “How many”, ou Quantos). Todas elas podem ser utilizadas perfeitamente dependendo da necessidade do gestor, respeitando sempre as características individuais. Ao planejar determinada atividade gerencial, você deve responder às 7 perguntas citadas acima com clareza e objetividade. Logo após, você deverá elaborar uma tabela explicativa sobre tudo o que foi planejado. A ferramenta 5w2h é uma das mais fáceis de ser implementada e traz grandes benefícios para os gestores e suas atividades organizacionais. Por isso, não deixe de utilizá-la em seu dia-a-dia empresarial. Alguns exemplos de verbos associados a LR e que devem ser considerados para o planejamento no item O que fazer (What): Reverter Devolver Recusar Rejeitar Reutilizar Reciclar Descartar Segregar Destinar, etc. Quando se tratar de LR, a tomada de decisão sobre o que fazer, ou seja, a utilização dos verbos, devem ser complementadas com perguntas importantes para criação do processo da LR. Para o sucesso no planejamento, deve ser incluído também fatores importantes quando da utilização dos verbos e que 9 podem condicionar a necessidade de tornar possível o fluxo reverso e também modificar a estrutura e organização destes canais reversos, como os abaixo por ex.: Custos Ainda não bem definidos e de difícil avaliação; Oferta De materiais reciclados, permitindo a continuidade industrial necessária; Qualidade Adequada ao processo industrial e constante para garantir rendimentos operacionais economicamente competitivos; Tecnologia Tecnologia e o teor de determinada matéria-prima podem variar em função do produto de pós-consumo utilizado, redundando em custos diferentes e orientando o mercado de pós-consumo para aquele que se apresente mais conveniente. Logística A característica logística das matérias de pós-consumo, e em particular a transportabilidade dos mesmos, revela-se de enorme importância na estruturação e eficiência dos canais reversos. Mercado É necessário que haja quantitativa e qualitativamente mercado para os produtos fabricados com materiais reciclados. Meio Ambiente Novos comportamentos passam a exigir novas posições estratégicas das empresas sobre o impacto de seus produtos e processos industriais; deve-se lembrar que o reuso e a reciclagem sempre é possível nos canais reversos, independente das condições do produto descartado. Governo Legislação, subsídios que afetam o interesse nos materiais reciclados. Responsabilidade Social Valorização social e possibilidade de produção e consumo de produtos ecologicamente corretos. 10 Sob forma esquemática, pode-se observar alguns exemplos destes fatores, conforme modelo da figura a seguir: Para mais informações, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Luiz. TEMA 3 – VALORES PARA O CLIENTE Lacerda (in CEL 2000) defende que os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de produtos, pois isso, garante-lhes o direito de devolução ou troca de produtos. Este processo envolve uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados, bem como um novo processo no caso de uma nova saída desse mesmo produto. Dessa forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerido, tendem a se sobressair no mercado, uma vez que estas podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes. Como já é de conhecimento da Logística direta, os fluxos logísticos executam papel fundamental na atividade, apoiando o serviço ao cliente e entregando valor (LEITE, 2009), A logística reversa apresenta o mesmo significado. O atendimento aos requisitos do cliente é capaz de promover os vínculos necessários entre fornecedor e o comprador, tangíveis e intangíveis, capazes de fortalecer o grau de relacionamento entre as partes e estendê-la em regime de longo prazo, objetivando a rentabilidade na atividade (CHRISTOPHER, 2001, p. 56). Ainda segundo o autor, a logística tem plenas condições de oferecer um 11 nível de diferenciação por intermédio de serviços, influenciando diretamente na qualidade percebida pelo cliente. Além disso, Ballou (2008) comenta que a logística apresenta caráter de valor agregado direto nos processos, uma vez que um produto ou serviço de qualidade, se não disponibilizado ao consumidor no momento e local/acesso adequados, passa a ser imperceptível e questionável aos olhos do cliente. Também menciona o serviço ao cliente no campo logístico como “resultado de todas as atividades logísticasou dos processos da cadeia de suprimentos” (2006, p. 93). Visto isso, o posicionamento e o planejamento dos canais de estrutura logística direta e reversa a serem adotados impactam diretamente na satisfação e no processo de fidelização (Pontini, 2011). Sob a ótica dos clientes, foi dado importante ênfase na avaliação das entradas que, quando da ocorrência de LR, promove o grau de satisfação do cliente. A figura a seguir aponta quais os principais inputs em que os clientes podem definir diretamente sobre sua satisfação. Portanto, deve-se considerar a utilização de dados de entrada como estes para adoção da estratégia da aplicação na LR. Consulte o livro-base desta disciplina, “O Reverso da Logística e as Questões Ambientais no Brasil”, da Editora Intersaberes e de autoria de Edelvino Filho RAZZOLIN e Rodrigo BERTÉ. Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Luiz. 12 TEMA 4 – COLETA NO PÓS-VENDA E NO PÓS-CONSUMO Você deve estar pensando que a maioria dos produtos que retornam via canais reversos são claros e bem definidos para propor soluções estratégicas e operacionais para os negócios, entretanto existem algumas características que devemos considerar quando da coleta, transporte, armazenamento e destinação final destes produtos. Por exemplo: o produto logístico de retorno pode apresentar as seguintes características básicas: Heterogêneo: natureza, qualidade, forma, embalagem de retorno. Relação peso / volume geralmente baixa. Relação preço / peso pode ser baixa. Localização dispersa. Baixa transportabilidade em geral. Necessidade de adensamento. Veja no quadro a seguir, alguns Exemplos complementares: Basicamente, os processos ocorrem conforme a figura a seguir para o fluxo reverso: 13 Lambert e Stock (1993) ainda determinam que todo o planejamento logístico, do canal de distribuição e do ambiente da empresa, deve ser elaborado dentro de limitações como o ambiente político e legal, social e econômico, tecnológico e competitivo. E ainda lista inúmeros passos que devem ser seguidos no processo de planejamento da empresa antes de formular o plano estratégico logístico. São eles: Avaliação do consumidor e/ou necessidades do cliente. Identificação, avaliação e seleção de mercados-alvo. Formulação dos objetivos e da estratégia do canal. Identificação e avaliação das alternativas da estrutura do canal. Seleção da estrutura do canal. Este modelo aplica-se igualmente a todos os participantes do canal, tais como varejistas e atacadistas. Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Luiz. TEMA 5 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL As pressões ambientais e sociais relativas às responsabilidades das organizações têm adquirido um espaço cada vez maior na sociedade. O desenvolvimento de um novo paradigma de produção e consumo vem sendo desenhado. Em um horizonte não muito distante já é possível enxergar empresas e consumidores atentos à sustentabilidade de produtos e serviços. Esta sustentabilidade – que nada mais é que o desenvolvimento de processos produtivos menos agressivos (uso adequado de insumos, racionalização de energia, aplicação de materiais reciclados e/ou 14 biodegradáveis, etc.) e consumo com responsabilidade (destinação correta do lixo, descarte adequado/reaproveitamento de embalagens, etc.) – encontra uma grande barreira ao seu desenvolvimento, tanto no que diz respeito aos processos quanto aos custos envolvidos, na logística reversa de produtos utilizados/descartados. Para o Desenvolvimento sustentável, é fundamental na busca do aumento na produção de bens e serviços de forma a não degradar o ambiente que, mesmo nos atuais níveis de produção – que estão longe de atender às demandas totais da população mundial – já sofre bastante. E a LR surge como uma das principais ferramentas de implantação do desenvolvimento sustentável, absorvendo todas as tradicionais funções da logística e operando, ainda, o “fluxo reverso” de produtos/serviços – com origem no consumidor e retornando à cadeia produtiva. O Desenvolvimento Sustentável é baseado em três dimensões básicas, a Ambiental, a Social e a Econômica. A busca no equilíbrio deste triangulo é o princípio da sustentabilidade. Segundo o relatório Brundtland de 1987(Ministra Alemã do meio ambiente), sustentabilidade é: “Suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas. ” O Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum, publicado em 1987, no qual Desenvolvimento Sustentável é concebido como “ o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. O Relatório Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, faz parte de uma série de iniciativas anteriores à Agenda 21. A Agenda 21 foi um dos principais resultados da ECO-92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer e refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio ambientais. No ano de 2002, aconteceu em Johanesburgo, a maior conferência mundial sobre o tema Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, denominada Rio+10, nesse encontro foi tratado o documento chamado Protocolo de Kyoto onde se firma um compromisso em que países com maior nível de 15 industrialização, devem ser tributados e responsabilizados de maneira maior no que diz respeito às responsabilidades da não preservação do planeta para gerações futuras. No ano de 2012, ocorreu no Rio de Janeiro novamente, a Rio +20. Devido à primeira conferência realizada no Rio em 1992, os principais objetivos deste SUMMIT foram: garantir renovado compromisso político para o desenvolvimento sustentável; uma economia verde, no âmbito da erradicação da pobreza e desenvolvimento sustentável e; um quadro institucional para o desenvolvimento sustentável através de metas para os países. Vários fatores contribuem para o surgimento e agravamento de problemas ambientais, o crescimento demográfico, produção em massa, a poluição e o uso indiscriminado de recursos naturais, que colocam em cheque a sobrevivência da espécie humana, como também de milhares de seres vivos. O Desenvolvimento sustentável vem sendo disseminado por todo o planeta como forma mais racional de promover uma qualidade de vida mais igualitária e socialmente justa. Até os dias de hoje, aspectos globais de sustentabilidade são discutidos voltados para ações preventivas na área ambiental, ações sociais e de desenvolvimento humano e também econômicas. Diz o ditado popular: “Aquele que tenta prever o futuro mente”. Neste tópico não pretendemos prever o futuro, mas vislumbrar algumas possibilidades já existentes de tecnologia que poderão ser utilizadas por empresas comerciais 16 e de logística para aprimorar seus processos, otimizar entregas, ofertar de novos serviços e diferenciais competitivos. Além destas, existem estudiosos que ampliam as dimensões da seguinte maneira: Sustentabilidade Social: reduzir as desigualdades sociais (distribuição de renda e bens – direito à dignidade – solidariedade). Sustentabilidade econômica: organização da vida material com base na sustentabilidade social e num modelo menos agressivo ao meio ambiente. Sustentabilidade ecológica: uso dos recursos naturais com o mínimo de deterioração e conservação das fontes de recursos naturais e energéticos. Sustentabilidade espacial/geográfica:distribuição mais equilibrada dos assentamentos humanos (evitar a excessiva concentração geográfica de populações). Equilíbrio cidade/campo. Sustentabilidade cultural: pluralidade de soluções adaptadas às especificidades de cada ecossistema, de cada cultura e cada local. Sustentabilidade política: construção da cidadania, em seus vários ângulos visando a incorporação dos indivíduos ao processo de desenvolvimento. Vários fatores contribuem para o surgimento e agravamento de problemas ambientais, o crescimento demográfico, produção em massa, a poluição e o uso indiscriminado de recursos naturais, que colocam em cheque a sobrevivência da espécie humana, como também de milhares de seres vivos. 17 O Desenvolvimento sustentável vem sendo disseminado por todo o planeta como forma mais racional de promover uma qualidade de vida mais igualitária e socialmente justa. O crescimento global é o grande desafio para se construir um desenvolvimento sustentável, que valorize os recursos naturais e humanos, visando a melhoria da qualidade e a edificação de uma sociedade sustentável capaz de superar os problemas atuais e utilizar as potencialidades existentes no país. É preciso solução para uma série de problemas, além de estabelecer mudanças, como exemplifica Mininni-Medina (2001): a) Agricultura sustentável: transformações no modelo de desenvolvimento e nas políticas de ocupação do solo, de produção, de novos modelos e prioridades para comercialização, investimentos em crédito rural; Sustentabilidade nas cidades: transformar os espaços urbanos em lugares adequados para o desenvolvimento das atividades humanas, com boas condições de moradia, de transporte e lazer, entre muitas outras. b) Infraestrutura sustentável: transformar a matriz energética brasileira para vir a ser eficiente e não desperdiçadora, investir também na aplicação de novos recursos e tecnologias para a geração de energias limpas e alternativas. c) Redução de desigualdades: diminuição da pobreza extrema, acesso aos recursos (inclusão social), diminuição do consumo desenfreado das camadas privilegiadas. Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Luiz. TROCANDO IDEIAS A Logística reversa no pós-vendas já é bem estruturada e definida na empresa em que você trabalha? Conhece bons estudos de caso? Quais os valores que você como cliente tem quanto às empresas que aplicam logística reversa? O que é mais importante para você? O desenvolvimento sustentável é aplicável a Logística reversa? Qual a relação? Você pratica o desenvolvimento sustentável no seu dia a dia? E a empresa onde trabalha, quais as ações sustentáveis que você pode encontrar? 18 Aproveite a oportunidade para discutir e debater com seus colegas de curso no fórum da disciplina disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). SÍNTESE Em resumo, esta aula fecha a conexão com à anterior quanto aos aspectos dos processos, dos modelos e também das necessidades do entendimento dos fluxos pertencentes às empresas. Trata também da visão conjunta dos canais reversos com os passos para os modelos pós-vendas e pós consumo e dá o pontapé inicial ao importante entendimento da associação entre a LR e o desenvolvimento sustentável, relevante estudo nos dias de hoje para a sobrevivência das organizações, incluindo os impactos da LR nas dimensões ambientais, sociais e econômicas. Antes de finalizar seus estudos, acesse o material on-line e confira a videoaula com os comentários finais do professor Luiz. REFERÊNCIAS RAZZOLINI, Edelvino Filho; BERTÉ, Rodrigo. O reverso da Logística e as Questões Ambientais no Brasil. Curitiba: INTERSABERES, 2013. ALMEIDA, M. I. R. de. Manual de planejamento estratégico: 2.ed. São Paulo: Atlas, 2001. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. DONATO, Vitório. Logística Verde: uma abordagem socioambiental. São Paulo: Ciência Moderna, 2009. LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R. Strategic logistics management. 3. ed. Boston: Mc Graw-Hill, 1993. LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003. LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa. 2 ed. São Paulo: Pearson / Prentice Hall, 2009. STOCK, J.R. Development and Implementation of Reverse Logistics Programs, Oak Brook: Council of Logistics Management, 1998.
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