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AUDIOLOGIA - Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico (PEATE)

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Potenciai� Evocad� Auditiv� d� Tronc�
Encefálic�
@polettojoan�
NOMENCLATURA
PEATE: Potencial Evocado Auditivo do
Tronco Encefálico
ABR: Auditory Brainstem Response -
Respostas Auditivas de Tronco Encefálico;
BAEP: Brainstem Auditory Evoked
Potentials
BERA (Brainstem Evoked Response
Audiometry): Audiometria de Respostas
Evocadas de Tronco Encefálico
Audiometria de Tronco Encefálico
DEFINIÇÃO
É um exame que possibilita a
avaliação e a identificação das respostas
elétricas desencadeadas por estímulos
sonoros que correspondem à atividade
elétrica da cóclea, do nervo auditivo e de
algumas partes do tronco encefálico. É
classificado como um exame de resposta
evocada, transiente e de curta latência.
(PIZA, 2020)
- Consiste de uma sequência de respostas
neurais promediadas, geradas pelo nervo
auditivo e pela via auditiva no tronco
encefálico, que ocorre geralmente dentro dos
primeiros 10ms após o início do estímulo.
(MUSIEK; BARAN, 2020)
- Permite a obtenção da atividade
eletrofisiológica do sistemaauditivo,
mapeando as sinapses das vias auditivas
desde o nervo coclear, os núcleos cocleares,
o complexo olivar superior na região da ponte
e o núcleo do lemnisco lateral até o colículo
inferior em nível do mesencéfalo. (SOUSA et
al., 2008)
CARACTERIZAÇÃO
- Os PEATE humanos são potenciais evocados
de campo distante originados pelo sistema
nervoso auditivo, que ocorrem dentro dos
primeiros 10ms após a apresentação de um
som transiente, tal como um clique ou um
tone burst (MOLLER, 2013).
- O PEATE é usado tanto para avaliar a
integridade da resposta neural, como para a
estimar os limiares auditivos (HOOD, 2015).
- Importante: A resposta a ser visualizada, os
parâmetros de registro e os critérios usados
para a análise da resposta dependem do
objetivo para o qual o PEATE está sendo
usado:
PEATE Neurodiagnóstico
Pesquisa do Limiar Eletrofisiológico
- Quando registrado com o objetivo de
neurodiagnóstico, o estímulo usado é o
clique (MOLLER, 2013).
O PEATE clássico “de livro” é evocado
por um clique de 100ms, num nível de
intensidade moderadamente alto, que induz
o aparecimento de diversas ondas positivas
a negativas dentro de 10 ms após o início do
estímulo (ATCHERSON, 2012).
ONDAS - CLIQUE
- Os PEATE consistem de uma série de ondas
positivas que ocorrem dentro de 15ms após o
início da estimulação, quando o estímulo
utilizado é o clique em indivíduos adultos.
(BURKARD; DON, 2007)
- O PEATE típico é caracterizado por 5 a 7
ondas positivas que são tradicionalmente
rotuladas usando algarismos romanos
(MOLLER, 2013).
As ondas I, III e V são as ondas mais
úteis para o propósito de Neurodiagnóstico
(ATCHERSON, 2012).
- A onda V é a mais importante quando o
objetivo é estimar o limiar auditivo
(ATCHERSON, 2012), tendo em vista que
frequentemente ela é a única onda
observável no limiar ou próximo ao limiar
eletrofisiológico. A onda V pode ter diferentes
morfologias, mesmo em sujeitos normais
(HALL, 2007).
- As ondas II e IV são muito variáveis quanto
à amplitude e muitas vezes são difíceis de
serem identificadas. (BURKARD; DON, 2007)
- As ondas I, II e IV frequentemente difíceis de
serem identificadas em níveis do clique
moderados e abaixo, e em alguns casos a
onda III pode também ser vista no e próxima
ao limiar eletrofisiológico. (BURKARD; DON,
2015)
- As latências dos picos de todas as ondas do
PEATE aumentam, enquanto as amplitudes
dos picos diminuem com a diminuição dos
níveis de intensidade do clique. (BURKARD;
DON, 2015)
- Em fortes intensidades, sujeitos com
audição normal e semproblemas
neurológicos apresentam, no mínimo, as
ondas I, III e V. No entanto, conforme a
intensidade vai sendo diminuída, as ondas
mais iniciais desaparecem, restando apenas
a onda V. (GONDIM; BALEN; ROGGIA, 2010)
- A onda V é a maior em amplitude e mais
consistente à estimulação liminar. Isso
significa que em condições normais,
estímulos próximos ao limiar psicoacústico
conseguem evocar a atividade elétrica de
todas as estruturas, porém com amplitudes
que permitem apenas o registro da onda V.
Por isso a onda V é também
denominada de onda limiar-dependente
(SOUSA et al., 2008, p.60).
- A sincronia das descargas das células
ciliadas é essencial para o PEATE e os
melhores resultados são alcançados pela
estimulação da porção basal da cóclea.
- Sabe-se bem que cliques e estímulos de
frequência alta fornecemmelhores registros
do PEATE do que estímulos de frequência
baixa. (MUSIEK; BARAN, 2020)
PEATE COM FREQUÊNCIA ESPECÍFICA -
CARACTERIZAÇÃO
- No caso do uso do tone burst como
estímulo, nem sempre as ondas I e III irão
aparecer, mesmo com intensidades
elevadas.
- Deste modo, apenas a onda V é analisada,
tendo em vista a determinação do limiar
eletrofisiológico.
- Estímulos de frequência mais alta eliciam
latências do PEATE mais curtas do que
estímulos de frequência mais baixa. Hood
(2015)
PEATE POR VO -CARACTERIZAÇÃO
- Na pesquisa do PEATE por via óssea (VO) as
ondas I e III sãomenos frequentes devido ao
fato da intensidade inicial ser de 50 dBNAn.
- Deste modo, deve-se analisar somente a
presença da onda V, bem como a sua
morfologia, amplitude e replicabilidade para
cada resposta obtida. (FERNANDES; AZEVEDO,
2018)
PEATE - GERADORES NEURAIS
-Onda I: porção distal (periférica) do nervo
auditivo.
- Onda II: porção proximal (central) do nervo
auditivo
-Onda III: núcleo coclear
- Onda IV: provavelmente estruturas
próximas à linha média (complexo olivar
superior?)
-OndaV: Pico positivo de vértice pontudo:
terminação do lemnisco lateral no colículo
inferior do lado contralateral.
- Pico negativo lento – slow negative (SN10):
Potenciais dendríticos do colículo inferior
contralateral.
- Onda I: representação do potencial de ação
da porção distal do VIII par craniano, isto é, a
atividade aferente das fibras desse nervo,
quando deixam a cóclea e entram no canal
auditivo interno.
- Onda III: o maior gerador desta onda é o
núcleo coclear. Origina-se dos neurônios de
segunda ordem perto do núcleo coclear.
- OndaV: sua voltagem positiva está
relacionada com as terminações do
lemnisco lateral, e a depressão após a
voltagem positiva pode estar relacionada
com o colículo inferior contralateral à orelha
que foi estimulada. (GRIZ; PACÍFICO, 2018)
- Segmento I-II: reflete pura condução neural
do nervo coclear
- Segmento II-III: reflete condução axonal e
uma sinapse entre o nervo coclear e a
emergência dos núcleos cocleares (SOUSA et
al., 2008)
- Segmento III-V: gerado no tronco
encefálico, reflete a condução entre os
núcleos cocleares e o lemnisco lateral alto,
representa o maior feixe auditivo do tronco
encefálico, liga, sem nenhuma sinapse
intermediária, os núcleos cocleares (onda III)
ao lemnisco lateral ipsilateral (onda IV)
(SOUSA et al., 2008)
- Segmento III-V: condução exclusivamente
axonal, os axônios que, partindo dos núcleos
cocleares, fazem sinapse nos núcleos olivares
mediais, geram a onda V também no
lemnisco alto, principalmente contralateral
(SOUSA et al., 2008)
APLICAÇÕES CLÍNICAS
- O PEATE é, sem dúvida, o Potencial Evocado
Auditivo mais útil clinicamente até o presente
momento.
- Ele pode ser usado para:
estimar o limiar auditivo
diagnóstico diferencial de
anormalidades periféricas e centrais
monitoramento intra-operatório
(BURKARD; DON, 2015)
- O PEATE é provavelmente o PEA mais
amplamente usado, com aplicações clínicas:
na estimativa dos limiares
comportamentais em bebês (e pacientes
difíceis de testar)
na detecção de anormalidades
neurológicas do VIII par craniano e tronco
encefálico (ATCHERSON, 2012)
- O PEATE também tem sido um dos PEA mais
amplamente estudados em virtude de:
sua facilidade de configuração
boa confiabilidade teste/reteste
geralmente rápida realização,
especialmente com pacientes cooperantes.
(ATCHERSON, 2012)
PRINCIPAIS INDICAÇÕES (PIZA,2010)
- Casos de suspeita de comprometimento
do sistema auditivo que não puderam ser
esclarecidos com os métodos convencionais:
Perda auditiva sensório-neural
assimétrica
Discriminação vocal baixa
Zumbido com ou sem perda auditiva,
simétrico ou assimétricoAusência de reflexo estapediano, não
esperado pela audiometria tonal
Tontura não esclarecida por outros
métodos
Determinação do limiar em pacientes
não colaborativos/simuladores
Pré implante coclear
Topodiagnóstico neurológico
Monitoramento do uso de drogas
ototóxicas
Monitoramento de cirurgias
otoneurológicas
Avaliação ou monitoramento de coma
RECOMENDAÇÕES PARAA REALIZAÇÃODO
EXAME (PIZA,2010)
- Sala de Exame:
É aconselhável que o equipamento
esteja ligado em rede elétrica com circuito
elétrico exclusivo e com aterramento
exclusivo.
- Paciente:
Durante a realização do exame o
paciente deve permanecer relaxado e com
os olhos fechados, deitado ou sentado em
uma poltrona reclinável, que seja confortável
e que tenha apoio para a cabeça.
Se possível, solicitar que não use
hidratante ou protetor solar no dia do
exame.
É fundamental uma avaliação
audiométrica prévia e recente. A audiometria
deve estar na frente do examinador para
planejamento e realização do exame. O PEATE
deve ser iniciado pela orelha comos
melhores limiares ou a melhor discriminação
Algumas drogas de ação central (ex.
anticonvulsivantes) podem alterar as
respostas (atraso na latência da onda V).
Fundamental a realização da
otoscopia e limpeza dos condutos antes do
exame.
COLOCAÇÃODOS ELETRODOS (PIZA,2020)
- Sistema de 1 canal
- Sistema de 2 canais
ESTIMULAÇÃO (PIZA,2020)
- Fones de inserção são preferenciais para a
estimulação por via aérea:
Evita o colabamento do conduto
Diminui a ressonância
Reduz a interferência elétrica
- Vibrador ósseo quando há a necessidade
da pesquisa do PEATE por VO.
PARÂMETROS DE ANÁLISE (PIZA,2020)
-Morfologia da resposta:
individualização das ondas I, III e V
amplitude da onda V deve ser maior
do que da onda I
- Observação de simetria no traçado obtido
em ambas as orelhas, conforme a perda
auditiva
- Análise das latências absolutas das ondas I,
III e V em ambas as orelhas
- Intervalos interpicos I-V, I-III e III-V
- Diferença interaural das latências e dos
interpicos menor do que 0,3 ms
INTERPRETAÇÃO (PIZA,2020)
- Independentemente do tipo de PEATE a ser
realizado, as ondas que serão analisadas
devem ser replicadas com os mesmos
parâmetros de estímulo.
COMO IDENTIFICAR UM EXAME DE
QUALIDADE (PIZA,2020)
- 2 aquisições em 80 ou 90 dBNA em ambas
as orelhas
- Ondas nítidas e replicáveis, sem
contaminação por artefatos
- Cada aquisição com no mínimo 2000
estímulos
- Marcação das ondas com latências
adequadas
- Se a diferença interaural na audiometria
>30 dB, foi usado mascaramento
- Respostas ausentes em 90 dBNA devem ser
confirmadas com cliques rarefeitos e
condensados (ao menos um traçado de
cada) para afastar a possibilidade de
dessincronia auditiva
TIPOS DE APLICAÇÕES CLÍNICAS
- Neurodiagnóstico, ou pesquisa da
integridade da via auditiva
- Pesquisa do Limiar Eletrofisiológico
- “Tais procedimentos podem ser indicados,
isoladamente ou de modo combinado, para
diversas populações de acordo com o
objetivo da avaliação audiológica…” (MATAS;
MAGLIARO, 2011, p.186).
PEATE NEURODIAGNÓSTICO
- É feito com o objetivo de verificar a
integridade do nervo auditivo e da via
auditiva no tronco encefálico. (MUSIEK; SHINN;
JIRSA, 2007)
PEATE NEURODIAGNÓSTICO - INDICAÇÕES
- O PEATE é o teste audiológico mais sensível
para a detecção de tumores do oitavo par
craniano e de disfunções da via auditiva no
tronco encefálico (MUSIEK; SHINN; JIRSA,
2007).
- O PEATE parece ser sensível a lesões
específicas não prontamente identificáveis
pela imagem da ressonância magnética, tais
como: hiperbilirrubinemia, alguns processos
de doenças degenerativas e privação
auditiva (MUSIEK; SHINN; JIRSA, 2007).
- O PEATE tem sido usado para uma ampla
variedade de outras desordens
retrococleares, tais como: problemas
vasculares, neurotoxicidade e trauma
(CHIAPPA, 1983 apud MUSIEK; SHINN; JIRSA,
2007)
- O exame do PEATE tem se tornado
extremamente útil em casos de
comprometimentos do tronco encefálico
nos quais os exames de imagem não
auxiliammuito, tais como em casos de
exposições tóxicas externas. (MUSIEK;
GONZALEZ; BARAN, 2015)
- O PEATE pode ser usado como umamedida
não invasiva para explorar o processamento
auditivo de nível baixo em humanos.
(BURKARD; DON, 2012)
- Quando a avaliação audiológica básica
apresentar resultados sugestivos de algum
comprometimento auditivo na parte da via
auditiva em que o PEATE é gerado:
IRFmuito rebaixado e/ou incompatível
com o grau da perda auditiva
diferencial do reflexo acústico
aumentado, ou reflexos ausentes com
limiares auditivos que podem
desencadeá-los
perdas auditivas neurossensoriais
unilaterais e/ou assimétricas
zumbido unilateral
muita dificuldade para o
entendimento da fala. (GONDIM; BALEN;
ROGGIA, 2010)
PEATE NEURODIAGNÓSTICO - APLICAÇÕES
CLÍNICAS
- Detecção de tumores do nervo auditivo;
- Detecção de lesões no tronco encefálico;
- Monitorização cirúrgica;
- Avaliação do grau do coma e auxílio no
diagnóstico de morte encefálica;
- Identificação de neuropatia auditiva;
- Avaliação da maturação do sistema
auditivo central em neonatos;
- Diagnóstico do tipo de perda auditiva.
(MATAS; MAGLIARO, 2011)
- O PEATE é altamente reconhecido e
amplamente utilizado como um instrumento
de triagem no diagnóstico diferencial de
patologias cocleares x retrococleares.
- Seu objetivo não é fornecer informações
relativas à etiologia da doença, mas sim
fornecer uma compreensão clara a respeito
da integridade auditiva do nervo auditivo e
do tronco encefálico. (MUSIEK; SHINN; JIRSA,
2007)
PEATE NEURODIAGNÓSTICO - INDICAÇÕES
- Pacientes atendidos na clínica
fonoaudiológica que podem ter alguma
disfunção no nervo auditivo e/ou na via
auditiva no tronco encefálico.
PEATE NEURODIAGNÓSTICO - REALIZAÇÃODO
EXAME
- “Para avaliar a integridade da via auditiva
em tronco encefálico, o estímulo utilizado é o
clique, em intensidade alta e não variável,
geralmente em torno de 80 dBnNA (decibel
nível de audição normal), a qual permite a
visualização das ondas I, III e V, e o estudo
das suas latências absolutas e interpicos.
- Desta forma, é possível verificar a condução
do estímulo acústico, desde o nervo coclear
até a região do tronco encefálico, com o
intuito de identificar possíveis lesões ou
disfunções do SNAC”. (MATAS; MAGLIARO, 2015,
p.120)
PEATE NEURODIAGNÓSTICO - ANÁLISE
- A análise mais usualmente realizada para o
PEATE considera:
Os valores de latência das ondas I, III e
V
Os interpicos I-III, III-V e I-V (tendo em
vista que essas três ondas possuemmaior
amplitude e estabilidade)
A diferença interatural da latência da
onda V, ou seja, a comparação das latências
da onda V entre as orelhas também deve ser
analisada com o objetivo de identificar
patologias retrococleares unilaterais. (MATAS;
MAGLIARO, 2015)
- A diferença interaural deve ser de no
máximo 0,3ms.
- Critérios Neurodiagnósticos comumente
usados para o PEATE (ATCHERSON, 2012):
Latências absolutas das ondas I, III e V
Intervalos interpicos I-III, III-V e I-V
Relação de amplitude V/I
- Latências absolutas das ondas I, III e V para
utilidade clínica (ATCHERSON, 2012):
Medida da latência no pico em relação
ao início do estímulo
Latência da onda V pode ser a mais útil
1.5, 3.5 e 5.5 ms respectivamente para as
ondas I, III e V são comumente usadas, mas
normas locais específicas por gênero são
ideais
Qualquer latência absoluta que
exceda 2 desvios padrões é considerada
significativa para o diagnóstico.
Deve-se levar em consideração o
atraso de tempo dos fones de inserção
comparados com os fones TDH
A onda I usualmente não é afetada por
Schwannomas Vestibulares, mas pode ser
diminuída ou ausente na presença de perda
auditiva.
Embora discutível, pode ser que seja
necessário considerar prolongamentos da
onda V causada por perda auditiva coclear.
(ATCHERSON, 2012)
- Intervalos interpicos I-III, III-V e I-V para
utilidade clínica (ATCHERSON, 2012):
calcular a diferença entre as ondas
subsequentes
2 ms para I-III e III-V e 4 ms para I-V
são comumente usados, mas normas locais
específicas por gênero são ideais
Qualquer intervalointerpico que
exceda 2 desvios padrões é considerado
significativo para o diagnóstico.
Geralmente de melhor valor
diagnóstico do que as latências absolutas.
Depende da presença da onda I (que
pode ser ausente em perda auditiva coclear).
- Relação de amplitude V/I para utilidade
clínica:
Dividir a amplitude da onda V pela
amplitude da onda I.
Espera-se que seja ≥ 1.0 porque a onda
V é normalmente maior (GELFAND, 2016)
< 0,75 é considerado significativo para
o diagnóstico (ATCHERSON, 2012)
Uma baixa amplitude da onda V pode
ser indicativa de comprometimento
retrococlear (PIZA, 2020)
Existe suspeita de desordem
retrococlear quando a relação V:I é menor do
que 1.0 (GELFAND, 2016)
Amplitudes podem ser variáveis e não
confiáveis o Complexos das ondas IV/V
podem ser problemáticos (ATCHERSON, 2012).
PEATE NEURODIAGNÓSTICO - INTERPRETAÇÃO
- Itens a serem identificados:
Replicação de onda, indicando
sincronismo neural
Ondas I, III e V
- Análise das latências absolutas das ondas I,
III e V
- Análise dos intervalos interpicos I-III, III-V e
I-V
- Comparação interaural dos intervalos
interpicos I-III, III-V e I-V
- Quando não há presença da onda I não se
pode calcular o interpico I-V, portanto
deve-se comparar a latência absoluta da
onda V entre as orelhas.
- A amplitude da onda V deve ser maior do
que da onda I em adultos e crianças > 2 anos
de idade.
(Quadro de Matas e Magliaro (2015)
(Quadro de Andrade et al. (2018)
CARACTERÍSTICAS DE UMPEATE
NEURODIAGNÓSTICONORMAL
- Presença das ondas I, III e V commorfologia,
latências absolutas, intervalos interpicos e
diferença interaural da onda V dentro dos
padrões da normalidade, para cliques de
forte intensidade (em geral, 80 dB).
PESQUISA DO LIMIAR ELETROFISIOLÓGICO
- Embora o PEATE não seja um teste auditivo
por si só, a informação obtida pode ser útil na
estimativa ou predição dos limiares auditivos.
(HOOD, 2015)
- Permite a identificação do grau da perda
auditiva.
- Deve-se, entretanto, considerar o tipo de
estímulo utilizado, pois cada estímulo
abrange uma faixa de frequência específica:
Clique: O grau da perda auditiva se
refere em geral à região das frequências
médias/altas.
Tone burst: o grau estará de acordo
com as bandas de frequências testadas
(500, 1000, 2000 e 4000 Hz). (MATAS;
MAGLIARO, 2015)
- Para caracterizar precisamente a
sensibilidade do limiar, a informação deve ser
obtida por regiões de frequência definidas,
como é a prática padrão quando se testa a
audição de modo comportamental, via
audiometria do tom puro. (HOOD, 2015)
- É indicada sempre que houver dúvidas
quanto à fidedignidade dos limiares auditivos
do paciente, ou quando não for possível a
obtenção dos limiares auditivos na avaliação
audiológica comportamental. (GONDIM;
BALEN; ROGGIA, 2010)
PESQUISA DO LIMIAR ELETROFISIOLÓGICO -
APLICAÇÕES CLÍNICAS
- Identificação do limiar eletrofisiológico em
neonatos
- Identificação do limiar eletrofisiológico em
crianças difíceis de serem avaliadas
mediante os procedimentos audiológicos de
rotina (ex. Crianças muito pequenas, com
transtornos psiquiátricos, com problemas
neurológicos)
- Na avaliação objetiva da audição de
adultos para fins diagnósticos e legais
(simulação/dissimulação) (MATAS;
MAGLIARO, 2015)
PESQUISA DO LIMIAR ELETROFISIOLÓGICO -
REALIZAÇÃO
- Para a obtenção do limiar eletrofisiológico
pode-se iniciar o teste em uma intensidade
alta, decrescendo-a progressivamente (em
geral de 20 em 20 dBnNA) até o momento no
qual a onda V não possa sermais
visualizada.
- Então, aumenta-se a intensidade do
estímulo em 10 dB até que o limiar
eletrofisiológico possa ser estabelecido.
(MATAS; MAGLIARO, 2015)
- Em bebês pode-se iniciar a testagem em
intensidade baixa, para que não despertem
do sono natural.
- Neste caso, o limiar eletrofisiológico pode
ser obtido pela técnica ascendente, no qual
inicia-se a coleta numa intensidade baixa
(em geral, 10 ou 20 dBnNA), marcando-se a
onda V após a sua identificação e replicação,
ou aumentando-se a intensidade de 10 em 10
dBnNA para que a onda V possa ser
identificada.
- “Determina-se o limiar eletrofisiológico
pelo menor valor de intensidade de estímulo
no qual se observa a presença da onda V ou
do componente SN10, pois como a amplitude
diminui de acordo com a redução da
intensidade, por vezes esse componente
negativo é mais visível que o componente
positivo da onda V”. (SOUSA et al., 2008, p.66)
PESQUISA DO LIMIAR ELETROFISIOLÓGICO -
INTERPRETAÇÃO
- Em pacientes com doenças retrococleares
acometendo o nervo auditivo e/ou o tronco
encefálico, frequentemente não se observa
correlação entre o limiar eletrofisiológico e o
limiar psicoacústico.
- Essa característica é útil para o
neurodiagnóstico, mas inviabiliza a
estimativa do limiar psicoacústico pelos
PEATE. (SOUSA et al., 2008)
- A pesquisa do Microfonismo Coclear (MC) é
fundamental para o diagnóstico do Espectro
da Neuropatia Auditiva (ENA). MC, com
ausência de resposta neural, indica
alteração no sincronismo da resposta
neural, inviabilizando o registro das respostas
pelo PEATE.
- Havendo alteração no sincronismo, não se
recomenda a utilização do PEATE para a
determinação dos limiares, tendo em vista
que a resposta do PEATE depende do
sincronismo adequado
- Na presença do Espectro da Neuropatia
Auditiva ou de desordens neurológicas nas
quais a onda V é significativamente
degradada (ou eliminada), ou quando
somente as ondas mais iniciais estão
presentes o PEATE não irá fornecer medidas
acuradas dos limiares auditivos. (SMALL;
STAPELLS, 2017)
PROTOCOLO E SEQUÊNCIA DE TESTES
(STAPELLS, 2010)
- Sugeridos pela BCEHP
- Como a maioria dos bebês falham na TAN
por problemas de OM, sugere-se iniciar o
teste por um intensidade baixa, ou seja, nos
níveis considerados normais.
- Se a resposta no PEATE com FE por VA não
estiver presente nos valores considerados
normais, é melhor já iniciar a pesquisa do
PEATE por VO do que perder tempo
estabelecendo o limiar por VA em cada uma
das frequências.
- Audição Normal (9,4 minutos):
1º: Pesquisar o PEATE com FE de 2000 Hz
por VA, em ambas as orelhas, apenas no nível
de intensidade considerado normal.
2º: PEATE com FE em 500 Hz por VA em
AO...
3º: PEATE com FE em 4000 Hz por VA em
AO...
4º: Se ainda der tempo, pesquisar
PEATE com FE em 1000 Hz por VA em AO...
(Figura de Small e Stapells (2017)
- Perda auditiva condutiva ou
sensório-neural:
Se uma ou ambas as orelhas não
tiverem resposta presente nos níveis
considerados normais, pesquisar o PEATE por
VO em 2000 e 500 Hz.
Próximo passo: pesquisar o PEATE por
VA com FE nas demais frequências.
- Atualmente existem poucos dados a
respeito do PEATE por VO em 1000 e 4000 Hz.
Desse modo, essas frequências não devem
ser rotineiramente testadas por VO (citado
também em SMALL; STAPELLS, 2017).
PADRÃODE NORMALIDADE PEATE
TONE-BURST EM BEBÊS BCEHP (2012)
- VA:
500 Hz: 35 dB nHL
1000 Hz: 30-35 dB nHL
2000 Hz: 30-35 dB nHL
4000 Hz: 25 dB nHL
- VO:
500 Hz: 20 dB nHL
2000 Hz: 30 dB nHL
PEATE EMNEONATOS E LACTENTES -
PROTOCOLO SUGERIDO (RIBEIRO, 2014)
- Garantir a integridade da via auditiva,
identificando possíveis alterações
retrococleares:
PEATE por VA, com estímulo clique em
70 dBNA, com polaridade condensada e
rarefeita
- Determinação dos níveismínimos de
respostas ou limiares em diferentes
frequências:
Iniciar exame nos níveis mínimos de
resposta.
Aumentar a intensidade para
pesquisar o limiar eletrofisiológico se a
resposta for ausente nos níveis mínimos
esperados.
- Se necessário, diferenciar o tipo de
alteração:
PEATE por VO nos níveis mínimos de
resposta
Limiar eletrofisiológico por VO se não
tiver resposta nos níveis mínimos
- Protocolo sugerido PEATE clique em
crianças:
(Figura de Lourençato, Grasel e Beck (2020)
- Padrão de normalidade PEATE clique em
bebês e crianças
(Figura de Sousa et al. (2008)
PESQUISA DOMICROFONISMOCOCLEAR
- Quando houver suspeita de neuropatia
auditiva, pesquisar microfonismo coclear
(STAPELLS, 2010):
PEATE com clique o Intensidade forte
Polaridade Alternada
Polaridade Rarefeita
Clipagem do tubo do fonede inserção
- Para a pesquisa o microfonismo coclear é
necessário realizar o registro dos PEATE tanto
com a polaridade rarefeita como com a
polaridade condensada.
- A presença do microfonismo coclear é
confirmada quando existe uma inversão de
polaridade das ondas conforme a inversão
da polaridade do estímulo. (HOOD, 2007)
- Ao contrário das ondas do PEATE, o
microfonismo coclear não aumenta sua
latência conforme a intensidade do estímulo
for diminuída (HOOD, 2007).
- Também não aparece em intensidades
inferiores a 50 dB (SOUSA et al., 2008).
- Necessidade da utilização de fones de
inserção, considerando-se que esse tipo de
fone permite a separação do artefato elétrico
do potencial coclear (SOUSA et al., 2008).
- Costuma-se também obstruir o tubo do
fone de inserção para se descartar a
presença de artefatos
- Fazer o registro dos PEATE com clique de
polaridade condensada e após com
polaridade rarefeita. Observar se existe ou
não a inversão dos picos conforme a
inversão da polaridade.
- Obstrução do tubo do fone de inserção e
repetição da pesquisa dos PEATE com
rarefação e condensação.
- A manutenção do registro após a obstrução
do tubo do fone de inserção demonstra a
presença de artefato elétrico.
- O cancelamento do registro com a
obstrução do tubo indica que o microfonismo
coclear está presente.
PEATE - FATORES DE CORREÇÃO
- Valores recomendados pelos programas de
TAN e diagnóstico audiológico da British
Columbia e de Ontario (BCEHP 2008; OIHP
2008; SININGER; HYDE; 2009 apud STAPELLS,
2010):
–15, –10, –5 e 0 dB para estimar os
limiares comportamentais para tom puro nas
frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz (em
dBNA) a partir dos limiares obtidos no PEATE
com tone burst.
- O limiar eletrofisiológico obtido para o
clique em geral assemelha-se ao da
audiometria tonal nas frequências de 2000 a
4000 Hz, nos pacientes com perda auditiva
condutiva ou coclear. (SOUSA et al., 2008)
PEATE XMATURAÇÃO (MATAS, MAGLIARO,
2011)
- “Tendo em vista a maturação da via
auditiva no tronco encefálico, deve-se ter
cautela na interpretação dos traçados
obtidos em neonatos e lactentes,
considerando sempre o efeito dessa
maturação sobre a latência e a morfologia
das ondas”. (MATAS, MAGLIARO, 2011, p.186)
- A literatura relata que é possível a
visualização das ondas I, III e V a partir da 30ª
ou 32ª semanas de idade gestacional.
- A latência da onda I apresenta valores
semelhantes aos do adulto próximo aos 3
meses de idade.
- As latências das ondas III e V continuam a
crescer durante o primeiro ano de vida.
- Crianças nascidas a termo atingem valores
de latência da onda V próximos aos dos
adultos somente por volta dos 18 meses ou 2
anos de idade.
- Em crianças nascidas pré-termo a
maturação do SNAC não segue o mesmo
padrão maturacional de crianças nascidas a
termo. Deste modo, para a análise da
latência das ondas do PEATE em bebês
prematuros, deve-se considerar a idade
corrigida.
- Padrão de normalidade PEATE clique em
bebês e crianças (inclui prematuros):
(Figura de Sousa et al. (2008)

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