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Manual de Audiologia - versão final 2022 - revisado por GLORIA mar 22

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE 
CIÊNCIAS DA VIDA – CAMPUS I CURSO DE GRADUAÇÃO EM 
FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA DE FONOAUDIOLOGIA 
 
 
 
 
MANUAL BÁSICO PARA OS 
ESTÁGIOS EM AUDIOLOGIA 
 
 
 
 
 
Professores: 
Caio Leônidas Oliveira de Andrade 
Conceição Silva Oliveira 
Mara Renata Rissatto Lago 
Marcos Roberto Banhara 
Maria Cecília Castello Silva Pereira 
Maria da Glória Canto de Sousa 
Maysa Bastos Rabelo 
Nadja Braite 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2022 
2 
 
SUMÁRIO 
1. OBRIGAÇÕES DO ESTAGIÁRIO DURANTE O PERÍODO DO ESTÁGIO 4 
2. ANAMNESE 5 
3. MEATOSCOPIA 5 
4. ACUMETRIA 6 
4.1 Teste de Weber 6 
4.2 Teste de Rinne 7 
4.3 Teste de Schwabach 7 
4.4 Teste de Bing 7 
5. MEDIDAS DE IMITÂNCIA ACÚSTICA OU IMITANCIOMETRIA 8 
6. TIMPANOMETRIA 8 
7. REFLEXO ACÚSTICO DO MÚSCULO ESTAPÉDIO 11 
8. PROVA DA FUNÇÃO TUBÁRIA COM TÍMPANO PERFURADO 12 
9. RECRUTAMENTO OBJETIVO DE METZ 13 
10. PESQUISA DO DECLÍNIO DO REFLEXO ACÚSTICO (TONE DECAY 
IMITANCIOMÉTRICO) 13 
11. AUDIOMETRIA TONAL LIMINAR 14 
12. COMO REALIZAR A AUDIOMETRIA TONAL PORVIA AÉREA 15 
13. COMO REALIZAR A AUDIOMETRIA POR VIA ÓSSEA 18 
14. AUDIOMETRIA VOCAL OU LOGOAUDIOMETRIA 22 
15. MASCARAMENTO 29 
16. LAUDOS AUDIOLÓGICOS 36 
17. AUDIOLOGIA INFANTIL 38 
17.1 Audiometria Comportamental – 0 a 2 anos 40 
3 
 
 
17.2 Audiometria Condicionada/Lúdica - 3 a 6 anos 43 
17.3 Audiometria Convencional – a partir de 7 Anos 44 
18. TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL - EMISSÕES OTOACÚSTICAS 
EVOCADAS 
44 
19. PASSOS PARA REALIZAÇÃO DO EXAME DA FUNÇÃO 
VESTIBULAR 
49 
20. POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO – 
PEATE 
59 
21. AVALIAÇÃO DISCENTE 64 
22. ASPECTOS DE BIOSSEGURANÇA 65 
23. MEDIDAS DE PRECAUÇÕES-PADRÃO 68 
 
SITES PARA CONSULTA E PESQUISA CIENTÍFICA 70 
 
REFERÊNCIAS 71 
4 
 
PROCEDIMENTOS AUDIOLÓGICOS MAIS UTILIZADOS NA ROTINA 
CLÍNICA 
 
1. OBRIGAÇÕES DO ESTAGIÁRIO DURANTE O PERÍODO DO ESTÁGIO 
 
 
 Guardar mochilas e bolsas nos armários da clínica. 
 Manter seu “Kit” de atendimento contendo: caneta azul e vermelha, lápis e 
borracha, e Manual de Audiologia. 
 Usar jaleco e sapatos fechados, e no caso de cabelos compridos, manter os 
cabelos amarrados ou usar a touca descartável. 
 Verificar as salas que serão utilizadas para os atendimentos: “Preparar” o 
ambiente: verificar limpeza, fones com touca higiênica, pilhas e luzes dos 
otoscópios, gaze, lista de IPRF, ligar os equipamentos eletrônicos (audiômetro, 
imitanciômetro e ar-condicionado), providenciar os protocolos a serem 
utilizados de acordo com os procedimentos: anamnese e folha de registro dos 
procedimentos (audiometria e imitanciometria, e/ou folha de registro de 
Triagem Auditiva Neonatal). 
 Tratar o paciente com respeito. 
 Solicitar sempre um documento com foto para preencher os dados na 
anamnese e identificar na foto a pessoa atendida. 
5 
 
2. ANAMNESE 
 
 Antes de efetivamente começar o procedimento do teste é importante 
estabelecer um diálogo com o paciente, contextualizando os questionamentos 
a partir da queixa, a fim de que não pareça um simples preenchimento de 
questionário. 
 Na anamnese pode-se determinar o nível de audição provável. 
 Pode-se determinar a possível causa da perda auditiva. 
 É importante ouvir as respostas e a forma como são dadas. 
 Cuidado, se começar a pensar sobre a próxima questão, pode-se perder uma 
parte importante da resposta. 
 
3. MEATOSCOPIA 
 
A inspeção do Meato Acústico Externo (MAE) é indispensável, sendo os seus 
principais propósitos: 
 Verificar a presença de cerúmen no MAE (cerca de 25% livre) 
 Determinar o tamanho do MAE a fim de selecionar a oliva e o espéculo 
adequados. 
 A hélix do pavilhão auricular deve estar firmemente segura e ser puxada na 
direção póstero-superior para alargar o canal durante a visualização. 
 Caso a inspeção do MAE revele a presença de impedimento do MAE (rolha 
de cerúmen ou corpo estranho), o paciente deverá ser encaminhado para o 
médico Otorrinolaringologista. O aluno deverá preencher o 
encaminhamento e o nome do paciente deverá ser inserido na lista de 
pendência para retorno. O exame só poderá ser realizado após a remoção 
do impedimento do MAE. 
6 
 
4. ACUMETRIA 
 
O método mais básico, rápido e de baixo custo que existe para a avaliação 
subjetiva da audição são as provas com diapasão. Devem fazer parte do exame físico 
do paciente com queixa auditiva ou vestibular, independentemente de outros 
exames, podendo fazer parte do exame clínico geral. 
Os diapasões mais utilizados são os de frequências de 512 e 1024Hz, por serem 
frequências médias do espectro humano e sofrerem menor interferência do som 
ambiente. Os diapasões de frequência grave são mais sensíveis para detectar 
perdas condutivas. 
Estes testes oferecem uma avaliação qualitativa da audição, podendo nortear 
na diferenciação das perdas condutivas e sensorioneurais, enquanto que a 
discriminação da perda mista já é mais difícil. 
Os principais objetivos dos testes com diapasão são: 
 Comparar a audição entre via óssea e aérea; 
 Nortear quanto ao tipo de perda auditiva, se sensorioneural ou 
condutiva/mista; 
 Comparar a audição do examinador (considerada normal), com a audição do 
paciente. 
 
✓ Teste de Weber 
 
 
O diapasão é colocado na linha média da fronte, da calota craniana ou dos 
dentes. Se o som for ouvido igualmente em ambos ouvidos a audição é normal ou a 
perda auditiva é similar bilateralmente. 
Se o som se lateralizar para a orelha de melhor audição, a perda é 
sensorioneural no lado afetado; se o som se lateralizar para a orelha mais 
comprometida, a perda é condutiva neste último. 
7 
 
Weber audiométrico: Deve-se realizar em caso de existência de perda 
auditiva condutiva e/ou mista. Coloca-se o vibrador ósseo na fronte do paciente com 
intensidade de 20dB maior que a pior óssea em cada frequência pesquisada, a fim 
de que essa via possa ouvir o tom. Pode-se também utilizar como critério a média das 
ósseas na frequência testada mais 10dB. 
 
✓ Teste de Rinne 
 
O diapasão é colocado sobre a mastoide até que o paciente refira que não 
está mais escutando o som, momento este em que o diapasão é colocado próximo 
ao MAE, cerca de 2cm do mesmo. 
O Rinne é positivo quando o som é escutado por via aérea após não ser mais 
escutado por via óssea. Isto ocorre na audição normal e nas perdas 
sensoriouneurais. 
O Rinne é negativo quando o som não é escutado por via aérea, após não 
ser mais escutado por via óssea. Isto ocorre nas perdas condutivas, onde a audição 
por via óssea é mais prolongada, sendo necessário um gap aéreo - ósseo maior do 
que 20dB. 
 
✓ Teste de Schwabach 
 
O diapasão é colocado alternadamente na mastoide do paciente e do 
examinador considerado normal. Se o paciente ouvir por mais tempo que o 
examinador, sugere perda condutiva. Se o paciente ouvir por menos tempo, sugere 
perda sensorineural. E se o paciente ouvir por tempo igual, sugere audição normal. 
 
 
✓ Teste de Bing 
 
Coloca-se o diapasão na mastoide do paciente e pressiona-se o trago, 
obliterando o conduto auditivo externo. Se o paciente tiver perda sensorioneural ou 
8 
 
audição normal, sua audição deve piorar com o conduto auditivo externo obliterado. 
Se o paciente tiver perda condutiva, a obliteração não vai influir na audição. 
Podemos realizar o Bing audiométrico colocando o vibrador na mastoide, 
pressionando o trago a fim de ocluir o conduto auditivo externo, podendo ser 
realizado em uma ou mais frequências. 
 
 
5. MEDIDAS DE IMITÂNCIA ACÚSTICA OU IMITANCIOMETRIA 
 
 
Exame de grande importância clínica, que avalia o sistema tímpano-ossicular 
e a via do reflexo do Estapédio de forma objetiva, rápida e com fácil aplicabilidade. 
 
✓ Instruções: 
Mesmo que as medidas da imitância da orelha média sejam uma técnica 
objetiva de avaliação da função auditiva, sua aplicação requer algumasinstruções 
ao indivíduo sob teste, tais como: 
✓ Ele deverá permanecer quieto, evitando movimentos bruscos de cabeça. 
✓ Não precisará responder, mesmo ao ouvir os “apitos”, os quais poderão ser 
intensos. 
✓ Deve evitar tossir ou deglutir durante a realização do teste. 
✓ O paciente geralmente fica apreensivo antes do exame, pois a introdução da 
sonda é uma técnica invasiva. Neste caso, é sempre aconselhável que o 
examinador o tranquilize no sentido de avisá-lo de que o teste é rápido e indolor. 
 
 
 
6. TIMPANOMETRIA 
 
 
É o procedimento pelo qual se pode determinar as mudanças que ocorrem na 
membrana do tímpano e na cadeia ossicular pela variação de pressão sonora 
9 
 
introduzida no MAE. Avalia-se a mobilidade da membrana timpânica e as condições 
de orelha média. Durante a variação pressórica é introduzido um tom puro de 226Hz 
na orelha e a quantidade de som refletido pela membrana timpânica é então medida. 
 
✓ Instruções: 
✓ Introduz-se uma sonda numa das orelhas e coloca-se pressão de +200daPa, 
nesse momento o conjunto tímpano-ossicular é deslocado medialmente e a 
membrana timpânica fica enrijecida (máxima reflexão). 
✓ A pressão é reduzida gradualmente até que se alcance um ponto onde está a 
máxima transmissão do som da membrana timpânica e da cadeia ossicular, 
denominado de máxima compliância. 
✓ A pressão do ar no MAE se aproxima da pressão na cavidade da orelha média, 
havendo um mínimo de reflexão. O conjunto tímpano-ossicular é deixado em 
sua posição habitual e a membrana timpânica atinge seu ponto de 
relaxamento máximo. 
✓ O que se anota no timpanograma não é o ponto máximo de relaxamento, ou 
seja, o pico. O que se anota no timpanograma é o volume de orelha média, 
o que realmente tem valor clínico (a diferença entre o pico de máximo 
relaxamento e o volume de orelha externa). 
Foram definidos cinco tipos de curvas timpanométricas, conforme o volume 
da cavidade da orelha média. 
 
Tipos de Curvas Timpanométricas (Figura 1) 
 
 
✓ Tipo “A”: seu pico de máxima complacência (0,30 a 2,0cm3 – adultos e 0,30 a 
1,0 cm3 - crianças de até sete anos) é por volta de 0daPa, cuja variação está 
entre -100daPa e +50daPa e são encontrados em indivíduos com função de 
orelha média normal ou em portadores de Otosclerose. 
✓ Tipo “Ar” ou “As”: denominada como curva de rigidez, seu pico encontra-se 
em torno de 0daPa (-100daPa e +50daPa) semelhante a curva tipo “A”, porém 
10 
 
com volume reduzido (<0,3cm3). Encontrada em indivíduos com 
otosclerose, timpanosclerose ou membranas espessas. 
✓ Tipo “Ad”: denominada como curva de flacidez de membrana timpânica (MT) 
ou disjunção/ desarticulação de cadeia ossicular, seu pico ocorre por volta de 
0daPa (- 100daPa e +50daPa), porém sua complacência ultrapassa o valor 
máximo de normalidade (>2,0cm3 - adultos; >1,0cm3 - crianças até sete 
anos). É encontrada em casos de disjunção/ desarticulação de cadeia 
ossicular ou com membrana timpânica flácida (neotímpano). 
✓ Tipo “B”: ausência do ponto máximo de complacência. Apresenta curva 
achatada, sem pico, mesmo que as variações de pressão no MAE sejam 
grandes. 
✓ Tipo “C”: seu pico de máxima complacência está deslocado para mais de - 
100daPa e é encontrada em casos de disfunção tubária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Tabela de Classificação das Curvas Timpanométricas. Adaptado de Jerger (1970) e Jerger, Jerger e 
Mauldin (1972). Fonte: Guia de Orientações na Avaliação Audiológica Básica, 2020. Sistema de Conselhos Federal 
e Regionais de Fonoaudiologia. Colaboração: Academia Brasileira de Audiologia e Sociedade Brasileira de 
Fonoaudiologia. 
11 
 
 
7. REFLEXO ACÚSTICO DO MÚSCULO ESTAPÉDIO 
 
 A medida do reflexo acústico do músculo estapediano é a constatação de sua 
contração induzida por uma estimulação sonora, que pode ser ipsilateral ou 
contralateral. É considerado reflexo quando a variação do volume ultrapassa o valor 
de 0,28. 
 Na via ipsilateral o som apresentado na orelha testada percorre o seguinte 
caminho: cóclea, VIII nervo, núcleo coclear ventral, complexo olivar superior, 
núcleo motor do facial (VII nervo) e ramo motor do nervo facial, que inerva o 
músculo estapédio da mesma orelha, na qual é observado o reflexo. 
 Na via contralateral o som apresentado estimula a cóclea, VIII nervo, núcleo 
coclear ventral, complexo olivar superior contralateral, núcleo motor do nervo 
facial (VII nervo) contralateral e ramo motor facial contralateral, responsável 
pela inervação e contração do músculo estapediano contralateral. 
 A orelha com fone que recebe o estímulo acústico para desencadear o reflexo 
é tida como aferente e a orelha com a sonda, onde se observa o reflexo, é 
eferente (Figura 2). 
 As medidas do reflexo contralateral referem-se à orelha na qual é fornecido o 
estímulo acústico. Por exemplo: se apresentar um estímulo acústico na orelha 
direita (fone) e observar o reflexo na orelha esquerda (sonda), tem-se um 
reflexo contralateral direito, ou seja, aferência na orelha direita (audição) e a 
eferência na orelha esquerda (contração do músculo estapediano). Portanto, se 
o reflexo é medido na própria orelha estimulada é ipsilateral, entretanto se 
medido na orelha oposta é contralateral. 
 
 
12 
 
Figura 2. Eliciação do reflexo acústico contralateral 
 
 
 O limiar dos reflexos acústicos, tanto ipsilaterais quanto contralaterais, será 
registrado de acordo a EFERÊNCIA, isto é, de acordo com a cor da orelha que 
se encontra a sonda (Orelha Direita = Vermelho; Orelha Esquerda = Azul). 
A classificação do reflexo acústico estapediano contralateral encontra-se na Figura 3. 
 
 
Figura 3. Classificação do reflexo acústico estapediano contralateral (GELFAND, 1984; JERGER; JERGER, 
1989). Fonte: Guia de Orientações na Avaliação Audiológica Básica, 2020. Sistema de Conselhos Federal e 
Regionais de Fonoaudiologia. Colaboração: Academia Brasileira de Audiologia e Sociedade Brasileira de 
Fonoaudiologia. 
 
 
8. PROVA DA FUNÇÃO TUBÁRIA COM TÍMPANO PERFURADO 
 
Essa avaliação poderá ser utilizada em indivíduos com perfuração da membrana 
timpânica, para verificar se a tuba auditiva está ou não preservada. Abaixo os passos 
para realização desta prova: 
 Após a vedação do meato acústico externo do paciente, introduz-se uma 
pressão positiva de +200daPa. Em seguida, orienta-se que degluta toda vez 
que for solicitado. Após cada deglutição, observa-se se houve escape de 
pressão pela tuba auditiva. Em indivíduos com tuba auditiva normal 
(permeável), a agulha do manômetro retorna à posição zero após três ou quatro 
deglutições. 
 Em pacientes com tuba auditiva parcialmente permeável (semipermeável), 
encontra-se uma pressão residual, variando de 50 a 80daPa. 
13 
 
 Entretanto, quando a tuba auditiva estiver totalmente obstruída, 
impermeável, a pressão permanecerá inalterável, independentemente do 
número de deglutições, ou seja, a agulha do manômetro continuará fixa em 
+200daPa. 
 
 
 
9. RECRUTAMENTO OBJETIVO DE METZ 
 
A partir da pesquisa do reflexo estapediano, pode-se verificar se há ou não a 
presença de recrutamento em paciente com perdas auditivas sensorioneurais. 
Neste caso é calculada a diferença (DIF) entre os valores do limiar auditivo e do limiar 
do reflexo acústico. A comparação deverá ser realizada com base na unidade de 
medida (dBNA – dBNA). Para análise do recrutamento podemos analisar da seguinte 
forma: 
 Se a diferença for igual ou menor que 60dB, é indicativo de recrutamento 
objetivo de Metz. Entretanto, se o valor da diferença for menor que 30dB, pode 
estar ocorrendo algum erro na avaliação audiológica, provavelmente na 
obtenção dos limares auditivos na audiometria tonal, sendo necessário retestá- 
los. 
 Se a diferença for até 100dBNA está dentro dos padrões de normalidade. E se 
for maior que 100dBNA é indicativo de alteração do Processamento Auditivo 
Central (PAC).10. PESQUISA DO DECLÍNIO DO REFLEXO ACÚSTICO (Tone decay 
imitanciométrico) 
 
 
Para realização deste teste é apresentado um tom puro de 10dB acima do 
limiar obtido para o reflexo acústico contralateral, em 500 e 1000Hz durante 10 
segundos. Se houver retorno na agulha do balanceômetro, em mais de 50%, nos 
primeiros 5 segundos, isto é sugestivo de lesão retrococlear ou predominantemente 
14 
 
neural. 
 
11. AUDIOMETRIA TONAL LIMINAR 
 
Abaixo encontram-se os procedimentos e cuidados antes da realização da 
audiometria tonal liminar: 
 Conectar o audiômetro à rede elétrica. Ligar o audiômetro pelo menos 10 
minutos antes de começar o exame. Isto permite o aquecimento adequado de 
todos os seus sistemas e melhor desempenho. 
 Verificar as conexões dos fones, vibrador ósseo e microfone, bem como 
desenrolar os fios retorcidos para não causar danos aos mesmos. 
 Verificar se o som emitido pelo audiômetro não apresenta distorções, chiados 
ou se sua intensidade não está sofrendo alterações. 
 Entrevista (anamnese) – levantar alguns dados sobre o problema auditivo do 
paciente, para selecionar a frequência e intensidade inicial do exame e em 
qual orelha aplicar o teste primeiro. Antes de iniciar a audiometria deve-se 
proceder com a inspeção do MAE. 
 Verificar se não existe presença de colabamento no MAE do paciente a ser 
testado, pois com a colocação dos fones e flacidez do pavilhão auricular, pode 
ocorrer esta oclusão. Se isto acontecer, utiliza-se de adaptadores anatômicos 
com orifício que impeçam a oclusão. O colabamento tem como consequência 
um quadro de perdasauditivas leve a moderada. 
 Levar em conta o estado psicofísico do paciente no momento do teste, pois 
ele pode não estar se sentindo em boas condições para responder. 
 Apresentar instruções claras e objetivas ao paciente, sobre o que deve fazer, 
o que vai sentir e como será o procedimento de teste. Esta pode ser 
considerada uma das etapas mais importantes da avaliação audiológica. 
 Destaca-se, ainda, que a colocação dos fones e seu correto posicionamento 
é muito importante na avaliação audiométrica. 
 É necessário que o paciente saiba exatamente o que se espera dele, o que 
15 
 
deve fazer e como deve responder. Diversas são as formas sugeridas de se 
responder ao teste, mas a que recebe maior ênfase é aquela em que o 
paciente apresenta sua resposta por meio de um ato motor. Utiliza-se ainda 
uma pêra para sinalização das respostas por parte do paciente. Entretanto, 
deve-se verificar com o examinador responsável e com o supervisor qual o 
melhor método a ser utilizado. 
 
Iniciando a audiometria tonal liminar: 
 Iniciar o teste pela orelha melhor, a uma intensidade audível pelo paciente; 
se este não souber informar qual é esta orelha, testar uma frequência (1000 
Hz), em uma e depois em outra orelha, estabelecendo, desse modo, a melhor. 
Se não houver diferença significativa, começar pela orelha direita. No caso do 
paciente com perda auditiva acentuada, iniciar por 250 ou 500Hz. 
✓ Em pacientes com zumbido deve-se escolher o melhor tipo de estímulo para 
realizar o exame. 
✓ Toda vez que tiver dúvidas das respostas, peça ao paciente para retornar 
em outro momento e refazer o exame. 
 
ATENÇÃO: deve-se tomar cuidado com a apresentação ritmada, por que o indivíduo 
pode levantar a mão ou apertar a pêra, condicionado pelo intervalo constante e 
rítmico da apresentação do sinal. Deve-se tomar cuidado também, com as pistas 
que o examinador possa dar: levantar e abaixar os olhos, movimentar ombros e 
braços, lentes de óculos que refletem o sinal da luz durante apresentação do sinal, 
etc. 
 
12. COMO REALIZAR A AUDIOMETRIA TONAL POR VIA AÉREA 
 
 Após a anamnese, a instrução ao paciente, a inspeção do meato acústico 
externo, a colocação dos fones, inicia-se o exame propriamente dito. 
 Se o paciente perceber o estímulo, na intensidade inicial, reduz-se, 
progressivamente, a intensidade de 10 em 10dB, até que o paciente não mais 
16 
 
perceba o estímulo. Nesse momento, aumenta-se o som em 5dB e diminui-se 
em 5dB até que o paciente responda novamente. O limiar auditivo é a menor 
intensidade na qual o indivíduo detecta 50% dos estímulos apresentados. 
 Após o teste da frequência inicial, o mesmo procedimento será usado para 
as frequências de 2000, 3000, 4000, 6000, 8000, 500 e 250Hz, nesta ordem. 
Caso os limiares obtidos nas diversas frequências apresentem muita 
discrepância, por exemplo, em 1000Hz, 70dB; e em 2000Hz, 40dB; é 
conveniente, retestar 1000Hz antes de passar para as frequências graves (500 
e 250Hz). Se houver discrepância entre as frequências de 500, 1000 e 
2000Hz igual ou maior que 20dB, é recomendado pesquisar as frequências 
de 750Hz e 1500Hz, respectivamente. 
 Depois de testar a melhor orelha ou a direita, o mesmo procedimento deve 
ser utilizado para o lado oposto. Os resultados obtidos serão anotados em um 
gráfico próprio denominado de audiograma, no qual são registrados os limiares 
tonais sob forma de símbolos de acordo com normas internacionais, o que 
facilita a leitura e a interpretação dos achados, proporcionando uma visão geral 
do nível de audição do indivíduo. 
 Os sinais caracterizam-se pela forma, cor e direção diferentes para cada 
lado. Cada sinal audiométrico deve ser exatamente representado para que seja 
possível o reconhecimento imediato da orelha examinada, do mecanismo de 
condução investigada, do tipo de teste realizado, etc. Orelha Direita em 
vermelho e Orelha Esquerda em azul (Quadro 1). 
17 
 
Orelha Direita Orelha Esquerda 
O Via aérea X Via aérea 
 Via aérea mascarada Via aérea 
mascarada 
< Via óssea > Via óssea 
[ Via óssea mascarada ] Via óssea 
mascarada 
 Não responde 
 
 
Não responde 
Linha contínua Linha tracejada 
Quadro 1. Notação gráfica para os resultados obtidos na avaliação audiológica – audiometria tonal 
(Russo e Santos, 2013). 
 
 
Cuidados na realização da audiometria tonal por via aérea 
 
 
Algumas situações especiais devem ser consideradas: 
 
✓ Quando, durante o teste das vias aéreas, observa-se uma diferença igual ou 
maior que 40dB entre a orelha melhor e a pior em uma dada frequência, é 
necessário utilizar um ruído mascarante que impeça a orelha melhor de 
responder pela pior. 
✓ Quanto ao aparecimento de alterações de limiares, mais frequentemente em 
agudos pode ocorrer um fenômeno denominado onda estacionária. Este 
evento produz uma perda na energia do som que está sendo apresentado à 
orelha e produz uma falsa perda auditiva. Portanto, ao encontrar perda 
auditiva nas frequências a partir de 3000Hz, é aconselhável refazer a 
pesquisa do limiar, reposicionando os fones supra aurais ou inserindo uma 
oliva no meato acústico externo para que não colabe. 
18 
 
13. COMO REALIZAR A AUDIOMETRIA POR VIA ÓSSEA 
 
O objetivo principal da audiometria por via óssea é auxiliar o diagnóstico clínico 
das alterações de orelha externa, média ou interna. Por intermédio da comparação 
dos resultados obtidos na via aérea e na via óssea, é possível determinar o grau de 
comprometimento condutivo. Diversos fatores devem ser avaliados quando 
respostas de via óssea são analisadas: 
 
 A audição por via óssea é recebida na cóclea pelos mesmos receptores 
sensoriais que recebem o estímulo que vem da viaaérea; 
 A audição óssea não é tão sensível quanto a aérea, isto porque a impedância 
do crânio é bem maior do que a do sistema tímpano-ossicular; 
 Quando qualquer local do crânio é estimulado pelo vibrador ósseo, as duas 
cócleas são “ativadas/estimuladas” simultaneamente; 
✓ O vibrador ósseo pode apresentar limitações mecânicas para a transmissão de 
frequências abaixo de 250Hz e acima de 4000Hz, e também para fortes 
intensidades. Assim, a via óssea é pesquisada apenas nas frequências de 
500Hz a 4000Hz. Na frequência de 500Hz o limiar é pesquisado até a 
intensidade de 60dB e, nasdemais frequências até 70dB. 
✓ A colocação preferencial do vibrador ósseo na mastoide se deve ao fato de que, 
nesta região, é possível aplicar ao vibrador a pressão necessária para que a 
sua transmissão ao crânio seja bastante eficaz; 
✓ Outros aspectos que devem ser considerados são: a pressão do vibrador ósseo 
sobre a mastoide; a calibração do equipamento; a proximidade de estruturas 
que possam amortizar a vibração tais como: cabelo, pavilhão auricular, hastes 
de óculos, fivelas, tiaras, etc. 
✓ Para pesquisar os limiares por via óssea o paciente deve ser novamente 
instruído. Ele deve receber a informação do que vai acontecer e como deve 
responder. 
✓ Para que se obtenha o limiar por condução óssea, tal como foi descrito na via 
19 
 
aérea, deve-se começar por frequências e intensidade audíveis pelo paciente. 
O vibrador ósseo deve ser colocado sobre a mastoide da orelha a ser testada. 
✓ Geralmente, não se testa a via óssea quando os limiares auditivos por via aérea 
estiverem em até 15dB (para crianças de até 7 anos) e 20dB (para crianças 
maiores). Para os adultos realiza-se a VO quando os limiares de VA estiverem 
iguais ou maiores que 25dB. 
 
ATENÇÃO: Caso a audição encontre-se dentro da normalidade e haja uma 
alteração de orelha média, com ausência dos reflexos estapedianos, deve-se 
realizar a VO a fim de encontrar um possível gap, o que justificaria tal realização, 
pois, provavelmente, existe um componente condutivo nesta situação. 
 
✓ Um fato que pode acontecer na pesquisa da via óssea é o efeito de oclusão, 
que ocorre quando o MAE é coberto ou ocluído pelo fone supra aural, existe 
um aumento do nível de pressão sonora em direção à cóclea. Poderá, então, 
causar melhora na percepção do som por condução óssea, nas frequências de 
500 a 1000Hz. Esse efeito poderá gerar um aumento na energia sonora 
apresentada de 15 a 20dB nessas frequências. Nos indivíduos com audição 
normal ou com perdas auditivas sensorioneurais, tal aumento resultará em um 
reforço da via óssea, o que não ocorrerá naqueles com alterações condutivas. 
✓ Na via óssea, quando o crânio é estimulado, as duas cócleas são ativadas ao 
mesmo tempo. Isso significa que não ocorre atenuação interaural. O 
mascaramento deverá ser utilizado para eliminar a participação da orelha não 
testada no momento em que a outra está sendo estimulada. 
✓ Para que a interpretação dos dados fornecidos pela audiometria sejam 
realizados, de modo padronizado, diversos órgãos internacionais recomendam 
o uso de critérios para a análise do grau, do tipo e da configuração 
audiométrica. 
20 
 
Tipos de perda auditiva e suas características 
As perdas auditivas podem ser classificadas quanto ao tipo em: condutiva, 
mista sensorioneural, a saber: 
✓ Perdas Auditivas Condutivas: para adultos e crianças acima de 7 anos: 
limiares de via óssea menores ou iguais a 25dBNA e limiares de via aérea 
maiores do que 25dBNA, com gap (diferencial aéreo-ósseo) maior ou igual a 
15dB. 
✓ Perdas Auditivas Sensorioneurais: limiares das vias aérea e óssea maiores 
que 25dBNA e que estejam acoplados ou podendo apresentar um diferencial 
aéreo-ósseo de até 10 dB”. 
✓ Perdas Auditivas Mistas: limiares de via óssea maiores do que 25dBNA e 
limiares de via aérea maiores do que 25dBNA com gap aéreo-ósseo maior ou 
igual a 15dB. 
 
Classificação das perdas auditivas quanto ao grau - Adulto (Figura 4) 
 
Figura 4. Classificação do grau da perda auditiva de acordo com Lloyd e Kaplan (1978). Fonte: Guia de 
Orientações na Avaliação Audiológica Básica, 2020. Sistema de Conselhos Federal e Regionais de 
Fonoaudiologia. Colaboração: Academia Brasileira de Audiologia e Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 
21 
 
Classificação das perdas auditivas quanto ao grau – Criança (Figura 5) 
 
 
 
 
Figura 5. Classificação do grau da perda auditiva de acordo com Northern e Downs (2002). Fonte: Guia de 
Orientações na Avaliação Audiológica Básica, 2020. Sistema de Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia. 
Colaboração: Academia Brasileira de Audiologia e Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 
22 
 
Classificação da perda auditiva quanto à configuração 
 
A classificação da configuração audiométrica leva em consideração o 
desenho dos limiares de via aérea para cada orelha (Figura 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*Entalhe audiométrico - Coles et al, (2000) definem como entalhe audiométrico quando os limiares auditivos em 3 
kHz ou 4 kHz ou 6 kHz são maiores que 10 dB quando comparados com os limiares de 1 kHz ou 2 kHz e 6 kHz ou 8 
kHz. 
Figura 6. Classificação da configuração audiométrica de Silman e Silverman (1997) – adaptada de Carhart (1945) 
e Lloyd e Kaplan (1978). Fonte: Guia de Orientações na Avaliação Audiológica Básica, 2020. Sistema de Conselhos 
Federal e Regionais de Fonoaudiologia. Colaboração: Academia Brasileira de Audiologia e Sociedade Brasileira de 
Fonoaudiologia. 
 
 
14. AUDIOMETRIA VOCAL OU LOGOAUDIOMETRIA 
 
Após a determinação dos limiares por via aérea e por via óssea, deverá ser 
avaliada a habilidade do indivíduo para detectar e reconhecer a fala. Os limiares 
logoaudiométricos mais empregados na rotina audiológica são: o Limiar de 
Detecção de Fala (LDF) ou Limiar de Detecção de Voz (LDV), o Limiar de 
Reconhecimento de Fala (LRF) e o Índice Percentual de Reconhecimento de Fala 
(IPRF). 
23 
 
Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) 
 
Para realizar a pesquisa do LRF deverão ser utilizadas listas de palavras 
fáceis de serem entendidas e com inteligibilidade semelhante. As palavras utilizadas 
no Brasil são trissilábicas e polissilábicas, por exemplo: amarelo, boneca, chocolate, 
namorado, sabonete, acarajé, maracujá, professora, etc. O LRF pode ser 
pesquisado, também, por meio de perguntas simples para crianças, como por 
exemplo: Qual é o seu nome? Quantos anos você tem? Qual o nome da mamãe? 
etc. 
A pesquisa do LRF com crianças a partir de 2 anos quando é realizada a 
audiometria tonal condicionada, deve ser feita com figuras que representem palavras 
trissílabas ou ordens simples como identificar as cores de brinquedos e mostrar 
partes do corpo. 
A pesquisa do LRF com crianças de 2 a 6 anos de idade pode ser composta 
por figuras, objetos e uma lista de ordens simples, como por exemplo: “dê tchau”, 
“jogue beijo”, “aponte o nariz”, etc. Tabela dos níveis (Frasson) 
 
Controle da intensidade de voz (Volume Unit Meter) 
 
Para se obter resultados fidedignos e adequados na logoaudiometria, é 
necessário o controle do sinal de fala em volume correto. O vu meter é um 
importante monitor visual, indispensável nos testes logoaudiométricos realizados a 
viva voz. Ele deverá ser ajustado de modo a permitir o sensor atinja a marca zero, 
em todas as palavras proferidas ao microfone que, por sua vez, deverá estar situado 
defronte dos lábios do falante (Figura 7). 
Importante o examinador não ficar muito próximo ao microfone, a fim de 
evitar que o “puff” de ar e o sibilado, decorrentes da presença de deslocamento de 
ar próximo à cápsula do microfone, não atinja níveis próximos ao “0” e se perca o 
controle do vu meter. 
24 
 
 
Figura 7. VU Meter. Fonte: Disponível em: <www.gabzfm.com> 
 
Método para realizar o LRF 
 
 
A pesquisa do LRF deve ser realizada logo após a determinação dos limiares 
tonais, iniciando-se pela melhor orelha. Para tanto, deve-se iniciar o teste com 
intensidade audível para o paciente, aproximadamente, 30dB a 40dB acima da 
média dos limiares tonais por via aérea, nas frequências de 500, 1000 e 2000Hz para 
cada orelha. Para tanto o examinador realizará os seguintes passos: 
 Instruir o paciente a repetir uma série de palavras, geralmente trissílabos e 
não devem ser apresentados de forma a fazerem parte de uma mesma 
categoria (frutas, mobília, legumes, entre outros), da maneira como as ouviu, 
avisando que elas serão apresentadas em intensidades cada vez menores. Utilizar um anteparo na frente da boca, de modo que o paciente não realize a 
leitura orofacial. 
 O método mais utilizado no Brasil é o descendente, no qual diminui-se a 
intensidade de 10 em 10dB a cada palavra apresentada, até que o paciente 
não repita mais ou comece a errar. Em seguida, aumenta-se a intensidade 
em 5dB e passa-se a apresentar quatro palavras por nível de intensidade 
decrescente a fim de se pesquisar o LRF. O menor nível de intensidade no 
qual o paciente repetir corretamente 50% das quatro palavras apresentadas, 
ou seja, duas delas. Este será o nível de LRF para a orelha testada. 
 O LRF poderá ainda ser realizado por meio de perguntas ou ordens simples. 
Nesse caso, devemos diminuir o nível de intensidade de apresentação, a 
cada pergunta respondida corretamente, do mesmo modo que se faz com as 
palavras. O LRF será a menor intensidade na qual o paciente respondeu 
corretamente à pergunta formulada. 
http://www.gabzfm.com/
25 
 
Aplicações clínicas do LRF 
 
 
 A pesquisa do LRF auxilia na confirmação dos limiares tonais, devendo estar 
igual ou no máximo 10dB acima da média dos limiares tonais aéreos de 500, 
1000 e 2000Hz. 
 Quando há uma discrepância superior a 10dB entre o LRF e os limiares 
tonais, uma nova pesquisa audiométrica deverá ser realizada para a 
confirmação destes limiares. 
 O LRF será compatível com a média tonal de 500, 1000, 2000Hz se estas 
estiverem próximas. Porém, será compatível com o melhor limiar tonal se 
houver diferença igual a 15dB entre as frequências da fala. O mesmo pode 
ocorrer em audiogramas com configurações descendentes abruptas que 
apresentam limiares melhores nas frequências baixas. 
 A determinação do LRF é essencial para a delimitação do campo dinâmico 
da audição e imprescindível na seleção, indicação e adaptação de aparelho 
auditivo. 
 
Índice Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF) 
 
 
É a medida da inteligibilidade da fala em uma intensidade fixa na qual o 
indivíduo consegue repetir corretamente o maior número de palavras. É composto 
por uma lista de 25 monossílabos e 25 dissílabos. Se o resultado for inferior a 88%, 
apresentam-se as dissílabas para a orelha direita e orelha esquerda, mas se forem utilizadas 
múltiplas condições de escuta, pode-se considerar 25 palavras para cada orelha. Em caso 
de resultados muito pobres em mono, pode-se fazer a lista de dissílabos e 
trissílabos. As listas devem ser preparadas seguindo-se alguns requisitos, tais 
como: 
i. Os vocábulos deverão ser familiares, ou seja, que pertençam ao 
vocabulário do paciente, pois esta é uma variável que pode interferir no 
resultado do exame. 
26 
 
ii. Os vocábulos deverão ter igual grau de dificuldades e as listas de 
monossílabos e dissílabos devem ser diferentes para cada orelha testada. 
iii. Deverão incluir os vocábulos comumente usados na língua. 
 
iv. Por exemplo: pá, tom, cor, bom, gás, chá, poste, toca, cola, cama, bola, etc. 
 
• Durante a realização do IPRF é preciso estar atento às modificações do 
material ou do procedimento do exame, quando são avaliados certos 
indivíduos, tais como: 
v. Portadores de distúrbios articulatórios. 
vi. Adultos com habilidades linguísticas reduzidas. 
vii. Indivíduos cujas habilidades de reconhecimento de fala estão 
severamente comprometidas. 
viii. Crianças pequenas que não podem responder verbalmente devido a 
fatores orgânicos ou emocionais. 
 
Método para realizar o IPRF 
 
 
Os procedimentos referentes ao controle de intensidade (vu meter), e a 
calibração para o LRF são os mesmos para o IPRF. O objetivo do IPRF é determinar 
a porcentagem de palavras repetidas corretamente em nível de intensidade mais 
confortável para os pacientes, é de suma importância determiná-lo com precisão, a 
fim que se atinja a máxima inteligibilidade. Não existe um nível de sensação que 
assegure máxima inteligibilidade. Alguns autores atingiam este nível, dependendo 
da lista de palavras empregada, entre 25 a 40 dBNS (decibel nível de sensação) mas 
a maioria desses ouvintes necessitou de 40dBNS. Deve-se ainda instruir o paciente 
para que ele repita as palavras apresentadas. 
É importante lembrar que para perdas auditivas, principalmente, 
sensorioneurais com recrutamento, 40dBNS poderão atingir o limiar de desconforto 
do paciente, reduzindo o índice de reconhecimento. Por esta razão, deve-se 
pesquisar o nível mais confortável para cada indivíduo. Em geral, está situado entre 
27 
 
25 e 30dBNS. 
Lembrar que uma vez realizando o IPRF em intensidades menores que 
40dBNS, deve-se colocar uma observação informando que aquela foi a intensidade 
mais confortável referida pelo paciente em teste. 
Depois de obter o LRF ou a média tonal de 500, 1000 e 2000Hz, eleva-se a 
intensidade do sinal de fala para 40dBNS ou para o nível de maior conforto para o 
paciente. O teste do IPRF poderá ter início. Pode-se optar, também, por realizar o 
IPRF primeiro e o LRF posteriormente, já que o LRF exige maior atenção por parte 
do paciente. 
As listas devem ser balanceadas foneticamente, ou seja, que represente as 
palavras e os fonemas da língua portuguesa-brasileira. 
Atenção na realização do IPRF. A repetição das palavras deve ser evitada, 
caso necessário, repetir outras listas. As palavras devem ser bem articuladas e 
emitidas sempre na mesma intensidade. 
 
Resultados e interpretação dos resultados 
Para se obter a porcentagem de palavras repetidas corretamente no IPRF, 
basta multiplicar o número de acertos por 4. Por exemplo, se o paciente errou 3 
palavras, sua porcentagem será obtida multiplicando-se os 22 acertos por 4, isto 
corresponderá a 88%. 
A relação entre o IPRF e a dificuldade de comunicação apresentada pelo 
paciente é apresentada na Figura 8. 
Figura 8. Classificação do IPRF (JERGER; SPEAKES; TRAMMELL, 1968). Fonte: Guia de Orientações na 
Avaliação Audiológica Básica, 2017. Sistema de Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia. Colaboração: 
Academia Brasileira de Audiologia e Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 
28 
 
A predição da porcentagem de reconhecimento em função do tipo de perda 
auditiva apresentada é uma tarefa difícil. Entretanto, para as perdas auditivas 
condutivas espera-se uma porcentagem entre 92 a 100%, ou seja, tais perdas não 
comprometem o IPRF. 
As perdas sensorioneurais sofrem influência do grau da perda, configuração 
e etiologia. Em geral, pacientes com lesão neural, retrococlear, terão porcentagens 
inferiores àquelas encontradas em indivíduos com lesão predominantemente 
coclear. O IPRF diminui à medida que a perda auditiva sensorioneural aumenta. Nas 
lesões cocleares a porcentagem de reconhecimento pode variar de 60 a 88% e em 
lesões retrococleares, raramente ultrapassa os 60%. É importante lembrar que nas 
lesões cocleares, conforme se aumentam as pistas, o percentual tende a aumentar; 
nas lesões retrococleares as pistas não interferem no reconhecimento. 
 
Limiar de Detecção de Fala (LDF) 
 
 
Nem sempre é possível se obter o LRF. Se a dificuldade de comunicação do 
paciente for muito severa, nos casos de crianças que não adquiriram a linguagem 
oral e nos casos de perdas auditivas congênitas severas ou profundas, deve ser 
pesquisado o LDF. Embora o estímulo apresentado seja a fala, o paciente não 
precisa necessariamente reconhecê-la. 
O limiar de detecção de fala é utilizado para confirmar os limiares tonais e 
para auxiliar na seleção do aparelho de amplificação sonora, em sujeitos que não 
apresentam linguagem oral. O resultado do LDF coincidirá com o melhor limiar tonal 
(VA) do paciente. 
Convencionou-se utilizar a repetição da sílaba “pá” para pesquisar o LDF. 
Durante a apresentação da sílaba “pá, pá, pá” o paciente é instruído a levantar a 
mão assim que perceber o som. O LDF é obtido quando o paciente responde a 
apresentações e seu resultado é expresso em dB. 
29 
 
15. MASCARAMENTO 
Conceitos BásicosAtenuação interaural refere-se a qualquer redução de energia. Assim 
sendo, é a redução de energia sonora entre as duas orelhas. Isso significa que a 
atenuação interaural pode ser definida como o decréscimo em decibel na 
intensidade do sinal acústico apresentado a uma orelha que passa à cóclea da 
outra. 
Curva sombra é uma curva audiométrica obtida em uma orelha com a 
mesma configuração da melhor, mas com diferença de 40 a 80dB entre elas, em 
decorrência da lateralização do estímulo sonoro. 
Atenuação Interaural para a via aérea – foram pesquisados e registrados os 
valores de atenuação interaural para a via aérea para fones supra-aurais para várias 
frequências e verificaram que estes variavam de indivíduo para indivíduo e entre 
frequências, em uma faixa de 40 a 80dB. Em virtude da grande variação de atenuação 
interaural, foi recomendado que o menor valor, isto é, 40dB, fosse utilizado como 
parâmetro para decidir a necessidade ou não de usar o mascaramento, durante a 
obtenção dos limiares de via aérea. 
Atenuação Interaural por via óssea – quando o vibrador ósseo é colocado 
na mastoide, sua vibração estimulará ambas as cócleas, igual e simultaneamente, 
o que significa que a melhor cóclea responderá espontaneamente. Dessa forma, a 
atenuação interaural para a via óssea é igual a 0dB. Em razão desta ausência 
de atenuação interaural, recomenda-se que o mascaramento seja sempre utilizado 
ao se realizar a audiometria por via óssea. Contudo, há exceção, pois quando 
indivíduos nos quais os limiares aéreos e ósseos da orelha testada estão nos 
mesmos níveis de audição, não será necessário realizar mascaramento na via 
óssea, pois a via óssea não pode ser pior que a via aérea. 
A atenuação interaural para a fala será igual à diferença entre o nível de 
apresentação do sinal na orelha testada e a média tonal da via óssea da orelha não 
30 
 
testada. Deve-se considerar valores diferentes de atenuação interaural dependendo 
do procedimento a ser realizado: 40dB para a obtenção de LDF e 45dB, no que se 
refere à mensuração do LRF e do IPRF. Para verificar os valores de atenuação 
interaural, é recomendado o uso da média dos limiares de via óssea, para a orelha 
não testada em 500, 1000 e 2000Hz ou observar se a diferença de 45dB está 
presente entre o estímulo de apresentação da fala e o melhor limiar ósseo da 
orelha contralateral. 
 
Níveis de mascaramento 
 
 
O mascaramento mínimo é definido como a menor quantidade de ruído 
mascarante necessário para impedir a orelha não testada de responder ao sinal 
apresentado na orelha testada. Recomenda-se que o nível inicial de mascaramento 
deva ser igual ao limiar de via aérea da orelha não testada, acrescido de um fator de 
segurança de 10dB (no mínimo), em função da variabilidade existente entre pessoas 
com relação à efetividade dos níveis de mascaramento. 
O mascaramento máximo é o nível máximo de ruído mascarante que pode 
ser utilizado na orelha não testada, sem provocar mudanças nos limiares reais da 
orelha testada. 
O supermascaramento ocorre quando o nível de ruído apresentado à orelha 
não testada é aumentado em níveis que se igualam ou superam os valores de 
atenuação interaural, indo mascarar a cóclea da orelha testada. O ruído mascarador é 
apresentado por via aérea. 
O submascaramento pode ocorrer apenas na pesquisa do limiar ósseo, 
quando o máximo de intensidade, calculado para não provocar o 
supermascaramento, não é percebido pela orelha mascarada. 
O efeito de oclusão ocorre quando o MAE é coberto ou ocluído, existe um 
aumento do nível de pressão sonora em direção à cóclea. Poderá, então, causar 
melhora na percepção do som por condução óssea, nas frequências de 250 a 
1000Hz. Esse efeito poderá gerar um aumento na energia sonora apresentada de 15 
31 
 
a 20dB nessas frequências. Nos indivíduos com audição normal ou com perdas 
auditivas sensorioneural, tal aumento resultará em um reforço da via óssea, o que 
não ocorrerá naqueles com alterações condutivas. 
 
Quando mascarar? 
 
 
De modo geral, são três os fatores que devem ser considerados quando se 
determina a necessidade de usar mascaramento: 
 O nível de intensidade do sinal na orelha testada. 
 Os valores de atenuação interaural. 
 Os limiares auditivos na orelha não testada, tanto na via aérea quanto na via óssea. 
 
 
Audiometria tonal por via aérea 
 
Quando o limiar por via aérea, obtido na orelha testada, subtraído o valor de 
atenuação interaural, exceder o limiar de via óssea, na orelha não testada. 
É importante ressaltar que, na prática clínica, os limiares por condução 
óssea nas frequências de 250, 6000 e 8000Hz não são pesquisados. Porém, a 
audição por condução óssea nessas frequências deve ser considerada para que se 
verifique a necessidade do mascaramento contralateral na pesquisa dos limiares 
obtidos por condução aérea. Para isso, nas perdas auditivas condutivas, sugere-se 
considerar, para as frequências de 6000 e 8000Hz, o mesmo limiar ósseo que em 
4000Hz, e para a de 250Hz, o mesmo limiar que em 500Hz. Para as perdas auditivas 
sensorioneurais, deve-se considerar o limiar ósseo não pesquisado igual ao limiar 
aéreo da determinada frequência. 
 
Audiometria tonal por via óssea 
 
Durante a avaliação audiológica, os limiares de via óssea, não mascarados, 
e comparados ao limiar de via aérea da orelha testada. Se existir a evidência de 
ocorrência de um diferencial aéreo-ósseo (gap) igual ou maior a 15 dB, é 
32 
 
necessário usar o mascaramento contralateral. Assim sendo, a regra para usar o 
mascaramento na obtenção dos limiares por via óssea é a seguinte: 
i. Quando os limiares aéreos e ósseos da orelha testada estão nos mesmos 
níveis de audição, o uso de mascaramento na orelha não testada não 
afetará os resultados obtidos, pois a via óssea não pode ser pior que a via 
aérea. 
 
Existem duas situações consideradas exceções para a não utilização do 
mascaramento por VO: 
ii. Quando os limiares por VO, testados sem mascaramento na orelha 
oposta, forem iguais aos obtidos por VA, ou seja, quando os limiares de 
VO estiverem acoplados aos de VA; 
iii. Quando os limiares ósseos da orelha não testada forem bem piores que 
os da orelha a ser testada. 
iv. Não mascarar as duas vias ósseas quando ao mascarar uma das vias 
ósseas, e esta piorar 20dBNA ou mais, não será necessário retestar a via 
óssea contralateral, pois esta não deverá piorar também. 
Logoaudiometria 
 
São quatro as considerações que devem ser feitas quando se tem que tomar 
decisões quanto ao uso do mascaramento nos testes que utilizam o estímulo de fala: 
v. O nível de apresentação do sinal de fala 
vi. A atenuação interaural 
vii. A sensibilidade de via óssea da orelha não testada 
viii. O tipo de mensuração a ser realizada 
O uso do mascaramento é indicado nas medidas de sensibilidade para a fala, 
sempre que o nível de apresentação do sinal na orelha testada for igual ou exceder 
a sensibilidade de via óssea, na orelha não testada, pelos valores de atenuação 
interaural. Uma vez que a fala é um sinal de banda larga, é necessário considerar os 
limiares de via óssea na faixa de frequências de 500 a 2000Hz. Os valores de 
atenuação interaural utilizados dependerão do tipo de mensuração a ser realizada. 
33 
 
 
• Para a obtenção do limiar de detecção de fala (LDF) 
O mascaramento é indicado quando o nível de apresentação do sinal de fala 
na orelha testada exceder o melhor limiar de via óssea (500 a 2000Hz) na orelha 
não testada pelo valor de atenuação interaural – 40dB ou mais. 
 
• Para a obtenção do liminar de reconhecimento de fala (LRF) 
O mascaramento é indicado quando o nível de apresentação do sinal de fala 
na orelha testada exceder o melhor limiar de via óssea (500 a 2000Hz) na orelha não 
testada pelo valor de atenuação interaural – 45dB ou mais. 
Existem situações nas quais a decisão de mascarar pode ser tomada, sem 
levar em consideraçãoos limiares de via óssea. Assim sendo se pode dizer que o 
mascaramento é necessário quando se testa a pior orelha, sempre que os limiares 
de reconhecimento de fala obtidos nas duas orelhas diferirem pela quantidade de 
atenuação interaural. 
• Para a obtenção do Índice Percentual de Reconhecimento de Fala 
(IPRF) 
O mascaramento é indicado quando o nível de apresentação do sinal de fala 
na orelha testada, subtraído o valor de atenuação interaural (45dB ou mais), for igual 
ou exceder a média dos limiares de via óssea e/ou da via aérea (500 a 2000Hz) na 
orelha não testada. O mascaramento também é indicado quando o nível de 
apresentação do sinal de fala na orelha testada, subtraído o valor de atenuação 
interaural (45dB ou mais), for igual ou exceder o LRF da orelha não testada, caso já 
tenha obtido. 
Na Logoaudiometria deve-se acrescentar ao valor que está chegando na 
orelha não testada acrescido de 20dB (fator de segurança), e se tiver GAP, 
acrescentar o valor deste. 
 
Como mascarar? 
Antes de aplicar o mascaramento na melhor orelha, é importante que sejam 
34 
 
dadas instruções ao paciente. O examinador não dirá que tipo de som o paciente 
ouvirá em cada uma das orelhas, mas se limitará a estabelecer um sistema de sinais, 
como por exemplo: “O senhor deverá levantar a mão do lado em que ouvir o sinal 
(apito)”. Após esta instrução, o exame audiológico com aplicação do mascaramento 
na orelha melhor, poderá ser iniciado. 
 
Método psicoacústico 
Sempre que uma resposta suspeita desaparecer devido à presença do uso 
apropriado do mascaramento, o examinador deve procurar o verdadeiro limiar. Esta 
procura pode determinar a necessidade de aumentar o nível de mascaramento 
efetivo para assegurar a não participação da orelha não testada. À medida que o 
ruído mascarante é aumentado, maiores são as chances de ocorrer 
supermascaramento. 
Um procedimento que assegura o mascaramento suficiente, sem 
supermascarar, ao realizar a pesquisa do limiar, é a técnica descrita por Hood (1960). 
Essa técnica é conhecida como: método do platô, da mudança do limiar ou 
método do sombreamento. 
Nesse procedimento, um limiar auditivo questionável que foi obtido sem 
mascaramento, é confirmado, mascarando-se a orelha não testada com o nível 
mínimo de mascaramento efetivo. Se a resposta desaparecer, o nível de 
mascaramento efetivo é aumentado em passos de 10dB, pesquisando novamente o 
limiar a cada 10dB de aumento até que um platô de resposta liminar seja alcançado. 
Será considerado um platô, um nível de intensidade, no qual a reposta do indivíduo 
não muda, após alterações de pelo menos 15 a 20dB (10dB de mascaramento inicial 
mais dois incrementos de 10 em 10dB ou três incrementos de 5 em 5dB) no ruído 
mascarante. 
Na aplicação desta técnica alguns princípios deverão ser respeitados, tais 
como: 
ix. O mascaramento deverá ser utilizado na orelha não testada quando os 
limiares não mascarados demonstram um diferencial (GAP) via aérea-via 
35 
 
óssea. 
x. O limiar deverá ser restabelecido na presença de mascaramento na orelha 
não testada, e, se houver alguma alteração, novo limiar deverá ser obtido 
à medida que o mascaramento da orelha não testada é aumentado em 
incrementos de 10dB. 
xi. Será considerado verdadeiro o limiar que se mantém mesmo após 
incrementos de mascaramento, na orelha não testada, a partir do valor 
inicial em que a resposta do paciente permanecer inalterada. 
xii. Quando se aplica a técnica de platô, significa que foram 
utilizados diferentes níveis de mascaramento. Os limites, inferior 
e superior do platô representam os níveis mínimo e máximo de 
ruído mascarante. 
xiii. Nem sempre é necessário medir toda a extensão do platô. O 
objetivo deste procedimento é fazer com que os limiares tonais 
permaneçam inalterados, na medida em que se elevam os níveis 
de mascaramento. Hood não especificou o número de 
incrementos no mascaramento necessário para se medir o platô. 
Geralmente é aceito que o platô está estabelecido quando 
aumentos de 15 as 20dB de mascaramento não acarretam 
alterações nos limiares tonais obtidos. 
xiv. Como nível inicial de mascaramento na orelha não testada, 
recomenda- se usar como base o limiar de via aérea nesta orelha 
mais 10dB (no mínimo). 
xv. Vale destacar que nem sempre se pode seguir este raciocínio, a 
exemplo das perdas auditivas do tipo condutiva e mista bilaterais, 
pois o incremento mínimo (10dBNS) de ruído mascarante já é 
suficiente para supermascarar, entretanto deve-se avançar nos 
incrementos, pois a atenuação interaural pode não ser de 40dB 
e sim um valor maior. 
xvi. Caso haja mudança a cada incremento de ruído mascarante 
36 
 
pode ser devido ao supermascramento. Neste caso, anota-se o 
último valor de ruído que não provocou mudança de limiar. É 
importante colocar uma observação fazendo referência ao 
mascaramento insuficiente nas frequências “X” devido ao 
supermascaramento, anotando o último valor que não 
supermascarou. 
 
Registro dos Resultados (Figura 9). 
 
Figura 9. Símbolos recomendados pela ASHA (1990). 
 
 
 
16. LAUDOS AUDIOLÓGICOS 
 
Ao elaborar o laudo conclusivo da avaliação é importante: 
✓ Verificar inicialmente o tipo de perda observando a presença da via 
aérea e da via óssea; 
✓ Perdas auditivas condutivas ou mistas: descrever somente o tipo de 
perda auditiva (não será necessário descrever o grau e a configuração 
da perda); 
✓ Perdas auditivas sensorioneurais: A classificação do grau da perda 
auditiva será com base no resultado da média de 500, 1000 e 2000Hz 
(Lloyd e Kaplan). Será registrado o grau da perda auditiva e a 
37 
 
configuração, se necessário (quando a perda auditiva não tiver 
configuração plana/horizontal). 
Exemplo: perda auditiva cuja média tritonal seja 40dB e descendente. O resultado 
audiológico será: perda auditiva sensorioneural de grau leve e configuração 
descendente. 
Caso a média tritonal indique normalidade, descrever somente o tipo e 
configuração da perda auditiva. Casos que não se encaixam nos citados acima: 
i. Apenas 1 frequências abaixo do padrão de normalidade (e que não se 
faz via óssea (250Hz, 6 ou 8kHz): descrever perda auditiva isolada ou 
restrita (em 2 fs ) em tal e tal frequência 
ii. Apenas 1 ou 2 frequências abaixo do padrão de normalidade (e que há 
possibilidade de se identificar o tipo da perda em pelo menos uma 
destas frequências com a realização da VO): descrever perda auditiva 
isolada ou restrita em tal e tal frequência 
 
ATENÇÃO: 
O paciente deverá ser registrado no livro de registro/prontuário. Os resultados 
do exame, bem como dos dados do paciente deverão ser arquivados nas pastas 
especificas indicados pelo professor. O paciente deverá assinar o caderno de 
protocolos, após receber seu resultado por escrito. 
Pacientes já cadastrados na clínica devem utilizar o mesmo número de 
prontuário e os exames atuais devem ficar anexados aos exames antigos, para se 
observar o histórico audiológico. No livro de registro, colocar estes retornos no 
cabeçalho superior. 
38 
 
17. AUDIOLOGIA INFANTIL 
Procedimentos Objetivo 
 
 
Entrevista/anamnese 
Obtenção de informação sobre 
indicadores de 
risco, desenvolvimento da criança, assim 
como comportamento auditivo. 
 
Meatoscopia 
Garantir condições adequadas para a 
realização 
da avaliação audiológica. 
Timpanometria Funcionalidade do sistema tímpano- 
ossicular. 
 
Reflexo acústico do músculo estapédio 
Funcionalidade do arco reflexo, incluindo 
nervo 
auditivo e tronco encefálico. Auxiliar na 
predição dos limiares psicoacústicos. 
 
Emissões otoacústicas evocadas 
transientes (EOAT) ou Produto de 
distorção (EOAPD) 
Funcionalidade de células ciliadas 
externas. Geralmente utilizada EOAT para 
neonatos e EOAPD para bebês maiores 
ou quando 
Necessário 
 
Avaliação do comportamento auditivo 
Detecção dos sons do Ling (m, a, u, ch, s, 
i). 
Desenvolvimentoda função auditiva de 
localização e reflexo cócleo-palpebral. 
 
Audiometria com reforço visual ou 
audiometria infantil condicionada 
Determinação dos níveis mínimos de 
resposta nas frequências de 500, 1000, 2000 
e 4000Hz (VRA)posteriormente 250 e 8000 
Hz, se houver 
colaboração (AIC) 
 
Tabela 1. Protocolo de avaliação audiológica infantil (ALVARENGA, 2011). 
Entrevista com os pais/anamnese 
 
 
Uma avaliação completa da audição de uma criança deve incluir informações 
sobre outras pessoas que estão intimamente relacionadas com a criança. 
As informações sobre: a queixa atual, história pregressa da queixa, história 
gestacional e perinatal, antecedentes familiares para deficiência auditiva, fatores de 
risco para deficiência auditiva, desenvolvimento de fala, audição, linguagem e 
39 
 
desenvolvimento motor, assim como de comportamento da criança, contribuem para 
a escolha do método a ser empregado na avaliação e sugerem o grau da perda 
auditiva e o tipo de comprometimento auditivo. No momento da anamnese, é 
importante observar o comportamento da criança. Estabelecer um fácil e bom 
relacionamento com os pais e com a criança, principalmente contato com o olhar, 
com brincadeiras simples, para ficar mais próximo e tentar eliminar receios com o 
jaleco, com o ambiente estranho. 
 
Testes 
 O teste audiológico comportamental infantil foi classificado em duas divisões 
principais: técnicas usadas sem reforço e os procedimentos baseados no 
reforço das respostas dos lactentes e crianças pequenas. 
 Os testes que não incorporam os princípios do reforço são conhecidos como 
audiometria de observação comportamental ou Behaviour Observation 
Audiometry (BOA), pois são observadas respostas comportamentais não 
condicionadas 
 Os procedimentos que usam reforço e consideram respostas 
comportamentais condicionadas - respostas repetíveis - são conhecidos 
como audiometria condicionada e podem também ser descritos pelo tipo de 
reforço usado, como a audiometria com reforço visual ou Visual 
Reinforcement Audiometry (VRA). 
 O BOA é um procedimento subjetivo sem reforço usado na triagem auditiva 
de bebês e crianças pequenas entre a idade de. 0 a 6 meses, 
preferencialmente. Em termos gerais, o fonoaudiólogo apresenta algum tipo 
de estímulo auditivo e observa a resposta da criança à presença do som, sua 
reação ao estímulo. 
 A abordagem de condicionamento para avaliar níveis auditivos em bebês e 
crianças pequenas usa um paradigma de estímulo-resposta-reforço para 
desencadear respostas repetíveis. Nesses procedimentos, a resposta é 
claramente definida e indicada pela apresentação do estímulo auditivo. A 
40 
 
resposta é reforçada por vários tipos de reforço, dependendo da faixa etária 
(reforço visual no VRA, reforço positivo social na AIC). 
 O VRA é utilizado para bebês de seis meses a 2 anos de idade (por conta 
da maturação para localização lateral). Por volta de 3 anos, utiliza-se a 
audiometria infantil condicionada. 
 
17.1 Audiometria Comportamental – 0 a 2 anos 
 
 
Audiometria de observação comportamental ou Behaviour Observation 
Audiometry (BOA) 
É um procedimento utilizado para avaliar crianças dessa faixa etária, através da 
qual se observam as mudanças de comportamento decorrentes da apresentação de um 
estímulo sonoro instrumental. 
Os bebês e crianças pequenas apresentam comportamentos reflexos e de 
atenção em respostas a estímulos sonoros instrumentais intensos. 
 
RCP – reflexo cócleo-palpebral é a contração do músculo orbital do olho, que pode 
ser observada por meio de movimentação palpebral. 
Será avaliada a partir da eliciação em forte intensidade do agogô. Para 
crianças com audição normal ou pequenas perdas auditivas/recrutantes espera-se 
presença de RCP. Se obtiver RCP para agogô e resposta para guizo em fraca 
intensidade a Audiometria em Campo poderá ser iniciada a 50/60dBNPS. 
 
Etapa do processamento auditivo 
✓ Atenção ao som – Respostas indicativas de atenção ao som, tais como 
parada de atividade ou de sucção, abertura da rima palpebral, 
movimentos faciais como franzir a testa ou elevar as sobrancelhas. 
✓ Localização lateral – A criança volta a cabeça ou o olhar imediatamente 
em direção à fonte sonora. 
✓ Localização de sons para baixo – A criança localiza a fonte sonora 
41 
 
situada a 20cm abaixo do pavilhão auricular no plano lateral. 
✓ Localização de sons para cima – A criança localiza a fonte sonora situada 
a 20cm acima do pavilhão auricular no plano lateral. 
✓ A forma de localização sonora, abaixo ou acima do pavilhão auricular, foi 
classificada em: 
1. Localização Indireta – A criança olha para o lado e depois para a fonte 
sonora. 
2. Localização Direta – A criança olha diretamente para a fonte sonora. 
 
 
Variáveis que devem ser consideradas para realizar a avaliação audiológica 
✓ A sala deve ser acusticamente tratada. 
✓ Crianças até os três meses de idade devem ser avaliadas em estado de 
sono leve. 
✓ Estímulos sonoros instrumentais apresentados em ordem crescente de 
intensidade: guizo, chocalho, sino, ganzá, black-black, prato, agogô 
campânula pequena, agogô campânula grande e tambor (Figura 10). 
 
 
Figura 10. Instrumentos não calibrados. Fonte: Internet 
 
✓ Estímulos apresentados fora do campo visual da criança. 
✓ Distância de aproximadamente 20cm entre o instrumento e o pavilhão 
auricular. 
✓ Estímulos apresentados com direção de 2 segundos. 
✓ Intervalo de 30 segundos entre os estímulos. 
✓ Alternar os lados de apresentação do estímulo. 
42 
 
✓ Manter a força de percussão do instrumento, que será apresentado 
sempre bilateralmente. 
✓ Preferencialmente presença de dois profissionais, um observador que 
verificará o comportamento da criança e um examinador para eliciar os 
estímulos sonoros. 
✓ Iniciar na intensidade de apresentação FRACA. 
 
 
Audiometria em campo livre 
O nível mínimo de resposta em campo livre esperado será de 30dBNPS, 
ou seja, após condicionamento luz/som, se a menor resposta para o som for 
30dBNPS, registra- se esta resposta no audiograma (com um quadrado na 
frequência pesquisada). As frequências testadas serão: 1000, 2000 e 4000 e 500Hz. 
 
Respostas a estímulos verbais 
✓ Pode-se usar preferencialmente o nome da criança ou “pa-pa-pa “ou “uuu 
“com entonação e observar a resposta. 
✓ Também podem ser usados os seis sons do Ling: /a/, /i/, /u/, /s/, /ch/, 
/m/, que permite verificar se a criança está detectando a fala, com var- 
redura de um espectro amplo de frequência de 250 a 4000Hz. 
✓ Ordens simples: cantar “parabéns” e observar se a criança bate palmas 
ou pedir para dar “Tchau” ou perguntar sobre partes do corpo. Registra- 
se a resposta ou não para ordens simples, dependendo da idade da 
criança (ordens simples: crianças mais próximas dos 2 anos). 
✓ Pode-se usar a classificação de níveis de solicitação de ordens verbais, 
como por exemplo “ Dá tchau, joga beijo, bate palmas” ( nível I, de 9 a 12 
meses) , ou “Cadê a chupeta?/ Cadê a mamãe?/ cadê o sapato?” ( nível 
II, de 12 a 15 meses) ou “Cadê o cabelo?/ cadê a mão?/ Cadê o pé?” 
( nível III, de 15 a 18 meses) ( Fonte: Azevedo, 2003) 
✓ Na conclusão do exame, observar se os dados são compatíveis e se 
auxiliarão no encaminhamento do paciente. 
43 
 
 
Laudo BOA/Comportamental 
 
✓ Avaliação indica desenvolvimento da função auditiva dentro do esperado 
para a faixa etária. 
✓ Avaliação indica defasagem no desenvolvimento da função auditiva 
esperado para a faixa etária (no que se refere a: tipo de reposta esperada 
- atenção, procura, localização - e se conseguiu realizar avaliação em 
campo compatível com a idade). 
✓ Laudo VRA: Audiometria com Reforço Visual indica níveis mínimos de 
resposta compatíveis com audição social normal na melhor orelha – ou 
VRA indica respostas da melhor orelha. 
17.2 Audiometria Condicionada/Lúdica - 3 a 6 anos 
 
 
✓ Tentar realizar a imitanciometriacom estórias sobre avião, capacete - criar 
contexto em que a criança colabore para a colocação do fone/sonda. 
✓ Explicar a audiometria lúdica, o encaixe na presença do som e dar segurança 
à criança, através de elogios no acerto (“reforço positivo”) para que ela 
compreenda o que se espera dela durante o exame. 
✓ EVITAR ao máximo a palavra “NÃO” caso haja um encaixe sem som – é 
preferível fazer careta de espanto, gestos de “cadê?” ou “espera” para não 
inibir a criança. 
✓ Inicialmente pesquisar as frequências de 1000, 2000, 4000 e 500Hz - se houver 
colaboração da criança, realizar também 8000 e 250Hz. É importante alternar 
as orelhas, por exemplo: pesquisa 1000Hz na orelha direita, depois pesquisa 
1000Hz na orelha esquerda, e assim por diante. 
✓ No caso de perdas auditivas severas e profundas ou com suspeita de perdas 
auditivas acentuadas treinar a criança com presença de som em campo livre 
e nos fones nas frequências de 250 ou 500Hz, com encaixe na presença de som 
(**IMPORTANTE**) 
44 
 
✓ Nas perdas acentuadas, na VO, certificar-se de que a resposta não é por vibração 
(principalmente 500Hz), o que é comum, mas não será considerada como resposta 
ao som. 
✓ No IPRF, realizar a lista de dissílabos, mais familiar para a criança 
✓ No caso de alterações na emissão que comprometa a compreensão do 
examinador, utilizar figuras 
✓ LRF realizado com palavras trissílabas 
✓ LRF trissílabos ou figuras 
 
 
17.3 Audiometria Convencional – a partir de 7 Anos 
 
✓ Realizar as frequências da audiometria convencional (inclusive 3000 e 6000Hz), 
levantando a mão, com respostas ao microfone (apitou, ouvi) ou com a pera de 
resposta (“igual ao vídeo game”). 
ATENÇÃO: 
O paciente deverá ser registrado no livro de registro/prontuário. Os resultados 
do exame, bem como dos dados do paciente deverão ser arquivados nas pastas 
especificas indicados pelo professor. O paciente deverá assinar o caderno de 
protocolos, após receber seu resultado por escrito. 
Pacientes já cadastrados na clínica devem utilizar o mesmo número de 
prontuário e os exames atuais devem ficar anexados aos exames antigos, para se 
observar o histórico audiológico. No livro de registro, colocar estes retornos no 
cabeçalho superior. 
 
18. TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL - EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS 
 
 
Orientações 
• Deverá ser realizada com todos os familiares presentes para realização da 
Triagem Auditiva Neonatal (TAN). 
• Recomenda-se que seja realizado em forma de “diálogo”, “conversa”, 
“perguntas e respostas”, a fim de promover interação entre os presentes. 
45 
 
• A orientação tem como objetivo explicar/esclarecer/tirar dúvidas sobre como 
é realizado o exame, os possíveis resultados, o que eles significam, sobre 
amamentação, higiene, desenvolvimento auditivo, etc. 
 
Procedimentos recomendados na TAN 
✓ Análise da Caderneta de Saúde da Criança e anamnese com familiares, 
que identificam os indicadores de risco. 
✓ Classificação do Recém-nascido (RN) em: 
 
1. Baixo risco: sem indicadores de risco para perda auditiva. 
2. Alto risco: com presença de risco para perda auditiva. 
 
 
 
Seleção do protocolo de Triagem: 
• Baixo risco – (Emissões Otoacústicas Transientes) EOAT: 
✓ Acompanhamento do desenvolvimento da linguagem - (Vide quadro 
fornecido e Caderneta de Saúde da Criança) (Figura 11). 
 
Figura 11. Desenvolvimento de audição e de linguagem. Caderneta de Saúde da Criança 
 
46 
 
Alto risco - EOAT: 
✓ Encaminhar para Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico 
(PEATE). 
✓ Monitoramento audiológico (avaliação comportamental a cada 6 meses 
até 3 anos de idade). 
✓ Seguir o protocolo utilizado na clínica (Figura 12). 
 
 
 
Figura 12. Protocolo da Triagem Auditiva Neonatal da Clínica-Escola de Fonoaudiologia (UNEB) 
47 
 
Resultado do Protocolo de TRIAGEM NEONATAL 
 
✓ Emissões presentes em ambas as orelhas - Resultado PASSA 
✓ Emissões ausentes em 1 ou 2 orelhas - Resultados FALHA 
 
 
Emissões Otoacústicas Transientes (EOAT) 
 
 
As EOAT são eliciadas por estímulo sonoro denominado clique, de espectro 
amplo e que abrange grande gama de frequências sonoras (de 500 a 5500Hz), o que 
permite a estimulação da cóclea como um todo. 
É o tipo de emissões mais utilizado em triagens auditivas neonatais visto que 
indivíduos com perdas auditivas leves (30dBNA) apresentam ausência de 
emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente. 
Os parâmetros para os critérios de PRESENÇA DE EMISSÕES para as EOAT 
48 
 
são: 
 
✓ Reprodutibilidade da resposta igual ou maior que 70%. 
 
✓ O estímulo utilizado é o clique com intensidade de 80dBNPS. 
✓ Equipamento OtoRead® – nível do sinal de até -12 dB, relação 
sinal/ruído de pelo menos 6dB, ruído preferencialmente negativo, 
passa em 4 de 6 frequências avaliadas ou 3 de 6 frequências avaliadas, 
desde uma delas seja a frequência de 4000Hz. 
 
 
Emissões Otoacústicas por Produto de Distorção (EOAPD) 
 
 
As EOAPD são respostas geradas pela cóclea, evocadas por dois tons 
puros (f1 e f2), apresentados de forma simultânea, com frequências sonoras muito 
próximas (relação f2/f1 de 1,22). O produto de distorção surge pela incapacidade de 
a cóclea amplificar de forma linear dois estímulos diferentes, ocorrendo uma 
intermodulação que resulta em um produto de distorção (2f1-f2). 
As EOAPD pode estar presente em perdas auditivas de grau leve a 
moderada (de até 50dB) quando se utiliza intensidade de L1 = L2 = 70dBNPS. 
Os parâmetros para os critérios de Presença ou Ausência para as EOAPD são: 
✓ Nível da resposta maior que o ruído, na maioria das frequências (3 de 
4), relação sinal ruído (S/R) de 6dBNPS para crianças. 
✓ Equipamento OtoRead® – nível do sinal de até -5 dB, relação sinal/ruído 
de pelo menos 6dB, ruído preferencialmente negativo, passa em 3 de 
4 frequências avaliadas. 
✓ As EOAPD devem ser realizadas em lactentes maiores, devido à 
movimentação corporal e ruído gerado pela criança nesta idade, o que 
dificulta o registro das emissões. 
Considerações 
• Os recém-nascidos e lactentes que apresentarem RESULTADO FALHA 
NA TRIAGEM devem ser remarcados para RETESTE após 15 dias do 
49 
 
TESTE. Os bebês que no RETESTE apresentarem RESULTADO FALHA NA 
TRIAGEM devem ser encaminhados para serviço do SUS: CEPRED (Centro de 
Prevenção e Reabilitação de Deficiências) ou OSID (Obras Sociais Irmã 
Dulce), lá ele será avaliado por médico Otorrinolaringologista e encaminhado 
para TESTES DIAGNÓSTICOS. 
• Nos neonatos com risco para perda auditiva, mesmo com resultado de 
“passa” na TAN, complementa-se a triagem auditiva neonatal com 
avaliação audiológica completa, incluindo PEATE. 
• Monitoramento para bebês de risco nos 3 primeiros anos com avaliação 
comportamental (VRA, audiometria lúdica) 
ATENÇÃO: 
O paciente deverá ser registrado no livro de registro/prontuário. Os 
resultados do exame, bem como dos dados do paciente deverão ser arquivados 
nas pastas especificas indicados pelo professor. O paciente deverá assinar o 
caderno de protocolos, após receber seu resultado por escrito. 
Pacientes já cadastrados na clínica devem utilizar o mesmo número de 
prontuário e os exames atuais devem ficar anexados aos exames antigos, para 
se observar o histórico audiológico. No livro de registro, colocar estes retornos no 
cabeçalho. 
19. PASSOS PARA REALIZAÇÃO DO EXAME DA FUNÇÃO VESTIBULAR 
Procedimentos antes da Vetoeletronistagmografia (VENG) 
• Antes de iniciar o exame, o examinador deve se certificar que o paciente 
cumpriu com todas as recomendações prévias ao exame. 
• Meatoscopia paciente com obstrução de meato acústico externo, ainda 
que parcial, não pode realizar a avaliação. 
• Anamnese vestibular (meio físico e com cópia digital). 
50 
 
Avaliação Funcional do Sistema Vestibular 
 
• Avaliação da função vestibular sem registro, ou seja, realização da pesquisa 
de nistagmos de posição e posicionamento – NP: Teste degirar – Head Roll 
Test, Manobra de Dix Halpike e Deitar de lado (Side Lying), conhecida 
também por Brandt Daroff mesmo que o paciente não tenha queixa de 
vertigem de posição. Após a realização das manobras de posição e 
posicionamento iniciar os seguintes testes: Head Shaking Test (HST), Head 
Impulse Test (HIT), Vibração da Mastoide (VM), Teste de Acuidade Visual 
Dinâmica (TAVD) e Supressão do Reflexo Vestíbulo Ocular (RVO). Este último 
deve ser realizado durante a vetoeletronistagmografia e seu resultado registrado 
no relatório da avaliação funcional do sistema vestibular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Fluxograma das etapas de avaliação da função vestibular 
Fonte: Própria 
51 
 
Procedimentos da primeira avaliação da função vestibular 
 
• Pesquisa de nistagmos de posição e posicionamento (NP) 
 
✓ Teste de girar (Head Roll Test, Pagnini-McClure ou supine head roll test) 
 
O paciente na posição supina na maca deverá ter a cabeça fletida 
rapidamente a 30º pelo avaliador o qual deverá observar a resposta nistágmica de 
direção horizontal e a existência de sensação vertiginosa. Imediatamente após a 
análise das respostas, o avaliador deverá retornar lentamente a cabeça do paciente 
para a posição inicial e em seguida realizar o mesmo procedimento no lado 
contralateral. 
 
 
Figura 13. Manobra Head Roll Test. 
 
Fonte: < https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/31665/1/2017_DanieleLeiteRodrigues.pdf> 
 
 
 
 
✓ Manobra de Dix Halpike 
 
O paciente deve estar sentado com as pernas sobre a maca. Nessa posição, 
o avaliador deverá inclinar a cabeça do paciente no ângulo de 60º para trás e a 45º 
para um dos lados. Em seguida, o avaliador deverá deitar o tronco do paciente de 
forma abrupta, mantendo a cabeça estável na posição inicial. Após a cabeça do 
paciente estar pendente na cabeceira da maca, deve-se avaliar a presença de 
nistagmo, direção e sentido do nistagmo, a latência do nistagmo, existência de 
fatigabilidade e presença de queixa de tontura. As instruções e observações acima 
deverão ser repetidas para o lado contralateral. 
52 
 
 
 
Figura 14. Manobra Dix Hallpike. 
 
Fonte:<https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/31665/1/2017_DanieleLeiteRodrigues.pdf> 
 
Resumo dos principais achados nas manobras de posicionamento para a canalitíase 
 
Nistagmo de posicionamento 
(duração menor que 60 segundos) 
Topodiagnóstico 
Vertical superior, torcional, anti-horário, com cabeça para a direita Canal posterior direito 
Vertical inferior, torcional, horário, com cabeça para a esquerda Canal superior esquerdo 
Vertical superior, torcional, anti-horário, com cabeça para a esquerda Canal posterior esquerdo 
Vertical inferior, torcional, horário, com cabeça para a direita Canal superior direito 
Horizontal geotrópico mais forte, com orelha direita para baixo Canal lateral direito 
Horizontal geotrópico mais forte, com orelha esquerda para baixo Canal lateral esquerdo 
Resumo dos principais achados nas manobras de posicionamento para a cupulolitíase 
 
Nistagmo de posicionamento 
(duração maior que 60 segundos) 
Topodiagnóstico 
Vertical superior, torcional, anti-horário, com cabeça para a direita Canal posterior direito 
Vertical inferior, torcional, horário, com cabeça para a esquerda Canal superior esquerdo 
Vertical superior, torcional, anti-horário, com cabeça para a esquerda Canal posterior esquerdo 
Vertical inferior, torcional, horário, com cabeça para a direita Canal superior direito 
Horizontal ageotrópico mais forte, com orelha direita para baixo Canal lateral direito 
Horizontal ageotrópico mais forte, com orelha esquerda para baixo Canal lateral esquerdo 
 
• Teste de Impulso Cefálico (HIT) 
 
✓ É um exame útil para avaliar a função de todos os canais semicirculares e 
identificar um déficit vestibular. 
✓ Deve-se girar rapidamente a cabeça do paciente para detectar “sacadas 
descobertas” após a rotação da cabeça. As “sacadas encobertas" ocorrem 
durante a rotação da cabeça, o que pode ser imperceptível a olho nu. 
53 
 
 
 
Figura 15. Teste de impulso cefálico 
 
Fonte: < http://vertigosociety.nz/vestibularneuritis.html > 
 
 
 
• Teste de agitação cefálica (Head Shaking): 
 
✓ teste de Head Shaking ou Agitação Cefálica foi criado para detectar 
assimetrias vestibulares (sejam elas localizadas no sistema periférico – 
Labirinto/Nervo ou Central – Núcleos Vestibulares). 
 
 
• Vibração da Mastoide: 
 
✓ Com o paciente sentado sem apoiar a cabeça no encosto, deve-se prender com 
uma das mãos a cabeça e com a outra aplicar o dispositivo gerador de vibração 
durante 10 segundos sobre a apófise da mastoide na frequência de 60 Hz. 
✓ A prova é realizada em ordem crescente, primeiro em uma orelha e depois na 
outra. Em todo momento a resposta obtida deverá ser registrada. Uma resposta 
positiva é um nistagmo horizontal que bate na mesma direção, para vibração 
em ambos os lados. 
 
 
• Teste de Acuidade Visual Dinâmica: 
 
✓ Esse teste busca comparar a acuidade visual estática (cabeça imóvel) com a 
acuidade visual dinâmica (cabeça em movimento). Deve ser realizado com o 
paciente sentado de frente para a cartela ETDRS (Early Treatment Diabetic 
Retinopathy Study), com letras e linhas de letras com espaçamento logarítimico 
http://vertigosociety.nz/vestibularneuritis.html
54 
 
e contraste luminoso adequado, obedecendo à distância especificada. 
✓ Inicialmente utiliza-se a medida da acuidade visual de base, que corresponde à 
linha mais baixa que o paciente consegue ler com a cabeça parada. 
✓ A seguir, solicita-se ao paciente que realize um movimento cefálico “de não” ou 
o examinador deve sustentar as têmporas do paciente e a movimentar 
continuamente no plano horizontal, com frequência ritmada de 2 Hz. 
✓ Durante o movimento o paciente deve novamente tentar ler as letras da cartela 
ou slide. 
✓ Se o RVO for normal, os olhos conseguem se mover na direção oposta ao 
movimento da cabeça, e o paciente consegue ler até duas linhas acima da lida 
inicialmente, com a cabeça parada. 
✓ Obs: A sensibilidade do teste de acuidade visual dinâmica para aferir déficits 
vestibulares é de 85%, e a especificidade, de 55%. 
 
• Teste de Supressão de RVO: 
 
✓ A perseguição lenta e o cancelamento do RVO são movimentos lentos de 
perseguição visual que mantém a imagem de pequenos alvos em movimento, 
na fóvea. Na perseguição lenta, a cabeça está fixa, no cancelamento do RVO 
ela se movimenta sincronicamente com o alvo. 
• O teste de supressão do RVO avalia a capacidade do sistema vestíbulo- 
cerebelar para suprimir o RVO. 
• O paciente, com os braços estendidos à sua frente e com os dedos 
entrelaçados, deve realizar um movimento conjunto dos braços e da cabeça 
laterolateralmente com os olhos fixos nos polegares também estendidos. 
Essa avaliação deverá ser realizada por meio de eletrodos a fim de registrar 
a supressão, caso esteja presente. 
• ATENÇÃO: 
 
Todo paciente deverá vir com solicitação médica para que se dê início ao 
processo de avaliação, bem como ter cumprido com as orientações prévias ao 
exame, as quais geralmente são passadas para o paciente durante a marcação. 
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Procedimentos durante a VENG 
 
 
• Realização da avaliação da função vestibular com registro, denominada 
de vetoeletronistagmografia (VENG). 
• Após a pesquisa do NP (pesquisa do nistagmo e/ou vertigem de posição 
e posicionamento) o paciente deverá sentar na cadeira pendular e iniciar 
a limpeza da pele, com álcool, para posterior colocação dos eletrodos. 
Primeiro é afixado o eletrodo terra (o mesmo será o último a ser retirado), 
em seguida os demais (um no canto orbitário mais externo Direito, outro 
Esquerdo, e o último próximo à glabela) (Figura 11). O eletrodo deverá 
ser afixado, preferencialmente com fita adesiva e pasta eletrolítica. O uso 
de esparadrapo ou micropore® tende a inutilizar os eletrodos, pois 
tamanha é sua adesão que, ao retirá-los, pode danificar

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