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Síntese de aulas TCC - Terapias comportamentais contextuais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
PRISCILLA DA SILVA THOMAZIO DRE: 117257229
Síntese Terapia Cognitivo-comportamental: Terapias comportamentais
contextuais
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica
amplamente utilizada que se baseia na ideia de que nossos pensamentos, emoções
e comportamentos estão interligados influenciando nosso comportamento,
cognições e emoções. As TCCs são frequentemente divididas em três ondas, que
representam diferentes fases teóricas e práticas ao longo da história.
1ª Onda: Terapia Comportamental
Tendo seu início em 1950, foi constituída por pesquisadores que se debruçaram
sobre os estudos de análise comportamental para as práticas clínicas. As
abordagens comportamentalistas: neobehaviorismo e análise, do comportamento
entendiam que as práticas utilizadas deveriam ser específicas e testadas.
Desenvolvida pela necessidade de suprir as inconsistências de outras abordagens
predominantes da época com foco no comportamento visível e não no pensamento,
a primeira das três ondas em terapias comportamentais e cognitivas apostava que
as mudanças de comportamentos das pessoas se davam por meio do
condicionamento clássico e da aprendizagem operante. Para chegar a esse
entendimento, Pavlov fez experimentos em situações controladas em laboratório.
2ª Onda: Terapia Cognitiva Comportamental
Já na "segunda onda", que marcou os anos 1960, o psicanalista norte-americano
Albert Ellis ganhou destaque.
1
Criando o que posteriormente seria conhecida como TREC (Terapia Racional
Emotiva Comportamental), ele acreditava que o comportamento dos indivíduos era
influenciado por tendências inatas e adquiridas e que as crenças básicas
precisavam ser monitoradas e desafiadas de forma constante para a manutenção
da saúde emocional.
Privilegiando a razão sobre a experiência, a TREC ficou conhecida como uma das
primeiras terapias a utilizar técnicas que vão além do modelo comportamental,
considerando os componentes fundamentais do modelo cognitivo.
O psiquiatra norte-americano Aaron Beck também marcou a segunda das três
ondas em terapias comportamentais e cognitivas, formulando um modelo que unia
técnicas comportamentais e cognitivas.
Intitulado de TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), o modelo aponta que
determinadas cognições, emoções e estados fisiológicos geram comportamentos
disfuncionais que podem ser eliminados ou reduzidos por meio da intervenção
terapêutica. Nesse sentido, Beck propôs a adoção da psicoterapia cognitiva para
tratamento da depressão.
3ª Onda: Terapia Comportamental Contextual
A última das três ondas em terapias comportamentais e cognitivas, a "terceira onda"
surgiu a partir dos anos 1990 com uma abordagem empírica e foco principal na
sensibilidade ao contexto e às funções dos fenômenos psicológicos. Enfatizando
táticas de mudanças contextuais e experimentais, ela engloba diversos modelos de
intervenção, como a ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso).
A DBT (Terapia Comportamental Dialética), a FAP (Terapia Analítica Funcional) e a
Terapia Comportamental Baseada em Mindfulness e Aceitação são outros modelos
de Terapia Cognitivo-Comportamental que fazem parte da terceira das três ondas
em terapias comportamentais e cognitivas
Preocupada não mais apenas em mostrar resultados, a terapia comportamental da
"terceira onda" busca estabelecer uma relação com as dificuldades humanas de um
modo mais amplo e aprofundado.
Pensando melhor na terceira onda da TCC com foco nas terapias comportamentais
contextuais, que são abordagens dentro da terapia cognitivo-comportamental (TCC)
que objetivam entender o comportamento humano em seu contexto mais amplo,
partem do princípio que a função dos comportamentos são mais relevantes do que o
conteúdo dos pensamentos como é na tcc tradicional. Essas abordagens enfatizam
a importância dos fatores contextuais, emocionais e valorativos na compreensão e
tratamento de questões na saúde mental.
O leque de abordagens das terapias contextuais é amplo, sendo as mais populares
a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), a Terapia Comportamental Dialética
(DBT), a Mindfulness e a Psicoterapia Analítica Funcional (FAP). Embora cada uma
delas tenha suas especificidades, compartilham de princípios e técnicas bastante
similares.
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Aqui estão algumas características comuns das terapias comportamentais
contextuais:
DBT:
Abordagem estruturada para abarcar casos de desregulação emocional, pacientes
que apresentam autolesão e para pacientes com transtorno de personalidade
borderline.
Seus princípios mesclam práticas da tcc tradicional, aceitação e atenção plena
mostrando efetividade também em diferentes transtornos como de humor ou
alimentares, por exemplo.
A abordagem visa regulação emocional, no controle dos impulsos diminuindo
comportamentos disfuncionais.
As técnicas utilizadas nesta abordagem são:
● Terapia individual: 1° fase: tem por objetivo reduzir os comportamentos
autolesivos e que interferem na qualidade de vida, promoção de habilidades
reduzir o estresse; 2° reduzir o estresse pós traumático; 3° promoção do
respeito pelo self e atingir objetivos pessoais; 4° foco na consciência
expandida e senso de plenitude;
● Grupo de habilidades: mindfulness: atenção plena, foco em atenção de uma
atitude menos crítica, a executarem uma coisa por vez e trabalha a
efetividade; tolerância ao mal estar: manejo de crises emocionais sem
aumentar os problemas e melhor controle de impulsos, trabalha também a
aceitação radical; regulação emocional: ensina sobre as funções das
emoções, estratégias de regulação emocional, além de formas de acumular
emoções positivas através de atividades prazerosas; efetividade pessoal:
estratégias de construção e manutenção de relações interpessoais mais
saudáveis; coaching por telefone: auxilia na construção e solidificação do
vínculo, generalizar habilidades e auxílio em momentos de estresse agudo;
consultoria para terapeuta: monitoramento de adesão à DBT, avaliação de
problemas e progressos do tratamento; tratamentos auxiliares: comunicação
com outros profissionais que acompanham o paciente.
MINDFULNESS:
Mindfulness é uma tradução da palavra sati (na linguagem páli) que significa
recordar-se; vigilância.
Visa focar no momento presente sem se ater ao passado ou futuro de forma
intencional e sem um olhar crítico. Focar no momento presente envolve se atentar
aos pensamentos, emoções, sensações e também passado e presente, assim como
outros aspectos como recursos internos e externos.
É uma prática associada ao maior bem-estar subjetivo; autocompaixão; resiliência;
afetos positivos e satisfação com a vida.
3
O conceito de Mindlessness significa o estado do "piloto automático". Um funcionar
guiado por referências já prontas, incluindo tarefas da rotina que já foram
dominadas e automatizadas, de forma que deixamos de questioná-las e de
examiná-las de forma crítica. Esse automatismo pode causar um comprometimento
cognitivo precoce impactando na tomada de decisão e julgamento.
As técnicas utilizadas em Mindfulness são:
● Práticas formais: baseadas em técnicas de meditação
● Práticas Informais: atentar-se ao momento presente em atividades
cotidianas, focando nas experiências e nos sentidos
● Comer em atenção plena
● Atenção plena nas atividades cotidianas
● Escaneamento corporal
● Atenção plena na respiração
● Prática dos 3 minutos (meditação rápida no dia a dia que consiste em
3 fases: 1. tomada de consciência 2. trazer atenção para o presente 3.
ampliar atenção para o corpo todo)
● Diário de Mindfulness (serve tanto para práticas formais quanto
informais, e auxilia a acompanhar holst as impressões e
conscientização sobre as práticas).
A prática de mindfulness age diretamente na atenção, cognições, emoções e
consciência corporal, sendo altamente indicada para casos de depressão,
ansiedade, adicções, dores crônicas, apresentando também benefícios para
profissionais de saúde no seu exercício da profissão. Apesar dos benefícios, a
práticatambém requer atenção pois pode apresentar riscos para pacientes em
fases mais agudas de quaisquer transtorno, que apresentem crises dissociativas ou
deterioração cognitiva grave.
ACT:
Abordagem pensada por Steven Hayes, com foco em flexibilidade psicológica onde
se faz necessário aceitar eventos internos visto como desagradáveis com intuito de
manter ou modificar determinadas ações relevantes para o paciente na tentativa de
conectar com os valores do indivíduo promovendo uma vida mais significativa.
As psicopatologias são processos comportamentais normais que devido a situações
adversas, se tornam problemáticos. Dentro os problemas clínicos, os principais são:
fusão cognitiva, evitar, avaliar e dar razão.
● Fusão cognitiva: O indivíduo passa a se identificar com seus pensamentos,
como se ele fosse seus próprios pensamentos e não como se eles fossem
reações emocionais que surgem e passam, e com isso, sofrem além do
necessário
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● Evitar: Evitação de eventos aversivos numa tentativa de controlar a
experiência intema, como sensações, pensamentos, emoções e sentimentos.
Todavia, quando se evita, não se está evitando a situação original e sim os
efeitos dela.
● Avaliar: relacionar eventos comparando-os por uma característica específica,
não se percebendo outras características dos eventos. Transforma a função
dos estímulos aversivos por comparar como melhor ou pior, bom ou ruim,
legal ou chato.
● Dar razão: Colocar os sentimentos como as causas dos comportamentos,
isso faz com que o indivíduo se esquive do que sente, ao invés de resolver a
situação. E por não resolver a situação, continuará se sentindo mal,
precisando se esquivar novamente.
O hexaflex da flexibilidade psicológica é um sistema de seis processos básicos e
centrais necessário para a promoção da qualidade de vida.
● Esquiva experiencial: Tentativa de controlar ou alterar a forma, frequência ou
sensibilidade em relação às experiências internas;
● Fusão cognitiva: Identificação com os pensamentos, tendência a ser fisgado
pelos pensamentos de modo que eles prevaleçam sobre outras fontes úteis
de regulação comportamental.
● Atenção inflexível: Reduz a capacidade de consciência contínua e flexível
sobre o que o ambiente externo proporciona, e diminui o conhecimento sobre
o que se está sentindo, pensando, percebendo e lembrando no momento
presente.
● Self como conceito: Processo de narrativa faz com que os indivíduos sejam
descritos e analisados, criando estabilidade no comportamento.
● Falta de contato ou de clareza em relação aos valores
● Inatividade, impulsividade e evitação persistente: manifesta em vez de um
compromisso com a construção contínua de padrões cada vez maiores de
ação pessoalmente significativa
Flexibilidade Psicológica
● Capacidade de entrar em contato com o momento presente mais
plenamente, como um ser humano a fins consciente valorizados e, com base
no que a situação oferece, mudar ou persistir no comportamento para servir
● Aceitação: Aceitar o que surge internamente cada vez que se dá um passo
em direção aos nossos valores. Dessa forma, mesmo sendo um evento
desagradável, se deve compreender o fato de que as coisas não são
exatamente da forma que se deseja.
● Desfusão cognitiva: Desfazer a fusão entre linguagem e pensamento.
Observar os pensamentos com uma atitude de curiosidade, de forma
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imparcial e desapegada, entendendo que pensamentos são "apenas um
pensamento".
● Momento presente: Direcionar a atenção para o momento presente, de forma
flexível e intencional. Contato contínuo e sem julgamento com eventos à
medida que eles acontecem.
● Self como contexto: senso de "eu" como um local sem fronteiras, um "eu'
continuo e seguro a partir do qual os eventos são vivenciados.
● Direções baseadas em valores: Valores como qualidades de ações, que
podem ser representadas momento a momento.
● Ação com compromisso: Ações vinculadas aos valores individuais, adotando
uma vida baseada nesses valores.
FAP:
A abordagem entende a relação terapêutica como o próprio agente de
transformação, a relação em si já é a própria mudança. Essa relação deve ter como
base a intimidade entre cliente e terapeuta, para que os padrões de relacionamento
possam ser modificados. Além disso, ela foca nos Comportamentos Clinicamente
Relevantes (CCRs) dos clientes que ocorrem dentro de sessão, já que eles são
entendidos como semelhantes aos outros eventos da vida e se assemelham com o
próprio problema que a terapia se propõe a tratar.
A FAP tem por objetivo a similaridade funcional onde terapeuta deve encontrar
similaridades entre os comportamentos que surgem dentro e fora das sessões. Na
relação terapêutica que deve ser desenvolvida para que seja possível evocar
oportunidades de melhora Ela também entende que análises funcionais para tentar
compreender a relação de dependência do comportamento com seus antecedentes,
suas consequências e operações motivadoras presente.
Tem foco no momento presente, além de pensar em como os temas são discutidos
e nas experiências que surgem durante a sessão, e não nos temas debatidos em si.
Os Comportamentos Clinicamente Relevantes (CCR) devem ser definidos
funcionalmente.
● CCR1: estão relacionados ao problema (não devem ser punidos, foram
construídos porque foram importantes para o cliente de algum modo e podem
continuar sendo. São respostas de fuga/esquiva a algum estímulo aversivo,
de forma que Seu processo de substituição é longo)
● CCR2: estão relacionados à melhora (buscam dar ao cliente um aumento de
repertório alternativo aos CCR1. O terapeuta deve estar atento aos pequenos
sinais de melhora)
● CCR3: análise do cliente durante a sessão.
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