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Teorias e Técnicas Psicoterápicas Originalmente chamada de cura pela fala, a Psicoterapia tem suas origens na medicina antiga, na religião, na cura pela fé e no hipnotismo. Utilizada no tratamento das doenças nervosas e mentais. Tornou-se uma atividade medica restrita aos psiquiatras. Diferentes profissionais passaram a exercê-la: médicos clínicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, entre outros, ultrapassando as fronteiras do "modelo medico". Com novos modelos e métodos apoiados em diferentes concepções sobre os sintomas e o funcionamento mental. A preocupação em comprovar e avaliar a efetividade dos métodos propostos, seus alcances e limites, proposição do psicólogo inglês Eysenck - Os efeitos das psicoterapias eram devidos a simples passagem do tempo, e não decorrentes das técnicas utilizadas, o que acabou representando um desafio para os praticantes dos diversos modelos. Na mesma época, afirmava, que os efeitos da terapia não eram devidos as técnicas especificas de cada modelo, e sim decorrentes de fatores intrínsecos a relação humana que se estabelecia em qualquer terapia. , pesquisas de grande porte, com a finalidade de comprovar a efetividade das diferentes modalidades de terapia. Atualmente, há um relativo consenso de que as terapias são efetivas. Seus efeitos devem-se a um conjunto de fatores que envolvem as técnicas especificas utilizadas, próprias de cada modelo, e, ainda, um complexo conjunto de elementos que incluem, técnicas, e fatores não específicos, comuns à todas as psicoterapias. A pessoa do terapeuta e, empatia, calor humano e interesse genuíno; a qualidade da relação terapêutica (a aliança terapêutica e o vínculo). é um método de tratamento mediante o qual um profissional treinado/qualificado, valendo-se de meios psicológicos, especialmente a comunicação verbal e a relação terapêutica, realiza, deliberadamente, uma variedade de intervenções, com o intuito de influenciar um cliente ou paciente, auxiliando-o a modificar problemas de natureza emocional, cognitiva e comportamental, já que ele a procurou com essa finalidade (Strupp, 1978). As psicoterapias distinguem-se quanto aos seus objetivos e fundamentos teóricos, bem como quanto a frequência das sessões, o tempo de duração, o treinamento exigido dos terapeutas e condições pessoais que cada método exige de seus eventuais candidatos. O abrange desde as psicoterapias breves de apoio ou intervenções em crise. Destinadas a auxiliar o paciente a superar dificuldades momentâneas, até formas mais complexas, como a psicanálise ou a terapia de orientação analítica, que se propõem a modificar aspectos mais ou menos amplos da personalidade. Embora todas utilizem a comunicação verbal no contexto de uma relação interpessoal. Em todos os métodos e abordagens psicoterapêuticos, o ponto comum e fundamental em todas as abordagens é o COMPORTAMENTO ÉTICO. Teorias e Técnicas Psicoterápicas Várias modalidades de psicoterapia fundamentam-se na teoria psicanalítica: a psicanálise, a psicoterapia de orientação analítica, a psicoterapia de apoio, a psicoterapia breve dinâmica, além da terapia de grupo e de algumas formas de terapia familiar. Psicoterapia expressiva-suportiva (de apoio); Exploratória e expressiva quando seu objetivo preferencial é a análise das defesas, da transferência e a obtenção de insight sobre conflitos inconscientes. Suportiva quando se propõe a fortalecer as defesas e a suprimir os conflitos inconscientes. Em um extremo expressivo - a psicanálise. No extremo suportivo - a terapia de apoio. Ambas têm por base a mesma teoria do desenvolvimento da personalidade e da formação dos sintomas. O termo "psicanalise", significa dividir a mente em seus elementos constitutivos e nos seus processos dinâmicos. Um conjunto de teorias psicológicas sobre o funcionamento mental, sobre a formação da personalidade e de aspectos do caráter, tanto aqueles considerados normais como os psicopatológicos (sexualidade infantil, inconsciente dinâmico, conflito psíquico, mecanismos de defesa e formação dos sintomas. Um método ou procedimento de investigação dos conteúdos mentais, especialmente os inconscientes (livre associação, análise dos sonhos, análise da transferência). O método psicoterápico propõe a efetuar modificações no caráter (ou em aspectos focais do caráter) por meio da obtenção de insight mediante a análise sistemática das defesas, na chamada neurose de transferência. A teve seu início nas experiências de ao tratar pacientes com sintomas conversivos por meio de hipnose. Após o abandono da hipnose, Freud desenvolveu outras formas de acessar os conteúdos mentais inconscientes: a livre associação, regra fundamental da psicanálise, a interpretação dos sonhos e a análise da transferência. No campo teórico, as ideias iniciais de Freud tiveram inúmeros desdobramentos, destacando-se a: ➢ Psicologia do ego, liderada por Anna Freud; ➢ A Teoria das Relações de Objeto, Melanie Klein; ➢ A Psicologia do self, Heins Kohut; ➢ A Teoria do Apego, de Bowlby e Bion; ➢ O Processo de Separação e Individuação, de Margareth Mahler, entre outras. (Gabbard, 2005). intrapsíquico é caracterizado por conflitos entre três instâncias: o ego, o id e o superego, O conflito se manifesta pela ansiedade que, por sua vez, mobiliza os mecanismos de defesa do ego. Os representam soluções de compromisso entre a expressão plena dos impulsos (ou sentimentos) e sua repressão ou manejo pelos mecanismos de defesa e moldam o caráter da pessoa. Teorias e Técnicas Psicoterápicas A que surgem como resistência ao tratamento e o foco da psicoterapia, a luz da Psicologia do ego (Gabbard, 2005). A teoria parte do princípio de que as relações são internalizadas muito precocemente, a partir dos primeiros meses de vida, e envolvem as representações do self, do objeto e dos afetos que ligam essas representações. são os mecanismos de defesa mais utilizados nessa fase primitiva do desenvolvimento (Gabbard, 2005). Para Kohut (psicologia do self, os pacientes narcisistas, em vez de conflitos, teriam déficits de uma relação empática com a mãe, o que os deixariam muito vulneráveis em questões de autoestima). Em sua formação, o começaria sob a forma de núcleos fragmentados que adquiririam coesão como consequência de respostas empáticas dos pais (Gabbard, 2005). O adota uma atitude neutra, sentando-se nas costas do paciente, não havendo, portanto, um contato visual direto. O é orientado a expressar -se livremente e sem censura seus pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos, imagens, assim como as associates que lhe ocorrem, sem prejulgar sua relevância ou significado. O senta atrás do divã, mantendo uma atitude de curiosidade e de ouvinte atento, de tempos em tempos, interrompe as associações do paciente, fazendo-o observar determinadas conexões entre fatos de sua vida mental (interpretação), particularmente emoções ou fantasias relacionadas com a pessoa do terapeuta (transferência), que passam despercebidas, e refletir sobre o seu significado subjacente (inconsciente). Se estabelece uma regressão e uma relação ao transferencial por parte do paciente, que passa a deslocar para a pessoa do terapeuta pensamentos e sentimentos voltados, originariamente, para pessoas importantes do seu passado, repetindo padrões primitivos. A utiliza habitualmente quatro sessões por semana, podendo variar para três ou até cinco sessões semanais, que duram de 45 a 50 minutos. As sessões ocorrem sempre em horários pré- estabelecidos, podendo o tratamento durar vários anos. Na , as associações não são tão livres como na psicanálise,pois habitualmente são dirigidas pelo terapeuta para questões- chave da terapia, a qual, a princípio, busca intervir em áreas circunscritas ou problemas delimitados, dentro da área selecionada (foco), o paciente e estimulado a Explorer seus sentimentos, suas ideias e suas atitudes por meio de suas relações com figuras importantes de sua vida atual, do seu passado, e com o próprio terapeuta, com vistas ao . São interpretadas as defesas, mas as interpretações transferenciais são menos frequentes. É feito um uso maior de esclarecimento, sugestão e, até mesmo, de técnicas comportamentais (sugestão e reforços), do que na psicanalise. Sem a utilização do divã, com o uso menor da associação livre e com sessões menos frequentes, a regressão é menor e a transferência não se desenvolve com a mesma intensidade, primitivismo e rapidez que a psicanálise (Ursano; Silberman, 2003; Person; Cooper; Gabbard, 2007). A utiliza-se de uma a três sessões semanais, com o paciente sentando-se em uma poltrona de frente para o terapeuta. O tratamento pode durar vários meses ou até anos. Teorias e Técnicas Psicoterápicas As buscam a mudança essencialmente por meio do insight e da relação terapêutica. O é obtido em consequência das interpretações, tornando conscientes impulsos, sentimentos, medos, fantasias e desejos, especialmente quando se manifestam na relação transferencial. Além do insight, algumas mudanças podem ser consideradas consequência da própria relação terapêutica. Em um tratamento prolongado como a psicanálise, com vários encontros semanais, é inevitável que o paciente internalize, na relação com o terapeuta, aspectos reais de sua pessoa, especialmente os aspectos idealizados e com os quais se identifica, e, como consequência, sejam modificadas representações (de objeto e do self; das figuras parentais internalizadas na infância). Um outro efeito do tratamento e o aumento da capacidade de refletir sobre si mesmo, de identificar sentimentos ligados a pessoas do passado e deslocados para pessoas da vida presente. As destinam- se ao tratamento de problemas de natureza crônica, cuja origem situa-se em dificuldades ocorridas na infância, em especial nas relações com os pais. Podem ser úteis, em princípio, para pessoas com traços ou transtornos da personalidade que causam prejuízo a suas relações interpessoais, familiares ou profissionais, ou para tratar problemas caracterológicos mais graves ou com atrasos em tarefas evolutivas, como, por exemplo, aquisição e consolidação de identidade própria, independência e autonomia, trabalho introspectivo e transtornos de ajustamento. 1. Seja capaz de comunicar-se de forma honesta com o terapeuta, predominantemente por meio de palavras, e não por ações; 2. Experimente conflitos internos; 3. Tenha uma razoável capacidade de introspecção ao e queira utiliza-la para aumentar a compreensão sobre si mesmo; 4. Consiga experimentar afetos intensos sem externaliza-los na sua conduta; 5. Possa desenvolver um bom vínculo com o terapeuta e uma aliança terapêutica; 6. Seja capaz de, junto com o terapeuta, estabelecer algumas metas como, por exemplo, um melhor controle de impulsos, um melhor controle de condutas destrutivas, etc. (Ursano; Silberman, 2003, p. 118i). (1986) ao se reportar aos textos freudianos, indica que a análise não se estabelece numa relação entre dois e aponta a palavra como o terceiro elemento da relação analítica, circunscrevendo a resistência aos níveis do discurso e da transferência. Do porque é a palavra que revela o não dito do sujeito da enunciação, da transferência porque ao endereçar a palavra recalcada ao analista o paciente está atualizando o inconsciente. Não há análise sem resistência, a resistência está presente antes e durante o percurso de uma análise. Na verdade, a análise vai manejar a resistência. Em todos os métodos e abordagens psicoterapêuticos, o ponto comum e fundamental em todas as abordagens é o COMPORTAMENTO ÉTICO. “A urgência do Terapeuta está na emergência do paciente”. O sigilo e o respeito ao contrato terapêutico. Teorias e Técnicas Psicoterápicas (TC) A terapia comportamental (TC) baseia-se nas teorias e nos princípios da aprendizagem para explicar o surgimento, a manutenção e a eliminação dos sintomas. Dentre esses princípios, destacam-se: ➢ O Condicionamento Clássico (Pavlov), ➢ O Condicionamento operante (Skinner), ➢ A Aprendizagem social (Bandura) e a habituação. Acredita-se que esse fenômeno possa explicar o surgimento de sintomas como as reações de medo a estímulos neutros nas fobias especificas, a agorafobia em pacientes com pânico, particularmente, as revivescências, os sintomas fóbicos e sua generalização no estresse pós-traumático, a "fissura" em drogaditos, entre outros. No , os efeitos de um comportamento podem determinar o aumento ou a diminuição de sua frequência. Como exemplo, a esquiva fóbica alivia sintomas de ansiedade, e acredita-se que, por esse motivo, seja adotada sistematicamente. Eventualmente, os sintomas de ansiedade podem ter seu início por um (fobias, estresse pós-traumático), sendo posteriormente mantidos por um condicionamento operante (esquiva fóbica). A utiliza uma variedade de técnicas: também chamada de prática programada, pode ser in vivo ou na imaginação, pode ser gradual ou instantânea, assistida pelo terapeuta ou em grupo. Tem sido utilizada a exposição virtual quando a exposição in vivo é difícil ou impossível. abster-se de realizar rituais (verificações, lavar as mãos) demonstração de um comportamento desejável pelo terapeuta. Reforço positivo: tornar um evento agradável contingente a um comportamento desejável (dar atenção, elogiar, premiar, etc.) A utiliza uma variedade de técnicas: ➢ remoção de algo desagradável como forma de estimular o comportamento desejável (p. ex. imobilização em pacientes agitados. ➢ a remoção de reforços positivos pode levar ao enfraquecimento e desaparecimento de um comportamento. ➢ pareamento de um estímulo aversivo com um comportamento indesejável. ➢ ➢ ➢ ➢ ou incapacidade de tolerar aumento dos níveis de ansiedade (transtornos da personalidade borderline, histriônica/bipolaridade). Problemas cardiológicos graves, incapacidade de estabelecer um vínculo com o terapeuta personalidade esquizoide ou esquizotímica. Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o terapeuta (personalidade antissocial). Ausência de motivação. A terapia cognitiva foi proposta inicialmente por Aaron T. Beck, no início da década de I960, para tratamento da depressão. teve sua atenção despertada pela visão negativa que os pacientes deprimidos tinham de si mesmos, do mundo a sua volta e do seu futuro (tríade de Beck). Teorias e Técnicas Psicoterápicas A Terapia Cognitiva de A. Beck parte do pressuposto de que as reações comportamentais, fisiológicas e emocionais do indivíduo estão relacionadas com as interpretações que este faz de uma determinada situação. Essas interpretações estão presentes em três níveis de pensamento: ➢ pensamento automático; ➢ crenças intermediárias e ➢ crenças centrais. (Beck, 1995/1997). são rápidos e avaliativos, não são racionalizados e, por isso, difíceis de serem percebidos. Podem surgir como uma sentença ou uma imagem. são regras, atitudes e suposições que influenciam os pensamentos e surgem para compensar o sofrimento causado pela crença central. são ideias absolutas e globais que a pessoa em sobre si mesma, o mundo e os outros. Desenvolvem-se nos primeiros estágios da vida, quando tentamos entender e extrair sentido das relações com o mundo e com os outros. Por serem profundas, não nos damosconta delas ou as temos como verdades absolutas e vão refletir no modo como cada um de nós irá funcionar, interagir e se adaptar. (Beck, 1995/1997). Um pode levar a uma confrontação das crenças e dos esquemas do indivíduo. Uma , referente à capacidade de se defender, pode ser modificada para uma ideia de extrema vulnerabilidade após o trauma. Por outro lado, os acabam sendo reforçados por um evento traumático. A explora e questiona esses esquemas disfuncionais, tenta impedir a generalização dos mesmos para outros aspectos da vida do indivíduo, além de trabalhar na reconstrução dos esquemas de competência, segurança e valor pessoal (Beck, 1995/1997). 1) – é composta pelas visões que o indivíduo tem de si mesmo, do mundo e do seu futuro, na maioria dos transtornos essa visão tende a ser negativa nos três âmbitos. 2) – caracterizam-se por conjuntos de crenças estruturadas ao longo do tempo capazes de influenciar as interpretações em situações específicas no futuro. Podem ficar inativos por muito tempo ou serem ativados por um fator precipitante, como, por exemplo, eventos estressores. 3) – elas são interpretações disfuncionais que formam um vício sistemático na forma como os indivíduos interpretam experiências específicas. Para a , as atividades cognitivas podem ser monitoradas e alteradas, promovendo mudanças comportamentais e emocionais duradouras. O , embora ocorra de acordo com necessidades individuais, se baseia em algumas diretrizes, tais como: ✓ Aliança terapêutica segura, onde as habilidades do terapeuta são importantes para uma relação sólida; ✓ Estilo colaborativo, que ocorre com participação ativa do paciente em todo processo; Teorias e Técnicas Psicoterápicas O , embora ocorra de acordo com necessidades individuais, se baseia em algumas diretrizes, tais como: ✓ Caráter educativo, que ensina o paciente a ser seu próprio terapeuta, apresentando informações sobre seu problema e modelo cognitivo; ✓ Descoberta guiada através do questionamento socrático, que explora conteúdo e significado da experiência do paciente. A é baseada nos problemas do paciente, estabelecendo metas específicas que fornecerão campo para: ▪ identificação, avaliação e modificação dos pensamentos automáticos, das distorções cognitivas e das crenças; ▪ estruturação das sessões para que o paciente desenvolva capacidade de ser seu próprio terapeuta e para maximização do tempo da sessão; ▪ prevenção de recaídas, que tem por finalidade preparar o paciente para que este possa tentar resolver possíveis retrocessos antes de procurar o terapeuta (Beck, 1995/1997). ❖ Depressão unipolar de intensidade leve ou moderada, não psicótica; ❖ Transtornos de ansiedade (associados a terapia comportamental e a drogas); ❖ Transtornos alimentares; ❖ Transtornos somatoformes (hipocondria); ❖ Transtorno dismórfico corporal); ❖ Indicações da terapia cognitiva como tratamento coadjuvante; ❖ Abuso de substancias e de álcool; ❖ Transtornos de personalidade; ❖ Transtornos psicóticos (esquizofrenia, transtorno delirante); ❖ Transtorno bipolar;
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