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O PROCESSO DE INCLUSÃO DE CRIANÇA AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (TCC - UNIP)

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2
UNIVERSIDADE PAULISTA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
o processo de inclusão de criança autista na educação infantil
RESUMO
O Transtorno Espectro Autista (TEA) teve sua ênfase entre o século XVII e século XIX, em que surgiram os percursores e a compreensão de que se trata de um transtorno mental juntamente com as psicoses infantil e esquizofrenia. Denomina-se com termo autismo, em que atualmente está sendo discutido no campo da educação. Sendo assim, o objetivo geral é analisar o processo de inclusão de aluno autista na Educação Infantil. Os objetivos específicos são: Conceituar e contextualizar o autismo; apresentar o papel do professor de Educação Infantil; refletir as maneiras de possibilitar a inclusão do aluno autista de modo efetivo. Nesse sentido o presente trabalho visa responder o seguinte questionamento: Como promover um processo de inclusão de aluno autista na Educação Infantil de modo efetivo? A hipótese levantada é que os professores precisam obter uma formação adequada e atualizada de maneira que possa atender as necessidades de todos os alunos independente de sua condição. Para isso, é preciso realizar mediação nas ações pedagógicas, organizar as experiências que façam sentido e tolerada pelas crianças. A pesquisa é de cunho bibliográfico e de natureza qualitativa, onde foram selecionadas pesquisas publicadas no banco de dados do Google Acadêmico e Portal Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Os descritores foram: “autismo”; “educação infantil”; “inclusão do autista” e as combinações “autismo na educação infantil”; “inclusão do aluno na educação infantil”. Assim, selecionou-se os trabalhos por meio de leituras dos resumos, em seguida para cada pesquisa pertinente ao assunto realizou uma leitura do início ao fim, na finalidade de reunir as percepções adotada por outros autores que trataram sobre o tema. Concluímos que para que o processo de inclusão do aluno autista seja efetivo na Educação Infantil é necessário um trabalho em conjunto em ênfase na escola e professor em propor estratégias que garantam o acesso e permanência dos alunos com ações que atendam suas necessidades. 
Palavras-chaves: Autismo; Inclusão; Educação Infantil.
INTRODUÇÃO
	O Transtorno Espectro Autista (TEA) conhecido como autismo é caracterizado por problemas de comunicação, socialização e no comportamento. As pesquisas apontam como um distúrbio, outras como doenças que causa no individuo a dificuldade de comportamento, relação, comunicação e no uso da imaginação (PAULA; PEIXOTO,2019)
	Justificamos que a escolha do tema inclusão, partiu de estudos desenvolvidos ao longo do curso e a percepção de que esse processo na Educação Infantil é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento integral das crianças, benefícios nos processos de ensino e aprendizagem e uma inclusão de maneira natural através de interação cm a diversidade onde a criança está inserida (SILVA; LEITE, 2022)
	A sociedade e os profissionais da educação precisam se preparar para possibilitar que o processo de inclusão de crianças, adolescente e outras pessoas com necessidades, dificuldade ou transtorno aconteça de maneira efetiva. Em foco na criança com autismo, é preciso refletir a maneira de trata-los, pois são seres humanos com direitos de viver na sociedade (PAULA; PEIXOTO, 2019).
	Dessa maneira, a pesquisa sobre o autismo partiu da concepção de que é um tema que está sendo discutido no campo da educação. Pois, o processo de inclusão desses seres vai além de matrículas, com a necessidade de incluir no processo de aprendizagem independente de suas dificuldades. Diante a pesquisa realizada, relacionamento com as teorias é importante evidenciar o tema para que as crianças tenham seu direito garantido, considerados como sujeitos socio históricos, produtor e reprodutor de conhecimentos e cultura. 
	Tendo em vista das concepções apresentadas o objetivo geral do trabalho é analisar o processo de inclusão de aluno autista na Educação Infantil. Os objetivos específicos são: Conceituar e contextualizar o autismo; apresentar o papel do professor de Educação Infantil; refletir as maneiras de possibilitar a inclusão do aluno autista de modo efetivo. 
	Caracteriza-se o autismo a presença de um desenvolvimento atípico na interação, comunicação, interesses e ações. Nesse contexto os professores desenvolvem uma frustração por conta das dificuldades de comunicação, resistência nas atividades e desorganização. Desse modo, é preciso de um planejamento nas ações pedagógicas conforme o desenvolvimento (BOSA, 2006). Nesse sentido o presente trabalho visa responder o seguinte questionamento: Como promover um processo de inclusão de aluno autista na Educação Infantil de modo efetivo?
	A hipótese levantada é que os professores precisam obter uma formação adequada e atualizada de maneira que possa atender as necessidades de todos os alunos independente de sua condição. Para isso, é preciso realizar mediação nas ações pedagógicas, organizar as experiências que façam sentido e tolerada pelas crianças. 
	A pesquisa é de cunho bibliográfico, com a finalidade de destacar a discussão que acerca sobre o tema. Reunir conhecimentos de obras de toda natureza com objetivo de levar ao leitor compreender como promover o processo de inclusão de aluno autista na Educação Infantil. Realizado de maneira cuidadosamente de fontes confiáveis por meio do banco de dados Google Acadêmico e Portal Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 
	Os descritores foram: “autismo”; “educação infantil”; “inclusão do autista” e as combinações “autismo na educação infantil”; “inclusão do aluno na educação infantil”. Assim, selecionou-se os trabalhos por meio de leituras dos resumos, em seguida para cada pesquisa pertinente ao assunto realizou uma leitura do início ao fim, na finalidade de reunir as percepções adotada por outros autores que trataram sobre o tema. 
	Sua natureza é qualitativa, onde foi analisado, compreendido e interpretado as informações selecionadas e obtidas na fundamentação teórica. Seguiu-se as características básicas, tais como: dados descritivos, preocupação com o processo e com o significado, além de uma análise indutiva (BOGDAN; BIKLEN, 2003). Explica-se a abordagem qualitativa, pois são interpretações das informações de maneira detalhada, ampla a compreensão, uma vez que pode fazer a relação com o ponto de vista pessoal sobre a temática. 
	Desse modo, Minayo (2009) contribui para essa compreensão, onde a pesquisa qualitativa possui como elemento as relações, fenômenos e processos que são parte da realidade do ser humano. Possibilitou para pensar sobre o agir, interpretar as ações a partir de uma realidade vivida ou partilhada. O processo de desenvolvimento da pesquisa foi dividido em três momentos, onde no primeiro foi delimitado o tipo de pesquisa que será realizada, em seguida foram pesquisados materiais para utilizar como subsídios teóricos, fichamentos e organização de ideias. Posteriormente foram selecionados materiais para análise de dados com a finalidade de responder a problemática definida.
	O trabalho está dividido em três capítulos, onde o Capítulo I aborda sobre o Transtorno Espectro Autista (TEA), onde é denominado como autismo, contextualizando seu contexto histórico, conceitos, características e os aspectos legais que devem ser compreendidas. O Capítulo II trata-se sobre a Educação Infantil e as práticas dos professores, em que buscamos compreender melhor a modalidade que estamos pesquisando e o papel do professor diante os desafios no processo de inclusão.
	Finaliza-se esta pesquisa com o Capítulo III para responder a problemática a partir das analises de trabalhos que foram realizados recentemente. Nele refletimos a maneira de promover o processo de inclusão de criança autista na Educação Infantil, com dados relevantes que contribuíram para nossa formação como futuros professores. 
1. CAPÍTULO I: TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
1.1 Breve históricoO Transtorno Espectro Autista (TEA) teve sua ênfase entre o século XVII e século XIX, em que surgiram os percursores e a compreensão de que se trata de um transtorno mental juntamente com as psicoses infantil e esquizofrenia. Historicamente tinha como diagnostico idiotia (BRASIL, 2015). Desse modo, o autismo era confundido por esquizofrenia e psicose, onde foi utilizado de maneira inadequado durante anos. 
	A definição em 1906 foi cunhada por Plouller, onde investigou o processo do pensamento de pacientes que possuía o diagnóstico de demência. O nome só foi dispersado no ano de 1911 a partir dos estudos de Eugen Blueler, onde apresenta um dos sintomas da esquizofrenia. 
	Ao longo da história a visão das crianças autistas eram de seres incapazes, excluídos da sociedade. Sendo esta uma intensa luta e discussões que propôs o desenvolvimento de políticas publicas para que a inclusão ocorresse de maneira efetiva em todos os locais da sociedade. Muitos buscam garantir o acesso de pessoas que eram pertencentes aos grupos marginalizados. 
	Desse modo, cita-se Faustino (2019) onde contextualizou que as pessoas com deficiências ficaram a margem da vida, sofriam lutas e reivindicações sociais como cidadãos e detetores de direitos. Assim, foram criadas as políticas de macroinclusão para combater a exclusão e garantir o acesso e direitos sociais. 
	Cruz (2014) apontam os primeiros registos elaborados por Eugen Bleuler, um fato que aconteceu em 1911, caracterizando a perda de contato com a realidade. Em 1940, Léo Kanner, psiquiátrica austríaco definiu o termo autismo, identificou os comportamentos e diferenciou as dificuldades das crianças em estabelecer sua comunicação, resistências com mudanças e também ações de isolamento social.
	No ano seguinte Hans Asperger também descreveu as diferenças das crianças, onde um aparentava mais inteligente, outros com desenvolvimento na linguagem, onde classificou como Síndrome de Aspeger. Houve um avanço nos estudos em que denominou de Transtorno Globais ou Invasivos do Desenvolvimento (TGD) em que inclui o Autismo e a Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem outras especificações (TGDSOE). Essas classificações estão situadas no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). 
	Em 1949 Kanner definiu o autismo infantil precoce, pelo fato das dificuldades de contato cm as pessoas, o desenvolvo de preservar as coisas e situações, ligação aos objetos, alteração de linguagem onde não havia comunicação. Alves, Lisboa e Lisboa (2010) caracteriza que o autismo infantil precoce estava relacionado a esquizofrenia considerando uma manifestação prematura. 
	Santos, Dias e Mozer (2021) contextualizaram a década de 1960, uma época que o autismo era classificado na categoria da esquizofrenia infantil, reclassificado em 1980 pela Associação Americana de Psiquiatria. Os autores pontuaram que essa definição fez parte do grupo dos transtornos globais do desenvolvimento e somente na década de 1990 a partir do termo “qualitativo”, passou a descrever melhor essas deficiências.
	Em 1969 registrou novos critérios de maneira de diagnosticar a criança, em que foi formulado por Clancy, Dougall e Rendle-Short. Esse método parecia com os critérios antigos. Em seguida enquadraram o autismo infantil com as psicoses e o transtorno de personalidade onde a criança apresentava uma desordem na organização do eu da relação com o mundo. 
	A partir de 2000 que observaram e relacionaram os níveis de inteligência e linguagem para adotar o suo do termo TEA, reconhecendo os comportamentos do autismo clássico, transtorno não integrativo da infância (síndrome de Heller, síndrome de Rett, predominante no gênero feminino) e o transtorno global do desenvolvimento (SANTOS; DIAS; MOZER, 2021).
	Os autores também destacam o marco histórico do lançamento do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM – V, que foi realizado em 2013 pela Associação Americana de Psiquiatria. Nesse manual apresentam medidas e diretrizes sobre as síndromes: Síndrome de Asperger, de Rett, Transtorno Desintegrativo da infância e o Autismo Clássico. Assim, passou a ser utilizado par avaliar os níveis da criança, onde caracterizam de leve a grave. A expectativa é que as classificações facilitarão aos quadros clínicos os diagnósticos sobre sintomas e comportamento de cada indivíduo com precisão (DSM-V, 2014).
	Conforme Cunha (2015, p.23): “o uso atual da nomenclatura Transtorno do Espectro Autista possibilita a abrangência de distintos níveis do transtorno, classificando-os de leve, moderado e severo”. Destaca-se que não devemos uniformizar a pessoa autista, avaliando que são diferentes e que possuem graus de intelectualidades. 
	Couto et al. (2019, p.2) apontam que:
Há ampla variabilidade na expressão dos traços autísticos, envolvendo diferenças na expressão dos sinais e níveis de gravidade. O autismo pode estar associado ou não a atrasos na aquisição da linguagem e a comprometimento intelectual. Estima-se que o transtorno esteja presente em um a cada 88 indivíduos, segundo dados internacionais
	Dessa forma, Nunes e Araujo (2014) contextualizam a ampliação nas discussões que acercam sobre o autismo, seja no meio acadêmico e também nas mídias sociais. As pesquisas tratam sobre os fatores etiológicos e a escolarização desses indivíduos em diversas áreas de conhecimento. Também destaca a presença de produção livros, filmes, novelas que abordam a temática. Desse modo, passou a conscientizar a sociedade sobre as especificidades e relações para realizar intervenções de maneira correta.
	Vale ressaltarmos que a inclusão começou a ser efetivado a partir da década de 60, e, no Brasil, por meio da Constituição Federal de 1988, ampliou os números de estudos que atendam essa área. Consta-se também, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN 9394/96), no sentido e atender no campo de educação formal de maneira sistemática. A Educação Inclusiva propõe um ensino de qualidade em busca de atender todos os alunos, considerando aqueles que são padrões e aqueles com necessidades especiais. 
	A partir deste levantamento, é necessário aprofundarmos melhor os aspectos legais que foram desenvolvidos ao longo desses anos em busca de garantir um processo de inclusão aos alunos com deficiência e especificamente aos alunos autistas. 
1.2 Aspectos legais relacionado ao autismo
	De acordo com Alves, Lisboa e Lisboa (2012), os principais documentos que estabelecem condições da Educação Especial é a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Declaração de Salamanca (1994), a Declaração de Guatemala (1991) e a Lei n. 9394 de Diretrizes e Bases da Educação (1996). Apresentam que essas leis enfatizam a igualdade e direito da educação e quando se trata de aluno com autismo é essencial analisar os aspectos e compreender as necessidades educacionais. 
	A educação é um direito de todos, conforme estabelece no Art. 205, 206 e 208:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1988) 
	Perante a lei, entende-se que as instituições devem buscar garantir, incentivar a todos, seguir os princípios citados de maneira que efetiva a formação do indivíduo para exercer sua cidadania e inserir no mercado de trabalho. Desse modo, é considerado o direito para o aluno autista. 
	Também vale destacar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em que garante a educação um direito subjetivo do ser humano, independentemente das diferenças.Conforme o Art. 27º, a respeito do direito à educação, estabelece que:
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurando sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidade de aprendizagem (BRASIL, 2015, p. 12).
	
	Dessa maneira a educação é uma ferramenta para que o processo de inclusão aconteça, visto que por meio desta é efetivado o processo de interação dos alunos no ambiente escolar. Sendo assim, aponta-se o acesso de uma educação inclusiva sendo um método que tem sido evoluído e se tornado indispensável. Conforme essa assertiva, a LDBEN garante a inclusão que precisam do atendimento educacional individualizadas no ensino regular. Expressa em seu Art. 59, na definição que o sistema de educação garantirá aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais: 
Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização, específicos para atender às suas necessidades; terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências [...], professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins [...] acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996, p. 19-20).
	Para tanto consideramos a possibilidade de promover um processo inclusão, a partir dos aspectos legais e orientações de incluir. É necessário deixarmos o abstrato, buscar relacionar com as leis ao contexto real condizente do aluno autista, considerando os métodos inclusivos e ativos no campo educativo e profissional.
	A Declaração de Guatemala visa garantir a possibilidade de inserir o aluno no ensino regular, independentemente de sua deficiência desde do nível leve até severo. A escola deve possibilitar uma adaptação em atender as necessidades dos alunos, garantir uma proposta inclusiva que favoreça no desenvolvimento e aprendizagem dos mesmos. 
	A respeito da Declaração de Salamanca (1994), os professores precisam se preparar de maneira adequada para propiciar a mudanças. Assim, pautam sobre os princípios de inclusão e visam seu cumprimento a partir de um processo de ressignificação do contexto escolar, reflexão do papel da escola, do professor, do conhecimento, desenvolvimento e aprendizagem de maneira que compreenda as diferenças em sua complexidade. Sendo assim, para uma educação inclusa é precisa refletir a maneira de um atendimento efetivo para todos, uma instituição que respeita as diferenças e que não haja exclusão. 
	De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2006), o autismo é visto como deficiência e representa uma disfunção global do desenvolvimento. Sem cura, porém com melhora significativa no tratamento e educação possibilita ser efetivo.
[...] acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissional da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas (BRASIL, 2008, p. 15).
	Em 2012 foi aprovado a Lei 12.764, de 27 de dezembro (inciso IV do art.2º) onde garante para aqueles que possuem o diagnóstico comprovado, seu direito do acompanhem-no especializado, não sendo submetido a tratamentos desumanos ou desagradável e também não deve privar a liberdade e nem convívio familiar (Art. 4). Outro ponto importante, é o direito da matrícula dos alunos seja qual for sua deficiência. Caso for recusado, a instituição será punida de com multa de três a vinte salários mínimos. 
	Foram estabelecidos a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, denominada como “Lei Berenice Piana”, considerada um marco nos direitos autista. Assim, avaliou-se o autismo como deficiência e determinou em seu Art. 3º seus direitos:
L - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer; 
II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;
III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo: a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo; b) o atendimento multiprofissional; c) a nutrição adequada e a terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento; 
IV - o acesso: a) à educação e ao ensino profissionalizante; b) à moradia, inclusive à residência protegida; c) ao mercado de trabalho; d) à previdência social e à assistência social (BRASIL, 2012).
	Nesse sentido, entendemos que o aluno possui suas particularidades, características que precisam ser levadas em consideração. É preciso identificarmos o percurso escolar, organizar um método que garantam um atendimento efetivo de maneira diferenciada de acordo com suas necessidades. Destacamos essa reflexão que é imprescindível introduzir o aluno com deficiência no ensino regular, observar sua necessidade e inovar as metodologias cumprindo seu papel como educador e evidenciando aspectos que rompem os obstáculos e induzem a inclusão. 
	Encontramos também a Lei nº 13.146/15 que foi estabelecida em 2015, possibilitando embasamento e suporte as ações políticas voltadas para inclusão. Esta é a Lei Brasileira de Inclusão do portador de Deficiência (LBI) em que visa promover a igualdade social, práticas dos direitos do indivíduo com deficiência. Compreendemos que a presente lei, visa o movimento inclusão social, garante as oportunidades aos alunos e considera a educação como democrático que atende as necessidades dos alunos. 
	Conforme seu Art. 27 a educação é um direito que deve ser assegurado pela escola em caráter inclusivo, para todos os níveis de aprendizagem ao longo de sua vida. Além disso, é preciso alcançar o máximo de desenvolvimento possível, os talentos, habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, conforme o interesse e necessidade de aprendizagem (BRASIL, 2015).
	Vale pontuar os aspectos delimitados no Art. 28:
[...] II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência; 
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas (BRASIL,2015).
	Nesse sentido entendemos que o poder público deve garantir, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e analisar os contextos ligado as ações inclusivas. Nesse sentido, entendemos a possibilitar de avançar e promover pesquisas que buscam novas metodologias, técnicas que garantam a inclusão. Porém, ainda existe fatores que limitam que esse processo aconteça no ensino regular, bem como o papel do professor capacitado carece no âmbito escolar com diferentes dificuldades na educação especializadas. 
	Paula e Peixoto (2019) apontam que a criança com autismo tem direito ao acesso da educação formal, de matricula e também de receber o apoio especializado na sala de Atendimento Educação Especializado (AEE), uma maneira de garantir a inclusão e desenvolver o ensino básico que garanta competências e habilidades a serem desenvolvidas. Para tanto, e preciso que o professor tenha capacidade e profissionalização para garantir esses direitos.
	Vale ressaltar a lei sancionada recentemente pelo presidente Jair Messias Bolsonaro. A Lei 13.861 de 18 de julho de 2019, na qual altera a Lei 7.853 de 24 de outubro de 1989 para incluir as especificidades inerentes ao Transtorno do Espectro Autista nos censos demográficos. Por meio desse grande avanço, a expectativa é a movimentação das políticas públicas, os recursos e subsídios que auxiliarão todos e
todas com TEA, com finalidade de atender as necessidades dos sujeitos afetados com esse transtorno.
1.3 Conceito e características do autismo
	De acordo com Wellichan e Faleiros (2017, p.2) o autismo é um conceito “de origem grega ‘autos’ cujo significado é ‘próprio ou de si mesmo’, sendo caracterizado como um distúrbio neurológico que surge ainda na infância, causando atrasos no desenvolvimento (na aprendizagem e na interação social) da criança”. 
	Para Silva e Leite (2022) o autismo é descrito como uma doença caracterizada por um desenvolvimento intelectual onde prejudica a socialização dos indivíduos. Considera-se em alguns estudos caso grave onde há problemas de comunicação, comportamento e não consegue relacionar com outras pessoas. 
	Gentil e Namiuti (2015), caracterizam também que um aluno autista pode apresentar dificuldades na sua comunicação, interpretação de linguagem, a falta de compreensão da entonação de voz, e o mais conhecido como isolamento social e sua repetição de atividades. A investigação aponta que o autismo está presente na gravidez, no momento em que a mãe se desconecta com feto, no sentimento de angústia, dúvida, rejeição e situações dramáticas.
	De acordo com Cunha (2011, p. 20), “o autismo compreende a observação de um conjunto de comportamentos agrupados em uma tríade principal: comprometimentos na comunicação, dificuldades na interação social e atividades restritas repetitivas”. Esses comportamentos podem ser observados nos primeiros meses de vida, mas os sintomas surgem mais aparente por volta dos três anos. Ainda nas ideias do autor, se o autista se manifesta de diferentes maneiras, dependendo do seu nível de desenvolvimento e idade. Para tanto, destaca que o diagnóstico não é o fim, e sim o momento de buscar alternativas que realize intervenção e adaptação do individuo para o mundo. 
	Conforme Mantoan (1997), o autismo é definido como um distúrbio do desenvolvimento e sem cura. Muitas vezes ocorre a diagnóstico de cinco casos em cada 10.000 nascimento. A partir de um critério de classificação rigoroso, a incidência é três vezes maior e precisam do mesmo tipo de atendimento. 
	Silva e Leite (2022) caracteriza que o autista possui limitações, porém é capaz de superar quando a comunidade escolar busca meios de contribuir para sua superação. E, uma de suas limitações é a sua comunicação, onde muitas vezes não utilizam a fala. Paula e Peixoto (2019) apontam que a criança com autismo apresenta comprometimento na sua linguagem, com necessidade de um apoio pedagógico que garanta o processo de aprendizagem.
	Conforme com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo é invasivo
do desenvolvimento marcado pela presença de:
a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo, fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (autoagressividade) (OMS,1997, p. 367).
	De acordo com Cruz (2014), os primeiros sinais se tornam perceptíveis antes dos três anos de idade, porém, em alguns casos observa-se nos primeiros meses de vida. Para tanto, é importante os familiares, profissionais da educação, cuidadores e outros observarem o comportamento e desenvolvimento das crianças. 
	Em consonância dessa assertiva, Alves, Lisboa e Lisboa (2010) apontam que a maioria das crianças nascem sem nenhuma disfunção, choram e se comportam como todos os bebês. Nos primeiros meses até aos cinco anos, identifica-se os primeiros sinais configurando em uma situação dolosa aos pais, os estranhos comportamentos: crianças que não falam, são incapazes de olhar as pessoas e se isolam. 
	Sendo assim, Wellichan e Faleiros (2017) caracterizam que o individuo autista apresentam dificuldade na comunicação, comportamento repetitivos, restritos, recusa para realizar atividade, dificuldade de observar o ponto iniciado e falta de resposta a estímulos. Os sinais citados, devem ser observados onde também pontuam que as principais observação são a capacidade de memorização, onde são excelentes e também a repetição de palavras. 
	Alves, Lisboa e Lisboa (2010) pontuam quatros fatores: 1) problemas de relacionamento social, 2) dificuldade de comunicação,3) atividades e interesses restritos e repetitivos, 4) início precoce. Nesta pesquisa apontaram a necessidade de melhores explicações cientificas, pois, os autores estabeleceram uma relação da frieza emocional das mães e dos pais com os desenvolvimentos das crianças. 
	Entretanto, o transtorno autista necessita de maiores explicações científicas. Alguns autores tentaram estabelecer uma relação da frieza emocional das mães e dos pais com o desenvolvimento autista, porém tem sido evidente que, embora a dinâmica emocional familiar seja muito importante no desenvolvimento do transtorno, esse elemento não é suficiente para justificar o seu aparecimento.
	Conforme Couto et al. (2019) o autismo possibilita o atraso na incapacidade funcional do indivíduo, interfere na autonomia das atividades diárias com necessidade de um apoio multidisciplinar adequada modificando os aspectos críticos comprometidos. Assim, amplia as chances de desenvolver independências relativa e maior inserção social. 
	Dessa maneira conforme Mattos e Nuemberg (2011) trata da importância do trabalho multidisciplinar para se adequar na sociedade, formar pessoas independente com possibilidade de parceria, diálogo entre a educação, psiquismo, espaços reflexivos e viabilização de todas as áreas com finalidades educativas. 
	Gomes (2020, p.95) também trata sobre o trabalho multidisciplinar, onde a escola deve reconhecer a necessidade de atender as múltiplas demandas cognitivas e comportamentais das crianças com autismo. É preciso buscar apoio em outras áreas, tais como da saúde, onde vai além da educação e envolvimento dos profissionais para um trabalho em equipe, de modo que “possibilitarem a aprendizagem e a generalização de comportamentos facilitadores para as atividades de aprendizagem são exemplos de ações positivas no campo da educação para o público com TEA identificados”.
	Vale ressaltar Alves, Lisboa e Lisboa (2010, p.5) pontuaram que o autismo não causa outras doenças. Porém, as outras doenças podem favorecer no seu desencadeamos, em que fatos externos tais como: 
[...] doenças infecciosas da gravidez, como a rubéola, a sífilis e a toxoplasmose; as doenças infecciosas do cérebro, como a meningite; as lesõestraumáticas; o uso de drogas pelos pais; além de doenças genéticas que cursam com retardo mental. As estatísticas sobre a doença têm a prevalência de 1/150 a 250 da população. A incidência é de quatro a cinco homens para cada mulher, mas quando a doença se dá no sexo feminino é mais grave. 
	Desse modo, complementa que os dados apontam que o autismo são causados mais em meninos, e quando meninas são acometidas, os quadros são mais graves. Os autores explicam que essa proporção é um indicativo das questões genéticas. 
	Entendemos que a criança que possui o autismo, se encontra com comportamento prejudicado com sinais que podem ser notados desde cedo com poucos meses de vida. Não há um diagnóstico preciso, pois as características variam de diversas maneiras no indivíduo sendo classificado como leve, moderado ou severo. As crianças que possuem nível leve, conseguem estudar e se relacionar com outras pessoas. As moderadas já são dependentes em realizar ações e desenvolver funções. O grave é necessário de acompanhamento especializado e contínuo.
2. CAPÍTULO II: EDUCAÇÃO INFANTIL E AS PRÁTICAS DOS PROFESSORES
2.1 Educação Infantil
	A Educação Infantil é a primeira etapa escolar da criança, em que precisa se preparar de sua diferença. De acordo com a LDBN, a finalidade dessa modalidade é o desenvolvimento integral das crianças que têm a idade de 0 a 6 anos, e que deve atender os aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social (BRASIL, 1996).
	Vale ressaltarmos que após três anos da sanção da LDBN, as creches e pré-escolas adotaram a missão de estabelecer os fundamentos sobres quais se firmam nas próximas modalidades. Em 2001, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) e Orientações para Educação de Crianças com Necessidades Educacionais Especiais, o Mec elaborou tal documento para ditar a importância da Educação Infantil e a necessidade de construir uma escola que atenda a diversidade. 
	O RCNEI constitui que a educação infantil deve ser garantida para as crianças, bem como as oportunidades de desenvolvimento principalmente aqueles que possuem necessidades educacionais (BRASIL, 2001). De acordo com a Política Nacional da Educação Infantil, as crianças que são excepcionais precisam realizar junto com seus pares com desenvolvimento típico (BRASIL, 2006). 
	Conforme a LDBN, em seu Art. 29 e 30, determina que a Educação Infantil a primeira etapa da educação básica deve ser oferecia em creches e em pré-escolas. De acordo com Nunes e Araújo (2014), a creche é um espaço que desenvolve ações preventivas e programas educacionais para crianças com riscos para excepcionalidade.
	Deixou de ser cunho assistencialista e passou a ser um espaço onde desenvolvem em todos aspectos. A criança irá inserir no meio escolar e obter contato com o professor e partilhará suas histórias, vivências, produzir sentidos, pensar no seu cotidiano e interagir com outros pares. Conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é uma etapa onde a criança aprende manusear livros, criam capacidade de interpretação de imagens, análise de desenhos, ilustrações mesmo sem aprender ler. Embora não saibam ler ainda, elas utilizam suas expressões e dedos sobre as palavras correto por todo texto na direção da leitura.
	Assim, contextualizaram que as primeiras creches foram criadas no final do século XIX, na finalidade de atender mães solteiras, abandonadas, viúvas, ou não tinham condições para cuidar de seus filhos. No primeiro momento, as instituições eram filantrópicas e tinham objetivos de promover saúde, higiene e alimentação. A partir do crescimento da industrialização e inserção da mulher no mercado de trabalho no ano de 1920 a 1930, o Estado contribuiu para criar e realizar manutenção nas instituições (NUNES; ARAUJO, 2014).
	É preciso resgatarmos o conceito de infância onde Àries (1978) pontuou que a escola cumpriu seu papel de desfazer a imagem da criança como adulto em miniatura e apresentar uma nova maneira de entender a criança. A escolaridade formal passou a representar os benefícios para a criança, formação para cidadania. Diante as dificuldades de aprendizagem é promovido um novo significado conforme o tempo e sua relação social. Dessa maneira, a infância passou a ser associada com diversas atividades educacionais que favorece no seu processo de desenvolvimento. 
	A Constituição de 1988 inclui a creche para a área da educação e a modificação da concepção do atendimento das crianças. Ampliou a concepção de atendimento, de modo que visa atender a necessidade das mães e as necessidades de desenvolvimento da criança.
	Conforme Montoan (2002) as crianças precisam aprender e não vivenciar em um espaço segregado. Assim, é preciso priorizar um ensino de qualidade no ensino regular, a qual é desafio a todos. A escola é um espaço onde todos deverão ser acolhidos, considerando sua história. Entende-se que a escola é um meio de estimular a criança com autismo, ampliar o contexto de interação social, auxiliar o seu desenvolvimento. Nesse sentido, os profissionais percebem a importância de estimular as crianças para que o processo de aprendizagem ocorra.
	Nunes e Araújo (2014) pontuam o atendimento das crianças com necessidades educacionais era ofertados separado do ensino regular. A partir do paradigma da inclusão, preconizou programas que sejam operacionalizados na Educação Infantil. 
	A Educação Infantil é um período de grande importância para vida da criança, evidencia a reflexão da constituição da criança como sujeito social. Desse modo, a cada 10.000 crianças, apresenta-se 1 a 5 casos de autismo, sendo de 2 a 3 de meninos e 1 para mulher, com predominância do sexo masculino. E, com o aumento de matrículas de crianças autista nas instituições escolares, contextualiza-se que há dúvidas por partes dos professores a respeito sobre o atendimento prestado às crianças, identificação, diagnósticos, entre outros. 
	Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009, define que a criança é sujeita histórica e de direito, destacando as interações e brincadeira, experiências que as crianças constroem e apropriem-se dos conhecimentos através de suas ações, interações com seus pares e com adultos, a qual possibilita as aprendizagens desenvolvimento e socialização (BRASIL, 2009).
	A respeito do seu desenvolvimento pontua-se Vygostky (1997, p.187), onde o desenvolvimento insuficiente está relacionado com o desenvolvimento cultural, onde explica que:
[...] somente é possível o desenvolvimento das funções psíquicas superiores pelas vias do desenvolvimento cultural, sendo indiferente que este desenvolvimento siga o curso do domínio dos meios exteriores da cultura (linguagem, escrita e aritmética) ou a linha do aperfeiçoamento interior das próprias funções psíquicas (elaboração da atenção voluntária, da memória lógica, do pensamento abstrato, da formação de conceitos, do livre arbítrio, etc.). As pesquisas têm demonstrado que, de um modo geral, a criança “anormal”5 está atrasada precisamente nesse aspecto. Porém, este desenvolvimento não depende da insuficiência orgânica. É por isso que a história do desenvolvimento cultural da criança permite propor uma tese: o desenvolvimento cultural é a esfera fundamental de onde resulta possível a compensação da insuficiência. De onde resulta impossível um desenvolvimento orgânico ulterior, se abre ilimitadamente o caminho do desenvolvimento cultural (p.187).
	Para o pensador é preciso considerar o desenvolvimento submetidos as mesmas leis que regem o desenvolvimento de uma criança sem a deficiência. O processo ocorre de maneira qualitativa e diferente. Destacam que por meio dos processos compensatório e o desenvolvimento integral depende do caráter e da gravidade do desenvolvimento da criança. As dificuldades do aluno do ponto de vista social acontecem em diversas direções dependendo da direção criada (VYGOSTKY, 1997).
2.2 Prática do professor
	Desse modo, a escola tem a responsabilidade de organizar as experiências deaprendizagem dos alunos conforme as propostas pedagógicas, de modo que entenda sobre o currículo e a etapa da Educação Infantil, assim como afirma o documento do DCNEI:
O currículo da Educação Infantil é definido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade (BRASIL, 2009, p. 1).
	Entendemos que é preciso promover conteúdos componentes curriculares voltados para diversidade, de maneira que beneficia a todos a partir de uma prática mais dinâmica, prazerosa e criando espaços agradáveis que enriquecem o processo de ensino e aprendizagem. A diversidade em sala de aula é crucial para aquisição de aprendizagem (SILVA; LEITE, 2020) 
	As instituições devem se organizar e elaborar propostas para Educação Infantil, bem como refletir, avaliar as ações realizadas no meio escolar, a partir de diálogo, novo olhar sobre a infância e concepção da modalidade de ensino da Educação Infantil. Sendo assim, o objetivo do trabalho é promover qualidade de ensino para as crianças da Educação Infantil, de modo que reflita as práticas do professor. Nesse contexto, destaca a necessidade de entender o processo de implantação, contribuição e articulação de diversos conteúdos que atendam às necessidades das crianças.
	Entendemos nesse contexto que na Educação Infantil é necessário conscientizarmos que a criança tem como direito o ato de brincar e essas atitudes promove a elas aprendizagens e potenciais, para seu desenvolvimento integral. Além disso, nesse processo de brincadeira e interação, a criança expressa seus afetos, media suas frustrações, soluciona problemas, controla suas emoções, entre outros.
	A escola precisa ser um espaço que crie condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para fazer com que os mesmos possam compreender a sua realidade. Através das práticas desenvolvidas pela escola e professor, as crianças irão aprender e desenvolver, apropriar de sua cultura, despertar interesse para as aprendizagens.
	A respeito do desenvolvimento típico, o RCNEI aponta que os alunos com desenvolvimento típico precisam apresentar alterações significativas no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Os professores das creches e pré-escolas devem estar capacitados para atender as demandas dos alunos, evidenciar as necessidades educacionais, incluindo o aluno autista, mesmo sem diagnóstico efetivo (BRASIL, 1998).
	Em consonância ao papel do professor, é preciso destacar o papel da escola, onde precisa promover um ambiente favorável para o desenvolvimento de todas as crianças. Um local acessível, que atenda as diferenças, culturas e que possa enriquecer o desenvolvimento e inserção social. A criança irá socializar, proverá sua identidade através de aprendizagem que serão propostas pelo professor em diversas situações. 
Propiciar a interação quer dizer, portanto, considerar que as diferentes formas de sentir, expressar e comunicar a realidade pelas crianças resultam em respostas diversas que são trocadas entre elas e que garantem parte significativa de suas aprendizagens. Uma das formas de propiciar essa troca é a socialização de suas descobertas, quando o professor organiza as situações para que as crianças compartilhem seus percursos individuais na elaboração dos diferentes trabalhos realizados (BRASIL, 1998, p. 31).
	Nesse sentido, entendemos que o professor deve cumprir com sua função de possibilitar a socialização e descobertas diante suas situações organizadas. Porém, quando se trata de um aluno autista, há empecilhos e desafio. Na literatura constata-se a dificuldade de incluir aqueles que possuem dificuldades de socialização por conta do transtorno. 
	De acordo com Silva e Leite (2020) os alunos das escolas publicas que possuem alguma necessidade educacional, muitas vezes não possuem cuidadores e pessoas que conhecem suas necessidades especificas. Além disso, o professor não possui formação especifica para incluir o aluno, trabalhar a partir das características e conhecimento sobre o autismo para saber lidar em sala de aula e a maneira efetiva de ensinar. 
	A escola deve se preparar para receber os alunos de maneira que promova um ensino de qualidade. Destaca-se que a escola possui problema na educação onde precisa mudar e enfrentar frente de trabalho, tarefas onde são:
· Recriar o modelo educativo escolar, tendo como eixo o ensino para todos. 
· Reorganizar pedagogicamente as escolas, abrindo espaços para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas, por professores, administradores, funcionários e alunos, porque são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania. 
· Garantir aos alunos tempo e liberdade para aprender, bem como um ensino que não segrega e que reprova a repetência. 
· Formar, aprimorar continuamente e valorizar o professor, para que tenha condições e estímulo para ensinar a turma toda, sem exclusões e exceções (MANTOAN,2003, p.36;)
	Dessa maneira, entendemos que a escola deve se organizar a partir das concepções citadas acimas. É preciso de um modelo pedagógico que possibilita a participação e inserção de todos no processo de aprendizagem a partir de um trabalho em conjunto pelos profissionais e funcionários que compõe a escola. Diante essas percepções apresentadas, é preciso ressaltarmos na necessidade uma boa formação, valorização do professor e condições para que aconteça a inclusão.
	Mattos e Nuemberg (2011) por sua vez caracterizam a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular, onde consideram um ambiente de diversidade, facilitador para que aconteça o desenvolvimento de todas as crianças. 
Nas relações concretas no contexto escolar, valores como respeito e cooperação podem ser experienciados pelas crianças quando a inclusão se efetiva. Ambientes bem planejados, que procuram se adequar às necessidades de todos os educandos compreendem a escola como meio sociocultural fundamental à constituição dos sujeitos. Se a interação social entre as crianças é indispensável para promover o desenvolvimento, cabe à escola viabilizar as possibilidades de experiências socializadoras, permitindo às crianças desenvolverem processos psicológicos superiores (MATTOS; NUEMBERG, 2011, p.130)
	Sendo assim, os autores contribuíram para compreender o processo de inclusão, considerando uma visão que promova o ambiente para diversidade e também pontos importantes que levam refletir a prática do professor. Nesse contexto, entendemos que o professor deve organizar o ambiente da sala de aula, adequar nas necessidades dos alunos, promover experiências que visam a sua interação social. 
	É crucial considerar que o aluno é um ser único, com suas particularidades, características, modo de aprender, a qual o professor deve ter a capacidade de entender, articular e criar estratégias necessidades para mediação do processo do ensino-aprendizagem. De acordo com Cunha (2011), “o professor não deve esperar que o aluno com autismo diga para ele o que está acontecendo” (p.30).
	De acordo com Couto et al. (2019, p.2), os professores são agentes envolvidos na suspeita dos autismos, onde registraram na Espanha que 15% dos diagnósticos partiram da observação dos professores no ambiente escolar. Assim, afirmam que:
O olhar dos educadores, quanto à identificação dos sinais do TEA, pode ser considerado excelente aliado no diagnóstico precoce, uma vez que o contato com a mesma criança é contínuo e a observação mais detalhista. Assim, a atenção sobre como estes profissionais compreendem e vivenciam o TEA assume relevância, inclusive em relação à inclusão escolar. 
	Em nossa realidade, constata-se que no Brasil os educadores aparecem pouco no algoritmo do Ministério da saúde em relação a observação dos sinais e auxilio no diagnóstico. Desse modo esse papel é pouco explorado, ondeé preciso evidenciar relações entre equipe da educação e da saúde. Outro ponto que destacaram é as teorias e práticas vivenciadas pelos professores, onde precisam de qualificação e atenção, pois as áreas na literatura são carentes dessa abordagem. 
	A falta de informação e preparação é prejudicial para todos, onde todos enfrentam uma série de dificuldade de lidar com essa criança e a mesma fica condenada em viver no mundo que não entende. O futuro fica comprometido com um crescimento de frustração e resposta por meio de grito e agressão. Outro alerta é que também há casos que os autistas se autoagridem e se machucam por descarregar sua frustração em não ser compreendido. Nesse sentido, fica claro a necessidade de identificar mais rápido possível se a criança é autista e o professor possui um papel crucial para planejar a estratégia educacional que minimize as dificuldades da criança em integrar e desenvolver (ALVES; LISBOA; LISBOA, 2010)
	O professor possui o papel fundamental de evidenciar ações que minimizam as dificuldades dos alunos, de maneira que o mesmo desempenha suas competências seguindo seus limites e favorecendo no processo de inclusão (ALVES, LISBOA; LISBOA, 2010) Sendo assim, no próximo capítulo, respondemos a partir da analise de pesquisas que abordam de modo profundo a reflexão como deve acontecer o processo de inclusão para que seja efetiva.
	A partir da percepção levantada por Vygostky (2001, p.168), é preciso o professor:
[...] organizar a aula de modo tão pedagógico, desmembrar de tal forma o material que sobre os momentos de ascensão da força de atenção recaiam as passagens mais importantes e de choque e aos momentos de redução da onda da atenção coincidam as partes da exposição que são menos importantes e não antecipam o processo. 
	Nesse sentido, entendemos que o processo de inclusão deve ser realizado a partir dessa organização, mobilização dos interesses dos alunos, necessidade de promover uma educação inclusiva e de qualidade. Para tanto, Vygotsky (2001) contribui com sua concepção de que para garantir o ensino e aprendizagem, os professores devem assegurar todas as condições de desenvolvimentos, as ações e atitudes. É preciso oferecer atividades que correspondem as leis básicas de atenção. 
	De acordo com Gomes (2020) o professor deve respeitar o ritmo da criança para estimular de maneira adequada e atingir o objetivo do desenvolvimento de suas habilidades. Nesse sentido, entendemos que é preciso promover uma aprendizagem significativa, conhecer as limitações dos alunos e mobilizar os interesses nas atividades propostas. 
	Sendo assim, vale afirmamos junto com Gomes (2020, p.24) que: 
O ensino das crianças com deficiência deve ocorrer de forma sistemática e organizada, seguindo passos previamente estabelecidos, adotando métodos e estratégias diferenciadas, respeitando seu ritmo de aprendizagem e suas particularidades. Deve ocorrer de forma agradável para despertar seu interesse. A inteligência, memória e capacidade de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados.
	Nesse contexto entendemos que o objetivo na prática do professor é ampliar a independência da criança, proporcionar segurança, promover tarefas do cotidiano, oportunizar aprendizagem conforme as necessidades. Vale ressaltar que o ambiente deve ser agradável para a socialização com outras crianças, além de obter uma relação com os familiares, pois, possuem um papel importante na socialização das crianças e podem auxiliar no processo de criação de estratégias na formação de seus filhos. Vale ressaltarmos que os ambientes escolares e familiares são fundamentais estarem relacionados para adequar o atendimento do aluno com TEA, além do professor utilizar métodos que precisa para efetivar a aprendizagem das crianças.
3. CAPÍTULO III: O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
3.1 O processo de inclusão e a família
	Alves, Lisboa e Lisboa (2012) apontam a necessidade da família e amigos compreender o indivíduo autista, auxiliar no tratamento em todas as áreas. Desse modo é realizado em psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, escola, fisioterapia, musicoterapia entre outros. Muitas vezes há um preconceito em levar as crianças em alguns profissionais por conta de associar a loucura, em que devem ser modificado essa ideia. 
	Souza e Leite (2020) pontuam em pesquisa a necessidade de analisar a maneira que a inclusão está sendo implementada. Questionar se está ou não favorecendo a aprendizagem, se configura uma experiência positiva com os alunos e os familiares, levando em consideração o momento da inclusão e nas frequências escolares. Desse modo, destacam a importância da relação familiar para que o processo inclusivo seja efetiva, além das características das crianças para o respeito e tolerância.
	Gomes (2020) conta com a participação da família nesse processo de maneira que seja complexa e dialógica. É necessário respeito, ética, desafiar visões e crenças culturais. Constata-se também a restruturação das políticas e práticas para um colaborar com o outro, de modo que haja engajamento na aprendizagem e envolvimento nas tomadas de decisões. Desse modo, sua pesquisa contribuiu na compreensão de que as ações dos professores junto com a parceria familiar apresentam dificuldades.
	Diante o exposto, entendemos a necessidade de promover parceria com a família de maneira que favoreça no processo de inclusão da criança, pois, os objetivos são comuns. É preciso refletir ações e meios que visam o engajamento com as famílias e fortaleçam suas relações. 
3.2 O processo de inclusão e a escola
	Consideramos muito recente a ideia de incluir as crianças com necessidades educacionais no Ensino Regular. Para que isso ocorra de maneira efetiva, os professores devem buscar especializações para atender as necessidades particulares dos alunos. Constatamos que a Educação Inclusiva amplia de modo gradativo, com a necessidade de apoio de todos.
	Silva e Leite (2022) caracterizam que a inclusão na educação infantil é essencial sendo realizada de maneira adequada e consciente, com a compreensão sobre a necessidade e os interesses dos alunos e do professor no processo de ensino e aprendizagem. Destacam que a inclusão não é simples, pois nessa fase que as crianças estão descobrindo os primeiros sintomas, sendo considerado um desafio. 
	Entende-se que para que a inclusão seja efetiva, os professores devem respeitar e compreender as necessidades dos alunos. É preciso organizar o espaço escolar de modo que haja interação, experiências que favoreçam no desenvolvimento integral do aluno. Para que isso ocorra, é preciso compreendermos que o aluno autista necessita de um olhar especial pela escola, pelo professor por conta da dificuldade de se relacionar e se comunicar com outras pessoas. Destaca-se também que o aluno autista não utiliza a fala como meio de se comunicar (SILVA; LEITE, 2022).
	Araujo e Lima (2019) também buscaram caracterizar meios de propor uma escola inclusiva, onde repensa os métodos, práticas de ensino, avaliação de acordo com as habilidades e interesses dos alunos. Sendo assim, enfatiza que a avaliação deve ser de modo contínua, maneira que compreenda os significados, colaboração dos familiares, relações de afetividade, comunicação e independência. 
	Alves, Lisboa e Lisboa (2012) caracterizam que para incluir depende da das condições da escola, profissionais e capacidade da criança. Alguns alunos são muito inteligência e se dão bem nas escolas regulares, embora não conseguem socializar e não entendem o mundo humano e social. Outros precisam de outras escolas, pois possuem sua inteligência comprometidas. 
	Dessa maneira é preciso um paradigma da inclusão na escola, adaptar para atender as necessidades dos alunos e garantir a permanência para seu desenvolvimento e aprendizagem (BASTOS, 2019). Desse modo, é preciso que a escola seja adaptada em garantia da permanência e o desenvolvimento do aluno. 
	Em consonância desta ideia, Pereira et al. (2015) aponta que a escola precisa ser organizadade modo flexível para atender os alunos com a união de todos os que compõe a escola: professores, coordenadores, funcionários e pais de alunos em busca de atingir o mesmo objetivo em transformar a escola inclusiva. 
3.3 O processo de inclusão e o professor
	 Na sala de aula o aluno com autismo apresenta-se um comportamento variável, a qual pode ser carente, na dificuldade de interagir com outras crianças, se isolar e não obter contato visual, bem como não consegue participar de atividades em grupo, há indiferença afetiva, falta de empatia social e emocional. Sendo assim, afirma-se diante as pesquisas que o autista possui dificuldade na sua imaginação, criatividade, exploração, na brincadeira com objetos, dificuldades de lidar com o abstrato. Podem se manifestar de diferentes maneiras, pois, são graus de comprometimento, sendo ele leve, moderado ou severo
	 De acordo com Sanini e Bosa (2012), é preciso de o professor mediar, organizar as experiências proposta para as crianças de maneira que haja tolerância. Pontuam que é preciso entender as singularidades das crianças, situar no mudo e desenvolver uma prática que auxilie no desenvolvimento infantil em relação com os objetivos que a modalidade almeja no processo de formação.
	Paula e Peixoto (2019) também apontam que o professor precisa realizar a mediação. Atuar como facilitador nos processos de ensino e aprendizagem, sendo esta prática ativa possibilitando que o aluno com autismo seja respeitado, incluído e valorizado. Nessa prática, irá possibilitar o desenvolvimento de habilidade e autonomia minimizando as dificuldades e preconceitos na sala de aula. 
	Paula e Peixoto (2019) contribuem na concepção de que o professor considera as dificuldades apresentada pelas crianças, compreender como ocorre ao seu redor e maneira que acontece as situações propostos. Desse modo, para que o processo de inclusão ocorra, é necessário paciência por parte do professor, organização de uma rotina no ambiente escolar e na sala de aula, para que ele desenvolva de maneira significativa e nas possibilidades em suas habilidades. Caracteriza-se que as crianças autistas possuem um ritmo de aprendizagem individualizado.
	Assim, destacam que o profissional precisa aprimorar os conhecimentos sobre o assunto autismo, incluir o aluno considerando suas especificidades a partir de metodologias que favoreça que o processo. É preciso entender o autismo, ampliar seu trabalho e repensar nas práticas em consonância com a realidade na sala de aula. 
	Marques, Barbosa e Gomes (2019) contribuem para refletir o processo inclusão, na ideia que há contradições. Não bastam apenas promover o acesso, e sim a necessidade de possibilitar condições para que os alunos superem suas limitações e também ações que igualam as condições de aprendizagem com os demais. 
	Nunes e Araújo (2014) afiançam a necessidade de uma intervenção precoce, onde é um sistema coordenados de serviços na finalidade de promover o desenvolvimento da criança na idade de 0 a 5 anos. Sendo assim, é estabelecidos metas que visam estimular a competência da criança e também remediar as incapacidades. Para tanto, os autores apontam que este modelo está na ideia que as crianças aprendem de maneira diferente e precisam das ofertas de modalidade de serviços de atendimento específicos e interdisciplinares. 
	Caracterizam este modelo baseado na abordagem que desenvolve a auxilia as crianças nas dificuldades e processamento do contato afetivo. As habilidades sociocomunicativas são o foco desta intervenção, dentro de uma abordagem que visa o desenvolvimento individual e aprendizagem de maneira complexa e dinâmica dentro do contexto social. Para tanto, as ações são realizadas em contextos naturais e envolvem famílias, professores e outros pares que fazem parte da vida da criança (NUNES; ARAUJO, 2014).
	Diante o estudo de Couto et al. (2019), conta com experiência de professores da Educação Infantil que identificam os traços do autismo e repercussão da inclusão. O professor possui um papel importante em reconhecer os sinais do autismo, sendo uma peça fundamental para a inclusão aconteça. Os relatos foram de sobrecarga e experiências desagradáveis, onde houve ações que comprometeram a inclusão escolar. Constata-se a falta de preparação em lidar com os alunos, com a necessidade de técnicas adequadas direcionados para o desenvolvimento pedagógico do aluno. 
	A reflexão sobre as práticas, Sanini e Bosa (2012) contribuíram com a concepção de utilizar a “repetição” e “antecipação”, em que a professor explica diversas vezes sobre a mudanças com os alunos. Assim, destacam que o uso repetição, tornou-se necessário devido a comprometimento da linguagem, no sentido de o aluno compreender as sequências complexas de instrução e também lidar com as mudanças. Constata-se que as instruções verbais precisam ser dadas aos poucos, evitando o excesso de informação na realização das tarefas.
	Outro elemento que chamou atenção é a prática do professor em negociar quando há resistência na atividade. Os autores apontam que a negocia funciona como antítese da disputa, faz parte do desenvolvimento infantil possibilitando a experiência da autonomia. Desse modo “no autismo, a imposição pode tornar a criança mais desorganizada, pela exacerbação de comportamentos desafiantes” (SANINI; BOSA, 2012). Entendemos que quando há negociação, antecipa pistas sobre o comportamento esperado da criança, possibilitando sua compreensão. Assim, resultam em processos de mediação para aprendizagem, possibilitando ao aluno capacidade de solucionar problemas. 
	Desse modo, consideramos que a criança possui resistência na aprendizagem e não compreende instruções verbais. Pois, o professor é essencial na comunicação e interação com os familiares, pois, as crianças possuem dificuldades em adaptar regras. Desse modo, é preciso enfatizar que a inclusão é adaptar, acolher o aluno, pois, se não houver acolhimento e atendimento para todos, torna-se um ambiente de exclusão, com metodologia tradicional. 
	Para tanto, o autismo exige um profissional que compreenda o que precisa ser trabalhado na sala, observa o comportamento da criança e das outras que estão no meio e também a criatividade para propor atividades que mobilize a atenção das crianças e reforcem suas atividades positivas para o seu desenvolvimento. A prática do incentivo é essencial pois, ao brincar em suas diversas maneiras na Educação Infantil auxilia no desenvolvimento social, físico, motor e cognitivo de maneira global. Também possibilita criar condições para alcançar as habilidades diante o trabalho auxiliando o processo de escolarização (WELLINCHAN; FALEIRO, 2017). 
	Diante a pesquisa de Gomes (2020), entendemos que é preciso promover estratégias a serem seguidas, estabelecer uma rotina de antecipação visual para orientar o aluno e preparar para atividades, eventos da escola. A criança precisa de uma organização diária em sala de aula, de modo que prepare e acalme nas realizações e propostas educacionais. Destacamos também, a necessidade de possibilitar que a criança se sinta à vontade, sem pressão em realizar atividade. Caso a mesma negue de realizar, deixar observar ser realizado para acostumar com aquilo. 
	Espera-se que o aluno se adapte aos poucos e por menor que seja a conquista, o professor deve parabenizar na frente de outros alunos. Contudo, constata-se que “o estímulo constante a interação social pode ser importante para avançar não somente nessas áreas, como também em outras dimensões de desenvolvimento” (GOMES, 2020, p.37).
	Sendo assim, é necessário considerarmos os pontos fortes da cognição no aluno autista, a qual a autora explica que estão relacionadas com habilidades viso- espaciais, isto é, os alunos autistas, geralmente possuem interesse em atividades atrativas visualmente, tais como circuitos e brincadeiras. Contudo, não é fácil adequar os alunos autista no campo educativa, pois, é preciso refletir, buscar meios, estratégias e tentativas para promover esse espaço inclusivo para as crianças.
CONSIDERAÇÕESFINAIS
	Considera-se que o professor precisa organizar seu ambiente de maneira que atenda as necessidades dos alunos e que haja entendimento que o ambiente é composto de diversas culturas. Através da interação social entre as crianças, promove experiências socializadoras e que desenvolva seu processo de aprendizagem e formação.
	Sendo assim entendemos a necessidade de o professor representar potencial em suas aulas e proporcionar as aprendizagens necessárias aos alunos autistas, com experiências positivas e um processo de inclusão que garantam a participação de todos. Consideramos um desafio na prática profissional do professor, embora muitas vezes sentem incapazes de lidar com as particularidades dos alunos. Para tanto, é preciso se qualificar de modo que saiba lidar com crianças autistas. 
	O ambiente escolar é um ambiente plural e diverso, a qual atende alunos com suas particularidades e especificidades, onde devem obter cuidados e atenção. Entendemos a necessidade de engajarmos profissionais sobre o tema autismo no campo escolar diante o aumento de alunos com esses diagnósticos. Consideramos que a partir dos direitos delimitados é preciso que as instituições estejam preparadas para atender essa demanda, acolher e promover uma inclusão efetiva. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ALVES, M. M.C.; LISBOA, D. de O.; LISBOA, D. de O. Autismo e inclusão escolar. IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade. Laranjeiras-SE, 2010.
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em Psicologia. Manaus/AM. 2019. 154f
BOGDAN, R. ; BIKLEN, C. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora. 2003
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BRASIL., Ministério da Educação. MEC/SECADI. Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Documento elaborado pelo
Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de
2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007.
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Altera a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, para incluir as especificidades inerentes ao transtorno do espectro autista nos censos demográficos. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13861.htm Acesso em: 15 de nov. 2022
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