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ARTIGO - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
	Francimeires Barros Lima ¹
	Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. 
	Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. 
Resumo: O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), pouco conhecido por profissionais da área da educação, bem como, por demais profissionais que tem a responsabilidade de lidar com o transtorno. Porém é um tema que vem sendo discutido com maior frequência e que atualmente, devido à demanda de alunos com autismo que são inseridos em ambiente escolar regular, muito vem se especulando sobre sem que haja um foco que defina o que realmente é o autismo e como se deve realizar a educação deste aluno. Por este motivo, o presente trabalho, visa demonstrar as dificuldades enfrentadas pelos alunos, professores e pelos pais de alunos com (TEA). O foco principal é sobre a dificuldade apresentada pelos pedagogos e pela família do aluno autista em relação às metodologias de ensino que devem ser utilizadas dentro da sala de aula. Pretendemos mostrar também outros tipos de fatores, como a falta de especialização adequada de funcionários para atender às necessidades das famílias de alunos com TEA.
Palavras-chave: Autismo. Educação. Pedagogos. 
_____________________________
francimeires@bol.com.br ¹
1 INTRODUÇÃO
	Este trabalho irá abordar um estudo sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a dificuldade apresentada pelos profissionais de ensino e pela família do aluno autista em relação às metodologias de ensino que devem ser utilizadas dentro da sala de aula, uma síndrome comportamental que possui etiologias diferentes e algumas características como incapacidade de se relacionarem com outras pessoas, distúrbios de linguagem e resistência ao aprendizado. As crianças com TEA possuem dificuldades funcionais que comprometem sua interação social. A aprendizagem da criança com TEA requer uma grande responsabilidade não só profissional, mas também pessoal, assim registrando o desenvolvimento, é necessário que o professor tenha o desejo de fazer a diferença na vida da criança com TEA. 
O presente artigo foi projetado para demonstrar o quanto é essencial a especialização que o professor e a escola necessita para receber o aluno autista nas redes de ensino. O desenvolvimento da criança depende muito do comprometimento do professor, e para isso, é necessário que o profissional elabore novas metodologias de trabalho. 
Observa-se que há uma necessidade urgente de pedagogos com conhecimento adequado sobre TEA e mais especializados no atendimento educacional de alunos com TEA, no âmbito da educação. 
Assim, o presente trabalho tem por objetivo apresentar as características e dificuldades de uma criança com TEA e também relatar a dificuldade apresentada pelos futuros pedagogos e pela família do aluno autista em relação às metodologias de ensino que devem ser utilizadas dentro da sala de aula. Diante dos fatos mencionados acima, a elaboração do artigo foi realizada com o objetivo de ajudar os futuros profissionais da área pedagógica e as famílias dos alunos autistas à entender o que é exatamente o autismo, a importância do professor especializado mostrando como ele pode desempenhar papéis importantes para ajudar os alunos com TEA. 
Quanto aos fins, a pesquisa foi de fontes de forma subjetiva com abordagem qualitativa. A utilização do uso da abordagem qualitativa para a pesquisa deu-se justamente porque a mesma defende que para compreender o objeto pesquisado é necessário realizar interpretação e compreensão. 
Portanto, a pesquisa caracterizou-se quanto aos meios, com um estudo bibliográfico, os instrumentos de coleta de dados foram pesquisados através de sites, revistas, livros e periódicos que tratam sobre o autismo na educação infantil. 
2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
O transtorno do espectro do autismo (TEA) é uma incapacidade de desenvolvimento complexa. Os sinais geralmente aparecem durante a primeira infância e afetam a capacidade de comunicação de uma pessoa e interação social.
O espectro do autismo é definido por um certo conjunto de comportamentos, e é uma "condição de espectro" que afeta indivíduos de forma diferente e em graus variados. 
Não existem provas de que a causa do autismo possui apenas um fator, mas o aumento da conscientização, diagnóstico precoce e o acesso aos serviços/apoios adequados levam a resultados significativamente melhorados. 
Alguns dos comportamentos associados ao autismo incluem o aprendizado tardio da linguagem, dificuldade em fazer contato visual ou manter uma conversa, dificuldade com o funcionamento executivo, que se relaciona com o raciocínio e o planejamento, interesses estreitos e intensos, e má capacidade motora. Portanto, uma pessoa no espectro pode seguir muitos desses comportamentos.
2.1 POSSÍVEIS CAUSAS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
As causas prováveis do autismo estão sendo descobertas. Grandes avanços ocorreram na descoberta de um grande número de genes que, quando mutados, podem contribuir ou causar diretamente o Transtorno do Espectro Autista. 
Muitas evidências do transtorno apontam para fatores ambientais importantes, como a exposição ao vírus ou toxinas durante o 1º ou início do 2º trimestre da gravidez.
Os sintomas de TEA podem variar amplamente. Por exemplo, algumas crianças podem demonstrar um contato visual extremamente fraco, enquanto outras crianças podem demonstrar um bom contato com os olhos. Algumas crianças não falam, enquanto outras podem desenvolver uma linguagem produtiva muito boa e até mesmo conversar com outras pessoas. A dissimilaridade dos sintomas de autismo provavelmente reflete a complexidade das anormalidades cerebrais e a genética subjacente que provavelmente envolve múltiplos genes e interações gênero-ambiente.
2.2 O AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Primordialmente, o Transtorno do Espectro Autista é um dos assuntos mais discutidos na educação infantil, pois, uma criança autista apresenta dificuldades na interação social, comportamental e na comunicação, prejudicando o seu desenvolvimento. Alguns hábitos como manter os objetos nos mesmos lugares, seguir a rotina da mesma forma todos os dias, não ter contato visual direto com os olhos, não usar o dedo para apontar um objeto e não reagir quando chamadas pelo nome, podem vim prejudicar na aprendizagem da criança. 
“[...] a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor nem anulando e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais forma e instrui os alunos. E muito menos desconhecer que aprender implica ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o que sabemos, implica representar o mundo a partir de nossas origens de nossos valores e sentimentos. (MANTOAN, 2003, p. 12)” 
Assim, percebe-se que a escola apresenta na sala de aula as diferenças existentes nos grupos sociais, porém não demostram novos conhecimentos, ou seja, o aluno apenas terá conhecimento a partir das suas experiências vivenciadas. 
Dessa maneira, a escola deixa de lado o conhecimento que a mesma valoriza, assim é perceptível que a democratização e massificação do ensino, não expande a possibilidade de diálogo entre diferentes lugares epistemológicos, não se abre a novos conhecimentos. Por decorrência disso, as escolas acabam dividindo os alunos em normais e anormais, dividindo também os alunos em escolas regulares e especiais e formando professores para serem especialistas apenas naquela diferença, mas o professordeve estar preparado para qualquer dificuldade que apareça em sala de aula. 
Contudo, o professor não vai apenas inserir o aluno na sala de aula, mas buscar maneiras para melhorar o aprendizado da criança. Dessa forma, com a chegada de um aluno autista, a sala da educação infantil deve estar totalmente programada para recebê-lo, para que assim o professor identifique quais dificuldades e qual o nível de aprendizado. 
Se caso o aluno ainda não for diagnosticado como uma criança autista, o professor pode perceber alguns sintomas e algumas características, como no ritmo de atividades físicas, sociais, afetivas e linguísticas, mas o professor pode orientar os pais a procurar um psicólogo e não tentar detectar o transtorno da criança, principalmente o autismo que é bastante complexo. 
O diagnóstico deve ser cauteloso, é necessário atribuições médicas a criança, além de conversar com os familiares e fazer os exames necessários para detectar o autismo. Há alguns critérios utilizados para diagnosticar se a criança é autista, mas apresentam controvérsia, assim como a sua definição. Porém, o CID-10 (Código Nacional de Doenças), e o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), são considerados como adequados, lembrando que o diagnóstico só é obtido através de observação clínica e pela história referida pelos pais ou responsáveis. 
Os dois critérios apresentados acima, buscam organizar o entendimento do autismo. Ambas apresentam definições semelhantes e são utilizadas no Brasil como o critério oficial, para maior eficiência e confiabilidade diagnóstica. 
Após a criança ser diagnosticada muitas escolas ainda têm certa dificuldade de aceitar crianças com algum tipo de deficiência, como observado em algumas escolas que afirmam que as crianças da educação infantil davam “trabalho” e com outra criança com alguma deficiência dificultaria na aprendizagem das demais. A preparação dos professores é algo também destacado, que não são capacitadas para trabalharem com crianças autistas ou outra deficiência. 
A Declaração de Salamanca afirma: 
“As competências necessárias para satisfazer as necessidades educativas especiais devem ser tidas em consideração na avaliação dos estudos e na certificação dos professores [...] A formação em serviço deverá realizar-se, sempre que possível, ao nível da escola, através da interação com os orientadores e apoiados pela formação à distância e outras formas de auto formação (1994, pp. 27-28)” 
Algumas escolas públicas e privadas buscam professores que já tenham experiência com crianças autistas e em outras realizam capacitações dos educadores para manter a continuação da criança na escola regular. É importante que os professores sempre estejam buscando aprender novos métodos para serem trabalhados na sala de aula, assim as crianças autistas estarão se desenvolvendo cada vez mais. 
De acordo com Mantoan: 
“A escola para se tornar inclusiva, deve acolher todos os seus alunos, independente de suas condições sociais, emocionais, físicas, intelectuais, linguísticas, entre outras. Ela deve ter como princípio básico desenvolver uma pedagogia capaz de educar e incluir todos aqueles com necessidades educacionais especiais e também os que apresentam dificuldades temporárias ou permanentes, pois a inclusão não se aplica apenas aos alunos que apresentam algum tipo de deficiência. (2008, p. 143).”
A inclusão deve ser exercida no ambiente escolar, não somente pelos alunos que possuem algum tipo de deficiência, mas os profissionais da gestão escolar devem criar um ambiente adequado para qualquer aluno que apresente dificuldades particulares, ou seja, todos têm o direito à inclusão. 
Atualmente, as escolas públicas e privadas declaram que incluem todos os alunos, por tanto, esquecem que para existir a inclusão são necessárias mudanças. Mudar na prática, na linguagem, assumir que as diferenças são positivas para a aprendizagem de todos e introduzir recursos capazes de apoiar a aprendizagem. Mas a verdade é que muitas escolas não estão capacitadas para receber esses alunos, principalmente os com autismo.
É necessário que o professor esteja disposto para trabalhar com quaisquer dificuldades que lhe apareça. Sua prática educacional deve estar adequada e preparada para receber os alunos e suas necessidades. O professor precisa sempre estar se atualizando, não apenas se acomodar nos conteúdos estudados na graduação, mas buscar através de leituras e de especializações novos conhecimentos para trabalharem com as crianças e não se surpreenderem quando tiver que ensinar uma criança com autismo. 
“A proposta inclusiva da Educação (um direito assegurado) tem por fim conscientizar os (as) professores (as) sobre as bases filosóficas, políticas educacionais, jurídicas, éticas responsáveis pela formação de competências do profissional que participa ativamente dos processos de integração, desenvolvimento e inserção da pessoa deficiente na vida produtiva em sociedade, evidenciar o direito legal mediante dever do Estado com a educação; e garantir, conforme determina a Constituição da República Federativa do Brasil no seu artigo 208, inciso III, o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino. (RODRIGUES, 2006, pp.72-73).” 
A partir desse pensamento, percebemos que a educação é para todos, mas que a inclusão ainda não é uma realidade para as escolas, ou seja, não estão qualificadas para trabalharem com as diferenças existentes. Portanto, para se incluir é necessário mudanças e união entre a escola e a sociedade.
“Há na educação inclusiva a introdução de outro olhar. Uma maneira nova de se ver, ver os outros e ver a educação. Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada com base no entendimento de que é ela que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros. Assim sendo, inclusão significa a modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer sua cidadania. (RODRIGUES, 2006, p. 167)” 
Assim, a sociedade deve contribuir para ser implantada a inclusão em qualquer ambiente e estar sempre buscando novas formas de incluir as crianças, de maneira que coopere para um mundo melhor e com respeito.
2.3 A FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA AUTISTA
As famílias de crianças diagnosticadas com o autismo, veem-se frente a um desafio: adaptar-se à realidade do filho e ajustar seus planos e expectativas as possibilidades e condições apresentadas pela criança. 
Cada pessoa com autismo apresentará um ritmo distinto de aprendizagem em cada área do desenvolvimento (linguagem, socialização e aprendizagem), podendo demonstrar atrasos na aquisição em uma ou mais competências.
Portanto, a necessidade dos pais em se adaptar a esta condição, permite que eles dediquem-se a prestação de cuidados sobre as necessidades específicas da pessoa com o TEA. 
De acordo com Schimidt e Bosa (2003): 
“As dificuldades das crianças com algum transtorno do desenvolvimento podem ser consideradas como um estressor apenas em potencial, podendo esses pais sofrer ou não efeitos de um estresse real. O impacto das dificuldades próprias da síndrome sobre os pais vai depender de uma complexa interação entre a severidade das características próprias da criança e a personalidade dos pais, bem como a disponibilidade de recursos comunitários.” 
Sprovieri e Assumpção (2001, p. 231), relatam que:
 “O autismo leva o contexto familiar a interromper suas atividades sociais normais, transformando o clima emocional no qual vive.”
Os familiares de indivíduos autistas são de grande importância para promover o desenvolvimento da comunicação, da interação social e do afeto, pois é o núcleo familiar que pode, juntamente com os profissionais capacitados, estimular e interagir de maneira adequada, tanto em casa como na escola, para que o indivíduo tenha bons resultados no seu desenvolvimento. Sendo assim, a família deve trabalhar junto a criança autista em parceria com os educadores,focando-se no desenvolvimento adequado da criança.
Cunha (2012), em sua obra, afirma: 
“Ensinar para a inclusão social, utilizando os instrumentos pedagógicos da escola e inserindo também a família, é fortalecê-la como núcleo básico das ações inclusivas e de cidadania. Para a escola realizar uma educação adequada, deverá, ao incluir o educando no meio escolar, incluir também a sua família nos espaços de atenção e atuação psicopedagógica.” (p. 90)
2.4 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Historicamente muitas terminologias foram empregadas para se referir ao processo educacional de pessoas com necessidades educativas especiais. A cada nova terminologia, levantava-se uma forma de expressão de homem e de padrão socialmente aceito, fazendo com que novos paradigmas educacionais aflorassem (RAMOS, FARIA, 2011). 
Cada vez que surge uma nova concepção sobre o transtorno, encenava-se no mundo pedagógico e clínicos avanços no sentido de acolhimento e recepção do indivíduo de acordo com o novo conceito. Dessa forma foi possível estabelecer novos paradigmas e leis, que regulamentam tais valores em sua aplicação e manutenção. 
O panorama atual sobre deficiência é resultado da constante discussão sobre a temática inclusão. A pessoa diagnosticada com o TEA, tem assegurado sua participação no ensino regular, público e particular. Porém, a qualidade do profissional e das instituições para acolher este público é foco de questionamento atualmente. 
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) vem fechar a lacuna criada pelo ingresso de crianças com necessidades educacionais especiais ao ensino regular, como uma tentativa de garantir o acesso destas crianças as mesmas oportunidades oferecidas às crianças sem deficiência. Para que isso ocorra, o professor deve inserir ao processo educativo os apoios necessários para promover o aprendizado e convívio desta criança de acordo com os parâmetros legais. 
Ramos e Faria, (2011), discorrem que: 
“Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades.” (p.77). 
Os mesmos autores afirmam que:
“Nestes casos e outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades educacionais especiais.” (p.77). 
“O AEE configura-se como complemento à escolarização e não em escolarização plena, ou seja, o professor será responsável por identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas, deve ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum.” (BRASIL, 2009)
 
Portanto, o AEE não substitui o espaço da sala de aula comum e não possui esta finalidade, ou de tornar-se uma sala de reforço, e é um agente que contribui para o processo de escolarização, suplementando-o, produzindo materiais didáticos e pedagógicos de acordo com a necessidade apresentada pelo aluno. Seu foco reside na aquisição de autonomia e independência do aluno na escola e na vida cotidiana. 
Além disso, também deve ser oferecido no contra turno da criança, na sala de recurso da escola em que frequenta, em escolas próximas ou centros especializados. O monitoramento e a avaliação da intervenção deve ser realizada por meio de instrumentos que possibilitem registrar as aquisições do aluno, além de servir para articular-se com a proposta pedagógica da sala de aula regular. 
Ramos e Faria, (2011), descreve que a finalidade do AEE deve contemplar as seguintes características: 
“Cabe a educação especial, entendida como um processo educacional, definida por uma proposta pedagógica, que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente, apoiar, complementar, suplementar, e em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentem necessidades educacionais especiais em todas as etapas e modalidades da educação. Sendo assim, a Educação especial é um campo de conhecimento e, enquanto modalidade transversal de ensino, perpassa todos os níveis, etapas, e realiza o AEE e disponibiliza um conjunto de serviços, recursos e estratégias especificas que favorecem o processo de escolarização dos alunos com deficiência, TEA e altas habilidades e superdotação.” (p.79). 
	É preciso revolver as barreiras construídas acerca do diferente para que a inclusão seja realmente viável. O questionamento configura a ferramenta que provoca essa revolução, em prol dos avanços científicos e socioculturais a fim de que o mundo tenha menos desigualdade e seja capaz de abraçar a diversidade, oferecendo a ela oportunidade para desenvolver sua cidadania.
2.5 O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE À INCLUSÃO DA CRIANÇA COM AUTISMO
Quando se discute sobre a inclusão, diretamente recaímos sobre o papel do professor frente a esse processo, tendo em vista que ele estabelece um contato contínuo e duradouro com a criança. Com as mudanças sociais que vêm ocorrendo, novas atribuições recaem sob a responsabilidade do professor, e este tem que estar preparado para lidar com as situações mais desafiadoras no dia a dia, incluindo a educação de crianças com autismo.
Quando refere-se ao papel do professor, pressupomos que se faz necessário uma intervenção mediatizada por parte deste, nesse sentido, o professor deixa de ser apenas um transmissor de conhecimentos para ser um orientador, que estimula o desenvolvimento e a aprendizagem a partir de interações construídas no envolvimento de toda a turma. Podemos dizer que a mediação:
“É o processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação; a relação deixa, então, de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento” (OLIVEIRA, 1997, p.26).
A inclusão está diretamente relacionada com o processo de ensino-aprendizagem, não basta só incluir, a escola deve ofertar um ensino de qualidade e para isso o professor deve desenvolver metodologias diversificadas e flexíveis. Para que se possa obter uma resposta positiva ao seu trabalho, essa desenvoltura terá que existir independente da heterogeneidade encontrada em sala de aula.
Lopez (2011) afirma:
“Atribui o papel do professor como mediador, ela o define como aquele que no processo de aprendizagem favorece a interpretação do estímulo ambiental, chamando a atenção para seus aspectos cruciais, atribuindo significado à informação concebida, possibilitando que a mesma aprendizagem de regras e princípios sejam aplicados às novas aprendizagens, tornando o estímulo ambiental relevante e significativo, favorecendo desenvolvimento.”
Com relação a sua participação na inclusão da criança com autismo em escolas de ensino regular, o professor tem um papel determinante, pois é ele quem recepciona e estabelece o primeiro contato com a criança, seja positivo ou negativo, dessa forma, ele é um grande responsável por efetivar ou não o processo de inclusão, considerando que é seu dever criar possibilidades de desenvolvimento para todos, adequando sua metodologia as necessidades diversificadas de cada aluno.
As crianças que apresentam dificuldades de comportamento e socialização, são geralmente vistas como excêntricas e bizarras por seus colegas, tornando difícil e complexo o papel do professor diante do desafio de ensinar e incluir simultaneamente. As crianças com autismo têm dificuldade de entender sobre as relações humanas, as regras e convenções sociais. Podem ser ingênuas e não compartilham do senso comum. Sua rigidez gera dificuldade em gerir a mudança e as tornam mais vulneráveis e ansiosas, muitas vezes não gostam de contato físico. Se a situação for mal manejada, podem acabar exploradas e ridicularizadas por outras crianças.No entanto, elas querem ser parte do mundo social e ter amigos, mas não sabem como fazer para se aproximar.
O papel do professor nessa perspectiva é tornar possível a socialização da criança com autismo na sala de aula e adequar a sua metodologia para atender as necessidades destes. Em muitas situações, as crianças com autismo ficam às margens do conhecimento ou não participam das atividades grupais, fato que exige do professor sensibilidade para incluí-lo ao convívio com o meio, visto que é no processo de socialização que se constitui o desenvolvimento e aprendizagem. É importante que o professor detecte as dificuldades existentes e investigue o nível de desenvolvimento dos mesmos, para que dessa forma ele saiba quais aspectos devem ser trabalhados com a criança.
Segundo Santos (2008, p.30),
“O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento e gradativo, portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno. O aluno deve ser avaliado para colocá-lo num grupo adequado, considerando a idade global, fornecida pelo PEP-R, desenvolvimento e nível de comportamento. É de responsabilidade do professor a atenção especial e a sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e como se comportam esses alunos autistas.”
É indispensável que o professor conheça todas as características e dificuldades que abrangem esse transtorno, só assim ele será capaz de planejar suas ações de modo que no vivenciar das experiências a criança não seja vítima de atos discriminatórios. Sobre isso Orrú (2003, p.1) diz:
“É imprescindível que o educador e qualquer outro profissional que trabalhe junto à pessoa com autismo seja um conhecedor da síndrome e de suas características inerentes. Porém, tais conhecimentos devem servir como sustento positivo para o planejamento das ações a serem praticadas e executadas […].”
Entende-se que para um bom resultado nesse processo, o professor deve ter propriedade nas práticas aplicadas e conhecimento pleno do que é o autismo. É muito importante que ele tenha sensibilidade e serenidade para promover em sala de aula a consciência de atos inclusivos, buscando contribuir, dessa forma, no desenvolvimento e aprendizagem.
Observa-se na realidade educacional, que a formação de professores não oferece uma base sólida nos aspectos teóricos e práticos, de modo, que poucos professores possuem uma formação básica centrada nos aspectos inclusivos ou específica para o autismo, isso implica na falta de compreensão acerca das necessidades diferenciadas e conhecimentos necessários para ensinar a criança com autismo.
Além de estudar e analisar o desenvolvimento da criança com autismo, o professor tem a incumbência de tornar a sala de aula um ambiente inclusivo, possibilitando às crianças o conhecimento das diferenças e o incentivo para que elas desenvolvam a solidariedade.
O professor deve desenvolver na criança a autoconfiança e a independência, pois são características ausentes em sua personalidade. Para o professor também recai a responsabilidade de desenvolver atividades de acordo com o grau de conhecimento da criança, para que ela possa desempenhar as atividades de forma correta, possibilitando o surgimento de novas aprendizagens e o avanço no desenvolvimento de atividades escolares.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Com este trabalho concluo que foi possível identificar os possíveis problemas relacionados a inclusão de alunos com TEA, mostrando as dificuldades enfrentadas por estes alunos e com a falta de professores especializados. 
O autismo é percebido desde os dois anos de idade com os sintomas citados no trabalho e seu tratamento é feito com psicólogos, professores especializados, etc. E o tratamento, apesar de não existir cura, deve ser realizado com acompanhamento de médicos especializados para que os sintomas não se agravem.
Além disso, o autismo, ainda é pouco conhecido por profissionais da área da educação, como, profissionais que tem a responsabilidade de lidar com o transtorno. Outrossim, o trabalho como educador de alunos com autismo é fundamentalmente ver o mundo através de seus olhos, e usar esta perspectiva para ensiná-los a funcionar inserido em nossa cultura de forma mais independente possível. Por fim, ficou evidente que a parceria familiar e a escola são essenciais no processo de aprendizagem e aquisição da linguagem do indivíduo autista. A escola, para ser realmente inclusiva, deve oferecer condições suficientes e suporte pedagógico para todos os alunos, demonstrando respeito às diversidades humanas existentes. 
Contudo, não se pode deixar de lado que, os obstáculos e dificuldades existem sim, tanto para o aluno autista quanto para o professor que se sente limitado ao lidar diretamente com uma criança que possui uma comunicação escassa. Nesse sentido, a especialização continuada de professores é de fundamental importância na intervenção precoce de uma criança com autismo. É preciso, sobretudo, que novas pesquisas sejam realizadas, a fim de que se busquem estratégias pedagógicas visando auxiliar o processo de ensino-aprendizagem da criança autista.
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