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Ministério da educação Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Curso de Bacharelado em Agronomia AC-0478 Entomologia Agrícola 64h RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS PARA CONTROLE DE PRAGAS AGRÍCOLAS Docente: Dra. Erica Costa Calvet Discente responsável pela aula: Pedro Vitor Moura Silva Discentes: Angela Lindemberg Pinto de Souza Fortaleza, 2023 Introdução O controle de pragas é datado desde do Antigo Egito com a utilização de gatos no controle de ratos para evitar danos nas plantações como também para evitar doenças entre os seres humanos e na China no século III os marrecos-de-Pequim foram largamente utilizados para controlar as pragas do arroz. Além disso há registros do uso dos ninhos da Oecophylla smaragdina F em laranjeiras a mais de 3 mil anos atrás. Com esse breve resumo, podemos determinar que o controle biológico feito por predadores naturais dos insetos alvos que estão atrapalhando nossa produção é apenas uma forma de deixar a natureza agir com ajuda do homem para que o predador natural encontre sua presa e assim aja uma relação mutualística entre homem e microrganismo. Como diria Van den Bosch et al., (1982), a regulação do número de plantas e animais por inimigos naturais ou simplesmente, o restabelecimento do balanço da natureza. Os fungos são aliados necessários para a nossa agricultura, o exemplo mais notório seria o controle de Bemisia tabaci, popularmente conhecida como mosca branca, pela Beauveria bassiana, fungo entomopatogênico explorado na aula pratica ministrada pelo mestrando Pedro Vitor para sua cadeira obrigatória de estágio à docência. Com a descoberta desse método de controle classificado de biológico, podemos fazer o controle sem o uso exacerbado de químico e evitando a criação de gerações mais resistentes e caras para fazer um controle adequado. As pragas agrícolas levam bilhões de dólares de prejuízo todos os anos para o mundo todo, então, como engenheiros agrônomos, devemos diversificar nosso conhecimento para continuar levando alimentação para o mundo todo. Em conclusão, o uso de fungos entomopatogênicos para o controle de pragas agrícolas apresenta um grande potencial como uma alternativa sustentável e eficaz no manejo integrado de pragas. Esses fungos são capazes de infectar e matar os insetos-alvo, proporcionando uma opção de controle biológico que é amigável ao meio ambiente e não prejudicial a organismos não alvo. Estudos como o de Fernandes et al. (2016) destacam a eficácia e a viabilidade dos fungos entomopatogênicos no controle de pragas agrícolas, fornecendo evidências sólidas de sua utilidade como ferramenta no manejo de pragas. Metodologia Primeiramente, foi realizado um rigoroso processamento asséptico dos materiais aplicados nos experimentos. Neste, foi utilizado o método natural, com o uso de autoclave, com o objetivo de desinfetar o meio de cultura. Após a conclusão da assepsia, preparação de soluções de produtos acabados. (Qualquer produto) começou. O processo consiste na utilização de 10 mL do produto diluído em 200 mL de água destilada. Uma vez preparada a solução retirou-se uma alíquota de 1 ml da suspensão inicial, que foi imediatamente transferida para um duto e complementada com água destilada até atingir o volume de 10 ml. Deve-se notar que esta solução foi preparada com a finalidade de combater insetos danosos. Outra parte do experimento foi usar um meio de cultura. Neste, utilizou-se 0,5 ml da suspensão diluída, que foi colocada em placa de Petri contendo BDA + antibióticos. Usar um total de três xícaras. Cada copo abrangeu um fungo (Beauveria bassiana, Metarhizium anisoptera e cordyceps sp.). Os copos foram deixados por semana para fertilizar. Quando a reprodução atingiu níveis aceitáveis para o controle experimental, os insetos foram expostos aos fungos testados por 15 minutos. Este período é considerado suficiente para a infestação de insetos. A seguir, os insetos foram colocados em uma placa de Petri contendo dieta açucarada e algodão umedecido para controlar a umidade. Vale ressaltar que parte da solução também foi utilizada para um pequeno experimento com o uso de tubos de ensaio e a inserção de diferentes insetos em cada um deles para observar o efeito e a virulência dos fungos ali testados. Materiais utilizados em lista: · Alça de platina · Autoclave · Bandeja plástica (30 × 48 × 9 cm) · Estufa com circulação de ar · Meio de cultura BDA (batata-dextrose-ágar) · Micropipetas de 1 mL e 10 mL · Câmara de fluxo laminar · Peneirador feito de tubo PVC · Placas de Petri (9 × 1,5 cm) de vidro ou de poliestireno descartável · Potes de acrílico (7,7 × 3,8 cm) · Sacos plásticos de polipropileno (39,5 × 25 cm) · Sílica gel em grânulos · Solução Tween 80 a 0,05% estéril · Tecido “voile” · Tubos Falcon® de 45 mL Resultados e discussão Os resultados apoiam a hipótese de que fungos entomopatogênicos são eficientes no controle dos insetos-pragas apresentados no laboratório de entomologia. Os fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisoptera e cordyceps sp. são promissores como agentes de controle de pragas que assolam a nossa economia, quando pulverizados sobre o jardim de fungos, embora ainda existam alguns desafios quanto ao seu uso relacionados ao desenvolvimento de tecnologias para a aplicação do patógeno, como demonstrado em figura abaixo. No entanto, os resultados laboratoriais promissores geralmente obtidos com esses entomopatógenos não têm alta eficiência comprovada em nível de campo (Della Lucia et al., 2014) porque, em muitas condições naturais, as pragas associadas a seu fungo simbiótico são capazes de detectar e se recuperar da infecção por agentes patogênicos (Montoya-Lerma et al., 2012; Britto et al., 2016). A busca por métodos alternativos de controle dos insetos tem se intensificado no sentido de substituir os agrotóxicos tradicionais aplicados principalmente a partir de outras substâncias com maior especificidade, menor persistência e maior segurança para o meio ambiente. Figura 1: Visão geral do experimento / Figura 2: Os fungos alvos da aula Fonte: Arquivo Pessoal Figura 3: Demonstração da aplicação do fungo / Figura 4: Insetos infectados por Beauveria bassiana Fonte: Arquivo Pessoal Conclusões A atividade laboratorial exibida em sala de aula é necessária para que haja uma simulação do uso de um laboratório de entomologia na vida real e promover a inspiração dos alunos de agronomia que estão buscando a sua área de especialidade. A observação do método de ação dos fungos em cima dos insetos é interessante para ter uma noção do modo de ação desses fungos além dos livros. Ao levantar o ponto de controle biológico na cadeira de Entomologia Agrícola, mostra que os alunos evoluíram da base da casinha do manejo integrado de pragas que é taxonomia, monitoramento, níveis de controle e condições ambientais, podemos já explorar as colunas de maneira mais concreta, pois os outros itens foram já bem integrados ao conhecimento básico do aluno. Os fungos são serem muito diversos, então além das funções que conhecemos como itens alimentícios, alucinógenos ou infectantes, podemos pensar no reino Fungi como também aliado no desenvolvimento rural sustentável. Assim, criando alternativas ecologicamente corretas para o produtor. Referências Bibliográficas BRITTO, J. S. et al. Use of alternatives to PFOS, its salts and PFOSF for the control of leaf-cutting ants Atta and Acromyrmex. International Journal of Research Environmental Studies, v. 3, p. 11-92, 2016. DELLA LUCIA, T. M. C. Formigas-Cortadeiras: da bioecologia ao manejo. Viçosa: UFV, 2011. FERNANDES, E. K. K., Angelo, I. C., Ribeiro, L. M., Goulin, E. H., & Luz, C. (2016). Fungi as biocontrol agents of arthropods of economic importance. In: Arthropods as vectors of emerging diseases (Vol. 2, pp. 233-267). Springer. MASCARIN, Gabriel Moura; QUINTELA, Eliane Dias. Técnica de produção do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae para uso em controle biológico. Embrapa Arroz e Feijão-Documentos (INFOTECA-E), 2013.VAN DEN BOSCH, R.; MESSENGER, P. S.; GUTIERREZ, A. P. An introduction to Silva e Brito. 2015 Revista AGROTEC – v. 36, n. 1, p. 248-258, 2015. 258 biological control. New York, Plenum Press, 247p., 1982.