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LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA) Grupo heterogêneo de doenças clonais caracterizada pelo acumulo de células jovens da linhagem mieloide, que perdem a capacidade de diferenciação (blastos clonais). Em geral, os sintomas são consequentes do problema da hematopoese e/ou da infiltração das células leucêmicas em tecidos. Alguns sintomas como fadiga, palidez e fraqueza aparecem como consequência da anemia. A febre é muito comum e infecções tendem a aparecer devido a diminuição dos leucócitos. Em alguns casos ocorrem manifestações hemorrágicas consequentes de uma trombocitopenia, como petéquias e epistaxe. Alguns pacientes podem apresentar hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenopatia, hipertrofia de gengivas e dor óssea por consequência da infiltração das células leucêmicas em órgãos e tecidos. Caso a infiltração ocorra no sistema nervoso central, o paciente pode apresentar cefaleia, convulsões e alterações visuais. Os achados laboratoriais são variáveis. A maior parte dos pacientes apresenta leucocitose, sendo em 20% dos casos uma hiperleucocitose (> 100.000 mm³ leucócitos). A leucocitose pode estar acompanhada de uma anemia, na maioria das vezes normocrômica e normocítica, e de uma plaquetopenia. Para a OMS, o diagnóstico é feito quando são encontrados pelo menos 20% de blastos no sangue periférico ou na medula óssea, ou < 20% nos casos de t(8;21), inv(16) ou t(16;16). Já para a FAB, quando pelo menos 30% das células nucleadas da medula óssea são blastos. A FAB utiliza critérios citoquímicos, morfológicos e imunofenotipagem para classificas as LMA em M0 – M7: LMA–M1: alta porcentagem de blastos (> 90% na medula óssea), principalmente mieloblastos. Presença de bastões de Aurer e reação positiva MPO (mieloperoxidase) em pelo menos 3% das células blasticas. Na imunofenotipagem precisa apresentar pelo menos três dos seguintes fatores: Anti-MPO, CD- 13, CD33, CDW65, CD117 (ckit), e pode ter os sem especificidade para mieloide (HLA-DR, CD34, CD7...). É mais comum em idosos e causa uma leucocitose acentuada. LMA–M2: presença de 20 a 90% de blastos na medula, principalmente monoblastos. Cerca de 20% das células são monocíticas, ou seja, já está ocorrendo uma leve diferenciação. Os blastos apresentam reação positiva para MPO e granulação citoplasmática. Na imunofenotipagem são positivos para os marcadores da linhagem mieloide, principalmente CD13 e CD33, apresentando também anti-MPO e CDW65 ou CD117 positivo. LMA–M3: apresenta predominância de promielócitos, por isso também é chamada de Leucemia Promilocítica. Corresponde a 12% das LMA e em cerca de 98% dos casos existe uma translocação entre o 15 e 17, gerando uma hiperproliferação celular, porém com bloqueio na diferenciação além do estágio de promielócito. Ocorre o acúmulo de promielócitos anômolos (núcleo bilobulado ou fendido, zona de golgi pouco evidente, intensa granulação citoplasmática e numerosos bastões de Aurer) com reação positiva para MPO. O hemograma apresenta uma pancitopenia mesmo com uma medula hipercelular. Muitas vezes tem como complicação a CIVID, pois o promielócito é rico em substâncias coagulantes. Pode ter fibrinólise. LMA–M4: também chamada de Leucemia Mielomonocítica, ela apresenta componentes monocíticos e granulocíticos. Representa 22% dos casos de LMA. 20 a 80% das células da medula são monócitos e precursores, e o sangue periférico tem mais de 5.000/uL de monócitos. A reação MPO pode ser negativa ou fracamente positiva, e existe a presença de atividade esterase. Na imunofenotipagem as células podem ser CD13 e CD33 positivas (linhagem mieloide) ou CD4, CD14, CD15 e CD11b positivas (linhagem monocítica). LMA–M4eos: variante eosinofilica da LMA-4. Representa 15% dos casos. Mais de 4% de eosinófilos anormais na medula óssea. LMA–M5: também conhecida como Leucemia Monocítica, é marcada por 80% das células serem monoblastos, promonócitos ou monócitos. A reação MPO é negativa, e CD15 e CD15 são positivos. Representa 6% dos casos e possui maior prevalência de tumor extramedular com infiltração em gengiva, pele, TG e SNC. Pode ser dividida em M5a e M5b de acordo com o cálculo de IM (promonócito/ blastos + promonócito) sendo, < 4% M5a e > 4% M5b. LMA–M6: também chamada de Eritroleucemia. Os eritroblastos representam mais de 50% de todas as células nucleadas e existem mais de 20% de blastos entre as células não eritroides. As células são CD13 e CD33 positivas com anti-MPO. LMA–M7: também chamada de Leucemia Megacariocítica pois é marcada pela presença de mais de 20% de megacarioblastos entre as células nucleadas da medula óssea. Tem maior incidência em crianças com Síndrome de Down.
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