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SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO E DRAWBACK AULA 5 UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 1 of 15 21/03/2023, 16:49 Profª Ana Flávia Pigozzo CONVERSA INICIAL Olá, seja bem-vindo! Nesta aula, estudaremos os mecanismos para melhorar a competitividade do produto exportado do Brasil frente aos concorrentes internacionais. Vamos conhecer as ações que são realizadas para incentivar uma maior participação das empresas brasileiras no mercado da exportação, o qual tem muito a crescer. Também estudaremos um benefício chamado Drawback, pelo qual as empresas que exportam e empresas que fornecem produtos para empresas exportadoras conseguem a redução e até zerar tributos na importação. Vamos saber como isso é possível e de que forma é realizado esse benefício. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO O mercado global é extremamente competitivo. Por sua vez, para competir nesse mercado é necessário que o produto a ser exportado tenha qualidade, demanda e bom preço. Muitas vezes, para produzir um produto destinado à exportação a empresa precisa de insumos, matérias-primas ou componentes importado. Considerando que o Brasil possui uma série de impostos e taxas para produtos importados, seria preciso uma forma de incentivar as empresas exportadoras. E para isso existe um benefício conhecido como Drawback, que tem como objetivo criar condições para o empresário produzir e ainda ser competitivo no mercado internacional. É o que veremos a seguir. TEMA 1 – O QUE HÁ DE MECANISMOS PARA MELHORAR A COMPETITIVIDADE DO PRODUTO A SER EXPORTADO? Quando um país participa do mercado internacional, é preciso estar atendo a alguns fatores que vão interferir diretamente nessa participação. Dentre eles podemos citar fatores internos, como volume de produção, e externos à empresa, como infraestrutura. Também é preciso analisar UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 2 of 15 21/03/2023, 16:49 de que forma os empresários vão competir lá fora, vez que cada destino para exportação tem suas políticas econômicas, fiscais e tarifárias próprias, o que vai certamente de encontro com a competitividade da empresa exportadora. Para tentar minimizar os impactos dessas diferenças, o governo busca maneiras de incentivar a exportação, pois assim a balança comercial tende a ficar mais favorável para a economia do país. Dessa forma, criam-se mecanismos que ajudam as empresas que decidem exportar. O governo brasileiro oferece uma série de programas e incentivos os quais, serão descritos abaixo alguns deles: • Sisprom – Redução da alíquota do IR: esse incentivo existe e pode ser usado por empresas para reduzir a alíquota do Imposto de Renda (IR) sobre pagamento de despesas com promoção no exterior. Com ele, empresas que objetivam participar de feiras internacionais para identificação do mercado, divulgação de produtos ou marca, divulgar aos potenciais compradores entre outras ações, têm a alíquota de IR dos valores enviados ao exterior, reduzidas a zero. Esses valores podem ser usados para aluguel de espaço e serviços, por exemplo. • Admissão temporária: essa modalidade auxilia a empresa exportadora que não possui condições para a aquisição de determinado equipamento, seja para manufatura de peças, modernização, inovação de tecnologia ou procedimentos. Nesses casos, a empresa pagará proporcionalmente os tributos de importação referentes ao prazo constante no contrato internacional firmado com o exportador. • Exportação temporária: para estimular a participação no mercado internacional, essa modalidade incentiva o exportador brasileiro suspendendo o pagamento do imposto de exportação para, por exemplo, participação em feiras, ou ainda produtos para testes. Vale lembrar que é preciso retornar ao Brasil dentro do prazo estipulado e em condições iguais as que foram enviados ou alterar para exportação definitiva. • Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (Recap): suspende a exigência para o PIS e a Cofins nas transações de importação de ativo imobilizado para pessoa jurídica preponderantemente exportadora previamente habilitada pela RFB. • Programa Especial de Exportação da Amazônia Ocidental (Pexpam): suspensão do imposto de importação, isenção do IPI, imposto de exportação (IE), ICMS, independentemente de sua linha regular de produção, não sendo aplicável a legislação relativa ao cumprimento do UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 3 of 15 21/03/2023, 16:49 Processo Produtivo Básico (PPB) para a importação de componentes para industrialização de bens destinados à exportação. • As empresas contam ainda com créditos e financiamentos à exportação que fazem parte dos programas e financiamentos, dentre os quais podemos citar: Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) e também incentivos de instituições como o BNDES Exim e Proger Exportação. • Há ainda a realização de promoções comerciais da Apex Brasil, dentre as quais estão: Projeto Tradings, Feiras Multissetoriais, Projeto Comprador e Projetos setoriais, tais como Brazil Sweets & Snacks, Brazilian Beef, Beautycare Brazil, Brazil Games, Brazilian Footwear, Brazil Machinery Solutions, Brazil Machinery Solutions. • Apoio Logístico: desenvolvido por meio de programas que visam aumentar a eficiência logística para o escoamento com vistas à exportação, tais como o Exporta Fácil dos Correios. • Programas de Capacitação e Informação: têm como objetivo a capacitação e o conhecimento dos produtos e empresas exportadoras por meio de programas como Rede de Centros de Informação de Comércio Exterior (Rede Cicex), Projeto Extensão Industrial Exportadora (PEIEx), Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex), Capacitação em Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Consultoria em Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Programa de Internacionalização para MPEs – Sebrae, Curso de Internacionalização para MPEs – Sebrae. Esses são exemplos de programas de capacitação que estão disponíveis no Brasil para qualquer empresa que tenha potencial exportador e também as que desejam saber se têm potencial. Com os exemplos mostrados é possível observar que há por parte do governo e instituições de apoio empresarial, além de instituições de crédito para as empresas desenvolverem uma mentalidade exportadora. Seguindo os passos, identificando o produto e o potencial de exportar, muitas empresas poderiam ampliar seu faturamento explorando mercados externos. TEMA 2 – DRAWBACK INTEGRADO SUSPENSÃO E ISENÇÃO A partir deste ponto, o tema tratado será uma das formas de incentivo que está disponível para as empresas que já exportam ou que desejam exportar. Vamos tratar do Drawback, um incentivo para exportação, mas que é aplicado na aquisição (importação ou mercado interno) de UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 4 of 15 21/03/2023, 16:49 insumos, matérias-primas, materiais secundários, embalagens, peças e partes que serão utilizadas na industrialização ou montagem de produtos destinados à exportação ou já exportados. Para compreender esse incentivo é preciso fazer uma análise do produto exportado. Se para sua confecção, seja do ramo que for, em qualquer parte da cadeia produtiva ele utiliza algum item importado ou adquirido no mercado interno, esse mesmo item terá como forma de incentivo, a suspensão, isenção ou restituição dos tributos pagos/devidos. O objeto do Drawback como incentivo é tornar o produto exportado competitivo junto ao mercado internacional e em contrapartida, o governo recebe em troca o desenvolvimento econômico. O Drawback pode proporcionar suspensão, isenção ou restituição dosseguintes tributos: • Imposto de importação – II • Imposto sobre produtos industrializados – IPI • PIS/Pasep e Cofins • AFRMM • Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços – ICMS Para ilustrar de que forma o Drawback pode ser aplicado, observe o diagrama a seguir: Fonte: Pigozzo, 2021. Observando o diagrama é possível observar que o Drawback poderá suspender, isentar ou restituir os tributos na importação ou aquisição no mercado interno de produtos que estão nas UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 5 of 15 21/03/2023, 16:49 etapas de fabricação indicadas pela seta verde, antes do produto final acabado. 2.1 DRAWBACK SUSPENSÃO O Drawback suspensão, conforme o Siscomex (siscomex.gov.br), é uma das modalidades mais utilizadas no Brasil. Nessa modalidade, os insumos e demais itens necessários à produção de produtos exportáveis são suspensos mediante contrapartida da empresa, que assume o compromisso de exportação da quantidade acordada de produtos dentro do prazo acordado. Essa suspensão de cobrança dos tributos é feita sobre a compra de matéria-prima para produção dos produtos que serão exportados, ou seja, antes do ato da compra é preciso informar quantidade e previsão de exportação. Para essa modalidade, a responsabilidade de analisar e deliberar sobre o ato concessório de Drawback, é da Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior (Suext). A seguir, no diagrama, é descrito o funcionamento do Drawback na modalidade suspensão. Fonte: Brasil, [S.d.]. 2.2 DRAWBACK ISENÇÃO UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 6 of 15 21/03/2023, 16:49 O Drawback isenção se aplica para empresas que, nos dois anos anteriores à exportação, tenham realizados compras com o pagamento dos tributos. Essa modalidade proporciona à empresa a possibilidade de repor seus estoques de insumos com a isenção dos tributos sobre essa reposição. Nessa modalidade a empresa faz a compra dos insumos, no mercado externo ou no mercado interno, industrializa seu produto, faz a exportação e, após exportado o produto, realiza o trâmite de solicitação de Isenção, o qual é analisado pela Suext que, ao conceder o Ato Concessionário, permite que a empresa então reponha seus estoques com a isenção dos tributos, como você pode visualizar no diagrama a seguir. Fonte: Brasil, [S.d.]. 2.3 DRAWBACK RESTITUIÇÃO UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 7 of 15 21/03/2023, 16:49 O Drawback restituição é o menos utilizada. Nessa modalidade, a principal característica é que a empresa obtém a desoneração do imposto de importação, por meio da restituição dos valores pagos nas transações de compras dos insumos usados na mercadoria exportada. Para se enquadrar nessa modalidade, a empresa que realizou a exportação tem um prazo para fazer a solicitação do Drawback, que nesse caso, é solicitado à Receita Federal, e não à Suext. A solicitação do Drawback restituição exige que a empresa faça uma relação do que foi importado ou comprado no mercado interno, relação esta que deve ser informada no sistema os valores, quantidade, descrição, classificação fiscal, peso líquido e o número da Declaração de Importação (DI) e da nota fiscal, assim como os valores dos tributos pagos. Esses dados serão analisados para o deferimento ou não do drawback. Já sobre o produto exportado, devem ser alimentados no sistema os valores, quantidades, descrição, classificação fiscal o peso líquido, os quais serão submetidos à análise para o deferimento ou não do Drawback. O Drawback restituição é realizado após a exportação, dessa forma os tributos são restituídos em dinheiro na conta do exportador. TEMA 3 – DEMAIS TIPOS DE DRAWBACK Após conhecer as modalidades de Drawback que estão à disposição, é preciso conhecer os tipos de Drawback, sendo que cada um deles pode ser utilizado em diferentes circunstâncias pelos exportadores, fabricantes ou empresas que fornecem insumos para empresas exportadoras. 3.1 TIPOS DA MODALIDADE SUSPENSÃO • Comum: consiste na suspensão dos pagamentos de tributos federais e estaduais que incidem na importação e nos tributos federais que incidem em compras no mercado interno de mercadorias após o processo de fabricação do produto para exportação. • Genérico: para esse tipo é admitida a discriminação genérica da mercadoria e seu valor. São dispensadas a classificação NCM e a quantidade, pois se considera que serão importados ou comprados no mercado interno tantos produtos para o processo fabril que o trabalho seria muito grande que afastaria as empresas da utilização dessa modalidade. Se as empresas, por conta da dificuldade, optassem por não utilizar, acabariam não tendo competitividade no seu UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 8 of 15 21/03/2023, 16:49 preço final por renunciar aos benefícios. Essa modalidade é mais utilizada na produção de produtos maiores que demoram o tempo de comprovação para serem fabricados e são montados geralmente em uma peça, um exemplo, é o processo de fabricação de um avião. São importados ou comprados no mercado interno que seria contraproducente relacionar todos os produtos usados para a fabricação, descritos de forma individual, por conta da dificuldade de se quantificar. Porém, os dados de exportação devem estar contidos no Drawback, como classificação fiscal, quantidade, valor e peso. É preciso muita atenção, pois se a classificação fiscal do produto importado ou comprado no mercado interno não tiver correspondência com o produto a ser exportado, não haverá, por parte da Suext, o deferimento da suspensão por meio do Drawback suspensão. • Sem expectativa de pagamento: nessa operação existe uma parte importada e exportada que não possui cobertura cambial nas mesmas quantidades e valores, caso em que a importação pode ser parcial ou totalmente sem cobertura. A produção de uma poltrona é um exemplo desse tipo, pois o fabricante aqui recebe do comprador externo o tecido. Porém, são importados outros insumos para o processo de fabricação. Nessa circunstância, quando o produto estiver pronto é necessário enviar uma parte sem a cobertura cambial que contemple o valor exato dos tecidos recebidos. • Intermediários: esse tipo é concedido para empresas que são fabricantes intermediárias a outros fabricantes estes sim exportadores. Os intermediários realizam importação/compra no mercado interno, fabricam outros insumos ou produtos que serão fornecidos para empresas exportadoras. Um exemplo de utilização desse tipo é a fabricação de hardware de computador, em que uma empresa compra insumos importados ou no mercado interno, utiliza esses insumos para fabricar peças e partes que serão utilizadas por uma empresa exportadora que vai usar as peças para montar um produto destinado à exportação. A empresa intermediária pode solicitar esse tipo de Drawback para importar ou comprar consumos no mercado interno. Quando entregue à empresa exportadora, esta também poderá ter um Drawback comum caso seja necessário. • Agrícola: é um tipo específico para a importação e/ou aquisição no mercado interno de matéria-prima e outros produtos que serão utilizados no cultivo de produtos agrícolas ou na criação dos animais, definidos pela Suext e que tenham como destino a exportação. No mercado interno, não há redução dos tributos, conforme contas nos termos do parágrafo único do art. 109 da Portaria Secex n. 23 de 14/07/2011. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 9 of 15 21/03/2023, 16:49 • Para embarcação: operação concedida para importação de mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação, destinada ao mercado interno. Nestecaso as compras no mercado interno não são passíveis de redução dos tributos nos termos do parágrafo único do art. 109 da Portaria Secex n. 23 de 14/07/2011. • Fornecimento no mercado interno: operação que concede redução dos tributos para a importação de matérias-primas, produtos intermediários e componentes os quais serão destinados ao processo de fabricação, dentro do país, de máquinas e equipamentos que serão fornecidos no mercado interno e que obedeçam as condições definidas pela Suext. É um tipo de suspensão que só possibilita redução ou isenção dos tributos de produtos importados. 3.2. TIPOS DA MODALIDADE ISENÇÃO Assim como na modalidade suspensão, na modalidade Isenção também tem alguns tipos que serão descritos a seguir: • Comum: proporciona isenção dos tributos exigíveis na importação ou aquisição no mercado interno de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalente à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado, com objetivo de reposição do estoque do exportador. • Intermediário: assim como na modalidade suspensão, concede a empresas fabricantes intermediárias reposição de mercadoria que tenha sido anteriormente importada ou adquirida no mercado interno e utilizada na industrialização de produtos intermediários que serão fornecidos a empresas exportadoras que utilizam na industrialização de produto final destinado à exportação. • Para embarcação: concedido nos casos de importação de mercadoria que será usada em processos de industrialização de embarcações, com destinação ao mercado. • Interno: esse tipo só prevê redução de tributos para insumos importados, não estando contempladas aquisições feitas no mercado interno, segundo consta nos termos do parágrafo único do art. 109 da Portaria Secex n. 23 de 14/07/2011. TEMA 4 – REFLEXOS DO ATO CONCESSÓRIO NA TRIBUTAÇÃO UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 10 of 15 21/03/2023, 16:49 INTERNA E EXTERNA Até este ponto analisamos o benefício do Drawback, suas modalidades e os tipos previstos para cada caso. É de extrema importância compreender o funcionamento do Drawback, assim como da legislação, incluindo os números das portarias e medidas, pois essas informações devem estar presentes nas notas fiscais de compras no mercado interno e também, os atos concessórios. No momento de preenchimento da DI – Declaração de Importação é preciso saber a diferença entre suspensão e isenção, pois caso algum dado da base legal seja preenchido em desacordo, pode ocorrer a aplicação de multa no momento da importação dos insumos. Vamos compreender quais os tributos que têm incidência na importação para então, entendermos o tratamento tributário de cada modalidade. 4.1 TRIBUTOS COM POSSIBILIDADE DE ISENÇÃO OU SUSPENSÃO TRIBUTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO TRIBUTOS INCIDENTES NO MERCADO INTERNO II (Imposto de Importação) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) PIS (Programa de Integração Social) Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços) AFRMM (Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) PIS (Programa de Integração Social) Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) Fonte: Pigozzo, 2021. Conhecer os tributos incidentes no processo de importação e também suas alíquotas é de suma importância para poder calcular a redução possível de ser conseguida e de que forma isso vai impactar na formação do preço para exportação do produto final. Voltando para o drawback, vamos saber como se dá o tratamento desses tributos para as duas modalidades – suspensão e isenção. 4.2 DRAWBACK SUSPENSÃO UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 11 of 15 21/03/2023, 16:49 Na modalidade Suspensão, os tributos II, IPI, PIS, Cofins, o ICMS e o AFRMM na importação ficam todos suspensos. II, IPI, PIS E Cofins têm a suspensão baseada nos arts. 12 da Lei n. 11.945, de 4 de junho de 2009, e do art. 17 da Lei n. 12.058, de 13 de outubro de 2009, e da Portaria Conjunta RFB /Secex n. 467, de 25 de março de 2010. Para a suspensão do ICMS, a base legal é o Convênio ICMS n. 27, de 1990. O último tributo, AFRMM, tem sua suspensão baseada no art. 15 da Lei n. 10.893, de 2004. Ainda na modalidade suspensão, para o mercado interno existe a suspensão somente do IPI, PIS e Cofins, de acordo com a Instrução Normativa RFB n. 845, de 12 de maio de 2008, uma vez que não existe convênio para a suspensão do pagamento do ICMS. 4.3 DRAWBACK ISENÇÃO Na modalidade Drawback isenção, como o próprio nome diz, há a isenção do Imposto de Importação (II) e a redução à zero do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação. Esses benefícios estão previstos na forma do art. 31 da Lei n. 12.350, de 20 de dezembro de 2010 e da Portaria Conjunta RFB/Secex n. 03, de 17 de dezembro de 2010 para importação de mercadorias. Também há isenção da AFRMM com base no inciso V, c, do art. 14 da Lei n. 10.893, de 2004. Nessa modalidade, para o mercado interno existe a isenção somente do IPI, PIS e Cofins, previstos nos termos da Portaria Conjunta RFB/SECEX n. 3/2010, pois não há convênio para a isenção do pagamento do ICMS. TEMA 5 – VENDA COM FIM ESPECÍFICO PARA EXPORTAÇÃO E DRAWBACK INTERMEDIÁRIO Para concluir esse tema, vamos estudar a respeito das empresas que atuam como intermediárias, ou seja, elas importam matéria-prima ou compram no mercado interno, manufaturam e realizam a venda apenas para empresas que tem como objetivo a exportação de seus produtos. Existem ainda empresas que são especializadas em comprar produtos para revender no mercado externo, ou seja, estamos tratando aqui das empresas comerciais UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 12 of 15 21/03/2023, 16:49 exportadoras e tradings. Essas empresas intermediárias podem também utilizar os benefícios do Drawback, uma vez que sua produção será destinada à exportação. E esse benefício também se aplica nas compras de insumos no mercado interno. As empresas podem ser classificadas como: CATEGORIAS LEGISLAÇÃO REGULAMENTADORA BÁSICA FORMA DE CONSTITUIÇÃO SOCIETÁRIA Trading Company Decreto Lei n. 1.248/72 Sociedade por Ações (S.A.) Empresa Comercial Exportadora (ECE) Código Civil Brasileiro Pode ser constituída sob qualquer forma e não precisa ter capital mínimo Fonte: Pigozzo,2021 Podemos concluir que o Drawback é uma forma de benefício para a empresas que têm foco na exportação; ele existe para proporcionar aos empresários melhores condições de competir no mercado externo com redução e até isenção dos tributos sobre insumos utilizados na fabricação de seus produtos. Para saber mais sobre os benefícios, leia Solução de Consulta da Receita Federal n. 40, de 4 de maio de 2012, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 7 de maio de 2012. Nesse documento você encontrará todas as informações a respeito das empresas que podem atuar como intermediárias para obtenção do benefício Drawback. TROCANDO IDEIAS Vamos trocar uma ideia então? Suponha que você trabalhe em uma empresa que fará exportação telhas de policarbonato que permitem passagem da luz natural. Essa empresa vende parte de sua produção para o mercado interno, mas a maior demanda é para exportação. Dois componentes necessários para fabricação são importados. A empresa tem direito ao Drawback? Se sim, você consegue identificar qual modalidade? E ainda, o Drawback, se possível, valerá para toda a matéria-prima importada? Vamos supor ainda que, por um acordo comercial essa empresa passa acomprar um dos insumos de outra empresa, que fará o trâmite de importação. O Drawback será válido para uma ou para as duas empresas? Participe do nosso fórum! UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 13 of 15 21/03/2023, 16:49 NA PRÁTICA Vamos colocar em prática? A Só Cortes é uma empresa que atua construindo móveis de madeira com visão ambientalmente correta. Em seu portfólio existem alguns produtos carros- chefe e que são destinados apenas à exportação. Para fabricar esses produtos, a empresa precisa importar uma cola especial e, visando atender o mercado internacional, são instalado puxadores importados. A Diretoria resolveu utilizar-se do benefício Drawback para conseguir competir com melhores preços no mercado externo. Para isso, é preciso avaliar: • A empresa se enquadra para utilizar esse benefício? • Considerando os insumos importados se enquadram no Drawback? Em sua opinião, é possível utilizar o Drawback? Das modalidades apresentadas, em qual delas a empresa em questão se enquadraria? FINALIZANDO Nesta aula, estudamos os mecanismos que o país dispõe para melhorar a competitividade do Brasil na exportação de produtos. De forma geral, conhecemos as ações do governo e entidades para o fomento à exportação. Estudamos também o Drawback, que é um benefício que o governo oferece aos empresários para que, com a isenção ou diminuição dos insumos importados, as empresas exportadoras possam ter maiores condições de competir no mercado internacional. Por fim, analisamos como Drawback pode ser utilizado também por empresas que comercializam produtos destinados à exportação e de que forma essas empresas se beneficiam. Espero que tenham gostado! Bons estudos! REFERÊNCIAS BRASIL. Palácio do Planalto. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Disponível em: < https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=6759&ano=2009& ato=edcUTVU1UeVpWT808 >. Acesso em: 23 maio 2021. BRASIL. Palácio do Planalto. Lei n. 4.502, de 30 de novembro de 1964. Disponível em: < UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 14 of 15 21/03/2023, 16:49 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4502.htm>. Acesso em: 23 maio 2021. RECEITA FEDERAL. Habilitação Para Utilizar o Siscomex. Disponível em: < https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e-exportacao/habilitacao /habilitacao-de-intervenientes>. Acesso em: 23 maio 2021. RECEITA FEDERAL. Regras de classificação – NCM. Disponível em: < www.gov.br/receitafederal>. Acesso em: 23 maio 2021. UNINTER https://conteudosdigitais.uninter.com/libraries/newrota/?c... 15 of 15 21/03/2023, 16:49
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