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Aula 2

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SISTEMÁTICA DE EXPORTAÇÃO
E DRAWBACK
AULA 2
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Profª Ana Flávia Pigozzo
CONVERSA INICIAL
Olá! Nesta aula, vamos estudar sobre as legislações relacionadas à exportação de produtos e
serviços.
Para iniciar, é importante compreender que devemos começar nosso estudo pelo regulamento
aduaneiro, ato regulamentar que consiste em um conjunto de normas jurídicas com o objetivo de
regular as atividades e funções do Estado em relação ao comércio exterior brasileiro.
Como exportar é uma ação de interesse do governo, pois movimenta a economia e aumenta a
participação no mercado internacional, a exportação usufrui de incentivos fiscais.
Além da Constituição Federal e do Regulamento Aduaneiro, vamos analisar alguns pontos
importantes para o setor no Código Tributário, no qual constam informações sobre a tributação
brasileira e o tratamento dado para as exportações.
Veremos, também, exemplos de produtos que têm incidência de imposto de exportação. Além
disso, vamos fazer uma análise sobre os tipos de erros e problemas passíveis de multa dentro do
ordenamento brasileiro e sobre as multas incidentes em um processo de exportação.
Confira, no material on-line, os tópicos que estudaremos nesta aula.
CONTEXTUALIZANDO
Após o produto e os procedimentos de exportação serem escolhidos e as habilitações
necessárias serem feitas, agora é hora de conhecer as normas que são aplicáveis ao processo e ao
produto e, caso exista, aos acordos entre o Brasil e o país importador. Este conhecimento é
importante, pois há a incidência direta no valor de venda do produto por conta dos incentivos
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dados à exportação.
Mas também é preciso compreender a necessidade do funcionamento do processo, bem como
os órgãos nos quais serão efetuados os atos do processo. Para cada produto exportado, existem
regras específicas de tributação e tratamento administrativo.
Conhecer a legislação se faz importante nesse contexto para que se possa saber o que pode ou
não ser feito e exportado, quais a regras para cada condição e, em casos específicos, quais as
penalidades e multas para possíveis erros nos procedimentos etc.
Um fator de grande importância é que como o comércio internacional está em constante
mudança, a legislação brasileira também precisa estar em constante adequação, então, é
imprescindível que os operadores do comércio exterior estejam sempre atualizados, buscando
sempre informações sobre novos regulamentos ou regras para o mercado de exportações.
Dito isso, os exportadores e demais envolvidos, como o despachante aduaneiro, exportador,
armador, agente de cargas, importador etc. do comércio exterior devem estar sempre atentos à
legislação, porque as multas incidentes podem ser altas e, caso incida, podem comprometer o
lucro daquele processo de exportação.
Qualquer deslize em termos de legislação pode prejudicar o preço do produto, a liberação da
mercadoria, a falta de documentos pertinentes e mesmo a perda do cliente.
Por isso, é de extrema importância ficar atento à legislação pertinente e, principalmente, saber
onde buscar os atos normativos. Para entender sobre essa legislação, assista ao vídeo no material
on-line.
TEMA 1 – ANÁLISE DAS NORMAS GERAIS TRAZIDAS PELO
REGULAMENTO ADUANEIRO E DEMAIS LEGISLAÇÕES INCIDENTES
Todo processo de desembaraço de mercadoria para exportação é descrito pelo Regulamento
Aduaneiro. Você pode localizar ele também como Decreto n. 6.759/09. Nele, são apresentadas
todas as informações a respeito de aduana, entrada e saída de veículos, impostos, taxas,
contribuições, regimes aduaneiros especiais e outros não aplicados em áreas especiais, o controle
da entrada e saída de mercadoria, do crédito tributário, do processo fiscal e do controle
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administrativo.
Na jurisdição aduaneira se verifica que o território aduaneiro é todo o território nacional, e a
jurisdição dos serviços se estende por todo o território aduaneiro, que é compreendido pela:
• Zona primária: é o primeiro local de entrada ou saída da mercadoria em território brasileiro,
sendo os portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados;
• Zona secundária: compreende todo o território aduaneiro, incluindo as águas territoriais, o
espaço aéreo e, ainda, outros espaços para a realização dos trâmites aduaneiros, como os
portos secos. Os recintos alfandegados serão declarados pela autoridade aduaneira
competente para que ocorra a movimentação e armazenagem, sob o controle aduaneiro.
As mercadorias, bagagens de viajantes e remessas postais internacionais entram e saem do
Brasil sob controle aduaneiro e por meio dos recintos alfandegados constituídos na zona primária
ou secundária do território aduaneiro.
Por sua vez, os veículos que transportam mercadorias vindas ou destinadas ao exterior devem
fazer sua entrada ou saída por meio das zonas primárias, ou seja, portos, aeroportos e pontos de
fronteira alfandegados.
As cargas devem ser manifestadas nos sistemas da Receita Federal antes mesmo da sua
chegada ou saída para conhecimento e controle deste órgão.
O Regulamento Aduaneiro traz todos esses procedimentos para a inclusão das informações no
sistema como, também, as isenções e reduções dos impostos para que possa ser verificado e
informado nos registros dos processos no momento do seu desembaraço.
Mais adiante, vamos estudar o Imposto de Exportação, descrevendo quando haverá incidência
ou não dele, qual o seu fato gerador, sua base de cálculo, suas alíquotas e formas a respeito do
pagamento dos impostos, além dos demais tributos e suas isenções ou não incidência.
1.1 REGIMES DE EXPORTAÇÃO – CASOS ESPECIAIS
A seguir, vamos estudar alguns casos especiais de enquadramento e de regime de exportação.
É importante conhecer esses regimes, pois não é incomum que precisemos trabalhar com eles.
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Para cada operação é preciso utilizar o código de enquadramento correspondente. Para
conhecer todos eles, faça o download da tabela no link: <http://siscomex.gov.br/wp-content/uploa
ds/2021/02/ENQ_DUE.xlsx>.
Essas operações podem ser oportunidades para a busca de novos clientes e mercados. A
seguir, apresentaremos algumas das mais importantes:
• Exportação em Consignação: envio de mercadoria ao exterior na expectativa de venda futura.
A exportação em consignação é uma prática prevista na legislação, na qual o interessado
poderá remeter suas mercadorias para o exterior com o objetivo de serem negociadas.
Ocorrendo a venda das mercadorias, o exportador deverá providenciar o ingresso de moeda
estrangeira, contratar câmbio. O prazo para pagamento foi revogado pela Portaria Secex n.
10/2017, ou seja, a venda em consignação não tem mais prazo para ser convertido em venda.
Vale lembrar que ocorrendo a venda, é preciso alterar o código de enquadramento, e se a
venda não acontecer, a mercadoria precisa retornar para o Brasil. Por ser retorno, não haverá
incidência dos tributos de importação, tais como Imposto de Importação, PIS e Cofins;
• Exportação sem Cobertura Cambial: poderão ser admitidas exportações sem cobertura
cambial, devendo o pagamento de serviços, quando couber, ser processado por intermédio
de transferências financeiras. Um exemplo de exportação sem cobertura cambial é para
remessas ao exterior em regime de exportação temporária, o exportador deverá providenciar
o retorno dos bens nos prazos e condições definidos. Outro exemplo importante é o envio de
amostras ou produtos para participar de feiras e exposições;
• Consumo e Uso a Bordo:fornecimento de combustível, lubrificantes e demais mercadorias
destinadas a uso e consumo a bordo, em embarcações ou aeronaves, exclusivamente de
tráfego internacional. Se destina exclusivamente ao consumo da tripulação e passageiros, ao
uso ou consumo da própria embarcação ou aeronave, bem como a sua conservação ou
manutenção.
1.2 EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA
Como o próprio nome já diz, a exportação temporária tem por objetivo que a exportação
realizada retorne para o Brasil. Seguem alguns exemplos da sua aplicabilidade:
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http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ENQ_DUE.xlsx
• Mercadoria destinada a feiras;
• Competições esportivas ou exposição no exterior;
• Produtos manufaturados e acabados, inclusive para conserto, reparo ou restauração para seu
uso ou funcionamento;
• Animais reprodutores para cobertura, em estação de monta, com retorno cheia, no caso de
fêmea, ou com cria ao pé, bem como animais para outras finalidades;
• Veículo para uso de seu proprietário ou possuidor.
Esta saída com suspensão do país de mercadoria nacional ou nacionalizada está condicionada
à reimportação em prazo determinado. Também é permitido ocorrer a sua conversão para
exportação definitiva.
É importante destacar que quando a exportação temporária é para aperfeiçoamento, ou seja,
bens destinados à operação de transformação, beneficiamento ou montagem, é obrigatório o
pagamento dos tributos sobre o valor agregado quando da sua reimportação.
1.3 ENTREPOSTO ADUANEIRO
No entreposto aduaneiro é permitido o armazenamento, tanto para importação quanto
exportação, de mercadoria estrangeira ou nacional, em recinto alfandegado para a utilização de
benefícios tributários. A autoridade competente verifica toda a documentação do processo de
exportação e ainda pode decidir entre reintegrar ao estoque do estabelecimento (regime comum);
devolver para o exterior ou transferir para outro regime especial.
A mercadoria poderá permanecer pelo prazo de até um ano, prorrogável por período não
superior, no total, a dois anos, contados da data do desembaraço aduaneiro de admissão. Em
situações especiais, poderá ser concedida nova prorrogação, respeitado o limite máximo de três
anos. Na hipótese de a mercadoria permanecer em feira, congresso, mostra ou evento semelhante,
o prazo de vigência será equivalente àquele estabelecido para o alfandegamento do recinto. 
No caso de importação, uma das vantagens da utilização do entreposto aduaneiro é a
liberação da carga por “lote”. Pode ser utilizada em combinação com importação em consignação
ou sem cobertura cambial, por exemplo.
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1.4 TRÂNSITO ADUANEIRO
É um regime especial que permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um
ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos. O trânsito pode
acontecer em diferentes modalidades: trânsito de importação, trânsito de exportação ou trânsito
de passagem.
O despacho de Trânsito Aduaneiro será requerido por meio de DTA (Declaração de Trânsito
Aduaneiro) e será gerenciado pela RFB no perfil no Siscomex Trânsito.
A extinção do Regime ocorre quando da baixa do Termo de Responsabilidade na repartição do
local de destino. É importante destacar que para cada operação de trânsito aduaneiro deverá ser
definida uma rota e um prazo para sua conclusão.
1.5 EXPORTAÇÃO FICTA
É a operação que consiste em vender ao exterior, contra pagamento em moeda nacional ou
estrangeira de livre conversibilidade, produtos nacionais, sem que ocorra sua saída do território
brasileiro.
São exemplos de exportação ficta: mercadorias destinadas à loja franca, licitação internacional
destinada a órgãos públicos brasileiros, para missão diplomática ou para ser incorporado à
plataforma destinada à pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e gás natural em construção ou
conversão contratada por empresa sediada no exterior. Curiosidade: como a mercadoria não sairá
fisicamente do país, a DU-E não exibirá informação do “local de embarque”.
1.6 OPERAÇÕES BACK TO BACK
São aquelas em que a compra e a venda dos produtos ocorrem sem que esses produtos
efetivamente ingressem ou saiam do Brasil. O produto é comprado de um país no exterior e
revendido a um terceiro país, sem o trânsito da mercadoria em território brasileiro.
As operações de câmbio relativas ao pagamento e recebimento de recursos decorrentes
dessas transações são realizadas diretamente com instituições autorizadas pelo Banco Central a
operar no mercado de câmbio, observados os aspectos de legalidade e legitimidade aplicáveis a
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todas as operações de câmbio.
TEMA 2 – TRIBUTAÇÃO NA EXPORTAÇÃO
Um princípio universal para que um país seja mais competitivo é não exportar tributos. A
desoneração de tributos é uma forma de o governo local promover e fomentar as exportações.
Esses incentivos fiscais não devem ser comparados com subsídio. Veja, a seguir, alguns desses
benefícios fiscais:
• São imunes à incidência do imposto os produtos industrializados (IPI) destinados ao exterior
(CF, art. 153, parágrafo 3º, inciso III);
• A exportação de produtos industrializados é imune ao Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) (CF/88, art. 155, parágrafo 2º, X, “a”);
• As exportações são isentas do Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio
do Servidor Público (PIS), de acordo com o art. 14, parágrafo 1º, da MP 2.158-35/2001;
• Com relação à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) não
cumulativa, instituída pela Lei n. 10.833/2003, o art. 6º da mesma estipula a não incidência
sobre as receitas decorrentes das exportações de mercadorias ou serviços, admitido, ainda, o
crédito das referidas aquisições;
• O Imposto sobre Serviços (ISS) não incide sobre as exportações de serviços para o exterior do
país (art. 2º, I, da Lei Complementar n. 116/2003).
Nossas exportações são contaminadas por tributos (há incorporação residual, além de
contribuições com incidência em cascata), o que pode causar a perda de competitividade. Com o
objetivo de reintegrar valores referentes a custos tributários residuais existentes nas suas cadeias
de produção, o governo criou o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as
Empresas Exportadoras (REINTEGRA).
O ideal é justamente promover as exportações das mercadorias e não dos impostos.
Como vimos, a própria Constituição Federal, em diversas passagens, prevê a não incidência de
tributos sobre operações que destinam mercadorias ou serviços ao exterior. Outro grande
benefício fiscal é o Regime Especial de Drawback, que será tratado em outra aula. No entanto, vale
lembrar que há outros tributos que incidem na exportação, sendo eles:
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• CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro;
• IR – Imposto de Renda;
• ISS – Imposto sobre Serviços (o imposto não incide sobre as exportações de serviços para o
exterior do país, desde que o resultado se verifique no exterior);
• Encargos Sociais.
2.1 PRODUTOS COM INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE EXPORTAÇÃOEste tema é de suma importância para quem irá atuar com exportação, uma vez que ainda que
se tenham muitos benefícios para exportar, em alguns casos, há sim a incidência de impostos. Por
isso, é importante conhecer e manter-se atualizado com relação à base legal a seguir:
• Art. 153, II da CF/88;
• Decreto n. 6.759/09 – Regulamento Aduaneiro;
• Portaria Secex n. 25, de 28/11/2008 (Norma Administrativa);
• IN SRF n. 28, de 27/01/1994 e IN SRF n. 611, de 18/01/2006 (Despacho de Exportação).
Para fins de incidência do Imposto de Exportação, toda e qualquer pessoa que promova a saída
de mercadoria do território aduaneiro é responsável pelo recolhimento desse imposto.
O fato gerador do I.E. é a saída da mercadoria do território aduaneiro por meio dos registros
oficiais via sistema. Para base de cálculo do I.E., é considerado o preço normal que a mercadoria, ou
seu similar, alcançaria, ao tempo de exportação, em uma venda em condições de livre concorrência
no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Camex.
O preço de venda não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de produção, acrescido
dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro sobre a soma dos custos.
A seguir, veremos exemplos de produtos tributados e suas respectivas alíquotas do I.E.
• Cigarros contendo fumo (tabaco) – (NCM – 2402.20.00) destinadas à América do Sul e
América Central, inclusive Caribe – 150%;
• Armas e munições, suas partes e acessórios (NCM – Capítulo 93) destinadas à América do
Sul, exceto Argentina, Chile e Equador, e América Central, inclusive Caribe – 150%.
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O processo de exportação exige atenção a esses procedimentos, incluindo o recolhimento do
I.E. quando for o caso. A não observância de algum desses processos é passível à aplicação de
penalidades, as quais veremos a seguir.
TEMA 3 – LICENÇAS, PERMISSÕES, CERTIFICADOS E OUTROS
DOCUMENTOS (LPCO)
Para realizar qualquer processo de importação ou exportação, é necessário estar ciente de que
diferentes produtos exigem diferentes processos administrativos, os quais podem ser licenças,
permissões, certificados, entre outros documentos específicos.
Esses procedimentos são responsabilidade de cada órgão anuente de acordo com a
classificação fiscal da mercadoria. Com a criação do Portal Único, o processo de solicitação desses
documentos junto aos responsáveis foi centralizado. A proposta dessa centralização, além de
facilitar e unificar processos, é de desburocratizar todo o trâmite, para a empresa e para o próprio
governo.
Por exemplo, se houve interesse em uma empresa exportar carne de frango, será necessária a
autorização do Ministério da Agricultura (MAPA), o qual pode ser solicitado atualmente no Portal
Único. Antes do início desse processo de centralização, cada órgão tinha seu sistema específico,
com acessos específicos e que geralmente não conversavam entre si. A centralização veio para
desburocratizar o processo, facilitar a vida de quem vai exportar ou importar e centralizar a
documentação necessária aos órgãos fiscalizadores em um único local.
Abaixo, você observará alguns exemplos de LPCO e os órgãos anuentes responsáveis:
• Autorização de Fabricação para Fim Exclusivo de Exportação (AFEX);
• Certificação para Produtos de Origem Animal (MAPA);
• Licença de Exportação (ANP);
• Licença de Exportação Mineral (CNEN);
• Licença de Exportação de Peixes de Águas Continentais (IBAMA);
• Permissão Para Exportação De Fósseis.
Com o LPCO, os trâmites do processo de exportação/importação passaram a ocorrer de forma
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paralela entre todos os órgãos envolvidos, emissores de licenças ou autorizações específicas para
cada produto.
O acesso ao Portal Único pode ser feito por meio do link <https://portalunico.siscomex.gov.br/
portal/>. Para o acesso, é necessário a utilização de um certificado digital, além de realizar o
cadastro conforme orientações no próprio portal.
Para conhecer o manual de preenchimento LPCO, acesse: <http://siscomex.gov.br/wp-content
/uploads/2021/02/Manual-de-Preenchimento-LPCO-exportador-v10.pdf>.
TEMA 4 – ERROS OPERACIONAIS PASSÍVEIS DE MULTAS NAS
EXPORTAÇÕES
As penalidades pela não conformidade no processo de exportação estão previstas em diversas
legislações, as quais veremos a seguir. Observe que, para qualquer não conformidade, haverá uma
penalidade que vai gerar mais custo para o exportador.
São elas:
Art. 718. Aplicam-se ao exportador as seguintes multas, calculadas em função do valor das
mercadorias:
I – de sessenta a cem por cento no caso de reincidência, genérica ou específica, de fraude
compreendida no inciso II (Lei nº 5.025, de 1966, art. 67, alínea “a”); e
II – de vinte a cinquenta por cento:
a) no caso de fraude, caracterizada de forma inequívoca, relativamente a preço, peso, medida,
classificação ou qualidade (Lei nº 5.025, de 1966, art. 66, alínea “a”); e
b) no caso de exportação ou tentativa de exportação de mercadoria cuja saída do território
aduaneiro seja proibida, considerando-se como tal aquela que assim for prevista em lei, ou em
tratados, acordos ou convenções internacionais, firmados pelo Brasil, sem prejuízo da aplicação
da pena de perdimento da mercadoria (Lei nº 5.025, de 1966, art. 68, caput).
§ 1º Não constituirá infração a variação, para mais ou para menos, não superior a dez por cento
quanto ao preço e a cinco por cento quanto à quantidade da mercadoria, desde que não ocorram
concomitantemente (Lei nº 5.025, de 1966, art. 75).
§ 2º Ressalvada a hipótese referida na alínea “b” do inciso II, a apuração das infrações de que
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https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/Manual-de-Preenchimento-LPCO-exportador-v10.pdf
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/Manual-de-Preenchimento-LPCO-exportador-v10.pdf
http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/Manual-de-Preenchimento-LPCO-exportador-v10.pdf
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http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/Manual-de-Preenchimento-LPCO-exportador-v10.pdf
trata este artigo, quando constatadas no curso do despacho aduaneiro, não prejudicará o
embarque ou a transposição de fronteira das mercadorias, desde que assegurados os meios de
prova necessários.
Art. 719. A aplicação de penalidade decorrente de infrações de natureza fiscal ou cambial não
prejudica a imposição de sanções administrativas pela Secretaria de Comércio Exterior (Lei
nº 5.025, de 1966, art. 74, caput).
Art. 720. Consumando-se a exportação das mercadorias com qualquer das infrações a que se
refere o art. 718, o procedimento fiscal instaurado poderá ser instruído, também, com
elementos colhidos no exterior (Lei nº 5.025, de 1966, art. 76).
Art. 721. A imposição das penalidades de que trata o art. 718 não excluirá, quando verificada a
ocorrência de ilícito penal, a apuração da responsabilidade criminal dos que intervierem naoperação considerada irregular ou fraudulenta (Lei nº 5.025, de 1966, art. 72).
Art. 722 – Revogado.
Art. 723. Quando ocorrerem, na exportação, erros ou omissões que não caracterizem intenção
de fraude e que possam ser de imediato corrigidos, a autoridade aduaneira alertará o exportador
e o orientará sobre a maneira correta de proceder (Lei nº 5.025, de 1966, art. 65).
Art. 724. Aplica-se a multa de cinco por cento do preço normal da mercadoria submetida ao
regime aduaneiro especial de exportação temporária, ou de exportação temporária para
aperfeiçoamento passivo, pelo descumprimento de condições, requisitos ou prazos
estabelecidos para aplicação do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72, inciso II).
§ 1º O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando do seu
cálculo resultar valor inferior (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72, § 1º).
§ 2º A aplicação da multa a que se refere o caput não prejudica a exigência dos impostos
incidentes, a aplicação de outras penalidades cabíveis e a representação fiscal para fins penais,
quando for o caso. (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72, § 2º)
TEMA 5 – ÓRGÃOS INTERVENIENTES NO PROCESSO DE
EXPORTAÇÃO
Como já observamos no decorrer dos nossos estudos, o processo de exportação, assim como
o de importação, exige, além de cuidado, o registro de várias etapas e em vários órgãos diferentes.
Atualmente, a maior parte deles é feita via sistema, o que agiliza muito o processo. Mas quais são
esses órgãos? Vamos tratar disso agora.
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O Estado precisa ter controle sobre o mercado tanto das importações como das exportações,
e as Formas de Controle do Estado são:
• Controle Aduaneiro – Secretaria da Receita Federal do Brasil;
• Controle Cambial – Banco Central e Secretaria da Receita Federal do Brasil;
• Controle Administrativo – órgãos anuentes.
A formulação, adoção, implementação e coordenação de políticas e de atividades relativas ao
comércio exterior de bens e serviços é feita pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), do
Ministério da Economia. Além disso, ela é responsável pelos investimentos estrangeiros diretos,
investimentos brasileiros no exterior e ao financiamento às exportações, com vistas a promover o
aumento da produtividade da economia brasileira e da competitividade internacional do país. Ela é
composta pelos seguintes órgãos:
• Conselho de Estratégia Comercial, órgão que define as grandes linhas de atuação da Camex;
• Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), que define alíquotas de importação e exportação, fixa
direitos antidumping, internaliza regras de origem de acordos comerciais, entre outros;
• Secretaria-Executiva;
• Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex);
• Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig);
• Comitê de Alterações Tarifárias (em implementação);
• Comitê de Defesa Comercial (em implementação);
• Comitê Nacional de Facilitação de Comércio (Confac);
• Comitê Nacional de Investimentos (Coninv);
• Grupo Assessor do Ombudsman de Investimentos Diretos;
• Ponto de Contato Nacional para a implementação das Diretrizes para as Empresas
Multinacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico;
• Secretaria da Receita Federal (SRF), órgão subordinado ao Ministério da Economia
responsável pela administração dos tributos internos e aduaneiros da União. Nas
importações e exportações, é responsável pela fiscalização, pelo desembaraço aduaneiro das
mercadorias e pela arrecadação dos direitos aduaneiros (impostos).
Devido a uma das resoluções da OMC, foi instituído no Brasil o Sistema Integrado de Comércio
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Exterior, que integra as atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), da Secretaria
da Receita Federal (SRF) e do Banco Central do Brasil (BACEN).
Você encontra mais informações sobre essa estrutura e também a legislação no site:
<www.gov.br/receitafederal>.
O Bacen é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia. Suas atribuições no comércio
exterior são: ser responsável pelo planejamento e execução da política cambial brasileira por meio
de normas sobre as operações de câmbio; gerenciar a entrada e saída de divisas do país por meio
da exportação ou importação, empréstimo externo, investimento de capital estrangeiro no Brasil
ou de capital brasileiro no exterior e administrar a balança de pagamentos do Brasil.
Como no Brasil as empresas não podem movimentar ou manter estoque em moedas
estrangeiras, o Bacen as obriga a fazer o fechamento de câmbio, ou seja, comprar e vendar divisas
por meio de corretoras e bancos autorizados, por meio do Sistema Integrado de Registro de
Operações de Câmbio (Sisbacen). No site do BACEN, é possível encontrar a sua estrutura e muitas
informações sobre exportação: <www.bcb.gov.br>.
Em 2019, o Ministério da Economia englobou as funções do antigo Ministério do
Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior (MDIC), dando surgimento à Secretaria Especial
de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, cuja sigla é SECINT, que assumiu o papel de
principal órgão de atuação no comércio exterior.
Esse órgão cuida da política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços, da
política do comércio exterior, da regulamentação e execução dos programas e atividades relativas
ao comércio exterior, da aplicação dos mecanismos de defesa comercial e da participação em
negociações internacionais relativas ao comércio exterior.
Saiba mais
Saiba mais sobre quem é quem na SECINT, acesse o site: <https://www.gov.br/economia/
pt-br/acesso-a-informacao/institucional/quem-e-quem/secretaria-especial-de-comercio-ext
erior-e-assuntos-internacionais>. Acesso em: 5 abr. 2021.
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TROCANDO IDEIAS
Vamos trocar uma ideia? Nesta aula, falamos sobre tributação sobre produtos exportados.
Você sabia que até 2018, durante mais de uma década, a indústria do curtume – que produz couro
de animais – foi taxada nas exportações?
Isso acontecia, pois a indústria de calçados precisava do couro para produzir seus produtos, e a
exportação ameaçava, na visão deles, a competitividade na aquisição de matéria-prima. Observeque isso aconteceu e pode voltar a acontecer em outro segmento, ou seja, será justo taxar um
mercado para proteger outro?
Qual sua opinião a respeito disso? Qual seria sua proposta para evitar esse tipo de situação?
Participe do fórum com sua opinião, veja quem mais pensa como você ou discorda de você.
Participe!
NA PRÁTICA
A empresa Uniperson, que produz uniformes em algodão personalizados com bordados,
instalada no Paraná, recebeu um pedido grande de uma empresa da Inglaterra. Ela então começa a
planejar todas as etapas para fornecer esses uniformes e percebe que há uma menor incidência de
impostos sobre seus produtos.
Para que ela faça essa exportação, quais são os impostos incidentes e os não incidentes nesse
processo? Lembre-se de pesquisar a NCM do produto e, então, pesquise sobre a tributação para
exportação de uniformes personalizados. A resposta dessa questão será explicada pela professora
no vídeo on-line.
FINALIZANDO
Nesta aula, estudamos o Regime Aduaneiro, documento no qual constam todas as instruções
para quem quer atuar no mercado internacional e com foco em exportações.
Sobre as exportações, estudamos também os regimes de exportação e os casos especiais.
Estudamos sobre a incidência de tributos para produtos exportados e a não incidência, que
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inclusive pode estimular o processo de exportação.
Por fim, e não menos importante, estudamos sobre os órgãos intervenientes no processo de
exportação, a responsabilidade de cada um e as sanções passíveis em caso de descumprimento de
qualquer procedimento.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 4.502, de 30 de novembro de 1964. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 nov.
1964. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4502.htm>. Acesso em: 4 abr.
2021.
_____. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 fev.
2009. Disponível em: <https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=6759&
ano=2009&ato=edcUTVU1UeVpWT808>. Acesso em: 4 abr. 2021.
RFB – Receita Federal do Brasil. Regras de classificação. Disponível em:
<www.gov.br/receitafederal>. Acesso em: 5 abr. 2021.
_____. Habilitação Para Utilizar o Siscomex. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br
/orientacao/aduaneira/importacao-e-exportacao/habilitacao/habilitacao-de-intervenientes>.
Acesso em: 4 abr. 2021.
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