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Resumo _Educar para prevenir_

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Jacqueline Ferreira
Lorena Araujo
Novembro/2018
Resumo artigo “Educar para prevenir: proteção e defesa civil nas escolas por um currículo escolar vivo”.
Inicia-se o artigo com um recorte espacial introdutório referente às periferias de grandes metrópoles, apresentando o problema da ocupação irregular em áreas geológico-ambientalmente arriscadas, seja por falta de melhores oportunidades, seja por desconhecimento público desse perigo. Para melhor lidar com isso, o artigo oferece a ideia do desenvolvimento de trabalhos educacionais preventivos que busquem minimizar a suscetibilidade desses acidentes, em oposição ao hábito vigente da Defesa Civil (no caso, do Município de São Paulo) de priorizar planejamento e execução de ações emergenciais, apenas.
Posto isso, apresenta um projeto da Coordenadoria de Ações Preventivas e Recuperativas (CAPR), que integra a Coordenadoria Municipal da Defesa Civil (Condec), e tal programa defende a integração de atividades da Defesa Civil e órgãos públicos com as de escolas municipais para que as mesmas, como núcleo de transmissão de conhecimento que são, possam propagar aos alunos e à comunidade técnicas de prevenção contra desastres naturais (escorregamento, enchente, inundação e alagamento) em áreas de risco, inclusive incentivando participação direta e mais regular dessas populações em Núcleos de Defesa Civil (Nudec).
Aplicou-se primeiramente em unidades escolares da subprefeitura de São Mateus, município integrante da Zona Leste da cidade de São Paulo, que tem 13,2km², densidade demográfica de 10,908 habitantes por km² e em 2010 contava com 143.992 residentes. Essa localidade compôs o cenário mais amplo de urbanização acelerada e desorganizada que caracterizou o Brasil do século XX, onde São Paulo sozinha aumentou em cinco vezes sua população entre 1950 e 2000. Cabe ressaltar que um reflexo inerente a esse processo foi também o de aumento populacional das periferias, e nesse caso estamos falando inclusive da ocupação de regiões íngremes em morros ou de áreas de várzea.
Diz que nos anos 60 identificaram-se os primeiros problemas com inundações, e nos 70 as enchentes se intensificaram e passaram a ocorrer anualmente (Kobayashi 2010) . Por conta disso, muitas das ações então empreendidas pelo Poder Público seguiram a linha “obras de engenharia”, com a canalização do rio Aricanduva, com a implantação de reservatórios para águas pluviais excedentes, com a construção de piscinões e frequentes desassoreamentos.
No entanto, levando em consideração tais características naturais dessa região, tomar uma atitude realmente efetiva passa também pela adoção de medidas acessórias, e uma delas é o projeto “Educar para prevenir”. 
Além disso, dizem os autores do artigo que a própria estrutura do planejamento de segurança do Município de São Paulo prevê essas ações preventivas. Assim, estando a aplicação do projeto de acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Orientações Curriculares (OCs) em escala estadual e municipal, respectivamente, esse passo pode muito bem nos guiar rumo a uma atuação preventiva tal que possamos melhor salvar vidas e diminuir perdas materiais e financeiras.
Uma das conclusões alcançadas pelo artigo é que hoje não há necessidade de se criar uma disciplina extra para lidar com o tema “homem/meio e desastres naturais”, já que diretrizes interdisciplinares vigentes (Geografia, Sociologia e Filosofia) já o abarcam adequadamente. De qualquer forma, projeta-se isso não apenas para obedecer as legislações ou as diretrizes escolares, mas, principalmente, para formar cidadãos com maior percepção e cuidado com o bairro onde residem e, portanto, com o meio que ocupam e transformam.
Considerando o artigo de BAETA e MORAIS (2014), como a Geografia pode contribuir com a aplicação da educação ambiental nas escolas de ensino básico?
	A Geografia como uma ciência que busca tanto compreender quanto solucionar as questões que envolvem homem-meio tem papel fundamental na educação ambiental nas escolas de ensino básico. A sua aplicação pode se dar a partir de trabalhos de campo em áreas de risco, despertando nos alunos a necessidade de melhorias nos lugares nos locais de moradia, estudo e trabalho, deles mesmos ou de seus parentes e amigos. A geografia deve cumprir um papel que vai além da sala de aula com práticas de conscientização da comunidade, formando um indivíduo que além de atuar de forma a tentar evitar desastres ambientais e que possua uma prática de respeito com o ambiente, forme também pessoas críticas que lutem pelas melhorias na sua cidade e em defesa da natureza.

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