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ÉTICA-DOCENTE

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ÉTICA DOCENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá! 
A cultura faz parte do íntimo dos indivíduos, pois estes podem ser 
caracterizados como criadores e propagadores de cultura, manifestando-a de 
diversas maneiras. Sendo assim, entender a cultura é fundamental para a sua 
formação como educador e cidadão, já que a cultura permeia toda a 
experiência social. A cultura traz para a sociedade um conhecimento e uma 
riqueza sem igual e, quando bem trabalhada, pode se tornar algo que faça 
parte da vida e do cotidiano da sociedade com inúmeros benefícios. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar como construir o 
conceito de cultura e analisar o conceito de sociedade. Após, você vai 
conhecer a relação inerente entre essas duas palavras. 
Bons estudos! 
 
AULA 1 - CULTURA, ÉTICA 
E SOCIEDADE 
 
 
1 A CULTURA E A SOCIEDADE 
Os indivíduos são criadores e propagadores de cultura, manifestando-a de 
diversas maneiras em sua vida cotidiana. Portanto, entender a cultura é essencial 
como educador e cidadão porque a cultura permeia toda experiência social. A cultura 
traz conhecimento e enriquecimento para a sociedade. Quando bem cultivada, ela 
pode ser divulgada por meio de eventos que valorizam e enriquecem o espaço.Definir 
cultura não é uma tarefa fácil porque ela gera interesses multidisciplinares e ainda é 
estudada em diversas áreas como sociologia, antropologia, história. Em cada uma 
destas áreas, a cultura é estudada com diferentes enfoques. Segundo Cuche (2002), 
a palavra cultura tem sido utilizada em vários campos semânticos, substituindo outros 
termos, como mentalidade, espírito, tradição e ideologia. 
Em seus estudos, Williams (2007) afirma que a palavra cultura tem origem em 
colore, e este, por sua vez, originou o termo em latim cultura, que apresentava vários 
significados como habitar, cultivar, proteger e honrar com veneração. Até o século 
XVI, o termo cultura era utilizado para se referir a sentidos como ter cuidado com algo, 
por exemplo, com os animais ou mesmo com o desenvolvimento da colheita, ou terra 
cultivada. A partir do final do século XX, ganha destaque um sentido mais figurado de 
cultura, metaforicamente relacionada a desenvolvimento agrícola, a palavra passa a 
designar também o esforço despendido para o desenvolvimento das faculdades 
humanas. Assim, as obras artísticas começam a representar a cultura. 
Cuche (2002) menciona que o antropólogo britânico Edward Burnett Tylor 
escreveu a primeira definição etnológica da cultura em 1871. Nesta definição, ele 
propõe que a cultura resulta do aprendizado cultural, e não da transmissão biológica. 
Assim, a cultura passa a ser todo o complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, 
moral, leis, costumes ou ainda qualquer capacidade adquirida pelo indivíduo, que vive 
em sociedade. Entretanto, Tylor afirmava sobre o conceito do evolucionismo, para o 
qual haveria uma escala evolutiva de progresso cultural que as sociedades primitivas 
tinham que percorrer para chegar ao nível das sociedades ditas civilizadas. Franz 
Boas, apontado como o inventor da etnografia e precursor nos estudos de observação 
direta das sociedades primitivas, já em 1942 mostrava-se contrário ao evolucionismo 
e trouxe em suas pesquisas um conceito contemporâneo de cultura (BOAS, 2010). 
Frente a tantas interpretações e usos do termo cultura, é possível adotar três 
 
 
concepções fundamentais, que segundo Cuche (2002) se denominam da seguinte 
forma: 
 modos de vida de um grupo; 
 obras de arte, bem como atividades intelectuais e do entretenimento; 
 desenvolvimento humano. 
 
Na primeira concepção, a cultura se mostra como interação social dos 
indivíduos, que constroem seus modos de pensar e sentir, bem como seus valores. 
Segundo Chauí (1995), é preciso atentar sobre a necessidade de abrir o conceito de 
cultura, vendo-a também como uma invenção coletiva de símbolos e que os indivíduos 
e grupos são seres culturais. O termo lida com a cultura de forma mais restrita, 
referindo-se a obras de arte e práticas, atividade intelectual e entretenimento visto 
principalmente como atividade econômica. Este conceito visa construir certos 
significados e focar em atingir certos tipos de público. 
Uma terceira compreensão da cultura enfatiza o papel que ela pode 
desempenhar como determinante do desenvolvimento social. Com base nesses 
estudos, as atividades culturais são praticadas como uma forma de pedagogia social, 
com o objetivo de despertar atitudes críticas e promover a atuação política dos 
indivíduos em seu ambiente social. Essas atividades visam promover o crescimento 
cognitivo de todos os indivíduos, incluindo aqueles com necessidades especiais ou 
problemas de saúde. 
As atividades culturais consistem em importante ferramenta para estimular 
atitudes críticas e enfrentar problemas sociais, como a violência. Para Canclini (1987), 
a cultura é considerada como uma parte da socialização de classes e grupos, na 
formação das concepções políticas e no estilo que a sociedade adota em diferentes 
linhas de desenvolvimento. Na atualidade, a cultura pode ser compreendida como um 
conceito mais amplo: todos os indivíduos passam a ser produtores de cultura, as 
atividades artísticas se concentram na produção cultural e a cultura se torna um 
instrumento para o desenvolvimento político e social, onde o campo cultural se 
confunde com o social. 
 
 
1.1 O conceito de sociedade 
Entende-se por sociedade a junção de indivíduos entre os quais se 
estabelecem alguns tipos de relações, como econômicas, políticas e culturais. Em 
uma sociedade, é possível observar a unidade linguística e a cultura de seus 
membros, sob as mesmas leis, costumes, tradições, unidos por um objetivo que possa 
interessar ao grupo. A ideia de sociedade está intimamente relacionada com as 
relações humanas resultantes da interdependência entre os seus membros. 
Turner (2008) mantém intenso diálogo intelectual com pensadores clássicos e 
contemporâneos que forneceram contribuições significativas sobre a conceituação da 
sociedade. Os autores explicam que não pretendiam fazer um trabalho sobre a história 
da teoria social. Alternam entre contribuições modernas e clássicas ao conceito de 
sociedade, evitando a construção de um roteiro intelectual que enfatize o contraste 
entre determinados autores e seus conceitos. Ao contrário, enfatizam que, embora os 
autores discutidos no livro tenham matrizes teóricas diferentes, suas análises 
apresentam certos meios de convergência para compreender a sociedade moderna. 
O argumento central é de que a sociedade apresenta três conceituações 
relevantes: sociedade como estrutura, sociedade como solidariedade e sociedade 
como processo criativo. Essas três concepções inicialmente formuladas no final do 
século XIX têm experimentado consideráveis transformações ao longo do tempo. Os 
autores realçam as múltiplas formas pelas quais esses três sentidos se vinculam, ora 
se entrelaçando, ora mantendo relações conflituosas. 
A concepção de sociedade como estrutura procura ressaltar os aspectos de 
competição, conflito, concorrência e rivalidade entre os atores sociais (ELLIOT; 
TURNER, 2010). Ao mesmo tempo, também contempla dimensões morais e de regras 
de conduta que permeiam as relações sociais. 
1.2 Cultura e sociedade 
A sociologia surge com dois fatos básicos: o de que o comportamento dos seres 
humanos revela padrões regulares e repetitivos, e o de que os seres humanos são 
animais sociais, e não criaturas isoladas (CHYNOI, 1975). Quando observamos as 
pessoas à nossa volta tendemos mais a notar-lhes as idiossincrasias (maneira 
pessoal de ver, sentir e reagir; propensão) e singularidades pessoais do que as 
 
 
semelhanças. Charles Cooley (1969, p.91) diz: 
Não se dá o caso de que, quanto mais próxima estiver uma coisa do nosso 
hábito de pensamento,tanto mais claramente vemos o indivíduo? O princípio 
é muito semelhante ao que faz que todos [os chineses] nos sejam muito 
parecidos; vemos os tipos por ser tão diferente daquele que estamos 
acostumados a ver, mas somente quem vive dentro dele é capaz de perceber 
plenamente as diferenças entre os indivíduos. 
Os aspectos recorrentes da atividade humana formam a base de toda ciência 
social. Tentando explicar as aparentes leis da atividade humana e os fatos da vida 
coletiva, os sociólogos criaram dois conceitos - sociedade e cultura. A sociedade 
humana não pode existir sem cultura, e a cultura humana existe apenas na sociedade. 
O conceito de relação social é fundamental no fato de que o comportamento humano 
é direcionado a inúmeras outras pessoas. 
Homens e mulheres não apenas vivem juntos e compartilham opiniões, crenças 
e costumes comuns, mas também interagem constantemente e moldam seu 
comportamento de acordo com o comportamento e as expectativas dos outros. A 
interação não é um evento momentâneo, é um processo contínuo de ação e reação. 
Uma relação social consiste em um padrão de interação entre as pessoas. Então, de 
um ponto de vista, a sociedade é uma rede de relações sociais. 
A sociedade é um grupo no qual homens e mulheres vivem juntos, não uma 
organização limitada por um objetivo ou objetivos específicos. Em qualquer 
sociedade, grupos menores podem ser encontrados dentro de grupos maiores, e os 
indivíduos pertencem a vários grupos ao mesmo tempo. A sociedade pode, portanto, 
ser analisada a partir dos grupos que a formam e de suas relações mútuas. Toda 
sociedade tem um estilo de vida ou cultura que define formas apropriadas ou 
necessárias de pensar, agir e sentir. 
Em Sociologia, a cultura se refere à totalidade do que aprendem os indivíduos 
como membros da sociedade. Na visão de Taylor (1911), a cultura é o todo complexo 
que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer aptidões 
adquiridas pelo homem como membro da sociedade (CUCHE, 2002). Para George 
Murdock, antropólogo americano, a cultura é, em grande parte, “ideacional”: refere-se 
aos padrões, às crenças e às atitudes em função dos quais agem as pessoas 
(CUCHE, 2002). 
A importância da cultura é que ela fornece o conhecimento e as técnicas que 
permitem às pessoas sobreviver física e socialmente e administrar e controlar o 
 
 
mundo ao seu redor na medida do possível. O homem é o único animal que possui 
cultura; é de fato uma das principais diferenças entre o homem e os outros animais. 
O que é importante sobre a definição de cultura é que ela é aprendida e 
compartilhada. O comportamento universal, mesmo que não aprendido ou exclusivo 
de um indivíduo, não faz parte da cultura. Mas a cultura pode influenciar ou moldar 
não apenas comportamentos não aprendidos, como reflexos, mas também 
peculiaridades pessoais. 
1.3 Ética e a Sociedade 
O vínculo entre a ética e a sociedade revela o eixo fundamental no qual temos 
que pensar nossa existência enquanto indivíduos singulares, mas também membros 
de uma coletividade. Na nossa relação com os outros e com a natureza produzimos a 
cultura que é uma espécie de segunda pele na qual nos movemos. A cultura é uma 
extensão de nós mesmos, conforme explica Ortega y Gasset. 
No mesmo sentido afirma Reale (1989, p. 180): “A cultura, tudo somado, nasce 
do homem e ao homem se destina, o que explica que deve ser concebida como um 
ente moral, não obstante, sua radical historicidade”. O vínculo entre o projeto de 
sociedade concebida como valor e nossa subjetividade como caminho de liberdade é 
a forma como deve a vida humana ser concebida e realizada. Esse é um eixo 
fundamental que liga a escola culturalista brasileira através de Miguel Reale aos 
herdeiros de Ortega y Gasset membros da denominada Escola de Madri. 
Esse eixo contempla a tensão existente entre a solidão radical e a vida em 
sociedade, como traduz a filósofa e herdeira de Ortega y Gasset, Maria Zambrano 
(2004, p. 157): “O lugar do indivíduo é a sociedade, porém o lugar da pessoa é o 
espaço íntimo”. Aproximando existência individual e sociedade, ética e cultura, não 
assumimos a formação de uma síntese eclética, mas reconhecemos que a 
subjetividade agregada ao ambiente cultural é a forma mais adequada de 
compreender o homem atual. A ligação entre ética e sociedade nos faz rejeitar a ideia 
de um momento histórico que deixou para trás valores e projetos ocidentais. Os 
valores centrais ocidentais permanecem. 
Os problemas atuais, e existem, não violam o eixo axiológico que identifica a 
sociedade ocidental. Se não podemos voltar à velha vida, a melhor escolha é 
 
 
aprofundar o sentido do núcleo ético mencionado acima. Evita que os desafios 
modernos nos levem a uma vida unilateral centrada no prazer e no consumo de curto 
prazo, entendido, explicamos, não como o consumo crescente de bens devido ao 
enriquecimento da sociedade, mas como o uso dos bens como entretenimento e o 
afasta de sua vida mais íntima, uma forma de compensar o esquecimento de si 
mesma. 
 Portanto, o consumo não é um fenômeno moderno, mas observado desde o 
início do século XX, quando a abundância de bens foi associada ao esquecimento de 
si mesmo, que foi a raiz da crise identificada por pensadores como Ortega y Gasset e 
Karl. Jaspe. Falamos de ética e sociedade porque entendemos que existe um elo 
intransponível entre elas. O homem nasce e vive numa sociedade que, como ele, é 
histórica. Sempre vivemos em grupos, mas “a novidade do nosso tempo é que o 
existente não está separado do mundo” (Carvalho, 1998, p. 12). 
O fato de a vida humana acontecer em sociedade não significa que as pessoas 
não tenham intimidade. Ele está com você parte do tempo, mas sua subjetividade não 
está separada de seu entorno. A vida se desenvolve na cultura, que é uma espécie 
de segunda pele e nasce da objetividade dos valores. Portanto, quando falamos de 
vida social, entendemos que ela tem um suporte moral, pois grupos de pessoas se 
movimentam em espaços relacionais, moldam a natureza, criam ciência e 
desenvolvem normas de convivência baseadas nos valores que nutrem e nos valores 
materiais. 
Os princípios morais não são objetivados ou assumidos automaticamente, 
portanto a liberdade é um aspecto fundamental da existência. A vida humana é uma 
jornada de liberdade possível. A liberdade se realiza nas circunstâncias, como diz o 
filósofo José Ortega y Gasset, vem do reconhecimento de que existem exigências 
absolutas em nossas vidas que não podem ser ignoradas. 
Portanto, quando uma sociedade recebe uma experiência histórico-cultural 
compatível com as normas que ela criou, ela experimenta momentos de conforto, caso 
contrário, ela mergulha na crise. Ciclos de maior e menor conforto se sucedem na 
história. As crises culturais não são necessariamente momentos ruins, elas fornecem 
um julgamento de valor. O nosso tempo vive uma daquelas crises que começaram no 
século passado, mas que não romperam com os valores centrais do Ocidente e com 
o caminho estabelecido nos tempos modernos. 
 
 
A ética é uma das questões mais importantes no contexto da nossa sociedade, 
tanto na vida pública como na privada. Somos éticos quando refletimos sobre o que 
fazemos, quando medimos e categorizamos nossas ações de acordo com quem 
somos e o que podemos fazer com base na valorização do outro, seja o próximo, a 
sociedade ou até mesmo o planeta. Sem ética, não sabemos viver em nenhuma área 
de nossas vidas. Sem ética, somos alienados, ou seja, personagens que se 
distanciam da deliberação da sociedade sobre o propósito da vida. 
A ética é uma atitude e, portanto, uma ação, que sem dúvida é mediada por 
princípios como o respeito à subjetividade, à dignidade da pessoa humana, à 
diversidade e outros. Mas este não é um ato limpo. Em vez disso, trata da relação 
entre pensamento e ação. Nesse sentido, para chegar à ética, devemoslutar para 
desmistificar a separação entre teoria e prática. Esta é uma das questões mais 
fundamentais quando falamos de ética como a filosofia prática que ela realmente é. 
A ética é a capacidade de pensar e agir com base no princípio da autonomia 
pessoal, em que cada sujeito questiona o que pensa e faz, considerando que 
questionar é em si pensamento e ação que tem consequências concretas. Aqueles 
que não pensam por si mesmos são levados a pensar o que os outros definiram como 
verdade para eles. É nesse sentido que muitos absorvem a automutilação que é 
decretada contra eles. A heteronômica pode até ser moral, mas não é ética, porque 
se a moral é uma afirmação de costume ou previamente estabelecida, então a ética 
exige o seu questionamento. No entanto, falamos de ética como uma palavra mágica 
que, com uma simples afirmação, ganha uma validade concreta. 
Tem dois lados. Por outro lado, muitos acreditam que basta “falar” sobre ética 
para ser ético. Por outro lado, é verdade que a palavra ética tem um poder 
performativo radical. Quando digo ética, a palavra saltita à minha volta e exige que eu 
a pratique. Isso significa que se alguém fala de ética sem ser ético, a contradição está 
aberta. Ao mesmo tempo, vivemos em uma sociedade caracterizada por uma relação 
direta com a informação e uma certa compreensão da informação, que parece não 
oferecer muito espaço e tempo para o cultivo da subjetividade, o que nos permitiria 
inventar a ética entre nós. 
As relações não são mais pautadas em princípios éticos, pois a esfera da 
subjetividade, ou seja, o interior, o autoconhecimento, o autoquestionamento e a 
crítica social já não existem. O que costumávamos chamar de "alma". Nos vários 
 
 
contextos da nossa vida, vivemos mudanças profundas que alteram a forma como 
vemos e assim agimos no mundo. 
As novas tecnologias, a Internet, as redes sociais têm levantado muitas 
questões, para as quais a filosofia, a antropologia, a sociologia e o campo da 
educação procuram uma resposta. A contradição do mundo da informação e a 
desvalorização da comunicação e da educação é uma delas, nossa cultura também 
degrada a cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BOAS, F. A mente do ser humano primitivo. Petrópolis: Vozes, 2010. 
CANCLINI, N. G. Políticas culturales y crisis de desarrollo: un balance latino 
americano. In: CANCLINI, N. G. (Org.). Políticas culturales en América Latina. 
México: Editorial Grijalbo, 1987. p. 13-59. 
CHAUÍ, M. Cultura política e política cultural. Estudos Avançados, São Paulo, v. 9, 
n. 23, p. 71-84, jan./abr. 1995. 
CHYNOI, E. Sociedade: uma introdução à sociologia. São Paulo: Cultrix, 1975. 
COOLEY, C. H. The theory of transportation [1894]. In: COOLEY, C. H. Sociological 
theory and social research: being selected papers of Charles Horton Cooley. New 
York Kelley, 1969. p. 17-120. 
CUCHE, D. O Conceito de cultura nas ciências sociais. 2 ed. Bauru: EDUSC, 2002. 
WILLIAMS, R. Palavras-chave: um vocabulário de cultura e sociedade. São Paulo: 
Boitempo, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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