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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 
1 RECONHECER O QUE É A CULTURA .......................................................... 4 
1.1 A cultura é dinâmica ................................................................................ 11 
2 CONCEITOS DE SOCIEDADE ...................................................................... 13 
2.1 Perspectivas sociológicas contemporâneas ............................................ 18 
3 RELAÇÃO ENTRE CULTURA E SOCIEDADE ............................................. 20 
3.1 Cultura e identidade brasileiras ............................................................... 22 
3.2 Globalização e identidade cultural ........................................................... 28 
4 O processo de socialização e a formação da personalidade ......................... 35 
4.1 O indivíduo: ser social ............................................................................. 37 
5 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 39 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem 
e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em 
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que 
serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
1 RECONHECER O QUE É A CULTURA 
 
Fonte: brasilescola.uol 
 
O que se entende por cultura? Todo mundo tem cultura? Ou cultura é só o 
que se aprende na escola? É necessário que se compreenda que a cultura não é 
só o que se aprende na escola. Todo mundo tem cultura, porque a cultura é 
transmitida de geração a geração, de pessoa a pessoa, como herança social. 
Definir cultura não é tarefa simples, pois ela evoca interesses 
multidisciplinares e ainda é estudada em diversas áreas, como sociologia, 
antropologia, história, entre outras. 
Em cada uma destas áreas, a cultura é estudada com diferentes enfoques. 
Segundo Cuche (2002), a palavra cultura tem sido utilizada em vários campos 
semânticos, substituindo outros termos como mentalidade, espírito, tradição e 
ideologia. 
O ser humano convive e aprende a viver no mundo, justamente por causa da 
cultura, de forma que, as pessoas não apenas realizam a aprendizagem cultural por 
meio do processo de socialização, mas também podem repassar aspectos culturais 
aos grupos sociais. 
 
5 
 
Os símbolos e a linguagem são compartilhados e entendidos como 
herança social, em vez de herança biológica / genética por membros da 
mesma comunidade, de modo que esses elementos culturais de 
identificação são considerados as normas e regras básicas para a 
sobrevivência na sociedade. (BARROSO, 2017). 
O indivíduo, como ser concreto e social, se desenvolve em um contexto 
multicultural em que temos regras, normas, crenças, valores e identidades muito 
diferentes. A cultura torna-se assim um processo de "troca" entre indivíduos, grupos 
e sociedade. 
A cultura é uma parte íntima de cada indivíduo, pois são eles que criam e 
difundem a cultura e a expressam de diferentes formas. Portanto, a compreensão 
cultural é fundamental para educadores e cidadãos, pois a cultura permeia todas as 
experiências sociais. 
A cultura confere à sociedade um conhecimento e uma riqueza ímpares que, 
quando bem construídos, permitem a organização de eventos que trazem cultura e 
valorização ao espaço. 
O estudo sobre cultura pode variar de tempos em tempos, de autor para 
autor, de paradigma para paradigma. Sendo assim, pode-se dizer que é por meio 
desse conceito que os antropólogos estudam o “outro”. 
O antropólogo evolucionista Tylor (1920) definiu cultura, em 1871, como: 
“aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito, 
costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro de 
uma sociedade”. (TYLOR, 1920, p. 1) 
Com o tempo, outros autores vão problematizando essa noção totalizante de 
cultura, tornando-a mais interpretativa, mais parcial, mais polissêmica, saindo da 
ideia do todo para apresentar feições da cultura. 
Em seus estudos, Williams (2007) diz que a palavra cultura vem da cor, e 
esta, por sua vez, é a origem do termo latino cultura, que tem vários significados 
como viver, cultivar, proteger e reverenciar. 
Até o século XVI, o termo cultura é usado para se referir a significados como 
prestar atenção a algo, por exemplo, aos animais ou mesmo ao desenvolvimento 
da cultura ou da terra arável, ou seja, cultivável. 
 
6 
 
A partir do final do século XX, uma metáfora mais cultural é enfatizada; 
metaforicamente associada ao desenvolvimento da agricultura, a palavra passou 
também a referir-se aos esforços empreendidos para o desenvolvimento da ciência 
humana, momento em que as obras de arte passaram a representar a cultura. 
De qualquer modo, podemos dizer que a cultura se “manifesta por meio de 
diversos sistemas” (DIAS, 2010, p. 67), como: 
 O sistema de valores. 
 O de normas. 
 O de ideologia. 
 O de comportamentos, entre outros... 
Dentro de um território específico, em determinada comunidade cultural, e 
influencia os indivíduos na concretização das suas ações sociais. 
É na interação entre os indivíduos e os grupos que são construídos e 
negociados os parâmetros culturais nos quais as ações sociais se realizam, 
constituindo, assim, uma identidade própria para cada cultura, como é o caso da 
cultura brasileira. 
Portanto, também podemos dizer que é exclusivo da sociedade humana, 
porque a diferença entre humanos e animais pode ser traçada nesta base. O 
homem é a única criatura que tem a capacidade de acumular cultura, pela 
complexidade da quantidade e natureza dessa produção. 
Nesse sentido, a linguagem humana é a base da comunicação simbólica, 
e sua importância não se reflete apenas na linguagem em questão, mas 
também nos gestos, acentos e expressões locais que representam o ciclo 
de significados em uma determinada cultura. Portanto, tudo o que a 
sociedade humana cria para atender às suas necessidades e viver em 
sociedade, tangível ou intangível, está contido na cultura. (BARROSO, 
2017). 
Cuche (2002) traz em seus estudos que o antropólogo britânico Edward 
Burnett Tylor, em 1917, escreveu a primeira definição etnológica da cultura, em 
1817, onde, ele propõe que a cultura resulta do aprendizado cultural, e não da 
transmissão biológica. 
 
7 
 
Assim, a cultura torna-se o todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, 
artes, moral, leis, costumes ou mesmo quaisquer outras habilidades adquiridas 
pelos indivíduos que vivem em sociedade. 
Entretanto, Tylor afirmação do princípio da evolução, segundo o qual haveria 
uma escala evolutiva de progresso cultural que as sociedades primitivas teriam que 
superar para chegar ao nível das chamadas sociedades civilizadas. 
Franz Boas, nomeado inventor da etnografia e precursor nos estudos 
observacionais diretos das sociedades primitivas, ele se opôs à evolução em 1942 
e deu à sua pesquisa uma nova perspectiva, culturalmente contemporânea. (BOAS, 
2010).Diante de tantas interpretações e usos de termos culturais, três conceitos 
básicos podem ser aplicados, que segundo Cuche (2002) se denominam da 
seguinte forma: 
 modos de vida de um grupo; 
 obras de arte, bem como atividades intelectuais e do entretenimento; 
 desenvolvimento humano. 
 
Na primeira visão, a cultura é apresentada como a interação social dos 
indivíduos, que molda suas formas de pensar e sentir, bem como seus valores. 
Segundo Chauí (1995) deve-se atentar para a necessidade de ampliar o 
conceito de cultura, considerando-a também uma invenção coletiva de símbolos e 
indivíduos e grupos de pessoas como entidades culturais. 
Esta última tem uma visão mais limitada da cultura, referindo-se a obras e 
práticas artísticas, atividades intelectuais e recreativas, sobretudo consideradas 
como atividade econômica. 
Este design visa construir certos sentidos e atingir um determinado tipo de 
público. A terceira concepção de cultura destaca o papel que pode desempenhar 
como determinante do desenvolvimento social. 
A partir destes estudos, as atividades culturais são realizadas com finalidade 
socioeducativa, a fim de estimular atitudes críticas e de propor aos indivíduos uma 
atuação política no espaço onde vivem, para o crescimento cognitivo de todos os 
 
8 
 
indivíduos, incluindo portadores de necessidades especiais ou pessoas com 
problemas de saúde. As atividades culturais consistem em importante ferramenta 
para estimular atitudes críticas e enfrentar problemas sociais, como a violência. 
Para Escosteguy (2006), a cultura é considerada como uma parte da 
socialização de classes e grupos na formação das concepções políticas e no estilo 
que a sociedade adota em diferentes linhas de desenvolvimento. 
Na atualidade, a cultura pode ser compreendida como um conceito mais 
amplo: todos os indivíduos passam a ser produtores de cultura, as atividades 
artísticas se concentram na produção cultural e a cultura se torna um instrumento 
para o desenvolvimento político e social, onde o campo cultural se confunde com o 
social. 
Para aprofundar a discussão, vamos nos inspirar nas características que 
envolvem a atuação do conceito de cultura apresentada por Roque Laraia (2001) 
Ele propõe cinco pontos para mostrar a operação desse conceito, são eles: a cultura 
condiciona a visão do homem, a cultura interfere no plano biológico, os indivíduos 
participam diferentemente de sua cultura, a cultura tem uma lógica própria e a 
cultura é dinâmica. (LARAIA, 2001. apud. BARROSO, 2017) 
Os seres humanos são incentivados a agir de acordo com as regras e os 
padrões culturais que são estabelecidos pelos membros da cultura. Aqueles que 
destoam do proposto são considerados desviantes. 
Para Becker (2008) o desvio é visto como produto de uma transação que 
tem lugar entre algum grupo social e alguém que é visto por esse grupo 
como infrator de uma regra. Ser considerado infrator gera consequências 
discriminatórias nas sociedades. Por isso, de modo geral, o indivíduo é 
condicionado a agir de acordo com o padrão esperado naquela cultura. 
(BECKER, 2008, p. 22) 
De acordo com Barroso (2017) Ainda que os homens tenham uma 
configuração biológica comum, o modo como eles acionam esses mecanismos 
biológicos para habitar o mundo é distinto. 
Dentro das sociedades, cada um pode ocupar um papel social diferente, 
determinado pelo convívio entre os membros da comunidade. Por isso, a 
aprendizagem cultural não se dá como herança biológica e sim como herança social 
 
9 
 
através da imitação e reprodução, consciente e inconsciente, dos aspectos culturais 
que permeiam o ambiente social no qual os indivíduos estão mergulhados. 
1.1 A cultura interfere no plano biológico 
O estilo de vida humano pode afetar os organismos biológicos de diferentes 
maneiras e afetar as necessidades fisiológicas básicas. Comparado com o estilo de 
vida de sono insuficiente, dieta pobre e muito trabalho, um estilo de vida baseado 
em uma dieta saudável pode fazer as pessoas viverem mais. 
No entanto, comemos não apenas para satisfazer nossas necessidades, mas 
também para sermos felizes. O que é considerado agradável além de ser construído 
no reino cultural. 
Deve-se enfatizar ainda que o que comemos não é motivado apenas por 
nossos desejos, mas também por aquilo que temos acesso aos alimentos em nossa 
cultura. O setor agrícola significa que podemos ter alimentos em diferentes épocas 
do ano, mas nem todos os países do mundo têm frutas frescas, acessíveis e 
baratas. 
Na sociedade moderna, estamos acostumados com o que se chama de “fast 
food”, que são alimentos industrializados, rapidamente processados e com baixo 
valor nutricional, mas alto valor calórico. 
As popularidades desses produtos, juntamente com estilos de vida 
acelerados, estão levando as pessoas a consumir cada vez mais desses alimentos, 
resultando em aumento das taxas de obesidade e maior probabilidade de problemas 
de saúde. 
Inúmeras manifestações culturais acontecem em uma sociedade. No 
entanto, os seus membros participam parcialmente de todo esse arcabouço cultural. 
Ninguém consegue participar de tudo o que ocorre em sua cultura, 
justamente porque existem condicionantes que os limitam, como, por exemplo, 
gênero, idade, papel social, estilo de vida, entre outros. 
 
10 
 
Conforme os indivíduos vão se desenvolvendo após o nascimento, acessam 
regras e normas na sociedade que lhes permitem participar de diferentes 
manifestações culturais. 
Na prática religiosa do catolicismo, quando criança, alguns são batizados, 
depois fazem a comunhão e somente com mais idade é que se pode realizar a 
cerimônia matrimonial. 
Assim, os indivíduos trazem e reproduzem diferentes aspectos culturais 
durante suas vivências, tornando cada pessoa camadas de cultura. É importante 
que os indivíduos conheçam e participem de certos aspectos culturais que permitem 
a comunicação e a conexão com outros membros da sociedade. 
Saber agir e se comportar em determinadas situações faz parte da 
convivência, mesmo que seja uma lição processual e nem sempre deva ser feito. 
Preferências relativas por exemplo a times de futebol; hábitos de ir à praia ou 
até mesmo as festas de carnaval se tratam de aspectos culturais que moldam a 
identidade brasileira. 
Porém, nem todos os brasileiros têm acesso, se importam ou participam do 
que a cultura do país tem a oferecer, ou seja, mesmo quando nos imergimos em 
uma cultura, nem sempre estamos relativamente ou parcialmente engajados no que 
ela oferece. 
Cada cultura tem a sua lógica própria, que revela um encadeamento de 
sentidos, pensamentos e ações que conformam a especificidade das culturas em 
si, de acordo com sua origem histórica e o território habitado. 
O que faz sentido para os membros de uma comunidade pode não fazer 
nenhum sentido para outra sociedade, conforme constata Laraia (2001, p. 87), “A 
coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a 
que pertence”. 
Como compreender as pinturas corporais entre os povos indígenas? Como 
não se impressionar com as danças populares? Como interpretar a fé religiosa nas 
diferentes sociedades? Como os indivíduos buscam os processos de cura para suas 
enfermidades? 
 
11 
 
Assim, para compreendermos a lógica de outra pessoa, temos de nos afastar 
da nossa lógica, ou pelo menos estabelecer relações que permitam desvendar e 
acessar a explicação do outro individuo, sem as referências da nossa própria lógica. 
1.2 A cultura é dinâmica 
A cultura não está bloqueada. Em todos os momentos, diferentes elementos 
culturais são reavaliados, consciente e inconscientemente, alguns rejeitados, outros 
reconstruídos. Isso pode ser observado quando se compara a maneira como as 
pessoas se vestem em fotos antigas escondidas no fundo de uma gaveta do armário 
com as roupas atuais. 
Pode-se pensar também nas músicas ouvidas na infância ouaté mesmo nas 
músicas que estão no rádio hoje, ainda ao observar as gírias e as palavras que seus 
parentes mais próximos dizem em comparação com a gíria que você diz aos seus 
amigos, essas mudanças e modificações permanecem momentâneas até que 
outras mudanças na cultura as alterem. (BARROSO, 2017). 
Pode-se dizer que as mudanças culturais ocorrem de forma endógena ou 
exógena, onde, as modas endógenas podem ser o resultado do próprio sistema 
cultural dos membros que participam daquela sociedade. 
A modalidade exógena ocorre por meio do contato cultural com outros povos, 
resultando em interferência nas práticas culturais estabelecidas anteriormente ao 
contato. 
Desse modo as mudanças podem ser específicas ou até mesmo alterar 
completamente elementos culturais que já foram importantes para essa cultura. 
Portanto, quando descrevemos uma determinada cultura, para um estudo 
científico, devemos saber que ela não fica paralisada em relação ao seu modo de 
ser no mundo. 
Ao estarmos imersos em outra cultura, participamos e conhecemos o que faz 
sentido apenas ali, e não em outro contexto cultural, como o de origem do 
antropólogo. 
 
12 
 
Assim, a antropologia não vai ser aquela que está do ponto de vista do 
observador ou do ponto de vista do observado, mas será uma “prática que surge 
em seu limite, ou melhor, em sua intersecção.” (LAPLANTINE, 2003, p. 158). 
Logo, atentos a essa intersecção, vamos compreendendo as regras e 
normas da cultura de outro individuo, desvendando seus sentidos e suas 
motivações, pois, como diz Kottak (2013, p. 43), “As culturas são sistemas humanos 
de comportamento e pensamento, obedecem a leis naturais, podendo, portanto, 
serem estudadas de modo científico”. 
Como diz Cuche: “Não há cultura que não tenha significação para aqueles 
que nela se reconhecem. Os significados como os significantes devem ser 
examinados com a maior atenção”. (Cuche 1999, p. 239 apud BARROSO, 2017) 
Para que se explique os significados dos acontecimentos sociais do mundo 
em que vivemos, será necessário o estudo de seus elementos culturais, pois elas 
ocorrem nas sociedades, de modo que se faz necessário compreender as 
modificações culturais ao longo dos tempos, assim, é buscando essas significações, 
expressas na cultura, que vamos reconhecer as diferenças culturais. 
O entendimento das culturas é fundamental para um mundo que convive com 
inúmeras culturas e sociedades cada vez mais próximas umas das outras, assim, 
pelos avanços tecnológicos que se popularizam rapidamente mundo afora. 
Pensar na cultura como um conceito antropológico, conforme propõe Laraia 
(2001), torna-se chave para aprofundar o olhar sobre a sociedade, além de 
possibilitar aplicar esse mesmo olhar em outras áreas do conhecimento, como 
Educação, História, Políticas Públicas, entre outras. 
Portanto, é desejável reconhecer o poder das categorias analíticas desta 
disciplina na compreensão do homem em sociedade. E aqui, o conceito de cultura 
permite um deslocamento epistemológico para pensar com o olhar do outro. 
Assim, ao analisar a cultura desse indivíduo, tendo como referência a cultura 
do observador, podemos nos perguntar em relação aos parâmetros culturais. 
Nesse sentido, para compreender outras culturas é necessário ter um 
conhecimento mais profundo da nossa própria cultura, e por mais próxima que seja, 
 
13 
 
é preciso apreciá-la sob o olhar de estranhos, que suspendem seu julgamento, 
participam e se deixam descobrir a cultura com outra pessoa. 
2 CONCEITOS DE SOCIEDADE 
 
 
Fonte: conhecimentocientifico.com 
 
 
O conceito de sociedade pressupõe a convivência e as atividades comuns 
das pessoas, conscientemente dispostas ou organizadas. Os membros de uma 
sociedade podem pertencer a diferentes grupos étnicos ou a diferentes classes ou 
níveis sociais. Uma sociedade é caracterizada por interesses comuns entre seus 
membros e sua preocupação com o mesmo objetivo. 
O conceito de sociedade contradiz o conceito de comunidade, que organiza 
as pessoas em um coletivo. Esse conflito produz diferentes interpretações de 
pensadores sobre o que caracteriza uma sociedade. (SILVA, 2018). 
Entende-se por sociedade a junção de indivíduos entre os quais se 
estabelecem alguns tipos de relações tais como: econômicas, políticas e culturais. 
 
14 
 
Em uma sociedade, pode-se observar a unidade linguística e cultural dos 
membros, seguindo as mesmas leis, costumes, tradições, unidos por um objetivo 
que pode beneficiar o grupo. 
A ideia de sociedade está intimamente relacionada às relações humanas, 
existindo a partir da interdependência de todas as partes envolvidas, e perpetuando-
se tanto pela individualidade das funções que cada membro desempenha na 
comunidade. 
O estudo da sociedade começa com a origem da natureza humana, além da 
razão, principalmente social. Na sua origem, a empresa foi criada para satisfazer as 
necessidades vitais do homem e desenvolver plenamente todas as suas faculdades 
e poderes. 
Essa tendência, conhecida como apetite social, tem levado as pessoas a 
formarem essa experiência coletiva. Por isso, o surgimento da sociedade é 
determinado pelas condições naturais de harmonia humana, decorrentes da própria 
esfera da vida, sejam eles os instintos de vida, como o de forrageamento, 
reprodução, entre outros, ou a necessidade de comunicar, organizar e conviver. 
(SILVA, 2018). 
Turner (2008) mantém um intenso diálogo intelectual com pensadores 
clássicos e contemporâneos que deram contribuições significativas para a formação 
de conceitos sociais. 
O autor deixa claro que não pretende trabalhar a história da teoria social, mas 
oscila entre as contribuições contemporâneas e clássicas ao conceito de sociedade, 
evitando a construção de um cenário intelectual dominante, de oposição entre 
determinados autores e suas ideias. 
Ao contrário, ressaltam que, embora os autores citados no livro tenham 
matrizes teóricas diferentes, suas análises representam certos pontos de 
convergência na compreensão da sociedade moderna. 
O argumento central é de que a sociedade apresenta três conceituações 
relevantes: 
 sociedade como estrutura; 
 sociedade como solidariedade e 
 
15 
 
 sociedade como processo criativo. 
Esses três conceitos, formulados originalmente no final do século XIX, 
sofreram transformações significativas ao longo do tempo, somando-se às muitas 
maneiras pelas quais esses três significados estão ligados, ora entrelaçados. , ora 
mantendo relações conflitantes. 
A concepção de sociedade como estrutura enfatiza aspectos de competição, 
conflito, competição e rivalidade entre os atores sociais. (ELLIOT; TURNER, 2010. 
apud. ESCOSTEGUY, 2006). Ao mesmo tempo, também considera as dimensões 
éticas e os códigos de conduta que permeiam as relações sociais. 
Na perspectiva de Turner (2008), O conceito de solidariedade ainda é 
relevante na análise sociológica. No entanto, nas sociedades contemporâneas, 
esse conceito tornou-se mais complexo do que em épocas anteriores, pois a 
construção e a prática de hoje exigem certo reflexo emocional, além da percepção 
de abertura dos atores sociais. 
A solidariedade na sociedade contemporânea tende a reforçar a 
comunicação simbólica e a interação entre os indivíduos, ao mesmo tempo em que 
gera uma variedade de discursos. 
A sociedade tem características iniciais que se dividem entre a sua etapa de 
formação e evolução, que dizem respeito à diferenciação e separação do conceito 
de Estado e, posteriormente, ao conceito de empresa. 
Do conceito abordado por Aristóteles (2010), os termos comunidade e 
sociedade são complementos, sendo a comunidade inserida no conceito de 
sociedade, pois a filosofia grega, à época, não conhecia a distinção entre 
comunidade e sociedade como duas categorias conceituais diferentes de 
conhecimento sociológico. 
Essa distinção de duas formas originais de comunidade ousociedade, a 
doméstica ou econômica e o cidadão ou político, foi decisiva para poder delinear o 
conceito de sociedade. 
O mesmo ocorreu com a observação adicional de que a lei é radicalmente 
inseparável de ambas as formas de comunidade ou sociedade, porque tem um 
caráter constitutivo em ambos. 
 
16 
 
Se, pelo estudo da sociedade no pensamento grego, o conceito é delineado 
na teoria ética e política, no pensamento romano, isso ocorre no campo jurídico e, 
mais especificamente, no campo da prática jurídica e das relações comerciais, 
provavelmente por causa da prática comercial helenística. 
Devido a isso, não só o conceito é aperfeiçoado, mas também a palavra que 
será consagrada em uma infinidade de línguas: a sociedade. 
De acordo com essa origem, as sociedades do mundo jurídico romano 
configuraram-se inicialmente como uma associação de várias pessoas com 
interesses comuns. Portanto, eles não têm um relacionamento importante com seus 
vizinhos ou seu espaço de vida, mas apenas um acordo de testamento e contrato. 
Destarte, no direito privado romano, a sociedade é constituída por um 
contrato informal e unânime em que um certo número de pessoas se unem para 
fornecer bens com fins lucrativos, que serão então distribuídos por mútuo acordo. 
Nessa filosofia, o conceito de sociedade, uma vez que nasce da vontade das 
partes, para dela ganhar ou tirar proveito, tem um conceito bastante mercantil. 
(SILVA, 2018). 
De acordo com Silva (2018) a partir desse conceito, da sociedade civil e da 
sociedade humana, temos a emergência da sociedade pelas definições do direito 
civil e do direito das nações, de forma que há uma sociedade mais completa, com 
divisão de leis, direitos e costumes. 
Essa síntese acadêmica da doutrina política e moral aristotélica, de um lado, 
e da doutrina moral e jurídica romana, de outro, existiu pacificamente no 
pensamento moral e político, até meados do século XVII. 
Mesmo quando a unidade religiosa e a unidade política entraram em colapso, 
a sociedade manteve sua concepção tradicional, dividida em várias classes. O que 
mudou desde então é a configuração da sociedade civil ou sociedade política, que 
agora também é chamada de sociedade pública. 
Este novo conceito deu origem à relação entre a sociedade civil e o Estado. 
A sociedade civil assume um significado novo e mais preciso. Com ela, a sociedade 
política não é mais entendida como a base humana ou a base da organização 
política, que recentemente se concretizou como Estado e com ele se identifica 
 
17 
 
amplamente, mas sim como um conjunto de cidadãos convivendo no território de 
um Estado e, como tal, eles formam uma unidade, cujos interesses não apenas não 
coincidem, mas freqüentemente entram em conflito com os da organização política 
ou do Estado. 
Essa nova concepção de sociedade, como de sociedade civil, difundiu-se, 
tanto social quanto politicamente, com a Revolução Francesa, graças aos teóricos 
do Iluminismo, alcançando sua dogmática realização na Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão. (SILVA, 2018). 
Assim, a sociedade civil tornou-se uma sociedade de classe ou de caráter, 
cujo fator determinante básico é a relação de produção da vida material, ou seja, a 
base econômica. 
Na sociedade, portanto, formou-se uma série de tendências em relação aos 
indivíduos para os quais ela opera, tendências que, aos poucos e para além dos 
interesses particulares, constituem uma ciência social, certas associações ou 
modos de pensamento e de opiniões. 
Esta forma popular de pensar e exprimir opiniões, na medida em que visa 
corrigir e organizar problemas, constitui o cerne de qualquer sociedade, ao mesmo 
tempo que permite diferenciar-se das outras, mesmo das sociedades mais 
próximas. 
Também possui uma qualidade histórica, no sentido mais radical do termo; 
isso implica que não é passivo ou estático, isto é, imóvel, mas ativo e dinâmico, ou 
seja, está em constante evolução. (SILVA, 2018). 
O conceito de sociedade civil surge quando incorporamos o Estado. Na 
composição da sociedade civil em relação ao Estado, podemos imaginar a 
sociedade civil como a relação entre indivíduos, grupos e classes sociais, 
desenvolvendo-se paralelamente ao equilíbrio de poder das forças da água. 
De acordo com Silva (2018) para a filosofia, a sociedade civil segue um 
conjunto de valores, de modo que a forma de uma época depende de como seus 
valores são distribuídos ou organizados. 
Esses valores representam o mundo como deveria ser, padrões ideais pelos 
quais a existência humana se realiza, refletida em ações e trabalho, em formas de 
 
18 
 
comportamento e nas conquistas da civilização e da cultura, isto é, bens que 
representam o objeto de cultura. 
Essa noção de sociedade geralmente não se reduz aos indivíduos que a 
compõem, mas envolve a teoria de uma consciência coletiva que é superior à 
consciência dos indivíduos que a compõem e que forma um todo único e diverso 
que é inexplicável ser, simplesmente pela soma de indivíduos que se reúnem para 
viver juntos, mas o elemento distintivo do fato social coletivo. 
A ideia de sociedade está longe de constituir um valor original e mais elevado, 
mas está condicionada pela sociabilidade das pessoas, ou seja, por algo que é 
inerente a todas as pessoas e aos seus valores. 
Dessa maneira, visa controlar e resolver as contradições, utilizando-se de 
recursos de persuasão e pressão, baseando-se na hegemonia e no consenso, ou 
seja, é na sociedade civil que o Estado controla os problemas econômicos, 
ideológicos, sociais e religiosos, intervindo como mediador. 
A sociedade civil, dessa forma, é constituída pelas forças sociais, as quais 
se organizam, associam-se e se mobilizam pelo interesseda coletividade. 
Assim, a sociedade civil é constituída por um espaço da vida social 
organizada que é independente do Estado, apresentando uma autogestão 
voluntária e, de certa forma, autônoma, mas limitada por uma ordem legal e normas. 
A sociedade civil se situa num campo entre a esfera privada e o Estado. 
Assim, exclui a vida familiar e individual, a atividade interna, as empresas 
particulares voltadas para o lucro e os esforços políticos para controlar o Estado. 
Os indivíduos da sociedade civil necessitam da proteção de uma ordem legal 
institucionalizada para preservar sua autonomia e liberdade de ação. Dessa 
maneira, a sociedade civil não somente restringe o poder do Estado, mas também 
legitima a autoridade estatal quando esta se baseia nas regras da lei. (SILVA, 2018). 
2.1 Perspectivas sociológicas contemporâneas 
Conforme Silva (2018) a sociedade civil e as organizações da sociedade civil 
apresentam um mesmo potencial para desempenhar suas funções, características 
 
19 
 
estruturais internas e suas intenções frente à sociedade moderna, uma das 
características mais importantes tem a ver com os objetivos e métodos dos grupos 
na sociedade civil. 
Nesse contexto, as oportunidades inseridas em sociedade, para desenvolver 
democracias estáveis, aumentaram significativamente, pois a sociologia vem 
trazendo a prática democrática. 
Dessa forma, à medida que um grupo busca conquistar o Estado ou dominar 
outros que disputam o mesmo espaço de atuação, ou pela não aceitação de normas 
legais impostas pelo Estado Democrático, o próprio caráter internamente 
democrático da sociedade civil afeta o grau no qual podem socializar seus 
participantes em formas de conduta democrática ou antidemocrática. 
Se os indivíduos ou organizações que compõem a sociedade civil funcionam 
como grandes escolas livres para a democracia, devem funcionar 
democraticamente em seus processos internos de decisão, elaboração de políticas 
e de escolha de seus dirigentes. (SILVA, 2018). 
Por tudo isso, a sociedade civil não é uma simples categoria residual, 
sinônimo de sociedade ou de algo que não é o Estado ou o sistema político formal. 
Além de serem voluntárias,autogeridas, autônomas e autorreguladas, as 
organizações da sociedade civil são diferentes de outros grupos sociais em vários 
aspectos, uma vez que a sociedade civil tem a finalidade pública antecedente à 
privada. 
Ainda, a sociedade civil deve se relacionar com o estado de certa forma, mas 
não com o objetivo de obter o poder formal ou o direcionamento do poder estatal. 
Do contrário, a sociedade civil busca do estado concessões, benefícios, alterações 
políticas, assistência ou compromissos, por meio de suas organizações e 
movimentos sociais que tratam de mudar a natureza do Estado, qualificando-se 
como parte da sociedade civil. Esses esforços visam o bem comum e não a 
obtenção de poder estatal para o próprio grupo (SILVA, 2018). 
De acordo com Silva (2018) outra característica é que a sociedade civil 
implica diversidade. Quanto mais pluralista se torna a sociedade civil sem se 
fragmentar, mais benefícios trará para a democracia. 
 
20 
 
Essa diversidade auxilia os grupos a sobreviver na sociedade civil e os obriga 
a aprender a cooperar e articular entre si. À medida que uma organização busca 
monopolizar um espaço funcional ou político na sociedade, sustentando que 
concebe a única via legítima, contradiz a natureza pluralista e orientada ao mercado 
da sociedade civil. 
Portanto, o pluralismo dentro de um determinado setor, como os direitos 
humanos, tem efeitos positivos, pois a competição entre diferentes associações 
num mesmo setor pode contribuir para garantir a responsabilidade e 
representatividade, proporcionando aos membros a possibilidade de mudar para 
outras organizações se aquela a que pertencem não cumprir esses requisitos. 
Por fim, o fator mais importante frente às novas perspectivas da sociedade 
trata-se da concretização democrática da sociedade civil e da institucionalização 
política. 
Esse processo é caminho pelo qual a democracia se amplia e se legitima 
frente os cidadãos, implicando em mudanças de conduta individuais e institucionais 
que normalizam as políticas democráticas e diminuem a incerteza. Ou seja, a 
sociedade civil tem um papel importante na construção e consolidação da 
democracia, mantendo sua autonomia e não se alienando em relação ao Estado. 
Quanto mais a sociedade civil for ativa, com recursos, institucionalizada, 
democrática e efetiva na relação com o Estado, mais contribuirá para a democracia. 
(SILVA, 2018). 
3 RELAÇÃO ENTRE CULTURA E SOCIEDADE 
A sociologia propõe dois fatos básicos: o comportamento humano mostra 
regularidade e padrões repetitivos, e os seres humanos são animais sociais, em vez 
de criaturas isoladas. (CHYNOI, 1975). 
Quando observamos as pessoas ao nosso redor, é mais provável que 
percebamos suas características (percepções, sentimentos e reações pessoais, 
tendências) e singularidade individual, em vez de suas semelhanças. Charles 
Cooley (1969) diz: 
 
21 
 
Não se dá o caso de que, quanto mais próxima estiver uma coisa do nosso 
hábito de pensamento, tanto mais claramente vemos o indivíduo? O 
princípio é muito semelhante ao que faz que todos [os chineses] nos sejam 
muito parecidos; vemos os tipos por ser tão diferente daquele que estamos 
acostumados a ver, mas somente quem vive dentro dele é capaz de 
perceber plenamente as diferenças entre os indivíduos. (COOLEY, 1969) 
Os aspectos repetitivos do comportamento humano constituem a base de 
qualquer ciência social. Para explicar as leis óbvias do comportamento humano e 
os fatos da vida coletiva, os sociólogos criaram dois conceitos, sociedade e cultura. 
A sociedade humana é inseparável da cultura, e a cultura humana só existe na 
sociedade.( ESCOSTEGUY, 2006). 
Conforme o autor citado anteriormente o conceito de relações sociais é 
baseado no fato de que o comportamento humano enfrenta os outros de inúmeras 
maneiras. 
Homens e mulheres não apenas vivem juntos, compartilham pontos de vista, 
crenças e costumes comuns, mas também se comunicam constantemente uns com 
os outros e moldam seu próprio comportamento por meio do comportamento e das 
expectativas dos outros. 
A interação não é uma ocorrência momentânea, mas um processo contínuo 
de ação e reação. As relações sociais são compostas de padrões de interação 
humana. Portanto, de uma perspectiva, a sociedade é uma rede de relações sociais. 
Uma sociedade é um grupo no qual homens e mulheres vivem juntos, é uma 
organização limitada a um ou mais objetivos específicos. Em qualquer sociedade, 
grupos menores podem ser encontrados em grupos maiores e os indivíduos 
pertencem a vários grupos ao mesmo tempo. Portanto, uma sociedade pode ser 
analisada de acordo com seus grupos constituintes e suas relações mútuas. 
Cada sociedade tem um modo de vida ou cultura, que define formas 
apropriadas ou necessárias de pensamento, comportamento e sentimento. Em 
sociologia, cultura se refere a todo o conteúdo que um indivíduo aprende como 
membro da sociedade. 
Na visão de Taylor (1911), a cultura é um todo complexo, incluindo 
conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes e quaisquer habilidades 
adquiridas pelo ser humano como membro da sociedade (CUCHE, 2002). 
 
22 
 
Para o antropólogo americano George Murdoch, a cultura é amplamente 
"ideal": refere-se aos padrões, crenças e atitudes sobre os quais as pessoas agem 
(CUCHE, 2002). 
A importância da cultura é que ela fornece conhecimento e tecnologia para 
capacitar os seres humanos a sobreviver física e socialmente e a dominar e 
controlar o mundo ao seu redor tanto quanto possível. 
O homem é o único animal culto, aliás, esta é uma das diferenças importantes 
entre o homem e os outros animais.( ESCOSTEGUY, 2006). 
Na definição de cultura, é importante aprender e compartilhar ao mesmo 
tempo. Os comportamentos comuns, embora não sejam aprendidos ou sejam 
peculiares aos indivíduos, não fazem parte da cultura. 
No entanto, não apenas comportamentos não aprendidos, como reflexos, 
mas também traços pessoais podem ser influenciados ou alterados pela cultura. 
(ESCOSTEGUY, 2006). 
3.1 Cultura e identidade brasileiras 
No planeta em que vivemos, somos todos diferentes. Porque cada um de nós 
ocupa um espaço no mundo, tanto geograficamente como socialmente. E isso nos 
permite acessar certos elementos culturais que, se estivéssemos em outro lugar de 
outra forma, não acessaríamos. 
Assim, vamos construindo a nossa identidade na sociedade, e nos 
percebendo como parte da cultura, ao mesmo tempo em que alimentamos essa 
própria cultura. (BARROSO, 2017). 
Para o sociólogo Manuel Castells, (2008) a identidade é fonte de significados 
e experiências de um povo, de uma nação, de uma etnia, de um grupo social que 
se arquitetam por meio de atributos culturais partilhados, como, por exemplo: língua, 
dança, música, alimentação, crenças, valores, entre outros. 
Todos esses elementos configuram o modo de um grupo social ser e se 
apresentar para o mundo, podendo ter algumas características específicas os quais 
 
23 
 
caracterizam ou ainda mesmo dividem alguns desses elementos com outras 
sociedades. 
Portanto, a identidade se refere a como você é identificado em uma 
determinada cultura, ou seja, ela apresenta suas características em termos do seu 
reconhecimento no mundo. 
Deste modo, você é percebido pelos outros a partir dos elementos culturais 
que manifesta ao mundo, e, por isso, você é reconhecido. Assim, não é sempre que 
temos o controle sobre como as pessoas nos rotulam. 
Podemos dizer que esses rótulos são dados a partir de características as 
quais os outros reconhecem em nós. Em relação a um time, a um gosto musical ou 
mesmo a estilo de vestimenta, podemos tomar decisões conscientemente de como 
gostaríamos de ser reconhecidos, entretanto, em relação a outras características 
nossas, como a altura, a cor da pele ou mesmo condição social, talvez não 
tenhamos o mesmo controle. Muitas vezes, não vamos simpatizar com os rótulosque são identificados em nós. ( BARROSO, 2017). 
Ao mesmo tempo, a identidade pode ser partilhada com quem vive da mesma 
forma que você, seja quando assuma certas posições, seja por conviver em uma 
mesma situação de faixa etária, de gênero, ou mesmo vivenciando a mesma 
enfermidade. 
Essa partilha se realiza por meio dos elementos culturais que o indivíduo 
divide, conscientemente ou não, com a sociedade a qual ele pertence. Assim, a 
identidade individual se constrói em meio a identidade coletiva e vice-versa. 
De acordo com Barroso (2017) conceituando cada termo, podemos dizer que 
a identidade individual alude aos aspectos culturais aos quais cada pessoa se 
reconhece como tal, seja por gosto musical, religioso, profissional, entre outros. 
Esses aspectos podem ser definidos pelas próprias pessoas ou serem percebidos 
pelos outros como algo que a diferencia do restante da sociedade. 
Portanto, um conjunto de pessoas pode constituir uma identidade coletiva, 
uma vez que se reconheçam com algo em comum, seja por ter nascido no mesmo 
estado, por partilhar a mesma língua ou por gostar do mesmo time. 
 
24 
 
De qualquer modo, compreende-se que identidade de uma etnia, de um 
povo, de um grupo social é sempre relacional, como nos lembra Barth (1998). Pois 
o que é construído em uma nação se dá a partir de elementos culturais aceitos ou 
negados em relação a identificação de outros grupos, podendo modificar-se com o 
tempo ou até mesmo como é percebido em relação a outros indivíduos ou grupos. 
Assim, podemos dizer que a identidade de uma sociedade se dá justamente 
na relação que ela tem com outros grupos sociais a sua volta. 
Pois, dependendo de quem está por perto, são escolhidas características 
culturais para evidenciar como essa sociedade pode ser localizada, percebida e 
analisada. 
Pode-se destacar um prato típico, uma culinária específica, uma dança 
tradicional, componentes linguísticos próprios, as formas de se vestir, entre outros. 
( BARROSO, 2017). 
Logo, os elementos que definem a identidade podem ser variados e 
complexos, de modo que o conjunto deles é que modelam e identificam os grupos 
e os indivíduos, como reforça Castells (2008, p. 23): 
A construção de identidades vale-se da matéria-prima fornecida pela 
história, geografia, biologia, instituições produtivas e reprodutivas, pela 
memória coletiva e por fantasias pessoais, pelos aparatos de poder e 
revelações de cunho religioso. Porém, todos esses materiais são 
processados pelos indivíduos, grupos sociais e sociedades, que 
organizam seu significado em função de tendências sociais e projetos 
culturais enraizados em sua estrutura social, bem como em sua visão 
tempo/espaço. (CASTELLS, 2008) 
 
Assim, mostra-se que a identificação por meio da identidade se dá por um 
composto de elementos que, conjuntamente, definem aspectos culturais dos 
indivíduos ou grupos sociais. 
Ao mesmo tempo, alguns aspectos culturais que conformam a identidade 
podem ser modificados com o passar dos tempos pela dinamicidade em questão, 
como povos indígenas originários de determinado lugar e que mudam de local de 
moradia devido à escassez de alimento. 
 
25 
 
Falando mais especificamente das nações e da construção de identidade 
nacional, podemos dizer que o sentimento de um povo é construído com base em 
suas lutas socio-históricas, evidenciando suas conquistas e os melhores feitos 
diante de disputa com outras nações como produto de uma memória coletiva e 
seletiva de fatos vividos que orgulhem seu povo. 
Esse sentimento de identidade de um povo une os membros de um mesmo 
grupo social, reproduzindo e reforçando suas práticas sociais, que os identificam 
entre outras partes do mundo. ( BARROSO, 2017). 
Assim, a língua, o local e a história podem consolidar a imagem que se tem 
de uma nação, fazendo com que os indivíduos que lá estão se sintam parte 
integrante de uma sociedade ou nação. 
Como nos lembra Reinheimer (2007, p. 166), “[...] a identidade nacional 
precisa ser observada a partir das situaçõesm específicas nas quais ela foi acionada 
como forma de escapar à naturalização e à reificação que o conceito pode 
acarretar.”. Ou seja, para pensar em identidade nacional, temos de pensar em que 
sentido ela foi acionada e como podemos elucidar os componentes que identificam 
a nação, de modo que os membros da sociedade em questão se reconheçam 
através desses elementos. 
Segundo Barroso, 2017 também podemos dizer que a identidade também 
pode ser disputada, já que o modo como as indivíduos e grupos são reconhecidos 
no mundo permitem diferentes acessos ao que está disponível no mundo. 
Ou seja, ser percebido como uma nação rica, segura e poderosa pode 
facilitar relações comerciais com outros países, enquanto que, ser considerada uma 
nação violenta e pobre, pode não ter a mesma facilidade. 
Todavia, como a identidade não é estática, a nação rica tem que continuar 
se esforçando para manter o modo como é vista, e a nação desfavorecida vai tentar 
transformar a forma como é percebida pelas outras sociedades. 
Interessa para Barth (1998) pensar essas “fronteiras étnicas” de um grupo 
social com o objetivo de compreender as dinâmicas do grupo que estão, 
constantemente, em interação com outros grupos, pois é por meio desse contato 
que a sua identidade é definida. 
 
26 
 
Nesse sentido, cada grupo evidencia o que é diferente entre eles a fim de 
caracterizar e explicitar a especificidade que compartilha entre seus membros. 
Assim, essas características são como uma marca que rotulam o indivíduo ou grupo 
social. 
Para além da questão econômica, há um conjunto de sentimentos que fazem 
com que seus membros se identifiquem com o seu país, favorecendo a integração 
nacional enquanto território reconhecido pela nação como tal. 
Nesse sentido, a união das partes territoriais integradas favorece que seus 
habitantes tenham consciência de unidade. Esse amálgama decorrente da 
convivência no mesmo território evidencia a nação, coforme menciona Moreno 
(2014, p. 18), a nação seria: 
[...] uma “comunidade imaginada” – como o são todas as sociedades, 
necessariamente, uma estrutura social e um artifício de imaginação 
(Balakrishnan, 2000, p. 216) – e alicerçada sobre as transformações 
geradas por novas relações sociais de produção que despontam com a 
modernidade. (MORENO, 2014) 
Nesse sentido, o que se entende por nação não é algo homogêneo e pronto, 
mas perpassa conquistas, disputas e contestações que o próprio povo vivenciou a 
favor da constituição e da construção de uma identidade comum. 
Também não quer dizer que todos os membros tenham uma identidade 
única. Eles partilham sobre o que é seu patrimônio cultural, os seus hábitos e modos 
de vida, o território em que estão aglutinados, entretanto, podem ter diferenças 
claras no que refere à gênero, raça e classe. 
Desse modo, vemos que um povo destaca sua semelhança quando é preciso 
lutar pelo bem comum, mas que os seus membros podem ser diferentes e ocupar 
posições sociais desiguais. 
Importa como falam de sua nação e como constroem a sua identidade 
nacional a partir do que tem em comum. Dependendo do que viverem juntos, esse 
discurso pode ser modificado, alterado e até mesmo corrompido. 
Logo, para refletir sobre identidade nacional, devemos analisar como diz 
Moreno (2014, p. 27-28): 
 
27 
 
Na atualidade, há, portanto, que se considerar uma longa trajetória de 
discursos de identidade nacional, veiculados no decorrer do tempo, que 
funcionam como uma história incorporada à qual não se pode desprezar. 
[...] A eficácia discursiva, simbólica e política de novas representações 
identitárias dependerá do diálogo estabelecido com elementos de 
permanência de longo prazo, dentro das condições e limites dados por 
conjunturas específicas. (MORENO, 2014) 
No Brasil, a identidade nacional vem acompanhada de um sentimento 
comum entre os brasileiros. São aproximadamente200 milhões de pessoas 
habitando um dos 25 estados ou o Distrito Federal. 
Apesar das especificidades regionais, esses habitantes dividem a mesma 
língua, a mesma história e alguns aspectos culturais, como vamos caracterizar 
adiante. 
Conforme Barroso (2017) a identidade brasileira é compartilhada entre quem 
habita, ou possui laços, com a cultura vivenciada no Brasil. Também aqueles 
nascidos no país e que imigram para outras partes do mundo se reconhecem como 
brasileiros, ou ainda estrangeiros que vieram para cá e compartilham da identidade 
dos brasileiros, por estarem aculturados. 
O território brasileiro foi ocupado pela colonização portuguesa a partir de 
1500, em meio a disputas do espaço com povos indígenas e outros países que 
tentaram colonizar o local, como a Espanha, Holanda e França. 
Diante do poderio de armas de fogo dos portugueses e da organização 
político-econômica, escravizou-se os povos indígenas e ainda trouxeram negros 
escravizados do Continente Africano. Assim, a formação do povo brasileiro foi 
constituída por povos dessas três origens: indígenas, europeus e africanos. 
Entre disputas e conquistas, cada povo que firmou morada no Brasil 
colaborou na formação do que hoje é entendido como o povo brasileiro, 
contribuindo, assim, com diversos elementos culturais que, atualmente, identificam 
a nossa cultura e a nossa identidade. 
Seja através da língua que falamos, da comida que comemos, do modo como 
nos vestimos, das religiões que temos, das músicas que escutamos, dos esportes 
que praticamos, partilhamos e dividimos aspectos comuns da cultura. 
 
28 
 
Logo, é preciso dizer que não precisamos partilhar de todos elementos da 
cultura nacional para termos uma identidade brasileira. Não é por que somos 
brasileiros que gostamos de carnaval ou mesmo de futebol, mas ao 
compartilharmos nossa história, nossa língua e aspectos da cultura partilhamos de 
um sentimento nacional, de um discurso específico, de uma sensação comum que 
nos torna pertencentes a identidade brasileira. 
A identificação e a valorização dessa identidade estabelecem uma integração 
nacional pela qual seus membros lutam e defendem suas fronteiras. Na escola, 
somos estimulados a cantar o hino nacional e a ter respeito pela bandeira que nos 
representa. Então, de forma consciente e inconsciente, vamos aderindo e adorando 
a pátria. ( BARROSO, 2017). 
A identidade individual é perpassada pela identidade nacional, de modo que, 
enquanto construímos a nossa identidade, estamos construindo essa identidade 
coletiva também. 
Assim, quando vamos para outros países, carregamos conosco a identidade 
nacional, e mesmo que não sejamos iguais a todos os brasileiros, reconhecemos 
elementos culturais comuns entre aqueles que tenham habitado qualquer parte do 
Brasil. 
3.2 Globalização e identidade cultural 
 
A globalização é um fenômeno que marca o século XXI, é caracterizada pela 
aceleração das relações e pelo desenvolvimento de redes de troca de produtos, 
serviços e informações. 
Graças à globalização, é mais fácil acessar informações e culturas das mais 
diversas regiões do mundo sem precisar viajar. Assim, a globalização influencia 
muito a formação de identidades culturais. (SCOPELL, 2019). 
Atualmente, a globalização, o avanço das tecnologias, as novidades 
mercadológicas e o cenário de desenvolvimento levam a uma reflexão: como tudo 
isso interfere nas formas de adquirir e entender a cultura e as identidades culturais? 
 
29 
 
As identidades culturais, segundo Rodrigues (2019), são um assunto complexo e 
que está constantemente presente na área das ciências sociais. Veja o que o autor 
afirma: 
De forma geral, entende-se por identidade aquilo que se relaciona com o 
conjunto de entendimentos que uma pessoa possui sobre si mesma e 
sobre tudo aquilo que lhe é significativo. Esse entendimento é construído 
a partir de determinadas fontes de significado que são construídas 
socialmente, como gênero, nacionalidade ou classe social, e que passam 
a ser usadas pelos indivíduos como plataforma de construção de sua 
identidade (RODRIGUES, 2019, documento on-line). 
Como tal, a identidade cultural preocupa-se em construir uma identidade para 
cada pessoa face ao contexto cultural em que vive: “A identidade cultural diz 
respeito à forma como vemos o mundo exterior e como o vemos em comparação 
com este. [...]” (RODRIGUES, 2019). 
Sousa (2019) ainda acrescenta o seguinte: 
A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios 
simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de 
determinados valores entre os membros de uma sociedade. Sendo um 
conceito de trânsito intenso e tamanha complexidade, podemos 
compreender a constituição de uma identidade em manifestações que 
podem envolver um amplo número de situações que vão desde a fala até 
a participação em certos eventos. (SOUSA, 2019) 
Como se pode observar, é possível mudar e desenvolver identidades 
culturais, à medida que as pessoas vivem, vivenciam e absorvem novas 
experiências. 
Sousa (2019) acrescenta ainda que a identidade cultural se forma quando as 
pessoas expressam as suas características e se integram com o mundo exterior. 
A identidade cultural está diretamente ligada ao espaço sideral. Assim, o 
cenário passou a servir de base para identidades culturais. 
Atualmente, devido à globalização, o ritmo da vida diária e os hábitos de 
trabalho estão se acelerando cada vez mais. Os humanos estão recebendo 
informações e estímulos sensoriais o tempo todo, em alta velocidade e em alto 
volume. 
Nesse cenário de processos instantâneos, o tempo e o espaço ganham 
novos significados: 
 
30 
 
O volume e a velocidade das informações em circulação determinam de 
forma decisiva o universo cultural da humanidade, gerando mutações no 
comportamento individual e comunitário. Todos se perguntam como 
sobreviver em um ambiente caótico e, ao mesmo tempo, muito 
interessante. [...] (MELO, 1998, p. 21). 
Tigueiro (2019) destaca que a atualidade é marcada por profundas 
mudanças na expressão e compreensão cultural, principalmente pelo fato de não 
haver mais lugar para as teorias lineares. 
O mundo de hoje é marcado pela diversidade em seus mais variados 
aspectos. Segundo o autor, isso cria uma nova fonte de referência para todos. Além 
disso, para ele: 
A globalização é um fenômeno irreversível, a sociedade tem que encontrar 
o caminho certo da convivência com a nova realidade que se aproxima. 
Sem dúvida, o século XX ficará marcado na agenda histórica como a época 
das grandes transformações geopolíticas, socioeconômicas, tecnológicas, 
da globalização, da comunicação e das culturas [...] (TIGUEIRO, 2019, 
documento on-line). 
Alguns autores afirmam o seguinte com relação ao cenário globalizado: 
Neste fim de século prevalece a tese de que o processo de globalização 
dos mercados há de se impor no mundo todo independentemente da 
política que este ou aquele país venha a seguir. Trata-se de um imperativo 
tecnológico, semelhante ao que comandou o processo de industrialização 
que moldou a sociedade moderna nos dois últimos séculos. (FURTADO, 
1998. apud. SCOPELL, 2019) 
É importante notar que a identidade cultural, por muito tempo, não é 
profundamente percebida. 
No entanto, à medida que as sociedades se desenvolveram e se 
modernizaram, começaram a surgir preocupações sobre como esses avanços 
tecnológicos poderiam afetar a criação de identidades culturais. 
Segundo Sousa (2019), neste contexto, a maioria dos investigadores 
defende a preservação global das tradições culturais, o que segundo esses 
pesquisadores mais conservadores, faz com que a globalização dificulte a formação 
de identidades culturais sólidas, principalmente pela variedade de expressões que 
apresenta, o que torna a cultura absolutamente nada possível. 
 
31 
 
Porém, existe outra corrente, mais atualizada, que acredita que o 
desenvolvimentotecnológico possibilita a elaboração de novos conceitos sobre a 
identidade cultural. 
[...] muito em voga com o desenvolvimento da globalização, a identidade 
cultural não pode ser vista como sendo um conjunto de valores fixos e 
imutáveis que definem o indivíduo e a coletividade da qual ele faz parte [...] 
(SOUSA, 2019). 
Um dos autores que defende a relação entre globalização e identidade 
cultural é Canclini (1981), ele acredita que as identidades não devem ser pensadas 
como um patrimônio a ser preservado, mas que as modificações na sociedade 
permitem a formulação de novas identidades. 
Considere ainda o que afirma Sousa (2019): 
Com esses referenciais, antigos problemas que organizavam os estudos 
culturais perdem a sua força para uma visão de natureza mais ampla e 
flexível. A antiga dicotomia que propunha a cisão entre “cultura popular” e 
“cultura erudita”, por exemplo, deixa de legitimar a ordenação das 
identidades por meio de pressupostos que atestavam a presença de 
esferas culturais intocáveis em uma mesma sociedade. Além disso, outras 
investigações cumpriram o papel de questionar profundamente o clássico 
conceito de aculturação. (SOUSA, 2019) 
Como tal, a globalização tem um impacto positivo e negativo na identidade 
cultural. No sentido negativo, prejudica a cultura, pois as pessoas evitam visitar 
lugares físicos, preferindo lugares virtuais. 
Além disso, as pessoas evitam participar de eventos menos tecnológicos, o 
que limita sua capacidade de vivenciar altas culturas. Por outro lado, os aspectos 
positivos da globalização envolvem o fácil acesso a diferentes culturas com rapidez 
e a democratização via Internet, por exemplo. (SCOPELL, 2019). 
É importante você ter em mente que o mundo globalizado é a realidade atual. 
Portanto, é preciso considerar esse contexto e aliá-lo à formação das identidades. 
A ideia é evitar os aspectos negativos na medida em que a valorização dos 
patrimônios seja mantida e divulgada. 
Nesse contexto, os elementos tecnológicos podem servir para que as 
culturas não se percam. Além disso, as culturas podem ser menos rígidas, 
possibilitando novos tipos de manifestações. 
 
32 
 
Ao falar sobre cultura e identidade cultural, é importante entender que a 
cultura não se perderá e que a identidade cultural pode se desenvolver ao longo do 
tempo com base na participação e experiência de todos. 
Portanto, a cultura não é algo fixo ou imutável, mas é moldada de acordo 
com a experiência das pessoas na sociedade. Escritores como Zygmunt Bauman, 
da Polônia, acreditam que a cultura é tão flexível que pode ser comparada à água, 
que está sempre mudando. 
Para Bowman, a "mobilidade social" ocorre por meio de vários processos, 
como a adaptação cultural. Quando duas ou várias sociedades de culturas 
diferentes entram em contato e aceitam suas diferenças, ocorre a adaptação 
cultural. (Rodriguez, 2019). 
3.3 Disseminação da cultura: do local para o global 
A globalização está cada vez mais enraizada na sociedade e continua a 
promover mudanças sociais drásticas. No campo cultural, isso também está 
acontecendo de diferentes maneiras. 
Gioielli (2004) destacou que, por um lado, é divulgar a cultura por meio da 
globalização e, por outro, valorizar a cultura local, resgatando as tradições e as 
peculiaridades de cada expressão cultural. 
O autor acredita que, diante desta situação, é necessário refletir sobre os 
diversos processos relacionados à formação das identidades culturais no mundo 
contemporâneo: “Se as identidades são protegidas nas diversas culturas locais ao 
longo da modernidade, com a consolidação da cultura global, mundo, estão sendo 
questionados e movidos para encontrar novas configurações [...] ” (GIOIELLI, 2004). 
Portanto, à medida que a globalização finalmente expande a comunicação e 
a rede de construção de significados, a disseminação cultural atual se dá em um 
fluxo global. Veja: 
Com isso, aquela que era a configuração hegemônica da identidade 
cultural durante toda a modernidade, a local, entrou em uma forte crise de 
significação, o que tem transformado decisivamente as percepções dessa 
questão. Dizer que um sujeito é brasileiro, inglês ou japonês já não diz 
muito no mundo global. Sabe-se que no interior de cada nação, ou 
 
33 
 
perpassando por várias delas, há outras redes de significado sustentando 
outras posições de sujeito que se apresentam mais relevantes (GIOIELLI, 
2004 apud SCOPELL, 2019). 
Como se pode ver, com o advento da globalização, o que antes era uma 
cultura local, privada e profundamente enraizada, acabará por cruzar fronteiras e se 
projetar em escala global. 
Seja pela publicidade, pelos meios virtuais ou pela velocidade de divulgação 
das informações, os costumes das pessoas, as edificações e até as atividades 
culturais podem ser facilmente projetadas em escala global. 
Portanto, “o que se observa é que, ao romper a identidade com a 
nacionalidade, ela vive um rico período de experimentação, mistura e divisão, o que 
diversifica sua configuração. [...]” (GIOIELLI, 2004). 
Segundo Gioielli (2004), Atualmente existe um processo de reconstrução 
identidade a decorrer através da difusão de novas culturas, neste contexto é 
necessário revisitar os modelos tradicionais que já não bastam para fazer face à 
diversidade de gostos, estilos e aparências dos dias de hoje. 
Gioielli (2004) também destaca que o cenário globalizado possibilita novas 
interações e a criação de contextos nos quais as pessoas na sociedade podem se 
aceitar e se afirmar, concordando ou não com uma cultura congelada. 
Canclini (1981) acredita que a projeção das culturas locais para um campo 
global colabora para se redescobrirem particularidades e diferenças de cada local. 
Como afirma Souza (2019). 
O processo de globalização estabelece uma nova relação entre as culturas 
locais e a cultura global. A disseminação da cultura mundializada influencia 
os padrões de comportamento, provocando uma valorização da tradição e 
um fortalecimento dos regionalismos manifestos na identidade cultural [...]. 
(SOUZA, 2019). 
Assim, cada cultura local e nacional apresenta elementos simbólicos que são 
projetados e impressos globalmente em uma sociedade moderna. Segundo Ortiz 
(2003), a difusão da cultura não é homogênea ou única. Isso acontece por meio de 
uma reconstrução em que os sentidos se misturam e novas relações se formam. 
 
34 
 
Portanto, a difusão da cultura do local para o global tem dois aspectos. Por 
um lado, a fácil difusão da cultura possibilita o estudo e o conhecimento dos mais 
diversos hábitos culturais de diferentes partes do mundo, como a culinária, a língua, 
a arte, a música e o vestuário. 
O que acontece não é apenas o acesso a essas informações, mas também 
a troca fácil e rápida. A desvantagem, no entanto, mostra que é importante garantir 
que esses novos padrões não impeçam manifestações locais no ponto em que se 
perdem na história. 
Considere ainda que a mídia, dentro dessa perspectiva, aparece como 
aparato facilitador e assume o papel de disseminar os objetivos desse novo 
paradigma de sociedade. 
São os meios através dos quais as informações em todas as suas dimensões 
são transmitidas e perigosamente controladas por um grupo a partir de seus 
interesses [...] (LIMA; NASCIMENTO: FARIAS, 2016 apud SCOPELL, 2019). 
Para Hall (2003), O que acontece neste momento de reconstrução cultural é 
um processo denominado “tradução”. 
O autor acredita que hoje existe um cenário em que todos ou cada grupo 
pode se declarar ou se adaptar a uma nova cultura, a partir da manutenção de 
formas tradicionais de expressão. 
Portanto, ao compartilhar esses mundos multiculturais (aqui considerados 
como espaços representativos), novas comunidades estão surgindo e identidades 
contemporâneas estão se consolidando, o que parece interessante. 
Na mídia, nas redes de computadores, na publicidade e na moda, formou-se 
um ambientecultural que sustenta a prática de vida, o comportamento, o 
pensamento e o gosto. É por meio da aquisição de mercadorias materiais e 
simbólicas e seu consumo por públicos específicos que essas práticas parecem 
formar novas comunidades em escala global. (GIOIELLI, 2004). 
No processo de globalização, os mercados de diferentes países e regiões 
influenciam-se mutuamente, reunindo commodities, informações e pessoas. Os 
costumes, tradições, alimentos e produtos típicos de um determinado lugar agora 
 
35 
 
estão aparecendo em lugares completamente diferentes. A quebra de fronteiras 
levou à expansão do capitalismo. 
Portanto, transações financeiras e expansão dos negócios podem ser 
realizadas. Os principais fatores que caracterizam a formação da globalização são: 
economia, cultura e informação. 
A seguir, você pode conhecer melhor os principais tipos de globalização 
(TIGUEIRO, 2019). 
 Globalização econômica: o surgimento dos blocos econômicos países que 
se juntam para fomentar relações comerciais, como é o caso do Mercosul e 
da União Europeia foi resultado desse processo. 
 Globalização cultural: a aproximação entre as diferentes nações do mundo 
também proporcionou a troca de costumes, culturas e tradições típicas. 
Estas, por sua vez, passam pelo processo de aculturação, que ocorre quando 
vários elementos culturais são misturados, criando uma espécie de mutação 
das culturas. 
 Globalização da informação: o desenvolvimento das tecnologias de 
informação, com destaque para o advento da internet, foi o principal 
responsável pelo surgimento desse tipo de globalização. 
4 O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE 
Ainda antes de nascermos somos seres em relação com o mundo. Primeiro 
somos gerados pelo imaginário materno, cultivados por meio da noção de mundo 
desse imaginário. 
Logo ao nascermos, iniciamos nossa jornada social. Somos atravessados 
pelas demandas familiares, somos frustrados por tais demandas ou temos sanado 
nossos desejos. Ou seja, nos constituímos na relação com o mundo influenciado 
pelas relações anteriores a nossa constituição. (AZEVEDO, 2020). 
O sujeito enquanto ser social reflete seu universo psíquico por meio do seu 
comportamento, expressando sua subjetividade conforme seu modo de agir. 
 
36 
 
Atravessado por suas escolhas e implicações ao mesmo tempo em que se relaciona 
com o mundo. 
Genuíno, efetivo, autêntico, assim o ser social é captado e dialeticamente 
integrado ao viver. Possui capacidade inerente de transmutar a própria natureza e 
a si mesmo sincronicamente. Dessa forma, o ser social se constitui como ser 
criador, não somente por sua capacidade de pensar, mas também por sua 
capacidade de agir de forma consciente e racional BARUS-MICHEL, (2004 apud 
(AZEVEDO, 2020). 
O ser social se constitui de acordo com sua natureza relacional, assim sendo, 
a partir das relações com outros sujeitos, tomando para si a realidade vivenciada 
por culturas anteriores ao seu existir. 
Desfruta da oportunidade de experimentar o manuseio dos instrumentos e 
dos aprendizados cultivados pelas gerações anteriores, com o objetivo de adaptar, 
aprimorar ou mesmo perpetuar os conhecimentos. 
As relações sociais também são prévias e inerentes a todo sujeito. Por 
exemplo, seu histórico familiar, a história do local em que vive os acontecimentos 
sociais, entre outros, colocam o sujeito em constante movimento e transformação 
na construção do ser social. 
O universo interior de todos os sujeitos se forma de acordo com questões 
provindas da cultura humana, ou seja, muitas das formas de agir e pensar de todo 
sujeito surgem de acordo com movimentos vindos de sua relação com o mundo e 
são importadas para a estruturação do ser social. 
Assim, o ser social está em constante formação por meio das relações sociais 
provindas do tempo presente ou do passado. E se disponibiliza por meio da conexão 
com sua própria subjetividade e com a subjetividade inerente às vivências sociais. 
Passa adiante sua herança social em progressiva vinculação com o mundo exterior 
e com a continuidade da movimentação da cultura humana BARUS-MICHEL, (2004 
apud AZEVEDO, 2020). 
 
37 
 
4.1 O indivíduo: ser social 
Através das relações sociais ”. O homem, desde o início, é considerado como 
uma entidade de relações sociais, incluindo normas, valores válidos na família, 
entre seus colegas, em comemoração à empresa. 
Assim, segundo Savoia (1989, p. 5), a formação da personalidade humana 
é o resultado de "um processo de socialização, no qual intervêm fatores inatos e 
adquiridos". Inato, queremos dizer o que herdamos geneticamente de membros de 
nossa família, e adquirido de cunho social e cultural. 
O homem é um animal que depende da interação para receber afeto, 
cuidados e até mesmo para se manter vivo. O homem deve se relacionar com os 
outros por diversos motivos: necessariamente para se comunicar, aprender, 
ensinar, para dizer que ama o próximo, para exigir melhores condições de vida, bem 
como melhorar seu ambiente externo, para expressar seus desejos e anseios. 
Vivemos em grupos diferentes (família, vizinhos, amigos, trabalho, igreja) nos 
quais interagimos e crescemos, os diferentes grupos sociais influenciam a vida do 
indivíduo. 
O indivíduo tem, para si, claras as características que o diferencia dos 
demais, como seus fatores biológicos, seu corpo físico, seus traços, sua psiquê que 
envolve emoções, sentimentos, volições, temperamento. Todavia, o indivíduo, 
como objeto de estudo da psicologia social e da sociologia, é considerado, segundo 
Ramos (2003, p. 238), da seguinte maneira: 
Indivíduo dentro dos seus padrões sociais, vive em sociedade, como 
membro do grupo, como “pessoa”, como “socius”. A própria consciência 
da sua individualidade, ele a adquire como membro do grupo social, visto 
que é determinada pelas relações entre o “eu” e os “outros”, entre o grupo 
interno e o grupo externo. (RAMOS, 2003) 
Entende-se por grupos internos o grupo de família, da escola. São os grupos 
de igualdade de atitudes, de opiniões. Já os grupos externos correspondem a 
grupos no qual não pertencemos, como por exemplo, as famílias que passam nas 
ruas, que encontramos em clubes sociais e esportivos, etc. 
 
38 
 
Então, quando estudamos sobre o indivíduo, percebemos a forma como ele 
organiza o seu pensamento, seu comportamento. 
Assim, iremos concluir que essa construção e organização ocorrem, a partir 
do contato que tem com o outro. 
Por isso, temos a necessidade de estudar não só o indivíduo enquanto ser 
social, mas este influenciado por padrões culturais diante da sociedade em que vive, 
pois a cultura fornece regras específicas. 
Assim, para compreendermos o indivíduo e a sociedade, precisamos 
entender a cultura à qual pertencemos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
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