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JEAN LUQUE	|	UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
Síndromes Geriátricas 
Caso clínico 1 
 
• Queixa e dificuldade para urinar; 
• Aumento da frequência de urinar; 
• Diminuição do jato ao urinar, além de precisar fazer 
força. 
No exame físico o paciente está em bom estado geral, corado, 
hidratado, abdome plano, flácido, indolor, distensão visível e 
bexiga palpável. 
O paciente tinha uma leucocitúria em seu exame de urina. 
A hiperplasia prostática benigna pode fazer com que o 
paciente tenha uma retenção urinária, e a chance de o 
paciente desenvolver uma infecção urinária é maior. 
Além disso, esse quadro pode cursar com uma insuficiência 
renal, que no caso aqui seria pós renal. 
O tratamento: 
• Precisa desobstruir o paciente; 
• Tratar a infecção urinária. 
Caso clínico 2: 
 
• A 30 dias a paciente teve fratura do punho direito, 
ao cair da própria altura; 
• A paciente apresenta cansaço facilmente; 
• HAS, DM, osteoporose e catarata; 
• Hipotensão ortostática. 
A paciente está apresentando uma série de sinais e sintomas, 
visto que ela tem vários fatores em sua saúde. 
• Devemos reavaliar as medicações que a paciente está 
tomando, pois pode ter um efeito no que está 
ocorrendo com ela agora; 
• Em um idoso, iremos encontrar multifatores causando 
uma situação; 
• Esses fármacos estão causando efeitos além das 
restrições inerentes da idade. 
Uma paciente polifarmácia é aquela que faz uso de 5 ou mais 
fármacos. 
• É necessário avaliar a necessidade de continuar com 
todos esses fármacos ou não, 
 
Segundo a OMS, idoso é aquela pessoa que tem 60 anos ou 
mais. Esse limite mínimo pode variar segundo as condições de 
cada país. 
O estudo do processo do envelhecimento é a gerontologia, 
enquanto os estudos das doenças que afetam a pessoa idosa 
é a geriatria. 
Envelhecimento: 
• O país está percebendo que a população no mundo 
está envelhecendo, e isso tudo é graças ao avanço na 
saúde e nas condições de vida; 
• Mais de 600 milhões de pessoas hoje em dia; 
• Até 2050 deve atingir 2 bilhões. 
Síndromes geriátricas: 
• Esse nome é dado para aquela condição clínica que 
acontece em indivíduos acima de 60 anos; 
• Afeta a capacidade dessa pessoa gerir a própria vida; 
• Alguns exemplos: 
o Imobilidade; 
o Instabilidade postural; 
o Incontinência. 
A funcionalidade global do idoso é a capacidade de ele gerir a 
própria vida, ou seja, cuidar de si mesmo. 
O idoso é considerado saudável quando é capaz de solucionar 
sozinho os problemas do dia a dia, de forma independente. 
Autonomia é a capacidade de decisão; 
Independência é a capacidade de fazer algo. 
Saúde do idoso: 
• É definida pelo funcionamento harmonioso de quatro 
domínios funcionais; 
o Cogniçao; 
É a capacidade de compreender e resolver os problemas do 
cotidiano, devemos avaliar como está a memória, a função 
executiva, a linguagem, a praxia (capacidade de executar um 
ato motor), a gnosia (capacidade de reconhecer os estímulos 
visuais, auditivos e táteis), e a função da viso-espacial 
(capacidade de localização no espaço e percepção das relações 
dos objetos entre si. 
o Humor; 
O humor é a motivação necessária para os processos mentais. 
o Mobilidade; 
 
 
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JEAN LUQUE	|	UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
A mobilidade é a capacidade de deslocamento do individuo 
dependendo da: postura/marcha, capacidade aeróbica e 
continência esfincteriana. 
o Comunicaçao; 
A comunicação é a capacidade de estabelecer relacionamento 
produtivo com o meio, isso é, a habilidade de se comunicar. 
Depende da visão, audição e fala. 
 
 
 
 
Síndromes geriátricas, o que caracteriza: 
 
1. Incapacidade cognitiva/comunicativa e 
insuficiência cerebral 
É o comprometimento das funções encefálicas superiores 
capaz de prejudicar a funcionalidade do individuo. É o prejuízo 
na independência funcional e autonomia do idoso. Inclui todas 
as condições capazes de interferir no desempenho cognitivo 
global de forma permanente ou temporária, progressiva ou não. 
Exemplos disso são demências, delirium, depressão e doença 
mental. A dependência nessas doenças costuma ocorrer. 
 
A. Demência: 
É o prejuízo lento e progressivo da função mental que afeta a 
memória, o pensamento, o juízo e o aprendizado. A prevalência 
de demência aos 60 anos é de 5% e duplica a cada 10 anos, 
chegando de 30 a 50% nos pacientes com 85 anos ou mais. 
O diagnóstico quanto mais precoce melhor, identificando as 
causas, de reversão ou não, incentivar mais atividades, proteção 
contra acidentes domésticos, reabilitação cognitiva. 
A triagem cognitiva: 
Minimental, que é a avaliação das funções encefálicas, devem 
ser feitos com frequência na pessoa idosa, e esses testes 
variam dependem também do nível de escolaridade do 
paciente. 
Lembrar que: 
• Qualquer pontuação acima de 24 pontos: cognição 
normal; 
• 20 e 24: demência leve; 
• 12-20 demência moderada; 
• Abaixo de 12 demência grave. 
B. Delirium: 
É uma condição aguda, que é como se fosse a pessoa estar 
fora do lugar. 
Tem início agudo, um déficit de atenção significativo, fica 
hiperativado, interrupção do ciclo sono-vigília, presença de 
alucinações. 
Os fatores predispostos: 
• Déficit cognitivo; 
• Idade maior que 65 anos; 
• Sexo masculino; 
• Múltiplas comorbidades; 
• Doenças crônicas; 
• Status funcional ruim; 
• Polifarmácia; 
• Idade avançada; 
• Hepatopatia; 
• Insipiência renal; 
• Doença terminal. 
Medicações, procedimentos médicos, doenças agudas, 
imobilização prolongada uso de equipamento e restrição física 
podem ser fatores precipitantes. 
C. Depressão: 
• As queixas centram-se na alteração de humor, sendo 
mais comum a tristeza e diminuição do interesse ou 
prazer em todas ou praticamente todas as atividades 
do dia; 
• São associados a sintomas como angústia, cansaço, 
queixas de memória, ansiedade, problemas com sono, 
perda ou ganho de peso, sentimentos de culpa 
excessiva, diminuição da concentração ou 
pensamentos recorrentes de morte. 
A depressão é uma das doenças mentais que mais atingem os 
idosos, e a grande maioria vivem com uma depressão não 
diagnosticada. 
Depressão sintoma é diferente de depressão doença. 
 
Essa depressão surge, muitas vezes, com sintomas 
inespecíficos, e pode não ter muitas características de ser de 
fato uma depressão. Por esse motivo é frequente que os idosos 
os e seus cuidadores não reconheçam esses sintomas antes 
da doença. 
Existe uma escala de depressão geriátrica: 
 
 
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JEAN LUQUE	|	UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
 
Devemos fazer essa escala com os idosos, e não devem se 
avaliados apenas uma vez, mas de maneira recorrente. 
A eletroconvulsoterapia está indicada nos casos urgentes, 
refratários ou quando o tratamento farmacológico não é 
seguro. 
O tratamento pode ser combinado, medicamentoso, 
psicoterapia e exercícios físicos também. 
• A escolha da droga deve ser analisada com calma por 
conta das interações medicamentosas e os efeitos 
colaterais. 
 
2. Instabilidade postural e quedas; 
• A mobilidade é a capacidade de deslocamento do 
indivíduo; 
• Depende da postura/marcha, da capacidade aeróbica 
e da continência esfincteriana; 
• Instabilidade postural: mudança súbita e não 
intencional do corpo em direção ao solo; 
• O envelhecimento causa alterações anatômicas e 
fisiológicas; 
• O idoso perde a capacidade de controlar sua postura, 
além de distúrbios da marcha. 
A cada ano, depois dos 65, aumenta o risco de queda. 
Medo de cair/síndrome pós-quedas: 
• Afeta aproximadamente 25ª 40% dos idosos, mesmo 
que nunca tenham caído e representa importante 
fator de risco para declínio funcional e piora da 
qualidade de vida. 
A queda pode ser sinal de uma doença aguda premonitória. E 
podem ser classificadas como: extrínsecas ou intrínsecas. A 
etiologia multifatorial. 
Causas intrínsecas: 
 
Causas extrínsecas: 
 
Algumas medicações podem também causar uma certa 
instabilidade postural, como os IECA, diuréticos, bloqueadores 
dos canais de Ca, hipnóticos também. 
3. Imobilidade;• É a dificuldade ou incapacidade de realizar as 
atividades de caminhar, subir escadas e/ou transferir-
se da posição sentada para ortostatismo. A causa 
pode ser temporária ou permanente. 
• As causas de imobilidade; 
o Doenças musculo esqueléticas; 
o Doenças neurológicas; 
§ Neurodegenerativas. 
o Doenças cardiovasculares. 
As consequências: 
 
 
4. Incontinência urinária/fecal; 
• É uma coisa que acontece muito com idosos; 
• Prejudica as atividades e a vida diária do idoso; 
• É a perda involuntária de urina; 
• Sintoma frequentemente negligenciado pelo 
paciente, médico e familiares. 
Os idosos com incontinência esfincteriana sofrem limitações 
de sua participação social, em virtude da insegurança gerada 
pela perda do controle miccional. 
Exames complementares: 
• Urinálise; 
• Medidas do volume urinário; 
• Eletrólitos; 
• Avaliação ginecológica e urológica; 
• US de abdome. 
Medidas de manejo: 
 
 
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JEAN LUQUE	|	UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
• Identificação da doença do trato urinário baixo 
responsável pela IU; 
• Evitar consumo de álcool e cafeína; 
• Reduzir a ingestão hídrica noturna; 
• Interromper o hábito do tabagismo; 
• Tratar constipação; 
• Tratar as penumopatias quando a IU é exacerbada 
pela tosse. 
Incontinência fecal: 
• Incapacidade de controlar a evacuação; 
• Prevalência; 
o Comunidade 3 a 4%; 
o Hospital: 10 a 25%; 
o Instituição de longa permanência 30 a 60%; 
o Associado a incontinência urinária 30 a 50% 
dos casos. 
As principais causas: 
• Fecaloma; 
• Uso abusivo ou inadequado de laxativos; 
• Prolapso retal; 
• Neuropatia diabética; 
• Carcinoma; 
• Fissuras ou fístulas anais; 
O exame físico completo, incluindo o toque retal e o exame do 
estado mental. 
 
5. Iatrogenia; 
• É o que o médico faz, ou seja, as complicações 
causadas por condutas médicas; 
• Idosos são mais susceptíveis a iatrogenia: 
o Declínio funcional de diversos órgãos e 
sistemas; 
o Alterações farmacocinética e 
farmacodinâmica; 
o Uso de várias medicações; 
o Presença de doenças agudas e crônicas; 
o Hospitalização mais frequente. 
O tratamento do idoso é muito complicado, visto que os 
médicos muitas vezes não possuem o preparo de avaliar um 
paciente polifarmácia, pensar em interações medicamentosas 
de tudo e como a saúde desse idoso pode ser afetada. 
Causas da iatrogenia: 
• Orientar bem o paciente, na prescrição médica; 
• Ignorar a resistência do paciente ou de seus 
familiares a adesão medicamentosa; 
• Ignorar a prescrição de outras especialidades; 
• Prescrição de um novo medicamento para tratar o 
efeito colateral de um tratamento anterior. 
Devemos ficar de olho em postergar cirurgias que poderiam 
ser feitas agora, e no futuro aumentam os riscos 
O não reconhecimento da dor e suas causas e manifestações. 
Saber sobre as síndromes geriátricas: 
O idoso precisa de uma avaliaçao global!! 
• Essas síndromes geralmente possuem múltiplas 
etiologias, e podem estar associadas a uma maior 
mortalidade. 
A incidência de reação adversas as drogas aumentam com a 
idade. É responsável por 3 a 5% das internações hospitalares. 
• Podem ocorrer de forma concomitante e 
compartilham fatores de risco entre si; 
• Associam-se a perda funcional e comprometem a 
qualidade de vida; 
• São de extrema complexidade terapêutica; 
a. Visto tratamento, efeitos colaterais.