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1 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO Tireoidopatias Anatomia da tireoide • A tireoide está localizada na região anterior do pescoço; • Inserida na parte anterior da traqueia; • A tireoide é formada por dois lóbulos e um istimo: É o segundo órgão mais vascularizado do corpo, ou seja, sangra muito. Além disso, temos 4 glândulas pequenas que ficam próximas da tireoide e são responsáveis por algumas funções: • Paratireoide: regula o cálcio; • Além disso, temos um nervo que inerva a laringe, chamado de laríngeo recorrente, e tem uma relação anatômica muito próxima da tireoide. Ou seja, problemas aqui: sangramento, problemas de cálcio (hipocalcemia) e problemas da voz por conta do nervo laríngeo recorrente. • Na anatomia convém lembrar que a via aérea está atras da tireoide, e isso significa que tireoides que crescem muito podem gerar dificuldades para o paciente respirar e engolir. Uma tireoide muito volumosa pode também comprimir o nervo laríngeo e gerar problemas de voz. Histologia: • As células que compõe a tireoide são as células foliculares, ou seja, aquelas que exercem a função fisiológica na tireoide; o Basicamente essa célula, que está em contato com a corrente sanguínea, retira o iodo da corrente, ou seja, é capturado, e será transformado no hormônio tireoidiano. Existe um receptor na membrana da célula folicular que faz esse hormônio funcionar, chamado de TSH. Ou seja: as células foliculares funcionam a partir do estímulo do TSH. Um cisto tireoidiano geralmente é um agrupado de folículos que se aglutinam e formam uma coleção um pouco maior. Além disso, existem cânceres que se formam a partir dessas células foliculares. • Existe também as células parafoliculares, e elas não atuam na função tireoidiana, e sim produzem um hormônio responsável por regular o metabolismo do cálcio no corpo, que é a calcitonina. Na prática do ser humano, quem realmente regula o cálcio no corpo é o PTH. O importante dessa informação é saber que existem também câncer de tireoide das células parafoliculares, e isso significa que a calcitonina é um marcador de câncer de tireoide, que é o carcinoma medular. Fisiologia: • O entendimento da fisiologia permite o entendimento de distúrbios endocrinológicos da tireoide; Hipotálamo produz um hormônio chamado TRH, e esse hormônio atuará na hipófise para produzir um hormônio chamado de TSH. O TSH irá atuar na tireoide, estimulando a captação de iodo, e a transformação de T4 e T3. O T3 que de fato atua nas células do corpo. Os hormônios tireoidianos são uma pílula da célula, regulam a atividade do metabolismo celular. Muito hormônio significa 2 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO metabolismo acelerado, pouco hormônio significa metabolismo lento. O T3 e o T4 funcionam ligado a albumina e de forma livre, e especialmente a função livre do T4 atua fazendo feedback negativo no hipotálamo e na hipófise. • TSH aumentado, T3 E T4 baixo: hipotireoidismo primário, pois o problema está na tireoide; o Aqui deixa de ter feedback negativo. • TSH baixo e T3 e T4 baixo: hipotireoidismo secundário. 1. Hipotireoidismo: • Pode ser primário quando a origem é na tireoide; • Secundário quando a origem é na hipófise; • Terciário quando a origem é no hipotálamo. A aula será sobre a origem na tireoide, ou seja, o hipotireoidismo primário. As 4 causas principais são as seguintes: A. Tireoidite de Hashimoto; B. Baixa ingesta de IODO; C. Pós-operatório; D. Radioterapia. O quadro clínico: • Tudo relacionado a diminuição do metabolismo, e geralmente são poucos específicos: o Ganho de peso por retenção líquida; o Sono; o Depressão; o Queda de cabelo. O diagnóstico: • TSH elevado; • T3 e T4 baixo; • Presença de anticorpos, no caso de tireoidite de hashimoto: ANTI-TG e ANTI-TPO. O tratamento: • Reposição hormonal; • Levotiroxina, que é o hormônio tireoidiano artificial, é sintético e barato. 2. Hipertireoidismo: • É diferente de tireotoxicose; o Pois a tireotoxicose é simplesmente o aumento de hormônio circulante. Pode ser causado por: • Doenças de GRAVES; o Anticorpo que se liga contra o receptor de TSH, chamado de TRAB. • Tumor benigno que cursa com aumento de hormônio tireoidiano: nódulo hiperprodutor: bócio uninodular tóxico, chamado de doença de PLUMER; • BMT. O quadro clínico: Tudo que envolve a alta de metabolismo. • Agitação; • Taquicardia; • Hipertensão; • Hipertermia; • Perda de peso. Na doença de GRAVES, que é o hipertireoidismo mais comum, o paciente com GAVES terá bócio, pois o TRAB se liga ao TSH e faz a tireoide crescer, além de exoftalmia. O diagnóstico: • TSH baixo; • T3/T4: Alto; • TRAB: diagnóstico de GRAVES; • Cintilografia: mapeamento da atividade da glândula tireoide; o O contorno da tireoide será todo preenchido, ou seja, uma “borboleta” preta. • No caso da doença uninodular, iremos ter apenas um ponto preto. O tratamento: • O tratamento pode ser feito pela inibição da tireoide na produção de hormônio, ou remédios que atuam na conversão periférica dos T; o Drogas anti-tireoidianas; § Metimazol; § Propiltiouracil. Caso clínico e prática • Maria, 48 anos; 3 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO • QD: nódulo na região da garganta; HPMA: poderíamos perguntar questões relacionadas a síndrome compressivas, sendo essas perguntas as seguintes: • Disfagia; • Dispneia; • Disfonia. Podemos perguntar sobre questões relacionadas ao metabolismo: hiper ou hipo? • Perda de peso, ganho de peso; • Tremores; Sobre antecedentes: • Radiação? Pensando em câncer; • Antecedente familiar. No exame físico: suspeitamos de nódulo de tireoide. Na maioria das vezes um nódulo de tireoide tende a ser benigno, mas devemos nos atentar caso tenha: • Sintomas compressivos; • Multinódulos tóxicos; • Câncer. Antes do ultrassom, devermos nos guiar na função tireoidiana por meio da análise de exames. • Devemos saber se o paciente é hiper, eutireoidano ou hipo. o Hiper: TSH baixo; § Ver todas as possibilidades de etiologia, por meio de exame de anticorpo e cintilografia; § Na imagem, se apenas um ponto preenchido, pensar na doença de PLUMER. Vários nódulos, pensamos no BMT. Tireoide marcadinha na cintilografia pensamos em doença de GRAVES. • Plumer e BMT geralmente opero, GRAVES droga ou operação. Aqui devemos saber se o nódulo é quente ou frio, sendo quente nas duas primeiras situações, e frio na segunda. Mas no geral, quente ou frio é quando capta iodo ou não. o Hipotireoidismo: § TSH normal ou aumentado; § USG já pedimos; • Saber como é esse nódulo; § Um nódulo suspeito para câncer: acima de 1,5cm. Sólido. Hipoecogênico. Microcalcificações. Margens irregulares. Caso esse nódulo não apresente essas características, observo. Caso esse nódulo seja suspeito, faço PAAF. • A PAAF pode ser não diagnóstica, quando vem sangue, linfa, então repito o procedimento. • A PAAF pode vir benigna; • A PAAF pode vir indeterminada, o que significa patologista indeciso; • A PAAF pode vir suspeito para maligno; • A PAAF pode vir confirmado para maligno.