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LEISHMANIA CLASSIFICAÇÃO - Filo: Sarcomastigophora - Classe: Kinetoplastida - Ordem: Trypanosomatidae - Família: Trypanosomatidae - Género: Leishmania OBS: Taxonomia baseada em eletroforese enzimática . O debate sobre taxonomia está em andamento e, recentemente, novas espécies foram identificadas Subgênero Viannia - L. (Viannia) braziliensis, ● Região neotropical ● Não apresentam tropismo visceral ● Lesões no homem únicas, múltiplas, com caráter extensivo e tendência a produzir metástase ● Leishmaníase tegumentar americana - L. (V.) guyanensis, - L. (V.) lainsoni, - L. (V.) shawi, - L. (V.) naiffi Subgênero Leishmania - L. (Leishmania) infantum - L. (L.) chagasi ● Tendência a invadir as vísceras. ● Leishmaniose visceral - L. (L.) mexicana - L. (L.) amazonensi ● Lesões na pele e são benignas ● Estão associadas com quadros de Leishmaníase cutâneo difusa ou forma disseminada. A leishmaniose é primariamente zoonótica, com exceção de Leishmania donovani e Leishmania tropica, embora haja alguma evidência de que existem reservatórios animais para ambas as espécies na África e na Ásia. - ANTROPONOSE ● L. donovani ● L. tropica - ZOONOSE ● Demais sp. INTRODUÇÃO - O gênero Leishmania possui várias espécies de interesse na parasitologia médica. (Sp. Do novo mundo e do velho mundo) - Todas as espécies são heteroxênicas, e infectam eventualmente a espécie humana nas regiões tropicais. - Estima-se que 0,7 a 1 milhão e meio de novos casos de leishmaniose por ano sejam relatados por quase 100 países endêmicos. - O aumento do conflito em áreas endêmicas de leishmaniose cutânea e deslocamento forçado resultou em um surto . - A leishmaniose é uma doença relacionada à pobreza duas formas clínicas principais: leishmaniose visceral e leishmaniose cutânea. Brasil : 1º caso em 1855 (Cerqueira) MORFOLOGIA - Estrutura característica: Cinetoplasto – K DNA - Flagelados - Unicelular AMASTIGOTA - Encontradas no interior de macrófagos de mamíferos. PROMASTIGOTA - Encontrada no tubo digestivo do vetor. - Sem membrana ondulante. - Cinetoplasto na extremidade anterior do parasito REPRODUÇÃO - DIVISÃO BINÁRIA SIMPLES AMASTIGOTAS - Dentro dos Macrófagos PROMASTIGOTAS - Dentro do tubo digestivo do inseto HOSPEDEIROS INVERTEBRADOS - Habitat: Tubo digestivo do inseto - + 500 espécies / 30 espécies como vetores da doença - Gênero Lutzomyia para as Leishmanias do novo mundo - Gênero Phlebotomus para as Leishmanias do velho mundo Lu. whitmani Lu. wellcomei Lu. pessoai Lu. intermedia Lu. Flaviscutellata Lu. Longipalpis (Leishmaniose visceral) ● Pequenos ● Reproduzem em matéria orgânica em decomposição. ● Hábito de se alimentar ao anoitecer e ao amanhecer Nome popular: Mosquito palha, Birigui Vetor - Ordem Diptera - Família Psychodidae - Subfamília Phlebotominae - Gênero Lutzomyia OU Phlebotomus HOSPEDEIROS VERTEBRADOS - Habitat: Sistema fagocítico mononuclear - Grande variedade de mamíferos: roedores, tatu, tamanduá, preguiça, gambá, canídeos e primatas, incluindo o homem CICLO TRANSMISSÃO - Através da picada do inseto vetor infectado. - Leishmaniose visceral ● Transfusão sanguínea ● Acidentes de laboratório ● Congênita Leishmaniose Tegumentar Americana - Conhecida como botão-do-oriente - Brasil: úlcera de Bauru. (1908) – Tártaro emético - A LTA é primariamente uma enzootia de animais silvestres. - A transmissão ao homem ocorre quando este adentra áreas de mata para realizar suas atividades. Neste caso, a doença se transforma em uma zoonose. FORMAS CLÍNICAS - Leishmania cutânea (variante cutânea disseminada) - Leishmania mucocutânea - Leishmania cutâneo- difusa (LCD) Sistema imunológico Reconhecimento na Imunidade Inata - Receptores de reconhecimento de padrões nas células humanas (PRR) ● Reconhecem padrões estruturais que se repetem nos patógenos ● Chamados de Padrões Moleculares Associados a Patógenos (PAMPS) 1- Inicio da resposta imune inata 2- Células imunitárias inatas começam a amadurecer e diferenciar migrando para os gânglios linfáticos 3-5 APCs induzem a resposta imune adaptativa ( ativação de células T em células efetoras e diferenciação de células T em células de memória) 4- Linfócitos B virgens diferenciam em plasmócitos e de memória, 5-Linfócitos T CD4+ ativam macrófagos teciduais 6-Os anticorpos podem aumentar a função efetora de células inatas 7- Os anticorpos neutralizam os patógenos diretamente. 8- Linfócitos T citotóxicos pode matar diretamente células infectadas 9 -E induzir células infectadas / fagócitos para matar agentes patogénicos intracelulares, ou inibir a replicação do agente patogénico. Memória imunológica - Linfócitos B: Secreta anticorpo (Linfócitos B de memória) - Linfócitos T: Diferencia (Linfócitos T de memória) ● Linfócito T CD4+ - Th1 - Produção de INF-γ, TNF-α, estimula T CD8+ - Th2 - Produção de IL-4, IL-5, IL13 ● Linfócito T CD8+ - Elimina a célula infectada Leishmaniose tegumentar - As leishmanias têm tropismo por áreas descobertas da pele, com lesões cutâneas, limitadas ou não. - Pode haver complicações, com lesões severas de mucosas da boca, nariz e faringe. - L. (v.) braziliensis, L. (v.) guyanensis, L. (v.) lainsoni, L. (l.) amazonensis Leishmaniose Cutânea (LC) - formação de úlceras únicas ou múltiplas, confinadas na derme com ulceração da epiderme. - Densidade de parasitos nas bordas, com tendência à escassez nas úlceras crônicas - 2-8 sem. após infecção. - Resposta correlacionada ao tipo Th1 * - L. (V.) braziliensis : úlcera de Bauru (tendência cura espontânea) * - L. (V.) guyanensis : úlceras únicas ou múltiplas Leishmaniose Cutâneomucosa (LCM) - “ Espúndia ou nariz de anta” => Fase inicial : como visto anteriormente - meses ou anos após as lesões iniciais, há lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens. - É um processo lento de curso crônico. Com predominância de resposta imune do tipo mista. - L. braziliensis : atinge faringe, laringe, boca e traquéia Leishmaniose Cutânea Difusa (LCD) - Formação de lesões difusas não ulceradas em toda a pele, contendo grande número de amastigotas. - Há uma resposta imune celular deficiente, sendo que o paciente não responde aos tratamentos habituais. Com predominância de resposta imune do tipo Th2. - L. pifanoi (Venezuela) * L. amazonensis (Brasil) PROFILAXIA DIFÍCIL CONTROLE NAS ÁREAS FLORESTAIS - Proteção individual ou residencial - Construção das casas distante das matas em áreas de colonização - Doença ocupacional - Tratamento e vacina DIAGNÓSTICO - Clínico ● LTA- presença de úlcera de bordas cortantes/ com fundo granuloso e avermelhado. - Parasitológico: ● Exame direto (Biópsia da lesão) - Diagnóstico imunológico e molecular humano ● Imunofluorescência ● Aglutinação direta ● Intradermoreação de Montenegro (muito sensível, permanece positiva por toda a vida) ● Elisa - Proteína K39 ● PCR - Alta sensibilidade (até o nível de 1 parasita); - Pouca viabilidade no campo Controle de cura - Não existe método seguro - Reavaliações periódicas, 5-10 anos - Formas mucosas : 90% acontecem nos dois primeiros anos após cura das lesões TRATAMENTO - Glucantime (IV- 20mg-kg-dia-30dias) - Pentamidina - Anfotericina B LEISHMANIOSE VISCERAL Leishmaniose Visceral Americana / Calazar - Zoonose com o cão doméstico como reservatório - CALAZAR ● Caracterizada por febre irregular, de longa duração, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, anemia, emagrecimento e debilidade progressiva. ● OMS – Morte de milhares de pessoas no mundo- endêmica em 62 países. - AGENTES ETIOLÓGICOS : ● L. (L.) donovani (Ásia e África) ● L. (L.)infantum (Mediterrâneo,África e China) ● L. (L.) chagasi (América Latina) - Vetor : Lutzomyia longipalpis - CICLO ● Hospedeiro vertebrado (homem) : células do SMF (macrófagos), em órgãos linfoides como medula óssea, baço e linfonodos. ● Outras vias de transmissão - Congênita, Transfusões, Transplantes de órgãos, Acidentes de laboratório - FORMAS CLÍNICAS ● As leishmanias tem acentuado tropismo pelo SFM do baço, fígado, medula ósseae tecidos linfóides. ● Após a inoculação ocorre uma migração dos parasitos para os linfonodos e depois para as visceras, via hematogênica ou linfática; ● Diversas formas clínicas variando forma assintomática até forma crônica clássica; ● Dependente: Susceptibilidade genética para cura e para infecção, estado imune e nutricional do hospedeiro; ● Cerca de 90% de mortalidade em pacientes não tratados. ● Forma crônica : progressivo emagrecimento e enfraquecimento geral, leucopenia e trombocitopenia, anorexia e anemia, caquexia ● Incubação 20 dias a dois anos ● Febre 38-40C. ● Alterações hepáticas e esplênicas- Aumento do volume abdominal (hepatoesplenomegalia), órgãos densamente parasitados ● Alterações no tecido hemocitopoético - anemia, hemorragias ● Alterações renais - lesões renais pela presença de imunocomplexos ● Alterações pulmonares - pneumonite intersticial devido a presença de material antigênico do parasita. Tosse seca. Leishmaniose visceral canina - No Brasil, os cães são os principais reservatórios da doença, que tem caráter endemo-epidêmico. - Os cães variam entre assintomáticos ATÉ um estado grave: - Úlceras disseminadas pela pele (rica em leishmanias). - As unhas longas indicam falta de atividade, em fase avançada da doença. - Descamação da pele, - Alopecia, - Perda de apetite, - Apatia, - Caquexia, diarreia Diferença entre leishmaniose tegumentar e visceral - As duas infectam células do sistema mononuclear fagocitário- SMF (Macrófagos, monócitos, etc) Vacina - 3 doses (R$ 120) em 21 dias - 92-95% proteção - Cães a partir dos 4 meses de idade, saudáveis e soronegativos para Leishmaniose Visceral Canina. DIAGNÓSTICO - Clínico ● Muito difícil - Parasitológico: ● Esfregaços de material oriundo do baço, medula óssea, linfonodos e fígado. ● Cultura Inoculação em animais. ● Exame direto (Biópsia da lesão Pós-Calazar - A leishmaniose dérmica pós-calazar ocorre em 5-10% dos casos de leishmaniose visceral na Ásia, desenvolvendo-se dois a três anos após o tratamento, ao passo que é observada em até 50% dos casos na África oriental, geralmente dentro de um ano de tratamento. - Ocorre após o tratamento da leishmaniose visceral causada por L donovani. - A fisiopatologia está ligada a uma resposta imune do hospedeiro induzida por interferon-γ contra parasitas dérmicos residua
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