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Mariana Marques – T29 PARASITOSES - PROTOZOÁRIOS Leishmaniose INTRODUÇÃO ▪ Doença: Leishmaniose tegumentar americana, úlcera de Bauru, Leishmaniose visceral ou calazar ▪ Doença do sistema Fagocítico Mononuclear ▪ Zoonose causada por um protozoário intracelular obrigatório ▪ Agentes etiológicos: Leishmania spp (possui muitas espécies) • Leishmaniose cutânea e mucocutânea: Leishmania braziliensis, • Leishmaniose cutânea difusa: L. amazonensis – pessoa deve estar em estado de anergia (citocinas pró-inflamatórias, é a mais comum no Brasil) • Leishmaniose visceral: L. chagasi ▪ Diferenciação das espécies: ocorre através da análise morfológica das formas evoluitas, de estudos do DNA, RNA e isoenzimas, da distribuição geográfica e de aspectos clínicos da infecção humana CARACTERÍSTICAS GERAIS ▪ Possui 3 formas morfológicas: promastigota metacíclica, amastigota e promastigota procíclica ▪ Possui características clínicas e epidemiológicas muito diversas ▪ Transmissão: • Picada do mosquito fêmea do Gênero Lutzomyia (Américas) e Phlebotomus (África, Europa e Ásia) • O vetor é mais conhecido como mosquito palha, birigui, cangalhinha, tatuquira • Fatores como morar em área rural, contato com matas, presença de reservatórios domésticos (cães com Leishmaniose visceral) ou presença de reservatórios silvestres aumentam a susceptibilidade a doença ▪ Formas evolutivas: • Amastigota: intracelulares, forma de multiplicação dentro do hospedeiro vertebrado, flagelo interiorizado, forma arredondada, forma infectante para o mosquito, possui multiplicação por divisão binária • Promastigota procíclica: responsável pela reprodução extracelular através de fissão binária no intestino médio do mosquito palha • Promastigota metacíclica: forma infectante para o hospedeiro vertebrado, forma de multiplicação no hospedeiro invertebrado, não se reproduz no homem CICLO BIOLÓGICO ▪ A leishmaniose é transmitida pela picada de flebotomíneas infectadas, ao se alimentarem de sangue, as flebotomíneas injetam promastigotas metacíclicos (o estágio infeccioso) de sua probóscide ▪ Os promastigotas são fagocitados pelos macrófagos e outras células mononucleares fagocíticas, onde os promastigotas se transformam em amastigotas (o estágio tecidual) ▪ Ao se alimentarem do sangue de um hospedeiro infectado, as flebotomíneas são infectadas pela ingestão de macrófagos infectados por amastigotas ▪ No intestino médio das flebotomíneas, os amastigotas se transformam em promastigotas, onde se multiplicam, se desenvolvem e migram para a probóscide Mariana Marques – T29 PARASITOSES - PROTOZOÁRIOS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ▪ Leishmaniose tegumentar americana: Forma cutânea e cutânea disseminada (úlceras satélites): • Causa infecções na derme, com epiderme ulcerada • Características: configuração circular, borda alta, fundo vermelho intenso granuloso podendo ter exsudato purulento, as lesões também podem ser verrucosas ou framboesiformes • Causada pelos L. braziliensis, L. guyanensis, L. amazonensis e L. lainsoni • Normalmente é uma doença benigna que na maioria dos casos resolve-se após alguns meses • Prevalência da resposta imune Th1 • Patogênese: parasito no interior de macrófago da pele + resposta inflamatória Forma cutâneo mucosa: • Causada pela L. braziliensis (principalmente) e pela L. guyanensis • O parasito produz por meses ou anos após lesão cutânea inicial primaria, lesões destrutivas secundárias em mucosas e cartilagens • Locais atingidos – nariz, faringe, boca, palato e laringe • As lesões secundárias são provenientes da migração do parasito por via hematogênica ou linfática • Prevalência de resposta imune Th1 exacerbada Forma cutâneo difusa: • Lesão inicial é uma úlcera única • As lesões secundárias correspondem a 40% são difusas não ulceradas por toda a pele, contendo grande quantidade de amastigotas • Causada pela L. amazonensis • É raro (curso crônico e progressivo) e não responde bem aos tratamentos • Prevalência da resposta imune Th2 • Patogênese: relacionado à deficiência imunológica (anergia) Mariana Marques – T29 PARASITOSES - PROTOZOÁRIOS ▪ Leishmania visceral: • Atinge o fígado, baço, medula óssea e linfonodos. • Possui forma assintomática, forma aguda (2 meses) e forma crônica (calazar clássico) • Sintomas: febre irregular e de longa duração (maior que 7 dias), falta de apetite e emagrecimento, fraqueza, esplenomegalia (hiperplasia e hipertrofia das células do SMF – densamente parasitadas), pode estar associado à hepatomegalia e pancitopenia DIAGNÓSTICO ▪ Leishmaniose tegumentar americana: • Clínico: observação de lesão e anamnese (confusão com câncer) • Parasitológicos: pesquisa do parasita (amastigotas) - coleta de material da borda, aposição em lâminas, meio de cultura – biologia molecular → Lesões recentes: concentração de macrófagos → Lesões crônicas: maior dificuldade de encontrar parasitas → Escarificação da borda da lesão cutânea com lâmina de bisturi • Imunológicos: avaliação da resposta celular: Teste de Montenegro → Inoculação intradérmica de um antígeno (promastigotas mortas) → Reações positivas: nódulo ou pápula → Reação de hipersensibilidade tardia ▪ Leishmania visceral: • Clínico: sintomatologia não específica • Parasitológico: Punção de medula óssea, baço, fígado e linfonodos ou biopsia através de meio de cultura, inoculação em animais ou biologia molecular • Imunológico: ELISA ou Imunofluorescência indireta PROFILAXIA ▪ Leishmaniose tegumentar americana: • Controle difícil em áreas florestais • Áreas domiciliares: uso de inseticidas • Proteção individual: repelentes e mosquiteiros • Proteção coletiva: limpeza de quintais e terrenos • Amazônia: construção de casas a 500m da mata • Diagnóstico precoce • Secretaria Municipais de Saúde: tratamento adequado ▪ Leishmaniose tegumentar americana: • Diagnóstico e tratamento dos doentes • Eliminação dos cães com sorologia positiva • Combate às formas adultas do inseto vetor
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