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PROCESSO PENAL - 25 03

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Lili Melo, agente penitenciária federal, no dia 13 de fevereiro de 2022, por volta das 15h, aceitou de Mévio Cavalcante a quantia de cinco mil reais, oferecida a fim de não autuá-lo em flagrante delito por porte de drogas ilícitas que se destinariam a um detento. Mévio e Lili Melo acabaram sendo presos em flagrante por outros agentes penitenciários que suspeitaram das atitudes suspeitas dos flagranteados. Ambos foram levados à audiência de custódia e em seguida liberados, aguardando o processo em liberdade. 
Soube-se que Mévio, reincidente em crimes de tráfico e homicídio, anda ameaçando as testemunhas do caso. Lili está suspensa de suas atividades como agente penitenciária e colaborou com as investigações, tendo, inclusive, confessado o crime. 
O Parquet recebeu os autos do Inquérito Policial conclusos no dia 29 de março de 2022. Nos referidos documentos, há indícios de autoria e materialidade suficientes. 
RESPOSTA 1: Mévio, ao prometer vantagem indevida a funcionário público, para determina-lo a praticar, omitir ou retarda ato de ofício, qual seja a prisão em flagrante por porte de drogas, cometeu corrupção ativa, tipificada pelo art. 333 do Código Penal e crime o qual pode leva-lo por dois a dozes anos de reclusão, além de multa. 
Já Lili Melo, por sua vez, será enquadrada pelo art. 317, §§1º e 2º, pelo crime de corrupção passiva qualificada, uma vez ter aceitado a vantagem oferecida por Mévio e retardado um ato de ofício, qual seja sua prisão em flagrante, em razão da mesma. 
RESPOSTA 2: A peça cabível para a persecução penal é a Denúncia, uma vez se tratar de matéria a ser perquirida por meio de ação penal pública, cujo titular é o representante do Ministério Público. 
Segundo os incisos do art. 109, do CP, a prescrição incide nos seguintes termos: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.
Nesse caso, uma vez que o crime de corrupção passiva pode levar a 12 anos de reclusão, a prescrição sobre esse crime incide em 16 anos. Nesse caso, a Denúncia pode ser protocolada até o dia 13 de fevereiro de 2038, uma vez que a contagem se inicia a partir do dia da consumação do crime (art. 111, I, CP).
RESPOSTA 3 -> Uma vez envolvendo agente Federal, a competência para julgar o delito será da Justiça Federal  (TJSP, RT 702/337).
RESPOSTA 4 -> Nos termos do art. 313, I, para que seja decretada a prisão preventiva, o crime cometido deve ser doloso e a pena privativa de liberdade máxima atribuída a ele deve ser superior a 4 anos. Além disso, também é admitida a prisão preventiva nos casos em que o agente já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado (art. 313, II, CPP). No caso em comento, Lili se adequada ao art. 313, I, do CPP, enquanto Mévio se enquadra tanto no inc. I quanto no inc. II. Dessa forma, o Promotor pode requisitar a prisão preventiva de ambos os agentes.
RESPOSTA 5 -> Para que os acordos de não persecução penal sejam firmados, é necessário que uma série de requisitos estejam presentes no caso concreto, dentre elas pena mínima inferior a 4 anos, confissão formal e circunstancial do investigado e infração penal sem violência ou grave ameaça. Além disso, não pode ser caso de arquivamento (art. 28-A, caput, CPP). Entretanto, o §2º do art. 28-A do CPP estabelece que tal aplicação não incide nos casos em que o investigado for reincidente. Nesse caso, será possível, sim, a interposição de acordo de não persecução penal com relação à Lili Melo, mas não com relação à Mévio.

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