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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO PENAL
Extinção da Punibilidade
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Extinção da Punibilidade
DIREITO PENAL
Leonardo Castro
Sumário
1. Extinção da Punibilidade ........................................................................................................... 4
1.1. Causas Extintivas da Punibilidade ........................................................................................ 4
1.2. Morte do Agente ....................................................................................................................... 4
1.3. Anistia ......................................................................................................................................... 5
1.4. Graça ........................................................................................................................................... 5
1.5. Indulto ........................................................................................................................................ 6
1.6. Abolitio Criminis ....................................................................................................................... 6
1.7. Decadência ................................................................................................................................. 6
1.8. Perempção ................................................................................................................................. 6
1.9. Renúncia do Direito de Queixa ou Perdão Aceito .............................................................. 7
1.10. Retratação ............................................................................................................................... 7
1.11. Perdão Judicial ......................................................................................................................... 7
2. Crimes Acessórios ...................................................................................................................... 8
3. Parâmetros da Prescrição ........................................................................................................ 8
3.1. Imprescritibilidade ................................................................................................................... 9
3.2. Prescrição Antes do Trânsito em Julgado da Sentença (PPP) ........................................ 9
3.3. Consequências da PPP ao Inquérito e à Ação Penal....................................................... 10
3.4. Prescrição Após o Trânsito em Julgado (PPE) ..................................................................13
3.5. Momento Anterior ao Recebimento da Denúncia ........................................................... 14
3.6. Termo Inicial Antes do Trânsito em Julgado (PPP) ..........................................................15
3.7. Termo Inicial Após o Trânsito em Julgado ..........................................................................16
3.8. Prescrição no Caso de Evasão ou de Revogação do Livramento Condicional ..........16
3.9. Prescrição da Multa ...............................................................................................................16
3.10. Redução do Prazo Prescricional ........................................................................................ 17
3.11. Causas Impeditivas ............................................................................................................... 17
3.12. Causas Interruptivas ........................................................................................................... 18
3.13. Prescrição Segundo o Grau de Gravidade da Pena .......................................................20
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3.14. Prescrição no Concurso de Crimes ..................................................................................20
3.15. Perdão Judicial .......................................................................................................................21
Resumo ............................................................................................................................................ 22
Questões de Concurso ................................................................................................................. 32
Gabarito ........................................................................................................................................... 52
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1. Extinção da PunibilidadE
1.1. Causas Extintivas da PunibilidadE
Extinção da punibilidade
Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (REVOGADO).
VIII – (REVOGADO).
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Praticada infração penal (crime ou contravenção), nasce, automaticamente, a punibilidade, 
a possibilidade de o Estado punir, por sanção penal, a pessoa por ela responsável. Embora 
alguns poucos defendam a teoria quadripartida ao conceituar o crime – para eles, o delito é o 
fato típico, ilícito, culpável e punível -, a verdade é que, em posicionamento que beira à unani-
midade, a punibilidade não influencia na existência do crime ou contravenção penal. Se reco-
nhecida, por exemplo, a prescrição (CP, art. 107, IV), o crime permanece íntegro, mas não pode 
mais ser punido. Importante destacar, ademais, que o rol do art. 107 do CP é exemplificativo. 
Há outras causas extintivas da punibilidade no Código Penal e em leis penais especiais (ex.: 
CP, art. 312, § 3º).
1.2. MortE do agEntE
A pena não pode passar da pessoa do condenado (princípio da personalidade da pena), im-
posição estabelecida na Constituição Federal (art. 5º, XLV). Portanto, morto o autor do crime, 
a extinção da punibilidade deve ser declarada - nada impede, no entanto, que os herdeiros do 
falecido tenham de indenizar eventuais vítimas, na esfera cível, desde que o valor não ultrapas-
se o limite da herança.
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Para que seja declarada extinta a punibilidade, a morte deve ser comprovada por meio de 
certidão de óbito (CPP, arts. 62 e 155, parágrafo único). Entretanto, imagine a seguinte situ-
ação: “A” foi denunciado pela prática de um roubo (CP, art. 157). Dias depois, seu advogado 
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juntouaos autos do processo certidão de óbito em que se atestava a morte de “A”. Ouvido o 
Ministério Público, o juiz declarou extinta a punibilidade, com fundamento no art. 107, I, do CP. 
Tempos depois, foi descoberto que a certidão é falsa. Nesse caso, pode ser desconstituída a 
sentença? Para o STJ e STF, sim.
Tal circunstância, referente ao estado da pessoa, assemelha-se em tudo e por tudo com 
a hipótese da declaração de extinção da punibilidade fundada em certidão de óbito falsa, 
situação em que a jurisprudência remansosa do Pretório Excelso reconhece ser inexis-
tente a decisão que a decreta. (Precedentes do STF). (HC 286.575/MG)
1.3. anistia
Na anistia, o Estado renuncia ao direito de punir. Por meio de lei ordinária, editada pelo 
Congresso Nacional (CF, art. 21, XVII, e art. 48, VIII), com efeitos retroativos (ex tunc), um de-
terminado fato criminoso (e não um indivíduo) deixa de ser punido. Exemplo: Lei n. 13.293/16, 
que anistiou militares grevistas. São reconhecidas as seguintes espécies de anistia
Especial: para crimes políticos;
Comum: para crimes não políticos;
Própria: antes do trânsito em julgado;
Imprópria: após o trânsito em julgado;
Plena: menciona apenas os fatos que devem ser anistiados;
Restrita: menciona os fatos e exige algum requisito;
Incondicionada: não exige qualquer condição para ser concedida;
Condicionada: exige condição para ser concedida.
A anistia não pode ser revogada por lei posterior. Uma vez concedida, a punibilidade é ex-
tinta, dando fim a todos os efeitos penais da infração penal, mas mantidos os extrapenais. Ade-
mais, importante destacar que são insuscetíveis de anistia a tortura, o tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos (CF, art. 5º, XLIII).
1.4. graça
Na anistia, a clemência recai sobre fatos, e não sobre pessoas determinadas. Na graça, por 
outro lado, o beneficiado é alguém específico (ex.: João da Silva). A Lei de Execução Penal a 
intitula indulto individual (Lei n. 7.210/84, art. 188). Compete privativamente ao Presidente da 
República a concessão (CF, art. 84, XII), por decreto, e se trata de ato discricionário.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Mi-
nistério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
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O indulto individual ou graça pode extinguir a punibilidade (plena) ou apenas diminuir ou 
comutar a pena (parcial). Não há necessidade de aceitação por parte do beneficiado, exceto na 
comutação (CPP, art. 739) ou quando impostas condições.
1.5. indulto
O indulto coletivo é destinado a um grupo de indivíduos que atenda aos requisitos exigidos 
no decreto que o concede, de iniciativa do Presidente da República. No final de 2019, o atual 
Chefe do Executivo concedeu indulto, por meio do Dec. 10.189/19, aos agentes públicos que 
compõem o sistema nacional de segurança pública condenados por crime culposo ou por ex-
cesso culposo (CP, art. 23, parágrafo único). Pode ser total, quando extingue a punibilidade, ou 
parcial, quando há diminuição ou comutação da pena. Caso sejam impostas condições (indul-
to condicionado), o beneficiado pode recusá-lo.
Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão exe-
cutória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
1.6. abolitio CriMinis
Embora seja causa superveniente de extinção da tipicidade formal, sua natureza jurídica 
é de causa extintiva da punibilidade. Todos os efeitos penais são extintos, ainda que exista 
sentença condenatória transitada em julgado. Os efeitos civis, no entanto, são mantidos – se 
houver dano a ser reparado, a obrigação continua a existir. Sobre o tema, veja os comentários 
ao art. 2º, caput, do CP.
1.7. dECadênCia
A decadência é a perda do direito de queixa ou de representação em razão de inércia do 
seu titular. Em regra, o prazo é de 6 meses, contado do dia em que a vítima descobre a autoria 
do delito. Por ser prazo material (CP, art. 10), o prazo começa a correr imediatamente, pouco 
importando se o dia é útil ou não (veja os comentários feitos ao art. 103 do CP).
1.8. PErEMPção
A perempção é a perda do direito de ação provocada pela inércia processual do querelante. 
O aspecto processual da perempção é tratado no art. 60 do CPP, que descreve as hipóteses em 
que a ela ocorre. Para o Direito Penal, basta a conclusão de que o seu reconhecimento extingue 
a punibilidade.
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Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação 
penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias 
seguidos;
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, 
para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem 
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo 
a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
1.9. rEnúnCia do dirEito dE QuEixa ou PErdão aCEito
A renúncia ao direito de queixa é ato unilateral, que não depende de aceitação da outra 
parte, anterior à ação penal. Pode ocorrer somente na ação penal exclusivamente privada. Na 
ação penal privada subsidiária da pública, a renúncia não impede que o Ministério Público, a 
qualquer momento, dentro do prazo prescricional, ofereça denúncia. Pode ser expressa, por de-
claração escrita, ou tácita, quando praticado ato incompatível com o interesse na persecução 
penal (veja comentários ao art. 104 do CP).
Por outro lado, o perdão é ato bilateral, que depende de aceitação da outra parte, e ocorre 
após o início da ação penal. O querelado pode não ter interesse em ser perdoado por preferir 
provar sua inocência. Por isso, o CPP, em seu art. 58, fixa o prazo de 3 dias para que acusado 
diga se aceita o perdão. O silêncio importa aceitação. Ademais, o perdão pode ser expresso ou 
tácito, da mesma forma como acontece com a renúncia (veja comentários ao art. 105 do CP)
1.10. rEtratação
Retratação é o ato de retirar o que foi dito anteriormente. Pela própria natureza dessa cau-
sa de extinção da punibilidade, são poucos os crimes com ela compatíveis. Ademais, tem de 
existir expressa previsão legal que a reconheça. Exemplo: art. 342, § 2º, do CP (falso testemu-
nho ou falsa perícia).
§ 2º. O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente 
se retrata ou declara a verdade.
1.11. PErdão JudiCial
O perdão judicial não se confunde com o perdão do ofendido, em ação penal privada. A 
hipótese do inciso IX do art. 107 incide em ações públicas, cabendo ao juiz aplicar o perdão, 
com base em expressa previsão legal. Não depende de aceitação do beneficiado, que não 
pode recusá-lo. Dois exemplos:
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(1) Ao dar ré em seu automóvel, uma mãe, por imprudência, atropela o filho, causando-lhe a 
morte. Nesse caso, considerando o mal suportado pela homicida (homicídio culposo), 
não existe razão para puni-la. Por isso, deve ser extinta a punibilidade em razão do per-
dão judicial (CP, art. 121, § 5º).
§ 5º. Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências 
da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desneces-
sária.
(2) Nos últimos anos, uma pessoa criou, em sua casa, uma ave silvestre. O animal é bem 
cuidado, está domesticado e não há risco de extinção da espécie. De fato, a conduta 
inicial de adotar a ave foi errada, mas parece não existir mais motivo para a imposição 
de sanção penal. Essa é a razão de existir a hipótese de perdão judicial do art. 29, § 2º, 
da Lei n. 9.605/98,
§ 2º. No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, 
pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
2. CriMEs aCEssórios
Art. 108. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circuns-
tância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de 
um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
O crime acessório é aquele que depende de um delito anterior para existir. Exemplo: a lava-
gem de dinheiro (Lei n. 9.613/98, art. 1º). Por outro lado, o crime complexo é aquele que resulta 
da união de outros delitos. Exemplo: o roubo (CP, art. 157) mediante violência é a junção do 
furto (CP, art. 155) e da lesão corporal (CP, art. 129). Por fim, crime conexo é aquele praticado 
para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem do outro delito. Exemplo: 
o agente mata alguém (CP, art. 121, § 2º, V) para ocultar a prática de um estupro (CP, art. 213).
Segundo o art. 109, a extinção da punibilidade de um não impede a punição de outro. Por-
tanto, no último exemplo, se prescrito o estupro, a punição pelo homicídio se mantém, até que 
decorra seu próprio prazo prescricional. Não há vínculo existencial de um delito em relação ao 
outro em virtude da extinção da punibilidade.
3. ParâMEtros da PrEsCrição
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do 
art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, 
verificando-se:
I – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
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II – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI – em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.
Prescrição é a perda do poder-dever de punir do Estado. Pode se manifestar de duas ma-
neiras: pela prescrição do interesse em aplicar a pena (a PPP, ou prescrição da pretensão pu-
nitiva) ou de executá-la (a PPE, ou prescrição da pretensão executória). Um exemplo de cada 
para assimilar:
(a) Um furto é praticado. Apesar das investigações, a polícia nunca descobriu a autoria. 
Ultrapassado o período prescricional, temos a PPP.
(b) Fui condenado pela prática de um roubo. A sentença condenatória transitou em julgado 
no mesmo dia em que fugi. Vencido o prazo prescricional, jamais fui localizado, e o Es-
tado nada mais poderá fazer, afinal, extinta a punibilidade da PPE.
A divisão em PPP e PPE tem razão de existir: em alguns pontos, o cálculo da prescrição de 
cada uma não é igual. Ademais, as consequências são diversas, como veremos nos próximos 
parágrafos.
Prescrição da pretensão punitiva 
(PPP)
Prescrição da pretensão executória 
(PPE)
É considerada antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
Impede que o Estado busque 
título definitivo para execução de 
condenação.
Ocorre após o trânsito em julgado 
da sentença condenatória. Impede 
a execução da punição, mas são 
mantidos os efeitos secundários da 
condenação.
3.1. iMPrEsCritibilidadE
A Constituição Federal estabelece duas hipóteses de imprescritibilidade (art. 5º, XLII e 
XLIV).: o racismo (Lei n. 7.716/89) e os delitos praticados por grupos armados, civis ou milita-
res, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
3.2. PrEsCrição antEs do trânsito EM Julgado da sEntEnça (PPP)
A prescrição antes do trânsito em julgado da sentença condenatória é hipótese de PPP. É 
o prazo que o Estado possui para a formação do título executivo. De acordo com o art. 109 
do CP, a PPP é calculada com base na pena máxima em abstrato fixada para a infração penal, 
levando-se em consideração os parâmetros nele trazidos.
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No entanto, embora cristalina a redação do dispositivo, duas observações importantes de-
vem ser feitas:
(1) Os parâmetros do art. 109 não são exclusivos da PPP. Se quero descobrir a PPE, tam-
bém utilizo o art. 109, mas não mais com as penas em abstrato.
(2) Ao falar em prescrição, quando o CP menciona o trânsito em julgado, faz referência ao 
trânsito em julgado para a acusação, especificamente.
Para compreender quando usar a pena máxima em abstrato ou a pena em concreto, tenha 
em mente o seguinte: enquanto for possível piorar a situação do réu, a prescrição é calculada 
com base na pena em abstrato. Entenda:
(a) Pratiquei um roubo (pena de 4 a 10 anos). O crime ocorreu há alguns dias. Não há de-
núncia, não houve audiência, enfim, nada aconteceu. Qual será a minha pena? Não sei. 
Tenho apenas uma certeza: no máximo, 10 anos. Qualquer outro número é incerto. Por-
tanto, devo calcular a PPP com base nessa pena máxima em abstrato – a pena de 10 
anos prescreve em 16 anos (CP, art. 109, II).
(b) Fui condenado pela prática do roubo. O juiz fixou a pena mínima, de 4 anos. O Ministé-
rio Público, não satisfeito, recorreu. Qual será a minha pena? Não sei. Por enquanto, 4 
anos, mas o MP recorreu, o que pode fazer com que ela seja aumentada pelo Tribunal 
de Justiça (ou TRF).
(c) Fui condenado pela prática do roubo. O juiz fixou a pena em 5 anos. Ofereci recurso. O 
Ministério Público não quis recorrer (logo, transitou em julgado para a acusação). Qual 
será minha pena? Na pior das hipóteses, 5 anos. Posso conseguir diminui-la, se o tribu-
nal der provimento ao meu recurso, mas já existe uma certeza: 5 anos.
Enquanto não existir certeza da pena final, considere sempre o pior desfecho possível para 
o réu. Isso vale, inclusive, em relação às causas de aumento e de diminuição de pena quando 
trabalhamos com pena em abstrato. Exemplo: estou sendo acusado de praticar um roubo em 
concurso de pessoas (CP, art. 157, § 2º, II), que tem majorante de 1/3 até 1/2. Enquanto não 
existir sentençacondenatória transitada em julgado para a acusação, faço o cálculo com base 
no pior cenário. Ou seja: considero 1/2 (o máximo), e não 1/3 (mínimo).
• Cálculo do roubo majorado para a PPP, com base em pena em abstrato: a pena máxima 
é de 10 anos (CP, art. 157, caput). A majorante também deve ser considerada em seu 
máximo (1/2), totalizando 15 anos, com prescrição em 20 anos (CP, art. 109, I).
3.3. ConsEQuênCias da PPP ao inQuérito E à ação PEnal
Ocorrida a prescrição da pretensão punitiva, não será mais possível a instauração de in-
quérito policial – se já instaurado, deve ser trancado. Se houver ação penal em trâmite, pouco 
importa em qual fase esteja: deve ser extinta.
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3.3.1. Espécies de PPP
A PPP é dividida nas seguintes espécies:
(a) PPP propriamente dita: é a forma mais simples, calculada com base na pena máxima 
em abstrato, enquanto não houver sentença condenatória transitada para a acusação.
(b) PPP intercorrente ou superveniente à sentença condenatória: calculada com base na 
pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória, é a prescrição entre a 
publicação da sentença condenatória e o julgamento do recurso pela instância superior.
(c) PPP retroativa: com base na pena efetivamente aplicada pelo juiz, é feita uma análi-
se para trás, retroativa, em busca de prescrição anterior à publicação da sentença 
condenatória.
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3.3.2. Circunstâncias que Influenciam na PPP em Abstrato
Quando trabalhamos com pena em concreto, não há problema, pois o juiz já fez a dosime-
tria da pena. Basta, então, cruzar o número da pena definitiva (ex.: 5 anos) com os parâmetros 
do art. 109 do CP (ex.: 5 anos prescrevem em 12 anos). No entanto, para as penas em abstra-
to, atenção:
(1) Qualificadora e privilégio influenciam no cálculo. Em um furto simples (CP, art. 155, 
caput), a pena máxima é de 4 anos; no furto qualificado (art. 155, § 4º), a máxima é de 
8 anos. Portanto, há impacto sobre o cálculo da prescrição (4 anos prescrevem em 8 
anos; 8 anos prescrevem em 12 anos).
(2) Circunstâncias judiciais, analisadas na primeira fase da dosimetria da pena (vide co-
mentários ao art. 59), não podem fazer com que a pena fique além do máximo. Logo, 
não influenciam no cálculo da PPP em abstrato. O mesmo raciocínio vale para as agra-
vantes e atenuantes.
(3) As causas de aumento e de diminuição, todavia, influenciam no cálculo, pois podem 
elevar a pena acima do máximo ou reduzi-la abaixo do mínimo. Ao aplicá-las, considere 
sempre a pior situação possível. Exemplo: se a causa de diminuição for de 1/6 a 2/3, 
aplique o aumento mínimo (1/6); se for causa de aumento, considere a mais alta (2/3). 
A lógica: a pena em seu patamar mais alto é certeza. Não tem como ficar pior. Por isso, 
podemos utilizá-la como parâmetro dotado de certeza.
3.3.3. Prescrição Virtual
A prescrição virtual, projetada ou antecipada é calculada com base em uma realidade que 
ainda não existe. Funciona assim: consideradas as circunstâncias do caso concreto, se chega 
à conclusão de que não há mais tempo hábil para a persecução penal. Fatalmente, ocorrerá a 
prescrição. Com base nisso, a extinção da punibilidade é declarada imediatamente, antes mes-
mo de concretizada a PPP, para evitar esforço inútil, desnecessário. Para o STJ, o raciocínio 
não é válido. A PPP em perspectiva não pode ser aceita.
Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão 
punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte 
do processo penal.
3.3.4. Penas Restritivas de Direito
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as 
privativas de liberdade.
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As penas restritivas de direitos são substitutivas das penas privativas de liberdade. Por 
isso, o prazo prescricional é o mesmo para as duas penas. Não existe autonomia.
3.4. PrEsCrição aPós o trânsito EM Julgado (PPE)
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória
Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena 
aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o 
condenado é reincidente.
§ 1º. A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou 
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, 
ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
§ 2º. (REVOGADO).
A prescrição da pretensão executória (PPE) é a perda do poder-dever de executar sanção 
imposta por sentença condenatória transitada em julgado para a acusação. Por existir uma 
sentença condenatória definitiva, a PPE extingue apenas a pena principal. Todos os demais 
efeitos secundários, penais ou extrapenais, são mantidos.
3.4.1. Termo Inicial
A PPE passa a correr do trânsito em julgado para a acusação, quando a pena fixada pelo 
juiz se torna definitiva. Ex.: em um furto (pena de 1 a 4 anos), o juiz impõe ao réu o total de 2 
anos. A defesa recorre; o MP, não. Como a acusação não recorreu, é possível dizer qual o má-
ximo de pena que será aplicada: 2 anos.
Se concedida suspensão condicional da pena (CP, art. 77) ou livramento condicional (CP, 
art. 83), caso um dos benefícios seja revogado durante o período de prova, a PPE voltará a 
correr do dia em que for proferida a decisão revogatória. Ademais, se interrompida a pena por 
qualquer motivo (CP, art. 112, II), a PPE volta a correr (novo termo inicial).
3.4.2. PPE e Cálculo em Concreto
A partir do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação, não se fala mais 
em cálculo da prescrição com base em pena em abstrato. Conforme explicado anteriormente, 
usamos pena máxima em abstrato quando não temos certeza sobre a pena máxima que será 
aplicada pelo juiz. Se, hoje, pratico um homicídio qualificado (pena de 12 a 30 anos), a pena 
máxima (30 anos) é a única certeza que tenho. O magistrado pode, ao sentenciar, fixar 12, 14, 
17, 21 anos, mas nenhum destes valores é certo. Os 30 anos, por outro lado, tenho como parâ-
metro máximo e certo.
Quando proferida uma sentença condenatória, se a acusação não oferecer recurso, temos 
uma nova certeza: a pena máxima será aquela fixada pelo juiz. Exemplo: sou condenado à 
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pena de 3 anos pela prática de um furto.Não satisfeito com a pena, interponho recurso de 
apelação (CP, art. 593); o Ministério Público não recorre. O tribunal (TJ/TRF), quando julgar meu 
recurso, não poderá aumentar minha pena. Isso só seria possível se o MP tivesse recorrido, o 
que não aconteceu. Logo, temos certeza da pena de 3 anos, que pode até ser diminuída, mas 
não mais aumentada. Pelo mesmo motivo, não se usa mais pena em abstrato quando indefe-
rido o recurso da acusação. A discussão da pena máxima terminou.
3.5. MoMEnto antErior ao rECEbiMEnto da dEnúnCia
Em 2010, a Lei n. 12.234 adicionou importante alteração à parte final do § 1º do art. 110: 
a prescrição retroativa não pode ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. 
Certamente, a modificação, embora de redação singela, causou grande impacto a partir do 
momento em que passou a ser aplicada. Para compreendê-la, um caso prático:
(1) No dia 3 de fevereiro de 2020, consumo um furto (CP, art. 155, caput), com pena de 1 a 
4 anos, e prescrição em 8 anos (CP, art. 109, IV).
(2) Após 7 anos de investigação, o inquérito é concluído e sou apontado como autor do 
crime. O Ministério Público oferece denúncia e o juiz a recebe, em 2027. Como a pres-
crição ocorreria em 8 anos, a ação penal começou a tempo. Quando a denúncia foi 
recebida, a contagem foi zerada (CP, art. 117, I).
(3) Em 2028, o juiz profere sua sentença. A pena é fixada no mínimo legal, de 1 ano, com 
prescrição em 4 anos (CP, art. 109, V).
(4) O MP não recorre da decisão e a condenação transita em julgado.
Com base nesses dados, temos um problema: por ter se prolongado por 7 anos, ocorreu a 
prescrição retroativa durante a fase de investigação.
Apesar dos 7 anos de investigação, a prescrição não ocorreu. O motivo: segundo o § 1º do 
art. 110, a prescrição retroativa não pode ir aquém do recebimento da denúncia ou queixa. A 
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mudança é relevante para evitar a prescrição certa em crimes com penas menores (prescrição 
em 3 ou 4 anos, por exemplo), quando investido tempo em excesso na investigação policial ou 
pela demora no oferecimento da denúncia.
3.6. tErMo iniCial antEs do trânsito EM Julgado (PPP)
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final
Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
I – do dia em que o crime se consumou;
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em 
que o fato se tornou conhecido.
V – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em 
legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já 
houver sido proposta a ação penal.
O art. 111 estabelece o termo inicial do cálculo da PPP, que não é sempre igual. Em regra, 
o prazo começa a correr da data da consumação do delito – se permanente, cuja consumação 
se protrai no tempo, do dia em que a permanência acabou. Na hipótese de tentativa, do dia 
em que a execução frustrada cessou. Com os três primeiros incisos, resolvemos praticamente 
qualquer dúvida em relação ao termo inicial da contagem da prescrição.
No inciso IV, há hipótese especial, em relação a dois crimes específicos: o de bigamia e o 
de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil. Atualmente, com internet, ficou 
mais difícil a impunidade pela prática do delito de bigamia, por exemplo. Em algum momento, 
as informações serão cruzadas e o crime será descoberto. Todavia, imagine, há trinta anos, um 
caminhoneiro que fazia a rota Rio Grande do Sul – Maranhão. Ele poderia ter dez esposas es-
palhadas pelo Brasil sem talvez nunca ser descoberto. Da mesma forma, atualmente, é maior 
a chance de se descobrir alguma falsificação ou alteração referente a registro civil, mas foi 
mantido o inciso IV, incluído ao Código Penal em 1984.
Por fim, o inciso V foi adicionado ao art. 111 com a entrada em vigor da Lei n. 12.650/12 
– Lei Joanna Maranhão, em homenagem à nadadora brasileira, molestada por seu treinador 
quando tinha 9 anos de idade. O dispositivo busca evitar a prescrição de crimes contra a digni-
dade sexual de crianças e adolescentes. Entenda:
(1) O estupro de vulnerável (CP, art. 217-A) tem pena máxima de 15 anos, com prescrição 
em 20 anos (CP, art. 109, I).
(2) Em regra, a prescrição passa a correr do dia da consumação do crime.
(3) Agora, imagine alguém que, desde os 5 ou 6 anos de idade, sofre violência sexual em 
casa. Até que a vítima consiga ter idade suficiente para buscar ajuda, boa parte da pres-
crição terá corrido.
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Para evitar essa situação, temos duas regras para a prescrição em caso de crimes contra 
a dignidade sexual: (a) a contagem começa a correr do dia em que a vítima completa 18 anos 
de idade; (b) se a ação penal for proposta quando a vítima tem menos de 18 anos, a prescrição 
correrá normalmente, afinal, não haverá mais o risco da impunidade - o que se busca combater 
na primeira regra.
3.7. tErMo iniCial aPós o trânsito EM Julgado
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível
Art. 112. No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:
I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a 
suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-
-se na pena.
A PPE começa a correr desde o dia do trânsito em julgado da sentença condenatória para 
a acusação. Outro termo inicial é a revogação da suspensão condicional da pena (CP, art. 77) 
ou do livramento condicional (CP, art. 83), quando a prescrição volta a ser contada. Por fim, a 
PPE tem por novo termo inicial o dia em que presente qualquer causa interruptiva (CP, art. 117), 
quando a contagem do prazo é zerada.
3.8. PrEsCrição no Caso dE Evasão ou dE rEvogação do livraMEnto 
CondiCional
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional
Art. 113. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição 
é regulada pelo tempo que resta da pena.
Muitos imaginam que a fuga do preso enseja a suspensão do prazo prescricional. No en-
tanto, não existe previsão legal nesse sentido. Não existe nada que impeça a prescrição em 
caso de réu (vide art. 366 do CPP) ou condenado foragido. No caso de evasão do condenado, 
a prescrição tem de ser calculada com base no tempo que resta da pena. O mesmo raciocínio 
vale para a revogação do livramento condicional (vide art. 83 do CP).
3.9. PrEsCrição da Multa
Prescrição da multa
Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I – em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for 
alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
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Para o cálculo da prescrição da multa, temos de saber se a sua aplicação se deu de forma 
isolada, quando o prazo prescricional será de 2 anos, ou se cumulativamente à pena privativa 
de liberdade, quando a prescrição será calculada com base nesta.
3.10. rEdução do Prazo PrEsCriCional
Redução dos prazos de prescrição
Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do 
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
A PPP e a PPE devem cair pela metade quando o agente, na época dos fatos, tinha 18 anos 
de idade ou menos de 21. A mesma regra vale para o indivíduo que, na data da sentença, tinha 
mais de 70 anos de idade. Exemplo: “A” praticou o crime de furto simples (CP, art. 155, caput), 
com PPP de 8 anos (CP, art. 109, IV). No entanto, na época da conduta, o criminoso tinha 19 
anos, fazendo com que a PPP caia para 4 anos.
3.11. Causas iMPEditivas
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da exis-
tência do crime;
II – enquanto o agente cumpre pena no exterior;
III – na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e
IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal.
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre 
durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
O art. 116 elenca hipóteses de suspensão da prescrição. No art. 117, o CP descreve as 
causas de interrupção. Entenda:
(a) Suspensão: o prazo não corre enquanto presente causa impeditiva. A partir do momen-
to em que a causa desaparece, o prazo volta a correr, observado eventual tempo já 
decorrido. Exemplo: em um prazo prescricional de 8 anos, surge, no 3º ano, causa sus-
pensiva. Quando esta deixar de existir, a prescrição deve durar apenas pelo restante do 
que falta – no caso, 5 anos (8 – 3 = 5).
(b) Interrupção: quando presente uma das causas, o prazo é zerado. Exemplo: em um prazo 
prescricional de 8 anos, passaram-se 7 anos. No momento em que a denúncia é recebi-
da (art. 117, I), a contagem é zerada e volta a correr novamente – todos os 8 anos.
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A primeira hipótese de suspensão se dá por questão prejudicial, quando a apuração do 
delito depende da decisão de outro processo. Exemplo: o indivíduo é denunciado por bigamia 
(CP, art. 235), mas a nulidade de um dos casamentos está em apuração em ação própria, na 
esfera cível. O juízo criminal não tem como analisar o § 2º do art. 235 enquanto o juízo cível 
não decidir a questão pendente.
§ 2º. Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, 
considera-se inexistente o crime.
Outra hipótese de suspensão é o cumprimento de pena no exterior, inciso (II) de relevante 
importância quando tratamos de situação de extraterritorialidade (veja comentários ao art. 7º 
do CP). Ademais, a prescrição também não corre quando o réu interpõe recurso inadmissível 
aos Tribunais Superiores. O objetivo é evitar o uso de meios processuais para forçar a ocorrên-
cia da prescrição.
Por fim, permanece suspensa a prescrição enquanto não cumprido ou não rescindido o 
acordo de não persecução penal. Previsto no art. 28-A do CPP, possibilita ao criminoso a extin-
ção da punibilidade sem imposição de sentença condenatória (§ 13). Em contrapartida, para 
que o acordo seja celebrado, dele são exigidas algumas condições que, se não atendidas, fa-
zem com que o acordo seja desfeito. Naturalmente, enquanto o Estado aguarda o cumprimen-
to das condições, o prazo prescricional não pode correr.
3.12. Causas intErruPtivas
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se:
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II – pela pronúncia;
III – pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI – pela reincidência.
§ 1º. Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efei-
tos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo 
processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
§ 2º. Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a 
correr, novamente, do dia da interrupção.
As causas interruptivas da prescrição fazem com que a contagem volte a correr do início. 
Pouco importa se decorrido quase todo o prazo – se presente uma causa interruptiva, volta a 
contar do zero. As hipóteses são as seguintes:
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(a) Recebimento da denúncia ou queixa: é o ato em que o juiz recebe a petição inicial ofere-
cida. Caso ocorra a rejeição da inicial (vide art. 395 do CPP), a interrupção ocorre no dia 
em que a instância superior reforma a decisão (súmula 709-STF).
Súmula 709-STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o 
recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
(b) Pronúncia: o rito do júri (CPP, art. 406) é dividido em duas fases. Na primeira fase, o juiz 
decide se o caso será submetido ao julgamento pelo Conselho de Sentença (segunda 
fase), no Tribunal do Júri. A decisão que entende pela necessidade da segunda fase é 
denominada pronúncia, e é hipótese de interrupção do prazo prescricional.
(c) Pela decisão confirmatória da pronúncia: cabe recurso em sentido estrito contra a de-
cisão de pronúncia (CPP, art. 581, IV). Caso a instância superior (TJ/TRF) confirme a 
decisão do juiz recorrido e mantenha a pronúncia, submetendo o julgamento ao Tribunal 
do Júri, o prazo prescricional deve ser novamente zerado. O motivo: a demora em julgar 
o recurso poderia causas a prescrição.
(d) Pela publicação da sentença ou acórdão condenatório recorrível: até 2007, antes da 
entrada em vigor da Lei n. 7.209, o prazo prescricional era interrompido apenas pela 
sentença condenatória. Portanto, havia risco de prescrição caso uma das partes ofe-
recesse recurso à instância superior (ex.: apelação). A interrupção pelo julgamento do 
recurso (inciso IV) impede que isso aconteça.
(e) Pelo início ou continuação do cumprimento da pena: causa interruptiva da PPE, faz com 
que a prescrição seja contada do zero. Se, no início, a PPE é calculada com base em 
toda a pena a ser cumprida; se em continuação à pena já em cumprimento, pelo restan-
te do que falta. Exemplo: o condenado foge, mas é recapturado. Quando volta a cumprir 
sua pena, a prescrição que estava correndo, enquanto foragido (vide art. 113), volta a 
zero, calculada sobre a pena restante, ainda não cumprida.
(f) Reincidência: se, após a sentença condenatória transitada em julgado, o condenado 
reincidir, o prazo prescricionalé interrompido, zerado, em relação ao primeiro delito (que 
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está em execução). É importante não confundir com o disposto no art. 110, caput. En-
tenda a diferença:
Art. 110, caput, do CP. Art. 117, VI, do CP.
“A” é condenado por um novo 
crime (ou seja, reincidente). A PPE 
deste novo delito (o 2º) deve ser 
aumentada em 1/3, para evitar 
a prescrição. O motivo: por ser 
reincidente, significa que a punição 
anterior não foi suficiente. Portanto, 
tem de ser evitada a impunidade da 
nova condenação pela prescrição.
Ainda primário, “A” pratica um 
crime e é por ele condenado, com 
sentença transitada em julgado. 
Enquanto cumpria a primeira pena, 
um novo delito é praticado, quando 
foi reconhecida sua reincidência. 
Reconhecida a reincidência pelo 
novo delito (2º), a PPE da primeira 
condenação é zerada (interrompida).
Sobre o tema, atenção ao disposto na súmula 220-STJ:
Súmula 220-STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.
3.13. PrEsCrição sEgundo o grau dE gravidadE da PEna
Art. 118. As penas mais leves prescrevem com as mais graves.
Segundo o Código Penal, as penas mais leves - multa e restritiva de direitos - prescrevem 
com as mais graves - privativa de liberdade. Dessa forma, o prazo prescricional será o mesmo 
para todas elas O dispositivo destina-se à previsão cumulativa de penas – por exemplo, o art. 
138 do CP, que comina cumulativamente a pena detenção e multa. Não incide, portanto, sobre 
o concurso de crimes, nem sobre os crimes conexos, cujos delitos prescrevem de forma sepa-
rada e autônoma.
3.14. PrEsCrição no ConCurso dE CriMEs
Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada 
um, isoladamente.
Existindo concurso de crimes, o cálculo da prescrição deve desconsiderá-lo, tanto no siste-
ma do cúmulo material (concurso material e concurso formal impróprio) quanto no da exaspe-
ração (concurso formal próprio e continuidade delitiva). A prescrição deve ser calculada sobre 
cada um dos crimes, isoladamente – para melhor entender o assunto, veja os comentários aos 
arts. 69, 70 e 71 do CP.
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Súmula 497-STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena 
imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
3.15. PErdão JudiCial
Perdão judicial
Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
O perdão judicial é causa extintiva da punibilidade. É o que ocorre na hipótese do art. 121, § 
5º, do CP, quando o réu é perdoado do homicídio culposo praticado. Para efeitos de reincidên-
cia, a sentença que concedeu o perdão não pode ser considerada, caso o indivíduo perdoado 
volte a delinquir.
Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da 
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
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RESUMO
• Extinção da punibilidade
Embora existam outras hipóteses especiais de extinção da punibilidade espalhadas pela 
legislação (ex.: art. 312, § 3º, do CP), o art. 107 do CP traz um rol de situações genéricas em 
que a punibilidade é extinta. São elas:
a) a morte do agente;
b) a anistia, a graça e o indulto;
c) a nova lei que torna atípica a conduta;
d) a prescrição, a decadência e a perempção;
e) a renúncia ao direito de queixa e o perdão aceito, nos crimes de ação privada;
f) a retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
g) o perdão judicial.
−	 Morte do agente
Pouco importa se está sendo investigado, processado ou se já cumpre pena. A morte do 
infrator penal faz com que a punibilidade seja extinta. Se a morte ocorrer quando já condenado 
definitivamente, alguns efeitos extrapenais subsistem, como a obrigação de reparar o dano.
−	 Nova lei que torna a conduta atípica
Na hipótese de abolitio criminis, quando a conduta deixa de ser típica por força de lei pos-
terior revogadora, a punibilidade deve ser extinta, ainda que o agente esteja cumprindo pena. 
Foi o que ocorreu com o delito de adultério, em 2005, que, até então, era típico (antigo art. 240 
do CP). Sobre o tema, cuidado: se uma conduta é tratada em um dispositivo e, por lei poste-
rior, passa a ser tratada em outro, não há abolitio criminis. Ex.: até a entrada em vigor da Lei n. 
12.015/2009, o atentado violento ao pudor era tratado como crime autônomo ao estupro, no 
art. 214 do CP. Após a nova lei, a conduta do delito foi transferida para o art. 213 do CP, que tra-
ta do estupro. Portanto, o atentado violento ao pudor, desde 2009, passou a ser tratado como 
estupro. Logo, não houve abolitio criminis do delito. A conduta permanece típica.
−	 Anistia, graça e indulto
A anistia se dá por lei que, quando editada, promove o esquecimento de uma infração 
penal praticada no passado. É diferente da abolitio criminis, em que a conduta passa a ser 
atípica para todos. Na anistia, a conduta permanece típica, mas a punibilidade é extinta em 
relação ao beneficiado pela lei. Portanto, a anistia tem a ver com fatos específicos. Ex.: Lei n. 
13.293/2016, que anistiou policiais e bombeiros grevistas. Já a graça e o indulto são formas 
de perdão, de indulgência. Na graça, o perdão é individual. Beneficia apenas o agraciado. O 
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indulto é medida coletiva, que alcança um grupo de condenados. Tanto a graça quanto o indul-
to são concedidos por decreto do presidente da República – a anistia ocorre por lei, emanada 
do Congresso Nacional.
−	 Renúncia ao direito de queixa e o perdão aceito, nos crimes de ação privada
Nas ações penais privadas, prevalece o princípio da disponibilidade. A vítima pode ajuizar 
queixa-crime em busca de punição do ofensor, mas, se preferir, pode permanecer inerte. É 
escolha dela. Se nada fizer no prazo legal, haverá a decadência, outra causa de extinção da 
punibilidade. No entanto, pode o ofendido renunciar ao direito de queixa, fazendo com que a 
punibilidade seja extinta imediatamente, ainda que o prazo decadencial não esteja esgotado. 
A renúncia deve acontecer antes do oferecimento da queixa-crime. Se já houver ação em trâ-
mite, a hipótese será de perdão, que depende de aceitação do acusado. A renúncia e o perdão 
podem ser expressos ou tácitos. Exemplo de renúncia ou perdão tácito: a vítima aceita ser 
padrinho de casamento do ofensor.
−	 Retratação do agente, nos casos em que a lei a admite
Em situações pontuais,é possível que o agente deixe de ser punido por voltar atrás do que 
fez. É o que ocorre na calúnia e na difamação, quando o ofensor, antes da sentença, se retrata 
cabalmente (CP, art. 143). Também é possível a retratação no falso testemunho ou falsa pe-
rícia quando, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou 
declara a verdade (CP, art. 342, § 2º).
−	 Perdão judicial
Não se confunde com o perdão do ofendido, também causa de extinção da punibilidade, na 
ação penal privada. No perdão judicial, o juiz deixa de aplicar a pena, nas hipóteses previstas 
em lei, quando a punição for desnecessária. Ex.: o pai que imprudentemente atropela e mata o 
próprio filho ao manobrar o veículo. Neste caso, o resultado causou tanto sofrimento ao autor 
do homicídio culposo que não há motivo para puni-lo penalmente, devendo o juiz aplicar o per-
dão judicial (CP, art. 121, § 5º). Outros exemplos de perdão judicial: art. 129, § 8º, do CP; art. 
180, § 5º, do CP; art. 140, § 1º, do CP.
−	 Prescrição, decadência e perempção
(a) Perempção: é a punição imposta ao querelante que deixa de promover o andamento da 
ação penal. Só ocorre a extinção da punibilidade se acontecer em ação penal privada. Ex.: o 
querelante deixa de comparecer a ato processual ao qual deveria estar presente;
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(b) decadência: ocorre quando, no prazo legal, o ofendido ou seu representante legal não 
oferece a queixa-crime (ação penal privada) ou a representação (ação penal pública con-
dicionada);
(c) prescrição: o Estado perde o direito de punir por não agir no prazo legalmente previsto.
−	 Decadência
Só se fala em decadência na ação penal privada e na ação penal pública condicionada à 
representação. Na primeira hipótese, ação privada, o agente tem, em regra, o prazo de seis 
meses, contados do conhecimento da autoria da infração penal, para oferecer a queixa-crime, 
dando início à ação penal, sob pena de perda desse direito. Na ação pública condicionada, a 
vítima ou o representante legal tem, em regra, seis meses de prazo, contados do dia em que é 
descoberta a autoria, para provocar a autoridade pública competente para a investigação do 
delito ou para a propositura da ação penal. Ex.: no crime de lesão corporal leve, a vítima tem o 
prazo de seis meses, do dia em que descobre a autoria do delito, para oferecer a representa-
ção. Feita a representação dentro do prazo, o Ministério Público pode oferecer denúncia contra 
o ofensor. Entretanto, caso a vítima permaneça inerte durante o prazo, quando esgotado, o MP 
não poderá oferecer a denúncia em virtude da decadência.
• Prescrição
O Estado tem o poder-dever de punir quem pratica uma infração penal. Todavia, exceto 
quando houver imprescritibilidade, o Poder Público tem um prazo para essa punição, sob pena 
de prescrição. A prescrição pode se dar em relação à pretensão punitiva, que é o interesse em 
aplicar uma sanção penal ao autor de crime ou contravenção, ou quanto à pretensão executó-
ria, que é o interesse em exigir o cumprimento de sanção penal já imposta. Exemplos:
a) pretensão punitiva: o MP não oferece denúncia dentro do prazo prescricional, e, em ra-
zão disso, o criminoso não chega sequer a ser condenado;
b) pretensão executória: o criminoso é condenado em sentença transitada em julgado, 
mas foge. Se o Estado não o recapturar dentro do prazo legal para a imposição da pena, haverá 
a prescrição executória.
−	 Crimes imprescritíveis
A CF descreve duas hipóteses (art. 5º, XLII e XLIV) de crimes imprescritíveis: (a) o racismo; 
(b) a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático. Há julgado do STF em que a Corte afirmou que o rol constitucional é exemplifica-
tivo, e não taxativo. De qualquer forma, cuidado: os crimes hediondos não são imprescritíveis.
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−	 Prazos prescricionais
Os prazos estão previstos no art. 109 do CP.
PENA PRAZO PRESCRICIONAL
Pena – máxima 
superior a 12 anos.
Prescreve em 20 
anos.
Pena – máxima 
superior a 8 anos, mas 
que não ultrapassa 12 
anos.
Prescreve em 16 
anos.
Pena – máxima 
superior a 4 anos, mas 
que não ultrapassa 8 
anos.
Prescreve em 12 
anos.
Pena – máxima 
superior a 2 anos, mas 
que não ultrapassa 4 
anos.
Prescreve em 8 anos.
Pena – máxima 
igual ou superior a 
1 ano, mas que não 
ultrapassa 2 anos.
Prescreve em 4 anos.
Pena – máxima 
inferior a 1 ano. Prescreve em 3 anos.
−	 Termo inicial da prescrição da pretensão punitiva (CP, art. 111)
Para o cálculo da prescrição, devemos adotar a teoria do resultado. Ou seja, o prazo deve 
ser contado do dia da consumação do delito, e não da data da conduta, embora possam coin-
cidir. Ex.: no dia 4 de fevereiro, Vanessa dispara um tiro contra Carolina. A vítima morre no dia 7 
de fevereiro, em consequência do disparo. O prazo prescricional deve ser contado desde o dia 
7. Se o delito for tentado, a prescrição é contada desde o último ato executório.
Cuidado: nos crimes permanentes, aqueles em que a consumação é prolongada no tempo, a 
prescrição deve ser contada a partir do fim da permanência. Ex.: em 2010, deu-se início à prática 
de extorsão mediante sequestro, e a vítima só foi solta em 2016. O prazo prescricional passa 
a correr em 2016. Ademais, atenção: nos crimes de bigamia e de falsificação ou alteração de 
assentamento do registro civil, a prescrição corre do dia em que o fato se tornar conhecido. Já 
nos crimes contra a dignidade sexual praticados contra crianças e adolescentes, a prescrição 
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corre desde a data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido 
proposta a ação penal.
−	 Termo inicial da prescrição da pretensão executória (CP, art. 112)
Transitada em julgado a sentença condenatória, o prazo prescricional para a execução da 
sanção começa: (a) do dia em que a sentença condenatória transitou em julgado para a acusa-
ção; (b) do dia da revogação da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional; 
(c) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva com-
putar-se na pena (ex.: no dia em que o condenado foge, começa a correr o prazo prescricional 
para a execução da sanção).
−	 Causas suspensivas (CP, art. 116)
Em virtude de certas ocorrências, pode o prazo prescricional ser suspenso. Enquanto pre-
sente a causa suspensiva, a prescrição não corre. Todavia, cessada a causa, o prazo deve vol-
tar a correr pelo o que resta de tempo. Ex.: de um prazo prescricional de 8 anos, surge causa 
suspensiva no terceiro ano – portanto, restam 5 anos. Quando a causa suspensiva deixar de 
existir, o prazo voltará a correr do terceiro ano, pelos 5 anos restantes. Ou seja, a suspensão 
não zera o prazo, como ocorre na interrupção.
−	 Causas interruptivas (CP, art. 117)
Alguns acontecimentosfazem com que o prazo prescricional seja zerado, devendo ser 
reiniciado. Pouco importa se já havia decorrido, por exemplo, um ano. Presente a causa inter-
ruptiva, o prazo volta a correr do zero. As hipóteses estão no art. 117 do CP:
a) Recebimento da denúncia ou queixa: é importante não confundir o oferecimento da 
peça inicial com o seu recebimento. O oferecimento consiste na propositura da denúncia ou 
queixa ao juiz por quem tem legitimidade para tanto. Ex.: o MP oferece denúncia pela prática de 
um roubo. Nos crimes de ação privada, o oferecimento da queixa dá fim ao prazo decadencial. 
O recebimento é o ato judicial pelo qual o juiz aceita a petição inicial, com fundamento no art. 
395 do CPP, dando início à ação penal. A prescrição é zerada por essa decisão do juiz, e não 
pelo oferecimento da petição inicial.
b) A pronúncia: no procedimento do júri, adotado para o julgamento pela prática de crime 
doloso contra a vida (ex.: homicídio), há duas fases. Na primeira fase, o rito muito se asse-
melha ao procedimento comum. O último ato é uma audiência de instrução, em que um juiz 
togado, o membro do MP e o advogado inquirem testemunhas, ouvem a vítima e interrogam o 
réu, produzem provas e, ao final, o magistrado profere sentença. Na segunda fase, o procedi-
mento se dá em um plenário, perante o Tribunal do Júri, na presença de jurados que formam 
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um Conselho de Sentença, juízes da causa, com votação secreta ao final para decidir a vida do 
acusado. No entanto, só é possível a segunda fase se o juiz pronunciar o réu na primeira. Ou 
seja, a sentença de pronúncia, proferida pelo magistrado, faz com que o acusado seja subme-
tido perante julgamento em Tribunal do Júri. A publicação dessa sentença faz com que o prazo 
prescricional seja zerado.
c) Decisão confirmatória de pronúncia: em regra, a pronúncia não é interessante ao acu-
sado. Melhor seria a absolvição sumária ou a impronúncia, dando fim ao processo. Por isso, 
na hipótese de denúncia, pode o réu prejudicado recorrer da decisão. Esse recurso é decidido 
pela instância superior (TJ, por exemplo). Se o tribunal confirmar a pronúncia, decidindo pelo 
julgamento perante o Tribunal do Júri, o prazo prescricional será zerado.;
d) Pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis: a sentença é a de-
cisão proferida pelo juiz togado, em primeira instância; o acórdão é o equivalente à sentença, 
mas decorre de julgamento realizado por tribunal. Da leitura do art. 117, IV, extraímos as se-
guintes conclusões: (i) a sentença condenatória recorrível interrompe a prescrição, desde que 
válida; (ii) o acórdão condenatório recorrível, que reforma sentença absolutória, interrompe a 
prescrição, desde que válido; (iii) a sentença absolutória não interrompe a prescrição; (iv) o 
acórdão que modifica a sentença condenatória alterando a pena, com repercussão no cálculo 
do prazo prescricional, interrompe a prescrição.
e) Pelo início ou continuação do cumprimento da pena: com a condenação, se houver 
efetivo início do cumprimento da pena, a prescrição é zerada. Se interrompido o cumprimento 
de pena em execução (ex.: fuga), o prazo prescricional é zerado com a continuação do cum-
primento (ex.: condenado recapturado). Na hipótese de interrupção de prescrição já em exe-
cução, cuidado: o cálculo prescricional deve ser recalculado quando do reinício pelo restante 
da pena. Ex.: Mário foi condenado à pena de 8 anos. Após cumprido um ano, ele foge, mas é 
recapturado tempos depois. A prescrição deve ser zerada, mas o cálculo do prazo prescricio-
nal deve ser recalculado pelo tempo restante – no caso, 7 anos.
f) Pela reincidência: é preciso tomar cuidado para não fazer confusão. Se o réu é reinci-
dente ao tempo da sentença condenatória, o prazo da prescrição executória é aumentado em 
1/3 (CP, art. 110, caput). O aumento incide ao crime em que o réu é considerado reincidente, e 
não aos demais. Se iniciada a execução e o agente volta a praticar crime, não haverá aumento 
em fração do prazo prescricional, mas interrupção.
−	 Causas de redução do prazo prescricional (CP, art. 115)
São reduzidos da metade o prazo prescricional se: (a) o criminoso era, ao tempo dos fatos, 
menor de 21 anos (mas maior de 18); (b) o criminoso é maior de 70 anos na data da senten-
ça. A redução ocorre tanto na prescrição punitiva quanto na executória. Ex.: se a prescrição 
normalmente ocorre em 8 anos, sendo o criminoso menor de 21 anos, ela se dará em 4 anos.
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−	 Prescrição da pena de multa (CP, art. 114)
Se a multa for a única pena cominada ou aplicada ao delito, a prescrição ocorre em 2 anos; 
se a multa for alternativa ou cumulativamente aplicada à pena privativa de liberdade, a prescri-
ção da multa ocorrerá no mesmo prazo da pena segregatícia da liberdade. Cuidado: o disposi-
tivo só é aplicado à prescrição da pretensão punitiva. Após o trânsito em julgado da sentença 
condenatória, a prescrição da multa passa a ser regulada pela Lei n. 6.830/90, pois se trata de 
dívida ativa da Fazenda Pública.
−	 Prescrição e concurso de crimes (CP, art. 119)
Seja qual for a hipótese de concurso de delitos – material, formal ou crime continuado –, 
para fins de prescrição, leva-se em consideração a pena aplicada a cada um dos crimes, isola-
damente. Portanto, o concurso de crimes é irrelevante para o cálculo prescricional.
−	 Prescrição em abstrato
Enquanto não houver pena fixada em sentença condenatória transitada em julgado para a 
acusação, o cálculo da prescrição é feito com base na pena máxima em abstrato cominada à 
infração penal. Ex.: o furto simples (CP, art. 155, caput) tem pena máxima de 4 anos. Enquanto 
não houver sentença condenatória transitada em julgado para a acusação, o cálculo deve ser 
feito com base nesses 4 anos – prescreve em 8 anos a pena não superior a 4 anos (CP, art. 109, 
IV). A respeito do cálculo em abstrato, cuidado: qualificadoras, privilégios, causas de aumento 
e de diminuição devem ser levados em consideração. Ex.: se o crime praticado foi o de furto 
qualificado (CP, art. 155, § 4º), o cálculo em abstrato deve ser feito sobre 8 anos, pena máxi-
ma da figura qualificada, e não sobre 4 anos, pena máxima da figura simples (art. 155, caput). 
Quanto às causas de aumento e de diminuição, para o cálculo em abstrato, deve ser considera-
da a pior hipótese possível ao réu. Ex.: se o aumento for de 1/6 a 2/3, devem ser considerados 
os 2/3 no cálculo; se a diminuição for de 1/6 a 1/3, deve ser considerado 1/6.
−	 Prescrição retroativa
Se houver sentença condenatória transitada em julgado para a acusação, é possível fazer 
o cálculo retroativo com base na pena em concreto. O porquê de se exigir o trânsito em julgado 
para a acusação: se a acusação não recorrer da sentença condenatória, ainda que haja recurso 
da defesa, a situação do condenado não poderá piorar. Na pior das hipóteses, se o recurso do 
réu não for provido, a sua pena ficará da forma como foi fixada pelo juiz de primeira instância. 
No entanto, se houver recurso do MP ou do querelante, a situação do sentenciado pode piorar 
com o aumento da pena fixada na sentença. Voltando ao assunto: fixada a pena em concreto, 
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e não havendo recurso da acusação, é possível o cálculo da prescrição com base na pena efeti-
vamente fixada. Ex.: no furto simples, a pena é de 1 a 4 anos. Em sentença condenatória, o juiz 
condena o criminoso à pena de 2 anos. O MP não recorre. A partir do trânsito em julgado para a 
acusação, a pena em abstrato não mais importa para a prescrição, que deve ser feita com base 
na pena em concreto – no exemplo, 2 anos. Fixada a pena em concreto, e ocorrido o trânsito 
para a acusação, deve ser verificado se, entre o recebimento da denúncia ou queixa e a publi-
cação da sentença condenatória, não ocorreu a prescrição (prescrição retroativa). Exemplo:
(i) No mês de março de 2006, Adriana pratica um furto simples. A pena máxima é de 4 
anos – portanto, prescreve em 8 anos (CP, art. 109, IV).
(ii) O MP oferece denúncia em maio de 2007. O juiz recebe a inicial em junho do mes-
mo ano. O recebimento da denúncia zera o prazo prescricional. Até aqui, portanto, não houve 
prescrição.
(iii) Em agosto de 2012, o juiz da vara criminal condena Adriana à pena mínima do 
furto, que é de 1 ano. O MP não recorre.
(iv) Com o trânsito em julgado para a acusação, a prescrição da pretensão punitiva 
deve ser feita com base na pena em concreto: um ano. De acordo com o art. 109, VI, do CP, a 
pena de 1 ano prescreve em 4 anos.
(v) Entre o recebimento da denúncia (maio de 2007) e a publicação da sentença condena-
tória (agosto de 2012), passaram-se mais de 5 anos.
(vii) Destarte, houve a prescrição retroativa quanto ao delito praticado por Adriana. A 
pena fixada em sentença fez com que fosse reconhecida a prescrição ocorrida antes de sua 
prolação – por isso, retroativa.
A respeito do tema, atenção: não é possível a prescrição retroativa em relação ao período 
anterior ao recebimento da denúncia ou queixa (CP, art. 110, § 1º). Exemplo:
(i) No mês de março de 2006, Adriana pratica um furto simples. A pena máxima é de 4 
anos – portanto, prescreve em 8 anos (CP, art. 109, IV).
(ii) O MP oferece denúncia e o juiz a recebe em maio de 2011. Como ainda não existe sen-
tença condenatória transitada em julgado para a acusação, deve ser considerada a prescrição 
em abstrato – como já dito acima, o prazo de 8 anos. Passaram-se 5 anos entre o delito e o 
oferecimento da denúncia. Logo, não houve prescrição.
(iii) Em setembro de 2011, o juiz condena Adriana à pena de 1 ano. O MP não recorre. 
A prescrição passa a ser considerada pela pena em concreto – prescreve em 4 anos.
(iv) Ou seja, entre a consumação do crime e o recebimento da denúncia, passaram-
-se mais de cinco anos; entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença, 4 meses. 
Houve a prescrição retroativa? Não. O motivo: a prescrição retroativa não alcança o lapso tem-
poral decorrido entre a consumação do delito e a denúncia ou queixa.
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−	 Prescrição superveniente ou intercorrente
Na prescrição retroativa, o cálculo da prescrição com base na pena em concreto volta no 
tempo e atinge lapsos temporais entre o recebimento da denúncia ou queixa e a publicação de 
sentença condenatória. Na prescrição superveniente, a prescrição também é feita com base 
na pena em concreto, mas ocorre entre a publicação da sentença condenatória e o trânsito em 
julgado para ambas as partes (defesa e acusação). Exemplo: Adriana é condenada à pena de 
1 ano e 3 meses por furto (prescreve em quatro anos). Ela recorre; o MP, não. O tribunal leva 
cinco anos para julgar o seu recurso. Ocorreu a prescrição? Sim, em razão da prescrição su-
perveniente.
−	 Exemplo de cálculo prescricional
Pode ocorrer de a banca pedir em sua prova o cálculo da prescrição em um caso concreto. 
Pensando nisso, selecionei uma questão da FGV a respeito do tema, para resolvê-la passo a 
passo, com base em tudo o que foi dito a respeito da prescrição.
001. (FGV) No dia 29-4-2011, Júlia, jovem de apenas 20 anos de idade, praticou um crime de 
lesão corporal leve (pena: de 3 meses a 1 ano) em face de sua rival na disputa pelo amor de 
Thiago. A representação foi devidamente ofertada pela vítima dentro do prazo de 6 meses, 
contudo a denúncia somente foi oferecida em 25-4-2014. Em 29-4-2014 foi recebida a denún-
cia em face de Júlia, pois não houve composição civil, transação penal ou suspensão condicio-
nal do processo. Nesta hipótese,
a) poderá ser requerido pelo advogado de Júlia o reconhecimento da prescrição pela pena ideal, 
pois entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia foram ultrapassados mais de 3 anos.
b) deverá, caso aplicada ao final do processo a pena mínima prevista em lei, ser reconhecida 
a prescrição da pretensão punitiva retroativa, pois entre a data dos fatos e o recebimento da 
denúncia foram ultrapassados mais de 3 anos.
c) não foram ultrapassados 3 anos entre a data dos fatos e do recebimento da denúncia, pois o 
prazo prescricional tem natureza essencialmente processual e não material.
d) deverá ser reconhecida, de imediato, a prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato.
Júlia praticou crime com pena máxima de 1 ano. Como o problema não fala em sentença con-
denatória transitada para a acusação, devemos trabalhar com a pena em abstrato. De acordo 
com o art. 109, V, do CP, a pena de um ano prescreve em 4 anos. No entanto, na época dos 
fatos, Júlia tinha 20 anos. Por isso, o prazo prescricional cai pela metade, e passa a ser de 2 
anos (CP, art. 115). O crime se consumou no dia 29 de abril de 2011. A denúncia foi recebida 
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DIREITO PENAL
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no dia 29 de abril de 2014, 3 anos depois. Portanto, prescrita a pretensão punitiva pela pena 
em abstrato.
Letra d.
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Extinção da Punibilidade
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QUESTÕES DE CONCURSO
002. (CEBRASPE/2016) No que se refere à extinção da punibilidade, assinale a opção correta.
a) Nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento integral do débito tributário após o trân-
sito em julgado da condenação é causa de extinção da punibilidade.
b) Na compreensão do STF, a decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a 
punibilidade do réu não pode ser revogada, dado que gera coisa julgada material.
c) O indulto, ato privativo do presidente da República, tem por escopo extinguir os efeitos pri-
mários da condenação, isto é, a pena, de forma plena ou parcial. Todavia, persistem os efeitos 
secundários, tais como a reincidência.
d) O recebimento de queixa-crime pelo juiz não é condição para o reconhecimento da perempção.
e) O ajuizamento da queixa-crime perante juízo incompetente

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