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A análise da imagem do Texto II à luz da explicação sobre ela, no Texto I, permite perceber que a justaposição de imagens, no painel, é a representação visual de uma concepção de mundo na qual a) a dimensão humana da experiência não é levada em conta. b) os desejos e vontades humanos se sobrepõem a desígnios divinos. c) o tempo e o espaço humanos são relativizados pela eternidade divina. d) o isolamento pessoal constitui a verdadeira chave da salvação humana. e) a experiência humana de espaço e tempo é organizada de forma linear. 11. As imagens foram encontradas em uma rede social por meio de uma busca pela hashtag “#protesto”, que levou a um perfil no qual são publicadas imagens de intervenções nas ruas de diversas cidades por meio de pichações e cartazes. Levando em conta esse processo de procura e o contexto virtual em que elas estão postadas, pode-se considerar que o(a) autor(a) do perfil julga que essas intervenções nas ruas a) são formas contraditórias de protesto, na exata medida em que podem valorizar o amor em termos afetivos ou materiais. b) são legítimas para expressar concepções livres, não tradicionais e poéticas de amor, mas que poluem visualmente as cidades. c) expressam uma concepção de amor libertária, manifesta de forma literal, que não se prende a manifestações materiais ou à tradição. d) reproduzem formas de comportamento consolidadas nas classes médias, sem representatividade na sociedade como um todo. e) são uma forma poética de protesto contra a capitalização do amor e a favor de sua livre expressão, sem seguir obrigatoriamente as tradições. 12. Edgar Francisco da Silva, presidente da AMABR (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), afirma que os atuais aplicativos de entrega recrutam motociclistas sem qualquer critério ou treinamento, procedimento que ele classifica como irresponsabilidade. “Eles não cobram que o entregador seja capacitado ou esteja regulamentado e, por isso, pagam menos pelo frete do que recebe um motofretista [regulamentado]. As propagandas de ‘faça seu dinheiro’ ou “seja seu próprio chefe” geram interesse nas pessoas. Quando o entregador vê a realidade, descobre que ganha pouco e que não vale a pena, mas aí já está ocupando o dia todo com as entregas e precisa pagar o financiamento da moto, então tem que seguir trabalhando”, argumenta. “O problema é que, para ganhar um pouco a mais e se livrar disso, ele busca fazer um número maior de entregas possível num dia, e é quando começa a cometer infrações de trânsito e a correr o risco de sofrer acidentes”, completa Da Silva. TORRES, Camila; FELIX, Leonardo; BANDEIRA, Renan. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2021. Quanto ao impacto social dos aplicativos de entrega, as declarações destacadas entre aspas no texto indicam que o(a) a) conteúdo das propagandas das empresas de aplicativos obriga os entregadores a cometer infrações de trânsito. b) realidade do trabalho dos entregadores de aplicativos não corresponde ao discurso das propagandas que os atraíram. c) capacitação dos entregadores de aplicativos é melhor do que a dos motofretistas, o que explica as infrações que aqueles cometem. d) risco de acidentes de entregadores e as infrações de trânsito sofrem redução gradual à medida que os profissionais ganham experiência. e) impossibilidade de abandonar o trabalho de entregador das empresas de aplicativos leva os entregadores a buscarem regulamentação profissional. 13. O que gera o efeito de humor da piada é o(a) a) omissão de uma palavra na resposta. b) sarcasmo direcionado a uma profissão. c) ordem indireta das palavras na pergunta. d) duplo sentido de uma palavra no contexto. e) intertextualidade com um programa de tevê. 14. Capítulo VI Ia encontrar Basílio no Paraíso pela primeira vez. [...] Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento; e a casa em si interessava-a, atraía-a mais que Basílio! Como seria? [...] Desejaria antes que fosse no campo, numa quinta, com arvoredos murmurosos e relvas fofas; passeariam, então, com as mãos enlaçadas, num silêncio poético; e depois o som da água que cai nas bacias de pedra daria um ritmo lânguido aos sonhos amorosos [...]. A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e salobre enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança. QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Scipione, 1994. p. 123-4. O excerto do romance O Primo Basílio retrata os momentos que precedem o encontro de um casal de amantes em um local que convencionaram chamar de “Paraíso”. No segundo parágrafo, a predominância das sequências descritivas tem a função de a) expressar o caráter de empatia da personagem preocupada com os mais pobres. b) revelar o sentimento de satisfação da personagem apaixonada ao chegar a seu destino. c) evidenciar a quebra de expectativa da personagem que idealiza o lugar do encontro romântico. d) exprimir imageticamente a precariedade da condição econômica da personagem na carruagem. e) criar a atmosfera de suspense que atende aos anseios da personagem expostos no primeiro parágrafo. 15. Dia 13 de julho é conhecido como o Dia Mundial do Rock. Particularmente, não gosto de nada que precisa ser “oficializado”. Ainda mais em se tratando do gênero musical cuja ideia era ser contra instituições, regras e padrões, certo? Mas o tal Dia Mundial do Rock existe e é propagado pelos quatro cantos desta internet brasileira em busca de algum clique, view e play. Nos Estados Unidos, alguns ainda celebram o gênero em outras datas, como o 9 de fevereiro, quando os Beatles fizeram a primeira apresentação em solo dos Estados Unidos. No Brasil, a celebração no dia 13 de julho pegou de um jeito curioso. O gênero sempre tão esquecido ganha um dia para ser celebrado quase que obrigatoriamente, o que perde todo o sentido a partir do histórico do que é rock, não acham? De qualquer forma, de mundial essa celebração não tem nada. É tão mundial quanto o vira-lata caramelo. ANTUNES, Pedro. “Dia do rock é tão mundial quanto o vira- lata caramelo”. Disponível em: . Acesso em: 18 ago. 2021. No artigo de opinião, quanto a seu posicionamento, o autor se revela a) patriota ao defender que o dia mundial do rock é o dia criado pelos brasileiros. b) assertivo ao atestar a legitimidade do dia 13 de julho como dia mundial do rock. c) crítico ao defender que o dia mundial do rock é 9 de fevereiro, e não 13 de julho. d) irônico ao comparar a universalidade do dia mundial do rock à do vira-lata caramelo. e) negacionista ao questionar a existência de celebrações do rock no Brasil ou nos EUA. 16. Por que me fiz poeta? Porque tu, morte, minha irmã, No instante, no centro De tudo o que vejo. No mais que perfeito No veio, no gozo Colada entre eu e o outro. No fosso No nó de um íntimo laço No hausto No fogo, na minha hora fria. Me fiz poeta Porque à minha volta Na humana ideia de um deus que não conheço A ti, morte, minha irmã, Te vejo. HILST, Hilda. “XXXII”. Uma superfície de gelo ancorada no riso: antologia de Hilda Hilst. Seleção, organização e apresentação de Luisa Destri. São Paulo:Globo, 2012. p. 126. No poema da escritora brasileira Hilda Hilst, para o eu lírico, a razão do fazer poético está relacionada à ideia de que a poesia a) pode exprimir seus desejos mais profundos. b) é seu modo de entender e lidar com a finitude. c) está presente em seu cotidiano mais prosaico. d) representa a comunicação entre o eu e o outro. e) constitui a forma pela qual a figura divina se revela. 17. TEXTO I Os painéis com tema de caçada, do século XVIII, adequados às paredes de maiores dimensões de uma antiga quinta (propriedade rural) portuguesa, foram alterados em sua adaptação às paredes do Salão da Lareira do Açude: Caçada ao urso constituía um painel duplo com A caçada do javali. Os Museus Castro Maya. São Paulo: Banco Safra, 1996. p. 102 Levando em consideração a reprodução do painel dos Museus Castro Maya e a explicação a respeito dele, é possível reconhecer que a arte da azulejaria tinha por finalidade o(a) a) criação de cenários de fundo para apresentações teatrais, cuja temática era exibida nas imagens representadas. b) proteção de paredes externas, adornadas com imagens sóbrias, desprovidas de ornamentação, representando temas aleatórios. c) revestimento de paredes que continham colunas estruturais, que eram representadas nos ornamentos que abrangem as próprias imagens. d) ilustração pedagógica dos trabalhos manuais, voltada aos trabalhadores da cozinha, representando atividades associadas a esse espaço. e) decoração de diferentes paredes com painéis de tema correlato, cuja imagem central era ornamentada por representações de colunas decoradas. 18. Veja bem, meu bem, sinto te informar que arranjei alguém pra me confortar Este alguém está quando você sai E eu só posso crer pois sem ter você nestes braços tais Veja bem, amor, onde está você? Somos no papel, mas não no viver Viajar sem mim, me deixar assim Tive que arranjar alguém pra passar os dias ruins Veja bem além destes fatos vis Saiba, traições são bem mais sutis Se eu te troquei não foi por maldade Amor, veja bem, arranjei alguém Chamado saudade CAMELO, Marcelo. “Veja bem, meu bem”. In: Los Hermanos. Bloco do eu sozinho. Abril Music, 2001. Na canção da banda brasileira de rock Los Hermanos, o discurso do eu lírico promove uma quebra de expectativa ao revelar que o(a) a) casal que se separou não se amava. b) sensação de culpa do eu lírico o atormenta. c) troca da qual trata o eu lírico foi por um sentimento. d) pessoa traída atribui ao eu lírico a responsabilidade pela traição. e) eu lírico não tem interesse em reatar o relacionamento com seu interlocutor. 19. A função apelativa da linguagem, também chamada de conativa, caracteriza-se por objetivar a persuasão e é vastamente empregada na área do marketing. Na propaganda governamental da vacinação contra o sarampo, o que marca o predomínio dessa função da linguagem é o foco no(a) a) canal de comunicação, verificado na apresentação do site governamental. b) emoção do enunciador, notado na postura heroica assumida pela personagem. c) formato da mensagem, constatado na justaposição de linguagem verbal e não verbal. d) receptor, percebido no uso dos verbos no modo imperativo “vacine-se”, “procure” e “leve”. e) informação, reconhecido em “Pessoas de 6 meses a 49 anos de idade devem ser vacinadas.”. 20. Quem acha vive se perdendo Por isso agora eu vou me defendendo Da dor tão cruel desta saudade Que por infelicidade Meu pobre peito invade Batuque é um privilégio Ninguém aprende samba no colégio Sambar é chorar de alegria É sorrir de nostalgia Dentro da melodia [...] ROSA, Noel; VADICO. “Feitio de oração”. Disponível em: . Acesso em: 19 ago. 2021. Na canção, são explorados diversos recursos linguísticos. No verso “Quem acha vive se perdendo”, por exemplo, os compositores lançam mão de uma dupla de palavras cuja aproximação a) atenua o conteúdo da mensagem, tendo em vista a necessidade do emissor de obter a empatia do interlocutor. b) aparenta incoerência, uma vez que, a depender de seu significado, elas podem ser consideradas antônimas. c) exprime ideia de progressão, pois parte da trivialidade rumo à importância dada ao sentimento do enunciador. d) expressa exagero, já que elas conferem ênfase expressiva ao conhecimento adquirido pelo enunciador acerca do samba. e) estabelece uma comparação assimilativa, porque, no contexto, os verbos “achar” e “perder” têm o mesmo significado. 21. Você já se deparou com algum banco irregular, pinos pontiagudos em fachadas de lojas e por aí vai. A implementação desses aparatos, chamados de arquiteturas hostis, é escorada no argumento de tornar a cidade mais segura. Em sua dissertação de mestrado, a arquiteta e urbanista e mestre em planejamento urbano Débora Faria define as arquiteturas hostis como “estratégias de controle social que pretendem excluir grupos considerados indesejáveis”. Presente em diversos países, o uso desses objetos é justificado, em geral, como uma resposta ao medo da violência e do crime. Débora aponta que no Brasil o implemento de soluções de segurança envolve também o “medo de estranhos, o medo do outro, o medo dos pobres e o medo do próprio espaço urbano”. Segundo a arquiteta, assim como o medo da violência resulta no levantamento de muros e cercas, o medo do outro leva à criação de medidas que delimitam o espaço público: “Onde antes era possível sentar, são colocados pinos, espetos e outros mobiliários, os quais tornam desconfortável qualquer forma de permanência.”, afirma a arquiteta. ZARPELON, Maria Cecília. “É preciso combater a arquitetura hostil”. Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2021. (Adaptado) No texto apresentado, as aspas são usadas para a) sugerir a discordância da autora do texto em relação às ideias apresentadas pela arquiteta citada. b) indicar a citação direta do discurso da especialista consultada acerca de questões relacionadas à arquitetura hostil. c) realçar as sugestões dadas pela especialista consultada à população para driblar elementos de arquitetura excludentes. d) ressaltar o caráter sarcástico de parte da fala da entrevistada ao se opor ao uso de arquitetura hostil contra determinados grupos sociais. e) marcar a oposição da profissional consultada aos aparatos de arquitetura hostil no artigo em que a autora defende o uso desses objetos por segurança. 22. Em comum, os entrevistados afirmam que a aposentadoria traz segurança e estabilidade [...]. “Eu tenho minha aposentadoria, eu tenho recurso. Não é suficiente, mas garante uma doença ou o desemprego. Tem a mulher, tem os filhos, hoje a gente os olha para amanhã eles olhar a gente. Minha esposa parou de trabalhar porque veio os filhos, né?”. (Abraão) COCKELL, Fernanda Flávia. “Idosos aposentados no mercado de trabalho informal: trajetórias ocupacionais na construção civil”. Psicologia e Sociedade, v. 26, n. 2, ago. 2014. O texto faz parte de um estudo sobre aposentados da área da construção civil no Brasil. O trecho entre aspas, no qual está transcrito o depoimento de um entrevistado gravado pela pesquisadora, revela o emprego uma linguagem a) técnica, usando jargão e vocabulário de áreas específicas. b) lírica, empregando sentimentalismo e figuras de linguagem. c) regional, usando expressão típica de determinados estados. d) culta, seguindo a norma-padrão e usando termos rebuscados. e) informal, expressando coloquialidade em alguns usos linguísticos. 23. Ouço as árvores lá fora sob as nuvens Ouço vozes risos uma porta que bate É de tarde (com seus claros barulhos) como há vinte anos em São Luís como há vinte dias em Ipanema Como amanhã um homem livre em sua casa. GULLAR, Ferreira. “O prisioneiro”. Dentro da noite veloz. SãoPaulo: Companhia das Letras, 2018. p. 69. O poema “O prisioneiro”, de Ferreira Gullar, foi escrito em janeiro de 1969, um mês após a publicação do Ato Institucional no 5. Em vista das consequências desse momento histórico na vida de artistas e intelectuais, percebe-se que, no poema, o(a) a) eu lírico se sente prisioneiro e projeta suas esperanças no futuro, apesar de o mundo exterior parecer inalterado. b) natureza permite que o eu lírico se sinta aliviado ao reconhecer que não ocorreram mudanças políticas significativas no país. c) eu lírico encontra-se melancólico, afastado de sua origem familiar e assustado diante de sons que aludem a protestos populares. d) eu lírico é prisioneiro político, como descreve o título, e, apesar de a notícia ter se espalhado, ele não tem possibilidade de escapatória. e) natureza representa o conforto para o sujeito angustiado, descrevendo uma realidade estática que o acalma e o convence a aceitar a nova ordem política. 24. A língua não é uma realidade homogênea, afinal a situação cultural, econômica e regional de seus falantes não é uniforme. Na tirinha, a personagem explora variedades diversas para se referir a um mesmo alimento. Nesse contexto, a conclusão a
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