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UNIP Letras PortuguêsInglês - Literatura Portuguesa PROSA - Unidade III (Slide)

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Profa. Dra. Lígia Menna
UNIDADE III
Literatura Portuguesa: 
Prosa
 Modernismo – 3 fases:
 Orfismo – 1915-1927.
 Presencismo – 1927-1940.
 Neorrealismo – 1940-1974.
 Modernismo ou pós-modernismo?
Modernismo em Portugal
Persistência da Memória, Salvador Dali, 1931
MoMA, Nova Iorque.
Fonte: https://www.moma.org/
 Surgiu em 1927 com o lançamento da Revista Presença.
 Fundadores: José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca.
 Adolfo Casais Monteiro, Miguel Torga, Antônio Botto, Irene Lisboa, entre outros.
“A finalidade da Arte é apenas produzir-nos esta emoção tão particular, tão 
misteriosa, e talvez tão complexa: a emoção estética [...]. O ideal do Artista nada 
tem com o do moralista, do patriota, do crente, ou do cidadão.”
(José Régio apud MOISES, 2008, p. 362-363)
Presencismo (1927-1940)
Fonte: http://www.regio.pt/
 Relevância: os presencistas se destacaram, principalmente, por divulgar e cultuar 
a obra de Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros, os quais 
consideravam seus mestres.
Presencismo
Fonte: http://www.citador.pt/
 Irene do Céu Vieira Lisboa foi professora primária e estreou na literatura em 1926 
com o livro “Contarelos”. 
 Publicou prosa ficcional e obras de Pedagogia.
 Seu estilo é marcado pela oralidade e pela naturalidade, assim como um tom 
intimista e, muitas vezes, autobiográfico.
Irene Lisboa (1892-1958)
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt
 “Um dia e outro dia – Diário de uma mulher” (1936), “Uma mão cheia de nada, 
outra de coisa nenhuma” (1955), “O pouco e o muito” (1956), “Eu conto” (1958); 
“Crônicas da Serra” (1962), “Solidão II” (1974), “Esta 
Cidade!” (1942).
Irene Lisboa: algumas obras
Fonte: https://www.fnac.pt
“Sofri muito tempo porque o meu mundo se reduzia ou se dilatava. Sofria de aperto.
E hoje, mais do que nunca , sofro de irremediável solidão [...] Não me interessa
moralizar, nem nunca me interessou; interessa-me ou apetece-me fechar um livro,
vão como tudo quanto se escreve, com este desabafo: mundos perdidos, mundos
perdidos, tudo que se não conheceu e nos faltou... Mas mundo morto e conhecido,
submergido, conosco afogado, unidade incômoda e dolorosa- este, da irremediável
solidão.”
(Irene Lisboa, “O pouco e o muito” apud MOISÉS, 1981, p. 265, 266)
Irene Lisboa
“No convento onde fui internada aos seis anos, as coisas passavam-se de um outro
modo. Lá não havia passeios nem liberdades, tudo era triste. Tanto assim que as
férias me davam arrebatamentos. Foi para entrar no convento que me batizaram.
Sem filiação e com o sobrenome de... Céu. Porque fui eu do Céu? Nunca o soube.”
(Irene Lisboa, Começa uma vida)
Irene Lisboa
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt
 Miguel Torga era o pseudônimo do médico Adolfo Correia da Rocha. Pertenceu 
ao grupo da Presença até 1930, quando lançou com Branquinho 
da Fonseca a Revista Sinal.
 Tornou-se famoso por seus contos que se passam na região de Trás-os-Montes, 
no interior de Portugal. 
 Veja entrevista: http://youtu.be/28b3aLAdHFU. 
Miguel Torga (1907-1995)
Fonte: https://www.fnac.pt
Quanto ao Presencismo, assinale a alternativa correta:
a) Surgiu com o lançamento da Revista Presença, idealizada por Fernando Pessoa 
e Mário de Sá Carneiro.
b) Tinha por objetivo maior cultivar a “arte pela arte”, sem engajamentos, somente 
fruição.
c) Foi a primeira fase do Modernismo em Portugal, caracterizando-se por sua 
proposta de ruptura com a tradição.
d) Irene Lisboa, uma renomada presencista, destaca-se 
por sua linguagem hermética e filosófica.
e) Foi um movimento voltado para as causas sociais.
Interatividade
Quanto ao Presencismo, assinale a alternativa correta:
a) Surgiu com o lançamento da Revista Presença, idealizada por Fernando Pessoa 
e Mário de Sá Carneiro.
b) Tinha por objetivo maior cultivar a “arte pela arte”, sem engajamentos, somente 
fruição.
c) Foi a primeira fase do Modernismo em Portugal, caracterizando-se por sua 
proposta de ruptura com a tradição.
d) Irene Lisboa, uma renomada presencista, destaca-se 
por sua linguagem hermética e filosófica.
e) Foi um movimento voltado para as causas sociais.
Resposta
“Pão ázimo” (1931), “A terceira voz” (1934), “A criação do mundo” (5 volumes, 1937-
1938-1939-1974-1980), “Os bichos” (contos, 1940), “Contos da montanha” (1941), 
“Vindima” (romance, 1945), “Diário” (16 volumes, 1941-1995).
Miguel Torga: algumas obras
Fonte: https://www.fnac.pt
“Trôpego, o Tafona já não chegava às perdizes da Cumieira. Por isso, arrastava-se
até Pedralva e caçava de espera. Caíam rolas no cedo, uma lebre ou outra pelo ano
adiante, e coelhos quase sempre. No defeso, fornecia a casa e a barriga sem fundo
do compadre Frederico; no tempo da permissão, vendia-lhe a Joana Benta as
cabeças na Vila. [...] Com oitenta e cinco anos, a vida fora-lhe sempre estranha
como se a não tivesse conhecido. Casara, tivera filhos, mas nada disso o tocara por
dentro. Virgem e selvagem na alma, continuava a caçar, e só embrenhado entre
giestas e urgueiras é que ouvia, se ouvia, os clamores da mulher e o ganido das
crias.” (Miguel Torga, “O caçador”)
“O caçador”
Década de 1940.
“O almoço do Trolha”, de Júlio Pomar.
Mural, de Vasco Berardo
(Mc Donald’s, Antigo Café Mandarim, 
Praça da República, Lisboa)
Neorrealismo
Fonte: 
http://ensina.rtp.pt
Fonte: 
http://encontrogeraco
esbnm.blogspot.com
 Movimentos fascistas, ditaduras.
 Segunda Guerra Mundial. Pós-Guerra.
 Ideais marxistas (Comunismo e Socialismo).
 Salazarismo: 1933 a 1974 – Estado Novo, Ditadura, Fascismo português.
 Antônio de Oliveira Salazar.
 PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado.
 Revolução dos Cravos – 25 de abril de 1974.
Contexto histórico
Fonte: http://armazemmemoria.com.brar
“Tanto mar”
Fonte: http://nucleopiratininga.org.br
Chico Buarque - 1975 © by Cara 
Nova Editora Musical Ltda. 
“Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
“Tanto mar”
Fonte: http://nucleopiratininga.org.br
Chico Buarque - 1975 © by Cara 
Nova Editora Musical Ltda. 
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim”
 “Páginas da Revolução” (Afirma Pereira, Sostiene Pereira), de Roberto Faenza.
 Baseado na obra de Antonio Tabucci.
 Com Marcello Mastroianni.
Neorrealismo – filmes 
Fonte: http://www.cinept.ubi.pt Fonte: https://giphy.com
 Influências: romance social brasileiro (Jorge Amado, José Lins do Rego, Raquel 
de Queirós, entre outros) e o neorrealismo italiano (cinema).
 Primeiras manifestações: anos 1930 – Jornais e Revistas: O Diabo, 
Sol Nascente e Vértice. 
Produção literária
Lucino Visconti
Fonte: https://giphy.com/gifs
 Denúncia das explorações vividas pelos homens.
 Denúncia da alienação econômica, política e cultural.
 Visão objetiva da realidade, mas com lirismo.
 Protagonistas: pessoas humildes, injustiçadas e marginais.
 Tendência à estruturação cinematográfica.
 Temas mais frequentes: problemas socioeconômicos e a luta de classes.
Tendências
 Primeira: década de 1940 – “Gaibéus”, de Alves Redol, inaugura o Neorrealismo. 
Grande engajamento.
 Segunda: década de 1950 – auge – Manuel da Fonseca, Carlos de Oliveira, José 
Cardoso Pires, Augusto Abelaria, José Gomes Ferreira, Fernando Namora, 
entre outros.
 Terceira: década de 1960 – novas tendências: Existencialismo e Surrealismo: 
Vergílio Ferreira e Urbano Tavares Rodrigues.
Três fases do Neorrealismo
Quanto ao Neorrealismo em Portugal, assinale a alternativa correta:
a) Influenciou o Modernismo no Brasil.
b) Por privilegiar a denúncia das explorações, é pobre esteticamente.
c) Recebeu influências da Literatura brasileira, assim como do cinema italiano.
d) Todosos escritores seguiam as mesmas regras, sem estilos próprios.
e) Ocorreu durante a ditadura militar em Portugal.
Interatividade
Quanto ao Neorrealismo em Portugal, assinale a alternativa correta:
a) Influenciou o Modernismo no Brasil.
b) Por privilegiar a denúncia das explorações, é pobre esteticamente.
c) Recebeu influências da Literatura brasileira, assim como do cinema italiano.
d) Todos os escritores seguiam as mesmas regras, sem estilos próprios.
e) Ocorreu durante a ditadura militar em Portugal.
Resposta
 Antônio Alves Redol teve uma origem humilde, seu pai foi um comerciante 
modesto.
 Trabalhou em Angola por três anos.
 Quando regressou a Portugal em 1936, juntou-se ao movimento que se opunha 
ao Estado Novo, tornando-se militante do Partido Comunista.
Alves Redol (1911-1969)
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt
 “Gaibéus” inicia o Neorrealismo em Portugal, em 1940.
 “Porto manso” (1946), “Vindima de sangue” (1953), “Olhos de água” (1954). 
 “A barca dos sete lemes” (1958), “Uma fenda na muralha” (1959), “O cavalo 
espantado” (1960), “Histórias afluentes” (1963). 
Alves Redol: algumas obras
Fonte: http://www.avante.pt
“Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte. 
Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo. 
Depois disso, será o que os outros entenderem.” 
Alves Redol
“Gaibéus”
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt
“Ninguém entoa cantigas para animar, embora os capatazes tenham incitado as
raparigas cantaroleiras para o fazer. Nos ranchos não há agora que saiba cantar.
Como podem as cachopas entrar em cantos ao desafio, se os peitos parecem
fendidos pela fadiga e o ar que respiram se tornou lava do vulcão da planície?!...”
“....A espaços metem as mãos nas golas das blusas e sacodem-nas, para que o ar,
mesmo quente, lhes refresque os seios.
- Eh, lá!... Essas mãos!...
- Eh, gente!...”
“Gaibéus”
Fonte: https://commons.wikimedia.org
“O ar fica a repetir aquela chicotada no silêncio opressivo.
Nem um pássaro anda no ar. Não conseguem singrar agora naquele céu de metais 
em fusão.
Os pássaros não voam. Mas os ceifeiros trabalham.
A ceifa não para – a ceifa não para nunca.” 
“Gaibéus”
Fonte: http://www.caminho.leya.com/pt
 Nasceu no Brasil, em Belém do Pará, mas passou quase toda sua vida 
em Portugal.
 Sua obra, poemas e prosa, demonstra indignação contra a exploração do homem 
pelo homem.
 Em um trabalho estético primoroso, mistura emoção e consciência social.
Carlos de Oliveira (1921-1981)
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt
 Romances: “Casa na duna” (1943), “Alcateia” (1944), “Pequenos burgueses” 
(1948), “Uma abelha na chuva” (1953), “Finisterra” (1978). 
 Crônicas: “O aprendiz de feiticeiro” (1971).
 Possui uma vasta produção poética.
Carlos de Oliveira: algumas obras
Fonte: https://www.fnac.pt/
 Álvaro Silvestre e Maria dos Prazeres – casamento por conveniência.
 Clara e Jacinto – amor verdadeiro, mas proibido.
 Fragilidade do ser humano – abelha na chuva.
“A abelha foi apanhada pela chuva: vergastadas, impulsos, fios do aguaceiro a
enredá-la, golpes de vento a ferirem-lhe o voo. Deu com as asas em terra e uma
bátega mais forte espezinhou-a. Arrastou-se no saibro, debateu-se ainda, mas a
voragem acabou por levá-la com as folhas mortas.”
“Abelha na chuva”
Quanto ao romance “Gaibéus”, de Alves Redol, assinale a alternativa incorreta:
a) É considerado o primeiro romance neorrealista português.
b) Retrata a vida humilde e sofrida dos camponeses do Ribatejo.
c) O autor utiliza a prosa poética, pois valoriza a arte pela arte.
d) A obra foi fruto de um trabalho empírico, de uma pesquisa de campo feita 
pelo autor.
e) O autor denuncia as desigualdades sociais existentes.
Interatividade
Quanto ao romance “Gaibéus”, de Alves Redol, assinale a alternativa incorreta:
a) É considerado o primeiro romance neorrealista português.
b) Retrata a vida humilde e sofrida dos camponeses do Ribatejo.
c) O autor utiliza a prosa poética, pois valoriza a arte pela arte.
d) A obra foi fruto de um trabalho empírico, de uma pesquisa de campo feita 
pelo autor.
e) O autor denuncia as desigualdades sociais existentes.
Resposta
 Manuel Lopes da Fonseca nasceu em Santiago do Cacém, em 1911. Poeta, 
romancista, contista e cronista. 
 Sua prosa e poesia se aproximam e estão impregnadas de um caráter autobiográfico, 
alimentado por recordações da convivência com o homem alentejano.
 Ultrapassa o regionalismo, pois trata de problemas humanos que atingem a todos nós.
 Empatia com as classes menos favorecidas – Alentejo.
 Seu realismo é bastante lírico, com tendências cinematográficas.
 Muitas de suas obras foram censuradas.
 Riqueza estética + denúncia da exploração.
Manuel da Fonseca (1911-1993)
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt
 “Rosa dos ventos” (1940); 
 “Aldeia nova” (1942); 
 “Cerromaior” (1943); 
 “O fogo e as cinzas” (1951); 
 “Seara de vento” (1958); 
 “Um anjo no trapézio” (1968); 
 “Tempo de solidão” (1969); 
 “Obra poética” (1984); 
 “Bairro de lata” (1986).
Manuel da Fonseca: algumas obras
Fonte: https://www.fnac.pt/
Personagens – dramaticidade:
 Antônio Valmurado, o Palma;
 Júlia;
 Amanda Carrusca;
 Bento;
 Mariana;
 Simbologia: Vento – Forno. 
“Seara de Vento”
Fonte: https://www.fnac.pt/
“Rumorosa, às sacudidelas bruscas, a ventania corre livremente. Em tropel
desabalado arremete contra a empena, trespassa a telha-vã. Gemendo, arrasta-se
pelo interior escuro do casebre. E demora, insiste, num ganido assobiado.
Seca e breve, como uma chicotada, a praga rompe dos lábios azedos da velha:
– Raios partam esse vento!
Por instantes, as duas mulheres entreolham-se. A velha de punho no ar, a boca
ainda aberta pelo grito. Júlia encolhida e receosa, como se acabasse de ouvir uma
blasfêmia.”
“Seara de Vento”
Fonte: https://www.istockphoto.com/br
1º homem alienado, mas inconsciente da alienação que o subjuga;
2º homem alienado, mas já consciente da alienação de que é vítima, embora 
ignorante das causas históricas da sua submissão e dos meios de as vencer;
3º homem conhecedor das próprias causas, mas não resolvido a utilizar os meios 
de que possa dispor para vencer a alienação, meios esses nem sempre a 
disposição, por estreito controle policial do Estado [...] 
4º homem na situação de revolta ou de guerra aberta contra as causas 
da alienação [...] 
(TORRES apud ABDALA JR, 1985,p162) TORRES, Antônio Pinheiro. O Neorrealismo 
literário português. Lisboa: Moraes, 1976.
Níveis de alienação
“Poesia Militante” (volumes I, II e III), “Imitação dos Dias – Diário Inventado” (1965), 
“A Memória das Palavras ou o Gosto de Falar de Mim” (1965), “Tempo 
Escandinavo” (contos, 1969), “O Sabor das Trevas” (romance-alegoria, 1976), 
“Calçada do Sol” (1983), “Dias Comuns – I. Passos Efêmeros” (obra póstuma, 
1990), “Dias Comuns – II. A Idade do Malogro” 
(obra póstuma, 1998).
José Gomes Ferreira (1900-1985)
Fonte: https://www.fnac.pt/
“Ora um dia, farto de tanta chorinquice e de tanta miséria que gelava as casas e 
cobria os homens de verdete, disse à mãe que, conforme a tradição local, 
lacrimejava no seu canto de viúva:
– Mãe, não aturo mais isto! Vou saltar o Muro.” 
(FERREIRA, 1963, p. 12)
“ – Nós, João Sem Medo I, Rei absoluto de Coisa Nenhuma, ordenamos que 
extraiam as barrigas e os estômagos aos nossos fiéis súditos e cortesãos [...] Para 
solucionar de uma vez para sempre a crise econômica... De hoje em diante só há 
uma pessoa que como no meu reino: eu.”
(FERREIRA, 1963, p. 83)
Animação: https://youtu.be/k8h7XDteml8
“Aventuras de João Sem Medo”
 Do jornal para o livro.
“Aventuras de João Sem Medo”
Fonte: acervo pessoal
Fonte: https://www.fnac.pt/
Assinale alternativa incorreta quanto ao romance “Seara de Vento”, de Manuel da 
Fonseca:
a) Há crítica social, pois o autor denuncia a vida miserável dos camponeses.
b) É um romance neorrealista, comtendências cinematográficas e crítica social.
c) Possui uma linguagem metafórica e simbólica. 
d) Antônio Palma é totalmente alienado, não adquire consciência política ao longo 
da obra.
e) Amanda Carrusca é uma personagem forte, apesar de 
sua aparência frágil, contrastando com sua filha Júlia.
Interatividade
Assinale alternativa incorreta quanto ao romance “Seara de Vento”, de Manuel da 
Fonseca:
a) Há crítica social, pois o autor denuncia a vida miserável dos camponeses.
b) É um romance neorrealista, com tendências cinematográficas e crítica social.
c) Possui uma linguagem metafórica e simbólica. 
d) Antônio Palma é totalmente alienado, não adquire consciência política ao longo 
da obra.
e) Amanda Carrusca é uma personagem forte, apesar de 
sua aparência frágil, contrastando com sua filha Júlia.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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