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Professora Luana Signorelli 
Aula 03: LITERATURA PARA VESTIBULARES 2020-2021 
 
 
 
 
Literatura para 
Vestibulares 2020/2021 
AULA 03 - 
O ROMANTISMO 
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Professora Luana Signorelli 
Luana Signorelli 
Sumário 
Introdução ......................................................................................................................... 3 
1 – Contextualização .......................................................................................................... 4 
2 – O Romantismo ............................................................................................................. 7 
3 – Romantismo no Brasil ................................................................................................ 10 
3.1 – Primeira Geração .................................................................................................................... 12 
3.2 – Segunda Geração ................................................................................................................... 16 
3.3 – Terceira Geração .................................................................................................................... 20 
3.4 – A Prosa Romântica Brasileira ................................................................................................. 22 
3.5 – Teatro Romântico Brasileiro ................................................................................................... 31 
4 – Romantismo em Portugal ........................................................................................... 32 
4.1 – Primeira Geração .................................................................................................................... 32 
4.2 – Segunda Geração ................................................................................................................... 37 
4.3 – Terceira Geração .................................................................................................................... 40 
5 – Contexto: Movimentos Artísticos no Geral ................................................................. 40 
5.1 – Pintura .................................................................................................................................... 40 
6 – Questões Sem Comentários ....................................................................................... 44 
7 – Gabarito ..................................................................................................................... 61 
8 – Questões com Comentários ....................................................................................... 61 
9 – Referências Bibliográficas .......................................................................................... 86 
10 – Considerações Finais ................................................................................................ 88 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Olá, vestibulandos. 
 Vamos dar continuidade à nossa programação de estudo de Literatura. Lembre-se sempre de 
nosso lema: 
 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”. 
 
 Segundo o nosso cronograma de aulas, hoje estudaremos o seguinte: 
 
AULA 03 – Romantismo: 
características gerais 
Artes: Romantismo 
Romantismo: características gerais. Contexto em 
Portugal: obras e autores mais importantes. Contexto no 
Brasil: obras e autores mais importantes. 
Artes: O Romantismo 
 
O quadro sinóptico (sinopse: resumo) é um material de apoio que irá poder ajudá-los pouco 
antes da prova, por se tratar de conteúdos grandes com muita informação. Tanto é que se quiserem 
ler a obra inteira, cuidado com os spoilers. 
Metodologicamente, separei os movimentos literários de acordo com os seguintes grupos: 
• Literatura brasileira: Romantismo em 3 gerações: primeira; segunda e terceira. 
• Literatura portuguesa: Romantismo em 3 gerações: primeira; segunda e terceira. 
Para cada nacionalidade, iremos estudar autores e obras de gêneros variados, tais como 
prosa, poesia e teatro. 
Um agradecimento à professora Celina Gil de Português e Marco Túlio de História pelas 
contribuições nessa aula. Então, vamos lá, não percamos tempo! 
 
“Poderíamos dizer que o imaginário romântico nasceu como tomada de consciência 
destes dois processos de ruptura, mas sem determinar o que veio antes ou o que veio 
depois. A ansiedade e a expectativa geradas pela combinação destas mudanças foram 
tais que excederam, não raro, as dimensões objetivas das transformações, projetando 
sobre elas uma força simbólica capaz também de alterar a realidade, delimitando-lhe 
contornos e procedendo, dialeticamente, a uma nova tomada de consciência dos 
homens. Fica difícil, se não impossível, definir o que foi mais significativo, se a realidade 
concreta ou a simbólica.” 
SALIBA, Thomé. As imagens do instável. In: As utopias românticas. São Paulo: Estação Liberdade, 2003. 
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ESTILO LITERÁRIO PRINCIPAIS AUTORES DESCRIÇÃO 
Romantismo 
Álvares de Azevedo, Bernardo 
Guimarães, Castro Alves, 
Gonçalves Dias, José de Alencar, 
Joaquim Manuel de Macedo, 
Manuel Antônio de Almeida. 
- 1ª geração: indianismo e 
naturalismo 
- 2ª geração: ultrarromantismo 
e individualismo. 
- 3ª geração: preocupação 
social e abolicionismo. 
 
1 – Contextualização 
Resumo da história literária do Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo da história literária de Portugal 
 
 
 
No Brasil, o período foi marcado por fatos importantes, como a Proclamação da 
Independência em 1822. Confiram outros marcos abaixo. 
 
 
 
 
 PERÍODO AUTORES E OBRAS CARACTERÍSTICAS 
PERÍODO 
MODERNO 
Romantismo 
Portugal: Almeida Garrett 
(Viagens na minha terra); 
Alexandre Herculano 
(Eurico, o presbítero); 
Camilo Castelo Branco 
(Amor de perdição); 
Brasil: Gonçalves Dias 
(Poesias); Álvares de 
Azevedo (Noite na taverna, 
Lira dos vinte anos); Castro 
Alves (Espumas flutuantes, 
Os escravos); José de 
Alencar (Iracema, O 
guarani, Til, Senhora); 
Manuel Antônio de 
Almeida (Memórias de um 
sargento de milícias). 
-Sentimentalismo 
-Evasão 
-Nacionalismo 
-Subjetivismo 
 
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Pontos históricos mais relevantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1807 1816 1820 1826 1832 1855 
Primeira Invasão 
Napoleônica 
Inserido no plano de Napoleão 
para impor o Bloqueio 
Continental a toda a Europa, 
Portugal não aceita tal 
bloqueio e como 
consequência, um exercito 
francês comandado pelo 
general Junot invade Portugal 
resultando na fuga da família 
real para o Brasil (1807-1821). 
Com a ajuda do exercito inglês 
comandadas por Wellington, as 
tropas francesas são derrotas e 
forçadas a abandonar Portugal. 
O Rio de Janeiro passa a ser a 
sede do governo português e a 
capital do reino. 
Revolução liberal 
 
A Burguesia mercantil via os 
seus negócios ameaçados com a 
abertura dos portos brasileiros 
ao comércio internacional. A 
Guarnição do Porto sentia-se 
revoltada com a falta de 
pagamento. Os comerciantes da 
cidade descontentes iniciam a 
revolução com o apoio de todas 
as camadas sociais
(Nobreza; 
Clero e Exército português). Dá- 
se um movimento 
revolucionário liberal que veio 
marcar o fim do Antigo Regime e 
institui uma Monarquia 
Constitucional. 
 
Guerra civil 
Início da guerra civil que se 
prolongará por dois anos. Em 
1836, ocorre a Revolução de 
Setembro que restabelece a 
Constituição de 1822. Em 
1842, novo golpe de Estado, 
liderado por Costa Cabral. 
Mudança de 
reinado 
Morte de D. Maria e aclamação 
de D. João VI. Ele é casado com 
Carlota Joaquina, filha mais velha 
de Carlos IV, da Espanha. Juntos 
têm nove filhos, entre eles Pedro 
de Alcântara, futuro imperador 
do Brasil como Pedro I. 
Regência 
 
Morte de D. João VI. O Conselho de 
Regência, presidido pela Infanta D. 
Isabel Maria, escolhe D. Pedro 
como sucessor da coroa 
portuguesa sob o título de D. 
Pedro IV de Portugal. D. Pedro IV 
declara a Carta Constitucional. 
Aclamação de D. 
Pedro V 
 
Morte de D. Pedro V, e 
consequente subida ao 
trono do seu irmão D. Luís I 
de Portugal, por não ter 
deixado descendência. 
D. João VI 
Foi rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves 
de 1816 a 1822 e conhecido como O Clemente. Ele 
gostava bem de um franguinho, inclusive, 
carregava-o no bolso. 
Fonte do modelo: Showeet 
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2 – O Romantismo 
Vocês se consideram uma pessoa romântica? 
A palavra “romântico” é frequentemente associada a um conjunto de comportamentos e 
valores, como dar ou receber flores, gostar de ler ou escrever poemas e histórias de amor, 
emocionar-se facilmente, ser gentil e delicado com a pessoa amada. Esse tipo de romantismo, 
porém, é diferente do Romantismo na arte. Este também está relacionado aos sentimentos, mas foi 
muito mais do que isso. Foi um amplo movimento que surgiu no século XIX e representou 
artisticamente os anseios da burguesia que havia acabado de chegar ao poder na França via 
Revolução. Estudar a literatura do período implica conhecer as transformações então ocorridas e 
ver de que modo elas acarretaram uma nova forma de ver e sentir o mundo. 
Os principais autores que constituíram o Romantismo na Europa e serviram de inspiração 
para os escritores brasileiros são: 
 
 
 
• Poeta inglês conhecido pelo estilo sombrio e melancólico, que inspirou a 2ª geração 
romântica do Brasil. 
• Principal Obra: Don Juan (1819). 
Byron
• Escritor estadunidense caracterizado por uma escrita sombria, de horror, mistério 
e fantasia.
• Principais obras: contos. Alguns dos mais conhecidos são O Retrato Oval, A queda 
da casa de Usher e O gato preto. O celébre poema O corvo foi inclusive traduzido 
por Machado de Assis.
Edgard Allan Poe
• August e Friedrich Schlegel foram críticos, filósofos e tradutores alemães. Seus 
estudos foram variados, tendo incluído até a cultura oriental. Desenvolveram o 
conceito de ironia romântica.
• Principais obras: fragmentos. Athenaeum - August (1798-1800), Lucinde -
Friedrich (1799).
Irmãos Schlegel
• Autor alemão considerado percursor do romantismo como movimento literário. 
• Suas obras tem grande presença da natureza ligada à uma religiosidade, sendo 
entendida como uma imagem do paraíso.
• Principais obras: Os sofrimentos do Jovem Werther (1774), Os anos de 
Aprendizado de Wilhelm Meister (1797) e Fausto (1806). 
Goethe
• Escritor francês cujas principais características são obras de forte crítica social e 
posição política progressista. 
• Principais obras: O corcunda de Notre-Dame (1831) e Os miseráveis (1862).
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As principais características do Romantismo na literatura são: 
 
 
Amor romântico + erotismo
• Amor romântico (alma) convive com amor físico (erótico);
• Realização do ato sexual como realização completa do indivíduo. 
Evasão (fuga à realidade)
• Apologia à morte;
• Gosto pelo isolamento e os locais macabros;
• Introspecção. 
Idealização
• A natureza como espaço idílico, paradisíaco;
• A projeção da mulher perfeita;
• Desejo de liberdade, ideal de mundo melhor.
Liberdade 
• Desejo de livrar-se do modo de vida burguês;
• Certa rebeldia. 
Nacionalismo
• Busca dos traços característicos de cada povo (os laços de semelhança);
• Constituição das identidades nacionais a partir da exaltação da natureza;
• Histórias de heróis fundadores; 
• Na Europa, traduz-se nas novelas cjas personagens são cavaleiros medievais.
Oposição aos clássicos 
• Rompimento com as inspirações greco-latinas; 
• Valorização da Idade Média (início das colônias);
• Métricas não clássicas na poesia e romance como principal forma na prosa. 
Sentimentalismo
• Valorização da escrita subjetiva;
• Sofrimento do amor não correspondido;
• Sofrimentos existenciais, inclusive a inescapabilidade da morte;
• Sentimnto de inadequação na sociedade. 
Spleen (mal do século) 
• Inspiração na poesia de Byron;
• Vida boêmia e decadência;
• Melancolia e pessimismo;
• Preseça da tuberculose: a morte se torna o destino próximo. 
Sublime e grotesco
• A ideia de que algo sublime não precisa ser necessariamente belo;
• Temas baixos e linguagem de baixo calão.
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A IRONIA ROMÂNTICA 
 Assim como de uma Natureza personificada pode-se dizer que brinca com – ou 
ironiza – suas formas criadas, parecendo prometer a cada uma delas uma inteireza e uma 
estabilidade de ser, apenas para relativizá-las e desestabilizá-las no fluxo sem-fim da 
criação e des-criação, assim também o homem, ou mais especificamente o artista, sendo 
ele próprio uma parte da natureza, tem ao mesmo tempo uma energia criativa e uma des-
criativa, uma inventividade entusiasta, irrefletida, e uma inquietação irônica, 
autoconsciente que não pode satisfazer-se com a finitude da realização, mas deve 
continuamente transcender mesmo aquilo que sua imaginação e inspiração criaram. O 
que deveria ser realmente um predicamento sem esperança seria um universo 
totalmente compreensível e portanto, num sentido, um universo morto. 
 (...) O artista que consegue este difícil ato de equilíbrio, esta “alternação 
admiravelmente perene de entusiasmo e ironia”, produz uma obra que contém em si 
mesma seu próprio vir-a-ser. O artista será como Deus ou a Natureza imanente em cada 
elemento criado e finito, mas o leitor também terá consciência de sua presença 
transcendente enquanto atitude irônica frente à sua própria criação. Esta superação 
criativa da criatividade é a Ironia Romântica; ela ergue a arte a uma força superior (...). 
Fonte: MUECKE, 2008, p. 40-41, grifo meu. 
 
Apesar de ser, do ponto de vista ideológico, uma arte revolucionária, o Arcadismo era, do 
ponto de vista estético, uma arte conservadora, pois se limitava fundamentalmente a eliminar os 
exageros do Barroco e retomar os modelos do Classicismo do século XVI. Criar uma linguagem 
verdadeiramente nova, identificada com os padrões mais simples da vida do novo público 
consumidor, a burguesia, foi tarefa que coube ao Romantismo. 
 
 
 (QUESTÃO AUTORAL – LUANA/2019) 
 
 
O romance Os sofrimentos do jovem Werther, do escritor alemão Goethe, é um dos marcos 
fundadores do Romantismo europeu e exerceu grande influência sobre os escritores 
românticos brasileiros. A partir do trecho abaixo, marque a alternativa correta, a qual se dá 
para concluir a partir dele. 
 
Aos 04 de maio de 1771. 
 Como estou contente de ter partido! Ah, meu amigo, o que é o coração humano! Deixar-
te, a ti que eu tanto amo, de quem eu era inseparável,
e estar contente! Sei que me perdoarás. 
Não estavam todas as minhas demais relações como que escolhidas pelo destino a fim de afligir 
um coração como o meu? A pobre Leonor! E contudo eu era inocente! Podia eu fazer algo se, 
enquanto o encanto teimoso de sua irmã me proporcionava tão agradável companhia, uma 
paixão se acendia em meu pobre coração? E todavia... serei eu totalmente inocente? Não 
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alimentei seus sentimentos? Não me deleitei com as sinceras expressões daquela criatura, 
expressões que tantas vezes nos fizeram rir, embora na realidade fossem tão pouco dignas de 
riso? Não fiz eu... Oh, o que é o homem para se atrever a lamentar-se sobre si mesmo! Eu 
quero, dileto amigo, eu te prometo que quero corrigir-me, nunca mais haverei de, como 
sempre fiz, beber até a última gota os males que o destino nos reserva. Quero gozar o presente 
e o passado será passado para mim. É claro, caríssimo, que tu tens razão. As dores dos homens 
seriam menos agudas se eles não... Deus sabe por que eles são feitos assim! Se ocupar com 
tanta assiduidade da fantasia, chamar de volta a lembrança dos males passados, ao invés de 
tornar o presente suportável... 
GOETHE, Johann Wolfgang. Os sofrimentos do jovem Werther. Porto Alegre: L&M Pocket, 2001, p. 12-13. 
 
Diante do exposto, todas as alternativas estão corretas, EXCETO 
a) a obra tem uma estrutura epistolar, ou seja, é construída a partir de cartas escritas por 
Werther. 
b) o romantismo é um movimento centrado na primeira pessoa, descompromissado com o ser 
humano no geral. 
c) os jovens da época começaram a se vestir igual a Werther e a viver paixões desenfreadas 
como ele. 
d) Leonor é o único grande amor de Werther. 
e) o Romantismo alemão baseou-se no movimento de Sturm und Drang. 
Alternativa “a”: incorreta. Epistolar significa dizer que ela é escrita em forma de cartas, o 
que conseguimos concluir mediante o cabeçalho com a data. 
Alternativa “b”: correta – gabarito. Apesar de ser uma das principais características do 
Romantismo no geral, o individualismo e o subjetivismo, esse trecho evidencia partes 
verdadeiramente filosóficas e humanas, isto é, universais, como “o que é o coração humano!”, 
“Oh, o que é o homem para se atrever a lamentar-se sobre si mesmo!” e “As dores dos homens 
seriam menos agudas se eles não...”, embora esta última frase esteja incompleta. 
Alternativa “c”: incorreta. chamou-se de a Febre de Werther. Os jovens começaram a se 
vestir de colete amarelo e casaco azul, exatamente igual a Werther, e houve uma onda de 
suicídio. 
Alternativa “d”: incorreta. Este é o nome de uma outra personagem do romance. Ele até 
podia estar momentaneamente enamorado, mas a verdadeira amada de Werther era Carlota. 
Alternativa “e”: incorreta. Sturm und Drang significa tempestade e ímpeto, tumulto e 
violência. “Movimento literário germânico desenvolvido entre 1770 e 1785, e cujo nome deriva 
de uma peça de igual título, escrita por F. M. Klinger (1752-1831), e publicada em 1776. 
Conquanto (...) proximamente nas ideias francesas em voga no tempo, sobretudo as de J. J. 
Rousseau (1712-1778), preconizava o retorno às mais legítimas raízes da germanidade” 
(MOISÉS, 2004, p. 435). 
Gabarito: “b”. 
 
 
 
 
 
 
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3 – Romantismo no Brasil 
Poucos anos depois de nossa independência política em 1822, surge o Romantismo no Brasil, 
e por isso a sua história se confunde com a história política do país. Com a fuga da família real em 
1808, uma vez que Portugal fora invadido por Napoleão, a colônia passou por uma série de 
mudanças. 
➢ Criação de escolas de nível superior; 
➢ Fundação de museus e bibliotecas públicas; 
➢ A criação de tipografias; 
➢ A criação de uma imprensa regular. 
A produção literária mais consistente entre os séculos XVII e XVIII se justificou pelo advento 
de um público leitor. Depois da Independência em 1822, os intelectuais e artistas da época se 
engajaram no processo de tentativa de criação de uma identidade nacional. 
 No Brasil, o Romantismo teve um significado a mais: ele tinha a característica de ser 
anticolonialista e antilusitano, o que representava uma rejeição à literatura produzida na época 
colonial por ela estar ligada aos modelos de cultura portuguesa. Foi nesse sentido que o Romantismo 
brasileiro também integrou o nacionalismo. 
Tradicionalmente, divide-se o Romantismo no Brasil em três gerações, com características 
principais distintas. 
 
 
 
 
 
• Nacionalista 
• Indianista
• Religiosa
• Principal autor: Gonçalves Dias 
PRIMEIRA GERAÇÃO
• Egocentrismo
• Pessimismo
• Ligação com a morte
• Principais autores: Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu
SEGUNDA GERAÇÃO
• Cunho político-social
• Abolicionismo
• Principal autor: Castro Alves
TERCEIRA GERAÇÃO
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Os escritores de prosa romântica não se enquadram exatamente em nenhuma das fases, pois 
dialogam com características de todas elas. Na prosa, divide-se os romances não por gerações, mas 
por tendências: 
 
 
 
As gerações também não se aplicam ao teatro propriamente dito. Temos como principais 
autores no teatro romântico brasileiro: 
• Martins Pena, José de Alencar, Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Álvares de 
Azevedo. 
Vamos estudar primeiramente o marco inicial do Romantismo. 
 
Gonçalves de Magalhães 
Nome completo: Domingos José Gonçalves de 
Magalhães, foi considerado introdutor do Romantismo no 
Brasil. No teatro, ele escreveu Antônio José ou O poeta e a 
Inquisição (1838). 
 
A publicação da obra Suspiros poéticos e saudade (1836), de 
Gonçalves de Magalhães, tem sido considerada o marco inicial do 
Romantismo no Brasil. A importância dessa obra, porém, reside 
muito mais nas novidades teóricas de seu prólogo, em que 
Magalhães anuncia a revolução literária romântica, do que 
propriamente na execução dessas teorias (CEREJA; MAGALHÃES, 
2004, p. 62). 
 
ROMANCE 
INDIANISTA
• Resgate da 
cultura e história 
dos indígenas 
brasileiros. 
• Índio como figura 
heróica, 
idealizada. 
• Valorização da 
natureza 
brasileira. 
• Principal autor: 
José de Alencar.
ROMANCE 
HISTÓRICO
• Retrato dos 
costumes de uma 
época do 
passado.
• Mistura dados 
reais com 
ficcionais. 
• Principal autor: 
José de Alencar. 
ROMANCE 
REGIONALISTA
• Ambiente rural 
ou cultura típica 
de determinadas 
regiões. 
• Diversidade do 
Brasil e ideia de 
"Brasil 
verdadeiro". 
• Principais 
autores: José de 
Alencar, Bernardo 
Guimarães e 
Visconde de 
Taunay.
ROMANCE 
URBANO
• Histórias da alta 
sociedade das 
capitais.
• Crítica aos 
costumes.
• Principais 
autores: José de 
Alencar, Joaquim 
Manuel de 
Macedo e 
Manuel Antônio 
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3.1 – Primeira Geração 
 É marcada pelo indianismo, o nacionalismo (ufanismo) e a exaltação da natureza. 
 
Gonçalves Dias 
 Filho de português com cafuza (relativo a ou 
filho de negro e índia, segundo o dicionário Houaiss), 
estudou na sua terra natal de Maranhão, tendo 
completado a sua formação em Coimbra, onde 
cursou Direito. Voltou para o Brasil com vários de seus 
escritos. Fez várias viagens pelo Brasil, passando pela 
Amazônia, e chegou a escrever um Dicionário da 
língua tupi. 
 Além de poemas sobre a natureza brasileira, 
sua obra foi um verdadeiro
projeto de construção de 
cultura brasileira. Na lírica, também produziu poemas 
religiosos, explorando a manifestação de Deus na 
natureza. Fora isso, também são temas de suas 
discussões a pátria, o índio e o amor não 
correspondido. 
 
➢ Épica 
• I-Juca-Pirama (1851); 
• Canção dos Tamoios (e Confederação dos Tamoios de Magalhães, 1856); 
• Os Timbiras (1857). 
 
CANÇÃO DO TAMOIO 
 
I 
Não chores, meu filho; 
Não chores, que a vida 
É luta renhida: 
Viver é lutar. 
A vida é combate, 
Que os fracos abate, 
Que os fortes, os bravos 
Só pode exaltar. 
 
II 
Um dia vivemos! 
E o homem que é forte 
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Condor Tapir 
Não teme da morte; 
Só teme fugir; 
No arco que entesa 
Tem certa uma presa, 
Quer seja tapuia, 
Condor ou tapir. 
 
Comentário 
A épica de Gonçalves Dias é baseada numa numerologia clássica. Assim como Os 
Lusíadas de Luís de Camões tem 10 cantos, também tem 10 cantos tanto I-Juca-Pirama 
quanto a Canção dos Tamoios. 
Vários fatores são importantes nesse texto: o som, pois há rimas (terminações iguais 
dos termos – vida/renhida; combate/abate); há ritmo e métrica (pois todos os versos são 
redondilhas menores, isto é, apresentam 5 sílabas poéticas, com acento na segunda e na 
terceira sílaba poética – não-cho-res-meu-fi-lho); há figuras de linguagem (uma, por 
exemplo, é a anáfora, a repetição de termos no início do verso – não/não; que/que). 
E, no sentido mais global ou geral, o trecho é bonito, pois alude à luta na vida, que 
pode remeter à luta cotidiana de cada um, a qual universalmente pode tanto representar 
um índio no século XVIII quanto um brasileiro no século XXI. 
No mais, na última estrofe há alusões ao condor, pássaro típico da Terceira Geração e 
o tapir, outro animal. Já tapuia é uma tribo indígena. 
Segundo o dicionário Houaiss, o tapir é um animal comum aos mamíferos, de corpo 
pesado, membros curtos, os anteriores dotados de quatro dedos e os posteriores de três, 
todos terminados em pequenos cascos, cauda muito curta e focinho longo e flexível. Isso 
ilustra a preocupação de Gonçalves Dias com a fauna, especialmente a brasileira. 
 
 
 
 
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➢ Prosa: principais obras 
• Meditação (1850); 
• Memórias de Agapito (1843); 
• Um Anjo (1843). 
 
➢ Poesia: principais obras 
• Primeiros Cantos (1846); 
• Segundos Cantos (1848); 
• Últimos Cantos (1851); 
• Cantos (1857); 
• Lira Varia (1869). 
 
LEITO DE FOLHAS VERDES 
 
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo 
À voz do meu amor moves teus passos? 
Da noite a viração, movendo as folhas, 
Já nos cimos do bosque rumoreja. 
 
Eu sob a copa da mangueira altiva 
Nosso leito gentil cobri zelosa 
Com mimoso tapiz1 de folhas brandas, 
Onde o frouxo luar brinca entre flores. 
 
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, 
Já solta o bogari2 mais doce aroma! 
Como prece de amor, como estas preces, 
No silêncio da noite o bosque exala. 
 
Brilha a lua no céu, brilham estrelas, 
Correm perfumes no correr da brisa, 
A cujo influxo mágico respira-se 
Um quebranto de amor, melhor que a vida! 
 
A flor que desabrocha ao romper d’alva 
Um só giro do sol, não mais, vegeta: 
Eu sou aquela flor que espero ainda 
Doce raio do sol que me dê vida. 
 
Sejam vales ou montes, lago ou terra, 
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite, 
Vai seguindo após ti meu pensamento; 
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Outro amor nunca tive: és meu, sou tua! 
 
Meus olhos outros olhos nunca viram, 
Não sentiram meus lábios outros lábios, 
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas 
A arazóia3 na cinta me apertaram. 
 
Do tamarindo a flor jaz entreaberta, 
Já solta o bogari mais doce aroma 
Também meu coração, como estas flores, 
Melhor perfume ao pé da noite exala! 
 
Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes 
À voz do meu amor, que em vão te chama! 
Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil 
A brisa da manhã sacuda as folhas! 
 
1tapiz = extensão de terreno coberta de flores, relva. 
2bogari = arbusto escandente nativo da Índia, de flores brancas, dobradas, muito perfumadas, e 
bagas pretas. 
3arazóia = mesmo que araçoia: saiote, feito de penas, usado por mulheres indígenas. 
 
Comentário 
 Reparem que o que pode ser difícil nesse poema é o vocabulário. Por isso é que eu 
disponibilizei um glossário. 
 Depois, o eu lírico se direciona a Jatir, um nome próprio. Então, ele apela para um 
sentimentalismo, fala de natureza, amor, brilho das estrelas, perfume e magia que é o 
quebranto do amor. A presença da natureza é marcante: lago, terra, dia e noite. O eu lírico 
faz juras de amor, promete exclusividade. 
 Mesmo na lírica amorosa, ao fim há alusão à mitologia tupi. Na mitologia dos indígenas 
de língua tupi, Tupã é o trovão, cultuado como divindade suprema. 
 
➢ Teatro: principais obras 
• Patkull (1843); 
• Beatriz Cenci (1845); 
• Leonor de Mendonça (1846) → principal; 
• Boabdil (1850). 
 
 
 
 
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3.2 – Segunda Geração 
 
 Algumas décadas depois da introdução do romantismo no Brasil, a poesia ganha novos rumos 
com o aparecimento dos ultrarromânticos. Esses poetas, desvinculados do compromisso com a 
nacionalidade assumido pela primeira geração, desinteressam-se da vida político-social e voltam-se 
para si mesmos, numa atitude pessimista. Como forma de protesto contra o mundo burguês, vivem 
entediados e à espera da morte. 
Sem acreditar nas ideias e valores que levaram à Revolução Francesa e sem ter nenhum outro 
projeto, essa segunda geração sentia-se a geração perdida, ou também conhecida como mal du 
siècle (mal do século em francês). E a forma encontrada para expressar seu pessimismo e o 
sentimento de inadequação à realidade foi, no plano pessoal, levar uma vida desregrada, dividida 
entre os estudos acadêmicos e o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras literárias como Musset 
e Byron, escritores cuja vida eles imitavam. 
 No plano da literatura, desenvolveram as seguintes características: 
➢ Desprezo pelo nacionalismo e o indianismo da primeira fase; 
➢ Subjetivismo; 
➢ Egocentrismo; 
➢ Sentimentalismo; 
➢ Sondagem interior → da qual mais tarde irá se aproveitar o Realismo. 
 
 
Álvares de Azevedo 
 É a principal escritor do ultrarromantismo 
no Brasil e viveu entre 1831-1852. Paulista, fez os 
estudos básicos no Rio de Janeiro e cursava o 5º 
ano do curso de Direito quando sofreu um 
acidente (queda de cavalo). Tendo se complicado, 
o caso o levou à morte antes de completar 21 
anos. 
 Sua obra completa 7 livros entre poesia, 
prosa e teatro e foi produzida quando ele era 
estudante universitário em apenas 4 anos. Apesar 
da irregularidade da obra e da curta vida, foi 
expoente da sua geração. 
 
➢ Poesia: principais obras 
• Lira dos Vinte Anos (1853); 
• O conde Lopo (1866). 
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Pálida, à luz da lâmpada sombria, 
Sobre o leito de flores reclinada, 
Como a lua por noite embalsamada, 
Entre as nuvens do amor ela dormia! 
 
Era a virgem do mar! Na escuma fria 
Pela maré das águas embalada! 
Era um anjo entre nuvens d'alvorada 
Que em sonhos se banhava e se esquecia! 
 
Era mais bela! O seio palpitando... 
Negros olhos
as pálpebras abrindo... 
Formas nuas no leito resvalando... 
 
Não te rias de mim, meu anjo lindo! 
Por ti - as noites eu velei chorando, 
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo! 
– Álvares de Azevedo 
 
Comentários 
 O soneto segue um projeto estético de Álvares de Azevedo que é a contradição. Na 
Lira dos Vinte Anos, a primeira e a terceira partes mostram o eu lírico adolescente, casto, 
sentimental e ingênuo. Por isso é que ele é representado pela figura de Ariel, representação 
do bem. Ariel e Calibã são reaproveitamentos literários da peça teatral A tempestade (1611) 
de William Shakespeare. 
 Esse soneto se organiza por relações antitéticas. A antítese é uma figura de linguagem 
que ocorre quando há a presença de termos de sentidos opostos numa mesma oração. 
Portanto, percebemos a escuridão e a claridade; a noite e o amanhecer; o sonho e a 
realidade, a virgem pálida e distante (idealizada) e a mulher corporificada e sensual. 
 Inclusive, o poema segue este caminho: da idealização rumo à materialização. Essa 
gradação acontece à medida que o dia vai amanhecendo. 
 
➢ Teatro: principais obras 
• Noite na Taverna (1855). 
 
 
 
 
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Casimiro de Abreu 
 
Natural de Barra de São João no Rio de 
Janeiro em 1839, escreveu grande parte de sua 
obra Primaveras em Portugal. Ele ajudara a 
desanuviar o caminho que Álvares de Azevedo 
deixou em aberto quando ele morreu. 
Diferentemente da obra de Álvares na 
qual o amor se confunde com a morte, em 
Casimiro o amor associa-se à vida e a 
sensualidade, embora esta ainda seja ligada ao 
medo de amar, sempre disfarçada, cheia de 
jogos e insinuações. 
Outros temas recorrentes na sua obra: a 
infância, a pátria e a saudade – como é o caso de 
seu célebre “Meus oito anos”, bem como a 
solidão e a natureza. Faleceu em 1860. 
 
 
➢ Poesia: principais obras 
• Minha Mãe (1855); 
• Rosa Murcha (1855); 
• Saudades (1856); 
• Suspiros (1856); 
• Meus Oito Anos (1857); 
• Treze Cantos (1858); 
• Folha Negra (1858); 
• Primaveras (1859). 
 
➢ Prosa: principais obras 
• Fora da Pátria (1855); 
• Longe do Lar (1858); 
• Carolina (1856); 
• A Cabana (1858). 
 
➢ Teatro: principais obras 
• Camões e o Jau (1856). 
 
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Eu tenho uns amores – quem é que os não tinha 
Nos tempos antigos? – Amar não faz mal; 
As almas que sentem paixão como a minha 
Que digam, que falem em regra geral. 
 - A flor dos meus sonhos é moça bonita 
 Qual flor entr’aberta do dia ao raiar, 
 Mas onde ela mora, que casa ela habita, 
 Não quero, não posso, não devo contar! 
 
Oh! ontem no baile com ela valsando 
Senti as delícias dos anjos do céu! 
Na dança ligeira qual silfo voando 
Caiu-lhe do rosto seu cândido véu! 
 - Que noite e que baile! –Seu hálito virgem 
 Queimava-me as faces no louco valsar, 
 As falas sentidas que os olhos falavam 
 Não quero, não posso, não devo contar! 
Comentários 
O poema apresenta forte musicalidade, característica comum à poesia romântica em 
geral, especialmente a de Casimiro. 
Outro escritor romântico que descreveu um baile em sua obra foi José de Alencar em 
Senhora: “Há uma delícia, uma voluptuosidade pura e inocente nesta embriaguez da 
velocidade”. 
Por fim, a sensualidade e o erotismo dos amantes isolados aumentam gradativamente, 
mas o eu lírico ainda tem medo de amar. 
 
 
FRIEDRICH, Caspar David. Dois homens contemplando a lua (c. 1825-30). 
Fonte: Metropolitan Museum of Art. 
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3.3 – Terceira Geração 
 
As décadas de 60 e 70 do século XIX representam um período de transição na poesia 
brasileira. Ao mesmo tempo que muitos dos procedimentos da primeira e da segunda geração se 
mantêm, surgem novidades de forma e de conteúdo, dando origem à terceira geração da poesia 
romântica, que se volta mais para os problemas sociais. 
 A terceira geração da poesia romântica brasileira é formada por poetas ligados à corrente 
condoreira ou hugoana, como também é chamada por influência do escritor francês Victor Hugo. 
 Talvez seja Castro Alves o primeiro grande poeta social brasileiro. Como poucos, soube 
conciliar as ideias de reforma social com procedimentos da poesia, o que tornou a sua arte engajada. 
A linguagem usada por ele era grandiosa, eloquente e acentuada de hipérboles e espaços amplos, 
como o mar, o céu, o infinito, o deserto. Ele também usava a negritude como bandeira. Associa-se a 
aves que representam a liberdade, como a águia, o falcão e o albatroz. 
 
 
Castro Alves 
Ocupante da cadeira de no 7 na Academia 
Brasileira de Letras, era considerado o poeta dos 
escravos e nasceu em 1847. Estudou Direito em 
Recife e São Paulo. Representou maturidade em 
relação à ingenuidade das gerações anteriores, como 
o idealismo indianista e amoroso e o nacionalismo 
ufanista. 
A crítica objetiva ao regime social prefigura o 
movimento posterior do Realismo. 
 
 
➢ Poesia: principais obras 
• Espumas flutuantes (1870); 
• A Cachoeira de Paulo Afonso (1876); 
• Os Escravos – O Navio Negreiro (1883); 
• Hinos do Equador (1921). 
 
 
 
 
 
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 I 
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas 
Ao quente arfar das virações marinhas, 
Veleiro brigue corre à flor dos mares, 
Como roçam na vaga as andorinhas... 
 
Donde vem? onde vai? Das naus errantes 
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? 
Neste saara os corcéis o pó levantam, 
Galopam, voam, mas não deixam traço. 
 
Bem feliz quem ali pode nest'hora 
Sentir deste painel a majestade! 
Embaixo — o mar em cima — o firmamento... 
E no mar e no céu — a imensidade! 
 
Homens do mar! ó rudes marinheiros, 
Tostados pelo sol dos quatro mundos! 
Crianças que a procela acalentara 
No berço destes pélagos profundos! 
 
Por que foges assim, barco ligeiro? 
Por que foges do pávido poeta? 
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira 
Que semelha no mar — doudo cometa! 
 
Albatroz! Albatroz! águia do oceano, 
Tu que dormes das nuvens entre as gazas, 
Sacode as penas, Leviathan do espaço, 
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas. 
 
Comentários 
 Estão aqui apenas uns trechos. No final de alguns versos há perguntas e 
questionamentos, evidenciando um eu lírico atribulado. 
 Há o contraste entre a condição degradante da escravidão e o sentimento de liberdade 
vivido no mar, representado pelo pássaro do albatroz ao final. Dar asas ao eu lírico significa 
a ele mais do que liberdade, mas sim fuga daquela situação. 
 
➢ Teatro: principais obras 
• Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875). 
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3.4 – A Prosa Romântica Brasileira 
 
Joaquim Manuel de Macedo 
 Apesar de formado em Medicina, 
Macedo exerceu mesmo o jornalismo e se 
engajou na política. A moreninha foi a sua 
primeira obra e foi feita com o propósito bem 
claro de satisfazer o gosto do leitor da época. 
Tanto é que seu modelo foi reaproveitado 
por vários outros romances posteriores do 
autor. Esse modelo é pautado nas seguintes 
características: comicidade, namoro difícil ou 
impossível (platônico), a dúvida entre dever e 
desejo, o reconhecimento
inesperado de 
uma identidade, as brincadeiras de 
estudantes e uma linguagem mais voltada 
para o tom coloquial. 
Os homens viviam uma vida de 
boemia enquanto a mulheres mantinham sua 
castidade e o final feliz é típico do 
Romantismo, bem como sentimentalismo 
exagerado. No teatro, escreveu O cego e Cobé. 
 
A moreninha (1844) 
ESTRUTURA 23 capítulos e um epílogo. 
PERSONAGENS 
Filipe, Leopoldo, Fabrício, Augusto, Joana, Joaquina, D. Ana, Moreninha 
(irmão de Filipe), D. Violante. 
TEMPO Primeira metade do século XIX. 
ESPAÇO A ilha de... Não é especificado, mas se acredita que seja a de Paquetá. 
ENREDO 
Augusto, Leopoldo e Fabrício são convidados por Filipe (são 4 estudantes de 
Medicina) para passar o feriado de Sant’Ana na casa de sua avó na Ilha. Houve 
uma aposta entre Filipe e Augusto: alguém se apaixonaria na ilha e o outro 
teria que escrever um romance por perder a aposta. 
CONFLITO 
Quem acaba por se apaixonar é o Augusto. Ele se apaixona por Carolina, a 
quem chega a propor, mas está ligado a uma promessa de infância com uma 
garota que encontrou na praia. 
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Fonte da imagem: Pixabay. 
Fonte da imagem da luneta: 
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CLÍMAX 
A garota da praia acaba se revelando convenientemente como sendo 
Carolina, pois havia guardado um presente (um camafeu: joia ou entalhe) dele 
para comprovar. 
DESFECHO 
Eles ficam juntos e Augusto escreve o romance A moreninha para contar sua 
história. 
 
 
 
A luneta mágica (1869) 
ESTRUTURA VI (6) capítulos. 
PERSONAGENS Simplício, Américo, tia Domingas, prima Anica, Sr. Nunes, Reis, Armênio. 
TEMPO 
ESPAÇO Cidade do Rio de Janeiro. 
ENREDO 
Simplício ficou órfão com 12 anos e vai morar com a sua família. Um dia 
indicam a ele um gravador de vidros chamado Reis que poderia ajudá-lo com 
o seu problema de miopia. Reis tenta e não consegue, e recomenda para 
Simplício o mágico Armênio, que entrega ao menino uma luneta com a qual 
ele podia enxergar. Porém, ela tinha uma peculiaridade: o menino não podia 
fixar por mais de 3 minutos em nenhum objeto, senão veria o mal deles e com 
13 ele iria ver o futuro e a luneta se destruiria automaticamente. 
CONFLITO 
Claro que uma criança de 12 anos iria ignorar os conselhos. Ele começa a ver 
o mal em toda a sua família. Começa a se sentir decepcionado e todo mundo 
o julga louco. 
CLÍMAX 
Ele decide tomar um ato heroico de destruir a própria luneta. Olha para ele 
mesmo no espelho. Acaba por ver o próprio mal e a luneta se destrói antes 
que ele possa ver o próprio futuro. 
DESFECHO Simplício retorna ao mágico que dessa vez faz para ele uma luneta que 
consegue ver o bem nos outros. Novamente, ele desobedece, e vendo o bem 
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em todos começa a se sentir enganado e se apaixona por todas as mulheres. 
Indo se suicidar no corcovado, aparecem Armênio e Reis, que lhe explicam 
que todos nós temos o mal e o bem dentro de nós mesmos e lhe entregam a 
luneta do bom senso. 
 
Manuel Antônio de Almeida 
 
Nascido em 1830 no Rio de Janeiro e falecido em 1861, 
representa um escritor de transição do Romantismo para o 
Realismo, sendo essa a sua principal característica. Sua obra já 
apresenta crítica social, denúncia e ironia, elementos típicos do 
movimento posterior. 
 De família pobre, cursou Medicina com dificuldade, 
embora nunca tenha a exercido, tornando-se na realidade 
jornalista. 
Como escritor, escreveu uma única obra, mas que, pelo 
seu descompromisso e senso de humor, alcançou um lugar 
simbólico na Literatura brasileira. 
 
 
Memórias de um sargento de milícias (1854) 
ESTRUTURA XLVIII (48) capítulos. 
PERSONAGENS 
Leonardo, Maria das Hortaliças, o Compadre, a Comadre, Major Vidigal, Dona 
Maria, Luisinha, Vidinha. 
TEMPO Início do século XIX, época de D. João VI. 
ESPAÇO Rio de Janeiro. 
ENREDO 
Maria da Hortaliça e Leonardo Pataca vieram de Portugal em um navio 
negreiro, tendo gerado Leonardo. Porém, ela abandona o marido para voltar 
para a terra natal. Pataca não cuida do filho e entrega para ser criado pelo 
padrinho, o barbeiro. O pai Leonardo Pataca se envolve com uma cigana. Ao 
tentar reconquistá-la, vai preso. Conhece o amor novamente em Luisinha, 
mas que acaba por casar com José Manuel. Com vida atribulada e passagens 
pela prisão, Leonardo Pataca ironicamente irá se tornar sargento e 
reencontra Luisinha viúva com quem obtém permissão de casar. 
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CONFLITO 
Os altos e baixos de Leonardo Pataca, desencontrado no amor e preso várias 
vezes, típico representante malandro. 
CLÍMAX O seu amor Luisinha casa com um outro, José Manuel. 
DESFECHO Pataca a reencontra viúva e casa com ela, além de ter obtido um cargo militar. 
 
 
 
 
 
 
 
O ROMANCE URBANO 
 Tanto na Europa quanto no Brasil, o romance urbano, pelo fato de tratar das 
particularidades da vida cotidiana da burguesia, conquistou um enorme prestígio entre o 
público dessa classe. Esse êxito não apenas teve como consequência a consolidação e o 
amadurecimento do romance como gênero, mas também preparou caminhos para voos 
literários mais altos, representados pelos romances urbanos de Machado de Assis, que 
surgiram alguns anos depois. 
 O romance romântico, em vez de tratar de temas antigos, relacionados aos gregos e 
romanos, retratava o dia a dia do leitor, pondo em discussão certos problemas e valores 
vividos pelo próprio público nas cidades. Para a burguesia de então, ver o mundo 
retratado nos livros era uma novidade excepcional. 
 Por essa razão, o romance urbano, entre todos os tipos de romance que se produziram 
na Europa e no Brasil no século XIX, é o mais lido desde o Romantismo até os dias de hoje. 
Fonte: CEREJA; MAGALHÃES, 2004, p. 193. 
 
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José de Alencar 
 
José de Alencar (1829-1877) foi o principal brasileiro da 
fase romântica. Natural do Ceará, cursou Direito em São 
Paulo, mas morou grande parte de sua vida no Rio de 
Janeiro. Foi advogado e jornalista. Na política, foi várias 
vezes deputado e chegou a Ministro da Justiça, cargo 
exercido entre 1868-1870. 
Foi o principal na construção do projeto nacional, 
tendo perpassado pelos 4 tipos de romance, mas também 
pelos outros gêneros, especialmente o teatro. 
 
 
 
 
 
INDIANISTA
- formação do povo brasileiro;
- associação de personagens à 
natureza;
- mistura de características dos 
povos indígenas e europeu.
HISTÓRICO
- Fato histórico é o ponto de partida 
e a história ocorre no passado
- personagens com comportamento 
histórico
- Documentos e refereências 
históricas
REGIONAL
- projeto de formação de identidade 
nacional;
- arquétipos e costumes de cada 
região → regionalismo
- fazer os brasileiros conhecerem o 
BRASIL
URBANO
- amor versus interesses 
financeiros;
- crítica aos valores e costumes
- referências à realidade → realismo
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➢ Prosa: principais obras 
 
➢ Teatro: principais obras 
• Verso e reverso (1857); 
• O Crédito (1857); 
• O Demônio Familiar (1857); 
• As asas de um anjo
(1858); 
• Mãe (1860); 
• A expiação (1867); 
• O jesuíta (1875). 
 
Guarani (1857) 
ESTRUTURA X (10) capítulos e um epílogo. 
PERSONAGENS 
Peri, Ceci (Cecília), D. Antônio Mariz, Isabel, D. Laurinda, D. Diogo Mariz, 
Loredano, Álvaro. 
TEMPO Século XVII, iniciando-se no ano de 1604. 
ESPAÇO 
Casa colonial; rio Paquequer (afluente do rio Paraíba), florestas do sudeste 
brasileiro. 
ENREDO 
D. Antônio Mariz, pai de Ceci, a protagonista, é fidalgo português que ajudou 
a fundar a cidade do Rio de Janeiro. Sua casa colonial estava sempre cheia de 
todos os tipos. Por exemplo, Loredano (ex-frei Ângelo di Lucca) era um 
italiano aproveitador que queria raptar sua filha Ceci. Porém, ela era 
protegida pelo valente índio da tribo aimoré, Peri, tendo-a salvado inclusive 
de uma avalanche de pedras. O pai dela era grato a ele. 
ROMANCE 
REGIONAL 
ROMANCE INDIANISTA ROMANCE URBANO 
ROMANCE 
HISTÓRICO 
• O gaúcho 
(1870); 
• O tronco do 
ipê (1871); 
• Til (1871). 
 
• O guarani (1857); 
• Iracema (1865); 
• Ubirajara (1874). 
 
 
• Cinco Minutos 
(1856); 
• A viuvinha (1857); 
• Lucíola (1862); 
• Diva (1864); 
• A pata da gazela 
(1870); 
• Sonhos d'ouro 
(1872); 
• Senhora (1875). 
• As Minas de 
Prata (1862); e 
• A Guerra dos 
Mascates 
(1873). 
 
 
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CONFLITO 
O filho de D. Antônio mata por acidente em uma caçada uma índia da tribo 
aimoré. Isso desencadeia uma rivalidade entre as duas famílias. 
CLÍMAX 
Peri quer dar um fim ao conflito de maneira heroica, porém trágica: toma 
veneno e vai combater a própria tribo aimoré. Como sabe que eles são 
antropofágicos (come a carne da própria espécie): ao matá-lo e comê-lo, Peri 
saberia que eles se envenenariam. 
DESFECHO 
Álvaro (ex-pretendente de Ceci, mas que se casa com Isabel) salva Peri. D. 
Antônio pede para que Peri se converta ao cristianismo e que fuja com a filha 
Ceci. Eles acabam fazendo isso, e veem a antiga casa do pai se desfazer num 
incêndio, desencadeado por uma explosão na luta contra os aimorés. O 
romance termina com Peri arrancando idealmente uma palmeira do chão, 
fazendo uma canoa e com os dois fugindo rumo ao horizonte. 
 
 
Esse romance tem um pé na tradição clássica da tragédia e do herói que quer se sacrificar em 
prol do bem maior, que deve escolher entre dever e necessidade. Apesar do idealismo romântico, 
esse elemento da tragédia antecipa alguns aspectos do realismo: Álvaro morre no conflito com os 
aimorés; sua esposa Isabel se suicida, d. Antônio se sacrifica. Já o elemento do antropofagismo 
antecipa o movimento literário do Modernismo. 
Portanto, por mais fantástica que possa parecer a obra e possam se revelar os atos bravos e 
heróicos e Peri, a obra é inovadora em muitos sentidos. 
 
Iracema (1865) 
ESTRUTURA 33 capitulos. 
PERSONAGENS Martim, Iracema, Araquém, Poti, Caubi, Moacir. 
TEMPO Brasil no século XVII. 
ESPAÇO Ceará. 
ENREDO 
Iracema é uma índia da tribo tabajara que estava repousando na sua sesta 
quando é surpreendida por um homem, chamado Martim. Por susto, ela o 
flecha, mas o tendo ferido, leva-o à sua tribo. Depois de recuperado, ele vai 
embora, mas Iracema vai atrás dele e pede para ele voltar, o que ele acaba 
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aceitando. Os dois assumem seu amor e vão morar juntos por perto, numa 
cabana, até que Martim vai combater com o seu amigo Poti num combate. 
CONFLITO 
Iracema está grávida quando Martim vai embora lutar. 
 
CLÍMAX 
Martim acaba voltando com vida e Iracema dera à luz; porém, de tristeza, seu 
leite secou. 
DESFECHO 
Iracema dá o seu filho para Martim cuidar. O nome do filho dos dois se chama 
Moacir, que significa literalmente dolorido, magoado. 
 
 
Estátua de Iracema em Fortaleza (Ceará, Brasil). 
Fonte: Pixabay. 
 
 
 
 
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Fonte: Pixabay. 
Iracema é conhecida por ser a virgem dos lábios de mel. A questão dos nomes é importante 
nesse romance: Iracema é um anagrama de América; e o filho da índia com o colonizador Martim 
representa a brasilidade, a mestiçagem, a formação de um projeto nacional, cultural, racial. 
 
Anagrama é a transposição de letras de palavra ou frase para formar outra palavra ou 
frase diferente. 
 
Senhora (1875) 
ESTRUTURA IX (9) capítulos, dividida em 4 partes. 
PERSONAGENS 
Aurélia Camargo, Fernando Seixas, Tio Lemos, 
Adelaide, Dr. Torquato Ribeiro, D. Firmina. 
TEMPO Século XIX. 
ESPAÇO Rio de Janeiro. 
ENREDO 
Filha de costureira, Aurélia quer se casar com seu 
namorado, Fernando Seixas, que, por sua vez, troca-a 
por Adelaide, uma moça mais rica que lhe 
proporcionaria uma vida melhor. Acontece que por 
essa ninguém esperava. Aurélia torna-se órfã e recebe 
uma grande herança do avô. A vingança de Aurélia é 
que ela compra o marido. 
CONFLITO 
Aurélia sabe de Fernando depois de anos. Sabe que ele 
está com dificuldades financeiras e agora ela está 
numa situação privilegiada. 
CLÍMAX 
A vingança de Aurélia é que ela compra o marido. O 
marido suporta a “compra” até que consegue comprar 
de volta a sua liberdade. 
DESFECHO 
Os dois se casam verdadeiramente e a união se 
consuma. 
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3.5 – Teatro Romântico Brasileiro 
Certamente, Martins Pena (1815-1848) foi o nosso 
melhor representante, com várias comédias como O Judas em 
sábado de Aleluia (1844) e O noviço (1845). 
Uma de suas principais obras é Juiz de Paz na Roça, 
primeira comédia de costumes brasileira, inspirada no teatro 
picaresco espanhol, mas também no francês Molière, 
ressaltando um contraste entre a roça e a corte. Outros nomes 
de nosso teatro seriam Calabar de Agrário de Menezes e Sangue 
limpo de Paulo Eiró. 
 
 
Juiz de paz na roça (1857) 
ESTRUTURA Ato único com XXII (22) cenas e uma última cena. 
PERSONAGENS Juiz de Paz, escrivão, Manuel João, Aninha, José da Silva, lavradores, negros. 
TEMPO Século XIX. 
ESPAÇO Roça do Rio de Janeiro: casa de Manuel João e casa do Juiz de Paz. 
ENREDO 
É uma sátira à justiça das pequenas e remotas províncias no Segundo Império. 
Um ponto de contato com o teatro vicentino (de Gil Vicente) é que a ação já 
se começa no meio, já desenrolada. Começando com Aninha, ela se despista 
da mãe para poder receber o namorado. Ele havia gastado toda a sua herança, 
queria casar com ela às escondidas e ir para a corte. O pai chega reclamando 
da vida. 
CONFLITO 
É motivado historicamente: Manuel recebe uma carta do Juiz de Paz que o 
intimava a levar um prisioneiro como recruta para a revolta que estava 
ocorrendo no Rio Grande do Sul: a Revolução Farroupilha. Para Manuel, 
aquilo representava um dia de trabalho perdido e estava preocupado não 
com o histórico, mas com o imediato. Isso representa uma crítica ao ufanismo 
exacerbado. Há críticas aos costumes e à corrupção também. 
CLÍMAX 
Descoberta de identidade: o prisioneiro trazido era o próprio namorado de 
Aninha: José. 
DESFECHO 
O casal foge para se casar e de certa maneira Manuel José se sente aliviado, 
pois se sente livre da obrigação. Dão outro prisioneiro ao juiz e há final feliz. 
Juiz de paz é o funcionário que 
tem a função de conciliador 
dos conflitos de sua jurisdição. 
 
Fonte: 
https://www.passeiweb.com/
estudos/livros/o_juiz_de_paz
_da_roca
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4 – Romantismo em Portugal 
Na Idade Média, tanto a educação formal quanto a produção artístico-cultural encontravam-
se dominadas pela Igreja. O nascimento das cantigas trovadorescas e das novelas da cavalaria na 
Baixa Idade Média, pautadas na vida cotidiana ou para a fantasia de aventura, simbolizou o 
surgimento de uma cultura leiga. 
Os procedimentos empregados eram clássicos ainda não superados agora sob à luz dos ideais 
da Revolução Francesa (1789). Os temas recorrentes eram: 
➢ Nacionalismo e preocupação histórica e política; 
➢ O começo do questionamento sobre Portugal agrário e em atraso versus Portugal moderno; 
➢ Subjetivismo; 
➢ Idealização da mulher e do amor. 
Nesse sentido, na luta histórica entre conservadorismo e liberalismo na história de Portugal, 
o Romantismo se identificava com esse último. 
 
 
 
 A divisão entre “gerações” é mais didática na realidade e ela depende de diferentes 
nacionalidades. Para entender o Romantismo Brasileiro, distinguem-se 3 gerações na poesia (lírica). 
Em Portugal, essa diferenciação é para compreender a prosa. 
 
4.1 – Primeira Geração 
Almeida Garrett 
O escritor Almeida Garrett (1799-1854) já era 
conhecido quando saiu de Portugal. Em 1820, participou 
de acontecimentos políticos, e sua produção escrita da 
época foi reconhecida em países onde o Romantismo 
seria muito forte, como França, Inglaterra e Alemanha. 
Sua obra Camões (1825) é considerada o início do 
Romantismo em Portugal, mas ainda está ligado às 
tradições clássicas e fala sobre a vida do bardo. 
Era preocupado e engajado politicamente. Na 
área do teatro, procurou reconstruir o teatro português, 
no sentido de resgatar o espírito de nacionalidade 
lusitano. 
Depois de 2 casamentos, retoma a poesia lírica 
em Flores sem fruto (1845) e Folhas caídas (1853), num tipo de poesia confessional. 
 
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➢ Prosa: principais obras 
• Arco de Santana (1845-1850); 
• Viagens na minha terra (1846). 
 
Viagens na minha terra (1846) 
ESTRUTURA 
XLIX (49) capítulos. A narrativa é híbrida: mistura jornalismo, novela, 
autobiografia, ensaio, crônica. 
PERSONAGENS Carlos, Frei Diniz, Joaninha, Georgina, Dona Francisca. 
TEMPO Lutas entre liberais e miguelistas (1830 a 1834). Contexto a guerra civil. 
ESPAÇO Lisboa, Santarém. 
ENREDO 
Obra inspirada na viagem que o escritor fez saindo de Lisboa a Santarém. 
Carlos é o típico herói romântico, cheio de contradições. É educado no 
absolutismo, mas acaba por aderir ao liberalismo; abandona o idealismo e se 
torna materialista. Mesmo depois de barão, é descompromissado. Frei Diniz 
já representa a igreja, que vinha perdendo forças e Joaninha simboliza a 
inocência de Portugal e conquista o amor de Carlos. Carlos retorna à cidade 
de Santarém depois que a guerra civil chega lá, deixando a esposa Georgina 
na Inglaterra. Depois de muito tempo sem ver a prima Joaninha, apaixona-se 
por ela. 
CONFLITO 
Frei Diniz é uma personagem misteriosa, pois era podre de rico, mas 
abandona a cidade e tudo em prol da igreja para ir viver sumido. 
CLÍMAX 
Frei Diniz na realidade se revela pai de Carlos. Sua esposa, Georgina, sabe de 
seu caso com Joaninha e não quer mais saber dele. 
DESFECHO 
Carlos larga as paixões e vai tentar uma vida pragmática como barão. Joaninha 
morre longe de seu amor. Georgina entra num convento. Dona Francisca ficou 
cega de tanto chorar. 
 Fonte da imagem: Pixabay. 
 
 
 
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Santarém, Portugal. 
Fonte: Shutterstock. 
➢ Poesia: principais obras 
• Flores sem fruto (1845); 
• Folhas caídas (1853). 
 
➢ Teatro: principais obras 
• Catão (1822); 
• Mérope (1841); 
• Um auto de Gil Vicente (1842); 
• Frei Luís de Sousa (1844). 
 
Frei Luís de Sousa (1844) 
ESTRUTURA Peça em 3 atos. 
PERSONAGENS 
Madalena, João de Portugal, Manuel de Sousa Coutinho, Maria de Noronha, 
Teimo Paes. 
TEMPO 
De 21 anos, desde a batalha de Alcácer-Quibir em 1578 até o presente de 
1599. 
ESPAÇO 
O palácio de Manuel de Sousa Coutinho (ato I), palácio de D. João de Portugal 
(ato II) e a capela e parte baixa do palácio (ato III). 
ENREDO 
Frei Luís de Sousa (1556-1632) foi um personagem real, um escritor 
português, cujo nome a peça quer relembrar. A fidalga Madalena é casada 
com João de Portugal, dado como morto na batalha histórica de Alcácer-
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Quibir. Viúva, ela se casa com Manuel de Sousa Coutinho, nobre por quem ela 
já se apaixonara ainda casada, de cuja união nasce Maria de Noronha. 
CONFLITO 
Madalena atormentava-se constantemente com a possibilidade de o primeiro 
marido ainda estar vivo e retomar da guerra, temor alimentado por Teimo 
Paes. De fato, ele retorna depois de 20 anos. 
CLÍMAX 
O retorno dele causa aflição nas personagens. Para expiar o pecado da culpa, 
Manuel Coutinho e Madalena resolvem assumir o hábito religioso. 
DESFECHO 
Manuel Coutinho torna-se Frei Luís de Sousa. A filha Madalena morre de 
desespero aos pés do pai. 
 
Alexandre Herculano 
 Interessado por temas históricos, o escritor 
Alexandre Herculano nasceu em 1810 e faleceu em 1877. 
Além disso, interessava-se por temas da idade média. Suas 
obras também costumam lidar com o maniqueísmo (visão 
de mundo dualista): o sagrado e o profano, o nacional e o 
estrangeiro por exemplo. 
 Sobressaiu-se no gênero do romance histórico, 
tendo ambientado O bobo no século XII e O monge de 
Cister no século XVI, para ficar em apenas alguns 
exemplos. Gostava de estabelecer o jogo entre o histórico 
e o imaginário. Personagens como Hermengarda podem 
ser consideradas planas: estáticas, construídas ao redor 
de uma única ideia, previsíveis e que carecem de 
profundidade. 
 
➢ Prosa: principais obras 
• O bobo (1843); 
• Eurico, o presbítero (1844). 
• Portugaliæ Monumenta Historica (1856-1873). 
 
➢ Poesia: principais obras 
• A harpa do crente (1838); 
• Poesias (1850). 
 
➢ Teatro: principais obras 
• A crente na liberdade (1860); 
• Os infantes em Ceuta (1842). 
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Eurico, o presbítero (1844) 
ESTRUTURA XIX (19) capítulos. 
PERSONAGENS Eurico, Hermengarda, Abdal Luziz, Pelágio (irmão de Hermengarda). 
TEMPO Situado no século VIII. 
ESPAÇO Península Ibérica; Mosteiro da Virgem Dolorosa. 
ENREDO 
Hermengarda é a típica mulher romântica, idealizada, por quem Eurico se 
apaixona, motivo de se tornar presbítero. Em sonho, Eurico prevê que os 
árabes iam invadir a Espanha e isso seria o fim da raça goda. Por isso, veste-
se de cavaleiro negro para participar da guerra. Em função da guerra, 
Hermengarda é mandada para um convento, mas é tomada de cativa pelos 
árabes e cai nas mãos dos “infiéis”. Um deles quer obrigá-la a casar a força 
com ele: Abdal Luziz. 
CONFLITO Motivado historicamente: a invasão árabe. 
CLÍMAX 
Eurico então empreende um ato heroico de modo a resgatar Hermengada, 
mas o herói está em conflito, pois ao mesmo tempo que está próximo dela, 
sente-se distante, sendo o presbítero um obstáculo. 
DESFECHO 
Eurico morre na guerra e Hermengarda enlouquece.
Ao fim tendendo ao 
realismo, a questão amorosa fica para o segundo plano. 
 
Nesse sentido, a Hermengarda, assim como várias personagens do Romantismo podem ser 
classificadas como planas. 
 
 
 
 
 
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João de Deus (poeta) 
 Nascido em 1830 e falecido em 1896, sua lírica era satírica 
e o amor o tema mais recorrente. Busca o sentimento amoroso 
até chegar a uma forma abstrata, mas não se rende ao 
Ultrarromantismo, não se encaixando ao certo em nenhuma das 
gerações. Sua linguagem era límpida e sóbria. Suas obras 
principais eram: Flores do campo (1868), Campo de flores (1893) 
e Cartilha maternal (1876). 
 
 
4.2 – Segunda Geração 
Camilo Castelo Branco 
Natural de Lisboa, nasceu em 1825 e faleceu em 1890. Sua obra oscila entre o idealismo e o 
materialismo e é perpassada de sarcasmo. Com educação provinciana, é com 2 padres da aldeia que 
começa a sua instrução literária. Casa-se em 1841 com Joaquina Pereira, com quem tem uma filha 
que morre aos 5 anos. Ele era na realidade aventureiro na área de amores. 
PERSONAGEM 
PLANA
Construída 
ao redor de 
uma única 
ideia
Carece de 
profundidade
Previsível
Estática
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Sua primeira produção literária surge nos folhetins Eco popular e O nacional. O amor por Ana 
Maria Felicidade o faz entrar num convento. Contraditório, começa como absolutista, mas logo 
rompe com essa corrente. Ana abandona o marido e irá viver com Camilo em Lisboa. Os dois fogem, 
em meio à perseguição e escândalo. É dessa época Amor de perdição. Tem 2 filhos com Ana Plácida, 
mas o mais velho torna-se louco e o segundo um inútil. Segundo Saraiva e Lopes (1982, p. 846), é 
“uma vítima da psicose romântica do suicídio”, tendo dado um tiro na cabeça em 1890. 
 
➢ Prosa: principais obras 
• Onde Está a Felicidade? (1856); 
• Amor de Perdição (1862); 
• Coração, Cabeça e Estômago (1862); 
• Amor de Salvação (1864); 
• O judeu (1866); 
• A Queda dum Anjo (1866); 
• Eusébio Macário (1879). 
 
 
 
Amor de perdição (1862) 
ESTRUTURA XIX (19) capítulos e uma conclusão. 
PERSONAGENS 
Domingos José Correia Botelho, Rita Teresa Margarida Preciosa (D. Maria, a 
Louca), Simão, Teresa, Tadeu Albuquerque, Baltasar Coutinho, o ferreiro João 
da Cruz e sua filha Mariana, Antônio da Veiga. 
TEMPO Inicia-se em 1779 e termina em 1807. 
ESPAÇO Cidades portuguesas de Viseu, Cascais, Coimbra, Porto. 
ENREDO 
Domingos Botelho casara-se com a fidalga Rita Margarida, conhecida também 
como D. Maria, a Louca na história de Portugal. Tiveram 5 filhos, entre os 
quais Simão, rebelde que fora estudar Humanidades em Coimbra, incorrigível 
até se apaixonar pela vizinha Teresa. Claro que tinha que ter uma dificuldade: 
a família do casal se opunha terrivelmente à união. Os jovens mantinham o 
romance à base de cartas. Tadeu, pai de Teresa, queria casá-la com Baltasar. 
CONFLITO 
Simão foge de Coimbra para ir ficar com Teresa em Viseu. Depois de 
tentativas, Simão acaba por se encontrar com o rival Baltasar. 
CLÍMAX Desse encontro malogrado, Simão mata Baltasar e vai preso. Teresa é 
transferida para o convento de Monchique. A filha do ferreiro, Mariana, servia 
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de intermediadora da carta entre ambos e ela acaba por se apaixonar por ele 
também. 
DESFECHO 
Simão teve a pena decretada de exílio na Índia por 10 anos. Teresa 
enlouquece. Simão, com febre no navio, falece no mar. Mariana se joga no 
mar. 
 
O romance epistolar (por meio de cartas), além de estar presente em Os sofrimentos do jovem 
Werther e Amor de perdição, era muito comum no período do Romantismo. 
 Em contraponto ao Amor de perdição, Caminho Castelo Branco também escreveu Amor de 
salvação, em que Afonso e Teodora são prometidos desde a infância; mas acabam se casando com 
pessoas opostas – ela com o primo Eleutério para sair do convento e ele com Mafalda, após que o 
pai desta morre. 
 
 
 
 
A queda dum anjo (1866) 
ESTRUTURA 
 
XXXVII (37) capítulos. 
PERSONAGENS 
Calisto, Teodora, Dr. Libório Meireles, Ifigênia, Brás Lobato, Abade de 
Estevães, Dr. Libório, D. Catarina Sarmento, D. Adelaide. 
TEMPO De 1815 a 1862. 
ESPAÇO Cidade portuguesa de Caçarelhos. 
ENREDO 
Calisto era um típico fidalgo. Casa-se por interesse com Teodora Barbuda de 
Figueiroa. Tendo ocupado a Câmara por um dia, Calisto pensa em se 
embrenhar na política, o que de fato acontece quando se torna deputado. 
Conhece Adelaide e se apaixona por ela, mas ela não quer se envolver com 
homem casado. Apaixona-se também por uma brasileira, viúva de um 
general. 
CONFLITO 
Calisto era um conservador, defensor dos antigos costumes, mas estava 
entediado e farto daquela vida. 
CLÍMAX 
Depois de conhecer a brasileira por quem se apaixonara, que aparecera lhe 
pedindo uma pensão, acaba por montar uma casa para ela. 
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DESFECHO 
Calisto acaba por adotar todos os costumes que antes criticara, tanto na 
aparência, no figurino, quanto na própria vida. Abandona a mulher e até 
muda para a oposição política. Sua mulher acaba por se casar com um primo. 
 
4.3 – Terceira Geração 
Júlio Dinis 
 É na realidade o pseudônimo de Joaquim Guilherme 
Gomes Coelho (1839-1871). Cursou medicina e foi educado com 
uma mentalidade britânica. Seus folhetins foram admirados por 
Herculano. Era grande observador dos tipos humanos. Órfão 
desde cedo e falecido aos 33 anos sem casar, sua obra não 
reflete um casamento idealizado e por isso antecipa o Realismo. 
 
➢ Prosa: principais obras 
• As pupilas do senhor reitor (1866); 
• Uma família inglesa (1867); 
• A morgadinha dos canaviais (1868); 
• Os fidalgos da casa mourisca (1871). 
 
5 – Contexto: Movimentos Artísticos no Geral 
 
O Romantismo é um movimento muito amplo. Na Literatura, geralmente o dividimos em 3 
gerações para fins didáticos. Essa divisão entre fases não ocorre necessariamente nas Artes Visuais, 
mas as características são muito diferentes de um país para outro, e mesmo de um artista para outro. 
Vamos estudar agora alguns traços mais marcantes do movimento do Romantismo no campo 
dessa arte visual. 
 
5.1 – Pintura 
Primeiramente, o Romantismo foi um movimento muito pautado em nacionalismo, motivo 
pelo qual ele é um pouco diferente a depender de cada nacionalidade e cabe estudarmos essas 
nacionalidades separadamente, junto às suas qualidades particulares. 
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Na Inglaterra, William Blake (1757-1827), além de poeta foi pintor. Seus motivos eram 
provenientes de Michelângelo e outro pintor romantista, John Henry Füssli (1741-1825). Para Blake, 
o primordial era a visão interior. Outros exemplos na Inglaterra: 
➢ Alexandre Cozens (c. 1717-1786); 
➢ John Constable (1776-1837); 
➢ Joseph Mallord William Turner (1775-1851). 
Na França foi forte a repercussão do acontecimento histórico da Revolução Francesa com 
influência igualmente dos iluministas. Para maiores esclarecimentos, favor consultar o cronograma 
de História. Alguns exemplos são Baptiste Greuze (1725-1805) e Jacques-Louis David (1748-1825). 
Eram comuns
temas políticos. 
 
DELACROIX, Eugène. A liberdade guiando o povo (1830). 
Fonte: Museu do Louvre, Paris. 
 
Na Espanha, o expoente foi Francisco Goya (1746-1828) e sua obra-prima é Os fuzilamentos 
de 3 de maio (1808). 
 Já para o Romantismo alemão, o mais importante artista foi Caspar David Friedrich (1774-
1840). Fala-se de “revivência gótica”, do subjetivismo, do individualismo, da visão de mundo como 
destroço, sobretudo, da melancolia. 
 
 
 
 
 
 
 
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FRIEDRICH, Caspar David. Autorretrato: andarilho sobre o mar de névoa (1818). 
Fonte: Pixabay. 
 
 
 
 
 
Nesse mesmo período, começaram a surgir as primeiras versões de fotografia, principalmente 
com Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) e Louis Jacques Mandé Daguerre (1789-1851), tanto é 
que as primeiras fotografias eram conhecidas como daguerreótipos. 
 
 
 
 
 
 
 
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 (UNESP/2011/2º semestre/1ª fase) 
 
 (Rodolfo Amoedo. O último tamoio, 1883. 
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.) 
 
A tela de Rodolfo Amoedo mostra a morte de Aimberê, líder da Confederação dos Tamoios 
(1554-1567), revolta indígena contra a escravização. A pintura foi realizada mais de três séculos 
depois e pode ser entendida como um esforço de 
a) representação do sacrifício de indígenas e do acolhimento e proteção que os religiosos 
teriam dado aos nativos durante o período colonial. 
b) denúncia do genocídio indígena durante a fase colonial, responsabilizando a Igreja Católica 
por ter colaborado com a Coroa portuguesa. 
c) construção de um passado heroico para o Brasil, associando o índio a um bom selvagem, 
corrompido posteriormente pela religião católica. 
d) recuperação do período pré-cabralino e apontamento da necessidade de valorização das 
formas de solidariedade então existentes no Brasil. 
e) exposição dos confrontos entre religiosos e índios, que foram constantes e violentos durante 
todo o período colonial. 
Comentários históricos 
Essa é uma questão que requer análise da imagem e conhecimentos prévios do conteúdo. 
O último tamoio, de Rodolfo Amoedo, foi pintada em 1883, durante o Segundo Reinado. O 
indígena retratado morto é Aimberê, chefe dos Tamoios no romance indigenista A 
Confederação dos Tamoyos, de José Gonçalves de Magalhães. Tendo isso em conta, podemos 
considerar o quadro como parte dos esforços promovidos durante o Segundo Reinado para a 
construção da ideia de nacionalidade, afinal mostra sacrifício do indígena, figura tida como 
nobre, para que triunfe a civilização no território brasileiro. Amparando-o encontra-se um 
religioso, o que mostra o papel de tutela exercido pela Igreja durante o período colonial 
retratado pelo quadro. 
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Feitas essas considerações, a alternativa “a” é a correta. Vejamos as demais opções de 
resposta: 
A alternativa “b” está incorreta. Como vimos em nossa aula, o romantismo tratou da 
temática indigenista de maneira idealizada, sem apurar o real impacto da colonização sobre as 
populações nativas. 
 
 
 
Aqui temos uma pegadinha! Embora a imagem prevalecente sobre o indígena fosse a do 
bom selvagem, a catequização pela Igreja não foi questionada pelo quadro acima, que mostra 
o religioso de maneira piedosa. Assim sendo, a alternativa C está incorreta, afinal o extermínio 
cultural dos indígenas não era criticado pela obra ou pelo movimento romântico como um 
todo. 
A alternativa “d” está incorreta, afinal a tela mostra um religioso europeu ao lado do 
indígena, o que sugere ser uma cena posterior a 1500. Além disso, o indigenismo não se pautou 
nas experiências reais das populações ameríndias, mas em representações idealizadas. 
O quadro não mostra um embate entre Igreja e indígenas, mas um religioso a lamentar a 
morte do “último tamoio”. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. 
 
Comentários literários 
Há uma diferença entre abordagem da figura do índio na Primeira Geração Romântica e 
no Quinhentismo. Na carta de Pero Vaz de Caminha, por exemplo, o trecho que diz “Eram 
pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas” marca um 
distanciamento entre o colonizador português e os nativos. Já o Romantismo, por sua vez, toma 
para si a missão de criar um projeto estético que resgata a figura do índio como parte 
constituinte da nacionalidade brasileira. 
Gabarito: “a”. 
 
 
6 – Questões Sem Comentários 
Vestibulandos, eis algumas informações práticas antes de começarem. 
1 – Esse é um Curso Intensivo e precisamos fazer uma seleção entre os exercícios que mais 
lhes ajudarão a conquistar seu sonho: a sua aprovação! Por isso, caso queiram ou sintam 
necessidade de mais prática, não hesitem em nos contatar. Ficaremos felizes em ajudá-los. 
2 – Aqui, trouxemos imagens com qualidade boa, o que pode não acontecer no dia da prova. 
Caso no dia vocês não consigam ler ou entender algo, vocês devem se dirigir ao fiscal da sala. 
 
 
 
 
 
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1. (UNESP/2016/2º semestre/1ª fase) 
Outro traço importante da poesia de Álvares de Azevedo é o gosto pelo prosaísmo e o humor, 
que formam a vertente para nós mais moderna do Romantismo. A sua obra é a mais variada e 
complexa no quadro da nossa poesia romântica; mas a imagem tradicional de poeta sofredor e 
desesperado atrapalhou a reconhecer a importância de sua veia humorística. 
(Antonio Candido. “Prefácio”. In: Álvares de Azevedo. Melhores poemas, 2003. Adaptado.) 
 
A veia humorística ressaltada pelo crítico Antonio Candido na poesia de Álvares de Azevedo está 
bem exemplificada em: 
a) Cavaleiro das armas escuras, 
Onde vais pelas trevas impuras 
Com a espada sanguenta na mão? 
Por que brilham teus olhos ardentes 
E gemidos nos lábios frementes 
Vertem fogo do teu coração? 
b) Ontem tinha chovido... Que desgraça! 
Eu ia a trote inglês ardendo em chama, 
Mas lá vai senão quando uma carroça 
Minhas roupas tafuis encheu de lama... 
c) Pálida, à luz da lâmpada sombria, 
Sobre o leito de flores reclinada, 
Como a lua por noite embalsamada, 
Entre as nuvens do amor ela dormia! 
d) Se eu morresse amanhã, viria ao menos 
Fechar meus olhos minha triste irmã; 
Minha mãe de saudades morreria 
Se eu morresse amanhã! 
e) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, 
Que o espírito enlaça à dor vivente, 
Não derramem por mim nem uma lágrima 
Em pálpebra demente. 
 
2. (UNESP/2015/2º semestre/1ª fase) 
As 2 questões abaixo abordam uma passagem da peça teatral Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. 
Cena V – JORGE, MADALENA E MARIA 
JORGE – Ora seja Deus nesta casa! 
(Maria beija-lhe o escapulário1 e depois a mão; Madalena somente o escapulário.) 
MADALENA – Sejais bem-vindo, meu irmão! 
MARIA – Boas tardes, tio Jorge! 
JORGE – Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado 
como vós, mana Madalena: mas não vos aflijais, espero que não há de ser nada. 
É certo que tive umas notícias de Lisboa... 
MADALENA (assustada) – Pois que é, que foi? 
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JORGE – Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os 
governadores querem sair da cidade...

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