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Permacultura Um habitat projetado de acordo com os princípios da permacultura é entendido como um sistema, no qual a vida dos seres humanos se combina de forma respeitosa e benéfica com a dos animais e das plantas, para atender as necessidades de todos de forma adequado. Ideias integrativas e conceitos da teoria de sistemas, biocibernética e ecologia profunda são aplicados no projeto desses sistemas. A atenção não é dirigida apenas aos componentes individuais (elementos), mas às relações entre esses elementos e sua utilização ótima para a criação de sistemas produtivos. O planejamento, a implementação e a manutenção constituem o processo de design permacultural, que tem como foco tanto a otimização sucessiva do sistema para as necessidades atuais, quanto a produtividade futura, aberta ao desenvolvimento e aprimoramento para as próximas gerações. O processo de design visa uma integração ótima das necessidades ecológicas, econômicas e sociais do sistema, de modo que, a longo prazo, ele possa ser autorregulado e mantido em equilíbrio dinâmico por meio de interferências mínimas. O modelo para isso são os processos de autorregulação que podemos observar diariamente em sistemas ecológicos como florestas, lagos ou oceanos. O pensamento e a ação sistêmica motivados por isso buscam superar de forma consciente o procedimento linear-causal ainda predominante, cujas consequências destrutivas são cada vez mais visíveis para todos. Como vivemos em sistemas e estamos rodeados por eles, o pensamento e a ação linear-causal não podem resolver nossos problemas, apenas transferi-los no tempo e no espaço. Desta forma, leva-nos à conclusão errada de ver a influência que mais nos "atrapalha" neste momento como a única causa de nossos problemas. Além disso, devido à sua tendência para implementar apenas correções sintomáticas, produz constantemente novos problemas muitas vezes maiores do que os anteriores. O conceito de permacultura livre de ideologia abre tanto para novos conhecimentos e tecnologias quanto para “antigos” e milenares conhecimentos de todas as culturas e apoia sua fusão criativa em estratégias de design inovadoras. Os doze princípios • Observe e interaja. Ao dedicar um tempo para se envolver com a natureza, podemos projetar soluções que se adaptam à nossa situação particular. A natureza é um grande sistema complexo de inter-relações a partir do qual podemos aprender a criar sistemas integrados que nos beneficiam. • Capture e armazene energia. A atual riqueza do mundo é sazonal e se baseia no uso e no desperdício de energia de fontes não renováveis que acabarão por se esgotar e na degradação do meio ambiente. É necessário, portanto, conceber formas inteligentes e sustentáveis de geração e armazenamento de recursos que permitam o desenvolvimento das gerações futuras. Como recursos, são consideradas fontes de energia renováveis como água, solo fértil ou biodiversidade. • Obtenha um retorno. Os sistemas que projetamos devem produzir frutos que garantam a sobrevivência da comunidade, sem comprometer o futuro. A produtividade deve ser medida em termos de produto real a partir do esforço investido. • Aplique a autorregulação e aceite feedback. Ao entender como funciona o feedback na natureza, tanto negativo quanto positivo, podemos projetar sistemas que se autorregulam, reduzindo o esforço necessário para sua gestão e gestão corretiva. • Use e valorize os serviços e recursos naturais. Fazer o melhor uso possível da abundância natural para reduzir nosso comportamento de consumo e nossa dependência de recursos não renováveis. • Pare de produzir resíduos. Ao encontrar um valor para cada recurso disponível e usar todos eles para integrá-los adequadamente nos ciclos naturais, o conceito de resíduo não faz mais sentido. • Projete desde os padrões até os detalhes. Ao olhar para a natureza e a sociedade de uma perspectiva mais ampla, padrões ou motivos gerais podem ser detectados que podem ser usados como a espinha dorsal de nossos projetos e, em seguida, implementados nos detalhes. • Integre em vez de segregar. As conexões entre os elementos são mais importantes do que os próprios elementos. Na natureza, encontramos relações de muitos tipos entre as espécies, como predação, parasitismo ou simbiose. Ao organizar os elementos certos nos lugares certos, relacionamentos cooperativos são desenvolvidos entre os elementos que melhoram e fortalecem o todo. Lembre-se de que cada elemento executa várias funções e que cada função importante é suportada por vários elementos. • Use soluções lentas e pequenas. Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que sistemas rápidos e grandes, pois fazem melhor uso dos recursos locais e produzem resultados duradouros. • Use e valorize a diversidade. A diversidade reduz a vulnerabilidade a ameaças potenciais e aproveita o ambiente único em que você reside. • Use as arestas e avalie o marginal. É nas bordas que se encontra o maior dinamismo e riqueza da natureza. As interfaces entre a terra, a água e o ar permitem trocas constantes que facilitam a criação de condições adequadas para o desenvolvimento da vida. • Use e responda criativamente às mudanças. Você pode ter um impacto positivo nas mudanças inevitáveis ou na visão do futuro observando cuidadosamente e intervindo na hora certa.
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