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Ainda hoje se constata que muitos cirurgiões-den-
tistas não valorizam a consulta odontológica inicial, 
preocupando-se quase que exclusivamente com o 
exame físico intrabucal, feito até de forma superficial.
A anamnese é a base da consulta odontológi-
ca inicial, que tem por objetivo colher informações 
para formar uma ou mais hipóteses diagnósticas. 
Ao mesmo tempo, permite que o cirurgião-dentista 
comece a delinear o perfil do paciente que será tra-
tado sob sua responsabilidade profissional.
Nessa direção, é recomendável que o paciente 
seja classificado de acordo com seu estado de saúde 
geral ou categoria de risco médico. A American So-
ciety of Anesthesiologists (Associação Americana 
de Anestesiologistas) adota um sistema de classifi-
cação de pacientes com base no estado físico (physi-
cal status), daí a sigla ASA-PS. Por esse sistema, nos 
Estados Unidos, os pacientes são distribuídos em 
seis categorias, denominadas de P1 a P6. No Brasil, 
ainda prevalece apenas o uso do acrônimo ASA (de 
I a VI). Ressalte-se que essa classificação foi desig-
nada para pacientes adultos.
Recentemente, foi sugerida uma adaptação do 
sistema ASA para a clínica periodontal (que pode 
ser estendida para a clínica odontológica como um 
todo), sem o objetivo de refletir a natureza de um 
procedimento cirúrgico ou avaliar o risco operató-
rio. No entanto, acredita-se que ele possa indicar se 
existe maior ou menor risco médico de um pacien-
te, em função da anestesia local e da extensão do 
trauma cirúrgico odontológico.1
De fato, quando o paciente relata uma con-
dição ou doença de forma isolada, a classificação 
ASA pode ser perfeitamente adaptada à clínica 
odontológica. Porém, quando o cirurgião-dentista 
se defronta com um histórico de múltiplas doenças, 
deverá avaliar o significado e o peso de cada uma 
delas para então enquadrar o paciente na categoria 
ASA mais apropriada.1,2
Quando não for possível determinar a signi-
ficância clínica de uma ou mais anormalidades, é 
recomendada a troca de informações com o mé-
dico que trata do paciente. Em todos os casos, en-
tretanto, a decisão final de se iniciar o tratamento 
odontológico ou postergá-lo é de responsabilidade 
exclusiva do cirurgião-dentista, pois é ele quem irá 
realizar o procedimento.
CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE 
EM FUNÇÃO DO ESTADO FÍSICO*
ASA I
Paciente saudável, que de acordo com a história mé-
dica não apresenta nenhuma anormalidade. Mostra 
pouca ou nenhuma ansiedade, sendo capaz de to-
* Com adaptações para a clínica odontológica.1
1
A importância da consulta 
odontológica inicial
Eduardo Dias de Andrade
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4 Eduardo Dias de Andrade
lerar muito bem o estresse ao tratamento dentário, 
com risco mínimo de complicações. São excluídos 
pacientes muito jovens ou muito idosos.
ASA II
Paciente portador de doença sistêmica moderada ou 
de menor tolerância que o ASA I, por apresentar 
maior grau de ansiedade ou medo ao tratamento 
odontológico. Pode exigir certas modificações no 
plano de tratamento, de acordo com cada caso par-
ticular (p. ex., troca de informações com o médico, 
menor duração das sessões de atendimento, cuida-
dos no posicionamento na cadeira odontológica, 
protocolo de sedação mínima, menores volumes de 
soluções anestésicas, etc.). Apesar da necessidade 
de certas precauções, o paciente ASA II também 
apresenta risco mínimo de complicações durante o 
atendimento.
São condições para ser incluído nesta cate-
goria:
• Paciente extremamente ansioso, com história 
de episódios de mal-estar ou desmaio na clíni-
ca odontológica.
• Paciente com > 65 anos.
• Obesidade moderada.
• Primeiros dois trimestres da gestação.
• Hipertensão arterial controlada com medicação.
• Diabético tipo II, controlado com dieta e/ou 
medicamentos.
• Portador de distúrbios convulsivos, controla-
dos com medicação.
• Asmático, que ocasionalmente usa broncodila-
tador em aerossol.
• Tabagista, sem doença pulmonar obstrutiva 
crônica (DPOC).
• Angina estável, assintomática, exceto em ex-
tremas condições de estresse.
• Paciente com história de infarto do miocárdio, 
ocorrido há mais de 6 meses, sem apresentar 
sintomas.
ASA III
Paciente portador de doença sistêmica severa, que 
limita suas atividades. Geralmente exige algumas 
modificações no plano de tratamento, sendo im-
prescindível a troca de informações com o médico. 
O tratamento odontológico eletivo não está con-
traindicado, embora este paciente represente um 
maior risco durante o atendimento. São exemplos 
de ASA III:
• Obesidade mórbida.
• Último trimestre da gestação.
• Diabético tipo I (que faz uso de insulina), com 
a doença controlada.
• Hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 95-
99 mmHg.
• História de episódios frequentes de angina do 
peito, apresentando sintomas após exercícios 
leves.
• Insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço 
dos tornozelos.
• Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfise-
ma ou bronquite crônica).
• Episódios frequentes de convulsão ou crise as-
mática.
• Paciente sob quimioterapia.
• Hemofilia.
• História de infarto do miocárdio, ocorrido há 
mais de 6 meses, mas ainda com sintomas (p. 
ex., dor no peito ou falta de ar).
ASA IV
Paciente acometido de doença sistêmica severa, que 
está sob constante risco de morte, ou seja, apre-
senta problemas médicos de grande importância 
para o planejamento do tratamento odontológico. 
Quando possível, os procedimentos dentais eleti-
vos devem ser postergados até que a condição mé-
dica do paciente permita enquadrá-lo na categoria 
ASA III. As urgências odontológicas, como dor e 
infecção, devem ser tratadas da maneira mais con-
servadora que a situação permita. Quando houver 
indicação inequívoca de pulpectomia ou exodon-
tia, a intervenção deve ser efetuada em ambiente 
hospitalar, que dispõe de unidade de emergência 
e supervisão médica adequada. São classificados 
nesta categoria:
• Pacientes com dor no peito ou falta de ar, en-
quanto sentados, sem atividade.
• Incapazes de andar ou subir escadas.
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Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 5
• Pacientes que acordam durante a noite com 
dor no peito ou falta de ar.
• Pacientes com angina que estão piorando, 
mesmo com a medicação.
• História de infarto do miocárdio ou de aci-
dente vascular encefálico, no período dos úl-
timos 6 meses, com pressão arterial > 200/100 
mmHg.
• Pacientes que necessitam da administração 
suplementar de oxigênio, de forma contínua.
ASA V
Paciente em fase terminal, quase sempre hospitali-
zado, cuja expectativa de vida não é maior do que 
24 h, com ou sem cirurgia planejada. Nesta classe 
de pacientes, os procedimentos odontológicos eleti-
vos estão contraindicados; as urgências odontológi-
cas podem receber tratamento paliativo, para alívio 
da dor. Pertencem à categoria ASA V:
• Pacientes com doença renal, hepática ou infec-
ciosa em estágio final.
• Pacientes com câncer terminal.
ASA VI
Paciente com morte cerebral declarada, cujos órgãos 
serão removidos com propósito de doação. Não há 
indicação para tratamento odontológico de qual-
quer espécie.
Anamnese dirigida
Na consulta inicial, quando o paciente relata algu-
ma doença de ordem sistêmica, a anamnese deve 
ser dirigida ou direcionada ao problema, por meio 
de ao menos quatro perguntas.
1. Como está o controle atual da sua 
doença?
Por meio dessa pergunta, são obtidas informações 
sobre a adesão do paciente ao tratamento, mostran-
do se tem obedecido às recomendações médicas e 
comparecido regularmente às consultas de retorno.
2. Você faz uso diário de algum 
medicamento?
O objetivo dessa questão é saber se o paciente faz 
uso de medicação de forma contínua e especificar 
quais são esses medicamentos, para se evitar intera-
ções adversas com fármacos empregados na clínica 
odontológica.
Como exemplo, o propranolol, empregado no 
controle da pressão arterial sanguínea (PA), podeinteragir com a epinefrina (contida nas soluções 
anestésicas), podendo causar um aumento brusco 
da PA em caso de superdosagem da solução anes-
tésica. Da mesma forma, deve-se evitar a prescrição 
de paracetamol e de alguns anti-inflamatórios não 
esteroides (AINEs) para pacientes fazendo uso con-
tínuo de varfarina, anticoagulante empregado na 
prevenção de fenômenos tromboembólicos, pelo 
risco de aumentar a atividade da varfarina e predis-
por à hemorragia.
3. Você passou por alguma complicação 
recente?
Talvez essa seja a mais importante das quatro per-
guntas. Na anamnese de um paciente que relata 
história de distúrbios convulsivos, é preciso saber 
quando ocorreu a última crise, pois um episódio 
recente de convulsão pode indicar falta de controle 
da doença. Em outro exemplo, pacientes acometi-
dos de infarto do miocárdio devem ser investigados 
quanto à ocorrência recente ou repetitiva de dores 
no peito, que podem caracterizar nova obstrução 
das artérias coronárias.
4. Você tomou sua medicação hoje?
Não é raro um paciente deixar de tomar sua medi-
cação para o controle da pressão arterial ou o hi-
poglicemiante oral (ou insulina) para o controle do 
diabetes, por ocasião das consultas odontológicas. 
Portanto, essa pergunta deve ser considerada em 
todas as sessões de atendimento e não apenas na 
consulta inicial.
Exame físico
Em sua essência, o exame físico consiste na pes-
quisa dos sinais da doença, às vezes com o auxílio 
de exames de imagem ou outros exames comple-
mentares. Aliado à história dos sintomas obtida 
na anamnese, o exame físico completa os ele-
mentos necessários para formular as hipóteses de 
diagnóstico.3
O cirurgião-dentista irá utilizar seus próprios 
sentidos para a exploração dos sinais presentes. 
As principais manobras são a inspeção, a palpa-
ção, a percussão, a auscultação e, eventualmente, 
a olfação.3
A inspeção física deve ser geral e local. Na 
inspeção geral, que tem início quando o paciente 
entra no consultório, o primeiro cuidado é obser-
var a expressão fisionômica do paciente, em cuja 
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6 Eduardo Dias de Andrade
composição se incluem fatores como a cor da pele, 
o tamanho e o desenvolvimento dos ossos da face, 
a tonicidade e a mobilidade da musculatura, a ex-
pressão dos olhos, etc. O aspecto geral e o biótipo 
(relação peso vs. altura) do paciente complemen-
tam esta fase do exame.3
Na inspeção local, dirigida especialmente à 
cabeça e ao pescoço, devem ser observados todos 
os desvios de normalidade que possam constituir 
dados clínicos relevantes. As estruturas anatômi-
cas relacionadas direta ou indiretamente com a 
boca, os ossos maxilares, a articulação temporo-
mandibular, as glândulas salivares e as cadeias 
ganglionares tributárias deverão ser examinadas 
por palpação.3
A inspeção intrabucal, por sua vez, inicia-se 
pela face interna do lábio e deve terminar com a vi-
sualização direta da orofaringe, identificando-se os 
caracteres das estruturas anatômicas como lábios, 
gengiva, fundo de sulco, rebordo alveolar, mucosa 
jugal, língua, assoalho bucal, palato e porção visí-
vel da faringe. Segue-se a semiologia dos dentes e 
a semiologia periodontal, identificando-se as ano-
malias de desenvolvimento e a presença de cárie e 
suas decorrências, e o exame físico das estruturas 
periodontais, finalizando com uma análise inicial 
da oclusão.3
Avaliação dos sinais vitais e 
interpretação clínica
A avaliação dos sinais vitais faz parte do exame físi-
co, sendo imprescindível durante a consulta odon-
tológica inicial. Os dados relativos ao pulso carotí-
deo ou radial, a frequência respiratória, a pressão 
arterial sanguínea e a temperatura devem constar 
no prontuário clínico. Essa conduta mostra ao pa-
ciente que as mínimas precauções estão sendo to-
madas para sua segurança, valorizando a relação de 
confiança com o profissional.4
Pulso arterial
O pulso arterial é uma onda de distensão de uma 
artéria, dependente da ejeção ventricular, podendo 
ser avaliado por meio de qualquer artéria acessí-
vel. Em crianças e adultos, as artérias carotídeas e 
radiais (localizadas na posição ventral e distal do 
antebraço) são palpadas sem grandes dificuldades. 
Em bebês (até 1 ano de idade), é recomendada a 
avaliação da artéria braquial, que se situa na linha 
mediana da fossa antecubital.
Sempre que um indivíduo tem seu quadro de 
saúde agravado de forma súbita, recomenda-se a 
verificação do pulso pela artéria carotídea, que é 
facilmente encontrada, pois o músculo cardíaco, 
enquanto é possível, continua a liberar sangue oxi-
genado para o cérebro por meio dessa artéria.4
Na avaliação do pulso arterial, três indica-
dores devem ser considerados: qualidade, ritmo e 
frequência (número de pulsações por minuto), por 
meio da seguinte técnica:4
 1. Coloque a extremidade (polpa) de dois dedos 
(médio e indicador) sobre o local, pressionando 
o suficiente para sentir a pulsação, mas não tão 
firmemente a ponto de obstruir a artéria e não 
sentir os batimentos. O polegar não deve ser em-
pregado para avaliar o pulso, pois contém uma 
artéria de calibre moderado que também pulsa.
 2. Avalie o volume do pulso como forte (cheio) 
ou fraco (filiforme).
 3. Avalie o ritmo cardíaco: regular ou irregular.
 4. Avalie, então, a frequência cardíaca (número 
de batimentos) por 1 min ou, no mínimo, 30 s, 
neste caso multiplicando o resultado por 2.
Interpretação clínica
O volume do pulso, quando se mostra forte (cheio), 
pode estar indicando pressão arterial anormalmen-
te alta, ao contrário do pulso fraco (filiforme), que 
pode ser indicativo de hipotensão arterial ou, por 
ocasião das emergências, um sinal de choque.
Um pulso normal deve manter o ritmo regu-
lar. Obviamente, a simples avaliação do pulso não 
permite que se faça o diagnóstico de arritmia car-
díaca. Entretanto, na presença de alterações do rit-
mo cardíaco em paciente com história de doença 
cardiovascular, a consulta médica é recomendada. 
Outra observação diz respeito ao pulso alternante. 
Nesse caso, o pulso apresenta um ritmo regular, 
mas os batimentos ora são fortes, ora são fracos, o 
que pode sugerir insuficiência cardíaca, hiperten-
são arterial severa ou doença da artéria coronária. 
Da mesma forma, o paciente deve ser referenciado 
para consulta médica.
A frequência cardíaca (FC) normal de um 
adulto, em repouso, situa-se na faixa de 60-100 
batimentos por minuto (bpm), sendo geralmente 
mais baixa em atletas (40-60 bpm) e mais elevada 
em indivíduos ansiosos ou apreensivos. Sugere-se 
que toda FC < 60 bpm ou > 100 bpm, com o pacien-
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Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 7
te em repouso, deva ser mais bem investigada. Caso 
não haja associação com alguma causa lógica (exer-
cício físico, fadiga, tabagismo, uso de cafeína, etc.), 
o encaminhamento para consulta médica deve ser 
considerado. A Tabela 1.1 mostra os valores da fre-
quência cardíaca em função da idade.
Tabela 1.1 Frequência cardíaca (FC), em 
repouso, em função da idade
Idade bpm
Bebês 100-170
Crianças de 2-10 anos 70-120
Crianças > 10 anos e adultos 60-100
Frequência respiratória
A determinação da frequência respiratória (FR) 
pode ser errônea se o avaliador disser ao paciente 
que irá observar sua respiração, pois isso poderá 
induzi-lo a respirar de forma mais lenta ou mais rá-
pida. Portanto, solicite ao seu auxiliar que avalie a 
FR enquanto você avalia a FC. Caso esteja sozinho, 
avalie a FR de acordo com a seguinte técnica:4
 1. Após a avaliação da FC por 30 s ou 1 min, não 
retire os dedos da artéria carótida ou artéria 
radial.
 2. Em vez do número de batimentos cardíacos, 
você irá contar o número de incursões respira-
tórias, observando a elevação e o abaixamento 
da caixa torácica.
 3. Após 1 min (tempo ideal) ou 30 s, anote o 
número de incursões respiratórias, no último 
caso multiplicando por 2.
 4. Compare o resultado com os valoresnormais, 
expressos na Tabela 1.2.
Tabela 1.2 Frequência respiratória (FR), em 
repouso, em função da idade
Idade FR/min
Bebês 30-40
1-2 anos 25-30
2-8 anos 20-25
8-12 anos 18-20
Adultos 14-18
Interpretação clínica
A frequência respiratória anormalmente baixa é 
denominada bradipneia. Ao contrário, quando é 
anormalmente alta, denomina-se taquipneia. O 
termo dispneia é empregado quando se tem dificul-
dade respiratória, culminando com apneia para a 
parada respiratória.
Nas gestantes, em razão do aumento do volu-
me uterino e das mudanças metabólicas, é comum 
observar-se alterações na fisiologia da respiração, 
como dispneia (“falta de ar”) e taquipneia (aumen-
to da FR).
A taquipneia também pode ser observada na 
síndrome de hiperventilação, como consequência 
do quadro de ansiedade aguda, acompanhada de 
aumento da profundidade da respiração, formi-
gamento das extremidades (mãos, pés e lábios) e, 
eventualmente, dor no peito.
A respiração rápida e profunda (respiração de 
Kussmaul), associada a hálito cetônico, náuseas, vô-
mito e dor abdominal, também pode ser um sinal 
importante do quadro de cetoacidose, em pacientes 
diabéticos.
Pressão arterial sanguínea
O sangue exerce pressão em todo o sistema vascu-
lar, mas ela é maior nas artérias, onde é mensurada 
e utilizada como indicadora de saúde. A pressão 
arterial (PA) é a força exercida pelo sangue contra 
as paredes arteriais, determinada pela quantidade 
de sangue bombeado pelo coração (pressão arterial 
sistólica ou máxima) e pela resistência ao fluxo san-
guíneo (pressão arterial diastólica ou mínima).
Alguns cuidados devem ser tomados antes de 
se avaliar a pressão arterial:4
 1. Certifique-se de que o paciente não está com 
a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos, 
não ingeriu café ou chá, bebidas alcoólicas, ali-
mentos em excesso ou fumou até 30 min antes 
da avaliação.
 2. Mantenha-o em repouso por 5-10 min, na po-
sição sentada, antes de iniciar a aferição.
 3. Explique o procedimento que irá ser feito, 
para evitar a hipertensão do “jaleco branco”, e 
oriente-o a não falar durante o procedimento.
 4. Anote no prontuário clínico os valores das 
pressões sistólica e diastólica, o horário e o 
braço em que foi feita a mensuração.
 5. Espere 1-2 min para a realização de novas 
medidas.
Para avaliar a PA, o cirurgião-dentista pode 
empregar o método auscultatório, cujo equipamen-
to consiste no esfigmomanômetro e no estetoscó-
pio, ou o método oscilométrico, que faz uso de apa-
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8 Eduardo Dias de Andrade
relhos digitais, adaptados ao braço ou ao pulso, sem 
o auxílio do estetoscópio. Esses dispositivos detec-
tam o fluxo de sangue através da artéria e o conver-
tem em leitura digital. Além da PA, esses aparelhos 
também avaliam a frequência cardíaca, em ~ 30 s, 
após o simples toque de um botão.
Já foi demonstrado que existe uma relação di-
reta entre a pressão arterial do pulso e a do braço. 
As alterações da PA do pulso refletem as alterações 
da PA do braço, já que as artérias de ambos os locais 
estão conectadas.
A exatidão dos monitores digitais varia em 
função do fabricante. Em média, a variabilidade 
dos valores de PA nos aparelhos de boa qualidade 
é de ± 4 mmHg, sendo de 5% a margem de erro 
para a frequência cardíaca. É recomendável que se 
empreguem aparelhos digitais validados pelas So-
ciedades ou Associações de Cardiologia do país.
Interpretação clínica
A Tabela 1.3 mostra a classificação atual da pressão 
arterial sanguínea para adultos (≥ 18 anos), apli-
cada a sujeitos que não fazem uso de medicação 
anti-hipertensiva, com base na média de duas ou 
mais leituras, tomada em duas ou mais visitas após 
a consulta inicial.6
A relação profissional com os 
médicos
Antes de iniciar o tratamento de pacientes clas-
sificados como ASA II, II ou IV, é recomendável 
(ou mesmo imprescindível) referenciá-los ao mé-
dico que os atende. Com essa conduta, o dentista 
poderá confirmar os dados obtidos na anamnese 
e no exame físico, além de obter mais dados que 
ajudem a definir o perfil do paciente. De sua parte, 
deve informar ao médico sobre o tratamento que 
se propõe a realizar e os cuidados que pretende 
adotar.
Apesar de não existir uma padronização para 
essa conduta, boa parte dos cirurgiões-dentistas 
ainda mostra insegurança quanto à responsabilida-
de de seus atos, achando que o médico deverá assu-
mi-la, o que leva a mal-entendidos e dificuldades 
de comunicação entre esses profissionais.
Tabela 1.3 Classificação da pressão arterial, em adultos
Categoria
Pressão arterial 
sistólica 
(mmHg)
Pressão arterial 
diastólica 
(mmHg)
Normal < 120 e < 80
Pré-hipertensão 120-139 ou 80-89
Hipertensão (estágio 1) 140-159 ou 90-99
Hipertensão (estágio 2) ≥ 160 ou ≥100
Fonte: Herman e colaboradores.6
A B
Figura 1.1 Aparelhos semiautomáticos digitais, de braço (A) ou de pulso (B), para avaliação da pressão 
arterial pelo método oscilométrico, com validação.
Fonte: Omron.5
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Terapêutica Medicamentosa em Odontologia 9
No capítulo que trata dos protocolos de atendi-
mento de pacientes que requerem cuidados adicio-
nais, serão apresentadas algumas situações clínicas 
hipotéticas para ilustrar a forma de se trocar infor-
mações com a classe médica, por meio de cartas de 
referência.
REFERÊNCIAS
 1. Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the 
American Society of Anesthesiologists Physical Sta-
tus classification system in periodontal practice. J 
Periodontol. 2008;79(7):1124-6.
 2. Jolly DE. Evaluation of the medical history. Anesth 
Prog. 1995;42(3-4):84-9.
 3. Boraks S. Medicina bucal: tratamento clínico-cirúr-
gico das doenças bucomaxilofaciais. São Paulo: Artes 
Médicas; 2011. p. 70-7.
 4. Andrade ED, Ranali J, organizadores. Emergências 
médicas em odontologia. 3. ed. São Paulo: Artes 
Médicas; 2011. p. 29-38.
 5. Omron [Internet]. São Paulo: Omron Healthcare; 
c2013 [capturado em 30 jun. 2013]. Disponível em: 
http://www.omronbrasil.com/.
 6. Herman WW, Konzelman JL Jr, Prisant LM; Joint 
National Committee on Prevention, Detection, Eva-
luation, and Treatment of High Blood Pressure. New 
national guidelines on hypertension: a summary for 
dentistry. JAMA. 2004;135(5):576-84.
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