Buscar

3 Ação Penal

Prévia do material em texto

Ação penal
Fundamento constitucional: 
Art. 5º:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; 
· Titularidade da ação na esfera criminal é do MP – em caso de inércia – cabe ao ofendido ou sucessores; 
Vedado autodefesa e autocomposição; 
Exceção – legítima defesa ou estado de necessidade; 
Conceito: 
Direito do Estado-acusação ou do ofendido de ingressar em juízo solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto; 
Por meio da ação penal o Estado consegue realizar a pretensão de punir o infrator; 
É o poder jurídico de promover a atuação jurisdicional a fim de que o julgador se pronuncie acerca da punibilidade de fatos que o titular da demanda reputa constitutivos do delito;
Do crime nasce a pretensão punitiva estatal – surge o direito material; 
Do crime não nasce o direito de ação (direito processual) – já preexiste à prática da infração penal; 
Não há possibilidade de punição sem o devido processo legal - sem que o Estado ou a parte ofendida, exercitando o direito de ação, proporcione ao acusado o direito ao contraditório e à ampla defesa; 
Espécies de ação penal: 
Ação penal pública – promovido pelo MP;
Incondicionada – proposta sem necessidade de representação ou requisição; 
· Caso a norma não exponha nenhuma referência à necessidade de representa ou requisição, bem como à possibilidade de oferecimento de queixa, 
Condicionada – depende da representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça; 
· Normalmente apresenta expressões como “somente se procede mediante representação” ou “procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça”
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
· Caso o MP possua todos os elementos indispensáveis à formação da prova pré-constituída para da justa causa à ação penal; 
· Caso não tenha todos os elementos, irá requisitar a instauração de IP para a busca; 
· Caso seja pública condicionada – precisa aguardar a representação da vítima; 
Ação penal privada: 
Aquela que se procede mediante queixa pelo particular; 
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. 
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Denúncia – petição inicial quando proposta pelo MP; 
Queixa – quando se trata de ação penal privada, proposta pelo ofendido; 
Art. 100 - § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. 
Art. 24.  Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Quando o ofendido é menor de 18 anos, não possuindo capacidade postulatória, são outras as pessoas que, legalmente, podem manifestar a vontade no seu lugar: ascendente, tutor ou curador; 
Delatio criminis ao MP: 
Art. 27.  Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Da mesma forma que qualquer pessoa pode comunicar a ocorrência de um crime à autoridade policial para que haja a instauração de um inquérito policial é natural que o mesmo se dê no tocante ao MP; 
· Art. 5º - § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
Qualquer pessoa pode encaminhar ao promotor uma petição requerendo providencias e fornecer dados e documentos para que as medidas legais sejam tomadas; 
Não possuindo todas as informações – indica o lugar que pode ser obtido; 
Não havendo crime a ser apurado, será promovido o seu arquivamento junto ao órgão do Poder Judiciário; 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.   
Processo e procedimento: 
Processo – instrumento de realização do direito de pedir ao Poder Judiciário a aplicação do direito material ao caso concreto; 
Formado por: 
· Aspectos externos – processo é uma sucessão ordenada de atos dirigida à sentença; 
· Aspectos internos – relação estabelecida entre as partes, acusação, réu e Estado-juiz; 
Procedimento – forma e o ritmo dado à sucessão dos atos que buscam a sentença; 
Pressupostos processuais: 
Requisitos necessários para existência e validade da relação processual para que o processo atinja um fim; 
Início da ação penal: 
Início por meio do oferecimento da denúncia ou queixa, independemente do recebimento feito pelo juiz; 
Art. 24.  Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Juiz vai receber a denúncia/queixa, observando-se a regularidade – não é titular, logo não entra com a ação/dá início ao processo; 
Ao rejeitar a denúncia ou queixa, o Judiciário respondeu à ação da parte, prestando satisfação e aplicando o direito ao caso concreto; 
· Faz surgir relação entre juiz e MP, mas não com o acusado; 
· Não gera nascimento à relação processual angular; 
· Rejeitada a peça acusatória – há possibilidade de interposição de recurso em sentido estrito; 
· Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
· I - que não receber a denúncia ou a queixa;
Art. 25.  A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Oferecida a denúncia, não cabe retratação da representação da vítima; 
Não pode o MP oferecer denúncia e, antes de ser a peça recebida pelo juiz, desistir, pois iria ferir o art. 42 do CPP; 
· Art. 42.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Quando o magistrado recebe a denúncia ou queixa, tem-se ajuizada a ação penal, estabelecendo-se a relação processual completa, chamando-se o réu a juízo. 
Isso interrompe a prescrição; 
Condições genéricas e específicas da ação penal: 
Ação penal pública - início com o oferecimento da denúncia; 
Ação penal privada – início com oferecimento da queixa; 
Ajuizamento com o recebimento da inicial pelo juiz; 
Citação do réu – aperfeiçoamento da relação processual; 
Deixar de nomear advogado – nomeia dativo; 
Condições da ação – são verificadas para o recebimento da inicial; 
Requisitos mínimos indispensáveis para formação da relação processual; 
Não preenchidos – juiz rejeita denúncia ou queixa; 
D/Q – são a imputação/atribuição de uma prática de um crime ou contravenção a uma pessoa; 
Condições genéricas da ação - Para que o juiz decida sobre isso, deve antes existir alguns requisitos para ajuizamento da ação penal: 
· Possibilidade jurídica do pedido; 
· Estado deve ter a possibilidade de condenar o réu; 
· O fato que é imputado ao acusado, portanto, deve ser criminoso; 
· Fatodeve ser típico, antijurídico e culpável;
· Ex: promotor oferece denúncia expondo fato que evidencie situação de legítima defesa – juiz pode concluir que o pedido é juridicamente impossível, pois Estado não pode punir quem agiu licitamente;
· Ausência de um deles – juiz recusa peça acusatória; rejeita a denúncia;
· Essa possibilidade está ligada a viabilidade do ajuizamento da ação penal para que, ao final do processo penal, seja produzido um juízo de mérito pelo magistrado; 
· Interesse de agir; 
· Órgão acusatório deve: 
· Promover ação penal nos moldes do CPP;
· Possuir provas pré-constituídas para embasar a denúncia; 
· Ação penal deve: 
· Ser útil para realizar a pretensão punitiva do Estado; 
· Legitimidade da parte; 
· Legitimidade ad causam (para a causa):
· Polo ativo – MP (ação penal pública); ofendido, sendo representado ou sucedido (ação penal privada; 
· Polo passivo - acusado
· Legitimidade ad processum (para o processo):
· Polo ativo – membro do MP que possua atribuição para tanto ou ofendido, devidamente representado pelo advogado ou, se menor, assistido por representante legal e esse assistido por advogado; 
· Curador especial: 
· Art. 33.  Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal. 
· O curador é qualquer pessoa, maior de 18 anos, de confiança do juiz, normalmente recaindo a nomeação em advogados;
· Legitimação extraordinária: 
· Art. 37.  As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
· Podem exercer ações penais públicas (quando o MP estiver inerte) ou privadas; 
· Polo ativo será representado por quem dispor no contrato social ou estatuo ou, no silencio, pelo direto ou sócio-gerente;
Condições específicas da ação - 
· Introdução: 
· São possibilidades jurídicas do pedido; 
· Pedido deve ser viável de apreciação pelo judiciário; 
· São condições de procedibilidade; 
· Hipóteses:
· Representação do ofendido:
· Conceito – comunicação de um crime à autoridade competente, por representante da vítima que pode ser seu representante legal ou sucessor, solicitando providência para sua apuração, com o objetivo de punir a vítima; 
· Representação da vítima faz parte das condições específicas da ação penal; 
· Pode ser oferecida por procurador ou representante, quando menor a vítima; 
· Art. 39.  O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
· Juiz colhe os dados e oficia ao magistrado competente para apurar o caso, o qual deve requisitar inquérito ou enviar o material recebido ao promotor para que tome as providências cabíveis; 
· Mesma coisa ocorre quando há autoridade policial ou junto ao promotor de justiça;
· § 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
· Representação não exige formalismo; 
· Representação verbal – interessado comparece à delegacia e manifesta de maneira verbal à autoridade o desejo de ver o autor do fato criminoso ser processado; 
· § 2o A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.
· Representação deve conter todos os dados do fato delituoso e do seu autor para a autoridade, em regra policial; 
· § 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
· Com o relato do delito, deve ser reduzido a termo, colhendo a assinatura do representante; 
· § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
· Dispensa do IP caso hajam provas que viabilizem o oferecimento da denúncia; 
· Art. 24.  Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
· Quando o ofendido é menor de 18 anos, não possuindo capacidade postulatória, são outras as pessoas que, legalmente, podem manifestar a vontade no seu lugar: ascendente, tutor ou curador; 
· § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.  
· CC - Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
· CC - Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
· Ordem de preferência para representação: 
· Cônjuge; 
· Ascendente;
· Descendente; 
· Irmão; 
· Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:             
· I - for manifestamente inepta;           
· II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou            
· III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.     
Ação penal privada: 
Estado legitima que o ofendido atue em seu nome, ingressando com ação penal e pleiteie a condenação do agressor; 
Em caráter excepcional – é uma exceção; 
Decadência: 
Perda do direito de agir, pelo decurso de determinado lapso temporal, estabelecido em lei, provando a extinção da punibilidade do agente; 
Decadência atinge o direito de ação, enquanto que a prescrição atua sobre o direito de punir estatal; 
Decadência atinge: 
· Ação penal privada; 
· Ação penal pública condicionada à representação; 
· Ação penal privada subsidiária da pública – quando cabe ao MP, mas ele não entre; 
· Decai o direito do particular de entrar com a ação depois de decorrido os 6 meses, contados a partir da finalização do prazo legal para o MP oferecer denúncia; 
· Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Decadência pode gerar extinção da punibilidade; 
Contagem do prazo: 
· CP - Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
· Inclui dia de começo e exclui o dia final; 
· Ex: crime de calúnia – conhecimento em 10 de março, vence o prazo para apresentar queixa dia 9 de setembro; 
· Não há interrupção por força de feriados, fins de semana, férias forenses ou qualquer outro motivo de força maior; 
Marco inicial da decadência:
· Dia em que a vítima souber quem é o autor do crime; 
Demora para conclusão do IP não suspende prescrição; 
· Possibilidade de ser oferecida denúncia, antes de finalizado o IP, com o argumento de que logo estará finalizado, evitando-se assim a decadência; 
· Juiz passa a controlar o prazo do inquérito, exigindo sua conclusão para que possa apreciar se recebe ou não a queixa; 
Completando 18 anos, a vítima tem o prazo de 6 meses para entrar com a ação; 
Renúncia: 
Abdicação da vítima em tomarprovidencia contra o agressor, em se tratando de crime de ação penal privada; 
Ocorre antes do ajuizamento da ação – caso ocorra depois, chama-se perdão; 
Pode ser expressa ou tácita - Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente;
· E – ingressar com petição, ainda durante o IP, deixando claro que desiste de agir contra o ofensor; pode dirigir carta ao agressor; delinquente propõe e paga uma indenização ao ofendido, mediante a desistência da representação ou da ação penal, conforme o caso; 
· T – ofendido pode se reconciliar com o agressor, deixando isso evidente através de atitudes e gestos; 
· Art. 104 - Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
Lei do JEC - Art. 74 - Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Perdão: 
Declaração expressa da parte ofendida, ou de seu representante, concedendo ao autor do crime, quando este é de ação privada, a remissão da culpa a pena; 
Equivale à desistência da demanda; 
Ocorre apenas quando a ação já está iniciada; 
Ato bilateral que demanda concordância do agressor; 
· CPP:
· Art. 55.  O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
· Art. 53.  Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
CP: 
· Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa (ação penal privada), obsta ao prosseguimento da ação. 
· Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
· I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
· II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
· III - se o querelado o recusa, não produz efeito. 
· § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. 
· Limite para perdão judicial é até o transito em julgado da sentença condenatória - § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.
Pode ser: 
· Expresso: 
· Petição concedendo o perdão assinada pelo ofendido ou representante com poderes especiais; 
· Art. 58.  Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
· Intimação pessoal – exceto se tiver advogado constituído nos autos; 
· Na situação de perdão fora do processo – querelante firma um termo, demonstrando desistência da ação; 
· Tácita: 
· Querelante toma atitudes incompatíveis com o seu desejo de ver processado o agressor; 
· Ex: conviver com o querelado; 
· Prova do perdão tácito - Art. 57.  A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.
Indivisibilidade da ação penal privada – perdoa um, perdoa os demais; 
· Como depende do aceite, pode ser que alguns recusem; 
· Em caso de mais de um ofendido – perdão de um não leva a mesma situação dos demais; 
Não cabe perdão nas ações privadas subsidiárias da pública, pois o titular é o MP; 
· Se a pessoa desistir, cabe ao promotor assumir; 
Legitimidade para perdoar: 
· Ter mais de 18 anos; 
Perempção: 
Extinção da punibilidade do querelado, nos casos de ação privada, quando o querelante, por desídia, demonstra desinteresse pelo prosseguimento da ação; 
Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
· Abandono de instância - I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
· Deve ser intimado não só o advogado, mas também o querelante pessoalmente;
· Atraso justificado – não considera perempta; 
· Falecimento ou incapacidade - II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
· Prazo de 60 dias começa a correr desde o momento da sua morte ou declaração de incapacidade; 
· Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
· Deixar de comparecer em ato indispensável ou não pedir condenação do querelado nas alegações finais - III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
· O pedido de condenação pode ser depreendido do raciocínio e análise das provas oportunizado pelas partes; 
· Extinção da PJ - IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, está se extinguir sem deixar sucessor.
É uma penalidade imposta ao querelante negligente que é incapaz de conduzir corretamente a ação penal; 
Em caso de pluralidade de querelantes – sendo um submetido à perempção, a ação pode continuar em relação aos demais; 
Ação privada subsidiária da pública: 
Fundamento constitucional - Art. 5º - LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
CPP - Art. 46.  O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
CPP - Art. 29.  Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Para se valer dessa ação, o ofendido tem o prazo de 6 meses, a contar do esgotamento do prazo do MP, para entrar com o ação; 
Inadmissível perdão nessas ações – devem ser exclusivamente privadas para admitir; 
Espécies de ação privada: 
Exclusivamente privada: 
· Cabe apenas a vítima, seu representante legal ou as pessoas autorizadas em lei ingressar com a ação; 
· Dentro dessa modalidade há casos que nem mesmo os sucessores podem adentrar com a ação: 
· Ação personalíssima – ocorre com o induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento; 
Ação privada subsidiária pública; 
Denúncia ou queixa: 
Denúncia: 
PI que contém a acusação formulada pelo MP contra o agente do fato criminoso; 
Ações penais públicas; 
Queixa: 
PI contendo a acusação formulada pela vítima através do seu advogado; 
Ações penais privadas;
Elementos: 
Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
· 1) conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias;
· Narração das circunstâncias fáticas expondo o fato principal (Ex: matar) e as qualificadores envolvidas (Ex: matar por motivo fútil); 
· 2) qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo;
· Possível identificar apenas qualidades físicas; 
· Art. 259.  A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execuçãoda sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
· 3) classificação do crime; 
· Determinar a tipicidade ou definição jurídica do fato – após expor os fatos o promotor deve classifica-lo, passando sua visão acerca da tipicidade; 
· 4) quando necessário, o rol das testemunhas.
· Rol de testemunhas é facultativo; 
· Procedimento ordinário - Art. 401.  Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.   
· Procedimento sumário – 5 cada; 
· Procedimento sumaríssimo – 3 cada; 
Denúncia ou queixa genérica: 
Ambas precisam conter minuciosamente descrita a imputação formulada contra alguém, possibilitando o exercício do contraditório e da ampla defesa; 
Quando houver mais de um acusado – D ou Q devem descrever individualmente a acusação de cada, para evitar D ou Q genérica; 
· Descrição imprecisa e vaga leva à inépcia da D ou Q; 
· Exceção – possível D genérica – crimes econômico-financeiros quando o MP não sabe exatamente quem foram os responsáveis pelo delito e denunciado todos os dirigentes da empresa, bastando que estejam constando no contrato social; 
· Exceção – não for possível identificar as condutas exatas dos coautores ou partícipes, mas existem provas suficientes de sua participação; 
Denúncia ou queixa alternativa: 
Não pode fazer uma D ou Q alternativa – Ex: pedir homicídio por motivo torpe ou fútil – deve escolher um para que a defesa possa contrargumentar; 
Pode haver D alternada quando o fato principal é certo, embora o secundário seja duvidoso; 
· Ex: atribuir conduta dolosa, mas com dúvida entre eventual ou direta; 
Concisão da denúncia ou queixa: 
Deve primar pela concisão: 
· Aponta os fatos cometidos; 
· Não aponta valoração, doutrina ou jurisprudência sobre o fato; 
Será considerada inepta a D ou Q longas; 
· Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
· I - for manifestamente inepta;
Retificação da D ou Q no seu recebimento: 
Caso esteja mal redigida – não será mandado retificar, mas sim, será rejeitado; 
Caso a classificação do crime esteja errada, na concepção do juiz, deve receber e posteriormente, na sentença, promover a devida retificação; 
Rejeição da D ou Q pelo juiz e recebimento pelo tribunal: 
Súmula 709-STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela. 
· Se o juiz rejeita a D ou Q, porque achou incabível o ajuizamento da ação penal, é perfeitamente viável que o tribunal a receba; 
Recebimento ou rejeição parcial da D ou Q: 
Possível, desde que fundamento e não prejudique a defesa do acusado; 
Fundamento da decisão que recebe a D ou Q: 
Art. 93, IX – obriga que toda decisão seja fundamentada; 
No entanto, jurisprudência não entende como necessária a fundamentação da denúncia; 
· Implícita a motivação – Trata-se de uma presunção consagrada pelos julgados de que os fatos narrados na peça do órgão acusatório foram devidamente verificados e confrontados com as provas constantes do inquérito policial ou com outros documentos que acompanhem a inicial, gerando no magistrado a mesma convicção de suficiência de autoria e materialidade que provocou na acusação. Se assim não fosse, caberia ao juiz, de acordo com o disposto no art. 395 do CPP, rejeitar a denúncia ou queixa.
Poderes especiais para o ingresso da Q: 
Art. 44.  A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
· A referência ao crime, que consta na procuração, deve constituir no resumo do fato, sob duas ressalvas: 
· Não deve calcar-se unicamente no artigo de lei no qual está incurso o denunciado; 
· Não precisa ser detalhado a ponto de narrar integralmente o fato; 
Exigência de prova pré-constituída para instruir a queixa: 
D – Estado-acusação deve fundamentar a D no IP, conseguindo prova pré-constituída dos fatos imputados, para dar justa causa à ação penal; 
Q – deve ser calcada na mesma segurança; 
· Não sabendo quem é o autor – será instaurado IP para apurar materialidade e autoria da infração; 
· Indivíduo solicita produção de diligências e quando as tiver, poderá ingressar com a Q;
Advogado: 
· Contatado pela vítima – recebe procuração com fins específicos – requer instauração do IP; 
· Contatado pela vítima com provas pré-constituídas – outorga procuração com poderes especais – entra com Q;
Aditamento da Q pelo MP: 
Art. 45.  A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo.
· MP não pode intervir na vontade do autor quando desejar atingir um ou outro autor especificamente; 
· Caso seja apenas contra 1 dos autores, o MP irá propor ao querelante que faça o aditamento, sob pena de implicar renúncia do direito de queixa contra um deles, passível de extensão aos demais; 
Intervenção do MP na ação privada: 
Nucci entende que a intervenção do MP é obrigatória em todas as ações – posição divergente de alguns autores; 
Prazo para oferecimento da D e modo de contagem: 
Art. 46.  O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
· 5 dias – réu prezo; 
· Passado do prazo – gera constrangimento ilegal e a determinação de soltura do indiciado pelo magistrado; 
· 15 dias – indiciado solto; 
· Prazo impróprio – caso não seja feito, não gera repercussão, podendo o MP denunciar a qualquer momento, desde que não prescrito; 
· Obs. Se existirem indiciados presos e soltos, conta-se o prazo como se presos todos estivessem – 5 dias; 
Reconhecimento da extinção: 
Extinção de punibilidade: 
Art. 61.  Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único.  No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
Morte do réu: 
Art. 62.  No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.	
· Somente com: 
· 1) Certidão de óbito;
· 2) vista do MP; 
· Vai ser declarada extinta a punibilidade; 
Base legal – CP – Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente;
Certidão de óbito falsa: 
Apresentada certidão falsa – nada pode ser feito a não ser processar quem falsificou e utilizou o documento; 
Se feita coisa julgada – não é possível anular; 
· Se instaurado novo – processo será nulo;

Continue navegando