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Dermatologia Estética Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Flavia Maria Pirola Pelá Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias • Lesões Cutâneas; • Discromias; • Leucodermia; • Hipercromias. · Compreender a estrutura da pele e anexos; · Compreender a fisiopatologia das Disfunções Estéticas Faciais, sinais e sintomas; · Desenvolver a habilidade de aprender continuamente, buscando aperfeiçoamento baseado em evidências científicas durante a sua formação inicial e ao longo da sua vida profissional. OBJETIVO DE APRENDIZADO Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias Lesões Cutâneas Denominam-se Lesões Cutâneas ou Elementares as alterações no tegumento cutâneo determinadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, por distúrbios do metabolismo ou por defeitos de formação. Da combinação de Lesões Elementares, surgem os sinais morfológicos que ca- racterizam síndromes e afecções. Essas Lesões Cutâneas incluem qualquer anomalia que ocorre na pele, desde uma pequena escoriação, até uma ferida profunda. As Lesões Cutâneas podem ser a consequência de diversas doenças de pele, e incluem: • Lesão física; • Alergia a alimentos/substâncias (Os alergenos comuns são: leite, ovos, grãos de pólen, grama etc.); • Doenças de pele, tais como, Dermatite de Contato, Eczema, psoríase, saram- po, rubéola, varicela, queratose seborreica, furunculose, tinea etc. Elas podem ser classificadas como Lesões Elementares Primárias (ou Primitivas) e Lesões Secundárias, conforme mostra a Tabela 1. As Lesões Primárias surgem sobre a pele sã, e as Lesões Secundárias surgem sobre uma Lesão Primária ou podem representar a evolução de uma Lesão Primária. Tabela 1 – Lesões primárias e lesões secundárias LESÕES PRIMÁRIAS LESÕES SECUNDÁRIAS Máculas Escamas Pápulas Crostas Urticas Soluções de continuidade Placa Escaras Nódulos Atrofia Tubérculos Esclerose Tumores Liquenificação Vesículas Cicatrizes Bolhas Pústulas Escamas As Lesões Elementares podem ser classificadas, ainda, de acordo com os seguin- tes grupos: • Alterações de cor; • Elevações edematosas; • Formações sólidas; • Coleções líquidas; 8 9 • Alterações de espessura; • Perdas e reparações. Alterações de Cor • Mancha ou Mácula: alterações na cor da pele, sem relevo ou depressão; • Manchas vásculo-sanguíneas: ocorrem por vasodilatação, constrição ou pelo extravasamento de hemácias: • Eritema: mancha vermelha por vasodilatação, que desaparece com digito ou vitropressão (Figura 1). • Rubor: eritema intenso acompanhado de aumento da temperatura local (Figura 2). Figura 1 – Eritema malar: eritema infeccioso Fonte: Wikimedia Commons Figura 2 – Rubor Fonte: fanconi.org • Mancha cianótica: coloração azulada, bem delimitada e maior do que 1cm, decorrente da vasocongestão ativa ou passiva, acompanhada, em geral, de diminuição da temperatura. Mancha cianótica, disponível em: https://goo.gl/i1EGpq Ex pl or • Exantema: eritema disseminado ou generalizado, agudo. Pode ser dividido em morbiliformes, nos quais as áreas de eritemas são entremeadas com áreas de pele normal, e escarlatiniformes (Figura 3), nos quais o eritema é difuso, uniforme e, habitualmente, acompanhado de ressalte folicular e descamação. Figura 3 – Exantema Escarlatiniforme Fonte: iStock/Getty Images 9 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias • Enantema: eritema localizado nas mucosas. Enantema, disponível em: https://goo.gl/XgP2gt Ex pl or • Púrpura: mancha vermelha, por extravasamento de hemácias, não desapare- ce com vitropressão; muda de coloração de acordo com o tempo, por altera- ção da hemoglobina, tornando-se arroxeada e depois verde-amarelada. É cha- mada de petéquia (Figura 4) quando tem até 1cm e de equimose quando tem mais de 1cm. • Manchas pigmentares: ou Discromias, resultam de diminuição ou aumento de melanina ou depósitos de outros pigmentos e substâncias na derme: • Leucodermia: mancha branca por diminuição ou ausência de melanina (Figura 5). Figura 4 – Petéquias Fonte: iStock/Getty Images Figura 5 – Leucodermia Fonte: iStock/Getty Images • Hipocromia: redução da pigmentação; • Acromia: ausência completa de pigmentação; • Hipercromia: cor variável, por aumento de melanina ou outros pigmentos, como sais biliares e carotenoides (Figura 6). Figura 6 – Hipercromia Fonte: iStock/Getty Images 10 11 Elevações Edematosas São elevações circunscritas, causadas por edema na derme ou na hipoderme. • Urtica: elevação efêmera, irregular, de tamanho e cor variável, do branco- -róseo até o vermelho, pruriginosa; resulta do extravasamento de plasma, com formação de Edema Dérmico (Figura 7). Figura 7 – Urtica Fonte: iStock/Getty Images • Angioedema: área de edema circunscrito, que pode ocorrer no subcutâneo, causando tumefação. Angiodema, disponível em: https://goo.gl/RcVdmi Ex pl or Formações Sólidas Resultam de processo inflamatório ou neoplásico; atingem isolada ou conjunta- mente a epiderme, a derme e a hipoderme. • Pápulas e placas: espessamentos que podem ser epidérmicos, dérmicos e dermoepidérmicos, tendo como consequência a elevação da pele. Podem ou não ser acompanhadas de alterações de coloração da pele e, nesse caso, a coloração deve seguir a descrição da lesão elementar (por exemplo, pápula eri- tematosa, pápula cor da pele...). As pápulas correspondem a lesões menores que 1cm (Figura 8) e as placas correspondem a lesões maiores de 1cm. Figura 8 – Pápulas Fonte: iStock/Getty Images 11 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias • Nódulo: lesão sólida, circunscrita, saliente ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. Nódulo, disponível em: https://goo.gl/mJXeLc Ex pl or • Nodosidade ou tumor: lesão sólida, circunscrita e maior que 3cm; o termo tumor é utilizado, preferencialmente, para neoplasia (Figura 9). Figura 9 – Tumor Fonte: Wikimedia Commons • Verrucosidade: lesão sólida, elevada, de superfície dura e inelástica, formada por hiperqueratose.Verrucosidade, disponível em: https://goo.gl/RNMKec Ex pl or Coleções Líquidas Lesões de conteúdo líquido, que pode ser serosidade, sangue ou pus. • Vesícula: elevação circunscrita de até 1cm, com conteúdo claro (seroso) (Figura 10), que pode se tornar turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico). • Bolha ou flictena: difere-se da vesícula apenas pelo tamanho, que é maior que 1cm (Figura 11). Figura 10 – Vesícula Fonte: iStock/Getty Images Figura 11 – Bolha Fonte: iStock/Getty Images 12 13 • Pústula: elevação de até 1cm e de conteúdo purulento (Figura 12). • Abscesso: possui tamanho variável; é formado por coleção purulenta da pele ou de tecidos subjacentes (Figura 13). Sinais flogísticos podem estar presentes: edema, dor, rubor e calor. Figura 12 – Pústula Fonte: iStock/Getty Images Figura 13 – Abcesso Fonte: iStock/Getty Images Alterações de Espessura • Queratose: espessamento da pele por aumento da camada córnea, tornando- -se áspera e com a superfície amarelada (Figura 14). Figura 14 – Queratose Fonte: iStock/Getty Images • Edema: aumento de espessura, depressível, cor da própria pele ou rósea- -avermelhada, por extravasamento de plasma. Perdas e Reparações Teciduais Lesões oriundas da eliminação ou da destruição patológicas e de reparações em tecidos subcutâneos. • Escama: massa furfurácea, micácea ou foliácea, que se desprende da superfí- cie cutânea por alteração de queratinização (Figura 15). • Escoriação: é uma lesão da pele, causada por coceira, que pode ser provoca- da pelo atrito contra uma superfície áspera ou por uma doença com coceira, como a sarna (Figura 16). 13 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias Figura 15 – Escamas: psoríase Fonte: iStock/Getty Images Figura 16 – Escoriação Fonte: iStock/Getty Images • Ulceração: perda circunscrita de epiderme e de derme, podendo atingir a hipoderme e os tecidos subjacentes (Figura 17). Figura 17 – Úlcera: ferida crônica Fonte: iStock/Getty Images • Fissura: perda linear da epiderme e da derme, no contorno de orifícios natu- rais ou em áreas de pregas e dobras. • Crosta: concreção de cor amarela, esverdeada ou vermelha escura, que se forma em área de perda tecidual. Resulta do dessecamento da serosidade, pus ou sangue misturado a restos epiteliais. • Liquenificação: espessamento da pele, com acentuação dos sulcos e da cor própria, apresentando aspecto quadriculado. • Escara: lesões enegrecidas, produzidas pela necrose da pele, até a profundidade. • Fístula: caminho criado na pele, geralmente, com borda fibrótica, por onde se dá a drenagem de material proveniente de foco supurativo ou necrótico profundo. Fissura, disponível em: https://goo.gl/SnREzs Crosta, disponível em: https://goo.gl/1aA5mM Liquenificação, disponível em: https://goo.gl/nKqWVu Escara, disponível em: https://goo.gl/xHGkX4 Fístula, disponível em: https://goo.gl/uFLFFC Ex pl or 14 15 • Cicatriz: lesão de aspecto variável, pode ser saliente (Figura 19) ou deprimi- da (Figura 19), móvel ou aderente. Não possui poros ou anexos cutâneos. Resulta da reparação de processo destrutivo da pele, associado à atrofia, à fibrose e à discromia. Figura 18 – Cicatriz hipertrófi ca Fonte: iStock/Getty Images Figura 19 – Cicatriz atrófi ca Fonte: iStock/Getty Images Discromias As discromias, patogenias caracterizadas por alteração da cor natural da pele, diretamente relacionadas a distúrbios do Sistema Melanócito, apresentam-se de forma localizada, difusa, regional ou circunscrita no corpo. Essas desordens pigmentares, locais ou generalizadas são classificadas de acordo com a distribuição anômala de melanina em acromias, hipocromias e hipercro- mias. Pode-se encontrar discromias relativas à presença de outro pigmento de origem interna ou externa. Dentre as discromias, a mais frequente é a hiperpigmentação, caracterizada por uma produção excessiva de melanina. Podem surgir devido a fatores como enve- lhecimento, alterações hormonais, inflamações, alergias, exposição solar. Melaninas são biopolímeros heterogênicos, produzidos por células específicas chamadas melanócitos. O melanócito é originado de células das cristas neurais, caracterizado por uma célula dendrítica, responsável pela produção de melanina e distribuída por meio de seus dendritos para os queratinócitos ao redor. Localizados na junção da derme com a epiderme, relativamente na camada basal germinativa. O pigmento melanina é o principal cromóforo da pele, sendo o responsável por sua coloração. Sua função baseia-se na absorção de radicais livres e de proteção contra vários tipos de radiações ionizantes. É sintetizada em organelas citoplasmáticas específicas, os melanossomas, origi- nados dentro dos melanócitos. 15 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias A síntese de melanina ocorre por meio de uma série de reações oxidativas, en- volvendo a tirosina na presença da enzima tirosinase. Com a ação dessa enzima, a tirosina é transformada em DOPA, logo em DOPA-quinona, obtendo-se a melanina. A DOPA-quinona origina dois pigmentos melânicos: eumelanina e feomelanina, respectivamente com características pigmentares mais escuras, que vão do preto ao marrom, e características mais claras, do vermelho ao amarelo. Portanto, nesse processo, são formados dois tipos de melanina: as eumelaninas, que se constituem em um grupo homogêneo de pigmentos pardos, insolúveis, resultantes da polime- rização oxidativa de compostos indólicos derivados da DOPA, e as feomelaninas, correspondentes a um grupo heterogêneo de pigmentos pardos avermelhados, solúveis em meio alcalino, constituídas por benzotiazidas e benzotiozóis (derivados da cisteinildopa). A discromia pode estar situada em diferentes camadas e, conforme a profundi- dade do pigmento, é determinado o nível da mancha, definindo-a em epidérmica, dérmica, mista ou indefinida. E diagnóstico pode ser realizado por meio da lâmpa- da de Wood. A classificação do fototipo cutâneo é imprescindível em tratamentos esté- ticos, para garantir eficácia no tratamento e evitar efeitos contrários, como alterações pigmentares. Cada pele é diferente; portanto, as respostas aos tratamentos não serão iguais. Para identificar o fototipo, é necessário analisar fatores como cor da pele, cor dos olhos, cor dos cabelos e resposta da pele à luz UV. Discromia é um termo genérico, que tem como característica alterações na pele que, na maioria das vezes, relaciona-se pela quantidade de melanina, que podem ser generalizadas ou localizadas, congênitas (nascença), hereditárias (genética) ou adquiridas pelos mais diversos mecanismos . Leucodermia A hipocromia, também denominada hipopigmentação, hipomelanose ou leu- codermia, caracteriza-se por manchas com um tom mais claro do que a pele do indivíduo, causadas pela diminuição da melanina epidérmica que, de maneira geral, resultam da ausência de melanócitos e problemas na formação e na transferência dos melanossomas para os queratinócitos, o que leva a uma produção insuficiente de melanina. A hipocromia pode estar relacionada, também, à falta de vitamina B. Já as acro- mias são manchas brancas de diferentes formatos, originadas da total ausência de melanina, sendo que, quando se apresentam envoltas por uma zona hiperpigmen- tada, denominam-se leucomelanodermias. 16 17 Leucodermia Congênita • Albinismo: é uma doença genética e hipocrômica. Quando há alteração da síntese de melanina envolvendo os melanócitos da pele, cabelos e olhos são denominados albinismo oculocutâneo (AOC) (Figura 20). Quando a alteração envolve apenas o pigmento da retina dos olhos, recebe o nome de albinismo ocular (AO). Menos frequentemente, pode haver hipopigmentação cutânea sem acometimento ocular. O albinismo pode ser descrito como completo, que é universal, no qual a doença se revela logo após o nascimento, com a colora- ção da pele rosa-clara, pelos brancos, posterior fotossensibilidade e alterações oculares. O albinismo incompletoé uma variante, no qual a pele está pouco pigmentada, os cabelos são claros e as alterações oftalmológicas são menos frequentes, embora persista a transparência da íris (diafania). O albinismo par- cial se caracteriza por lesões hipopigmentadas, geralmente múltiplas, locali- zadas ao longo da linha média do corpo, desde o nascimento, faz importante diagnóstico diferencial com o vitiligo . • Piebaldismo: é uma doença autossômica dominante rara, caracterizada por áreas congênitas de pele branca (leucodermia), envolvendo região anterocen- tral do tronco, meio das extremidades e testa e por cabelo branco (poliose) no couro cabeludo frontal, presente em 80-90% dos pacientes (Figura 31). As le- sões estão sempre presentes no nascimento, permanecem estáveis por toda a vida e se caracterizam por rigorosa simetria. Máculas hiperpigmentadas, normalmente, são vistas dentro e ao redor das áreas de hipopigmentação . Piebaldismo, disponível em: https://goo.gl/1Nq8K3 Ex pl or • Nevo acrômico: caracteriza-se por manchas acrômicas, congênitas, de ta- manho variável e de bordas irregulares; a resposta à histamina ou ao atrito provoca eritema. O diagnóstico diferencial deve ser feito com o nevo anêmico, que se dá por constrição vascular e não por alteração pigmentar de origem melânica; nesse caso, a prova de histamina e a fricção não produzem eritema (Figura 21). Figura 20 – Albinismo Fonte: iStock/Getty Images Figura 21 – Nevo Acrômico Fonte: iStock/Getty Images 17 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias Leucodermia Adquirida • Vitiligo: é uma dermatose caracterizada por manchas despigmentadas, em geral, bilaterais e simétricas, e que ocorre em qualquer idade. As manchas decorrem da diminuição ou da inexistência de melanócitos; ocorre diminui- ção progressiva seguida, na maioria das vezes, de ausência de melanócitos. Possui etiologia incerta; contudo, acredita-se que a etiologia autoimune seja a mais provável, em virtude da constante concomitância de vitiligo com doenças autoimunes, principalmente, as tireoidianas. Existem alguns fatores que são considerados precipitantes para essa doença como estresse físico e emocional, traumas mecânicos e determinadas substâncias químicas. Inicialmente, as le- sões são hipocrômicas; em algumas lesões recentes, pode ocorrer uma borda discretamente eritematosa. Em seguida, instala-se a mancha acrômica com borda em geral hipercrômica (vitiligo tricrômico). O crescimento da mancha é centrífugo, como se houvesse uma fuga do pigmento para periferia e, por isso, em geral, as lesões são ovaladas. Localizadas na face, nos punhos, no dorso dos dígitos, na genitália, nas dobras naturais da pele, nas regiões periorificiais e nas eminências ósseas (cotovelos, maléolos); simetria é a regra (Figura 22). Figura 22 – Vitiligo Fonte: iStock/Getty Images • Pitiríase alba: é uma dermatose de etiologia não estabelecida, autolimitada, assintomática e de bom prognóstico. Inicia-se, geralmente, na idade pré-escolar e escolar, sendo que as lesões mais brandas são encontradas em pacientes mais novos, sobretudo na face. Caracteriza-se por lesões hipocrômicas, circinadas ou ovais, com descamação superficial e fina. É também chamada de Dartro volante. A ação direta dos raios ultravioleta é agente desencadeante ou mantenedor da afecção, visto que a hipocromia se evidencia após exposição solar. Seus limites costumam ser bem definidos, principalmente, nos pacientes de pele escura, e seu diâmetro varia entre 0,5 e 6 cm. Na maioria das vezes, as lesões são assin- tomáticas, podendo, entretanto, haver prurido ocasional. Pitiríase alba, disponível em: https://goo.gl/o43Wsr Ex pl or 18 19 • Canície: o nome canície é dado quando ocorre a despigmentação dos cabelos (Figura 23), que aparece aos poucos, após a terceira década de vida, junta- mente com a idade avançada, podendo surgir antes dos 20 anos de idade, sen- do de determinação racial ou hereditária. Em etnia de pele branca, ela pode surgir em torno dos 30 anos, e em negra, por volta de 40 anos, pois contém maior concentração e quantidade de melanócitos e, sendo assim, maior capa- cidade de manutenção da cor. Doenças autoimunes como hipertireoidismo, hipotireoidismo e anemia perniciosa, bem como fatores hereditários, podem levar ao grisalhamento prematuro. Figura 23 – Canície Fonte: iStock/Getty Images • Leucodermia gutata ou leucodermia solar: conhecida popularmente como sarda branca, são manchas esbranquiçadas nas áreas expostas ao Sol, principal- mente, nos antebraços e pernas, que ocorrem pelo dano cumulativo, causado pelos raios ultravioleta ao longo da vida. É bastante frequente na população. O quadro clínico é de manchas brancas, arredondadas, geralmente de 2 a 5mm de diâmetro, que ocorrem nas áreas de maior exposição solar. Leucodermia gutata – Sarda branca, disponível em: https://goo.gl/FEK3tV Ex pl or Hipercromias A estimulação do melanócito por fatores internos ou externos leva à produção excessiva de melanina epidérmica ou dérmica, o que origina manchas hipercrômi- cas. Essas hipercromias, hiperpigmentações ou, ainda, hipermelanoses, quando se apresentam circunscritas, são chamadas de máculas, e quando difusas ou regionais, de melanodermias. As afecções hipercrômicas de origem epidérmica apresentam- -se como manchas castanhas (hipercromias propriamente ditas), que resultam da melanina aumentada na epiderme devido ao aumento da atividade e do número 19 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias de melanócitos secretores e elevação do número de tamanho dos melanossomas. As manchas azuis, azul-acinzentado ou cinzentas são manifestações da hipercromia dérmica e se devem à presença de melanina em melanócitos ou em macrófagos dérmicos, com coloração ardósia, azul ou cinza. Esse tom azul também pode ser fornecido à pele por fontes não melanínicas, ou seja, ocronose, tatuagens e depo- sição de outros materiais estranhos na derme. Hipercromia Congênita ou Hereditária • Nevo de Ota: é caracterizado por mancha hipercrômica intensa, azulada, e atinge a pele da face inervada pelo trigêmeo (ramos oftálmico e maxilar) e a esclerótica (membrana fibrosa externa do globo ocular – o branco do olho). A hiperpigmentação pode afetar pele do rosto, o palato duro, as vias aéreas superiores (faringe) e a membrana timpânica. As estruturas do olho podem estar afetadas; podem surgir melanoma ocular e glaucoma; geralmente, é uni- lateral. A maioria dos casos está presente já no nascimento, ou antes do pri- meiro ano, e o restante na adolescência; é raríssimo após 20 anos. • Mancha mongólica: é uma mancha congênita azulada, em geral, única ou em pequeno número, medindo alguns centímetros, localizadas nas regiões sacra e lombar. Geralmente, evoluem espontaneamente, ou seja, não requerem trata- mento. Ocorre em percentual que varia de 40% a 90% dos neonatos negros (recém-nascidos); costuma desaparecer em torno dos sete anos de idade e raramente persiste na adolescência. Nevo de Ota, disponível em: https://goo.gl/BXVmGC Mancha mongólica, disponível em: https://goo.gl/NMqjjV Ex pl or Hipercromia adquirida • Efélides: são pequenas máculas amarronzadas em áreas expostas ao Sol (Figura 24). Tornam-se mais pigmentadas após a exposição solar, em contraste com os lentigos, cuja cor não muda com a fotoexposição; nas efélides não há aumento no número de melanócitos; na microscopia eletrônica existem melanossomos esféricos e aumentados de tamanho; os queratinócitos estão pigmentados. • Nevo melanocítico: ou nevo pigmentado, é um tumor benigno composto por células que dão cor à pele (melanócitos). São conhecidos popularmente como sinais, pintas ou verrugas, dependendo do seu tipo (Figura 25); podem estar pre- sentes desde o nascimento (nevos congênitos), ou se desenvolver com o passar dos anos. Algumas pessoas apresentam apenas uma ou poucas lesões, enquan- to outras podem ter dezenas espalhadas pelo corpo. Geralmente, surgem como pequenasmanchas marrons ou pretas, assintomáticas, que podem permanecer planas ou, com o tempo, aumentar de espessura, tornando-se elevadas. 20 21 Figura 24 – Efélides Fonte: iStock/Getty Images Figura 25 – Nevo melanocítico Fonte: iStock/Getty Images • Melanose solar: ou também chamadas de manchas senis, são lesões pigmenta- das na superfície cutânea, que surgem em regiões expostas ao Sol e aumentam em número e dimensão com o envelhecimento (Figura 26). A mancha senil é causada pela ação do UV; ocorre aumento do número e de atividade dos mela- nócitos, tratando-se de uma fotodermatose por irritação primária progressiva. As manchas senis apresentam-se em cor castanho-clara até escura e surgem nas áreas do corpo expostas ao Sol. O surgimento da mancha senil decorre do aumento do número dos melanócitos (célula que produz o pigmento da cor da pele) e da sua atividade, produzindo mais melanina e causando as manchas. Figura 26 – Melanose solar Fonte: iStock/Getty Images • Fitofotodermatose: são dermatoses causadas por plantas ou pelo contato de determinadas substâncias, principalmente, de algumas frutas cítricas, e expo- sição solar, causando manchas escuras. Na maioria das vezes, são causadas pelo contato direto, mas, eventualmente, ocorrem sem contato com a planta, ou, então, eventualmente, necessitam da ação conjunta do Sol. Outra possi- bilidade de fitodermatoses sem contato com as plantas ocorre com indivíduos sensibilizados a substâncias derivadas de plantas utilizadas na Indústria, como perfumes, cremes, cosméticos. As manchas surgem, geralmente, nas primei- ras 24 horas após o contato; inicialmente, elas são avermelhadas como uma queimadura e, posteriormente, as manchas ficam escuras. A mancha pode arder e coçar. A reação pode ser mais intensa, causando bolhas. As manchas escuras podem demorar de semanas a meses para desaparecer. Essas man- chas ocorrem mais no dorso das mãos, no colo e nos lábios. Fitofotodermatose, disponível em: https://goo.gl/7Bbmr7 Ex pl or 21 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias • Melasma: é um quadro caracterizado por manchas hiperêmicas castanhas, mais ou menos intensas, de limites irregulares, localizado em áreas de exposi- ção solar. Na maioria das vezes, limita-se à face; porém, pode surgir no colo e nos membros superiores. Na face, pode ocorrer na região frontal, temporal, malar, supralabial, dorso nasal e mandibular (Figura 27). Sua patogênese e etiologia não são totalmente compreendidas, apesar de alguns elementos de- sencadeantes serem conhecidos, como exposição solar, gravidez, hormônios sexuais, cosméticos, processos inflamatórios da pele e medicamentos fotossen- sibilizantes. Há, ainda, evidente predisposição genética, já que mais de 40% dos pacientes referem familiares acometidos. É considerada uma fotoderma- tose porque o Sol é fator desencadeante e agravante. A história familiar é po- sitiva na maioria dos casos; predomina no sexo feminino, ocorrendo com me- nor frequência no sexo masculino. Acomete, principalmente, fenótipos mais pigmentados (Fitzpatrick III a V) e, devido ao frequente acometimento facial, inflige impacto à qualidade de vida. O tratamento baseia-se na fotoproteção e nos agentes despigmentantes; a restrição à exposição solar é indispensável. • Hipercromia pós-inflamatória: é residual, consequente de processos infla- matórios, tanto na epiderme, quanto na derme. Independentemente da natu- reza, ao se resolver, deixa manchas hipercrômicas (Figura 28), que tendem a esmaecer lentamente; são mais intensas e duradouras em pessoas de fototipos mais elevados. Figura 27 – Melasma Fonte: iStock/Getty Images Figura 28 – Hipercromia pós-inflamatória Fonte: iStock/Getty Images 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos A formação do melasma https://youtu.be/gYKA_-dGn1Y Leitura The taylor hyperpimentation sacel: a new visual assessment tool for the evaluation of skin color and pigmentation https://goo.gl/fP7mSc Causas e tratamento da hipercromia periorbital https://goo.gl/6QfgWP Fisiopatologia do melasma https://goo.gl/fqEHLJ 23 UNIDADE Alterações Faciais 2 – Lesões Elementares e Discromias Referências ACCURSIO, C. S. C. Alterações de pele na terceira idade. 2009. Disponível em: <file:///C:/Users/Carlos/AppData/Local/Temp/MOREIRA%20JR%20EDITO- RA%20 %20RBM%20REVISTA%20BRASILEIRA%20DE%20MEDICINA.htm>. Acesso em: 8 ago. 2012. AFRADIQUE, M. C. et al. Tratamento do Nevo de Ota em Ocidentais de Foto- tipos Altos. 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