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FARMACOCINÉTICA - FARMACOLOGIA VETERINÁRIA RESUMO

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Por: Loris Dias / @loriis_dias
Farmacologiafarmacocinética
ABSORÇÃO
❖ A absorção depende da solubilidade, via de administração,
propriedades físico-químicas do fármaco e do quão ele
consegue atravessar as “barreiras” formadas pelo epitélio,
endotélio e a membrana plasmática. Logo, fatores que afetam
a desintegração, dissolução e barreiras de difusão do fármaco
podem interferir na absorção do medicamento. 
❖ As membranas celulares são impermeáveis para maioria
das substâncias polares e íons, permitindo passagem apenas
para substâncias apolares, pequenas e sem carga. As
moléculas lipossolúveis são dissolvidas na membrana e
absorvidas de forma passiva. 
❖ Processo passivo: 
• Difusão simples/passiva: do meio mais concentrado para o
menos. 
• Filtração/transporte paracelular: subs. Pequenas
hidrossolúveis, polar ou apolares, passam por canal de
membrana. 
❖ Transporte mediado por carreador (proteínas saturáveis
específicas que podem ser inibidas ou estimuladas): 
• Difusão facilitada: sem gasto de energia, do mais
concentrado para o menos.
❖ Transporte ativo: com gasto de energia, do menos
concentrado para o mais. 
• Pinocitose (mol. Líquidas) e fagocitose (mol. Sólidas):
quando a membrana se invagina em volta de uma molécula
grande ou várias pequenas. 
◈ REVISÃO BÁSICA DOS TRANSPORTES:
◈ PH:
❖ Como os medicamentos são compostos orgânicos,
normalmente ácidos fracos ou bases fracas, estando
parcialmente ionizados em soluções aquosas, eles podem ser
ou não bem absorvidos com base no meio. 
❖ O fármaco deve ter pH semelhante ao meio, por exemplo,
medicamento ácido + meio ácido = melhor absorção. 
❖ Os APOLARES conseguem ser bem absorvidos tanto em
meio ácido quanto em básico.
❖ Pk ou pKa - é a constante de dissociação: valor de pH
em que metade do medicamento está ionizado e a outra, não
ionizado. Ou seja, quando a forma molecular e a dissociada
ficam em equilíbrio.
❖ Base – quanto maior o pH, mais lipossolúvel. Já o ácido,
quanto MENOR o pH, mais lipossolúvel. Quanto mais o
medicamento estiver na forma molecular = ↑
lipossolubilidade e a absorção. 
❖ Lipossolúvel tem facilidade de entrar na célula, o efeito é
mais intracelular. Se for hidrossolúvel, consegue agir
periférico na proteína de membrana e nas enzimas circulantes
na circulação (não precisa entrar na célula para fazer efeito).
❖ Os fármaco precisam passar pelas barreiras do corpo: 
- Um exemplo delas é a barreira da mucosa intestinal que
possuem bloqueio completo e só permite passagem de
substâncias solúveis na membrana. A absorção intestinal é
diferente entre as espécies, sofrem influência da microbiota,
pH, ingestão de alimentos e pelo tempo de esvaziamento
gástrico. 
- Barreira epitelial da pele, córnea e bexiga – também
impedem a passagem entre elas, permitindo apenas para
moléculas apolares por difusão. 
❖ Barreira capilar: formada por 3 tipos. 
↳ Capilar com mácula: possuem zonas frouxas nas junções
entre as células permitindo passagem de subs. Livres para o
meio extracelular. Ex.: músculo, víscera e ossos. 
↳ Capilar fenestrado: possuem janelas abertas entre as
células onde ocorre o acesso livre entre substâncias que não
estão ligadas a proteínas. Ex.: nas glândulas salivares e
pancreáticas, e no glomérulo renal. 
Por: Loris Dias / @loriis_dias
↳ Capilar com bloqueio completo: a passagem NÃO
OCORRE ENTRE AS CÉLULAS, MAS SIM POR
DENTRO DELAS. Ex.: capilares da barreira
hematoencefálica (SNC).
TIPOS DE DOSES
Dose de ataque:
Normalmente é uma dose maior que busca
aumentar de forma rápida a concentração do
medicamento na circulação.
Dose de manutenção:
É aquela utilizada para manter a concentração na
quantidade necessária para o efeito terapêutico
no organismo.
Dose de mínima:
Menor dose eficaz que é administrada e se tem
o efeito terapêutico desejado.
Dose de máxima:
Maior dose que é administrada e não apresenta
efeitos tóxicos para o paciente.
Dose tóxica:
Maior que a máxima, nela, já podemos ver
efeitos tóxicos.
Dose letal:
Dose que leva ao óbito!
DISTRIBUIÇÃO
❖ Pode ocorrer tanto pela ajuda de proteínas quanto por
difusão nos poros ou fenestrações, por exemplo, e devemos
levar em consideração que a distribuição de um fármaco está 
correlacionada com os líquidos presentes no organismo.
Logo, pode ser encontrado em sua forma livre ou molecular,
ligado à proteína ou ionizados. 
❖ O grau de vascularização também exercem muita
influência, eles são divididos em compartimento central e
periférico, onde sua diferença basicamente é na perfusão
sanguínea do local – o central recebe maior aporte sanguíneo
e o periférico, menor.
❖ Medicamento distribuído uniformemente é quando sua
concentração tecidual é a mesma do plasma. 
❖ Medicamentos com VD (volume de distribuição)
baixo estão concentrados no plasma, e quanto mais
medicamento retido no plasma, menor seu volume de
distribuição. 
❖ Quantidade de água no tecido é maior que no plasma! 
❖ VD (volume de distribuição) = dose aplicada /
concentração do plasma. Ele serve para determinar o quanto
de medicamento é necessário para sua concentração estar
uniforme no plasma e no sangue. O valor ideal é de = 0,5 a
0,7 L/Kg.
❖ Se o valor for superior ou inferior ao ideal, a distribuição
está desigual! Quando é maior que 0,7l/kg - há sequestro
pelos tecidos, mas se for menor que 0,5l/kg – houve
retenção no plasma. 
◈ LIGAÇÃO ÀS PROTEÍNAS:
❖ Os medicamentos podem se ligar com proteínas
plasmáticas (especialmente a albumina, β globulina e
glicoproteínas ácidas), mas APENAS a fração livre do
fármaco é distribuída e alcança o sítio de ação, e quanto
maior sua afinidade com proteína plasmática, menor é a
sua distribuição, metabolismo e MAIOR será o seu
tempo de ação. 
❖ Não é recomendado a utilização de 2 fármacos com alta
ligação com proteínas plasmáticas porque eles começam a
“disputar” pela ligação, e o que estiver mais concentrado e
possuir maior afinidade, irá se ligar a proteína, deixando o
“perdedor” livre aumentando seus efeitos.
❖Quando ocorre o acúmulo, na maioria das vezes é de
forma inadequada e pode ser uma característica intrínseca.
Por exemplo, o iodo – possui muita afinidade com células
tumorais da tireoide com metabolismo mais acelerado e por
isso o iodo é utilizado como tratamento (iodo radioativo) pois
se liga nas células e causa morte.
◈ ACUMULAÇÃO E ESTOQUE:
❖ Os antibióticos da classe tetraciclina também conseguem
fazer ligação com proteína, eles têm um tropismo maior em
regiões com maior teor de cálcio, como os ossos e os dentes,
e quando é utilizado em animais de crescimento, ele pode se
alojar nos ossos e causar o fechamento precoce da placa
hipofisária – o animal tende a não crescer.
❖ Anestésicos muito lipossolúveis se acumulam na gordura
do animal porque sofrem sequestro. Logo, em animais mais
gordos, a anestesia vai demorar mais para fazer efeito e depois
vai demorar ainda mais que o efeito passe. 
❖ O medicamento para ser distribuído na barreira
hematoencefálica deve ser com baixo peso molecular ou mais
lipossolúvel (apolar), pois tem maior sua chance de atravessar
o endotélio.
◈ BARREIRA PLACENTÁRIA:
❖ Quanto mais lipossolúvel ou com baixo pelo molecular,
mais atravessa a barreira placentácia – principalmente por
difusão simples, facilitada ou por pinocitose. 
❖ Quanto maior o contato, mais fácil o medicamento pode
atravessar: 
- Placenta epitelicorial (RU, EQ, SU) - possui pouco contato. 
- Placenta endoteliocorial (carnívoros) – intermediário. 
- Placente hemocorial (primatas, roedores e humanos) –
muito contato.
❖ Tudo que deixar o medicamento mais concentrado no
plasma, diminui o VD. E se for mais concentrado no tecido –
aumenta o vd. 
• Vd baixo em: quando a molécula for grande, quando
possuir alta ligação com proteína plasmática, em drogas
hidrossolúveis 
• Vd alto em: quando houver ligação com proteína extra-
vascular (ligação com proteína fora dos vasos, fica mais nos
tecidos),lipossolúvel e com alta permeabilidade capilar. 
DISTRIBUIÇÃO
❖ Acontece com o objetivo de eliminar ou inativar o
medicamento! E como a metabolização é maior no fígado, ele
acaba sendo mais utilizado que os outros – como o rim.
Deficiência de metabolização pode resultar em
deficiência na eliminação ou inativação.
❖ A taxa de depuração hepática depende do fluxo sanguíneo
e a taxa de extração hepática, logo, pode ser afetada pela
desidratação, ICC, hemorragia e hipotensão, por exemplo. 
❖ Na biotransformação, seu desfecho pode ser com o
término da ação da substância, para facilitar a excreção ou
ativar a substâncias. 
• Por exemplo, para parar ação de um fármaco, ocorre a
inativação do composto ou detoxificação. 
• Para facilitar a excreção – são formados produtos mais
polares ou menos lipossolúveis 
• E ainda pode ocorrer a ativação – de drogas que eram
inativas anteriormente (por exemplo a prednisona), pela
alteração do perfil farmacocinético ou através da formação de
metabólitos ativos. 
❖ Medicamento hidrossolúvel é melhor para ser
eliminado pela urina porque no túbulo renal ele não será
reabsorvido.
❖ Se o medicamento é um substrato – ele é metabolizado
por ação enzimática.
❖ TODA substância química absorvida pelo TGI vai
OBRIGATORIAMENTE para o fígado pela veia porta,
onde ocorre a biotransformação. Efeito de primeira
passagem! 
❖ A biotransformação ocorre em duas fases: reações de
fase 1 e a fase 2, mas o fármaco pode não passar
obrigatoriamente pelas duas fases, como o caso de fármacos
muito hidrossolúveis (passam direto pela urina sem necessário
a metabolização). 
- Na fase 1 - sofre oxidação, hidroxilação, redução ou
hidrólise. Nela, pode ou não ocorrer a ativação do fármaco. 
- Na fase 2 – NÃO EXISTE MEDICAMENTO QUE
PASSE POR ELA E NÃO É ELIMINADO, nela, ocorre a
inativação. É uma reação de acoplamento entre o
medicamento ou o seu metabólito a um substrato endógeno.
❖ A principal reação de fase II é a glicuronidação - onde
há adição de ácido glicurônico. As outras são: conjugação
com sulfato ou com a glicina, e a acetilação. 
- O gato não consegue metabolizar o paracetamol bem, por
exemplo, devido a deficiência da enzima glicuronil
transferase, logo, sofre uma metabolização alternativa pelo
sulfato, que acaba deixando o medicamento acumular e
produzir o composto tóxico da n-acetil-para benzoquinona. 
❖ Reação de biotransformação ocorre principalmente no
retículo endoplasmático liso dos hepatócitos pela enzima do
citocromo P450 ou CYP. São chamadas de reações
microssomiais. 
❖ Pró-fármacos – precisam passar pelo fígado para serem
metabolizados.
Por: Loris Dias / @loriis_dias
Por: Loris Dias / @loriis_dias
◈ INIBIÇÃO OU INDUÇÃO DO METABOLISMO:
❖ Inibição – quando uma substância diminui a
metabolização da outra. O efeito e a concentração da subs.
metabolizada diminui.
❖ Indução – quando uma substância aumenta a
metabolização da outra. O efeito e a concentração da subs.
metabolizada aumenta. 
❖ A combinação simultânea de um inibidor e um indutor
pode anular o seu efeito. 
EXCREÇÃO
 Em urina ácida, presente em carnívoros (pH entre 5 e
7) o ácido permanece na sua forma molecular, é
reabsorvido, não é eliminado e sofre baixa taxa de
excreção renal. Logo, para eliminar um fármaco ácido
da urina, deve-se alcalinizar ela para que haja o aumento
da excreção.
 Para urina alcalina (pH entre 7 e 8), presente em
herbívoros, se um medicamento básico for administrado,
deve-se acidificar a urina.
❖ Medicamentos podem ser excretados após a
biotransformação ou em sua forma inalterada, como
ocorre com medicamentos hidrossolúveis (são eliminados
direto). A eliminação sofre influência de alta ligação com
proteína plasmática (filtra menos) e na reabsorção que ocorre
na porção distal dos néfrons (onde o lipossolúvel é
reabsorvido)
❖ A depuração varia com a filtração glomerular, secreção
ativa nos túbulos proximais e reabsorção passiva. Quanto
maior for a taxa de depuração, mais rápido é eliminado. 
❖ Secreção tubular ativa – independe da ligação com prot.
Plasmática. Ocorre em alta velocidade, é mediada por
carreadores específicos para ácidos ou bases, logo, são
saturáveis – principalmente se forem administrados fármacos
que competem pelo mesmo carreador. 
❖ Reabsorção tubular passiva – é necessário que o
medicamento esteja na forma lipossolúvel para aumentar a
reabsorção e diminuir a eliminação. 
❖ Em répteis e aves há o sistema porta renal –
comunicação entre grandes vasos com a artéria renal.
Medicamentos administrado nos membros pélvicos desses
animais podem ser eliminados sem chegar na circulação
sistêmica, especialmente se o sistema parassimpático estiver
ativado. O fármaco administrado pode não funcionar.
◈ EXCREÇÃO BILIAR:
❖ Eliminação hepática através da bile, e são eliminados os
fármacos com alto peso molecular, anfipáticos e varia com a
espécie, pois normalmente quanto maior o fluxo biliar, maior
a excreção. 
❖ Ciclo êntero-hepático: quando o medicamento secretado
na bile é reabsorvido do intestino para a circulação. Por
exemplo: o organofosforado presente no chumbinho. 
- Medicamentos que sofrem ciclo êntero-hepático ficam por
mais tempo circulando pelo corpo. 
- Se o medicamento for lipossolúvel no pH do intestino - é
reabsorvido. Se tiver conjugação com ácido glicurônico, pode
sofrer uma desconjugação pela bactéria intestinal
betaglicuronidase. 
- No caso de intoxicação em que se deseja eliminar o
fármaco: pode-se induzir a diarreia para facilitar a excreção. 
◈ EXCREÇÃO PELO LEITE:
❖ Medicamentos alcalinos são mais fáceis de serem
eliminados pelo leite, e no caso dos administrados durante a
mastite, pode ficar circulando por mais tempo devido a
variação de pH nessas situações.

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