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Aula 11 Civil VI Legados, direito de acrescer, substituição fideicomissária Conceito, características

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Direito Civil VI – Legados, direito de acrescer, substituição fideicomissária. Conceito, características
Legado de coisa de terceiro
1. Legado de coisa de terceiro, a regra é que seja ineficaz:
Art. 1.912. É ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da abertura da sucessão.
Ou seja, se o testador diz que deixa determinado bem que está em patrimônio de outro que tenciona comprar e quando da abertura da sucessão esse bem não estava no rol de seu conjunto patrimonial, evidentemente essa disposição não tem validade. 
Art. 1.913. Se o testador ordenar que o herdeiro ou legatário entregue coisa de sua propriedade a outrem, não o cumprindo ele, entender-se-á que renunciou à herança ou ao legado.
Quando se fala em “entregar coisa”, não é coisa própria do autor da herança e sim do legatário. É uma exceção a disposição de coisa de terceiro.
2. Outra disposição que trata exatamente da disposição de coisa alheia, é o art. 1915.
Art. 1.915. Se o legado for de coisa que se determine pelo gênero, será o mesmo cumprido, ainda que tal coisa não exista entre os bens deixados pelo testador.
Coisa alheia é a que não está no rol de bens do autor da herança. A primeira hipótese apontada é quando está no rol de propriedade de um dos seus herdeiros. É coisa alheia, mas a disposição vale nesse caso. Se não entrega estará renunciado ao direito de herança (art. 1913)
A outra hipótese está no 1915, que se refere a coisa alheia determinada apenas pelo gênero. Essa disposição também valerá. Ex.: o herdeiro diz que deixará para a casa beneficente nossa senhora um carro de propriedade de João, que não é herdeiro. Não será possível cumprir esse legado pois João não tem nenhuma vinculação a título sucessório. Mas se o autor da herança dispor: “deixo para a casa beneficente nossa senhora um carro gol vermelho”, nesse caso, é coisa incerta, que deverá ser cumprida pelos herdeiros, por mais que não tenham em seu patrimônio aquela coisa que foi disposta.
Em resumo
Não pode o testador dispor de coisa aleia, com duas exceções:
· Se a coisa for patrimônio de seu herdeiro ou legatário (art. 1913); nesse caso, se estes não entregam o bem, renunciam a herança
· Quando o testador deixa coisa incerta (determinada apenas pelo gênero); os herdeiros terão que cumprir por mais que não exista aquele bem em seu patrimônio (art. 1915). 
Direito de acrescer
1. Em regra, quando um legatário não tem condição de receber (por ter sido excluído ou ser premoriente) o patrimônio tem dois caminhos: pode ir para um substituto e, caso não tenha substituto, vai voltar para a sucessão legítima. 
2. Mas existe em razão do direito de acrescer a modificação dessa regra geral. Ocorre quando existe uma disposição feita de forma conjunta. A disposição conjunta é quando existe a copropriedade (o autor da herança deixa o bem conjuntamente para mais de uma pessoa). Vindo um deles a falecer, aquele bem que foi disposto de forma conjunta, ao invés de voltar uma parte dele a sucessão legítima, ficará com o coerdeiro ou colegatário. Ex.: João e Maria receberam, por disposição testamentária, a fazenda Esperança. João morreu antes do testador e 5 dias depois o testador morre sem modificar o testamento. Maria iria receber conjuntamente com João a fazenda Esperança (uma fração ideal de 50% daquele patrimônio), mas em função da impossibilidade de João herdar, Maria receberá todo aquele patrimônio. É o que dispõe o art. 1941:
Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-herdeiros, salvo o direito do substituto.
Antecipando, substituto é um suplente nomeado através de testamento (legado) para o caso de um dos herdeiros legatários não querer ou não poder herdar.
Art. 1.944. Quando não se efetua o direito de acrescer, transmite-se aos herdeiros legítimos a quota vaga do nomeado.
Art. 1.945. Não pode o beneficiário do acréscimo repudiá-lo [renunciar] separadamente da herança ou legado que lhe caiba, salvo se o acréscimo comportar encargos especiais impostos pelo testador; nesse caso, uma vez repudiado, reverte o acréscimo para a pessoa a favor de quem os encargos foram instituídos.
Ex.: Imagine que João e Maria receberam conjuntamente a fazenda esperança. Se João morre, Maria não pode renunciar a parte de João que receberá (ou ela renuncia a integralidade ou não renuncia nada), salvo se houver encargos que beneficie terceiras pessoas e que Maria não tem interesse ou condição de cumprir. Nesse caso, o quantitativo de Maria vai se reverter em favor da pessoa que seria beneficiada pelo encargo.
Substituição hereditária
É a tomada do lugar de um herdeiro que não pode ou não quis herdar, vindo esse substituto previamente nomeado a substituí-lo na condição de herdeiro ou legatário. Dessa forma, substituir é ato que deve ser praticado pelo testador que consiste em nomear um suplente.
Substituição vulgar (comum ou simples)
É quando se tem a nomeação de uma pessoa para substituir outra em linha sucessiva. Ex.: “Deixo um carro para João, nomeio como substituto de João, Pedro, nomeio um substituto de Pedro, Joaquim”.
Substituição recíproca
Nomeação em X: “Deixo o um carro para João e uma bicicleta para Joaquim, nomeio João substituto de Joaquim e Joaquim substituto de João”
Art. 1.947. O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário nomeado, para o caso de um ou outro não querer ou não poder aceitar a herança ou o legado, presumindo-se que a substituição foi determinada para as duas alternativas, ainda que o testador só a uma se refira.
Art. 1.948. Também é lícito ao testador substituir muitas pessoas por uma só, ou vice-versa, e ainda substituir com reciprocidade ou sem ela.
Substituição fideicomissária 
1. Essa substituição tem que ter como beneficiário final pessoa não concebida até a abertura da sucessão. 
· Fideicomitente: é o testador.
· Fiduciário: é aquele que vai herdar tão logo com a morte do fideicomitente, mesmo que de forma temporária (resolúvel).
· Fideicomissário: é a pessoa não concebida que se beneficiará. 
Art. 1.952. A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos ao tempo da morte do testador.
Essa e uma substituição que faz sucessivas substituições, uma de caráter temporário e outra de caráter definitivo. 
2. As espécies de fideicomisso se restringem a três hipóteses:
· Vitalício: o fiduciário vitalício ficará com o bem até morrer. 
· A termo: ficará por tempo determinado.
· Condicional: aquela que depende de evento futuro e incerto. Por exemplo o nascimento de um bisneto do disponente. 
Art. 1.953. O fiduciário tem a propriedade da herança ou legado, mas restrita e resolúvel.
Parágrafo único. O fiduciário é obrigado a proceder ao inventário dos bens gravados, e a prestar caução de restituí-los se o exigir o fideicomissário.
Percebam então que a substituição fideicomissária institui uma relação sucessória de pessoa que já existe que será substituído por uma pessoa que ainda não existe. Note que substituto herda primeiro do que o substituído (uma substituição antecipada). 
3. A substituição fideicomissária poderá caducar, de duas formas:
· Caducidade objetiva, quando o bem se destrói sem culpa do fiduciário;
· Quando o fideicomissário morre antes de receber o exercício de seu direito sucessório ou nem chega a nascer com vida.

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