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SUINOCULTURA E AVICULTURA AULA 2 Prof.ª Simone Fernanda Nedel Pertile 2 CONVERSA INICIAL Em momento anterior, vimos o cenário econômico da produção de suínos no Brasil, o melhoramento genético de suínos, os sistemas de produção e as edificações utilizadas nas granjas produtoras de suínos. Nesta etapa, veremos os principais equipamentos utilizados na suinocultura, bem como os principais manejos nas fases de maternidade, creche, crescimento, terminação e abate. Assim, nossa missão é entender a importância de se fornecer condições ambientais adequadas para os suínos, além de aprender quais são os principais manejos entre o nascimento e o abate dos suínos, como e quando estes devem ser realizados. Dessa forma, serão abordados aspectos gerais e práticos sobre o assunto. TEMA 1 – EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM SUINOCULTURA 1.1 Bem-estar animal É fundamental relembramos o conceito de bem-estar animal antes de conhecermos os principais equipamentos e manejos utilizados em suinocultura, pois para cada fase de produção as necessidades ambientais dos animais devem ser atendidas, a fim de termos excelentes resultados de desempenho dos animais e para proporcionar um ambiente de conforto a estes. Além disso, há muita discussão em relação à criação de animais em ambientes fechados e restritivos, como é o caso das gaiolas de gestação e maternidade. Dessa forma, conforme descrito por Rohr, Dalla Costa e Dalla Costa (2016), para considerar que os animais estão em uma situação de bem-estar, devem ser atendidas as seguintes liberdades: 1. livres fome e sede – a alimentação e a água devem ser em quantidade e qualidade ideais para cada espécie. A competitividade durante a alimentação deverá ser minimizada pela oferta de espaço suficiente em comedouros e bebedouros; 2. livres de desconforto – o ambiente deve ser projetado considerando-se as necessidades dos suínos, de forma que ocorra a prevenção de estresse físicos e térmicos, incluindo um abrigo e uma confortável área de descanso; 3 3. livres de dor, injúria e doenças – deve ser feita a prevenção das doenças, e quando necessário, o diagnóstico e tratamento devem ser rápidos; 4. livres de medo e angústia – o manejo dos suínos deve feito de forma que minimize o estresse dos animais; 5. livres para expressar seu comportamento normal – deve ser oferecido espaço suficiente, instalações apropriadas e companhia de animais da mesma espécie. Os suínos são animais homeotérmicos, ou seja, são capazes de regular a temperatura corporal. Apesar disso, os suínos recém-nascidos têm dificuldade de regular a temperatura corporal e, por isso, precisam de temperaturas ambientais mais altas, o que é minimizado conforme vão crescendo. Assim, cada fase tem uma temperatura ambiente ideal (Tabela 1). Apesar do intervalo de temperatura considerado como ideal para cada fase, quando a temperatura ambiente excede esses limites, os animais conseguem regular a temperatura corporal pelos mecanismos de homeostase, os quais são eficientes somente quando a temperatura ambiente está dentro dos limites críticos para cada fase. Nesse sentido, a escolha do local em que serão construídos os galpões e as características destes, conforme vimos anteriormente, são muito importantes. Além disso, podem ser utilizados diversos equipamentos para a manutenção da temperatura e unidade relativa do ar dentro dos galpões com o objetivo de proporcionar um ambiente de conforto para os animais, de modo a possibilitar que estes estejam em bem-estar e tenham bons índices produtivos (Fávero, 2003). É importante destacar que os suínos não são eficientes na perda de calor pela sudorese, utilizando principalmente o aumento da taxa respiratória e as mudanças comportamentais quando a temperatura ambiente está fora da zona de conforto térmico de cada fase (Oliveira, 2015). 4 Tabela 1 – Zona de conforto térmico, temperaturas críticas inferior e superior de suínos em diferentes fases e estados fisiológicos Temperatura (°C) Categoria Conforto Crítica inferior Crítica superior Recém-nascidos 32-34 – – Leitões Até a desmama 29-31 21 36 Desmamados 22-26 17 27 Crescimento 18-20 15 26 Terminação 12-21 12 26 Gestantes 16-19 10 24 Fêmeas Lactação 15-18 7 23 Vazia 17-21 10 25 Machos 17-21 10 25 Fonte: Elaborada por Pertile, 2022 com base em Perdomo et al., 1985. 1.2 Sistemas de resfriamento Os sistemas para resfriamento e aquecimento dos galpões de suínos são indispensáveis para que as condições ideais de temperatura e umidade sejam atendidas para esses animais. Além disso, a ventilação é fundamental para que sejam retirados das instalações gases que podem ser nocivos a eles. No Brasil, os galpões de suínos têm aberturas nas laterais, o que possibilita o aproveitamento da ventilação natural, conforme vimos em momento anterior. A ventilação é um meio eficiente para proporcionar conforto térmico aos animais, pois auxilia na perda de calor por convecção, o que é muito importante para suínos em crescimento e adultos, para os quais a temperatura ambiente deve estar entre 12 e 21 °C, sendo indesejável para animais recém-nascidos (Piffer; Perdomo; Sobestiansky, 2008). A ventilação natural é devida ao movimento normal do ar, ocorrendo por diferenças de pressão causadas pela ação do vento ou por diferenças de temperatura (Abreu, 2003). A ventilação artificial é feita com o uso de equipamentos como ventiladores e exaustores, e deve ser utilizada sempre que as condições naturais de ventilação não proporcionarem movimentação adequada do ar ou quando a temperatura no interior do galpão está acima da zona de conforto dos suínos (Tolon; Nääs, 2005). Os sistemas de ventilação artificial que podem ser utilizados são a pressão negativa ou exaustão, e a pressão positiva ou pressurização. No sistema de pressão negativa ou exaustão, o ar é forçado por meio de dentro para fora do galpão por exaustores, criando um vácuo parcial dentro da 5 instalação. Assim, a diferença de pressão do ar criada entre o lado de dentro e do lado de fora faz com que o ar do lado externo entre no galpão. Já no sistema de pressão positiva ou pressurização, o ar é forçado, por meio de ventiladores, de fora para dentro do galpão pelas aberturas laterais do galpão. Assim, o gradiente de pressão do ar é de fora para dentro da instalação (Abreu, 2003). Para aumentar a umidade relativa do ar, principalmente se está abaixo da zona de conforto dos animais, são recomendados o uso de sistemas como nebulização ou painéis evaporativos. Esses sistemas são mais eficientes quando menor for a umidade relativa do ar. No sistema de nebulização, podem ser instaladas linhas de bicos de aspersores instalados no forro do galpão, os quais são utilizados em associação com os ventiladores ou exaustores. Outro sistema é o resfriamento evaporativo do ar, em que são utilizadas placas evaporativas, conhecidas também por padcooling, as quais possibilitam um maior resfriamento do ambiente e um aumento da umidade relativa do ar (Oliveira, 2015). 1.3 Sistemas de aquecimento O aquecimento dos galpões de suínos é fundamental nas fases iniciais, mas é indispensável para todas as fases quando a temperatura ambiente está abaixo da zona de conforto térmico dos animais. Dessa forma, os equipamentos utilizados para a elevação e manutenção da temperatura de dentro dos galpões são as cortinas, os forros e os aquecedores (Associação Brasileira de Criadores de Suínos – ABCS, 2011). Os forros são utilizados tanto para o frio quanto para o calor. Nos dias mais quentes, sua função é diminuir o calor irradiado do telhado para o interior do galpão, formando um bolsão de ar entre o forro e o telhado. Apesar disso, o forro também auxilia nos dias mais frios, favorecendo o aquecimento dentro dos galpões (ABCS, 2011).As cortinas são utilizadas em todas as fases, mas principalmente na maternidade e creche, e tem como função proteger os animais na incidência direta do vento e do sol, sendo o fechamento de baixo para cima. Além disso, a regulagem das cortinas deve ser constante e dinâmica, buscando as condições de conforto térmico dos animais (ABCS, 2011). O aquecimento é fundamental para leitões nas fases de maternidade e creche, sendo utilizados para isso equipamentos como lâmpadas, lenha, biogás, gás, tapetes e pisos aquecidos. Nesse caso, a fase maternidade é a mais crítica, 6 em razão da diferença de temperatura de conformo das fêmeas em lactação e dos leitões. Assim, pode-se fazer uso de baias de maternidade com um local específico para os leitões, o qual recebe o nome de “escamoteador”, no qual os leitões recebem uma fonte de calor. Mesmo nas baias em que não há um escamoteador, pode ser utilizada uma fonte de calor em um local da baia em que somente os leitões têm acesso (Figura 1). Ainda, a fonte de calor utilizada pode ser uma campânula, um tapete térmico ou um piso térmico (Bierhals; Magnabosco, 2014; ABCS, 2011). Figura 1 – Leitões com fonte de calor e bebedouro tipo concha Crédito: Oleksandr/Adobe Stock. Na fase de creche, o aquecimento pode ser realizado pela circulação de ar aquecido ou pela utilização de campânulas à base de energia elétrica ou gás, com lâmpadas infravermelhas ou resistências (ABCS, 2011). 1.4 Bebedouros e comedouros A água deve ser fornecida à vontade, em temperatura entre 12 e 18°C, tratada e livre de patógenos. O fornecimento de água para os suínos é feito principalmente por bebedouros automáticos do tipo chupeta, que pode ser fixo (Figura 2 e 3) ou pendular, podendo ser feito também por bebedouro tipo taça 7 ou concha (Figura 4). A altura dos bebedouros deve ser regulada conforme o tamanho dos suínos, sendo recomendado que os bebedouros fixos na parede estejam um pouco acima do dorso dos animais e o pendular na altura da boca dos suínos. Para leitões, os bebedouros do tipo chupeta devem ser instalados entre cinco e sete centímetros acima do dorso desses animais. A recomendação para os bebedouros do tipo concha ou taça é que seja realizada sua limpeza várias vezes ao dia, pois os suínos podem urinar ou defecar dentro deles, além de poder acumular outras sujidades nos bebedouros, levando à diminuição no consumo de água pelos animais (ABCS, 2011). Figura 2 – Bebedouro para suínos tipo chupeta fixa Crédito: Krumanop/Adobe Stock. https://stock.adobe.com/br/contributor/206905290/krumanop?load_type=author&prev_url=detail 8 Figura 3 – Bebedouro para suínos tipo chupeta fixa com duas alturas Crédito: Kadmy /Adobe Stock. Figura 4 – Bebedouro para suínos tipo concha ou taça Crédito: Nattaro/Adobe Stock. Os tipos de comedouros utilizados para suínos dependem da fase de produção, do sistema de produção, do nível de tecnologia da granja e de como 9 a ração é fornecida aos animais. Os tipos de comedouros de suínos podem ser manuais ou automáticos. Nos comedouros automáticos (Figura 5), a ração pode ficar disponível o dia todo, o que é recomendado para suínos com peso até 80 kg. Os comedouros manuais utilizados para suínos são o linear (Figura 6 e 7), e o comedouro específico para leitões (Figura 8), o qual pode ser utilizado ainda na sala de maternidade, para estimular o consumo de ração (ABCS, 2011). Além dos diversos tipos de comedouros, a ração também pode ser fornecida de diferentes formas, como peletizada ou misturada com água. Quando a ração é misturada com água, podem ser obtidas as formas líquida e pastosa, sendo a proporção de água e alimento de 2:1 e 1:1, respectivamente. Independentemente de como a ração é fornecida aos animais, é ainda indispensável o fornecimento de água por meio dos bebedouros (Penz Júnior; Viola, 2008). Figura 5 – Comedouro automático para suínos Crédito: Tatty/Adobe Stock. https://stock.adobe.com/br/contributor/200780954/tatty?load_type=author&prev_url=detail 10 Figura 6 – Comedouro linear fixo para suínos Crédito: Vladimir Mucibabic/Adobe Stock. Figura 7 – Comedouro linear automático para suínos Crédito: Markobe/Adobe Stock. https://stock.adobe.com/br/contributor/57328/vladimir-mucibabic?load_type=author&prev_url=detail https://stock.adobe.com/br/contributor/204762588/markobe?load_type=author&prev_url=detail 11 Figura 8 – Comedouro manual para leitões Crédito: Xiaoliangge/Adobe Stock. TEMA 2 – FASE DE MATERNIDADE 2.1 Baias de parição e manejo das matrizes na maternidade As baias de parição podem ser convencionais, cujo tamanho médio é de 6 m²; ou celas parideiras, que tem um tamanho menor, por volta de 3,96 m². As baias de parição devem ser equipadas com estruturas para evitar o esmagamento dos leitões, como barras de ferro, além de equipamentos de conforto térmico para os animais, como uma fonte de calor para os leitões, que pode feito pelo uso no escamoteador com uma fonte de aquecimento, ou apenas uma fonte de aquecimento fornecida aos leitões; e até mesmo equipamentos de resfriamento para as matrizes (Fávero, 2003). O uso do escamoteador leva a uma maior proteção dos leitões, por evitar o esmagamento destes, e adicionalmente, é um ambiente com fonte de calor e luz, e que deve ser mantido limpo e seco, para melhor aceitação dos leitões (ABCS, 2011). A fase de maternidade tem grande importância por fornecer aos leitões condições adequadas para que estes tenham um desempenho satisfatório nas fases de crescimento e terminação. Além disso, é indispensável ter cuidados https://stock.adobe.com/br/contributor/201031416/xiaoliangge?load_type=author&prev_url=detail 12 adequados com as matrizes, para que estas forneçam a quantidade adequada de leite para os leitões, e para que estejam preparadas para a próxima gestação. Esses cuidados também são fundamentais para que as matrizes tenham um bom desempenho reprodutivo ao longo da vida. O período de gestação dos suínos, em média, é de 114 dias, podendo ocorrer variações, como a antecipação de partos nas fêmeas primíparas, ou atrasos nas fêmeas multíparas (ABCS, 2011). O manejo da fase de maternidade começa com a transferência das fêmeas para a sala de maternidade. Assim, quando as fêmeas estiverem com aproximadamente 107 dias de gestação, ou seja, uma semana antes do parto, estas devem ser transferidas para a sala de maternidade, para se adaptarem ao ambiente. Antes da transferência, é importante preparar essa sala; as baias de maternidade devem ser limpas e desinfectadas antes da entrada das fêmeas. Além disso, os cuidados na transferência devem incluir um banho utilizando detergente neutro e água abundante, a fim de retirar todos os resíduos de estercos presentes nos tetos, membros, patas e vulva. Nesse momento, também pode ser feita a administração de medicamentos antiparasitários, caso seja necessário. Outras recomendações incluem a realização da transferência de modo que evite o estresse dos animais, priorizando as horas mais frescas do dia e fazendo os procedimentos com calma. Esses cuidados têm relação direta com os índices de nascimento dos leitões, pois erros na transferência das fêmeas podem levar à ocorrência de abortos, partos prematuros, mortalidade de fêmeas e leitões natimortos (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Em relação a cuidados com a alimentação das fêmeas antes do parto, na sala de maternidade estas devem receber uma ração tipo “lactação”. Além disso, nos três dias que antecedem o parto, é recomendado que seja diminuída quantidade de ração fornecida para as fêmeas, pois isso levará à redução do volume de fezes, o que consequentemente vai proporcionar uma diminuição da contaminação nas baias de maternidade. Outro cuidado com a alimentação deve ocorrer no dia do parto, no qual as fêmeas nãodevem ser alimentadas, recebendo apenas água à vontade (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Além dos cuidados antes do parto, é fundamental conhecer os sinais de que o parto está próximo a acontecer e se está ocorrendo dentro do esperado, para que seja realizada uma intervenção, se necessário. O parto deve ocorrer em um ambiente limpo, calmo e com temperatura adequada, para evitar o estresse das fêmeas. Em 80% dos casos, os partos acontecem à noite, com 13 intervalo entre o nascimento dos leitões de 15 minutos, e duração em média de duas a quatro horas, variando até 12 horas (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Os sinais de que o parto está próximo incluem edema vulvar, que ocorre quatro dias antes do parto; complexo mamário ingurgitado, que ocorre de 48 a 24 horas antes do parto; secreção leitosa em gotas nos tetos, que ocorre em 70% dos casos e 12 horas antes do parto; secreção leitosa dos tetos em jatos, que ocorre em 94% dos casos a seis horas antes do parto. Outros sinais do parto são a eliminação de uma secreção com consistência semelhante à urina, a qual indica a abertura da cérvix, e os movimentos da fêmea, visto que, em decorrência das contrações, ela se movimentará de forma a esticar e encolher os membros posteriores em direção ao abdômen, o que vai auxiliar na expulsão do feto (ABCS, 2011). O parto acontece com as fêmeas na posição de decúbito lateral. O nascimento dos leitões se inicia pela cabeça ou patas traseiras destes, podendo ocorrer expulsão de partes da placenta na parte intermediária do parto. Apesar disso, a maior parte da placenta é expulsa no final do parto, sendo este um sinal de que o parto está terminando. Entre os leitões que nascem sem vida, tem-se os natimortos, ou seja, que morreram pouco tempo antes do parto; e os mumificados, os quais morreram durante a gestação, e nascem com coloração escura, desidratados e com tamanho reduzido (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). 2.2 Manejo inicial dos leitões Imediatamente após o nascimento de cada leitão, deve ser feito o manejo inicial. O primeiro manejo a ser realizado nos leitões é a retirada de líquido placentário, pois este pode estar obstruindo as vias respiratórias dos leitões, além da realização da reanimação destes com massagens torácicas, sempre que necessário. Nesse momento, também deve ser feita a secagem da cabeça do leitão com papel toalha, seguido da secagem do corpo, que pode ser realizado com papel toalha, pó secante (Figura 9) ou maravalha (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). 14 Figura 9 – Método de secagem do leitão utilizando pó secante Crédito: Cesar Machado/Adobe Stock. O segundo procedimento realizado é o corte e desinfecção do cordão umbilical. Para isso, deve ser utilizado um barbante de algodão esterilizado em iodo a 10% para amarrar o cordão umbilical, a uma distância de mais ou menos 3 a 4 cm da barriga do leitão. Para o corte, deve ser utilizada uma tesoura desinfetada, e o corte do umbigo deve ser feito logo abaixo da amarração, ficando o coto umbilical em torno de 4 a 5 cm. O próximo passo é a desinfecção do umbigo, a qual é realizada por intermédio da imersão deste em solução de iodo por cinco segundos, em um frasco com abertura suficiente para a imersão total do umbigo até a sua base (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Após isso, o leitão deve realizar a primeira mamada, a qual deve ser acompanhada e auxiliada (Figura 10), quando necessário. A necessidade desse manejo acontecer o mais próximo possível do nascimento porque, nas primeiras 24 horas após o parto, o leite produzido recebe o nome de “colostro”, tem alta digestibilidade e os nutrientes e anticorpos necessários para os leitões. Os leitões nascem praticamente sem imunidade, em razão da estrutura tecidual da placenta suína não possibilitar a transferência de anticorpos da matriz para os leitões, além destes nascerem com o sistema imune não desenvolvido. Assim, os leitões devem ingerir a máxima quantidade de colostro até seis ou oito https://stock.adobe.com/br/contributor/207052087/cesar-machado?load_type=author&prev_url=detail 15 horas após o parto, pois no período até seis horas após o parto há uma maior concentração de imunoglobulinas no colostro. Além disso, o epitélio intestinal dos leitões diminui a capacidade de absorção das imunoglobulinas 24 a 36 horas após o nascimento (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Caso a fêmea não produza colostro suficiente, é necessário transferi-los para o outra fêmea recém-parida ou utilizar o colostro artificial. É recomendado nas leitegadas grandes marcar os leitões após a mamada do colostro, e no caso de ter escamoteador na baia, é possível fechar os leitões que nasceram primeiro nesse local, logo após a primeira mamada. Assim, eles vão se acostumar a usar o escamoteador e isso facilitará o manejo dos leitões que nascerem na parte final do parto (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Figura 10 – Auxílio aos leitões que estão com dificuldade de mamar Crédito: Cesar Machado/Adobe Stock. O fornecimento de uma fonte de calor para os leitões, seja dentro do escamoteador ou na própria baia de maternidade (Figura 11), quando não há o escamoteador, é fundamental para os leitões, em razão da temperatura de conforto destes ser maior do que da matriz, para a qual a temperatura de conforto varia entre 15 e 18°C. A temperatura de conforto dos leitões é em torno de 34°C quando estes são recém-nascidos, e esta vai reduzindo gradativamente até 28°C na terceira semana de vida, quando geralmente é feito o desmame. Em https://stock.adobe.com/br/contributor/207052087/cesar-machado?load_type=author&prev_url=detail 16 decorrência da grande importância da temperatura ambiente para os leitões, é fundamental que esta seja verificada com frequência, tanto na baia de parição como no escamoteador. É importante sempre observar o comportamento dos animais em relação às condições ambientais, e no caso dos leitões, isso pode ser avaliado dentro do escamoteador, pois quando a fonte de calor está adequada, eles usam o escamoteador e ficam distribuídos dentro deste, sem amontoamentos, visto que os amontoamentos podem ser indicativos de que a fonte de calor não é suficiente; em contrapartida, o não uso do escamoteador pode ser indicativo de que está muito calor dentro deste. Assim, o treinamento dos leitões para usar o escamoteador, no qual estes são conduzidos para entrar no escamoteador, é fundamental (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Figura 11 – Baia de maternidade sem escamoteador e com fonte de calor em local seco para os leitões Crédito: LanaK/Adobe Stock. 2.3 Manejo dos leitões na primeira semana Na primeira semana de vida dos leitões, podem ser realizados outros manejos como o corte da cauda, dos dentes e aplicação de ferro. O corte dos dentes deve ser realizado até 24 horas após o nascimento, sendo esse tempo https://stock.adobe.com/br/contributor/200652219/lanak?load_type=author&prev_url=detail 17 recomendando para garantir que o leitão ingira uma boa quantidade de colostro antes do procedimento. O corte dos dentes pode ser feito por meio de um alicate ou do desgaste dos dentes, e tem por objetivo diminuir o número de lesões no aparelho mamário da fêmea, sendo que é muito importante evitar possíveis machucados nas gengivas e língua dos leitões. O desgaste dos dentes é um procedimento com menor risco de quebra de dentes, sendo importante evitar de deixar pontas, como pode ocorrer com maior frequência pelo uso do alicate para o corte (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). O corte da cauda é realizado pela retirada do último terço desta, devendo ser realizado no primeiro dia de vida com um equipamento que possibilite o corte e a cauterização dessa cauda ao mesmo tempo. Esse procedimento é realizado principalmente paraevitar o canibalismo nas fases de crescimento. Tanto o corte da cauda como dos dentes são procedimentos realizados para evitar comportamentos dos suínos que são associados à ausência de bem-estar. Dessa forma, é importante salientar que, em sistemas de produção baseados nas premissas de bem-estar animal, não são recomendados o corte dos dentes e da cauda, devendo ser utilizados manejos e instalações que diminuam o estresse dos animais (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Além disso, a legislação brasileira em vigor não recomenda o corte da cauda e dos dentes; apenas em algumas situações em especial é que esses manejos são recomendados. A Instrução Normativa n. 113 é o documento no qual estão descritas essas orientações, com as recomendações de que o corte da cauda deve ser evitado, podendo ser realizado, quando houver mutilação, apenas o terço final da cauda. Ainda, deve ser recomendado por médico veterinário e realizado por operadores capacitados, devem ser utilizados equipamentos de corte com devida manutenção e higienizados, seguido de cauterização, bem como deve ser realizado de modo que minimize qualquer dor e complicações posteriores para o animal, e, após três dias de idade dos animais, somente deve ser realizado com uso de anestesia e analgésicos para controle da dor. Além disso, por essa mesma normativa, é proibido o corte de dentes, sendo permitido o desgaste de presas dos cachaços somente quando necessário, desde que seja realizado por profissional capacitado e com anestesia e analgesia para controle da dor (Brasil, 2020). Em relação ao fornecimento de ferro, para leitões criados em confinamento, a anemia ferropriva é um problema, pois o leite materno fornece 18 apenas 10 a 20% das necessidades de diárias de ferro dos leitões. A anemia causa redução na taxa de crescimento, dificuldade respiratória e maior predisposição ao aparecimento de doenças. Assim, os leitões devem receber uma fonte de ferro, que pode ser injetável ou via oral, sendo o mais utilizado o ferro dextrano via intramuscular (no pescoço), no 2.º ou 3.º dia de vida (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Além desses manejos, é importante fazer a pesagem dos leitões na primeira semana de vida. Por meio da pesagem, é possível fazer a uniformização das leitegadas, que é importante principalmente para as leitegadas com maior número de leitões, e assim proporcionar a todos os leitões melhores condições para o desenvolvimento, diminuindo a competição entre leitões de tamanhos diferentes. A uniformização das leitegadas deve ser feita após a ingestão de colostro, preferencialmente até 24 horas após o nascimento (Silva Júnior; Leite, 2020). Outro procedimento que deve ser realizado nos primeiros dias de vida dos leitões é a castração, um procedimento realizado para diminuir a presença de odor e sabor desagradáveis na carcaça dos suínos, os quais ocorrem em razão dos hormônios sexuais dos machos. Apesar de ser um procedimento que causa estresse aos animais quando é feito de forma cirúrgica, a castração melhora o bem-estar dos animais por diminuir a agressividade nos machos, diminuindo a chance de ocorrerem brigas nas baias de crescimento e terminação. Assim, a castração inibe o desenvolvimento sexual e a produção dos hormônios sexuais, evitando assim a deposição de substâncias (escatol e androsterona) que causam o sabor e odor desagradáveis na carne dos suínos (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). As formas de castração utilizadas nos suínos são cirúrgica, química ou imunológica. A castração cirúrgica deve ser feita, preferencialmente, em leitões entre 7 e 10 dias de idade. Para esse procedimento, deve ser realizada uma higienização da região escrotal com solução de iodo a 2%, seguido de um corte do saco escrotal na parte mais ventral, o que possibilitará a drenagem de líquidos de se acumulam após a castração. Após o procedimento, deve ser aplicada uma solução cicatrizante no corte cirúrgico (Silva Júnior; Leite, 2020). A castração cirúrgica de animais mais velhos deve ser feita somente com anestesia. Em relação à alimentação dos leitões nessa fase, pode ser feito o fornecimento de ração pré-inicial a partir do sexto dia de vida. Esse manejo é 19 muito importante para a adaptação dos leitões à alimentação que estes receberão após o desmame, auxiliando também no desenvolvimento do trato gastrointestinal. A ração pode ser fornecida de forma seca ou pastosa nessa fase (ABCS, 2011). TEMA 3 – FASE DE CRECHE 3.1 Baias e manejos na fase de creche O desmame pode ser realizado entre 21 e 35 dias, sendo as idades mais recomendadas entre 21 e 28 dias. A escolha de quando desmamar os leitões está relacionada com a maximização do número de partos obtidos por fêmea no ano, de forma que não se tenha diminuição no número e peso de leitões desmamados (Mores et al., 2008). A fase da desmama é um período de grande estresse para os leitões, em razão de diversos fatores como a separação da mãe e de parte dos irmãos, troca de ambiente e de alimento, bem como problemas sociais em decorrência do agrupamento de diferentes leitegadas. Além disso, por conta da relação direta entre o desenvolvimento dos leitões nessa fase e nas fases seguintes, de crescimento e terminação, é fundamental que o que o leitão se adapte à creche o mais rápido possível, pois isso leva a uma diminuição no estresse e, consequentemente, redução do surgimento de doenças, levando a melhores índices de desempenho dos animais (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Assim, antes da transferência dos leitões para a creche, é importante preparar a sala de creche, que deve estar limpa e higienizada, sendo importante regular os comedouros e bebedouros, além de verificar e fazer os ajustes necessários de temperatura e umidade (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). A uniformização dos animais por peso, tamanho e sexo deve ser feita no momento do desmame, para evitar brigas. Após a transferência dos animais, é muito importar verificar a alimentação dos animais e o consumo de água, pois estão diretamente relacionados com a adaptação dos animais nessa fase. Na fase de amamentação, o leitão ingere água pelo consumo do leite, por isso o estímulo para beber água na fase de creche é muito importante. Deve-se utilizar uma proporção de, no máximo, 10 animais por bebedouro, e a altura deve estar ajustada para 3 a 5 cm acima do dorso dos leitões (ABCS, 2011). 20 O fornecimento de ração deve ser em pequenas porções, de seis a oito vezes por dia, a fim de estimular o consumo. Inicialmente, deve ser fornecida a mesma ração utilizada durante a amamentação, sendo recomendado o fornecimento na forma papinha (1:1 de proporção água e ração), o que melhora o consumo, a digestão e a absorção de nutrientes. Adicionalmente, podem ser utilizados cochos complementares para estimular o consumo, sendo fundamental que todos os animais consigam se alimentar ao mesmo tempo (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Para a fase de creche, é recomendado o uso de baias coletivas com piso ripado ou parcialmente ripado, com 1/3 de piso compacto e 2/3 de piso ripado. No caso do piso parcialmente ripado, nesse local devem ser colocados os bebedouros, para que não ocorra o acúmulo de água nas baias, além de ser nesse local com piso ripado que os animais vão urinar e defecar. A declividade do piso recomendada é de 5%. A área mínima recomendada é de 0,30 a 0,35 m²/leitão. Lembrando que deve ser feito o uso das cortinas e sistemas de aquecimento para garantir o bem-estar dos leitões e evitar o acúmulo de gases nocivos no galpão, conforme vimos no início desta etapa (Fávero, 2003). Outro ponto crítico da fase de creche é a ambiência, sendo fundamental utilizar a ventilação, que está relacionada com a temperatura interna e com controle de gases (amônia) e da poeira, os quaispodem levar a irritações do trato gastrointestinal dos suínos. O manejo das cortinas oportuniza a renovação do ar quando estão totalmente ou parcialmente abertas, e quando fechadas evitam a entrada de correntes de ar frio, podendo ser utilizadas duas camadas de cortinas em regiões mais frias. Para o controle da temperatura, é importante utilizar equipamentos como termômetros, além de observar o comportamento dos animais, pois amontoamentos podem ser indicativos de que os animais estando sofrendo estresse pelo frio, enquanto leitões espalhados e ofegantes são indicativos de que os animais podem estar sofrendo estresse por calor (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Em decorrência do estresse dessa fase, é muito importante fornecer espaço adequado para os leitões, a fim de evitar brigas. Além disso, para diminuir o estresse dos animais nessa fase, também podem ser utilizados materiais para o enriquecimento ambiental, como correntes com tamanho compatível com os animais (Figura 12). Além disso, é recomendado que a 21 temperatura ambiente seja mantida em 26°C durante os primeiros 14 dias e próxima dos 24°C até a saída dos leitões da creche. Os leitões devem ser transferidos para a sala de crescimento com idade em torno de 63 a 65 dias, sempre considerando o peso destes (Silva Júnior; Leite, 2020; ABCS, 2011). Figura 12 – Enriquecimento ambiental com correntes para a fase de creche Crédito: Budimir Jevtic/Shutterstock. TEMA 4 – CRESCIMENTO, TERMINAÇÃO E MANEJO PRÉ-ABATE 4.1 Manejo na fase de crescimento e terminação Após a saída da creche, os leitões são encaminhados para os locais em que permanecerão durante as fases de crescimento e terminação. A fase de crescimento, também chamada de “recria”, é definida pelo período desde a saída da creche, na qual os animais têm em torno de 18 a 25 kg de peso vivo, até que os animais atinjam metade do peso esperado para o abate, ou seja, em torno de 50 a 60 kg de peso vivo. A terminação é o período seguinte, que se estende até que os animais atinjam o peso ao abate, que varia de 100 a 120 kg de peso vivo (ABCS, 2011). Da mesma forma que acontece para as outras fases, antes da entrada dos animais nas salas de crescimento e terminação é muito importante preparar 22 as instalações, principalmente considerando a variação de peso dos animais nessa fase. É nela que os animais são alojados principalmente em instalações fechadas, podendo estas serem equipadas como piso compacto, ripado ou parcialmente ripado, cama sobreposta e lâmina d’água (ABCS, 2011). Entre os pontos críticos nas fases de recria e terminação estão a temperatura ambiente, que deverá permanecer em torno de 22 a 23°C na entrada dos animais, e em 18°C quando os animais estiverem com peso adequado para o abate, e assim podem ser utilizados equipamentos como ventiladores, nebulizadores e cortinas. Outros pontos importantes são a limpeza das instalações, especialmente nas baias de piso compacto, que deve ser diária para diminuir o risco de doenças; o fornecimento de água de boa qualidade, à vontade e fresca e o correto manejo da alimentação (ABCS, 2011; Caramori Júnior, 2007). Na Tabela 2 a seguir, são apresentados níveis de nutrientes recomendados para as fases de crescimento e terminação. Nessas fases, os suínos recebem alimentação à vontade até atingirem entre 60 e 80 kg de peso vivo, e depois pode ser feito uma restrição alimentar, de acordo com o peso dos animais. Tanto os níveis de nutrientes quanto a quantidade de ração fornecida estão relacionados com as mudanças fisiológicas que acontecem nos animais nessas fases, assim como a obtenção de um peso ao abate mais uniforme. Assim, no início da fase de crescimento dos suínos ocorre uma grande deposição de tecido muscular, e a alimentação a vontade nessa fase tem por objetivo possibilitar que ocorra o máximo possível de deposição de carne. Após os suínos atingirem 70 kg de peso vivo, há uma diminuição na eficiência alimentar e uma maior deposição de gordura, e por isso, a partir dessa fase pode ser feita a restrição alimentar, a fim de evitar que os animais depositem muita gordura na carcaça, o que melhora a conversão alimentar, pois a deposição de gordura tem um alto custo metabólico para o animal. Dessa forma, a restrição alimentar oportuniza a obtenção de suínos com o mesmo peso ao abate com uma redução no consumo de ração de 15 a 20 kg durante a fase de terminação, ou seja, reduz os custos de produção e a quantidade de dejetos gerados (ABCS, 2011; Caramori Júnior, 2007). 23 Tabela 2 – Níveis nutricionais recomendados nas fases de crescimento e terminação Nutrientes Crescimento Terminação Energia metabolizável (kcal/kg) 3.280,00 3.250,00 Proteína bruta (%) 15,00 13,00 Lisina (%) 0,85 0,72 Metionina (%) 0,27 0,20 Metionina + Cistina (%) 0,56 0,44 Treonina (%) 0,60 0,46 Triptofano (%) 0,16 0,13 Cálcio (%) 0,72 0,50 Fósforo total (%) 0,60 0,40 Fósforo disponível (%) 0,28 0,19 Sódio (%) 0,15 0,15 Fonte: Elaborada por Pertile, 2022 com base em Fávero et al., 2003. Outro ponto importante nas fases de crescimento e terminação é separar os lotes por sexo, pois machos castrados depositam mais gordura na carcaça do que as fêmeas, e por isso precisam de restrição alimentar; pelo mesmo motivo, é recomendado formar lotes com o peso homogêneo. Além disso, é recomendado que sejam feitas pesagens dos animais para acompanhar o ganho de peso e identificar quando os animais atingirem o peso para a restrição alimentar (Caramori Júnior, 2007). Um manejo importante que pode ser realizado nessa fase é a castração. Conforme vimos nas seções anteriores, a castração tem por objetivo eliminar o odor e sabor desagradável da carne dos machos suínos inteiros, em razão do acúmulo de androsterona e de escatol na gordura dos suínos. Esse acúmulo ocorre por conta da ação de hormônios esteroides testiculares, os quais são secretados pelos machos sexualmente maduros. Assim, a castração é uma forma de inibir o desenvolvimento sexual, sendo que há basicamente três tipos de castração: a cirúrgica, a química e a imunocastração. Quando o método escolhido for a castração cirúrgica, a recomendação é que seja realizada na primeira semana de vida dos suínos, pois há um menor risco de infecções e hemorragias em razão da rápida cicatrização. Apesar disso, a castração é um processo bastante estressante para o animal, por isso surgiram novos métodos, como a castração imunológica (Teixeira; Tocchet, 2014; ABCS, 2011). A castração imunológica é feita pela aplicação de uma vacina anti-GnRF no macho suínos, com a qual são produzidos anticorpos GnRF, que neutralizam o GnRF (hormônio liberador de gonadotropinas) produzido pelos suínos. Com 24 isso, não ocorre a secreção dos hormônios esteroides testiculares, como o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH), o que interrompe o crescimento testicular e cessa a produção de hormônios testiculares. O protocolo sugerido para essa vacina é composto por duas doses, sendo a primeira de oito a nove semanas antes do abate, e a segunda de quatro a cinco semanas após a primeira dose. Desse modo, quatro a cinco semanas após a segunda dose, o nível de odor de macho inteiro cai gradativamente a níveis mínimos, por isso é recomendado que os animais sejam abatidos nessa fase. Depois disso, o efeito da vacina diminui, e consequentemente a quantidade de odor de macho inteiro volta a subir. Em relação às características de carcaça, os animais castrados imunologicamente têm menores exigências nutricionais para ganhar a mesma quantidade de peso, menos gordura na carcaça e taxa de crescimento alta ao longo de toda a fase de crescimento. Assim, os animais imunologicamente castrados têm mais gordura na carcaça que os machos inteiros, e menos gordura do que os machos cirurgicamente castradosna primeira semana de vida (Teixeira; Tocchet, 2014). 4.2 Manejo pré-abate O manejo pré-abate de suínos é composto por várias etapas, como o embarque dos animais, jejum, retirada dos animais das baias e condução destes até o caminhão, transporte, desembarque no abatedouro, período de descanso e condução até a insensibilização. O estresse dos animais nessa fase está diretamente relacionado com a qualidade da carne, assim, essas etapas devem ser conduzidas de acordo com um planejamento e de forma que minimize o estresse dos animais (Costa et al., 2014; ABCS, 2011). O jejum é caracterizado pela retirada dos alimentos sólidos (ração), mantendo o livre acesso à água. A realização do jejum está relacionada com o maior bem-estar dos animais, evitando vômitos e congestão durante o transporte; e com a menor ocorrência de contaminação das carcaças, em razão do extravasamento do líquido intestinal durante a evisceração. Além disso, facilita o processo de evisceração e uniformização da carne das carcaças, por conta das mudanças na concentração de glicogênio muscular no momento do abate. O período de jejum deve ser de 8 a 12 horas, não devendo ultrapassar um total de 24 horas, que inclui desde o início do período de jejum na granja até a insensibilização (Costa et al., 2014; ABCS, 2011; Ludke et al., 2010). 25 O planejamento do embarque dos animais é fundamental para evitar lesões, estresse e a morte dos animais. Assim, quando os animais forem retirados das baias, os corredores que dão acesso ao embarcadouro devem estar limpos e sem obstáculos, para evitar que os animais parem para explorar o local ou até mesmo que escorreguem e caiam, evitando lesões e agilizando o embarque. O embarque dos animais deve ser iniciado pelas baias mais próximas do embarcadouro, e deve acontecer em grupos de três a quatro animais, podendo ser utilizadas tábuas de manejo e chocalhos para evitar que os animais parem no corredor. Também podem ser realizados estímulos com a mão na região do flanco dos animais para incentivar e agilizar sua movimentação. A tábua de manejo tem como finalidade limitar ou bloquear a visão do suíno; como resultado, este se movimenta apenas para a frente, em direção ao embarcadouro (Costa et al., 2014; ABCS, 2011; Ludke et al., 2010). A fim de facilitar o embarque, outra recomendação é realizá-lo no período da noite, de forma que seja reduzida a iluminação no interior do galpão e que seja colocada uma fonte de luz no embarcadouro, pois os suínos tendem a se mover de um local escuro para um claro. Além disso, é muito importante que a condução dos animais seja feita com calma, pois estes se cansam facilmente. A rampa de embarque deve ter um ângulo de subida de no máximo 20 graus e piso antiderrapante. O melhor período para realização do embarque é nas horas com temperatura mais amena do dia, sendo que, quando a temperatura ambiente for superior a 15°C e a umidade relativa do ar estiver baixa, é recomendado que seja feita a aspersão de água nos animais para diminuir o estresse térmico (Costa et al., 2014; ABCS, 2011; Ludke et al., 2010). O transporte é outra situação estressante para os animais, pois além do jejum, estes são submetidos a um ambiente diferente, com barulhos e cheiros diferentes, além da movimentação do caminhão. As recomendações para o transporte dos animais são: a. transportar apenas animais em boas condições físicas; b. utilizar veículos com manutenção adequada; c. a lotação animal (mínimo de 250 kg/m², variando de acordo com a temperatura ambiente) durante o transporte deve oportunizar que os animais se deitem, e deve favorecer a ventilação; d. a parte superior do caminhão deve ser coberta por sombrite e o caminhão deve ser boas condições de limpeza; e. devem ser evitadas paradas durante o transporte, e, se forem necessárias, o caminhão deve ser estacionado 26 em um local plano e com sombra (Ludke et al., 2014a; Ludke et al., 2010; ABCS, 2011). Na chegada ao frigorífico, os animais devem ser desembarcados o mais rápido possível. O abatedouro deve ter um local próprio para os animais desembarcarem, e após o desembarque, estes devem ser encaminhados para as baias de descanso, nas quais devem receber água e condições favoráveis para o conforto térmico. Os animais devem permanecer nesse local por duas ou quatro horas, pois é o período suficiente para demonstrarem sinais de recuperação do transporte. Longos períodos nas baias de descanso podem comprometer o bem-estar animal, o rendimento de carcaça e a qualidade da carne, além de aumentar a ocorrência de lesões e a contaminação bacteriana (Ludke et al., 2014a; Ludke et al., 2010; ABCS, 2011). TEMA 5 – ABATE E QUALIDADE DA CARNE 5.1 Abate dos suínos Após o período de descanso nas baias do abatedouro, os animais são conduzidos para o local do abate, no qual passam por um banho com água clorada para tirar as sujidades; depois, são insensibilizados. A insensibilização tem por finalidade deixar os animais em estado de inconsciência, o qual deve durar até o final da sangria, a fim de evitar o sofrimento do animal. Entre os métodos de insensibilização estão o mecânico, no qual é utilizada uma pistola com dardo que é posicionada de forma que o dardo penetre no córtex cerebral na região frontal; o método elétrico, no qual eletrodos são colocados em contato com a pele do animal e uma corrente elétrica atravessa o cérebro; e o método da exposição à atmosfera controlada, no qual é utilizado gás carbônico ou mistura de gás carbônico com outros gases (Brasil, 2000). A insensibilização elétrica é o método mais utilizado no Brasil, e pode ser realizada com dois ou três pontos de contato com a pele do animal. O método com dois pontos é chamado de “eletronarcose”, no qual é utilizada uma corrente mínima de 1,3 A por pelo menos três segundos, a qual passa pelo cérebro do animal por meio de dois eletrodos, os quais devem ser posicionados em ambos os lados da cabeça, próximo da inserção das orelhas e devem ser aderidos adequadamente. A insensibilização em três pontos é chamada de eletrocussão e é um método irreversível, pois provoca a morte do animal por fibrilação 27 ventricular, sendo que são utilizados dois eletrodos na cabeça, como no método anterior, e um terceiro na região do coração. Assim, inicialmente é feita a insensibilização de dois pontos (eletronarcose) e, depois disso, o terceiro eletrodo é colocado na região do coração, levando à fibrilação ventricular (Ludke et al., 2010). Após a insensibilização, os suínos passam para o estado de inconsciência, o qual é dividido em fases chamadas de “tônica” e “clônica”; o conhecimento destas é fundamental para garantir que os suínos estejam inconscientes no momento da sangria. A primeira fase é a tônica, que dura de 10 a 20 segundos; nessa fase, ocorre a perda imediata da consciência e a contração da musculatura, com ausência de respiração rítmica na região do flanco e focinho, pupila dilatada, ausência de reflexo corneal e estímulos dolorosos. A segunda fase, chamada de clônica, dura de 15 a 45 segundos, sendo que nessa fase há ausência de respiração rítmica e de reflexo corneal; pode ocorrer pedaleios ou chutes involuntários, além de ocorrer um gradual relaxamento da musculatura. Após a clônica, caso não ocorra a sangria, o animal tende a voltar à consciência gradativamente. Quando a insensibilização não ocorreu de forma adequada, são observados sinais como respiração rítmica, movimentos oculares coordenados, vocalização e reflexo de endireitamento da cabeça para recuperar a postura (Ludke et al., 2010). Após a insensibilização, é realizada a sangria, a qual consiste no corte das artérias carótidas e das veias jugulares, para que ocorra o escoamento do sangue. Assim, para evitar o sofrimento do animal, a sangria deve ser realizada imediatamente após a insensibilização,preferencialmente no final da fase tônica, entre 10 e 15 segundos após a retirada dos eletrodos, e o tempo total da sangria deve ser em torno de três minutos (Ludke et al., 2010). Depois da sangria, as carcaças passam pelo processo de escaldagem, no qual é utilizado água com temperatura entre 62 e 72°C por dois a cinco minutos; em seguida, as carcaças são encaminhadas para a depilação. Esse equipamento é composto por um sistema rotativo com chicotes de borracha, que removem os pelos do animal de forma mecânica. O processo seguinte é o uso de uma chama na carcaça, para eliminar resíduos de pelos; na sequência, é a etapa de polimento e lavagem das carcaças (Cê, 2016; Brasil, 1995). Depois, as carcaças são encaminhadas para a área limpa, em que é feita a oclusão do reto para evitar o extravasamento do líquido intestinal, seguido da 28 abertura do abdômen e evisceração, na qual ocorre a inspeção das vísceras. Por fim, é feita a lavagem final das carcaças, e estas são encaminhadas para o pré- resfriamento, que consiste em uma redução rápida de sua temperatura, seguida do resfriamento por 24 horas em câmara fria a 4°C (Cê, 2016; Nery; Soares; Chiquieri, 2010; Brasil, 1995). 5.2 Qualidade da carne As características de carcaça, como seu rendimento, estão diretamente relacionadas com a rentabilidade da atividade, assim como a qualidade da carne está relacionada com a aceitação do mercado consumidor. A qualidade da carne pode ser influenciada por diversos fatores como nutrição, genética, sanidade, ambiente, manejo, abate, processamento da carcaça após o abate e conservação da carne (Ludke et al., 2014b). Entre as variáveis utilizadas para avaliar a qualidade da carcaça e carne suína estão a capacidade de retenção de água, cor e pH, entre outras, conforme descrito na Tabela 3 a seguir. Tabela 3 – Variáveis relacionadas com a qualidade da carne Atributos Variáveis Rendimento e composição da carcaça Conformação da carcaça, percentual de carne magra, espessura de gordura Aparência e características tecnológicas da carne Cor, capacidade de retenção de água, textura, marmoreio e composição físico-química Palatabilidade da carne Maciez, suculência, sabor e odor Integridade do produto Qualidade nutricional, segurança química, física e biológica Fonte: Elaborada por Pertile, 2022 com base em Warriss, 2019. Além disso, há diversos estudos na literatura relacionando a presença de algumas variantes de genes (alelos) com a qualidade da carne dos suínos, como o halotano. Entre os manejos realizados na criação de suínos, aqueles que são realizados no período pré-abate estão diretamente relacionados com a qualidade da carne, assim como o processamento da carne após o abate, como a velocidade no resfriamento, maturação e o tipo de armazenamento (Ludke et al., 2014b; Warriss, 2009). Quando é feito o abate do animal, ocorrem diversos eventos para que haja a transformação do músculo em carne. Por causa da sangria, o oxigênio e a glicose não chegam mais aos músculos, e na ausência de oxigênio, ocorre a transformação do glicogênio em ácido lático nos músculos, levando à queda no 29 pH. A taxa de conversão de glicogênio em ácido lático está relacionada com variáveis da qualidade da carne, como a capacidade de retenção de água e a cor da carne. A reserva de glicogênio muscular antes do abate é influenciada pelo jejum prolongado, pelo excesso de movimentação dos animais, tempo de descanso insuficiente, brigas e seu manejo agressivo. O pH da carne suína varia em torno de 7,0 a 7,2 no momento do abate, enquanto valores entre 5,3 e 5,8 são esperados no período de seis a oito horas após o abate. Essa queda no pH é importante para retardar a proliferação de microrganismos, promover a maciez da carne e está relacionada com o sabor e odor da carne (Ludke et al., 2014b; Warriss, 2009). Porém, quando os suínos são submetidos a estresse de forma intensa e de curta duração antes do abate, pode ocorrer um gasto excessivo de glicogênio e deposição em alta concentração de ácido lático. Por conta disso, o pH do músculo pode chegar a abaixo de 6,0 em 45 minutos após a morte do animal; associando-a à alta temperatura, isso pode levar a desnaturação proteica durante o processo de conversão de músculo em carne. Logo, tem-se a carne do tipo PSE (do inglês pale, soft exsudative), ou seja, “pálida”, “mole” e “exsudativa”. A carne PSE ocorre em animais que foram submetidos ao estresse no período pré-abate, e ocorre também em animais susceptíveis ao estresse, como os portadores do gene halotano (Ludke et al., 2014b; Warriss, 2009). Outro tipo de carne suína de baixa qualidade é conhecida como DFD (do inglês dark, firm, dry), que significa “escura”, “firme” e “seca”, a qual ocorre como consequência de um manejo inadequado. Nesse caso, a queda no pH muscular é menor do que o esperado, assim, o pH final fica elevado (acima de 6,0). Esse processo ocorre quando há pouco glicogênio armazenado nos músculos em decorrência do estresse de longa duração, como ocorre quando há manejos estressantes na granja e durante o período pré-abate. A carne DFD é indicativa de alto risco de contaminação microbiológica, em razão de o pH ser alto e insuficiente para inibir a proliferação de microrganismos (Ludke et al., 2014b; Warriss, 2009). Assim, algumas variáveis de qualidade da carne podem ser mensuradas para avaliar o estresse dos animais no período pré-abate. Valores de pH menores que 5,8 mensurados 45 minutos após o abate podem indicar a carne PSE, enquanto valores de pH acima de 6,0 mensurados 24 horas após o abate podem indicar a carne DFD (Ludke et al., 2014b; Warriss, 2009). 30 Além do pH, a cor da carne também é um indicativo de carne PSE ou DFD. A cor da carne é determinada pelo pigmento proteico mioglobina, que pode variar de acordo com idade, sexo, tipo de músculo e estresse pré-abate. Entre as escalas disponíveis para avaliação da coloração da carne suína, a coloração normal é apresentada como um padrão intermediário de cor, que na escala japonesa varia da cor mais clara, que recebe a pontuação 1; padrão, que é observado na carne PSE; até a mais escura, que recebe a pontuação 5, sendo que na carne DFD é considerado um escore entre 4 e 5 (Ludke et al., 2014b; Warriss, 2009). FINALIZANDO Nesta etapa, vimos os principais equipamentos utilizados na criação de suínos, os manejos na fase de maternidade, creche, crescimento, terminação, como deve ser feito o abate dos suínos e as implicações na qualidade da carne. Os equipamentos utilizados em suinocultura têm como principal finalidade atender às liberdades do bem-estar animal. Assim, os leitões precisam receber uma fonte de calor, seja dentro ou fora do escamoteador, enquanto para os animais adultos é fundamental manter uma temperatura ambiente mais baixa. Dessa forma, assim como os equipamentos de aquecimento, os de resfriamento também são essenciais, como os ventiladores e exaustores, e os equipamentos para umidificar o ambiente quando a umidade do ar está muito baixa, como os aspersores e os painéis evaporativos. A ventilação também é fundamental para retirar dos galpões gases que podem ser nocivos aos animais. Os manejos realizados após o nascimento dos leitões são fundamentais para sua sobrevivência, como a secagem dos leitões e limpeza das vias aéreas, corte e desinfecção do umbigo, orientação dos leitões na mamada do colostro e aplicação de ferro dextrano. A castração pode ser realizada de forma cirúrgica nos primeiros dias de vida, apesar de o método mais recomendado atualmente ser a castração imunológica. Além disso, os cuidados na transferência dos leitões para a fase de creche são fundamentais para evitar a ocorrência de doenças relacionadas ao estresse dessa fase, como as diarreias pós-desmame. O manejo pré-abate dos suínos é muito importante paraque os animais tenham o mínimo de estresse e, com isso, sejam evitados problemas de qualidade, como a carne PSE. Futuramente, veremos o manejo reprodutivo dos 31 suínos, manejo dos dejetos e as medidas de higiene e profilaxia utilizadas nas granjas de suínos. 32 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE SUÍNOS – ABCS. 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