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AFECÇÕES DO APARELHO LOCOMOTOR MATURIDADE ÓSSEA DEFINIÇÃO: - Momento da consolidação de epífises. IDADE: - Acontece por volta dos dois anos e meio. IMPORTÂNCIA: - Última articulação a consolidar é a de rádio e ulna pois o peso sobre elas é maior > garupa fica alta (fisiológico) do que membros anteriores, vai se ajeitando com o tempo; - Centro de gravidade do cavalo é na cernelha > músculo esterno-hióide > joga o centro de gravidade para trás empurrando os membros posteriores. ANABOLIZANTES: - Cuidado! Acelera ganho de peso, mas não acelera maturidade óssea > estrutura óssea não suporta ganho de peso muito rápido > desvios de aprumo. CRESCIMENTO RÁPIDO: - Animais que crescem mais rápido + trato inadequado = maior facilidade de aparecimento de enfermidades na zona de crescimento ósseo; - Crescem mais rápido, mas não significa que irão consolidar epífises mais rápido. GANHO EXCESSIVO DE PESO: - Muito peso em cima das articulações faz com que haja epifisite > animal começa a pisar errado; - Desvios angulares > excesso de peso = em varus. - Em varus, entorta para fora, abrindo os membros; - Em valgos, um carpo se aproxima do outro, formando um X; - Origem do defeito é nos ossos do carpo ou tarso. GANHO MÉDIO DIÁRIO DESEJADO EM EQUINOS IDADE PESO GANHO DIÁRIO Nascimento 60kg 30 dias 105kg 1,5kg/d 60 dias 144kg 1,3kg/d 90 dias 180kg 1,2kg/d 120 dias 210kg 1,0kg/d 160 dias 255kg 0,88kg/d 180 dias 260kg 0,83kg/d - 180kg ou 300kg > época do desmame; - Macroelementos importantes: balanço proteico, energético, cálcio e fósforo; - Microelementos importantes: zinco e cobre > faz com que maturidade óssea aconteça de forma adequada; - Deficiência de cobre e zinco > atrasa maturidade óssea > determina aparecimento de enfermidades do aparelho locomotor; - Problema primário (defendeu) e secundário (compensação). APRUMOS VISTA LATERAL: - Primeira coisa que se deve olhar em um cavalo; - Traça linha da ponta do peito até o solo > deve tocar o solo em uma distância igual o tamanho do casco do cavalo; → Linha toca na ponta da pinça: acampado de frente; → Linha toca 2x o tamanho do casco: sobre si de frente. Membro anterior: - Linha do meio da escápula, deve passar pelo meio do casco; - Se isso não acontece, animal pode ficar debruçado e ajoelhado > carpo pode estar voltado para frente ou para trás > desvio do membro > defeitos na articulação do carpo ou tarso. Membro posterior: - Linha da ponta do ísquio, tocando o jarrete e tangenciando o membro, tocando o solo na distância do casco; - Se isso não acontece, animal está sobre si ou acampado de frente ou de trás. - Linhas importantes para visualizar defeitos de aprumo e identificar conformação de um cavalo. VISTA DE FRENTE E DE TRÁS: Deformidades angulares: - Em valgos: linha passa por dentro; - Em varus: linha passa por fora. Membro anterior: - Linha do peito, desce e divide o membro ao meio. Membro posterior: - Linha da ponta do ísquio, desce e divide o membro ao meio. REVISÃO DA ANATOMIA TENDÕES: - Responsáveis pelo equilíbrio estático e promover dinâmica da locomoção; - Sempre tem origem muscular e inserção óssea; - Tecido elástico; - Função de conduzir o trabalho exercido pelos músculos até os ossos e articulações; - “Contratura de tendão” = encurtamento ou alongamento de tendão. Extensores: - Parte cranial do membro > tendão extensor digital único do dedo ou comum: → Faz extensão de todas as 3 falanges; → Encurtamento: achinelado, desgaste de talão, sobra pinça; → Alongamento: arrasta a ponta da pinça no chão, pinça quadrada por conta do desgaste. Flexores: - Tendão flexor superficial: → Faz flexão interfalangiana (principalmente primeiro e segundo dígito); → Se insere entre a primeira e segunda falange; → Encurtamento: projeção cranial do boleto. - Tendão flexor profundo: → Inserção diretamente na terceira falange; → Encurtamento: puxa para trás, fica fincado de frente, casco menor, excesso do crescimento de calcâneo, levanta talão, osso cresce e puxa o tendão > também encurta o flexor superficial > pés de bailarina. - Para tendões exercerem suas funções, necessitam de integridade óssea. - Ligamento do boleto > rígido, parece um osso. - Processo inflamatório do ligamento = desmite; - Retirada do ligamento = desmotomia; - Suturar ligamento = desmorrafia. CASCO: - Pinças = parte da frente > parte não sensitiva do casco; - Muralha = toda a estrutura do casco; - Coroa = transição > parte germinativa do casco: → Avulsão (retirada) de coroa > não cresce mais casco. - Talões = parte de trás; - Sola > fundamental para o cavalo: → Sola errada leva à claudicação; → Deve ser côncava para não tocar no chão; → Ranilha é a parte que deve tocar no solo > bombeia o sangue de volta > “coração do casco”. - Casqueamento > retira parte descamativa da ranilha, devolvendo o sulco; - Claudicação pós ferrageamento > pode ser encrave mal colocado; - Deve casquear de dois em dois meses, ou pelo menos três vezes ao ano > remover e readequar ferradura. CLASSIFICAÇÃO DAS ENFERMIDADES DEGENERATIVAS: - Miopatias; - Osteodistrofias; - Artropatias. INFLAMATÓRIAS: - Miosites; - Osteomielites; - Artrites. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES - Claudicação > primeira apresentação; - Postura e movimentos anormais; - Deformações; - Predisposição a fraturas e luxações. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA - Queda na produção/rendimento: → Se infiltra articulação > retira resposta sensitiva > agrava o quadro de claudicação. - Diminuição no desempenho reprodutivo > impossibilidade de fazer a cópula; - Inutilização do animal > processo inflamatório evolui para processo degenerativo e anquilosante > substituição da medula óssea por tecido fibroso; - Depreciação financeira. EXAMES ESPECIAIS DO APARELHO MUSCULOESQUELÉTICO ANAMNESE: - Histórico nutricional: → Pasto (Brachiaria dictyoneura, himidicula e ruziziensis) > consome a parte folhear > se animal come a semente (possui fósforo) = desequilíbrio cálcio:fósforo; → Sal mineral na proporção 3:1 de cálcio e fósforo para equinos > para bovinos é 2:1 > não se deve dar sal mineral de vaca para cavalos. - Ambiente e instalações > devem estar adequadas. INSPEÇÃO: - Estação/parado, ao passo e ao trote > visualiza a mudança de comportamento; - Conformação > diferenças de volume, tamanho, mudanças na anatomia de um membro comparado ao outro; - Atitude. PALPAÇÃO: - Região afetada; - Contralateral > comparar com o que é normal. OUTROS: - Bloqueios anestésicos: → Se para de mancar, a região afetada está abaixo de onde foi feito o bloqueio; → Sempre começa de baixo para cima; → Região anatômica estabelecida. - Radiografias: → Identificação de fissuras e fraturas. - Ultrassonografia; - Artrocentese (punção da articulação): → Promove alívio imediato da dor > descompressão das estruturas; → Exame do líquido > bioquímico, citológico, cultura. - Artroscopia: → Cirurgia minimamente invasiva > menos complicações do pós-operatório. - Biópsia muscular: → Claudicação secundária a mioglobinúria > provavelmente passou por uma metaplasia > ossificação da musculatura > miopatia ossificante. - Enzimas musculares > Cpk (creatinina fosfoquinase); - Bioquímica sérica > cálcio, fósforo, fosfatase alcalina; - Urinálise > importante nas doenças musculares: → Mioglobinúria = nefrotóxica > deve promover diurese osmótica dando soro glicosado. CLAUDICAÇÃO EM EQUINOS DEFINIÇÃO - Transtorno estrutural ou funcional; - Desarmonia no andamento > ao passo, ao trote ou ao galope; - Dentre as afecções externas dos equinos > claudicação representam 75% dos casos. TENDÕES E BAINHAS – 33%: - Responsáveis por manter o equilíbrio estático e promover o controle da locomoção: - Animal com tendinite > descansa o membro doente. ARTICULAÇÕES – 30%: - 5 componentes articulares(cartilagem, líquido sinovial, cápsula articular, ligamento) > qualquer estrutura acometida leva à claudicação. PÉS/CASCOS – 20%: - Coroa, pinça, quartela, talão, falanges. OSSOS – 13%: - Espera-se que seja mais distal do que proximal; - Quanto mais distal, mais vulnerável é o osso > não possuem revestimento de musculatura, impacto é maior > canela especificamente. VASOS E NERVOS – 4%: - Calo ósseo pode comprimir terminação nervosa; - Cronificação > desaparece claudicação; - Geralmente é passageiro. FATORES DE INTERAÇÃO DAS CLAUDICAÇÕES HEREDITÁRIOS: - Dependendo do defeito de aprumos, animal deve ser retirado da reprodução; - Maioria dos defeitos consegue corrigir na fase jovem; - Defeito de osso torto > dificilmente consegue corrigir > deve ser retirado da reprodução; - “Trisca fogo” = conformação em X, bate o jarrete ao andar > defeito grave. INFECCIOSOS: - Artrite infecciosa. NUTRICIONAIS: - Cálcio, fósforo, cobre e zinco > essenciais para animais jovens; - Se não tem demanda nutricional > estrutura óssea frágil. AMBIENTAIS: - Instalações; - Cocho coberto > animal retira terra > hematoma de sola > claudicação. CLASSIFICAÇÃO DAS CLAUDICAÇÕES ETIOLOGIA: - Inflamatórias; - Mecânicas: → Trauma direto ou compensatórias; → Fratura de membro > impotência funcional deste membro, suspensão temporária do apoio). - Paralisias: → Animais que passaram por decúbito prolongado; → Contenção errada; → Paralisia de nervo radial. QUANTO AO GRAU: - Grau I – discreta > identifica com exame complementar, difícil de visualizar; - Grau II – claudica, mas apoia (parado ou andando); - Grau III – claudica e apoia com dificuldade > se evolui do passo para o trote, tem mais dificuldade de apoiar por conta do maior impacto - Grau IV – claudica e não apoia, reluta; - Grau V – decúbito > não consegue se locomover nem se manter estático. QUANTO A APRESENTAÇÃO: Súbitas: - Mais grave; - Animal normal, desestabiliza o apoio e já claudica; - Separação das fibras tendíneas; - Avulsão de sesamoide. Redicivantes: - Trata, mas volta; - Provavelmente a claudicação não é a causa primária, mas secundária ao defeito de aprumo; - Enquanto está sob efeito de analgésico/anti-inflamatório, está bom > se para, volta a claudicar; - Investigar aparelho locomotor de modo geral para identificar a origem; - Ex.: calo ósseo, comprime tendão. REGIÃO ACOMETIDA: - Zootecnicamente; - Exemplo: joelho = ossos do carpo. MANIFESTAÇÃO: - A frio: → Diminui claudicação ao trabalhar; → Relacionado com tecidos moles; → Normalmente é de origem muscular; → Após movimentar, passa > depende do que levou à lesão muscular; → Pode desaparecer com o tempo. - A quente: → Intensifica a claudicação quando o animal começa a trabalhar; → Normalmente é de tecido ósseo. EVOLUÇÃO: - Agudas; - Crônicas > persistente > estrutura importante envolvida. QUANTO A NATUREZA: - De apoio: → Hiperreflexia > Harpejo = compressão dos ossos do tarso > corrige com tendomiectomia. - De elevação; - Mista. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: Para seu estabelecimento é necessário: - Médico veterinário; - Exame investigativo detalhado; - Experiência; - Paciência; - Protocolo: → Ambiente; → Manejo; → Característica das afecções > conhecer patogenia das enfermidades. Exame clínico: - Objetivos: → Qual membro claudicante; → Sede da lesão; → Qual a natureza da lesão. - Estabelecer: → Diagnóstico; → Conduta terapêutica; → Prognóstico > pensar em animais de produção. MEMBRO CLAUDICANTE ANAMNESE: - Início da claudicação > aguda, crônica; - Causas prováveis/manejo; - Atitude do animal em repouso e em movimento; - Tratamentos realizados > qual medicamento? via? dose? → Corticoide não consolida fratura. EXAME DO ANIMAL: - Inspeção em repouso > procurar diferenças nas estruturas anatômicas, comparando um membro com o outro; - Inspeção em movimento; - Exame objetivo. SEDE DA LESÃO: - Evolução > há quanto tempo iniciou, aguda ou crônica; - Causas prováveis; - Manqueira a frio ou a quente; - Alta ou baixa (do boleto para baixo) > baixa intensifica em pista abrasiva (cimento); - Uso de ferraduras; - Tirar a ferradura após o exame clínico: para raio-x, para casquear, avaliar a evolução do quadro; - Atitude (acampado, sobre si etc.); - Tipo de apoio > pinças/talões: - Aumento de volume; - Sensibilidade local; - Temperatura. Passo: - Curto ou alongado: → Membro afetado > alonga; → Quando é de origem muscular, geralmente encurta. - Arco de avanço e de elevação > levanta excessivamente o pé, hiperreflexia, aumentando arco de elevação > leva a alterações degenerativas ósseas; - Rema: → Para dentro > joga o membro para dentro, enrosca um membro no outro > defeito de aprumo que pode levar à lesão óssea; → Para fora > joga o membro para fora. Odores: - Vem principalmente da sola, pode ser problema de cocheira, falta de higiene nos csscos. Ruídos: - Ranger > problema na lubrificação da estrutura articular ou tendínea, baixa produção de ácido hialurônico; - Estalos > problema na lubrificação; - Crepitações > relacionado a fraturas. AVALIAR APRUMOS: - A maioria das vezes o animal com aprumo errado apresenta defeitos compensatórios. PROVAS/TESTES ESPECÍFICOS: Esparavão: - Processo degenerativo específico da articulação dos ossos do tarso; - Chega ao lado do costado do animal, pega o pé claudicante, trazendo para frente, em direção ao abdômen; - Quando se faz isso, os ossos do tarso são comprimidos, segurando por 2-3 minutos e depois puxa o animal para o trote; - Se o animal for esparavão positivo: não coloca o membro no chão, se recusa a andar; - Diagnóstico: processo degenerativo dos ossos do tarso. Teste de extensão: - Em casos de tendinite, leva à hiperextensão do tendão > ao soltar, intensifica a claudicação. Teste de flexão: - Ao flexionar a articulação metacarpo-falangeana e ao soltar intensifica a claudicação, significa que a lesão está ali; - Ao fazer a flexão, aumenta a pressão no local que está doendo ou está apertando diretamente o local da lesão. Teste de adução/abdução: - Animal muda a atitude ao fechar ou abrir o membro pois está incomodando; - Pode ser por incoordenação > perde referencial de apoio, se defende dando chutes Teste de rotação/tração: - Deve ser feito com cuidado, animal pode ter fratura; - Estabelece a sede da claudicação. Bloqueios anestésicos: - Da parte mais distal para a parte mais proximal do membro; - Aplica e anda com ele para identificar se atenua a claudicação. Outros exames complementares: - Pinçamento de casco (pinça própria); - Descidas e subidas; - Pistas (areia, grama, concreto). NATUREZA DA LESÃO: - Conhecer: → Rol de afecções clínico-cirúrgicas; → Ossos, ligamentos e articulações; → Músculos, tendões, vasos e nervos; → Doenças carenciais e metabólicas. EXAMES COMPLEMENTARES: - Punções diagnósticas > artrocentese com caracterização do líquido; - Bloqueios anestésicos; - Radiografia > já deve ter estabelecido a sede da lesão; - Ultrassonografia; - Termografia > cuidado com a temperatura do ambiente; - Esteira de alta performance; - Outros > biópsia muscular. EPIFISITE DEFINIÇÃO - Processo inflamatório que acomete a zona de crescimento ósseo (epífise) - Acontece devido à desorganização da matriz óssea e alteração na cartilagem de conjugação. ETIOPATOGENIA - Alterações alimentares (aumento de peso): devido a alimentação exacerbada ou inadequada > 18 a 22% de proteínas; - Treinamentos inadequados > o uso inadequado de redondéis > quando o animal trabalha muito para um lado só, será sobrecarregado; - Defeitos de aprumos. - Desde o primeiro mês de vida o animal já pode ser casqueado para que conserte a pisada do animal. SINTOMAS - Incidência/idade > animais jovens e suplementados; - Início do treinamento. - Aumentode volume na região proximal dos carpos > acompanhado de dor; - Atitude/locomoção > secundariamente à epifisite, animal desenvolve deformidade angular > dói, animal defende e acaba pisando errado para defender o membro. DIAGNÓSTICO - Aumento de volume da região epifisária > não é articular, mas sim extra articular > consistência firme; - Dor/atitude > maior acometimento dos membros anteriores, fica acampado de frente; - Alterações de aprumos > se não corrigido, apresenta defeito de aprumo; - Espessamento > fibrose > ossificação; - Dosagem de minerais; - Radiografia > aumento de radiopacidade > um lado com menos espaço epifisário do que outro. TRATAMENTO - Correção alimentar > nunca ultrapassar de 1% PV/concentrado > risco é grande de ter afecções no aparelho locomotor; - Correção de aprumos; - Anti-inflamatório > pode realizar corticoide (uma dose) > logo após utiliza AINE (Firovet). - Duchas > frias, vasoconstrição para evitar derramamento de sangue; - Repouso. PROGNÓSTICO - Favorável > animal responde bem ao tratamento. DEFORMIDADES ANGULARES DOS MEMBROS DEFINIÇÃO - Desvios dos membros visto pelo plano frontal; - Classifica a doença pelo ponto de origem > ossos do carpo ou tarso; - Valgos > fecha os carpos/tarsos; - Varos > abre os carpos/tarsos ETIOPATOGENIA - Congênitas > não necessariamente é genétiva/hereditária, geralmente ocorre por mal posicionamento do animal no útero; - Adquiridas > animal jovem com membro lesionado, perda funcional de apoio, apresenta deformidade pois compensa o peso no outro membro; - Imaturidade estrutural > ocorre em animais jovens; - Rápido desenvolvimento; - Mudanças de apoio – impotência funcional. LOCALIZAÇÃO - Articulações do metacarpo/tarsofalangeana (12%); - Articulações cárpicas (80%); - Articulações társicas (< 2%); - III metacarpiano ou metatarsiano (raras); - Associações. - Prova de apartação faz com que acometimento seja maior em membros posteriores. SINTOMAS - Dificuldade de locomoção; - Desvios dos membros; - Desgaste da sola; - Palpação. DIAGNÓSTICO - Classificação do grau do desvio; - Clínico; - Radiografia. - Na articulação normal, traça linhas > não se tocam; - Desvio angular > linhas se tocam, perdem paralelismo; - Calcula ângulo de desvio na radiografia. - 5 a 10° = leve > corrigida com ferradura, penso; - 15 a 25° = moderada > já possui indicação cirúrgica; - > 25° = severa > na literatura, correção apenas com cirurgia. TRATAMENTO CLÍNICO: - Repouso; - Casqueamento; - Penso/fixação externa; - Anti-inflamatório. CIRÚRGICO: - 10 semanas de idade; - Grampeamento epifisário > até a 8ª semana de vida > quanto mais jovem, maior o sucesso da cirurgia; - Transecção periosteal. PROGNÓSTICO - Favorável; - Reservado. ENTORSE E LUXAÇÃO - Para luxar, obrigatoriamente precisa haver ruptura ligamento > luxação de patela não é luxação de verdade, é deslocamento temporário ou permanente; - Cartilagem, 2 extremidades ósseas, líquido sinovial, cápsula sinovial e ligamentos articulares. ENTORSE DEFINIÇÃO: - Perda repentina e momentânea da integridade articular; - Dor, claudicação, impotência funcional, derrame; - Não rompeu o ligamento > movimentação excessiva da articulação. OCORRÊNCIA: - Animais de corrida, polo, hipismo; - Apoio instável; - Metacarpo e metatarso falangeanas > mais comum; - Interfalangeanas. SINTOMAS: - Claudicação brusca e grave; - Perda de apoio; - Distensão de estruturas moles; - Derrame/aumento de volume > derrame de volume, aumento do espaço articular > desestabiliza o apoio, animal reluta em apoiar o membro; - Processo inflamatório; - Aumento de sensibilidade; - Instabilidade de apoio. DIAGNÓSTICO: - AAS e exame clínico; - Radiografia > fraturas e luxações. - Mecanismo que causa entorse, pode levar à luxação ou fratura; - Na luxação, estabelece diagnóstico clínico pela palpação da articulação; - Pode haver luxação e fratura ao mesmo tempo. TRATAMENTO: - Bota de gelo/ducha fria; - Pomadas heparinóides > Heparil gel > desfaz o coágulo - Penso compressivo > impede expansão do derrame, estabiliza apoio; - Anti-inflamatório > AINEs se houver fratura; - Repouso/cama macia. LUXAÇÃO DEFINIÇÃO: - Mesmos mecanismos do entorse; - Perda da integridade articular permanente; - Ruptura de ligamentos; - Ruptura de cápsula articular > extremidade óssea age como “alavanca”, rompendo a cápsula articular > muda a apresentação; - Derrame extra articular; - Impotência funcional. OCORRÊNCIA: - Todas as articulações > quanto mais distal, maior o acometimento; - Movimentos bruscos; - Instabilidade de apoio. DIAGNÓSTICO: - AAS e exame clínico; - Palpação das extremidades; - Impotência funcional; - Radiografia > pode haver fratura. TRATAMENTO: Conservador: - Coaptar as extremidades; - Gelo; - Anti-inflamatórios sistêmicos; - Anti-inflamatórios pomadas; - Penso/estabilizar; - Repouso; - Gesso > não é bom pôr no primeiro dia pois irá aumentar o volume, pode ficar estrangulativo. Cirúrgico: - Artrotomia; - Desmorrafia > reconstituição do ligamento e da cápsula articular; - Artrodese > fixar a articulação; - Gesso; - Repouso. DESLOCAMENTO DE PATELA DEFINIÇÃO - “Luxação”; - Deslocamento dorso-lateral da patela > para cima e para a lateral; - Aprisionamento da patela; - Apresentação: não flexiona/estica articulação fêmur-tibio- patelar > flexiona metatarso-falangeana > animal não consegue andar. ETIOPATOGENIA - Hereditariedade; - Angulação > favorece que a patela saia facilmente; - Sulco femural > leito patelar raso; - Desestabilização do leito patelar. SINTOMAS TEMPORÁRIO: - Hiperextensão do membro; - Flexão matatarso-falangeana; - Destrave. PERMANENTE: - Impossibilidade de fletir o membro > patela aprisionada; - Não retorna. TRATAMENTO CIRÚRGICO: - Desmotomia patelar > ligamento medial. TENDÕES E BOLSAS SINOVIAIS TENDÕES - Principais tendões > flexor digital superficial, flexor digital profundo e extensor único comum do dedo; - Na maioria das vezes, doenças tendíneas acometem membros anteriores. - Estruturas fibrosas; - Equilíbrio estático > cavalo sem tendões sadios para errado, tem postura incorreta; - Dinâmica da locomoção; - Trabalho muscular chega aos ossos e articulares > se tendão está lesado, trabalho muscular não chega > atraso do movimento > claudicação. TENDINITE DEFINIÇÃO: - Processo inflamatório > hiperextensão > separação das fibras > preenchido por derrame de líquido sinovial; - Acomete mais tendões flexores dos membros anteriores; - Extensores > membros posteriores. ETIOLOGIA: - Traumática > geralmente em extensores; - Direto; - Esforço exagerado > hiperextensão muito rápida. CLASSIFICAÇÃO: Localização: - Alta > imediatamente abaixo aos ossos do tarso ou carpo; - Média > terço médio do metatarpiano ou metacarpiano principal; - Baixa > articulação metatarso ou metacarpo-falangeana. - Nem sempre achado clínico é compatível com o local da lesão > edema pode “migrar” em função da gravidade. SINTOMAS: - Claudicação > agrava de acordo com o solo/superfície em que esse animal está sendo avaliado: → Em areia, diminui > menos impacto; → Quanto mais abrasiva for a superfície, mais grave será a claudicação. - Aumento de volume > colecionado, localização pode ou não ser o local da lesão; - Aumento de sensibilidade; - Atitude > saber diferenciar do que é normal, deve conhecer bem o paciente. DIAGNÓSTICO: - AAS; - Exame clínico; - Ultrassonografia; - Radiografia. TRATAMENTO: Preventivo: - Em animais susceptíveis; - Treinamento adequado > manejo de redondel; - Peso > animal atleta precisa ter suplementação adequada (18% de proteína) para não acumular gordura; - Interrupção do trabalho não pode ser brusca > deve ser feita lentamentepara restabelecer circulação normal do local > trabalho muscular é muito intenso, se é interrompido abruptamente pode ter congestão; - Duchas e massagens > restabelece temperatura do local, quadro circulatório e evita separação das fibras; - Ligas de descanso > mantém tendão com fibras próximas uma da outra. - Ultrapegada = ponta da pinça dos posteriores pode alcançar o tendão flexor dos membros anteriores. Curativo: - Repouso > restringir e não impedir a movimentação; - Duchas > deve regular a pressão antes, faz com mangueira para não machucar > movimentos para dar alívio no tendão; - Gelo – aguda > evita derrame > quanto maior o derrame, mais grave será a tendinite (mais fibras serão separadas e rompidas); - Pomadas heparinóides > derrame com trombos, fibrinogênio, heparinóides desfaz coágulos e facilita a reabsorção; - Liga de descanso > protege tendão, diminui movimentação, dá mais segurança para o animal apoiar, evita derrame maior; - Antiflogísticos (anti-inflamatório térmico): → Fase crônica > compressa quente para ter vasodilatação; → Fase aguda > compressa fria/com gelo para impedir derrame; - Anti-inflamatórios > Equipalazone (Fetilbutazona) 2,2 a 4,4mg/kg. - Crônica: → Tendinite crônica pode ter fibrose e aderência, por isso é necessário reagudizar o processo; → Revulsivos > Dimetilsulfóxido/DMSO > reagudiza o processo, tratando como se fosse doença aguda; → Infravermelho. - Cirúrgico: → Ressecção > devolve a função do tendão; → Tenectomia parcial; → Cuidados pós-operatórios para que haja cicatrização adequada; → Se há ossificação ou fibrosamento, é porque houve movimentação excessiva no processo de cicatrização > claudicação; → Implantes > biológicos e sintéticos (fibra de carbono); - Importante: → Manter ligado; → Ferrageamento > levanta talão (relaxa flexor), ramponada e de liga leve, preferencialmente alumínio. TENDOSINOVITES DEFINIÇÃO: - Processo inflamatório; - Bainha tendões > é exigido de forma errada; - Ovas > forma bolinhas próximos às articulações, prolapso das bainhas; - Traumáticos: → Exercícios inadequados; → Defeitos de aprumos. SINTOMAS: - Aumento de volume próximo às articulações; - Flutuante; - Localização; - Aguda > pode ter dor e claudicar > dificilmente visualiza, pode ser assintomático; - Crônica > indolor; - Estético > depreciação financeira do cavalo (ovas). DIAGNÓSTICO: - Clínico; - Punção > pode aparecer normal. TRATAMENTO: Aguda: - Heparinóides – aderências > após punção, passa DMSO para esquentar (facilita penetração do medicamento e reagudiza) e depois passa heparinóide; - Anti-inflamatórios; - Infiltrações. Crônica: - Infiltrações > retira, passa corticoide e faz compressão; - Revulsites; - Cirurgia. BURSITES DEFINIÇÃO: - Bolsas subcutâneas; - 5 principais bursas verdadeiras: *PROVA* → Cernelha; → Olecrano; → Atlanto-occipital; → Jarrete; → Carpo e tarso. - Função > diminuição/amortecimento do impacto > bolsa cheia de líquido com densidade. ETIOLOGIA: - Infecciosas > Brucelose, actinobacilose; - Inflamatórias; - Traumáticas > arreio vai para frente da cernelha > inflama; SINTOMAS: - Processo inflamatório; - Flutuação; - Fistulização > contaminação; - Secreção purulenta; - Cronificação. DIAGNÓSTICO: - Fase aguda; - Fase crônica > aumento de volume > ideal é fazer cultura da secreção, sorologia pode dar falso negativo. TRATAMENTO: - Depende da causa: → Brucella > eutanásia. - Inflamação > infiltração > corticoides e anticoagulantes; - Revulsivos > na fase crônica para reagudizar; - Cirurgia. ENCURTAMENTO DE TENDÕES DEFINIÇÃO: - Encurtamento TFP (Tendão Flexor Profundo); - Encurtamento TFS (Tendão Flexor Superficia); - Emboletamento > “contratura de tendão”: → Compromete TFP, TFS e Ligamento Suspensor do Boleto. ENCURTAMENTO DO FLEXOR SUPERFICIAL: - Grau I > leve projeção; - Grau III > projeção bem evidente; - Insere em primeira e segunda falange; - Não tem muita alteração em casco. ENCURTAMENTO DO FLEXOR PROFUNDO: - Grau I > fincado de pinça/de frente > crescimento da região dos talões; - Grau III > apoia com a muralha do casco > emboletado. DIAGNÓSTICO: - Clínico; - Radiografia > dependendo do tempo, pode haver anquilose. TRATAMENTO: TFS: - Casqueamento corretivo > retira onde está sobrando; - Imobilização > volta o membro para a posição normal dele; - Correção alimentar > evitar ganho de peso para não forçar mais a articulação; - Cirúrgico: → Tenotomia; → Alongamento > tenotomia em Z, sutura locking loop. TFP: - Caqueamento > ainda jovem, rebaixando o talão; - Imobilizações > força o membro a voltar; - Ferrageamento: → Ferradura ortopédica > impede rotação de casco; → Faz prolongamento de pinça na ferradura, para que adeque ao tamanho do tendão; → Deve ser pelo menos a metade do tamanho do casco. - Resultados; - Cirúrgico – grau III: → Tenotomia; → Alongamento > tenotomia em Z, alongando o tendão > fio poligalactina 910, vicryl 2; → Implantes homólogos ou com fibra de carbono. - Oxitetraciclina e encurtamento de tendão > oxitetraciclina quela o cálcio e diminui intensidade da fibra muscular, “liberando” o tendão. ALONGAMENTO DE TENDÕES - TFS e TSP; - Ruptura traumática; - Alguns animais já nascem com o tendão alongado > geralmente ajusta por conta pró - Acesso do tendão para tenotomia: terço médio do metacarpiano, onde tendão e bainha estão em íntimo contato; - Encurtamento/emboletamento comum em casos de endogamia. PERIOSTITE E EXOSTOSE DEFINIÇÃO - Processos reacionais do periósteo; - Causados por traumas. - Periostite = fase aguda do processo > sem achado radiográfico, com sintomatologia clínica; - Exostose = fase crônica do processo > achado radiográfico sem sintomatologia clínica. ETIOPATOGENIA COMPOSIÇÃO: - Camada interna > função osteogênica; - Camada externa > descamativa. - Trauma rompe integridade do periósteo > proliferação de células inflamatórias > fibrose > tecido ósseo; - Crescimento desordenado e não alinhado. CLASSIFICAÇÃO - Aguda > dor de canela; - Crônica. AGUDA SINTOMAS: - Dor, sensibilidade > principalmente em animais com defeitos de aprumos; - Claudicação; - Evita apoio. DIAGNÓSTICO: - AAS; - Clínico; - Radiografia. TRATAMENTO: - Repouso; - Ducha fria > diminui derrame e dor; - Anti-inflamatório > não utiliza corticoides, Cetoprofeno (AINE específico para tecido ósseo) 3ml/100kg; - Liga de descanso; - Supressão da dor: → Revulsivos leves; → Liga de descanso. CRÔNICA - Processos mal curados; - Traumas cortantes. ETIOLOGIA: - Deficiências alimentares de Ca, P, Vit. A e D; - Defeitos de aprumos; - Lesões no periósteo. SINTOMAS: - Aumento de volume; - Consistência; - Insensível; - Claudicação > compressão de ramos nervosos; - Envolvimento de tendões. DIAGNÓSTICO: - Clínico > aumento de volume palpável; - Radiografia. TRATAMENTO: Clínico: - Revulsivos potentes > Iodo 40%. Cirúrgico: - Ponta de fogo; - Ressecção cirúrgica: → Biodeto de mercúrio 2% (“queima”) + água oxigenada (estimula granulação); → Penso compressivo; → Pós-operatório. - Osteotix > furos com broca, agressão para reagudizar e resolver > o melhor é retirar logo de uma vez. - Exostose e fratura de 2ª metacarpeano > não pode retirar na totalidade por conta da sustentação. Pomada: - Óxido de zinco _______ 80g > cicatrização; - Alúmen de Potássio ___ 80g > pedra húmen > adstringente; - Arovit ______________ 4 ampolas > vit. A > epitelização; - Vaselina sólida _______ 500g; - Vaselina líquida ______ qap > transforma em pomada. - Nos casos de Habronemose, acrescentar 150g de Sulfato de Cobre > corrói a granulação; - Antes de ser utilizada, a ferida deve ser lavada com água corrente e líquido de Dakin (água sanitária + água destilada). ARTRITES EM GERAL DEFINIÇÃO - Processoinflamatório que acomete a articulação; - 5 constituintes articulares: extremidades ósseas, cartilagem, cápsula articular, líquido sinovial e ligamentos periarticulares. CÁPSULA ARTICULAR: - 2 camadas > interna e externa; - Vilos articulares na camada interna > sinovócitos = células responsáveis pela produção do líquido sinovial. LÍQUIDO SINOVIAL: - Ácido hialurônico responsável por lubrificar a articulação; - Filtrado plasma. CARACTERÍSTICAS DO LÍQUIDO: - Amarelo palha; - Não coagula a temperatura ambiente; - Transparente; - Poucas células inflamatórias; - Processo inflamatório > presença de fibrinogênio. CLASSIFICAÇÃO SEDE: Primárias: - Originárias de traumas diretos sobre a articulação; - Comum em animais de salto > bate as articulações em obstáculos. Secundárias: - Mais importantes e de maior ocorrência; - Conformação de aprumo > sobrecarrega articulação, trauma direto e resposta inflamatória; - Processos sistêmicos: → Relacionado com poliartrites; → MO penetra pelo umbigo, atinge fígado, pulmão e são liberadas na corrente circulatória, chegando nas articulações por conta do aporte sanguíneo próximo à articulação; → Artrite infecciosa secundária; → Danos articulares irreversíveis, deprecia muito o animal; → Começa mais em membros posteriores. CURSO AGUDAS: - Resposta inflamatória > aumento de volume, sensibilidade, flutuação; - Distensão da cápsula articular; - Aumento de sensibilidade = cronificação; - Animal deita em decúbito lateral com membros esticados. CRÔNICAS: - Resposta inflamatória; - Danos articulares > debris celulares, pus tira a lubrificação; - Bactérias produtoras de hialuronidase > perde capacidade de produzir ácido hialurônico e lubrificar a articulação. TIPO SEROSA: - Trauma direto/indireto sobre a articulação; - Derrame, aumento da pressão articular > alteração do líquido sinovial; - Líquido sinovial normal ou pode estar avermelhado (processos agudos) > aumento de polimorfonucleares; - Evolução normalmente favorável > se identificada e tratada precocemente, melhor é o prognóstico; - Osteoartrite > evolução com danos articulares. INFECCIOSA/SUPURATIVA: - Distensão da cápsula articular com líquido purulento; - Dor > claudicação > animal fincado de pinça, sobrando talão > se não cuidar, pode haver encurtamento de tendão flexor; - Artrocentese > descompressão, alívio de dor e fins diagnósticos; - Punção articular > lava com dupla corrente, deixando fluir; - Infiltração corticoides > diminui a capacidade de resposta da articulação, cuidado para não contaminar; - Via sanguínea > mais comum. MICROORGANISMOS PREDOMINANTES SUPURATIVAS: - Streptococcus pyogenes; - Coryneobacterium pyogenes; - São produtores de enzimas proteolíticas > responsáveis por fazer o abscesso fistular. NÃO SUPURATIVAS: - E. coli. - MO produtores de hialuronidase > sem ácido hialurônico > danos articulares irreversíveis; - Produção de pus > danos articulares irreversíveis. RADIOGRAFIA - Inicialmente > há o aumento do espaço articular > gera insegurança de apoio no animal; - Aumento de radiopacidade por conta do pus; - Periostite > fase crônica = tendência a reduzir espaço articular. DEGENERATIVA OU OSTEOARTROSE - Lesões compatíveis com processo degenerativo articular; - Ausência de processo inflamatório; - Deterioração da cartilagem; - Radiografia: → Espaço articular irregular/diminuido > ausência da cartilagem > espaço articular preenchido por proliferação óssea. - Neoformação óssea; - Irreversíveis > imobilizar o membro e deixar em posição confortável para o animal (em extensão). ANQUILOSANTE OU ADESIVA - Fase final do processo; - Artrite grave ou crônica > poucos bezerros sobrevivem; - Perda parcial ou total dos movimentos; - Prognóstico desfavorável para a articulação. RAQUÍTICA - Potros de 6 a 12 meses > raquitismo; - Ca, P, vitamina A e D: → Pode estar ingerindo cálcio, mas não está absorvendo > ingestão de oxalato quela o cálcio; → Animais que não pegam sol. DIAGNÓSTICO AAS: - Espessamento, articulação “mais grossa”; - “Caruara” = poliartrite. EXAME CLÍNICO: - Umbigo espessado > flebite; - Exame das articulações; - Aumento de volume, sensibilidade, dor. CLAUDICAÇÃO: - Dificuldade de andar; - Passos curtos associado a apoio em pinças; - Leve projeção cranial dos ossos do carpo. RADIOGRAFIA: - Diferenciar de fraturas > nem sempre aumento de volume é artrite. ARTROCENTESE: - Laboratorial. TRATAMENTO ARTRITE SEROSA: - Repouso de 4 a 6 semanas; - Anti-inflamatórios > Cetoprofeno, Fenobutazona; - Compressas antiflogísticas: → Função anti-inflamatória (esquentando/esfriando); → Fase aguda > gelo, Geloflex, Iceflex; → DMSO > massagem para esquentar, dilatar os poros e penetrar > mais utilizado em fase crônica. - Imobilização: → Restringe o espaço para o derrame; → Dá sensação de estabilizar melhor a articulação. - Prognóstico > favorável a reservado. ARTRITE INFECCIOSA: - Repouso de pelo menos 6 semanas; - Punção intra-articular; - Lavagem em dupla corrente > solução fisiológica, permanganato de potássio; - Antibioticoterapia específica > sistêmica e intra-articular; - Imobilização > artrite infecciosa pode evoluir para artrite anquilosante (perda parcial ou total dos movimentos articulares); - Prognóstico > reservado a desfavorável quanto à funcionalidade da articulação > pode haver perda parcial ou total da articulação. ARTRITE DEGENERATIVA: - Revulsivos > DMSO, iodo 15% > a fim de provocar agressão, gerando resposta inflamatória e reagudizar o processo, a fim de tratar como se fosse um processo agudo; - Paliativo > objetivo de dar comodidade maior para o animal; - Prognóstico > reservado/desfavorável. ARTRITE ANQUILOSANTE: - Não há tratamento; - Pode fazer artrotomia em casos de anquilosar com o membro flexionado. ARTRITE RAQUÍTICA: - Preventivo – endêmicas; - Suplementação mineral e vitamínica; - CAE – Artrite Encefalite Caprina. OSTEOARTRITE TÁRSICA DEFINIÇÃO - “Esparavão”; - Artrite da articulação do tarso; - Proliferante e anquilosante > processo crônico/degenerativo; - Mais sugestivo de processo degenerativo do que inflamatório. CAUSAS - Má conformação do tarso > quando não obedece ao ângulo > perna de frango; - Distúrbios nutricionais > deficiência de cálcio e fósforo; - Osteodistrofias > tira cálcio e põem fibrose na parte mais interna do osso (canal medular) > substitui medula por tecido fibroso; - Traumatismos. CLASSIFICAÇÃO ESPARAVÃO DURO: - Mais comum; - Palpa aumento de volume de consistência firme; - Proliferação óssea. ESPARAVÃO MOLE: - Aumento de volume flutuante; - Líquido sinovial. ESPARAVÃO DE SANGUE: - Aumento de volume flutuante; - Ao puncionar, vem sangue; - Processo inicial. ESPARAVÃO OCULTO: - Animal tem sintomatologia, teste positivo; - Na inspeção, não há aumento de volume; - Pode ter achado radiográfico. TESTE DO ESPARAVÃO: - Puxa o pé, levantando a pinça até chegar na altura da costela > flexiona o membro; - Esparavão positivo > intensifica a claudicação, dependendo do grau nem consegue colocar o membro no chão. SINAIS CLÍNICOS - Aumento de volume – face medial; - Teste do esparavão positivo; - Radiografia – periostite/anquilose. TRATAMENTO - Evolução para anquilose; - Paliativo; - Repouso; - Anti-inflamatórios; - Revulsivos; - Tenotomia > evita hiperreflexão > tendão cuneano. SINOVITE VILONODULAR DEFINIÇÃO - Vilos articulares > sinovócitos (produz líquido sinovial); - Forma de artrite; - Acomete membrana sinovial (vilos). ETIOLOGIA - Massa nodular ou lobulada; - Pregas de inserção da cápsula; - Hiperflexão do membro > trauma repentino durante muito tempo leva ao processo inflamatório > fibrosa e forma massa nodular dentro da articulação; - Processo inflamatório contínuo; - Verificar se o animal nãoestá sendo infiltrado várias vezes durante um tempo. SINAIS CLÍNICOS - Articulação metacarpo-falangeana; - Aumento de volume na região antero-dorsal da articulação; - Massa nodular > pedunculada, dentro da cápsula articular; - Dor, claudicação leve (depende do tamanho da massa e do tipo de exigência feito na articulação); - Radiografia > massa, sem lesões ósseas. DIAGNÓSTICO - Clínico; - Radiografia; - Ultrassonografia. TRATAMENTO - Artrotomia/artroscopia; - Ressecção da massa. PODODERMATITE ASSÉPTICA DIFUSA DENOMINAÇÕES - Laminite; - Aguamento; - Infosúria. DEFINIÇÃO - Processo inflamatório do tecido laminar do casco; - Membros anteriores e posteriores > maioria dos casos é dos anteriores; - Dor aguda, intensa e grave. CAUSAS PRÉ-DISPONENTES: - Ungulado; - Hábitos/atitudes > cavalos não se deitam, ficam em pé na maior parte do tempo. - Em bovinos é menos grave do que em equinos por conta da ungulação (apenas uma unha) > bovinos biungulados distribuem melhor o peso. DETERMINANTES: - Domesticação; - Mudanças de hábitos alimentares > deveria ser 80% de volumoso e 20% de concentrado. - Interação de dos fatores determinantes e pré-disponentes = aparecimento da doença; - Pode ser tornar séptica. PRINCIPAIS FATORES ALIMENTAR: - Ingestão de grãos > matéria prima de concentrado é grão > são ricos em histidina desdobrada (processo de digestão bacteriana no ceco) em histamina (potente vasodilatador) principalmente no casco > vasodilatação periférica intensa na rede vascular do pé; - Vasodilatação > aumento de permeabilidade vascular > líquido intravascular extravasa para fora do vaso; - Entre casco e terceira falange estão as lâminas (une falanges com casco); - Derrame entre as lâminas > descolamento do processo laminar = laminite; - Mais lâminas na parte da frente > dor > animal pisa onde tem menos lâmina (talão) > joga as mãos para frente, mudando a atitude, ficando acampado de frente; - Mudança de atitude leva à rotação da terceira falange por conta do descolamento da lâmina. - Vasoativo > agudo > visualiza pulso positivo da artéria digital palmar lateral - Vasoconstritivo > crônico; - Shunts artério-venosos compensam o processo de vasodilatação > sangue começa a voltar antes de chegar no local; - Derrame/edema na coroa do casco > contribui na compressão vascular e dificultar a circulação de chegar nas extremidades > morte tecidual > culmina com perda/avulsão (exoungulação) do casco. - Cólica > compactação > retenção do conteúdo > apodrece > deterioração > libera toxinas vasoativas (igual a histamina) > laminite. INFECCIOSOS: - Retenção de placenta > deve lavar o útero e já tratar para laminite; - Pneumonias > comum em potros > Rhodococcus equi > abscessos pulmonares liberam toxinas vasoativas que provocam a laminite; - Duodenojujenite proximal/enterite anterior; - Outras. MECÂNICOS: - Treinamento ineficiente; - Impotência funcional de membro > laminite por sobrecarga do outro membro. INDEPENDENTE DA CAUSA: - Inflamação do sistema laminar; - Alterações circulatórias; - Se perfura a sola > acesso contaminante > passa a ser séptica. FORMAS AGUDA: - Aparecimento brusco; - Claudicação; - Atitude; - Apoio em talão; - Conjuntivas congestas; - FC, FR e temperatura; - Sudorese profusa > animal desidrata; - Dor > catecolaminas > vasoconstrição. - Animal sua parado > músculo fica em trabalho ininterrupto > passa a ser anaeróbito > ácido lático > animal pode entrar em acidose lática > pode ocorrer mioglobinúria. - Aumento de sensibilidade; - Pulso ativo na artéria palmar digital palmar lateral; - Edema de coroa > por conta do derrame; - Shunts artério-venosos; - Rotação da terceira falange > descolamento das lâminas + animal acampado de frente (aumenta a tensão do flexor profundo) = puxa a falange, deixando-a solta; - Exungulação > avulsão da unha. CRÔNICA: - Convexidade > pisa com a sola e não com a unha > unhas não desgastam e crescem demais; - Aparecimento dos anéis do casco > anéis com crescimento irregular = casco deixou de crescer por um momento; - Crescimento do talão para baixo > animal fica encastelado > encastelamento do casco; - Perfuração da sola > tecido de granulação. DIAGNÓSTICO - AAS e exame clínico; - Radiografia > serve para ver a consequência da laminite que é a rotação da terceira falange (paralelismo com sola e muralha estará rompido); - Laboratorial: → Hemograma > ↓ VG, ↑ fibrinogênio, ↑ leucócitos; → Hemogasometria > acidose; → Urinálise; → Função renal. TRATAMENTO - Trata a causa. Medidas descongestionar: - Duchas frias com gelo > cessa/diminui intensidade do derrame > faz com que não haja congestão do casco; - Heparina (anticoagulante); - Sangrias > retira sangue, fazendo com que feche as extremidades > não é mais utilizado: → Vermelha > retira sangue; → Branca > diurético para urinar. - Anti-inflamatórios > AINEs > Meloxicam ou Firovet; - Acepromazina > vasodilatação periférica > cuidado com a fase; - Adelgaçamento/abre muralha. Ferrageamento: - Em forma de bota, com pressão ou colada; - Ramponada > deixa mais grossa na parte do talão > diminui a tensão do flexor profundo; - Fechada com gaveta > animal que perfurou a sola > fecha perfuração com chapa de ferro, do talão até a metade; - Fechada e em coração > ranilha toca o solo quando expande o casco > se fecha o casco, retira a expansão para cicatrizar as lâminas; Bota de gesso: - Mantém quieto, consolida lâminas. Baia macia: - Areia; - Maravalha; - Comodidade no apoio. Alimentação: - Exclusivamente verde > animal pode reagudizar o processo. Desmotomia: - Desmotomia > corta ligamento (osso com tendão) brida cárpica/check ligamento > sai dos ossos do carpo e insere no flexor profundo > objetivo de liberar a tensão do tendão flexor profundo; - Brida cárpica superior; - Brida cárpica inferior. Tenotomia: - Tendão flexor profundo. TRATAMENTO – CRÔNICA: - Casqueamento corretivo > radiografia; - Perfuração de sola > ferradura fechada com gaveta; - Ferrageamento > ramponada; - Repouso de 1 ano se houve rotação de falange; - Pode reagudizar periodicamente. APARELHO MUSCULAR MIOSITE DEFINIÇÃO - Doença inflamatória dos feixes musculares > longíssimus dorsis (contrafilé) é o músculo que mais possui patologias referentes à dores musculares; - Cavalo perde performance > dores de origem muscular; - Geralmente não tem causa aparente. ORDEM DE IMPORTÂNCIA: - Longíssimus dorsis > onde vai cela/arreio. - Musculatura flexora também é susceptível > semimembranoso e semitendinoso; - Musculatura da região da garupa > glúteo. ETIOPATOGENIA - Grandes esforços: → Falta de condicionamento > miosite secundária ao esforço submetido. - Traumas > geralmente indiretos: → Impotência funcional do membro; → Compensação do membro contralateral > trabalho muscular contínuo > miosite; - Enfermidades ósseas e articulares > culminam com suspensão do apoio; - Consumo energético e trabalho ininterrupto > trabalho muscular anaeróbio > liberação de ácido lático na circulação > acidose > ruptura de fibras musculares > mioglobinúria; - Quando ácido lático passa a atuar nas fibras musculares, não é mais processo inflamatório e sim degenerativo = mioglobinúria. SINTOMAS - Ligeira incoordenação de origem muscular > dor, animal evita trabalhar o membro > ocorre deambulação; - Sinais inflamatórios > resposta sensitiva aumentada em função ao processo inflamatório > edema, sensibilidade; - Músculos contraídos: → Tendão depende do músculo, contrai musculatura na intenção de defender o membro; → Contração agrava o processo > ao tratar, primeira coisa que faz é o relaxamento da musculatura para que o processo não continue. - Passo curto > retro-pegada; - Grave claudicação > se miosite generalizada; - Prostração.DIAGNÓSTICO - AAS; - Exames laboratoriais: → Enzimas > CPK > enzima específica do aparelho muscular > sempre que houver lesão muscular, estará aumentada > não adianta fazer com o animal em decúbito. TRATAMENTO - Causa primária; - Repouso: → Dor muscular > claudicação “fria”. - Anti-inflamatórios > Febutazona (Fenilbutazona – Butazolidina) 2,2 a 4,4mg/kg. - Miorrelaxantes > Coltrax (Tiocolchicosídeo) 3ml/70kg PV, 1 ampola/70kg PV; - Vitamina E e Se > antioxidantes > E-S-E Super 20g/animal/dia; - Acidose > persistência do aumento da FR > trata com bicarbonato de sódio 0,5ml/kg; - Alimentação > ideal é que o animal não ganhe peso; - Condicionamento antes de desenvolver atividades. MIOGLOBINÚRIA PARALÍTICA DEFINIÇÃO - “Doença da segunda-feira”; - Destruição muscular > ruptura de fibras musculares; - Alimentação incorreta > muito concentrado; - Sedentarismo > acumula tecido adiposo. APRESENTAÇÃO - Inatividade; - Alimentação; - Exercícios; - Feixes musculares > da garupa para baixo: 1. Glúteo; 2. Semimembranoso; 3. Semitendisoso; 4. Longissimus dorsis. ETIOPATOGENIA - Inatividade > alimentação > sem condicionamento > submetido a exercícios > trabalho em aerobiose inicialmente > trabalho muscular passa a ser em anaerobiose > ácido lático circulante > leva à acidose com sinais clínicos (narina aberta, ofegante) > rompimento de fibras musculares > liberação de mioglobina (perfusão renal baixa por conta da atividade, mioglobina fica parada no rim, levando à insuficiência renal) > mioglobinúria. - Primeira coisa a se fazer é promover diurese osmótica (fazer animal urinar) com soro glicosado. SINTOMAS - Aparecimento brusco > ao deitar-se, tem alívio imediato; - Locomoção > musculatura mais afetada é aquela mais exigida na locomoção (posterior empurrando anterior); - Incoordenação > dificuldade de movimentar feixe muscular; - Dor/tremores musculares; - Aumento de sensibilidade; - Sudorese profusa > músculos contraídos mesmo com o animal parado > perda de eletrólitos; - FC e FR aumentadas > liberação de catecolaminas > dor; - Urina > coleta para ir comparando a coloração e saber se o tratamento está sendo eficaz ou não > fica mais claro. DIAGNÓSTICO - Forma de aparecimento > dita o tratamento e prognóstico; - Inatividade; - Exercícios > exigência sobre o animal; - Laboratorial. - Na laminite, animal joga mãos para frente para poder jogar o peso para trás > fica acampado de frente; - Na miosite, animal joga mãos para de baixo do corpo se a lesão for na musculatura do membro posterior > fica sobre si de frente > musculatura do membro posterior é mais avantajada e mais susceptível de fazer lesão. TRATAMENTO - Fluidoterapia – soro glicosado para promover diurese osmótica > restabelecer perfusão renal; - Sedativos > para acalmar e facilitar administração dos medicamentos > Acepram 1ml/80kg, para sedar, utiliza metade da dose IV; - Vitaminas E e Se; - Correção da acidose > bicarbonato de sódio 1%; - Anti-inflamatórios > processo de cicatrização demora um pouco mais, deve utilizar por mais tempo (7-10 dias) – Fenilbutazona > associar com protetor de mucosa gástrica (Omeprazol); - Miorrelaxantes > Coltrax; - Baia arejada e sem barulho; - Retorno das atividades > só depois de cicatrizar o músculo > no mínimo, 2 semanas > normalmente 21-30 dias depois do desaparecimento dos sinais clínicos. CONTROLE - Inatividade > cavalo não combina com inatividade; - Evitar arraçoamento; - Evitar falta de condicionamento; - Evitar exercícios extenuantes.