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8. Enfermidades do Sistema Locomotor de Equinos

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Eduarda Gostinski 2023 Medicina Veterinária
Clínica de Animais de Produção
Enfermidades do Sistema Locomotor de Equinos
1. Introdução
Importância das estruturas:
● Cavalo é atleta;
● Resultando da junção de
características fisiológicas e
anatômicas;
● Adaptação funcional ;
● Alavancas;
● Ação dos tendões e ossos.
Esses fatores podem levar a:
● Maior índice de fraturas
catastróficas;
● Tendinites e rupturas tendíneas;
● Enfermidades resultantes da
seleção genética e criação;
● Doenças/síndromes ortopédicas
do desenvolvimento;
● Defeitos de aprumos.
Pontos importantes:
● Conhecimento anatômico;
● Cinética do movimento e forças
resultantes;
● Biomecânica;
● Semiologia;
● Raciocínio clínico;
● Lista de “problemas”.
Quando há claudicação:
● Determinar o membro claudicante;
● Localizar o local da lesão no
membro;
● Diagnosticar a enfermidade;
● Estabelecer um prognóstico e
tratamento;
● Muitas vezes o proprietário não
percebe o problema até o
momento em que a dor é severa.
A casuísticas de afecções do aparelho
locomotor de equinos é elevada,
principalmente afecções osteoarticulares,
como fraturas, fístulas, luxações,
osteoartrite e etc, sendo os membros
torácicos os mais importantes, já que
suportam 60-65% do peso do animal.
Componentes que são mais acometidos:
1° Ossos;
2° Articulações;
3° Vasos e nervos;
4° Cavidades sinoviais;
5° Tendões e ligamentos.
2. Miopatias
Doenças musculares.
Vão ser uma resposta a uma lesão
(Degeneração, atrofia, calcificação ou
inflamação – miosite) ou lesões de caráter
físico.
É importante lembrar-se dos
constituintes do tecido muscular, vasos,
nervos, fibras, união dos sistema vascular,
linfático e nervoso, pois às vezes a lesão
é muscular mas o problema é linfático, por
exemplo.
Deve-se sempre fazer exame
clínico e físico completo.
Existem duas enzimas presentes
no músculo, que quando há uma lesão
inflamatória são liberadas no sistema
circulatório, são elas:
● Creatina Quinase (CK): que define
o grau de lesão, e AST que não é
específica, mas quando
acompanha a CK pode ser
definitiva.
● Ácido lático: acúmulo dele
representa resposta inflamatória.
➔ SÍNDROME DA RABDOMIÓLISE
POR ESFORÇO
Sinonímia: “Mal da segunda-feira”,
“Cavalo atado”, “Overtraining” ou
“Azotúria”.
Eduarda Gostinski 2023 Medicina Veterinária
Definição: a síndrome não tem predileção
racial, se trata de uma doença por idade
de trabalho, e tem maior incidência em
animais mais pesados.
O animal vai desenvolver a síndrome
dependendo do tipo de exercício, da
frequência (tanto em animais com muito
tempo de esforço, quanto em animais com
esforços muito intensos de forma
esporádica), da condição física, do
temperamento e da dieta.
Sinais Clínicos:
● Disfunção muscular com
dificuldades para locomoção;
● Relutância em se locomover;
● Tremores musculares e sudorese;
● Membros posteriores, região
glútea, femoral e lombar;
● Dor à palpação;
● Mioglobinúria – urina cor de
COCA-COLA, excedendo 40 mg/dl
de urina.
Obs: Quando o cavalo não está urinando,
deve-se primeiro pensar que o animal não
está ingerindo água suficiente, mas
considerando demais doenças,não se
deve aplicar diurético de cara pois se o
animal não estiver eliminando por ter
pouco líquido, piorando e agravando a
desidratação.
Tratamento:
● Controle da dor;
● Restabelecer a volemia
○ Fluidoterapia: deve-se
corrigir o desequilíbrio
hídrico, induzir a diurese
pois o acúmulo de
substâncias tem efeito
neurotóxico, fornecer até
que a urina do animal atinja
uma tonalidade mais clara.
● Restaurar o equilíbrio eletrolítico;
● Limitar o dano muscular:
○ Restringir o movimento,
não deixar o animal solto;
● Analgésico;
● Ansiolítico;
● Relaxante muscular;
● Antinflamatório;
● Podem ser realizadas compressas
quentes e massagens nos
músculos do animal, para
aumentar a circulação local.
A continuação dos exercícios é
contraindicada na maior parte dos casos,
cavalos que sofrem de espasmos e de
cãibras musculares, e nos quais ocorreu
pouca ou nenhuma lesão muscular, em
geral demonstraram melhoras em
resposta a exercícios leves.
3. Tendinopatias
São doenças e problemas dos tendões,
ligamentos e bainhas tendíneas.
Pode ocorrer decorrente de problemas de
desenvolvimento e problemas
“traumáticos”.
Os tendões têm por objetivo transmitir a
força mecânica dos músculos para o
osso, promovendo a movimentação do
esqueleto, por isso sofrem muitos
problemas de tensão e absorção de
impacto.
Etiologia:
● Treinamentos forçados e
inadequados:
○ Fadiga muscular após
longas corridas ou
caminhadas;
○ Ferrageamento impróprio
(pinça ou ferraduras
grossas das pinças até os
quartos);
● Trabalho precoce:
○ Natureza do solo (arenoso
e fofo);
○ Cavalos pesados ou
obesidade;
○ Defeitos de aprumos
(ângulo anterior metacarpo
falangeano fechado);
Eduarda Gostinski 2023 Medicina Veterinária
○ Debilidade de estruturas
tendíneas e ligamentares;
○ Lesões podais
(encastelamento,
enfermidade do navicular,
laminites, etc.);
○ Hereditariedade.
Os locais mais comuns de serem
acometidos por tendinite são a região
palmar ou plantar, pois sofrem maior
sobrecarga.
Sinais Clínicos:
● Dor à pressão;
● Aumento de temperatura local –
calor;
● Aumento de volume na região de
tendão;
● Claudicação;
Quando houver um quadro crônico, há
aumento de volume firme no local
(fibrose), que geralmente é indolor e
realiza uma restrição de movimentos dos
tendões flexores (podem ocorrer
aderências no partendão, bainhas e
ligamentos).
Diagnóstico:
Geralmente é feito com base nos sinais
clínicos, mas o uso do ultrassom facilita a
localização exata da lesão, bem como a
sua extensão e assim permite
acompanhar a sua evolução.
Classificação:
● Leve: 20% de lesão no corte
transversal;
● Moderada: 35%;
● Grave: 35%
Tratamento:
O tratamento é feito a partir de
uma boa qualidade de reparo, pois o
tendão deve recuperar a função, na
medida do possível. Deve-se fazer um
bom controle de inflamação, pois a
inflamação promove reparação dos feixes
de fibras colágenas e a ativação
enzimática.
A continuidade das fases
inflamatória e proliferativa favorece a
deposição excessiva de tecido cicatricial
(fibrose), o que prejudica o funcionamento
do tendão, pois este tecido é menos
resistente que o tendão original.
→ No caso, essa lesão no tendão tem 3
fases, que é a inflamatória, proliferativa e
de remodelamento, eu tenho que tentar
fazer o tratamento até a fase proliferativa,
pois na fase do remodelamento o tecido
que é depositado é o fibroso, e não há
possibilidade de regeneração do tecido
“original”.
● Repouso;
● Compressas de gelo:
○ O gelo é benéfico até 20
min após o esporte, porque
faz a vasoconstrição e
diminui a hemorragia de
pequenas lesões – fazer
depois dos treinos, não
pode ser em contato direto
com a pele.
● Bandagens: auxiliam na
vascularização;
● Local - DMSO:
○ Diclofenaco;
○ Mucopolissacarídeos
(ajudam na recomposição
da estrutura);
○ Heparina sódica.
● Sistêmico - AINES;
Eduarda Gostinski 2023 Medicina Veterinária
● Fisioterapia:
○ Fazer para o tendão não
cicatrizar em uma posição
contraída, é importante
para a regeneração e a
reabilitação.
● Terapia celular:
○ Plasma rico em plaquetas:
rico em fatores de
crescimento, faz com que
haja estimulação da
regeneração celular local;
○ Células tronco: para que se
produza novamente células
tendíneas e se aproxime
mais de uma restauração
do que de reparação. As
células tronco mais
utilizadas são as de origem
mesenquimal.
O OBJETIVO É FAZER A
REGENERAÇÃO E NÃO A REPARAÇÃO.
4. Doenças Articulares
Compreende qualquer processo
inflamatório/infeccioso, que ocorra dentro
de uma articulação, isoladamente ou em
conjunto.
A osteoartrite é a doença mais
comum nas articulações.
Artrite – cartilagem, líquido, cápsula.
As doenças articulares podem ser:
● Primárias (idiopática): quando a
causa específica de origem não foi
identificada;
● Secundárias: que podem ser
demonstradas através de fatores
predisponentes da doença como
defeitos de conformação,
osteocondrose, infecção articular,
dentre outros fatores.
Etiologia:
➔ OSTEOARTRITEDefinição: Processo degenerativo que
acomete as articulações, envolvendo a
camada óssea.
Sinais Clínicos:
O principal é CLAUDICAÇÃO, mas no
geral dependem do tipo de osteoartrite e o
grau de inflamação, nas articulações de
grande movimentação e com inflamação
aguda:
● Aumento de temperatura local;
● Aumento do volume articular;
● Dor à flexão.
Pode evoluir para crônica.
Diagnóstico:
● Avaliação física
○ Grau de claudicação (I a
V);
○ Efusão;
○ Consistência;
○ Mobilidade;
○ Temperatura local.
● Avaliação do líquido sinovial:
○ Macroscopia (visual) –
diminuição da viscosidade;
○ Citologia;
○ Marcadores
biomoleculares.
● Faz-se ultrassom para avaliação
da cartilagem articular;
● Artroscopia:
○ Curetar a cartilagem;
Eduarda Gostinski 2023 Medicina Veterinária
○ Retirar fragmentos.
Tratamento:
Ainda não existe nenhum
tratamento, médico ou cirúrgico, que
permita transformar uma articulação com
osteoartrite em uma articulação normal.
Mas em muitos casos pode ser possível
manter funcional com algum grau de
osteoartrite através de preparações
medicamentosas, terapias celulares,
fisioterapias e regimes de treino bem
estruturados.
Em terapias convencionais há
tratamentos sintomáticos que são
ineficientes para estacionar o processo
degenerativo e promover a regeneração
dos tecidos.
● Diminuir a inflamação nas
articulações afetadas:
○ O animal deve ser mantido
em repouso;
○ Pode se infiltrar fármacos
antinflamatórios;
● Fortalecer as estruturas de
sustentação:
○ Pode ser indicada a
fisioterapia;
○ Uso de drogas
comprometedoras;
○ Terapia de radiação;
○ Uso de algumas
medicações promotoras de
regeneração de cartilagem.
● Uso de células tronco (igual para
os tendões).
5. Doenças de Casco
➔ LAMINITE
Enfermidade caracterizada pela
inflamação aguda ou crônica das lâminas
do casco, causando intensa dor e
desconforto aos animais acometidos.
Etiopatogenia:
● Enzimática;
● Vascular;
● Metabólica/endócrina;
● Mecânica/Traumática;
● Micro-trombose induzida por
endotoxina;
● Alterações na dinâmica vascular:
○ Shunting;
○ Vasoconstrição;
○ Edema perivascular;
● Destruição da membrana basal
ativada por enzimas.
Três fases da laminite:
1) Fase de desenvolvimento:
Ocorre antes do aparecimento dos
primeiros sinais clínicos, com o início do
processo de lesão laminar, apesar do
animal não ter dor;
2) Fase aguda:
Quando o animal começa a apresentar os
primeiros sinais de dor e claudicação;
3) Fase crônica:
Quando existe evidência radiográfica de
separação laminar e rotação.
*Laminite aguda deve ser considerada
uma emergência médica e o tratamento
deve ser o mais rapidamente possível e
de preferência antes de os sinais clínicos
se desenvolverem.
Sinais Clínicos:
● Pulso aumentado nas artérias
digitais;
● Calor na parede do casco e na
banda coronária;
● Sensibilidade dolorosa no teste da
pinça;
● Troca de apoio;
● Relutância em se mover:
● Dependendo do grau de dor pode
estar associados taquicardia,
tremores musculares e sudorese;
● Claudicação;
● Depressão da banda coronária;
● Deslocamento da coroa;
● Abaulamento de sola;
● Exungulação;
● Perfuração de sola;
● Linhas irregulares no crescimento.
Eduarda Gostinski 2023 Medicina Veterinária
Diagnóstico:
● Exame físico;
● Sinais clínicos;
● Venografia – auxilia muito no
diagnóstico.
● Radiografia.
Tratamento:
● Prevenir o desenvolvimento da
laminite, minimizando os fatores
predisponentes;
● Diminuir a dor e o ciclo de
hipertensão;
● Prevenir ou reduzir a lesão laminar
permanente;
● Melhorar a hemodinâmica capilar
laminar;
● Prevenir o movimento da falange
distal;
● Ferrageamento terapêutico;
● Estimular o crescimento do casco.
● Restringir o movimento;
● Cama da baia alta, pelo menos
20cm e muito fofa;
● Alimentações sem CHO;
● Manter o animal hidratado;
● Para laminite fazer pelo menos 2h
de gelo;
● Crioterapia:
○ Efeito hipermetabólico, a
taxa metabólica e de
consumo de O2 são
inversamente proporcionais
à temperatura. A menor
necessidade em O2,
glicose e outros
metabólitos dos tecidos
sujeitos a crioterapia
diminui as lesões celulares
resultantes de períodos de
isquemia.
→ A crioterapia tem potencial para
interromper muitos dos mecanismos
fisiopatológicos propostos, mesmo na
hipótese isquêmica, e apesar da
diminuição na perfusão digital, e mesmo
assim proteger os tecidos laminares de
lesões por isquemia, de maneira
semelhante uma redução profunda no
metabolismo celular pode proteger as
células da falta de glicose.
● AINES:
○ Fenilbutazona;
○ Flunexilna meglumina;
○ Cetoprofeno;
● Anti-endotoxêmico:
○ DMSO;
● Vasodilatadores:
○ Acepromazina;
○ Isoxsuprina;
○ Pentoxifilina;
● Anticoagulantes:
○ AAS;
○ Heparina.
● Ferrageamento:
○ Promove um suporte
uniforme e aumenta a
estabilidade para tentar
neutralizar a rotação ou
deslocamento. Só se faz
esse procedimento quando
tem processo crônico.
● Tratamentos cirúrgicos:
○ Tenotomia do tendão flexor
digital profundo;
○ Ressecção da parede do
casco;
○ Ressecção parcial da
parede do casco;
○ Drenar e debridar
cirurgicamente a terceira
falange.
● Terapias regenerativas:
○ Substitui ou regenera
células, tecidos ou órgãos,
para restaurar ou
estabelecer função normal
(ainda não tão presentes
no mercado).

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