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UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br Educação Infantil Inclusiva UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 1 Educação Especial - Desafios em Busca de Inclusão ........................................ 2 Educação Inclusiva: Concepções de Diretores e Professores ........................... 5 Educação Inclusiva: Redefinindo a Educação Especial ..................................... 8 História da Educação Inclusiva ........................................................................... 9 A política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva........................................................................................................... 16 Deficiência auditiva .......................................................................................... 18 Deficiência física............................................................................................... 19 Deficiência intelectual/mental .......................................................................... 21 Deficiência múltipla.......................................................................................... 22 Surdo/cegueira ................................................................................................. 24 Síndrome de Down ........................................................................................... 25 Alunos com transtorno global de desenvolvimento.......................................... 26 Autismo ............................................................................................................ 28 Transtornos funcionais específicos .................................................................. 30 Transtorno de aprendizagem ........................................................................... 32 Quais são os tipos de transtornos de aprendizagem ........................................ 34 Referências Bibliográficas ............................................................................... 36 UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 2 EDUCAÇÃO ESPECIAL DESAFIOS EM BUSCA DE INCLUSÃO As mudanças no contexto educacional, sejam elas as tecnológicas ou do tradicionalismo para o Construtivismo, de fato ocorreram e isto tem representado saltos qualitativos e quantitativos. Desse modo Roche e Sun (2003) dizem que há maior preocupação como o desempenho motor, emocional, social e cognitivo do sujeito. Algo a que, outrora, não se dava a devida importância, ou não se enxergava essa necessidade pela ótica da educação humanizada, afetiva, emocional e humanizadora. Para compreender o sentido original de uma educação especial é preciso recorrer para o conceito inicial do que é Educação? Na visão de Teixeira (2007), portanto, é um crescimento orgânico, humano que está diretamente associado às múltiplas dimensões do desenvolvimento. São imprescindíveis para que esse sujeito seja constituído de forma ampla e plena, seja ele um aluno especial ou não. A escola nos últimos anos até se tornou em parte democrática e de fato mais acessível. De acordo com Nelson Mandela (1989), ―Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia [...]‖. Essa frase é denunciativa, pois o termo democracia é sinônimo de liberdade; em contrapartida a Educação brasileira tem sido manipulada pelos gestores e governantes políticos, faltando à devida qualidade educacional, tal como uma boa alimentação, uma excelência no aprendizado, e por último a saúde pública. Já a Educação Especial ainda enfrenta grandes barreiras, e uma delas é a inserção de alunos especiais dentro de uma sala regular a qual é ainda muito desafiante e excludente, o que implica a presença da exclusão educacional que, lamentavelmente, continua sendo praticada nas suas mais diversas facetas. A Educação Especial é o ramo da Educação que se ocupa do atendimento e da educação de pessoas com deficiências. É uma relevante contribuição para a história da Psicologia, da Educação em si e da sociedade. A realidade é que tudo isso é um grande desafio, que precisa ser a cada dia superado. De acordo como a psicóloga e educadora Helena Antipoff (1975), a Educação Especial mostra duas possibilidades: a mesclagem de novas perspectivas e métodos com as mais diversas críticas aos resultados obtidos. Esses dois UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 3 contrastes caminham lado a lado, sendo necessário trilhar os empecilhos que impedem construir-se uma educação especial mais exitosa, em meio a muitas situações adversas. A Educação Especial é uma importante modalidade educacional, que deve ser vista e tratada com muito amor e seriedade, pois os frutos que já foram colhidos pela Educação Especial são muito gratificantes. Alunos com dificuldades nas mais diversas áreas superandose e conquistando seu espaço profissional e resgatando sua autoestima. O sucesso da Educação Especial só será de fato consolidado quando houver uma participação maior e mais ativa dos órgãos competentes que regem a Educação, bem como uma maior conscientização da própria sociedade e da família. Como diz Amaro (2006) o verdadeiro sentido da Educação é o de educar, sustentar, acompanhar, orientar, promover o convívio social, conduzir, deixar marcas positivas. Quando houver a união de todos esses elementos teremos de fato uma educação especial muito mais significativa, onde o indivíduo com alguma necessidade especial seja visto com singularidade e maior respeito frente as suas dificuldades dentro do seu processo de aprendizagem. As propostas de escolarização destinadas a pessoas com deficiência se produzem articuladas a processos que caracterizam a oferta educacional de um país e a movimentos que expressam tendências mais amplas, delineadas pela produção de conhecimento, pela definição de políticas educacionais e pela ação dos organismos internacionais. A oferta de serviços vinculados ao campo da Educação Especial no Brasil foi tradicionalmente marcada pelo financiamento público de iniciativas das organizações da sociedade civil, que não apenas estruturaram espaços de atendimento ao Público Alvo da Educação Especial (PAEE), como tiveram papel central na constituição de política educacional endereçada a esse grupo (Mazzotta, 2005; Jannuzzi, 2006; Mendes, 2010; Kassar, 2011a). A criação de entidades privadas sem fins lucrativos, como a Sociedade Pestalozzi, fundada em 1934, e a Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE), criada no Rio de Janeiro, em 1954, indicam movimentos nessa direção. No contexto de uma educação pública pouco abrangente, essas instituições priorizavam o atendimento a sujeitos que demandavam abordagens educacionais especializadas, mantendo-se na escola pública os que apresentavam dificuldades mais pontuais (Kassar, 2011a). Segundo Freitag (1984), a educação brasileira no pós-guerra é marcada pela seletividade, verificada no percurso desde a escola primária até à universidade, e diretamente relacionada à origem socioeconômica dos estudantes. A autora UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 4 cita que em 1964, dois terços das crianças entre 7 e 14 anos se encontravam matriculadas na escola, e mais da metade daquelas que não se encontravam inscritas, nunca havia frequentado essa instituição. Foi somente na década de 1990, após a promulgação da Constituição Federal de 1988, que o país passou a alcançar taxas mais elevadas de escolarização obrigatória. Em relação a esse contexto, Cury (2000) assinala que a Constituição possibilitou avanços na medida em que reconheceu a educação como um direito público subjetivo, definiu a obrigatoriedade do ensino fundamental de 7 a 14 anos, determinou a gratuidade do ensino público, dentre outros aspectos. No Brasil, a Declaração de Salamanca (1994) é veiculada tendocomo eixo central a perspectiva de que as crianças com deficiência tivessem acesso à escola comum e não mais aos espaços considerados segregados, o que vem provocar questões e discussões em torno da definição do atendimento a esse público. Nesse sentido, nos anos de 1990 avolumam-se os debates públicos em torno da definição do percurso escolar dos estudantes PAEE. Os serviços especializados se articulam de modo a dar visibilidade à sua história e defender a legitimidade no atendimento a esse público; os movimentos das pessoas com deficiência e das famílias manifestam seus posicionamentos favoráveis ou refratários a esse reordenamento; os governos iniciam ações visando à abertura desses serviços; e muitos profissionais das escolas comuns manifestam seu despreparo, falta de conhecimento e receio em torno do que seria a escolarização destas pessoas nestas escolas. Desse modo, a segunda metade dos anos de 1990 e início dos anos 2000 são marcados, no contexto brasileiro, por inquietações, tensões e disputas em torno do atendimento a esses sujeitos (Kassar, 2011b). No plano internacional, a aprovação em 1999 da Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência repercutiu nos rumos da política brasileira de Educação Especial, a partir da promulgação do Decreto de n.º 3956/2001 (Brasil, 2001a). Também no ano de 2001, o Conselho Federal de Educação institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, por meio da Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) n.º 2, de 11/09/2001 (Brasil, 2001b). Segundo esse documento, os sistemas de ensino deveriam passar a matricular todos os alunos, indiscriminadamente, cabendo às escolas organizarem-se para receber os alunos com necessidades educacionais especiais. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 5 EDUCAÇÃO INCLUSIVA CONCEPÇÕES DE DIRETORES E PROFESSORES É sabido que os fundamentos teórico-metodológicos da inclusão escolar centralizam-se numa concepção de educação de qualidade para todos, no respeito à diversidade dos educandos. Assim, em face das mudanças propostas, cada vez mais tem sido reiterada a importância da preparação de profissionais e educadores, em especial do professor de classe comum, para o atendimento das necessidades educativas de todas as crianças, com ou sem deficiências. Estudos recentes sobre a atuação do professor em classes inclusivas apontam que o sucesso de sua intervenção depende da implementação de amplas mudanças nas práticas pedagógicas (O’Donoghue & Chalmers, 2000), quais sejam: a adoção de novos conceitos e estratégias, como a educação cooperativa(O’Connor & Jenkins, 1996); a adaptação ou (re)construção de currículos; o uso de novas técnicas e recursos específicos para essa clientela; o estabelecimento de novas formas de avaliação; o estímulo à participação de pais e da comunidade nessa nova realidade social e educacional (Mantoan, 1997; Mantoan, 2001; Mrech, 1998; Pires & Pires, 1998; Westwood, 1997). Depende, além disso, de atitudes positivas frente à inclusão de crianças com necessidades especiais no ensino regular (Avramidis, Bayliss & Burden, 2000). Na medida em que a orientação inclusiva implica um ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os educadores precisam estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos, nos vários níveis de ensino. No entanto, autores como Goffredo (1992) e Manzini (1999) têm alertado para o fato de que a implantação da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender às necessidades educativas especiais, além de infra-estrutura adequada e condições materiais para o trabalho pedagógico junto a crianças com deficiência. O que se tem colocado em discussão, principalmente, é a ausência de formação especializada dos educadores para trabalhar com essa clientela, e isso certamente se constitui em um sério problema na implantação de políticas desse tipo. Diante desse quadro, torna-se importante que os professores sejam instrumentalizados a fim de atender às peculiaridades apresentadas pelos alunos. Aqui, tendo-se em vista a capacitação docente, a participação das universidades e dos centros formadores parece ser relevante. Para Gotti UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 6 (1988), a universidade, além de proporcionar cursos de aperfeiçoamento e de pós-graduação, deve envolver-se em pesquisas sobre o ensino aos portadores de necessidades especiais, desenvolvendo instrumentos e recursos que facilitem a vida dessas pessoas. Embora Reis (2000) aponte que muitas vezes a prática do diretor, nas escolas brasileiras, é dificultada pelas exigências das atividades burocráticas e administrativas, esse profissional precisa ser atuante, promovendo ações que envolvam o acompanhamento, discussões e avaliações em conjunto com os participantes do projeto educacional, a fim de exercitar as dimensões educacional, social e política, inerentes a sua função. Além da participação de docentes e gestores no contexto da inserção dos alunos com deficiência na rede regular de ensino, outros fatores, como os relacionados à estrutura do sistema educacional, precisam ser considerados na análise e nas discussões sobre as possibilidades de implementação de projetos nessa área. Educação Inclusiva é uma proposta na qual todas as pessoas são aceitas e reconhecidas por suas características individuais. Assim, este estudo objetivou investigar a concepção de escola inclusiva e sua relação com a gestão democrática na Educação Infantil. A proposta de uma escola inclusiva engloba a garantia de acesso, permanência e aprendizagem para todos os alunos, inclusive aqueles que apresentam necessidades educacionais especiais advindas de deficiências, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, esses últimos alunos tradicionalmente atendidos pela Educação Especial de forma segregada. Sabemos que a pessoa com necessidades educacionais especiais tem seus direitos garantidos na legislação vigente, que é dirigida a todos. Portanto, é necessário buscar meios e soluções para que essa legislação seja, de fato, cumprida. O gestor, diante do seu papel, precisa conhecer a realidade de sua comunidade e ter conhecimentos e técnicas que possam unir o coletivo para agir a favor do respeito e da diversidade, auxiliando os alunos que possuem necessidades educacionais especiais no aprendizado, em conjunto também com as famílias. Nesse sentido, cabe ao gestor, juntamente com sua equipe escolar, realizar um Projeto Político-Pedagógico que abarque a diversidade, assim como acompanhar o cotidiano da instituição, para que a proposta de escola inclusiva não fique apenas na teoria, mas sim no dia a dia da escola, fazendo também com que todos se engajem neste mesmo objetivo comum. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 7 A gestão escolar tem papel essencial para a construção da escola inclusiva. Sendo assim, este estudo buscou investigar se alguns profissionais da Educação de determinadas escolas tinham a percepção adequada sobre como deve ser o trabalho de toda a equipe escolar, por intermédio de gestão democrática, para que a escola seja realmente inclusiva. Partimos da premissa de que muitas ações vão além da gestão da escola e se tornam verdadeiros desafios, como políticas e recursos que viabilizem a estrutura da unidade escolar. Além disso, é sabido, também, que há muitas ações concretas a serem realizadas e estas dependem única e exclusivamente de pessoas que queiram se engajar num projeto escolar que valorize e respeite a diversidade, para a construção de uma sociedade justa, humana e igualitária.A educação inclusiva é um processo que ainda caminha paulatinamente para o alcance de seu real propósito, devido a inúmeros desafios, os quais se encontram detalhados na exposição dos resultados da análise dos dados, realizada em duas escolas. Toda pessoa tem direitos e deveres que são históricos e que decorrem de lutas travadas pelo homem, ao longo de sua existência, em busca da emancipação e de transformações que ocorrem em seu estilo de vida. Assim também, a luta pelo reconhecimento de cidadãos com deficiência é longa. Durante muito tempo, essa questão foi tratada como problema somente do indivíduo e não da sociedade e suas instituições como um todo. A legislação atual é uma evolução nas políticas públicas a respeito da inclusão. A escola de hoje precisa ser um ambiente favorável à aprendizagem, ou seja, um lugar de acolhimento, de estímulo, de desenvolvimento e informação. Entretanto, é sabido que somente a legislação não basta para realmente haver inclusão escolar e desenvolvimento do aluno. Na escola, faz-se necessário dar condições a eles para se tornarem cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, bem como respeitar e ser respeitado. Entra, então, como um dos fatores de sucesso, o papel do gestor escolar. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 8 EDUCAÇÃO INCLUSIVA REDEFININDO A EDUCAÇÃO ESPECIAL A Educação Especial, modalidade educacional destinada ao atendimento de alunos com necessidades educativas especiais sofreu ao longo de sua historicidade mudanças em sua configuração, reformulando gradativamente seus paradigmas e conceitos. A Educação Especial é uma modalidade educacional que se caracteriza pelo atendimento a pessoas com necessidades especiais e que, nem sempre apresentou a mesma configuração no decorrer da sua historicidade. Isso se confirma pela proliferação das políticas e práticas de inclusão que tem sido alvo de inúmeros estudos, discussões e mudanças. ―O paradigma da Institucionalização fundamentava-se na idéia de que a pessoa deficiente estaria melhor protegida e cuidada em ambiente segregado e por conseguinte a sociedade estaria protegida dela‖. (BATALHA, 2009, p. 1067). ―O paradigma da integração traz um acento totalmente novo à educação especial e, evidentemente, provoca um abalo no paradigma clinico e segregacionista da educação especial‖. (BEYER, 2002, p. 163). Como afirma Batalha (2009) esse novo paradigma considera que o indivíduo portador de deficiência possui o direito a convivência social com os demais. No entanto, necessita de suporte e ajuda para que a modificação aconteça, se ajuste, pareça e se comporte como os demais membros da sociedade. Em outras palavras, o portador de deficiência deve ser preparado para o convívio na sociedade com as demais pessoas. No Brasil, a Educação Especial, segundo Jannuzzi (1992) apud Dechichi et al. (2009, p. 7) foi organizada de acordo com as expectativas sociais de cada época, sendo que a evolução do atendimento apresenta características distintas das observadas em âmbito global. As fases ou estágios identificados na história mundial não se evidenciam na realidade brasileira (MENDES, 1995 apud DECHICHI et al., 2009, p. 7). De acordo com o Ministério da Educação (BRASIL, 2007) o atendimento aos indivíduos com deficiência teve seu marco inicial na época do Império em que foram criadas duas instituições: o Instituto dos Meninos Cegos em 1854, atual Instituto Benjamin Constant (IBC) e o Instituto dos Surdos Mudos em 1857, hoje Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES). UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 9 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Educação inclusiva aponta para a transformação de uma sociedade inclusiva e é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. Com a LBD (Lei e diretrizes de base da educação) Lei nº 9.394/96, as políticas educacionais atuais têm como princípio a inclusão de crianças no ensino regular. O processo de inclusão gera uma exigência da transformação da escola, pois acarreta na inserção no ensino regular de alunos que fazem parte do grupo de educandos atendidos pela educação especial na perspectiva de educação inclusiva, cabendo às escolas se adaptarem às necessidades deles, desta forma inclusão acaba por exigir uma ruptura com o modelo tradicional de ensino. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. A Educação inclusiva favorece a diversidade à medida que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar. Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problema, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência à todas as crianças. A educação inclusiva deve ser um espaço para todos, e assim favorecendo a diversidade à todos, na medida que compreendemos que cada um tem sua especificidade em algum momento de sua aprendizagem. A inclusão perpassa pelas várias dimensões humanas, sociais e políticas, e vem gradualmente se expandindo na sociedade contemporânea, de forma a auxiliar no desenvolvimento das pessoas em geral de maneira e contribuir para a reestruturação de práticas e ações cada vez mais inclusivas e sem preconceitos. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 10 A Educação Inclusiva se configura na diversidade inerente à espécie humana, buscando perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial embora o contemple. No Brasil, a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva, assegura acesso ao ensino regular a alunos com deficiência diversificada como: mental, física, surdos, cegos, etc. com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas habilidades/superdotação, desde a educação infantil até à educação superior. Nesse país, o ensino especial foi, na sua origem, um sistema separado de educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das crianças com deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares. Na perspectiva da Educação Inclusiva, outras racionalidades estão surgindo sobre a aprendizagem. Fazendo uso da concepção Vygostskyana principalmente, entende que a participação inclusiva dos alunos facilita o aprendizado para todos. Este entendimento está baseado no conceito da Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, zona de conhecimento a ser conquistada, por meio da mediação do outro, seja este o professor ou os próprios colegas. Estas perspectivas históricas levam em conta a evolução do pensamento acerca das necessidades educativas especiais ao longo dos últimos cinquenta anos, no entanto, elas não se desenvolvem simultaneamenteem todos os países, e consequentemente retrata uma visão histórica global que não corresponde ao mesmo estágio evolutivo de cada sociedade. Estas perspectivas são descritas por Peter Clough. O legado psico-médico: (predominou na década de 1950) vê o indivíduo como tendo de algum modo um deficit e por sua vez defende a necessidade de uma educação especial para aqueles indivíduos. A resposta sociológica: (predominou na década de 1960) representa a crítica ao legado psico-médico, e defende uma construção social de necessidades educativas especiais. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 11 Abordagens Curriculares: (predominou na década de 1970) enfatiza o papel do currículo na solução - e, para alguns escritores, eficazmente criando - dificuldades de aprendizagem. Estratégias de melhoria da escola: (predominou na década de 1980) enfatiza a importância da organização sistêmica detalhada na busca de educar verdadeiramente. Crítica aos estudos da deficiência: (predominou na década de 1990) frequentemente elaborada por agentes externos à educação, elabora uma resposta política aos efeitos do modelo exclusionista do legado psico-médico. O atendimento às pessoas com deficiência no Brasil iniciou-se durante o Império por meio da criação de duas instituições especializadas: O Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854 (hoje, Instituto Benjamin Constant – IBC); e O Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, (hoje, Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES), ambos na cidade do Rio de Janeiro. O direito à educação surge prescrito em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no art. 26, que diz: I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnica e profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. (UNESCO, 1948, p.5). Nessa linha de tempo, nos anos 1970 foi promulgada a Lei n° 5.692/71 que alterou a LDB n° 4.024/61 e reafirmou a necessidade de um tratamento adequado aos alunos com necessidades especiais. Porém não há informações sobre quais seriam esses tratamentos adequados, pois a Lei somente afirma que: Art 9º - Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matricula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 12 Em 1994, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) promoveu a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, em Salamanca, na Espanha, onde participaram noventa e dois países, entre eles o Brasil, e, elaboraram a ―Declaração de Salamanca‖ que passou a influenciar a formulação das políticas públicas da educação para todos e em específico também para a educação especial. Esse documento enfatizou a questão da inclusão e o reconhecimento das necessidades dos ―sujeitos especiais‖ em serem aceitos, em escolas que atendam aos princípios de eficácia e de eficiência. No ponto 2, a Declaração de Salamanca demarca: 2. Acreditamos e Proclamamos que: • toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; • toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; • sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades; • aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; • escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêm uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional. (UNESCO, 1994, p. 1). A partir disso, começava-se a vivenciar um momento de transição, considerando aqueles que teriam dificuldades na escolarização, ou que eram vistos como pessoas que não seriam escolarizáveis, sob uma concepção que surgia pautada no princípio do direito à educação de todos, que parte do pressuposto de que todos os alunos são educáveis e escolarizáveis. No Brasil, a partir da década de 1990, aconteceram grandes modificações no campo educacional no que diz respeito às inovações das Políticas Públicas Educacionais, havendo significativas mudanças de paradigmas e UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 13 As expressões integrado e inclusivo são comumente utilizadas como se tivessem o mesmo significado. aplicabilidades de ensino. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB n° 9.394/96 foi o grande ícone dessa década que marcou a expansão do ensino no Brasil em todas as áreas, em um momento de novas ideias. A LDB n° 9.394/96, apresenta um artigo específico sobre a educação Especial. Nesse artigo, há o reconhecimento do direito à diferença, ao pluralismo e à tolerância. E foi a partir daí, que a Educação Especial passou a ser objeto de muitas discussões, especialmente, no que se refere ao seu artigo 58, no qual diz: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.[9] A perspectiva da educação especial proposta pela LDB em 1996 é voltada para a inclusão, o que é reafirmado no capítulo 58 em seus incisos que dizem: § 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL, 1996, p. 46) No entanto, em termos educacionais representam grandes diferenças a nível da filosofia a qual cada termo serve. O ensino integrado refere-se às crianças com deficiência aprenderem de forma eficaz quando frequentam as escolas regulares, tendo como instrumento a qualidade do ensino. No ensino integrado, a criança é vista como sendo portadora do problema e necessitando ser adaptada aos demais estudantes. Por exemplo, se uma criança com dificuldades auditivas é integrada numa escola regular, ela pode UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 14 O ensino integrado é algumas vezes visto como um passo em direção à inclusão, no entanto sua maior limitação é que se o sistema escolar se mantiver inalterado, apenas algumas crianças serão integradas. usar um aparelho auditivo e geralmente espera-se que aprenda a falar de forma a poder pertencer ao grupo. Em contrapartida, não se espera que os professorese as outras crianças aprendam a língua de sinais. Em outras palavras, a integração pressupõe que a criança com deficiência se reabilite e possa ser integrada, ou não obterá sucesso. O ensino inclusivo toma por base a visão sociológica de deficiência e diferença, reconhece assim que todas as crianças são diferentes, e que as escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educandos. A inclusão não significa tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças. Isto exige a utilização de diferentes métodos para se responder às diferentes necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais. Legislação que regulamenta a educação especial no Brasil: Constituição Federal de 1988 - Educação Especial Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN Lei nº 9394/96 – LDBN - Educação Especial Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº 8859/94 - Estágio Lei nº 10.098/94 - Acessibilidade Lei nº 10.436/02 - Libras Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras de deficiência UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 15 Lei n.º 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre Lei nº 9424 de 24 de dezembro de 1996 - FUNDEF Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004 - Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência Lei nº 10.216 de 4 de junho de 2001 - Direitos e proteção às pessoas acometidas de transtorno mental Plano Nacional de Educação - Educação Especial Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012 - Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112. O conceito de Necessidades Educativas Especiais passou a ser conhecido em 1950 a partir da sua formulação no "Relatório Warnock", apresentado ao parlamento do Reino Unido, pela Secretaria de Estado para a Educação e Ciência, Secretaria do Estado para a Escócia e a Secretaria do Estado para o País de Gales. Este relatório foi o resultado do 1º comitê britânico constituído para reavaliar o atendimento aos deficientes, presidido por Mary Warnock. As suas conclusões demonstraram que vinte por cento das crianças apresenta NEE em algum período da sua vida escolar. A partir destes dados, o relatório propôs o conceito de NEE. O Curso de Capacitação em Educação Inclusiva visa atender à demanda de educação continuada para profissionais das áreas da educação pública e privada nos ciclos da educação infantil e fundamental. Pretende proporcionar uma compreensão teórica aprofundada dos princípios básicos da educação inclusiva e desenvolver competências individuais. Educação inclusiva aponta para a transformação de uma sociedade inclusiva e é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 16 A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) pode aprovar o Projeto de Lei (PL 3.803/2019) que institui a Política Nacional para Educação Especial e Inclusiva. A proposta do senador Major Olímpio (PSL–SP) prevê a atuação de equipes multidiciplinares, com profissionais da saúde e da educação, além da criação de novos centros de convivência voltados para inclusão de pessoas com qualquer tipo de deficit intelectual. A partir de novos paradigmas surgidos dentro da educação, em 2008, surge a Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva com o intuito de tornar legítima a acessibilidade da pessoa com necessidades educacionais especiais à escola regular, promovendo o direito à educação para todos, enfocando a grande discussão nos dias atuais dentro das escolas. Partindo desse pressuposto, propôs-se, para essa pesquisa investigar a percepção dos Profissionais da Educação acerca da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva dentro das instituições de ensino regular. Nos últimos anos, cada vez mais vem sendo estudada dentro da psicologia e pedagogia a importância de uma educação igualitária dentro da sala de aula de escolas regulares. Ao longo do tempo, foram promulgadas leis que legitimam essa afirmativa, do contrário, acabaria sendo uma violação dos direitos humanos a não colaboração dos profissionais da educação ou parte deles. Dessa forma, torna-se, cada vez mais profícua e consensual a questão da educação inclusiva. A Educação Inclusiva consiste na valorização da diversidade do ser humano, considerando todos os seus aspectos, dentro do contexto escolar. Este novo paradigma em educação ganhou ênfase na Conferencia Mundial de Educação Especial realizada em Salamanca em 1994, na Espanha, onde foi promulgada a inclusão de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais nas salas de aulas regulares, passando a ser obrigação da escola se adaptar a trabalhar com a individualidade de cada aluno. A inclusão traz a proposta de modificar radicalmente tanto o ensino regular, quando o especial e ainda o conceito de integração, prevendo a inclusão de forma integral e sistemática. Com o objetivando de inserir o aluno na escola regular desde o começo da vida, necessitando de haver uma mudança radical UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 17 "A Política Nacional de Educação Especial deve mudar no começo de 2020. O governo de Jair Bolsonaro vai publicar um decreto com alternativas para que a escola regular não seja a única opção dos alunos com deficiência intelectual ou física, Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) ou superdotação." "Caberá a cada família – em parceria com a escola e com a equipe multidisciplinar que já acompanha o aluno – escolher se o estudante vai permanecer na instituição de ensino regular em que está atualmente, se irá ser transferido para uma escola especial ou ainda se ficará na mesma unidade escolar, mas em uma classe especial que poderá ser criada." na organização do sistema educacional, quebrando principalmente preconceitos e estereótipos. A intenção de estudar o tema atual configura-se no fato de que atualmente, com a resignificação desse paradigma de ―escola para todos‖, identifica-se dificuldades dos educadores da rede regular de ensino para lidar com as especificidades de cada aluno, em especial com aquelas pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades nas escolas regulares, já que para isso haveria de existir uma preparação tanto dos profissionais trabalhando em conjunto com uma equipe multidisciplinar, quanto da própria acessibilidade arquitetônica na qual a escola se encontra, dentre outras mudanças. Desta maneira, com a finalidade de atualizar e propor novas alternativas no cenário educacional, em 2008, o MEC (Ministério da Educação e Cultura), juntamente com a Secretaria de Educação Especial, elaboraram a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – PNEEPEI com o intuito de legitimar a acessibilidade da pessoa com necessidades educacionais especiais na escola regular, promovendo o direito à educação, possibilitando o atendimento educacional especializado (AEE), que se configura como um apoio à inclusão. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 18 DEFICIÊNCIA AUDITIVA Deficiência auditiva (também conhecida como hipoacusiaou surdez) é a perda parcial ou total de audição. Essa perda pode ser causada por inúmeros fatores como: genética ou hereditariedade, envelhecimento (presbiacusia), exposição a ruído (perda auditiva induzida pelo ruído – PAIR), infecções (as do complexo TORCH), complicações perinatais, traumas físicos, medicamentos e agentes ototóxicos. Crianças com deficiência auditiva, congênita ou adquirida, podem apresentar dificuldades com a aquisição e desenvolvimento da linguagem oral caso não ocorra o processo de intervenção e reabilitação auditiva. Através da intervenção precoce e da reabilitação, têm-se como objetivo minimizar as dificuldades de aquisição promovendo o desenvolvimento da linguagem oral por meio da audição. A audição é possível pela integridade do sistema auditivo, que capta os sons do ambiente, conduzindo-os por todas as estruturas da orelha até que o estímulo sonoro seja percebido e interpretado no córtex cerebral. Qualquer distúrbio que aconteça entre as etapas do processo normal de audição, provocará uma alteração auditiva, que é definida como deficiência auditiva. Independente de suas causas, tipo ou severidade, as alterações auditivas devem ser evitadas em qualquer fase da vida do ser humano. A deficiência auditiva também pode ser entendida como uma diminuição na capacidade de ouvir, interferindo na audibilidade dos sons em intensidades sonoras adequadas, que são percebidos por pessoas com audição funcional. Em razão da deficiência existente, ocorrerão interferências no desenvolvimento das pessoas que a possuem. É preciso que haja uma estimulação das vias auditivas para que a aquisição e desenvolvimento da linguagem aconteçam. Quanto mais tardia for essa estimulação, menos eficiente será a habilidade de linguagem. Dependendo do momento em que a deficiência surge, ela pode ser considerada como congênita, pois a pessoa nasceu com a deficiência, ou adquirida, em que a deficiência se instalou no decorrer da vida. Na literatura acadêmica pode ser encontrada com os seguintes termos deficiência auditiva pré-lingual e pós-lingual. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 19 DEFICIÊNCIA FÍSICA Deficiência física ou deficiência motora é uma limitação do funcionamento físico-motor de um ser humano ou animal. Normalmente, os problemas ocorrem no cérebro ou sistema locomotor, levando a um mau funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores. A deficiência física pode ter várias etiologias, entre as principais estão os: fatores genéticos, fatores virais ou bacteriano, fatores neonatal, fatores traumáticos (especialmente os medulares). As pessoas com deficiência de ordem física ou motora necessitam de atendimento fisioterápico, psicológico a fim de lidar com os limites e dificuldades decorrentes da deficiência e simultaneamente desenvolver todas as possibilidades e potencialidades. A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. Causas: Classificação em causas congênitas (nascem com o indivíduo) e causas adquiridas (se desenvolvem com o tempo). Paralisia cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição; materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras. Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 20 Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros. Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas e outras. Mal formação congênita: (mal formações que nascem com o indivíduo) por exposição à radiação; uso de drogas; microcefalias, etc., causas desconhecidas. Artropatias: por processos inflamatórios; processos degenerativos; alterações biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros. Para estudar mais sobre o assunto listamos filmes e séries que abordaram o tema: Ferrugem e Osso sex education Netflix Swimming Upstream Coming Home Carne trémula Feliz Ano Velho Born on the Fourth of July Lorenzo's Oil Uma janela para o céu (parte 1 e 2) O Milagre de Anne Sullivan I Am Sam 1 Litro de Lágrimas My Left Foot Dolphin Tale UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 21 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL/MENTAL O Transtorno do Desenvolvimento Intelectual ou Deficiência Intelectual já foi conhecida por outras denominações, como por exemplo, idiotia e retardo mental. A deficiência intelectual é caracterizada por limitações nas habilidades mentais gerais. Essas habilidades estão ligadas à inteligência, atividades que envolvem raciocínio, resolução de problemas e planejamento, entre outras. A inteligência é avaliada por meio do Quociente de Inteligência (QI) obtido por testes padronizados. O resultado de uma pessoa com Transtorno de Desenvolvimento Intelectual nessa avaliação situa-se em 75 ou menos. Caracteriza-se por importantes limitações, tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo, expresso nas habilidades conceituais, sociais e práticas. Indivíduos com Deficiência Intelectual apresentam funcionamento intelectual significativamente inferior à média. Possuem limitações significativas em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: Aprendizagem e autogestão em situações da vida, como cuidados pessoais, responsabilidades profissionais, controle do dinheiro, recreação, controle do próprio comportamento e organização em tarefas escolares e profissionais; Comunicação; Habilidades ligadas à linguagem, leitura, escrita, matemática, raciocínio, conhecimento, memória; Habilidades sociais/interpessoais (habilidades ligadas à consciência das experiências alheias, empatia, habilidades com amizades, julgamento social e autorregulação). A pessoa com Deficiência Intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas. Muitas vezes, essa pessoa se comporta como se tivesse menos idade do que realmente tem. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 22 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA A educação e os cuidados na infância são amplamente reconhecidos como fatores fundamentais do desenvolvimento global da criança, o que coloca para os sistemas de ensino o desafio de organizar projetos pedagógicos que promovam a inclusão de todas as crianças. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional impulsionou o desenvolvimento da educação e o compromisso com uma educação de qualidade, introduzindo um capítulo específico que orienta para o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, que deve ter início na educação infantil. A inclusão de alunos com deficiência múltipla que apresentam necessidades educacionais acentuadas é um fato relativamente recente e novo na educação brasileira. É natural que a escola, educadores e pais se sintam receosos e apreensivos com relação à possibilidade de sucesso nessa tarefa. São muitas as dúvidas que assaltam a todos: será que crianças com tantas dificuldades podem se beneficiar do sistema comum de ensino? Podem obter sucesso em classes regulares com professores não especializados? Como são elas? De que gostam? Como agem? Como podem brincar com as demais crianças? Como podem aprender? Como professor, o que posso fazer paraajudá-las nesse processo? Quando a escola recebe, pela primeira vez, uma criança com discrepâncias significativas no processo de desenvolvimento e aprendizagem em relação aos demais alunos da mesma faixa etária é natural que muitas dúvidas surjam. O professor, geralmente, sente-se ansioso e temeroso diante de nova situação para a qual não se encontra preparado. Inicialmente, alguns professores pensam ser necessário se especializarem para poderem melhor atender o aluno com necessidades educativas especiais. Com a convivência, a experiência e ajuda de profissionais especializados e da família, o professor verifica que o processo de inclusão não é tão difícil como parecia. Boa parte dos alunos com múltipla deficiência adapta-se muito bem às creches. Essas crianças se sentem felizes por poderem participar da vida, conviver e brincar com outras crianças. Isso é perfeitamente possível, desde que o professor seja orientado e ajudado na tarefa pedagógica. As situações devem ser cuidadosamente planejadas e as atividades ajustadas e adaptadas para que atendam às necessidades específicas desses alunos. Hoje, é indiscutível o benefício que traz, para qualquer criança, UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 23 independentemente de sua condição física, intelectual ou emocional, um bom programa de educação infantil do nascimento aos seis anos de idade. Efetivamente, esses programas tem por objetivos o cuidar, o desenvolvimento das possibilidades humanas, de habilidades, da promoção da aprendizagem, da autonomia moral, intelectual e, principalmente, valorizam as diferentes formas de comunicação e de expressão artística. O mesmo Referencial curricular nacional para a educação infantil (BRASIL, 1998) recomendado para as outras crianças é essencial para estas com alterações significativas no processo de desenvolvimento e aprendizagem, pois valoriza: ―o brincar como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil, e a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma.‖ (p.13) Para que esses princípios se concretizem, torna-se fundamental a elaboração, por toda comunidade escolar, de um projeto pedagógico de inclusão contando com a participação efetiva dos pais, profissionais ou instituições especializadas que realizam o atendimento complementar, tendo em vista a avaliação das necessidades educacionais específicas desses educandos para as adaptações e complementações curriculares que se fizerem necessárias. O termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com frequência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas. O desempenho e as competências dessas crianças são heterogêneos e variáveis. Alunos, com níveis funcionais básicos e possibilidades de adaptação ao meio podem e devem ser educados em classe comum, mediante a necessária adaptação e suplementação curricular. Outros, entretanto, com mais dificuldades, poderão necessitar de processos especiais de ensino, apoios intensos, contínuos e currículo alternativo que correspondam às suas necessidades na classe comum. Observa-se maior resistência para inclusão em escolas e instituições que ainda se apóiam no modelo médico da deficiência, em técnicas de reeducação, educação compensatória ou de prontidão para inclusão. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 24 SURDO/CEGUEIRA A surdo-cegueira é a incapacidade total ou parcial de audição e visão, simultaneamente. Assim como no caso da surdez, a surdo-cegueira pode ser identificada com a cultura das pessoas que pertencem a este grupo. Em termos de senso comum, ao falar de alguém surdo-cego, a referência mundial foram as norte-americanas Helen Keller e sua professora Anne Sullivan, como história de sucesso ao desafio de viver sem visão e audição. A surdo-cegueira é a deficiência, em diversos graus, dos sentidos de audição e visão; isto é, o surdo-cego pode ver ou ouvir em pequenos níveis, dependendo do caso. Com base nos estudos de McInnes, a fim de classificarmos alguém de surdo- cego é preciso que esse indivíduo não tenha suficiente visão para compensar a perda auditiva, ou vice-versa, que não possua audição suficiente para compensar a falta de visão. Vários autores (tais como Writer, Freeman, Wheeler & Griffin, McInnes) defendem a surdo-cegueira como única, não como a soma de dois comprometimentos sensoriais. Segundo o ponto de vista sensorial de Miles e Riggio, surdo-cegos podem ser: indivíduos surdos profundos e cegos; indivíduos surdos e têm pouca visão; indivíduos com baixa audição e que são cegos; indivíduos com alguma visão e audição. A criança surdo-cega pode apresentar os seguintes comportamentos: comportamento autista (movimentos estereotipados e/ou rítmicos; comportamento social imaturo; inabilidade de comportamento afetivo; dificuldade de uso dos sentidos próximos. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 25 SÍNDROME DE DOWN A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas. É importante esclarecer que o comportamento dos pais não causa a síndrome de Down. Não há nada que eles poderiam ter feito de diferente para evitá-la. Não é culpa de ninguém. Além disso, a síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição da pessoa associada a algumas questões para as quais os pais devem estar atentos desde o nascimento da criança. Os seres humanos têm, normalmente, 46 cromossomos em cada uma das células de seu organismo. Esses cromossomos são recebidos pelas células embrionárias dos pais, no momento da fecundação. Vinte e três vêm dos espermatozoides fornecidos pelo pai e os outros 23 vêm contidos no óvulo da mãe. Juntos, eles formam o ovo ou zigoto, a primeira célula de qualquer organismo. Essa célula, então, começa a se dividir, formando o novo organismo. Isso quer dizer que cada nova célula é, em teoria, uma cópia idêntica da primeira. Os cromossomos carregam milhares de genes, que determinam todas as nossas características. Desses cromossomos, 44 são denominados regulares e formam pares (de 1 a 22). Os outros dois constituem o par de cromossomos sexuais – chamados XX no caso das meninas e XY no caso dos meninos. Por alguma razão que ainda não foi cientificamente explicada, ou o óvulo feminino ou o espermatozoide masculino apresentam 24 cromossomos no lugar de 23, ou seja, um cromossomo a mais. Ao se unirem aos 23 da outra célula embrionária, somam 47. Esse cromossomo extra aparece no par número 21. Por isso a síndrome de Down também é chamada de trissomia do 21. A síndrome é a ocorrência genética mais comum que existe. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 26 ALUNOS COM TRANSTORNO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO O enfoque da proposta inclusiva é sociológico e relacional. O eixo teórico- metodológico da abordagem sociológica em educação é explicitado por Becker: ―Quando você pensa na sociedade como ação coletiva sabeque qualquer conversa sobre estruturas ou fatores acaba por se referir a alguma noção de pessoas que fazem coisas juntas, que é o que a sociologia estuda‖. (Becker, 1977, p.10) As crianças com qualquer deficiência, independentemente de suas condições físicas, sensoriais, cognitivas ou emocionais são crianças que têm necessidade e possibilidade de conviver, interagir, trocar, aprender, brincar e serem felizes, embora, algumas vezes, por caminhos ou formas diferentes. Essa forma diferente de ser e agir é que as torna ser único, singular. Devem ser olhadas não como defeito, incompletude ou incapacidade, mas como pessoas com possibilidades e dificuldades que podem ser superadas ou minimizadas. Trabalhar com crianças que apresentam dificuldades acentuadas no processo de desenvolvimento e aprendizagem é um grande desafio, com o qual podemos aprender e crescer como pessoas e profissionais, buscando compreender e ajudar o outro. Os alunos com deficiência múltipla podem apresentar alterações significativas no processo de desenvolvimento, aprendizagem e adaptação social. Possuem variadas potencialidades, possibilidades funcionais e necessidades concretas que necessitam ser compreendidas e consideradas. Apresentam, algumas vezes, interesses inusitados, diferentes níveis de motivação, formas incomuns de agir, comunicar e expressar suas necessidades, desejos e sentimentos. A inclusão desses alunos no sistema regular de ensino é desejada por famílias, escolas e professores solidários que se propõem a assumir esse desafio. As escolas que têm obtido êxito no processo de inclusão adotam como compromisso o respeito à diversidade e diferenças individuais, a adaptação do currículo e a modificação dos recursos metodológicos e do meio. Esses são fatores essenciais e capazes de atender às expectativas das famílias e necessidades específicas de aprendizagem desses educandos. Existe prejuízo severo no desenvolvimento da interação social recíproca ou de habilidades de comunicação verbal e não-verbal ou comportamentos, interesses e atividades estereotipados. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 27 Quando tais características estão presentes, mas não são satisfeitos os critérios diagnósticos para um Transtorno Global do Desenvolvimento ou para outros quadros diagnósticos como Esquizofrenia, Transtorno da Personalidade Esquizotípica ou Transtorno da Personalidade Esquiva. O Transtorno Global do Desenvolvimento não diz respeito apenas ao autismo. Sob essa classificação se descrevem diferentes transtornos que têm em comum as funções do desenvolvimento afetadas qualitativamente. São eles: Autismo; Síndrome de Rett; Transtorno ou Síndrome de Asperger; Transtorno Desintegrativo da Infância; Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação. O conceito de Transtornos Globais do Desenvolvimento surge no final dos anos 60, derivado especialmente dos trabalhos de M. Rutter e D. Cohen. Ele traduz a compreensão do autismo como um transtorno do desenvolvimento. O autismo é explicado e descrito como um conjunto de transtornos qualitativos de funções envolvidas no desenvolvimento humano. Esse modelo explicativo permitiu que o autismo não fosse mais classificado como psicose infantil, termo que acarretava um estigma para as famílias e para as próprias crianças com autismo. Além disso, o modelo permite uma compreensão adequada de outras manifestações de transtornos dessas funções do desenvolvimento que, embora apresentem semelhanças, constituem quadros diagnósticos diferentes. A compreensão dos transtornos classificados como TGD, a partir das funções envolvidas no desenvolvimento, aponta perspectivas de abordagem, tanto clínicas quanto educacionais, bastante inovadoras, além de contribuir para a compreensão dessas funções no desenvolvimento de todas as crianças. A partir desse breve histórico e de sua análise crítica, podemos dimensionar a importância do momento atual da educação brasileira para as crianças com autismo e suas famílias. A empreitada nacional, empreendida por pais e gestores no sentido de constituir sistemas de ensino inclusivos, vem retirando as crianças com autismo e suas famílias do isolamento social histórico a que foram submetidas, enquanto segregadas em escolas especiais, tornando pauta das discussões da gestão educacional a responsabilidade e os desafios para a garantia do direito dessas pessoas à educação. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 28 AUTISMO O autismo é um transtorno neurológico altamente variável, que aparece pela primeira vez durante a infância ou adolescência e geralmente segue um curso estável, sem remissão. Os sintomas evidentes começam gradualmente após a idade de seis meses, mas geralmente estabelecem-se entre os dois ou três anos e tendem a continuar até a idade adulta, embora muitas vezes de forma mais moderada. Destaca-se não por um único sintoma, mas por uma tríade de sintomas característicos: prejuízos na interação social, deficiências na comunicação e interesses e comportamento repetitivo e restrito. Outros aspectos, como comer atípico também são comuns, mas não são essenciais para o diagnóstico. Os sintomas individuais de autismo ocorrem na população em geral e não são sempre associados à síndrome quando o indivíduo tem apenas alguns traços, de modo que não há uma linha nítida que separe traços patologicamente graves de traços comuns. Principais características: Prejuízo no desenvolvimento da interação social e da comunicação. Pode haver atraso ou ausência do desenvolvimento da linguagem. Naqueles que a possuem, pode haver uso estereotipado e repetitivo ou uma linguagem idiossincrática. Repertório restrito de interesses e atividades. Interesse por rotinas e rituais não funcionais. Idade de manifestação: Antes dos 3 anos de idade. Importante para o diagnóstico diferencial: Prejuízo no funcionamento ou atrasos em pelo menos 1 das 3 áreas: Interação social; Linguagem para comunicação social; Jogos simbólicos ou imaginativos. De acordo com o DSM.IV, podemos descrever algumas características que podem ser manifestadas pelas pessoas com autismo. O autismo se caracteriza pela presença de um desenvolvimento acentuadamente prejudicado na interação social e comunicação, além de um repertório marcantemente restrito de atividades e interesses. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 29 As manifestações desse transtorno variam imensamente a depender do nível de desenvolvimento e idade. Os prejuízos na interação social são amplos, podendo haver também prejuízos nos comportamentos não verbais (contato visual direto, expressão facial, gestos corporais) que regulam a interação social. As crianças com autismo podem ignorar outras crianças e não compreender as necessidades delas. Os prejuízos na comunicação também são marcantes e podem afetar habilidades verbais e não verbais. Pode haver atraso ou falta total de desenvolvimento da linguagem falada. Naqueles que chegam a falar, pode existir prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversação, uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou uma linguagem idiossincrática (uso peculiar de palavras ou frases não possibilitando entender o significado do que está sendo dito). Quando a fala se desenvolve, o timbre, a entonação, a velocidade, o ritmo ou a ênfase podem ser anormais (ex.: o tom de voz pode ser monótono ou elevar-se de modo interrogativo ao final de frases afirmativas). As estruturas gramaticais são freqüentemente imaturas e incluem o uso estereotipado e repetitivo (ex.: repetição de palavras ou frases, independentemente do significado, repetição de comerciais ou jingles). Pode-se observar uma perturbação na capacidade de compreensão da linguagem, como entender perguntas, orientações ou piadas simples. Asbrincadeiras imaginativas em geral são ausentes ou apresentam prejuízos acentuados. Existe, com frequência, interesse por rotinas ou rituais não funcionais ou uma insistência irracional em seguir rotinas. Os movimentos corporais estereotipados envolvem mãos (bater palmas, estalar os dedos), ou todo o corpo (balançar-se, inclinar-se abruptamente ou oscilar o corpo), além de anormalidades de postura (ex.: caminhar na ponta dos pés, movimentos estranhos das mãos e posturas corporais). Podem apresentar preocupação persistente com partes de objetos (botões, partes do corpo). Também pode haver fascinação por movimentos (rodinhas dos brinquedos, abrir e fechar portas, ventiladores ou outros objetos com movimento giratório). UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 30 TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS Piaget afirma que a inteligência se constrói mediante a troca entre o organismo e o meio, mecanismo pelo qual se dá a formação das estruturas cognitivas ―o organismo com sua bagagem hereditária, em contato com o meio, perturba-se, desiquilibra-se e, para superar esse desequilíbrio e se adaptar, constrói novos esquemas‖. Esse autor coloca que o importante para o desenvolvimento cognitivo não é a sequência das ações empreendidas pela criança, mas sim o esquema geral dessas ações que pode ser transposto de uma situação para outra. Assim, os esquemas são concebidos como resultado direto das generalizações das próprias ações, não sendo de natureza perceptível, mas funcional. Dessa maneira, as ações da criança sobre o meio: fazer coisas, brincar e resolver problemas, podem produzir formas de conhecer e pensar mais complexas, combinando e criando novos esquemas, possibilitando novas formas de fazer, compreender e interpretar o mundo que a cerca. Na abordagem sociohistórica, o desenvolvimento humano é uma construção de natureza social que ocorre no contato com o outro. Tanto para Vygotsky (1991) como para Bakhtin (1988) o desenvolvimento cultural é mediado pela linguagem, pelos signos e significados construídos na interação contínua e permanente com o outro, abrindo novas possibilidades na constituição do sujeito. Os transtornos funcionais específicos da aprendizagem: disgrafia, disortografia, dislexia e discalculia, integram o conjunto de transtornos mais comentados nos espaços escolares, relacionados as dificuldades de aprendizagem, onde cada um abrange determinada área de impedimento da linguagem. Porém, é necessário correto diagnóstico para o enfrentamento desses transtornos, solidificando, assim, o tratamento da criança. As principais causas da disgrafia são a sequencialização que implica na falha perceptível, acarretando dificuldades no processamento sequencial da informação recebida e na sua forma de organização, processamento da escrita. Essas dificuldades processuais podem ser de origem auditiva, estando relacionadas à aprendizagem e a compreensão da linguagem (aprendizagem verbal e visual). UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 31 O reconhecimento da escola como espaço de desenvolvimento de aprendizagens, em prol da autonomia, e a convicção na possibilidade de se exercer este papel junto à criança. Podem se perceber ainda distúrbios de motricidade ampla especialmente fina, também distúrbios de coordenação visiomotora, deficiência da organização temporoespacial, problemas de lateralidade e direcionalidade. A disortografia caracteriza-se pela incapacidade em transcrever corretamente a linguagem oral, com trocas ortográfica e confusões com as letras, embora essas trocas sejam consideradas normais nos primeiros anos do ensino fundamental, pois os sons ainda não estão totalmente dominados. Transtorno de aprendizagem da leitura e da escrita, em nível severo, que afeta um subconjunto, claramente minoritário, dos indivíduos com problemas na aprendizagem da leitura e da escrita. Dessa forma, é assim considerada por estar em uma escala elevada dentro das dificuldades de aprendizagem, com rendimento escolar que se situa inferior ao esperado para a idade cronológica, para o potencial intelectual e para a escolaridade do indivíduo. Trata-se, também, de uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando, ainda, alteração neurológica, que surge em decorrência de dificuldades no processamento auditivo e visuoperceptual. Em outras palavras, é importante, na tentativa de acolhimento àquela criança, não proporcionar a ela vivências que não farão parte da sua rotina no futuro. A inflexibilidade e o apego a rotinas poderão levar a criança a estabelecer rotinas inadequadas no interior da escola, que causarão dificuldades posteriores para os profissionais e para a própria criança quando forem reformuladas. Exemplos disso são o acolhimento individual com acesso a brinquedos que não é dado às demais crianças, horários reduzidos para adaptação progressiva, permanência separada da turma em espaços como sala da coordenação ou direção da escola, alimentação em horário diferente do restante da turma, etc. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 32 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM A Aprendizagem de forma geral envolve diversas esferas, sejam elas sociais, biológicas ou até mesmo cognitivas. Dentro desta abordagem, também existem os Transtornos de Aprendizagem ou Dificuldades de Aprendizagem, que atualmente afetam um número expressivo de pessoas, sendo percebidos, principalmente na infância. Esses distúrbios, de acordo com o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais – 5ª Edição) são distintos e podem ser classificados como leves, moderados ou graves, gerais ou específicos, de curta ou longa duração. O Transtorno de Aprendizagem por sua vez, está relacionado a um conjunto de dificuldades pontuais e específicos, normalmente ligado a uma disfunção neurológica, ou seja, nesta condição o cérebro pode funcionar de uma forma diferente, mesmo que o indivíduo apresente uma situação física, social ou emocional considerada ―normal‖. Por exemplo, algumas pessoas apresentam dificuldade em adquirir conhecimento apenas em determinadas áreas, o que não representa incapacidade, já que o Transtorno de Aprendizagem tem tratamento. Fazer a diferenciação entre Dificuldade de Aprendizagem e Transtorno de Aprendizagem é fundamental, visto que cada um possui origem e causas completamente diferentes, que também demandam abordagens terapêuticas distintas. Causas do Transtorno de Aprendizagem: Ainda segundo o DSM-5, a origem do Transtorno de Aprendizagem é intrínseca ao aspecto biológico, por se tratar de um transtorno do neurodesenvolvimento. Além disso, a condição pode estar associada a fatores genéticos, ambientais e epigenéticos, o que também afeta a capacidade do cérebro de assimilar as informações tanto verbais como não verbais. Além de ressaltar que as causas do Transtorno de Aprendizagem podem ser multifatoriais, o DSM-5 preconiza que alguns fatores não podem ser levados em consideração como consequência do distúrbio, por exemplo: Doença cerebral ou traumatismo; Comprometimento visual ou auditivo; Falta de oportunidade em aprender; Mudanças escolares (ocasionando descontinuidade educacional). UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 33 Existem alguns Transtornos de Aprendizagem que são mais comuns, como: Transtorno da Leitura, também conhecido como Dislexia é caracterizado quando o indivíduo possui problemas de identificação no reconhecimento das palavras, decodificação e ortografia; Transtorno de Escrita, como o próprio nome já diz, está relacionado a problemas que abrangem a construção da ortografia e caligrafia; Transtorno de Matemática, tecnicamente conhecido como Discalculia, é quando a criança apresenta dificuldade em entender conceitos relacionados a números,símbolos ou funções necessárias normalmente para a matemática. O processo para reconhecer e distinguir o ―transtorno‖ da ―dificuldade‖ pode ser complexo. Porém, alguns sinais que demandam atenção, podem indicar o Transtorno de Aprendizagem. Grande parte das crianças, por exemplo, apresenta um ou mais comportamentos alternadamente relacionados ao aprendizado. Porém, caso eles persistam, é a hora de buscar ajuda profissional, pois somente desta forma, os sintomas poderão ser identificados e definidos como Transtorno de Aprendizagem. Os tratamentos sugeridos podem ser por meio de: Intervenção psicopedagógica; Intervenção fonoaudiológica; Programas educativos especiais; Medicamentos (para casos mais acentuados). Fazer todo o possível para ajudar um filho nesta condição é natural, mas antes de optar por qualquer tratamento ou por ―terapias alternativas‖, consulte um profissional capacitado que oriente sobre a melhor forma de tratamento, considerando individualmente o paciente e o tipo de Transtorno de Aprendizagem. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 34 QUAIS SÃO OS TIPOS DE TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM Quando falamos em dificuldades de aprendizagem, estamos nos referindo especificamente a alguns tipos de desordens que impedem uma pessoa de aprender no mesmo ritmo de quem não apresenta o problema — e não à dificuldade normal que todos temos em aprender um determinado tema. Essas desordens normalmente afetam a capacidade do cérebro em receber as informações e processá-las, comprometendo o aprendizado e deixando-o mais lento em comparação do que o normal. Elas podem estar relacionadas tanto a fatores externos quanto a alguns tipos de transtornos. Dificuldade de aprendizagem, por vezes referida como desordem de aprendizagem ou transtorno de aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual um indivíduo apresenta dificuldades em aprender efetivamente. A desordem afeta a capacidade do cérebro em receber e processar informação e pode tornar problemático para um indivíduo o aprendizado tão rápido quanto o de outro, que não é afetado por ela. A expressão é usada para referir condições sócio-biológicas que afetam as capacidades de aprendizado de indivíduos, em termos de aquisição, construção e desenvolvimento das funções cognitivas, e abrange transtornos tão diferentes como incapacidade de percepção, dano cerebral, disfunção cerebral mínima (DCM), autismo, dislexia e afasia desenvolvimental. No campo da Educação, as mais comuns são a dislexia, a disortografia e a discalculia. Um indivíduo com dificuldades de aprendizagem não apresenta necessariamente baixo ou alto QI: significa apenas que ele está trabalhando abaixo da sua capacidade devido a um fator com dificuldade, em áreas como por exemplo o processamento visual ou auditivo. As dificuldades de aprendizagem normalmente são identificadas na fase de escolarização, por profissionais como psicólogos, através de avaliações específicas de inteligência, conteúdos e processos de aprendizagem. Embora a dificuldade de aprendizagem não seja indicativa do nível de inteligência, os seus portadores têm dificuldades em desempenhar funções ou habilidades específicas, ou em completar tarefas, caso entregues a si próprios ou se encarados de forma convencional. Estes indivíduos não podem ser curados ou melhorados, uma vez que o problema é crônico, ou seja, para toda a vida. Entretanto, com o apoio e intervenções adequados, esses mesmos UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 35 indivíduos podem ter sucesso escolar e continuar a progredir em carreiras bem sucedidas, e mesmo de destaque, ao longo de suas vidas. Em tempo, ainda pode se ressaltar que as chamadas dificuldades de aprendizagens surgem devidos na maioria das vezes por situações sociais, ou seja, o meio em que convive. A família é um canal para essa melhoria, pois, o professor que é um especialista da área de ensinar pode realizar algumas interferências, porém o chamado educador poderá ser qualquer cidadão, pois educar todos tem essa capacidade, e professor é uma profissão. "Dificuldades de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo e presume-se que devido à disfunção do Sistema Nervoso Central. Apesar de que uma dificuldade de aprendizagem pode ocorrer concomitantemente com outras condições incapacitantes (por exemplo, deficiência sensorial, retardo mental, distúrbio social e emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é o resultado direto dessas condições ou influências. Ainda nos Estados Unidos, o "Individuals with Disabilities Education Act" (Lei de Educação das Pessoas Portadoras de Deficiência) define uma dificuldade de aprendizagem da seguinte forma: "(...) [um] transtorno em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou na utilização de linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se em uma habilidade imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos (...). Dificuldades de Aprendizagem incluem condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento." Indivíduos com um QI abaixo de 70 são geralmente caracterizados como portadores de retardo mental, deficiência mental ou dificuldades cognitivas e não são compreendidos na maioria das definições sobre dificuldades de aprendizagem, uma vez que neles essas dificuldades estão ligadas diretamente ao seu baixo QI. Em contraste, indivíduos que apresentam dificuldades de aprendizagem têm potencial de aprendizagem tanto quanto outros indivíduos de inteligência mediana, mas muitas vezes são impedidos de alcançar esse potencial. UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 36 Referências Bibliográficas Sobre o autor: Bruno Freitas Santos.EDUCAÇÃO ESPECIAL: DESAFIOS EM BUSCA DA INCLUSÃO. Disponível em: ppg.revistas.uema.br. http://ppg.revistas.uema.br/index.php/PESQUISA_EM_FOCO Pesquisa realizada em: 08/02/2020 Sobre o autor: Libéria Rodrigues Neves. Mônica Maria Farid Rahme. Carla Mercês da Rocha Jatobá Ferreira. Política de Educação Especial e os Desafios de uma Perspectiva Inclusiva. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175- 62362019000100203&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt&ORIGINALLANG=pt Pesquisa realizada em: 08/02/2020 Sobre o autor: Izabella Mendes Sant’Ana. EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES E DIRETORES. Disponível em: http://www.scielo.br/ Pesquisa realizada em: 08/02/2020 Sobre o autor: Daniela Violim da Silva.Secretaria Municipal da Educação de Bauru.Fernanda Aparecida de Souza Corrêa Costa. Secretaria Municipal da Educação de Bauru. Vera Lucia Messias Fialho UP CURSOS 2023 https://upcursosgratis.com.br 37 Capellini UNESP, Faculdade de Ciências,Departamento de Educação.Relma Urel Carbone Carneiro. UNESP de Araraquara. Revista Paulista de Educação. CONCEPÇÕES DA EQUIPE ESCOLAR SOBRE A GESTÃO ESCOLAR E A ESCOLA INCLUSIVA. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/ Pesquisa realizada em: 08/02/2020 Sobre o autor: Meire Aparecida Mendes dos Anjos.Luciana de Araújo Mendes Silva.BREVE RESUMO DO ITINERÁRIO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Disponível em: https://doi.galoa.com.br/ Pesquisa realizada em: 08/02/2020 Sobre o autor: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_inclusiva
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