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72 Unidade II Unidade II 5 ACESSIBILIDADE Para o tecnólogo que atua em negociações imobiliárias, a acessibilidade em uma edificação é um dado importante a ser verificado. A Lei de acessibilidade n. 10.098, criada em 2000, foi regulamentada pelo Decreto n. 5.296, em 2004. A norma de acessibilidade é a ABNT NBR 9050, de 2020, e os edifícios de construção recente devem garantir o acesso universal. O termo “universal” é utilizado para designar a “concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem utilizados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva” (ABNT, 2020a, p. 4). Dependendo da idade do imóvel, alguns itens que hoje são normatizados à época de sua construção não o eram. Assim, ao realizar alguma negociação imobiliária, é preciso analisar se esse imóvel terá sua avaliação prejudicada e se será necessária a adaptação física para que a prefeitura conceda o alvará de funcionamento. A maior parte das peças gráficas, desenhos técnicos, que poderão ser consultados de início, dizem respeito principalmente a plantas e leiautes, eventualmente cortes e elevações dos ambientes. Os elementos da construção a serem observados em primeiro lugar são os acessos ou circulações. Não só as circulações horizontais, geralmente rampas, ou esteiras rolantes para percursos mais longos, mas principalmente as verticais, como elevadores, cadeiras ou plataformas elevatórias são imprescindíveis para atender alguns dos quesitos exigidos na análise de um projeto. Lembrete O termo “universal” é utilizado para designar o conhecimento de produtos, ambientes, programas e serviços a serem utilizados por qualquer pessoa sem necessidade de adaptação, definições ou particularidades, incluindo recursos de tecnologia assistiva. Sinalização dos tipos de circulação Segundo a NBR 9050 (ABNT, 2020a), a sinalização para os diversos tipos de circulação deve obedecer ao padrão que segue na figura: 73 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Elevador Escada rolante Escada rolante com degrau para cadeira de rodas Escada Escada com plataforma móvel Esteira rolante Rampa Figura 65 – Sinalização para circulações Fonte: ABNT (2020a, p. 45). 5.1 Rampas A figura 66 representa em planta (vista de cima) uma rampa para acessibilidade, que mostra suas relações e dimensões de comprimento e largura. No lado esquerdo há a indicação em palavras do “patamar inicial”, logo abaixo o círculo com a letra A, que representa a indicação do corte A. Circunscrevendo o círculo indicativo de corte há um triângulo preto (coberto em parte pelo círculo), mas que representa a direção da vista do corte. Logo abaixo da indicação do corte A, ainda à esquerda, encontram‑se os símbolos que indicam os níveis 0.00 (zero) (N.0. – nível no osso, que significa na laje) e +0,15 (N.A. – nível acabado), que são as cotas de nível, isto é, as dimensões em altura. Ao lado dessas informações consta um retângulo com vários pequenos círculos que indicam o piso tátil para pessoas com deficiência visual. No centro da rampa consta uma pequena letra S com uma linha contínua que se dirige à direita da figura. O S significa que a rampa sobe de um nível inferior para um superior. Na parte inferior do desenho consta o nome e a escala, que é de 1:25, isto é, nessa escala 1 metro corresponde a 4 centímetros no desenho. Ainda na parte superior do desenho, avançando o perímetro da rampa, consta a dimensão do avanço do corrimão, que é de 0,30 metros ou 30 centímetros. 74 Unidade II Figura 66 – Planta de uma rampa acessível Fonte: Sbarra (2017). Na figura 67, podemos ver as alturas dos elementos que configuram a rampa, como o corrimão e o guarda‑corpo, a partir do corte A, que nesse caso é um corte longitudinal. O corte é uma seção da rampa realizada em uma linha imaginária (mas indicada na planta, que nesse caso não é a central) para representar a rampa em suas relações verticais. Neste desenho, a escala é a mesma, isto é, 1:25: Figura 67 – Corte A de uma rampa acessível Fonte: Sbarra (2017). 75 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Observação O guarda‑corpo corresponde às proteções laterais à meia altura da escada; pode ser executado de diversas maneiras, com gradil, com vidro, com alvenaria etc. O corrimão é um elemento geralmente acoplado ao guarda‑corpo que serve para fornecer maior segurança para quem sobe ou desce a escada. Na figura 68, é importante perceber a indicação da declividade da rampa e das dimensões de seu comprimento total em metros. Além disso, há outra indicação de corte, tal como na figura 69, o corte B, que nesse caso é transversal. Figura 68 – Indicação da declividade da rampa e de seu comprimento Fonte: Sbarra (2017). Na figura 69, podemos ler a chegada da rampa, com a indicação das cotas de níveis de chegada. Da mesma maneira, o N.O. é + 0,80, isto é, o nível no osso é 0,80 metros ou 80 centímetros, e o N.A. é + 0,95, isto é, o nível acabado é 0,95 metros ou 95 centímetros. Em resumo, a rampa venceu 80 centímetros, pois é só fazer a diferença do N.O. da figura 70 com o N.O. da figura 69, ou do N.A. da figura 70 com o N.A. da figura 69, dá no mesmo, são os 80 centímetros citados anteriormente. 76 Unidade II Figura 69 – Planta da rampa em sua chegada: cota de nível acima Fonte: Sbarra (2017). Lembrete A anotação N.O. significa “no osso”, que quer dizer que o nível está referenciado na estrutura, sem acabamento. 5.2 Escadas e esteiras rolantes Em edifícios com grande fluxo de pessoas, shoppings centers, aeroportos, estações ferroviárias ou metroviárias, lojas de departamentos etc., encontramos geralmente sistemas de circulação horizontal ou vertical, que permitem alcançar andares acima ou abaixo, mecânicos, com velocidade reduzida para o conforto do usuário. Na figura a seguir, representa‑se o corte de uma escada rolante. O importante no desenho é identificar que é uma escada rolante, e que possui uma inclinação entre 30° e 35°, que a norma determina. 77 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Figura 70 – Corte de uma escada rolante Fonte: Atlas Schindler (2008, p. 19). A esteira rolante pode ter uma inclinação (de 10° a 12°) ou pode estar instalada na horizontal (de 0° a 6°). Na figura 71, é possível ver determinada inclinação entre 10° e 12°. As inclinações decorrem das dimensões dos espaços disponíveis para a instalação desses equipamentos. 78 Unidade II Figura 71 – Corte de uma esteira rolante Fonte: Atlas Schindler (2008, p. 22). 79 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Observação A diferença entre escada e esteira rolantes é o ângulo de inclinação e a existência de degraus móveis nas escadas e sua inexistência no caso das esteiras. O quadro 8 apresenta os tipos de circulação mais adequada, se é escada rolante ou esteira rolante a ser utilizada em diversos tipos de edifícios. Quadro 8 – Segmentos de aplicação em relação à escada ou esteira rolantes Escadas rolantes Esteiras rolantes Schindler 9300® Advanced Edition Schindler 9700® Schindler 9500® Standard Modular Custom Transport Esteira rolante inclinada Esteira rolante horizontal Shopping centers X X Lojas X Lojas “faça você mesmo” X X Supermercados X X Cinemas X Museus X Bibliotecas X X Centros de convenções X X X Aeroportos X X Estações ferroviárias X X X Estações de metrô X X X Fonte: Atlas Schindler (2008, p. 15). 5.3 Área de resgate Nas figuras 72 e 73, pode ser lido, em planta, o local de permanência em caso de resgate de pessoa em cadeira de rodas. Na primeira, não consta o elevador. Na segunda, já consta o elevador de emergência. 80 Unidade II Dimensões em metros A) Espaço reservado para P.C.R. – exemplo 1 B) Espaço reservado para P.C.R. – exemplo 2 Figura 72 – Espaço reservado para pessoa em cadeira de rodas em área de resgate Fonte: ABNT (2020a, p. 55). C) Espaço reservado para P.C.R. – exemplo 3 D)Espaço reservado para P.C.R. – exemplo 4 Figura 73 – Espaço reservado para pessoa em cadeira de rodas em área de resgate Fonte: ABNT (2020a, p. 56). 81 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS 5.4 Banheiros, lavabos e sanitários coletivos Nas áreas molhadas, como banheiros, lavabos, sanitários coletivos ou vestiários, é necessário garantir o acesso aos equipamentos que esses espaços dispõem, principalmente para pessoas com necessidades especiais ou em cadeira de rodas. Assim, cabe a análise do espaço, em primeiro lugar em planta, para compreender se a norma foi atendida. 5.4.1 Sinalização de sanitários acessíveis A seguir, na figura 74, a sinalização de sanitários acessíveis de acordo com a norma: Sanitário feminino e masculino Sanitário feminino acessível Sanitário feminino e masculino acessível Sanitário masculino acessível Sanitário familiar acessível Figura 74 – Sinalização de sanitários acessíveis Fonte: ABNT (2020a, p. 44). Na figura 75, podemos ler as dimensões necessárias, em planta, para a transferência da cadeira de rodas para a bacia sanitária, de acordo com a norma. 82 Unidade II A) Transferência lateral B) Transferência perpendicular C) Transferência diagonal A D) Transferência diagonal B Figura 75 – Dimensões para áreas de transferência para a bacia sanitária Fonte: ABNT (2020a, p. 89). No caso de salas de plateia de cinema e teatro, podemos ler nas figuras 76 e 77, respectivamente, os ângulos necessários para que a pessoa em cadeira de rodas tenha garantida a visibilidade. Dimensões em metros Limite superior da tela Figura 76 – Ângulo visual para pessoa em cadeira de rodas em cinemas (vista lateral) Fonte: ABNT (2020a, p. 122). 83 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Dimensões em metros Cenário Figura 77 – Ângulo visual para pessoa em cadeira de rodas em teatros (vista lateral) Fonte: ABNT (2020a, p. 122). As figuras 78 e 79 ilustram as dimensões necessárias para ambientes residenciais, como o dormitório e a cozinha, respectivamente. Dormitório acessível – Área de circulação mínima ‑ Exemplo – Vista superior Figura 78 – Dormitório acessível Fonte: ABNT (2020a, p. 129). 84 Unidade II A) Vista superior Cozinha – Área de aproximação e medidas para uso B) Vista frontal Figura 79 – Cozinha acessível Fonte: ABNT (2020a, p. 130). 6 HIGIENE E CONFORTO A higiene e o conforto são fatores importantes que os ambientes das edificações determinam na vida do ser humano, do ponto de vista do conforto térmico, ventilação e iluminação, e deveriam ser tratados com mais rigor, não só pelos órgãos de aprovação de projetos, fiscalização de execução, mas principalmente pelo cliente que pretende adquirir um imóvel, alugar para habitar ou trabalhar, ou simplesmente negociá‑lo, bem como pelo profissional que o projeta. 6.1 Conforto térmico 6.1.1 O norte, a insolação e a ventilação O tecnólogo em negociações imobiliárias deve, em primeiro lugar, verificar qual é a orientação do imóvel. No Brasil e em determinadas regiões, mais ao sul do país, no caso de habitação, o imóvel deve estar voltado para o norte, principalmente seus dormitórios. Se nessas regiões estiverem voltados para o sul, haverá umidade e baixas temperaturas no inverno, propiciando grande desconforto e até doenças. O norte deve ser indicado graficamente na planta de situação, de implantação, nas plantas da edificação, planta de cobertura. Veja na figura 80 um tipo de seta que indica o norte, como já foi mostrado no item Indicação gráfica. N Figura 80 – Representação do norte Fonte: ABNT (1994a, p. 14). 85 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS A questão importante determinada pela implantação do imóvel em relação ao percurso do Sol é o dispêndio de energia que ocorrerá. Na figura 81 está representado esse percurso. Figura 81 – Movimento aparente do Sol Fonte: Pereira (2009, p. 59). Essa conjunção entre a implantação do imóvel em relação ao norte e a dos ventos dominantes poderá propiciar conforto térmico sem a necessidade da utilização de equipamentos mecânicos para o resfriamento do ambiente, como o ar‑condicionado, mas apenas utilizando uma implantação correta e tirando proveito de uma boa ventilação natural. Nem sempre isso é possível no Brasil, visto suas dimensões territoriais e seus diferentes climas de norte a sul, leste a oeste, mas na maioria dos casos é possível garantir baixo consumo de energia utilizando várias soluções técnicas interessantes. É no projeto arquitetônico que é definido o tipo de condicionamento do ar que será utilizado. Pode ser o artificial, o natural acoplado ao artificial, ou apenas o natural, que é o que maior eficiência energética trará ao imóvel. Saiba mais Para conhecer mais sobre as questões de sustentabilidade e eficiência energética, assista ao vídeo: UM PRÉDIO que ensina. 2015. 1 vídeo (4:57). Publicado por Centro Sebrae Sustentabilidade. Disponível em: https://cutt.ly/0c6CgNq. Acesso em: 12 abr. 2021. O conforto térmico é uma relação entre o indivíduo e o ambiente. A temperatura adequada para os seres humanos em ambientes internos é entre 22 e 23 °C. Mas em locais em que as temperaturas externas são muito altas ou muito baixas é possível utilizar expedientes de projeto que propiciem a diminuição ou aumento da temperatura interna em relação à externa, e essa diferença já permite maior conforto ao usuário. Na figura a seguir, vê‑se o esquema de ventilação natural em corte do Centro 86 Unidade II Sebrae de Sustentabilidade em Cuiabá (MT), projeto do arquiteto João Afonso Botura Portocarrero. Nesse edifício, apesar de existir o ar‑condicionado, pode‑se ver no esquema gráfico o encaminhamento da ventilação natural entre as duas cascas de concreto armado. Figura 82 – Esquema de ventilação do Centro Sebrae em Cuiabá (MT) Fonte: Portocarrero (2018, p. 217). Na figura a seguir, a fotografia mostra uma espécie de fresta que permite que o ar penetre entre duas cascas. Portanto há um resfriamento da casca interna, feita com uma ventilação natural. Figura 83 – Centro Sebrae em Cuiabá (MT) Fonte: Portocarrero (2018, p. 217). 87 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Saiba mais Conheça o projeto Sebrae em Cuiabá, do arquiteto João Afonso Botura Portocarrero, premiado pela sustentabilidade, nos seguintes vídeos: CENTRO SEBRAE de Sustentabilidade – depoimento de José Portocarrero (#arquiteturafazdiferença). 2018. 1 vídeo (6:33). Publicado por CAU/BR. Disponível em: https://cutt.ly/PvoPFzU. Acesso em: 14 abr. 2021. UM PRÉDIO que ensina. 2015. 1 vídeo (4:57). Publicado por Centro Sebrae Sustentabilidade. Disponível em: https://cutt.ly/0c6CgNq. Acesso em: 10 abr. 2021. Para um conforto térmico eficiente, interessa conhecer ainda algumas especificidades dos vãos de aberturas e seus respectivos modelos. Em um país tropical como o nosso, com altas temperaturas nos períodos de verão, ocorrem chuvas muitas vezes torrenciais. Se todas as janelas tiverem que ficar absolutamente fechadas para que não haja infiltração de água nos espaços internos, a temperatura interna do ambiente aumentará, porque foi interrompida a ventilação. Portanto é muito importante que a janela permita abertura para ventilação na parte superior a fim de propiciar a saída do ar quente, que sobe para o exterior. Assim, existem modelos de janela mais adequados do que outros. A seguir apresentamos os diversos tipos de janelas ou esquadrias: Figura 84 – Janela de giro, de eixo vertical Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 28). A figura a seguir mostra a janela do tipo basculante. Esse tipo de janela é interessante em sua composição com folhas de correr ou de abrir, pois é o tipo de esquadria que permite garantir a ventilação, caso no exterior esteja chovendo, por exemplo. 88 Unidade II Figura 85 – Janela basculante Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 30). Na figura 86, apresenta‑se a janela de correr.Esse tipo de janela para arejar adequadamente um ambiente deve ter uma dimensão que considere o volume de ar do ambiente, porque não basta ter uma janela, na maioria das vezes com apenas duas folhas que apenas uma abre, com dimensões mínimas. Figura 86 – Janela de correr Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 30). Na figura a seguir, apresenta‑se um exemplo de janela integrada com persiana de enrolar e folhas de correr. Esse tipo de janela é ideal para arejar o ambiente e ainda promover o sombreamento. 89 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Figura 87 – Janela integrada com persiana de enrolar e folhas de correr Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 32). As janelas pivotantes são interessantes, pois podem ter formas geométricas como retangular, quadrada ou circular e permitem a boa abertura, praticamente total do vão, como o exemplo da figura 88. Figura 88 – Janela pivotante Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 29). Outro tipo de janela que propicia boa ventilação é a janela maxim‑ar, adequada para locais que necessitam de boa ventilação, como áreas molhadas, cozinhas, banheiros, lavanderias etc. Contudo, são também utilizadas em todos os outros tipos de ambiente. A dupla abertura, da parte inferior da folha e da parte superior da mesma folha, gera o efeito que se chama chaminé, fazendo circular o ar no interior do ambiente, como pode ser visto na figura a seguir. 90 Unidade II Figura 89 – Janela projetante‑deslizante (maxim‑ar) Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 31). No caso da janela de tombar, como mostra a figura 90, a abertura não propicia tanta ventilação quanto a maxim‑ar, sendo necessária a existência de outras aberturas em diferentes alturas e eventualmente tipos para garantir uma boa ventilação. Figura 90 – Janela de tombar Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 34). 91 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Nas residências mais antigas encontram‑se as janelas guilhotina, que também permitem boa ventilação quando se alternam as folhas que estão na parte superior com as que ficam na parte inferior (figura 91). Sendo assim, na maioria dos casos, podem ter as folhas abertas na parte superior ou na parte inferior, alternando‑as. Figura 91 – Janela guilhotina Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 31). A figura 92 apresenta esse tipo de janela, porém integrada à guilhotina com veneziana de giro, proporcionando ainda a alternação com sombreamento. Figura 92 – Janela integrada guilhotina com veneziana de giro Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 33). Por último, a janela sanfonada (camarão) também permite a abertura do vão praticamente de forma total, portanto propicia uma boa ventilação também, como mostra a figura a seguir. 92 Unidade II Figura 93 – Janela sanfonada (camarão) Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017, p. 32). 6.2 Conforto acústico As normas brasileiras para controle dos níveis de ruído externos é a NBR 10151, de 2019, e a NBR 10152, de 2017, para ambientes internos. A situação e a implantação influenciam no nível de ruído que o imóvel será atingido, bem como de acordo com os sistemas construtivos e materiais utilizados, os ruídos decorrentes de vários tipos de vibrações, vozes, sons etc. poderão afetar também os espaços e ambientes internos. Por isso é necessário conhecer como o imóvel foi construído, se possui manta acústica, por exemplo. 6.3 Conforto luminoso Como vimos no item 6.1.1, a abertura dos vãos propicia uma boa iluminação natural além da artificial, que é o conforto luminoso necessário para as atividades nos espaços internos. Portanto, privilegiar aberturas adequadas e calculadas para oferecer qualidade luminosa é uma prerrogativa do profissional que projeta um edifício, isto é, o arquiteto e urbanista. Para o técnico em negócios imobiliários é importante observar essas qualidades no imóvel e saber reconhecer os elementos construtivos que propiciam essa qualidade. 7 PROJETOS ARQUITETÔNICOS E PROJETOS COMPLEMENTARES AO PROJETO ARQUITETÔNICO 7.1 Projeto arquitetônico O projeto de arquitetura é responsável pelo processo no qual uma construção é concebida, e também por sua representação formal ou partido arquitetônico. No partido arquitetônico, também conhecido como estratégia ou conceito, está implícita a discussão de aspectos como implantação e distribuição do 93 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS programa de necessidades, estrutura e relações de espaço, internos e externos, quesitos ambientais etc. Todas as questões centrais para os arquitetos na concepção dos projetos, sempre permeadas por outros temas relativos às atividades criativas, como composição, estilo e estética (MEREB, 2013, p. 2). O projeto de edificações é composto de seis etapas, conforme o quadro a seguir: Quadro 9 – Fases do projeto de arquitetura Denominação Escopo Subfases Fase A Concepção do produto (estudo preliminar conforme NBR 13.531) Conjunto de informações de caráter técnico, legal, financeiro e programático que deverão ser levantadas e que nortearão a definição do partido arquitetônico e urbanístico, das soluções de sistemas e do produto imobiliário pretendido LV – Levantamento de dados PN – Programa de necessidades EV – Estudo de viabilidade Fase B Definição do produto (anteprojeto conforme NBR 13.531) Definição do partido arquitetônico e urbanístico, fruto da análise e consolidação das informações levantadas na etapa anterior EP – Estudo preliminar AP – Anteprojeto PL – Projeto legal Fase C Identificação e solução de interfaces (projeto básico ou pré‑executivo conforme NBR 13.531) Consolidação do partido arquitetônico considerando a interferência e compatibilização de todas as disciplinas complementares e suas soluções balizadas pela avaliação dos custos, métodos construtivos e prazos de execução PB – Projeto básico Fase D Detalhamento de especialidades (projeto executivo conforme NBR 13.531) Detalhamento geral de todos os elementos, sistemas e componentes do empreendimento gerando um conjunto de informações técnicas claras e concisas com objetivo de fornecer informação confiável e suficiente para a correta orçamentação e execução da obra PE – Projeto executivo Fase E Pós‑entrega do projeto Checar se as informações estão claras para orçamentação e obras Fase F Pós‑entrega da obra Identificar e registrar as alterações efetuadas em obra. Avaliar a edificação em uso As built Fonte: Mereb (2013, p. 13). A seguir, vamos expor as etapas das atividades técnicas do projeto de edificação e de seus elementos, instalações e componentes conforme constam das normas NBR 16636‑1 e NBR 16636‑2, ambas de 2017. 7.1.1 Levantamento de dados (LV) Etapa destinada à coleta das informações de referência que representem as condições preexistentes, de interesse para instruir a elaboração do projeto. Cada terreno tem características distintas quanto a topografia, localização, clima e definições históricas. A norma da ABNT referente à execução de levantamento topográfico é a NBR 13133, de 1994. Um levantamento planialtimétrico mostra as diferentes curvas de nível e os acidentes topográficos em planta baixa e pode também sugerir maneiras de desenvolver um conceito de projeto. 94 Unidade II 7.1.2 Programa de necessidades (PN) O cliente dá o ponto de partida de qualquer obra entendida como espaço/objeto a ser construído, fabricado ou montado. Pode ser pessoa física ou jurídica. As exigências do cliente e dos usuários se exprimem por meio do programa de necessidades que definem o objetivo do projeto. O programa de necessidades visa limitar e definir as especificações do projeto, determinando aspectos relativos à função, construção, materialidade e relação com o terreno. Ele é elaborado inicialmente como uma resposta àsintenções do cliente para o projeto; em seguida, o programa de necessidades é aprimorado de modo a fornecer informações detalhadas sobre as exigências do projeto, incluindo, entre outros fatores, o levantamento de campo, as exigências de acomodação, as exigências de leiaute interno e instalações e equipamentos especializados (FARRELLY, 2014, p. 170). O programa de necessidades (PN) é o documento preliminar do projeto que caracteriza o empreendimento ou o projeto objeto de estudo que contém o levantamento das informações necessárias, incluindo a relação dos setores que o compõem, suas ligações, necessidades de área, características gerais e requisitos especiais, posturas municipais, códigos e normas pertinentes (ABNT, 1994a, p. 2). É ainda o documento que exprime as exigências do cliente e as necessidades dos futuros usuários da obra. Em geral, descreve sua função, atividades que abrigará, dimensionamento e padrões de qualidade, assim como especifica prazos e recursos disponíveis para a execução. A elaboração desse programa deve, necessariamente, preceder o início do projeto, podendo, entretanto, ser complementado ao longo de seu desenvolvimento (ROTEIRO…, [s.d.]). Por fim, o programa de necessidades é a elaboração e a descrição documentada do conjunto de parâmetros e exigências qualitativas e quantitativas, correspondentes à utilização dos espaços da obra a ser projetada e às suas divisões em ambientes, recintos ou compartimentos. 7.1.3 Estudo de viabilidade (EV) Essa etapa é destinada à elaboração de análise e avaliações para seleção e recomendação de alternativas para a concepção da edificação e de seus elementos, instalações e componentes. 7.1.4 Estudo preliminar (EP): definições iniciais e conceituais Essa fase é destinada à concepção (figura 98) e à representação do conjunto de informações técnicas iniciais e aproximadas, necessárias à compreensão da configuração da edificação, podendo incluir soluções alternativas (ABNT, 1994a, p. 4‑5). O estudo preliminar constitui a configuração inicial da solução arquitetônica proposta para a obra (partido arquitetônico), figura a seguir, considerando as principais exigências contidas no programa de necessidades. Deve receber a aprovação preliminar do cliente (ROTEIRO…, [s.d.]). 95 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Figura 94 – Detalhe de estudo preliminar: esculturas praticáveis do belvedere Museu de Arte Trianon; Lina Bo Bardi, 1968 Fonte: Bardi (2015, p. 10). 7.1.5 Anteprojeto (AP) e/ou projeto de aprovação e/ou de pré‑execução (PR): interfaces com outras disciplinas Etapa destinada à concepção e à representação das informações técnicas provisórias de detalhamento da edificação e de seus elementos, instalações e componentes necessários ao inter‑relacionamento das atividades técnicas de projeto e suficientes à elaboração de estimativas aproximadas de custos e de prazos dos serviços de obras implicados (ABNT, 1994a, p. 5). O anteprojeto constitui a configuração final da solução arquitetônica proposta para a obra, considerando todas as exigências contidas no programa de necessidades e o estudo preliminar aprovado pelo cliente. Consiste ainda na configuração técnico‑jurídica da solução arquitetônica proposta para a obra ponderando, além das exigências contidas no programa de necessidades e do estudo preliminar ou anteprojeto aprovado pelo cliente, as normas técnicas de apresentação e representação gráfica emanadas dos órgãos públicos (em especial, prefeitura municipal, concessionárias de serviços públicos e corpo de bombeiros) (ROTEIRO…, [s.d.]). 7.1.6 Projeto legal (PL) Etapa destinada à representação das informações técnicas necessárias à análise e à aprovação, pelas autoridades competentes, da concepção da edificação e de seus elementos e instalações, com base nas legislações municipal, estadual e federal pertinentes (leis, decretos, portarias e normas), e à obtenção do alvará ou das licenças e demais documentos indispensáveis para as atividades de construção. 96 Unidade II Ele cumpre com a obrigação legal de aprovação do projeto na prefeitura local. Esse projeto é formatado segundo a legislação vigente e o projeto básico. Nessa etapa e com esse projeto é solicitado o alvará de construção da sua obra. Com o alvará de construção emitido, podemos iniciar a obra. Paralelamente ao desenvolvimento das fases de anteprojeto e do projeto básico, deverão ser desenvolvidos os projetos legais pertinentes para aprovação nas concessionárias públicas competentes, conforme suas características (energia elétrica e de gás; água e esgoto; telefonia e dados etc.). É importante que essa atividade ocorra simultaneamente para que possam ser compatibilizadas as exigências e restrições de cada órgão/concessionária com todas as interfaces do projeto como um todo. 7.1.7 Projeto básico (PB) (opcional): especificação e consolidação para cotação da obra O projeto básico é um avanço do anteprojeto e servirá de referência para a confecção dos projetos complementares. Nessa etapa, apresentamos ao cliente o resultado do anteprojeto e acrescentamos mais detalhes para compor o projeto legal e executivo. Etapa opcional destinada à concepção e à representação das informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, ainda não completas ou definitivas, mas consideradas compatíveis com os projetos básicos das atividades técnicas necessárias e suficientes à licitação (contratação) dos serviços de obra correspondentes. 7.1.8 Projeto para execução (PE): detalhamento e ajustes de compatibilização Etapa destinada à concepção e à representação final das informações técnicas da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, completas, definitivas, necessárias e suficientes à licitação (contratação) e à execução dos serviços de obra correspondentes (ABNT, 1994a, p. 5). O projeto da execução é o conjunto de documentos técnicos (memoriais, desenhos e especificações) necessários à licitação e/ou execução (construção, montagem, fabricação) da obra. Constitui a configuração desenvolvida e detalhada do anteprojeto aprovado pelo cliente (ROTEIRO…, [s.d.]). O projeto executivo deve ser considerado como o manual de instruções da obra, formatado e compatibilizado por todas as disciplinas de projetos. O documento contém um conjunto dos elementos necessários e suficientes para a execução completa da obra. Resumindo, essa etapa carrega desenhos de todos os projetos. A seguir aprenderemos como representar graficamente um projeto arquitetônico. 7.2 Desenho técnico do projeto arquitetônico de edificações A palavra projeto significa genericamente intento, desígnio, empreendimento e, em acepção, um conjunto de ações, caracterizadas e quantificadas, necessárias à concretização de um objetivo. Embora esse sentido se aplique a diversos campos de atividade, em cada um deles o projeto se materializa de forma específica (ROTEIRO…, [s.d.]). Um projeto tem início e fim. É nele que o arquiteto articula 97 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS propostas e soluções para uma obra. É muito mais do que apenas o desenho e sua planta. Inclui o levantamento de dados e informações preliminares para saber o que é possível (e o que não é possível) de ser construído naquele espaço. Após essa interpretação, o arquiteto elabora um conceito. É nessa etapa que a imaginação e o senso estético moldam as intenções do profissional. O objetivo principal do projeto de arquitetura da edificação é a execução da obra idealizada pelo arquiteto. Essa obra deve se adequar aos contextos naturais e culturais em que se insere e responder às necessidades do cliente e futuros usuários do edifício. Dessa maneira, o projeto arquitetônico de edificações é o conjunto de desenhos e documentos técnicos necessários à construção, fabricação ou montagem da obra. O projeto de arquitetura é responsável pelo processo no qual uma construção é concebida, e também por sua representação formal ou porseu partido arquitetônico. É uma máxima que a arquitetura é atribuição do arquiteto. Por consequência, execução é o conjunto de ações técnicas, baseadas no projeto, necessárias à construção, à fabricação ou à montagem da obra; isto é, é atribuição do engenheiro civil. 7.3 Projetos complementares ao projeto arquitetônico Dentro do pacote de projetos desenvolvidos para uma edificação, existem os projetos que são complementares ao projeto arquitetônico – dos diversos subsistemas construtivos –, conhecidos simplesmente por projetos complementares. São vários os projetos complementares, e a sua existência e variedade dependem da especificidade da edificação. Os projetos complementares em síntese são os projetos técnicos que complementam e viabilizam partes técnicas da execução de um projeto arquitetônico. Normalmente e minimamente existirão o projeto de estrutura e os projetos de instalações elétricas, hidrossanitárias, águas pluviais e instalações de gás (quando existentes). Além deles, principalmente para projetos de indústria, serviços e comércio, que na maioria das vezes são os casos da atuação do profissional em negócios imobiliários, devem existir o projeto de combate a incêndio e, em muitos casos, os de ar‑condicionado, circuito interno de televisão (segurança), lógica etc. Os técnicos em negócios imobiliários devem conhecer minimamente a composição desses projetos e possuir acesso a eles para constante leitura e interpretação. Em muitos casos de análise preventiva dos espaços de trabalho e/ou alterações necessárias em que o profissional acionará os demais profissionais competentes – arquitetos e engenheiros –, faz‑se necessária sua utilização. A seguir, serão apresentados de forma sintética esses projetos e os principais componentes. 98 Unidade II 7.3.1 Projeto estrutural Como exemplificado anteriormente, trata‑se do projeto de estrutura – superestrutura e infraestrutura – e que é complementar ao projeto arquitetônico. Obras novas ou obras de intervenção que contemplam alterações ou complementações físicas normalmente necessitarão ou já possuem um projeto estrutural. Por exemplo, implantação de mezaninos, reformas de edificações com subtração de paredes ou mesmo alterações em fachadas e coberturas. O escopo principal desse tipo de projeto é o dimensionamento e detalhamento dos elementos da estrutura – no caso das estruturas convencionais: lajes, vigas e pilares, contemplando também as fundações. As peças gráficas conterão plantas de locação, plantas de formas e detalhes de todos os elementos que compõem a estrutura, além dos memoriais descritivos e das memórias de cálculo. Nos projetos em concreto armado normalmente existirão as seguintes peças gráficas: • planta de cargas e locação dos pilares; • planta de locação das fundações; • planta de formas; • desenho de armações: armações das fundações, vigas, lajes, pilares, escadas e reservatórios. A planta de cargas e locação dos pilares, geralmente em escala 1:50, apresenta as nomenclaturas (P de pilar, seguido da numeração do pilar, numerados na planta de cima para baixo, da esquerda para direita) e as seções dos pilares ou paredes estruturais (em cm), com seus eixos referenciados ao alinhamento ou divisa do terreno. São indicadas, ao lado das nomenclaturas dos pilares, as cargas (geralmente em toneladas) que serão transmitidas à camada resistente do solo. A planta de formas, como já apresentado anteriormente, é uma planta de “teto rebatido”, ou seja, a planta da estrutura que sustenta o referido pavimento e contempla o conjunto composto por pilares, vigas e lajes. Também representada em 1:50, ela define as dimensões estruturais da edificação, contendo todos os eixos estruturais, linhas e desenhos relevantes. Cortes esquemáticos também aparecem conjugados às plantas. Os pilares são representados conforme origem e continuidade (ver figura a seguir). Os pilares “que nascem” são aqueles que são originados no pavimento da planta. Os pilares “que morrem” são aqueles que findam naquele pavimento, não dando continuidade. Já os pilares que “continuam” são os que dão continuidade no edifício até serem interrompidos. 99 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Nas plantas de formas são identificadas as vigas com a letra V seguida do seu pavimento e da sua numeração. Assim como os pilares, nas plantas são numeradas sempre da esquerda para direita e de cima para baixo no desenho. Uma viga V210, por exemplo, é a viga 10 do 2º pavimento. Figura 95 – Planta de formas Fonte: Botelho e Marchetti (2019, p. 45). 100 Unidade II As lajes são identificadas pela letra L seguida de sua numeração, que é realizada no desenho também da direita para esquerda e de cima para baixo. A nomenclatura L3, por exemplo, significa laje 3. Abaixo dessa designação, aparece a espessura da laje “no osso”, ou seja, conta‑se a dimensão estrutural sem contar o revestimento, referenciada pela letra h e dada em cm. Sendo assim, L5/h = 10, por exemplo, significa que trata‑se da laje 5 e que ela possui 10 cm de espessura “no osso”. Desníveis em laje são apresentados em corte na própria planta (figura 96). Viga Viga Viga invertida Cortes Viga Viga Laje rebaixada de banheiro Laje Laje Laje Laje Figura 96 – Simbologia para planta de formas: lajes em corte representadas nas plantas de formas Fonte: Botelho e Marchetti (2019, p. 47). Lembrete Em vocabulário técnico, “no osso” significa dimensão estrutural, sem contar o revestimento. Desenhos de armações dos elementos são desenhos mais específicos para a execução de lajes, pilares, vigas, escadas etc. que informam as armaduras que são locadas nas peças de concreto armado. Possuem nomenclatura própria com informações de número, comprimentos e bitolas de aço e dificilmente serão consultados e interpretados pelo técnico em negócios imobiliários. Sua manutenção e arquivo é importante, pois em uma possível alteração espacial pode ser solicitada pelo arquiteto ou engenheiro civil envolvidos na demanda. 101 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Figura 97 – Exemplo de desenho de armação de viga Fonte: Botelho e Marchetti (2019, p. 377). 7.3.2 Projeto de instalações hidrossanitárias, águas pluviais e gás O projeto de instalações hidrossanitárias, também complementar ao projeto arquitetônico, existente em construções novas, bem como em reformas, ampliações etc., é o responsável por dotar a edificação de serviços necessários para a garantia de funcionalidade, segurança, higiene e conforto dos usuários, como água limpa, esgoto etc. 102 Unidade II Sendo assim, entre os diversos componentes dos subsistemas das instalações, as instalações de água, garantidas pelo projeto de instalações hidrossanitárias, provisiona o funcionamento adequado do sistema de água, através de instalações com níveis de pressão adequados aos diversos usos, provenientes da rede pública, abastecendo e se ramificando aos diversos ambientes da edificação. As instalações de esgoto e águas pluviais, também pertencentes ao subsistema das instalações, são as responsáveis pela remoção das águas servidas de esgoto e encaminhá‑las às redes públicas ou fossas. As instalações de gás, quando existentes, garantirão a serventia de gás aos diversos pontos da edificação. Essa serventia pode ser proveniente tanto das redes públicas geridas pelas concessionárias – quanto de gás natural (GN) –, como pode originar de centrais de cilindros (GLP). Todas as instalações são provisionadas através dos projetos. Os projetos de instalações de uma forma geral são revisitados sempre que necessário, para manutenção e garantia dos serviços, tanto quanto para possíveis alterações necessárias. Estão intimamente ligados à segurança da edificação, portanto com lugar cativo no rol de saberes do profissional em negócios imobiliários, dado que os projetos de instalações e, por consequência, as próprias instalações estão interligados ao todo edificado e ao todo projetado.Diversos equipamentos necessitam de instalações hidrossanitárias e diversos outros subsistemas dependem delas, como, por exemplo, equipamentos de ar‑condicionado, equipamentos fabris etc. Isso não só acontece com as instalações hidráulicas como muitas vezes os próprios aparelhos e equipamentos das próprias instalações hidráulicas necessitam dos outros subsistemas, como, por exemplo, as alimentações elétricas para bombas e aquecedores. Dessa forma, ficam nítidas as constantes comparações dos sistemas da edificação com os sistemas do corpo humano. Trata‑se de um todo interligado com várias funções interdependentes. Sendo assim, é claro que profissionais que atuam nos espaços laboráveis, e cuja função é garantir a segurança, devem estar próximos ou com livre acesso a esses materiais técnicos. O desenvolvimento – e a posterior leitura e interpretação – dos projetos das instalações hidrossanitárias, de águas pluviais e de gás, se valem do uso dos símbolos técnicos já vistos anteriormente e dos saberes universais do desenho e da representação técnica. Sendo assim, fazem parte das peças gráficas desses projetos, que por sua vez são compostos de: • Implantação em escala 1:100 ou no máximo 1:200, contendo a representação das tubulações externas e ligações às redes das concessionárias, cavaletes, caixas, calhas etc. devidamente cotada, incluindo inclinação, sentido do escoamento e áreas permeáveis com as devidas tubulações de drenagem. • Plantas de todos os pavimentos, inclusive de cobertura e subsolo, com identificação e posicionamento de todas as prumadas – hidráulicas de água fria e de água quente, de esgoto, de ventilação, de gás e de águas pluviais – com todos os ramais, distribuições e trajetórias, inclusive dos 103 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS condutores horizontais de águas pluviais e subcoletores de esgoto e ventilação, representados de forma unifilar contendo a identificação de materiais, diâmetros nominais, inclinações e sentidos de fluxos, além de todos os aparelhos sanitários. Nas plantas de cobertura, e muitas vezes na de subsolo também, são apresentadas a locação de reservatórios, casa de bombas e muitas vezes a central de GLP (essas três últimas ainda muitas vezes contempladas em peças gráficas próprias de detalhe). As plantas geralmente são apresentadas em escala 1:75 ou 1:100. As peças gráficas de detalhes são representadas em escala apropriada, podendo variar de 1:50 até 1:2 ou 1:1. Observação Fazem parte dos projetos de instalações hidrossanitárias as perspectivas isométricas unifilares da distribuição nos ambientes (sanitários, vestiários, cozinhas, lavanderias) etc. • Peças gráficas – pranchas – específicas de pormenores, em escala coerente, com os detalhes de conexões de esgoto e de ventilação; detalhes de furos nas estruturas; detalhes de fixação ou suporte de tubulação; detalhes de ocultamento/revestimento de tubulação; detalhes das caixas de inspeção (CI) de esgoto e águas pluviais, canaletas de águas pluviais e caixas de gordura (CG); detalhes de shafts. • Notas específicas. • Listas qualitativas e quantitativas de materiais. • Memoriais descritivos e de cálculo. Figura 98 – Planta de um projeto de instalação de subcoletores de esgoto Fonte: Carvalho Júnior (2019, p. 179). 104 Unidade II Figura 99 – Perspectiva isométrica de um projeto de instalação hidráulica Fonte: Carvalho Júnior (2019, p. 68). 7.3.3 Projeto de instalações elétricas, telefonia, dados/voz As instalações elétricas possuem especificidades próprias e constituem parte básica do subsistema das instalações. Essas instalações são essenciais para o funcionamento da edificação, sendo assim, participam e provisionam energia de diversos subsistemas da edificação. Seu bom dimensionamento trará economia, utilidade e conforto aos usuários e à edificação. Sendo concebida através do projeto de instalações elétricas, esse deve ser dimensionado para atender as potencias dos diversos equipamentos e máquinas, bem como prover luz e energia ao uso geral do edifício. O conhecimento do projeto e das instalações por parte do profissional em negócios imobiliários faz‑se necessário minimamente para lidar com soluções do dia a dia, como solicitações em alterações em leiaute e equipamento, conseguindo discernir sobre a necessidade de contratação de profissionais habilitados – engenheiros elétricos – para prover as alterações. Apesar de deterem especificidades completamente ímpares, os projetos de instalações elétricas e os projetos de instalações de telefonia e lógica, em alguns casos, são elaborados pelo mesmo profissional e em casos simples partilham do mesmo projeto. Isso se faz principalmente pela infraestrutura de ambos possuírem características análogas, muito embora, dadas as atuais complexidades de lógica, os projetos 105 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS para cabeamento e servidores constituem um projeto autônomo e já englobam serviços relacionados à tecnologia da informação como um todo. Fazem parte de um projeto de instalações elétricas: • Plantas contendo a distribuição de dutos, caixas e circuitos através de esquemas e diagramas unifilares e multifilares, além dos pontos de luz, tomadas, interruptores etc. • Detalhes da entrada da energia proveniente da concessionária com os pontos de ligação à rede pública, além de detalhes de montagem. • Quadro de cargas. • Especificações técnicas e memoriais descritivos. Lembrete Todos os projetos complementares são apresentados de acordo com a norma técnica de desenho técnico contendo legendas, carimbo e indicações próprias como proprietário ou empresa, responsável técnico, endereço da obra, número da prancha, data e escala. Sala A 3 3 3 3 3 3 3 a a a 1 a 1 a 100 2 2 5 2 ø 1 11 3 6 7 8 8 e Figura 100 – Exemplo de planta constituinte de um projeto de instalações elétricas Fonte: Carvalho Júnior (2019, p. 92). 106 Unidade II 7.3.4 Projeto de luminotécnica O projeto de luminotécnica é um projeto desenvolvido por um arquiteto, que pode ser chamado, quando tem essa especialidade, de light designer. Esse tipo de projeto possui uma característica própria, muitas vezes cênica, ligada a nuances desejados, efeitos diretos e indiretos, mas ligado tecnicamente e com extrema relevância a projetos comerciais (principalmente vitrines e provadores) e às áreas de trabalho (staff) definidos pelo leiaute dos espaços. O projeto de luminotécnica constitui ferramenta importante para provisionar características desejáveis em lojas, por exemplo. No caso de lojas de roupas a iluminação adequada é importante para não distorcer a cor de roupas e acessórios ou para não trazer efeitos indesejáveis em provadores. Uma iluminação mal projetada, por exemplo, pode deixar a pessoa visualmente abatida ou pode distorcer a cor desejada da roupa dentro de um provador. Em ambientes de trabalho, o projeto luminotécnico é importantíssimo, pois para as condições adequadas de trabalho deve‑se garantir uma iluminância suficiente nessas áreas. Uma iluminância insuficiente pode trazer problemas de saúde ao trabalhador – como, por exemplo, problemas na visão. Observação Iluminância é a luz incidente na área de trabalho. Sua unidade de medida é o lux. Conforme a norma NBR ISO/CIE 8995‑1 (ABNT, 2013B), por exemplo, em um banheiro deve‑se garantir 200 luxes, na área de costura em uma indústria têxtil deve‑se garantir 750 luxes, já na área de pintura em uma montadora de veículos deve‑se garantir 1000 luxes e em área de staff de escritórios deve‑se garantir 500 luxes na bancada de trabalho. O projeto é constituído por plantas com os devidos aparelhos de iluminação (luminárias), especificações técnicas das lâmpadas, locais de acendimento dos aparelhos, memorial descritivo qualitativo e quantitativo. Lembrete O projeto de luminotécnica está envolvido com os projetos de instalações elétricas e de climatização, já que representa carga elétrica e térmica.107 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Lu m in ár ia d e em bu tir c om 4 lâ m pa da s T 5‑ 14 w e re at or e le tr ôn ic o ** Co ns ul ta r o c ad er no d e es pe ci fic aç õe s* * Si m bo lo gi a lu m in ot éc ni ca 3 20 4 21 2 Lu m in ár ia d e em bu tir c om 4 lâ m pa da s T 5‑ 14 w e re at or d im er iz áv el Se ns or d e lu z pa ra d im er iz aç ão : RE F.: P hi lip s ‑ se ns or lu xs en se C OD .: LR L 12 20 /0 5, o u RE F.: P hi lip s ‑ se ns or m ic ro lu xs en se C OD .: LR L 12 22 /1 0 Lu m in ár ia : S po t d e em bu tir b ra nc o or ie nt áv el : RE F.: P hi lip s ‑ Q BX 60 1/ P3 0‑ BR Lâ m pa da m et ál ic a pa r 3 0 e re at or e le tr ôn ic o 35 w 2 2v Lu m in ár ia d e em bu tir c om 2 lâ m pa da s T 5‑ 28 w e re at or e le tr ôn ic o Figura 101 – Planta de um projeto de luminotécnica para uma área de staff (apenas para fins ilustrativos) Fonte: Di Trapano e De Benedetto (2014, p. 748). 108 Unidade II Saiba mais Verifique a norma técnica NBR ISO/CIE 8995‑1 para se aprofundar no tema. ABNT. NBR ISO/CIE 8995‑1: iluminação de ambientes de trabalho – parte 1: interior. Rio de Janeiro: ABNT, 2013b. 7.3.5 Projeto de climatização O projeto de climatização é desenvolvido por profissional de engenharia específico para atender às especificidades e necessidades climáticas de cada ambiente de trabalho. Para o desenvolvimento de um projeto de climatização são calculadas as cargas térmicas, levando em consideração as fontes de calor (incidência solar, máquinas, equipamentos, luminárias, pessoas etc.). Portanto é nítido que, se a climatização está ligada às cargas térmicas dos ambientes, qualquer alteração em setores de uma edificação ou áreas de trabalhos pode comprometer o ambiente de trabalho e consequentemente o conforto ambiental do local. Além disso, projetos de climatização e ar‑condicionado podem ser desenvolvidos com diversos tipos de equipamentos – split high wall, split dutado, multisplit, VRV etc., e ainda sistemas combinados. Cada sistema apresenta sua especificidade e característica adequada a cada situação. Nos sistemas dutados – com produção centralizada e distribuição através de dutos –, são consideradas as distribuições do ar do início ao fim do duto, além de pressão, velocidade do ar e perda de carga em função de curvas na instalação. Esses mesmos itens são verificados e calculados para as bocas de ar. Sendo assim, qualquer alteração deve ser feita por profissional habilitado, os profissionais em negócios imobiliários devem ter em mãos o jogo de projeto para atender às demandas da engenharia quando da necessidade de reparo ou alteração, já que qualquer intervenção pode trazer impactos ao ambiente de trabalho. Lembrete Importante lembrar que o projeto de climatização está alinhado aos projetos de instalações elétricas e hidráulicas, já que demandam energia elétrica e pontos de dreno. Qualquer alteração em projetos de climatização pode demandar alterações nos outros projetos complementares dos diversos profissionais envolvidos. 109 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Um projeto de climatização normalmente contempla plantas, detalhes construtivos e memorial descritivo da instalação. As plantas geralmente apresentarão o caminho dos dutos e a localização das bocas de saída de ar. 7.3.6 Projeto de instalações de segurança (CFTV, alarmes etc.) Esse tipo de projeto existirá conforme necessidade da empresa e contempla circuito fechado de televisão (CFTV), alarmes, controles de acesso etc. O projeto normalmente está integrado ao projeto de instalações elétricas, dados/voz e de automação. Geralmente, apresentará plantas com estudos de campos de visão, determinação dos pontos e circuitos, além de memorial descritivo. Lembrete Novamente é interessante lembrar que esse projeto é um projeto complementar e está relacionado a outros também complementares. Instalações de segurança possuem infraestrutura (tubulações, caixas e eletrocalhas), demandam pontos de energia, possuem cabeamento e têm posição própria em função do espaço, mobiliário e fluxos. Mobiliários e alterações em leiaute podem interferir em campos de visão e em projetos desse gênero. 7.3.7 Projeto de proteção contra incêndio O projeto de prevenção e combate a incêndio já foi mencionado anteriormente, sendo de suma importância e de pertinência à atuação do técnico em negócios imobiliários. É desenvolvido por profissional (engenheiro) específico e segue as normas de segurança contra incêndio (NSCI), atendendo às demandas do corpo de bombeiros de cada estado. Dependendo da especificidade e necessidade do local, o projeto de combate a incêndio contemplará posicionamento de equipamentos (botoeiras, extintores e hidrantes), proteção contra descargas atmosféricas, saídas de emergência, iluminação de emergência, sistemas de alarme, sistema de detecção de incêndio, sinalizações, projeto de sprinkler (contendo rede e pontos) e portas corta‑fogo. O projeto, como todos os complementares, deve estar compatibilizado com os demais projetos, pois ofertam demanda principalmente de instalações hidráulicas e elétricas. É mediante a existência e execução desse projeto, entre outros requisitos, que se dá a obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), junto ao corpo de bombeiros, e também à obtenção do “habite‑se” ou “auto de conclusão” de uma edificação nova. 110 Unidade II Os projetos são apresentados em forma de plantas, cortes e detalhes das instalações. Observação “Habite‑se” é o nome dado ao auto de conclusão requerido e obtido junto aos órgãos legais na ocasião da conclusão de uma edificação nova ou reforma. Saiba mais Leia a cartilha de orientações básicas para prevenção contra incêndio do corpo de bombeiros do Estado de São Paulo em: CORPO DE BOMBEIROS (SP). Cartilha de orientações básicas. Noções de prevenção contra incêndio. Dicas de segurança. Departamento de Segurança Contra Incêndio. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 2011. Disponível em: https://cutt.ly/gvfdBnq. Acesso em: 14 abr. 2021. 8 PROJETOS URBANÍSTICOS O planejamento urbano é uma atividade multidisciplinar de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano, estudando os impactos positivos e negativos de um plano de desenvolvimento, trabalhando no desenho urbano e projeto das cidades, no que diz respeito a sua ordem física. Trata‑se, portanto, de um processo técnico e político para o controle do uso de terra e desenho urbano, incluindo o transporte e a infraestrutura. De origem americana e inglesa, aparece como resposta aos problemas da cidade, do fenômeno urbano dinâmico, provindo do seu próprio contexto histórico. As ruas, as avenidas, as calçadas e, assim sendo, os caminhos que tornam os locais acessíveis aos transeuntes, definem o traçado urbano. Essas ruas, avenidas ou calçadas, ou qualquer que seja a via, são traçadas e desenhadas em função da topografia do local e em função das características do usuário que transitará por esses espaços. Sendo assim, definem e caracterizam o tecido urbano. Os tecidos urbanos são traçados de diferentes formas, formando diversos tipos de malhas urbanas: as abertas e as fechadas, compostas respectivamente por traçados ortogonais e traçados não ortogonais. Os traçados não ortogonais são de 25% a 50% mais custosos que os ortogonais. Esse custo elevado é dado pelos seguintes fatores: formam lotes irregulares, com menor aproveitamento e com maior custo 111 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS de implantação, já que possuem uma maior extensão em vias a serem pavimentadas; servem uma mesma área, se comparado ao traçado projetado dentro de uma ortogonalidade; possuem um perímetro de quarteirões elevados e cruzamento com uma maior área. Em relação às edificações, tambémé mais custoso, pois perdem‑se grandes áreas úteis no aproveitamento do lote; ainda, se os lotes forem aproveitados na íntegra, eleva‑se o custo da construção. O técnico em negócios imobiliários deve conhecer as legislações que controlam o uso e a ocupação do solo da cidade, bem como conhecer os agentes e os elementos atuantes. A partir do conhecimento técnico apreendido até aqui nessa disciplina, o profissional deve possuir habilidade para leituras das peças gráficas do projeto – como a topografia de glebas e principalmente plantas de condomínios e loteamentos que serão constantemente objetos de negociação em seu dia a dia. 8.1 Leitura da topografia Como mencionado anteriormente, para uma interpretação de projetos, é fundamental o conhecimento básico de topografia, principalmente no que diz respeito à leitura das plantas topográficas e às curvas de nível constituintes. A palavra “topografia” tem origem do grego, na conjunção de topos, que significa lugar, e grafia, que significa descrição, e cuida da representação gráfica da superfície terrestre em um plano horizontal, chamado plano topográfico. A topografia é dividida em topologia, topometria e fotogrametria. A topologia estuda as formas da superfície terrestre; a topometria estuda e aplica processos de medida e a fotogrametria tem como objetivo a fotografia da superfície terrestre para apresentação no plano. Para esta disciplina e para a instrumentalização do técnico em negócios imobiliários, o principal interesse converge com o objetivo básico da topografia, que é o de representar o relevo do solo através das curvas de nível (ALVAREZ, 2003). Pode‑se entender as curvas de nível como o lugar geométrico de pontos com a mesma cota de nível, ou seja, com a mesma altitude. Sendo assim, são linhas que ligam esses pontos com mesma distância perpendicular em relação a um plano horizontal. O conceito básico da representação gráfica das curvas de nível consiste na secção da “superfície terrestre por planos paralelos e equidistantes, cujas intersecções projetadas ortogonalmente num plano horizontal” irão determiná‑las (ALVAREZ, 2003). 112 Unidade II 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 Figura 102 – Curvas de nível Fonte: Alvarez et al. (2003, p. 19). Conforme a escala do desenho, a declividade e a sinuosidade do terreno, as curvas podem ser traçadas e apresentadas a cada 1, 2, 2,5, 5 ou 10 m de altitude, normalmente de acordo com a finalidade do levantamento. Na representação gráfica de uma planta topográfica, para uma melhor leitura e interpretação, as linhas das curvas de nível são expressas mais grossas a cada 5 m e são chamadas de curvas mestras, conforme figura a seguir. 14 13 12 11 10 9 8 7 6 Figura 103 – Curvas de nível e curvas mestras Fonte: Alvarez et al. (2003, p. 21). 113 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Ler e interpretar plantas topográficas está relacionado também à identificação de acidentes topográficos conhecidos como linhas notáveis de um terreno ou lote. São consideradas linhas notáveis: vertente, talvegue, cumeada, garganta e linha de maior declive. Vertentes são as depressões, conhecidas também como flancos ou encostas. Suas partes mais baixas são conhecidas como fraldas. Talvegue é a linha que une e representa os pontos mais baixos de uma região. As águas de chuvas escorrem pelas vertentes e são escoadas nos talvegues. A cumeada une os pontos com maior altitude dividindo a água das chuvas para as vertentes, por isso também conhecidas como divisores de águas. A garganta é a intersecção das linhas de talvegue e cumeada. A linha de menor distância entre duas curvas de níveis é chamada de linha de maior declive, normalmente ortogonal a duas curvas de nível consecutivas. 70 75 garganta linha de talvegue 80 85 90 95 100 70 75 80 859095100 linha cumiada Figura 104 – Linhas notáveis do terreno Fonte: Alvarez et al. (2003, p. 22). Muito utilizados para leitura e interpretação de plantas topográficas são os chamados perfis do terreno, também conhecidos como perfil natural do terreno (PNT). Perfis do terreno nada mais são do que cortes – planos verticais imaginários, seccionando o terreno na forma longitudinal e transversal. São conhecidos como seção longitudinal, representada na figura 105, e seção transversal do terreno. Com o uso simultâneo do perfil e da planta topográfica, observando a diferença de nível e a distância entre dois pontos, é possível determinar a diferença de nível e, também, a distância horizontal entre eles. 114 Unidade II PERFIL AA Distâncias Co ta s o u al tit ud es A 5 5 6 6 7 7 8 8 9 9 10 10 11 11 12 12 13 13 13 12 11 10 9 8 7 6 5 A Figura 105 – Traçado de perfil longitudinal de um terreno Fonte: Alvarez et al. (2003, p. 23). 8.2 Leitura de projetos de condomínio e loteamento A análise geral de um loteamento e/ou condomínios pode ser feita através da área, população, planta de situação, foto aérea e descrição. A partir das plantas e peças gráficas, como visto nas figuras (plantas) a seguir, é possível distinguir o traçado viário, com a identificação e a quantificação de tipologias, declividades, hierarquia de vias e padrões de desenho (avenida, avenida com canteiro central e ruas). É possível também verificar o número de lotes, inclinações e áreas comuns (CORGHI, 2011). 115 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Figura 106 – Planta de loteamento Disponível em: https://bit.ly/3tbADhj. Acesso em: 7 abr. 2021. 116 Unidade II Resumo Esta unidade dedica‑se à acessibilidade. A partir da norma brasileira NBR 9050, de 2020, foram identificadas as representações importantes que o técnico em negócios imobiliários deve reconhecer ao analisar um projeto, tanto em planta como em corte. Esta unidade mostrou como é importante, além de saber ler um projeto nesse âmbito, conhecer o que é mais adequado e o que proporciona maior qualidade ao imóvel. Inicialmente, foram tratadas as circulações, sua representação simbólica e as representações de projeto, com a descrição do significado de cada elemento do desenho. Entre as circulações foram tratadas as horizontais como rampas e esteiras rolantes, e as verticais como elevadores e escadas. Complementarmente, foram mencionadas as cadeiras e plataformas elevatórias. Estudamos sobre alguns ambientes internos como banheiros, sanitários e vestiários e as sinalizações correspondentes, bem como as condições mínimas para que uma pessoa em cadeira de rodas possa manobrar nesses espaços. Foram mostrados os ângulos visuais importantes para salas de cinema e teatro e, também, foi apresentada a acessibilidade para ambientes da residência, como o dormitório e a cozinha. Foi tratado o conforto ambiental com base na conjunção dos fatores do conforto térmico a partir de insolação, ventilação e iluminação. Para isso é importante conhecer os tipos de janelas (ou esquadrias), seus sistemas de abertura e fechamentos e quais as qualidades ambientais que propiciam. Esta unidade também apresenta, o projeto arquitetônico em suas fases, depois trata principalmente das especificidades dos projetos complementares ao projeto arquitetônico e sua relevância no dia a dia do profissional em negócios imobiliários. Os projetos arquitetônicos são elaborados basicamente em quatro etapas, a saber: estudo preliminar, anteprojeto, projeto básico/legal e projeto executivo. Todas essas etapas podem apresentar peças gráficas que podem estar em mãos dos profissionais em negócios imobiliários em uma análise de negócio, por exemplo. Por isso é fundamental seu conhecimento. Esse conceito do negócio imobiliário ligado ao projeto arquitetônico vale também para os projetos complementares, que, de forma geral, são 117 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS os projetos técnicos que complementam e viabilizam partes técnicas da execução de um projeto arquitetônico. Eles são: o projeto de estrutura, os projetos de instalaçõeselétricas, hidrossanitárias, águas pluviais e instalações de gás; o projeto de combate a incêndio e, também, os projetos de ar‑condicionado, circuito interno de televisão (segurança), lógica etc. Esses projetos contemplam os subsistemas da edificação, seja ela uma indústria, um edifício de serviços ou comércio etc. Sendo os profissionais em negócios imobiliários os envolvidos com o espaço construído na íntegra, já que fazem constantes análises do espaço, a fim de estabelecer as ameaças e suas intensidades, isto é, os riscos que determinado espaço pode apresentar; faz‑se necessário, por parte deles, o conhecimento dos projetos como um todo – desde o arquitetônico até os complementares. O edifício é um constante alvo de analogia com o corpo humano e seus sistemas – são tratados como um todo que deve funcionar de forma harmônica. Assim sendo, em qualquer averiguação para alteração espacial em função de riscos à saúde e ao conforto dos trabalhadores em suas funcões, os profissionais em negócios imobiliários devem conhecer as relações existentes entre os subsistemas construtivos ou ao menos ter acesso e conhecimento do material técnico – projetos – que os contemplam para que decisões que envolvam profissionais habilitados sejam feitas de forma coerente. Os capítulos finais desse módulo abrangem o projeto urbano e uma ênfase em condomínios e loteamento – constantes objetos de trabalho do profissional em negócios imobiliários, apresentando conceitos e peças gráficas que poderão ser articuladas em seu trabalho. 118 Unidade II Exercícios Questão 1. As janelas, que são componentes responsáveis pela ventilação natural e pela iluminação natural dos ambientes, têm formas específicas de representação nas plantas de projetos executivos. Em geral, a forma do desenho reproduz o posicionamento dos caixilhos, fixos e móveis, permitindo a identificação dos seus movimentos e a estimativa dos valores de área de ventilação e iluminação. Alguns tipos de janela permitem uma área de iluminação maior do que a área de ventilação, outros permitem áreas iguais, tanto para iluminação quanto para ventilação, e outros tipos, como as venezianas, permitem múltiplas disposições e diversas combinações entre vãos de iluminação e ventilação. Com base no exposto, observe as figuras a seguir e avalie as afirmativas. 1 folha fixa / 1 folha de correr Planta Vista 1 folha fixa / 1 folha de correr Planta Planta Basculante Vista basculante Vista Janela de abrir folha externa veneziana Janela de abrir Figura 107 I – As janelas com folha de correr permitem um vão iluminante cuja área pode ser o dobro do vão de ventilação. II – O valor da área de ventilação de uma janela basculante é, no máximo, igual a 45% (quarenta e cinco por cento) do valor da área de iluminação. III – As janelas de abrir com folhas de abrir e venezianas permitem grande ventilação, mesmo com área de iluminação quase nula. 119 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS É correto o que se afirma em: A) I e II, apenas. B) I e III, apenas. C) II e III, apenas. D) II, apenas. E) I, II e III. Resposta correta: alternativa B. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: as janelas com folhas de correr, apenas para vidros, permitem um vão de iluminação quase que total, já que apenas os caixilhos não são transparentes. O vão de ventilação, no entanto, mesmo que ambas as folhas possam correr, sempre será, no máximo, igual à metade do vão iluminante. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: as janelas basculantes, a menos que sejam dotadas de bloqueios, podem ter folhas abertas até quase 90°, o que possibilita um vão de ventilação quase que igual ao vão de iluminação. III – Afirmativa correta. Justificativa: as folhas venezianas, com a superposição das suas lâminas inclinadas, têm justamente a função de permitir a passagem do ar e vedar, em grande parte, a passagem de luz. Com as folhas de vidro abertas e as venezianas fechadas, a passagem de luz torna‑se quase nula, mas a soma das áreas dos vãos de ventilação equivale a quase a metade da área ocupada pela janela. Questão 2. Todo profissional que atua na área de construção civil, principalmente nos setores que envolvem reformas ou adaptações de edificações, deve ter conhecimentos básicos tanto da leitura e da interpretação de peças gráficas quanto do funcionamento de elementos estruturais, além de buscar aprimorar sua imaginação e intuição em relação ao comportamento de tais elementos. A figura a seguir representa um corte esquemático de uma laje retangular, de concreto armado, em parte suportada por quatro vigas, duas transversais, mostradas em corte, e duas longitudinais, sendo uma delas mostrada em vista. As vigas longitudinais têm um tramo apoiado em dois pilares e um tramo em balanço. 120 Unidade II Figura 108 Lembrando que a resistência do concreto armado é resultado da ação solidária dos dois componentes, isto é, da resistência à compressão do concreto e da resistência à tração da armadura do aço, avalie as afirmativas. I – Devido ao alongamento das barras de aço posicionadas longitudinalmente nas vigas, submetidas a tensões de tração, a parcela de concreto que as envolve sofrerá fissuras, cujas aberturas devem ser controladas, conforme o nível de agressividade da atmosfera local. II – A viga longitudinal vista no desenho, depois de carregada com as habituais cargas verticais uniformemente distribuídas, sofrerá deformação semelhante à representada, exageradamente, na figura a seguir. Figura 109 III – A figura a seguir representa o posicionamento correto da armadura de aço, para resistir aos esforços de tração originados do uso dessa estrutura. Figura 110 É correto o que se afirma em: A) I, II e III. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) III, apenas. Resposta correta: alternativa A. 121 ANÁLISE DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITETÔNICOS Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: suportando o peso das lajes, as vigas sofrem flexões que causam esforços de tração e de compressão nas suas seções transversais. Os esforços de tração, resistidos pelas barras de aço longitudinais, provocam alongamento dessas barras e do concreto que as envolve. Como o concreto não tem resistência à tração, ele se rompe em inúmeras fissuras. Se essas fissuras têm aberturas elevadas, o ar da atmosfera pode atingir as barras de aço e causar, no mínimo, a sua oxidação. II – Afirmativa correta. Justificativa: os carregamentos sobre essa viga, devidos às cargas permanentes de seu peso próprio, ao peso das lajes e de alvenarias e às cargas acidentais relacionadas ao uso da edificação, habitualmente são verticais e considerados uniformemente distribuídos. Sob tais esforços, a flexão, no vão entre os pilares de apoio, causará tração na parte inferior dessa viga, e sobre os apoios na sua parte superior. III – Afirmativa correta. Justificativa: mesmo sem efetuar cálculos, apenas com conhecimento, imaginação e intuição, é possível estimar que as maiores concentrações de barras de aço longitudinais devem ser situadas onde ocorrem as flexões e os esforços de tração mais elevados. 122 REFERÊNCIAS Audiovisuais CENTRO SEBRAE de Sustentabilidade – depoimento de José Portocarrero (#arquiteturafazdiferença). 2018. 1 vídeo (6:33). Publicado por CAU/BR. Disponível em: https://cutt.ly/PvoPFzU. Acesso em: 14 abr. 2021. UM PRÉDIO que ensina. 2015. 1 vídeo (4:57). Publicado por Centro Sebrae Sustentabilidade. Disponível em: https://cutt.ly/0c6CgNq. Acesso em: 10 abr. 2021. Textuais ABNT. NBR 5419: proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ABNT. NBR 5444: símbolos gráficos para instalações prediais. Rio de Janeiro: ABNT, 1989a. ABNT. NBR 5626: instalação predial de água fria. Rio de Janeiro: ABNT, 1998. ABNT. NBR 6120: 2019. Versão Corrigida:2019: ações para o cálculo de estruturas na edificação. Rio de Janeiro:ABNT, 2019. ABNT. NBR 6492: representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994a. ABNT. NBR 8160: sistemas prediais de esgoto sanitário (projeto e execução). Rio de Janeiro: ABNT, 1999. ABNT. NBR 8402: execução de caractere para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1984a. Disponível em: https://bit.ly/3rZHKb1. Acesso em: 8 abr. 2021. ABNT. 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