Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental DIREITO AMBIENTAL PROF. MATEUS SILVEIRA Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental Queridos alunos, Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito carinho para que você possa absorver, de forma rápida, conteúdos de qualidade! Lembre-se: você já evoluiu muito até aqui. Não desista! Derrube as barreiras que separam você do seu sonho. Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo! Com carinho, Equipe Ceisc ♥ Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 3 1. Direito Ambiental na Constituição Federal *Para todos verem: esquema • Direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; • Meio ambiente para os presentes e para as futuras gerações; • Espaços territoriais e seus componentes especialmente protegidos (são exemplos APP e RL no código florestal – Lei nº 12.651/12; e as Unidades de Conservação na Lei nº 9.985/00). *Para todos verem: esquemas Código Florestal Lei nº 12.651/12 AAP (Área de Preservação Permanente) RL (Reserva Legal) DEVER Poder público e coletividade Defender Preservar Unidades de Conservação (UCs) Lei nº 9.985/00 SNUC - Sistema Nacional das Unidades de Conservação Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 4 Da necessidade do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) ser feito de forma prévia ao licenciamento ambiental e ao começo de qualquer empreendimento e/ou atividade potencialmente degradadora do meio ambiente (Art. 225, §1º, IV da CF). • O art. 225, §3º prevê a tríplice responsabilização em caso de danos ao meio ambiente. *Para todos verem: esquema • 5 biomas que constituem Patrimônio Nacional. *Para todos verem: esquema FA: Floresta Amazônica MA: Mata Atlântica PA: Pantanal ZONA: Zona Costeira SERRA: Serra do Mar Responsabilidade por dano ambiental Penal Lei 9.605/98 Administrativa Lei 9.605/98 Civil Retorno ao "status quo ante" Prestação pecuniária NA ZONA E NA SERRA A FAMA DO PAI É CONHECIDA Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 5 Resolva a questão a seguir: 1) FGV – 2016 – OAB – 19° Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase Paulo é proprietário de um grande terreno no qual pretende instalar um loteamento, já devidamente aprovado pelo Poder Público. Contudo, antes que Paulo iniciasse a instalação do projeto, sua propriedade foi integralmente incluída nos limites de um Parque Nacional. Considerando as normas que regem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, é correto afirmar que A) Paulo deverá aguardar a elaboração do plano de manejo do parque para verificar a viabilidade de seu empreendimento. B) Paulo poderá ajuizar ação com o objetivo de ser indenizado pelo lucro cessante decorrente da inviabilidade do empreendimento. C) Caso seu terreno não seja desapropriado, Paulo poderá ajuizar ação de desapropriação indireta em face da União. D) Paulo não poderá implementar seu loteamento, mas poderá explorar o ecoturismo na área com cobrança de visitação. 2. Competências Ambientais *Para todos verem: esquema 2.1. Competência legislativa Privativa: Veja o esquema na página seguinte... Competências Legislativas Privativa Exclusiva Concorrente Administrativas Exclusiva Comum Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 6 *Para todos verem: esquema Exclusiva: *Para todos verem: esquema Concorrente (complementar e suplementar): *Para todos verem: esquema 2.2. Competência Administrativa • Exclusiva: Art. 21 da CF. Somente a União; • Comum: Art. 23 da CF. União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 2.3. Competência Administrativa Ambiental No tocante as competências, é importante destacarmos o princípio da predominância do interesse e as regras da LC n° 140/11: Veja o esquema na página seguinte... Delegável Art. 22, incs. IV, X, XII, XIV, XVIII e XXVII da CF (águas, energia, minas, etc) Delegação aos estados por meio de Lei Complementar Indelegável Art. 25, §1º e 30, inc I da CF Competência residual ou remanescente União, Estados e Distrito Federal Art. 24 da CF A União faz as regras gerais e os Estados e o DF fazem as regras específicas Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 7 *Para todos verem: esquema Atenção! A modificação na lei de crimes ambientais quanto aos maus-tratos a animais. A Lei Complementar nº 140/2011 fixa as normas para cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para que estes entes federados possam realizar as ações administrativas decorrentes da competência constitucional material comum sobre o meio ambiente. A nova lei foi publicada para regulamentar o art. 23, III, VI e VII, e par. ún., da CF/1988. A LC nº 140/2011 traz instrumentos de cooperação institucional dos quais os entes federativos poderão se valer. Dos instrumentos de cooperação institucional da LC nº 140/2011: Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de cooperação institucional: I – consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; II – convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal; III – Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e Comissão Bipartite do Distrito Federal; IV – fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; V – delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; VI – delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar. Os entes federados podem delegar a execução de ações administrativas entre os entes federados. Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. Os arts. 6º a 10 da LC nº 140/2011 trazem uma longa relação de competências da União, Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 8 dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, em que se repete uma série de critérios que já estavam fixados pela Resolução nº 237/1997 do CONAMA. A lei dá o nome de ações de cooperação para esta relação de competências, que é muito importante para as provas de concursos Atenção! É importante a leitura dos arts. 6º a 10 da LC nº 140/2011, pois neles está estabelecida a competência administrativa dos entes federados, inclusive a competência para o licenciamento ambiental e o exercício do poder de polícia administrativo. Da necessidade dos órgãos ambientais cumprirem os prazos estabelecidos para a realização dos licenciamentos ambientais (Art. 14, § 4º da LC nº 140/11): Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos processos de licenciamento.§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. Atenção aos artigos 15 e 17 da LC nº 140/11: Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses: I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. §1º Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercício de seu poder de polícia. §2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis. §3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. Os artigos estabelecem o funcionamento da cooperação entre os entes federados no Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 9 exercício das ações administrativas. ADI 4757 – interpretação conforme a Constituição do: § 4º do art. 14 da Lei Complementar nº 140/2011 para estabelecer que a omissão ou mora administrativa imotivada e desproporcional na manifestação definitiva sobre os pedidos de renovação de licenças ambientais instaura a competência supletiva do art. 15 e (ii) ao § 3º do art. 17 da Lei Complementar nº 140/2011, esclarecendo que a prevalência do auto de infração lavrado pelo órgão originalmente competente para o licenciamento ou autorização ambiental não exclui a atuação supletiva de outro ente federado, desde que comprovada omissão ou insuficiência na tutela fiscalizatória. Resolva a questão a seguir: 2) FGV – 2021 – OAB – 32º Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase O Estado Z promulga lei autorizando a supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente para pequenas construções. A área máxima para supressão, segundo a lei, é de 100 metros quadrados quando utilizados para lazer e de 500 metros quadrados quando utilizados para fins comerciais. Sobre a referida lei, assinale a afirmativa correta. A) A lei é válida, uma vez que é competência privativa dos Estados legislar sobre as Áreas de Preservação Permanente inseridas em seu território. B) A lei é válida apenas com relação à utilização com finalidade de lazer, uma vez que é vedada a exploração comercial em Área de Preservação Permanente. C) A lei é inconstitucional, uma vez que compete aos Municípios legislar sobre impactos ambientais de âmbito local. D) A lei é inconstitucional, uma vez que é competência da União dispor sobre normas gerais sobre proteção do meio ambiente. 3. Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) O SISNAMA é um conjunto de órgãos oriundos de todos os entes federados, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental (art. 6º, caput, da CF/1988). *Para todos verem: quadro Órgão Superior Conselho de Governo: auxilia o Presidente da República na formulação de políticas públicas ligadas ao meio ambiente. Órgão Consultivo e Deliberativo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente): suas deliberações, por meio das resoluções do órgão, são fundamentais para a realização dos Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 10 instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. Órgão Central Ministério do Meio Ambiente (Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República não existe mais, tornando-se no atual Ministério do Meio Ambiente): é o órgão que centraliza todas as políticas públicas de meio ambiente. Órgãos Executores IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade): função de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. O ICMBio atua junto às Unidades de Conservação Federais. Órgãos Seccionais Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental. Órgãos Locais Órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições. Dos Instrumento da PNMA: Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente estão nos incisos do art. 9º da Lei nº 6.938/1981, entre eles: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) (EIA/RIMA, plano de manejo, relatório ambiental e outros), o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA), Licenciamento Ambiental, o Cadastro técnico federal de atividades e instrumento de defesa ambiental, o Cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais e instrumentos econômicos (concessão florestal, servidão ambiental e seguro ambiental) e a garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente, obrigando o poder público a produzir as informações, quando inexistentes. Lei nº 6.938/1981 Art. 9º (...) XIII – instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Pela servidão ambiental o proprietário rural, voluntariamente, renuncia à exploração ou supressão (de parte) dos recursos naturais localizados em sua propriedade. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 11 Licenciamento ambiental Licenciamento prévio (EIA/RIMA) Licenciamento de instalação Licenciamento de operação Lei nº 6.938/1981 Art. 9º- A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do SISNAMA, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental. 3.1. Avaliação de impacto ambiental (EIA e RIMA) No tocante ao instrumento denominado EIA/RIMA, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um profundo diagnóstico do empreendimento que está em vias de ser licenciado pelo órgão ambiental competente. Este instrumento avalia os impactos e define as medidas compensatórias e mitigadoras necessárias para a realização do empreendimento. O Relatóriode Impacto Ambiental (RIMA) tem por finalidade tornar compreensível para o público o conteúdo técnico do EIA. Desse modo, em decorrência do princípio da informação, o relatório deve ser objetivo, sintético e acessível a todos, porém, deve ser um retrato fiel do conteúdo do EIA, exposto de uma forma menos técnica. 3.2. Licenciamento e licença ambiental Conceitos da Resolução nº 237/1997 do COMAMA. Licenciamento ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. É instituído em três fases: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). *Para todos verem: esquema Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 12 Resolva a questão a seguir: 3) FGV – 2013 – OAB – 10º Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase Na perspectiva da tutela do direito difuso ao meio ambiente, o ordenamento constitucional exigiu o estudo de impacto ambiental para instalação e desenvolvimento de certas atividades. Nessa perspectiva, o estudo prévio de impacto ambiental está concretizado no princípio: A) da precaução. B) da prevenção. C) da vedação ao retrocesso. D) do poluidor-pagador. 4. Da Responsabilidade por Danos Ambientais 4.1. Da responsabilidade civil A responsabilidade civil ambiental é objetiva, ou seja, não vai se perquirir culpa quando da análise desta responsabilidade. Como fundamentos da responsabilidade civil temos: Art. 927, parágrafo único, do CC e Art. 14, § 1º da Lei nº 6.938/81. A teoria do risco integral determina a reparação do dano mesmo que involuntário (a exceção são os fatos exteriores ao homem) responsabilizando o poluidor por todos os acontecimentos vinculados ao evento danoso, esta teoria relativiza a importância do nexo de causalidade para a configuração do dano. A teoria do risco criado se diferencia da teoria anterior, pois busca aplicar a causa adequada à existência do evento danoso, esta teoria admite excludentes. "A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar" (REsp n. 1.374.284/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/8/2014, DJe 5/9/2014). Questão da inversão do ônus da prova: Súmula 618 do STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental. Da responsabilização objetiva, fundamentada na teoria do risco integral, temos alguns elementos que decorrem desta teoria: Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 13 a) Prescindibilidade da investigação da culpa; b) A irrelevância da licitude da atividade; c) A inaplicabilidade de algumas excludentes tradicionais e de cláusula de não indenizar; d) A responsabilidade solidária do Art. 942 do CC. Da obrigação “propter rem”: Súmula 623 do STJ – (Dje 17-12-2018): As obrigações ambientais possuem natureza “propter rem”, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Da Prescrição das Ações de Responsabilidade Civil: Quando o objeto da ação é a proteção ao meio ambiente, enquanto bem fundamental (essencial a sadia qualidade de vida), temos que o pedido de reparação constante na ação indenizatória será imprescritível, portanto, não caberá prescrição para o pedido de reparação de danos. Contudo, se a pretensão reparatória, buscar reparar lesão individual causada de forma indireta pela poluição, ou pela degradação ambiental, o prazo prescricional será o trienal do Art. 206, § 3º, V do CC. Posição do STJ: “É imprescritível a pretensão reparatória de danos ao meio ambiente.” REsp 1081257/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/06/2018, DJe 13/06/2018; REsp 1641167/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 20/03/2018. STF – Tese de Repercussão Geral nº 999 (RE 654833): É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental. 4.2. Da responsabilidade penal da pessoa jurídica por delito ambiental Para que uma Pessoa Jurídica responda por crime ambiental, dois pressupostos devem ser preenchidos cumulativamente: 1) A infração penal seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado; 2) A infração penal seja cometida no interesse ou benefício da sua entidade. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 14 Lei nº 9.605/98 - CAPÍTULO IV DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada. Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 1º- A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Resolva a questão a seguir: 4) FGV – 2022 – OAB – 35º Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase A sociedade empresária Beta atua no ramo de produção de produtos agrotóxicos, com regular licença ambiental, e vem cumprindo satisfatoriamente todas as condicionantes da licença. Ocorre que, por um acidente causado pela queda de um raio em uma das caldeiras de produção, houve vazamento de material tóxico, que causou grave contaminação do solo, subsolo e lençol freático. Não obstante a sociedade empresária tenha adotado, de plano, algumas medidas iniciais para mitigar e remediar parte dos impactos, fato é que ainda subsiste considerável passivo ambiental a ser remediado. Tendo em vista que a sociedade empresária Beta parou de atender às determinações administrativas do órgão ambiental competente, o Ministério Público ajuizou ação civil pública visando à remediação ambiental da área. Na qualidade de advogado(a) da sociedade empresária Beta, para que seu cliente decida se irá ou não celebrar acordo judicial com o MP, você lhe informou que, no caso em tela, a responsabilidade civil por danos ambiental é A) afastada, haja vista que a atividade desenvolvida pelo empreendedor era lícita e estava devidamente licenciada. B) afastada, pois se rompeu o nexo de causalidade, diante da ocorrência de força maior. C) subjetiva e, por isso, diante da ausência de dolo ou culpa por prepostos da sociedade empresária, não há que se falar em obrigação de reparar o dano. D) objetiva e está fundada na teoria do risco integral, de maneira que não se aplicam as excludentes do dever de reparar o dano do caso fortuito e força maior. 5. Sistema Nacional das Unidades de Conservação – Lei nº 9.985/00 (SNUC) SNUC (Lei nº 9.985/00): A lei que cria o SNUC regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da CF/88, com destaque para o dever de definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, conforme dispõe o inciso III do artigo constitucional citado anteriormente. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem DireitoAmbiental 15 Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista na Lei nº 9.985/00 e cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção. União, Estados, DF e Municípios, podem instituir unidades de conservação da natureza. O SNUC é formado pelo conjunto das unidades de conservação de todos os entes federados. As categorias de unidades de proteção integral são as seguintes: estação ecológica, reserva biológica e parque nacional, todas elas públicas; já o monumento natural e o refúgio da vida silvestre podem ser constituídos por áreas pertencentes a particulares. (art. 8º, 9º, 10, 11, 12 e 13 da Lei nº 9.985/00). *Para todos verem: quadro. Unidade de conservação Fundamento legal Características Estação Ecológica Art. 9 da Lei nº 9.985/00 Posse e domínio público, se houver área particular será desapropriada; é proibido visitação pública; pesquisa científica depende de autorização prévia. Reserva Biológica Art. 10 da Lei nº 9.985/00 Posse e domínio público, se houver área particular será desapropriada; proibida a visitação pública; pesquisa científica depende de autorização prévia. Parque Nacional Art. 11 da Lei nº 9.985/00 Posse e domínio público, área particular será desapropriada; visitação pública está sujeita às normas e restrições do plano de manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia. Monumento Natural Art. 12 da Lei nº 9.985/00 Pode ser constituído por áreas particulares, porém a área será desapropriada se houver incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Monumento Natural com o uso da propriedade; visitação pública está sujeita às condições e restrições do plano de manejo. Refúgio da Vida Silvestre Art. 13 da Lei nº 9.985/00 Pode ser constituído por áreas particulares, porém a área será desapropriada se houver incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Monumento Natural com o uso da Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 16 propriedade privada; visitação pública está sujeita às normas e restrições do plano de manejo; pesquisa científica depende de autorização prévia. As unidades de uso sustentável compatibilizam a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais. Nestas unidades é admitida a utilização e exploração de uma parcela dos recursos naturais em regime de manejo sustentável desde que o zoneamento da área compreendida seja observado, bem como as limitações legais e o plano de manejo estabelecido para unidade de conservação da natureza. As categorias que compreendem as unidades de uso sustentável são as seguintes: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural (arts. 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21 da Lei nº 9.985/00). *Para todos verem: quadro. Unidade de conservação Fundamento legal Características Área de Proteção Ambiental Art. 15 da Lei nº 9.985/00 Constituída por terras públicas ou privadas; nas áreas públicas as condições para realização de pesquisa e visitação são da responsabilidade do órgão gestor da UC, nas privadas cabe ao proprietário estabelecer as condições de pesquisa e visitação; disporá de um conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente; Área de Relevante Interesse Ecológico Art. 16 da Lei nº 9.985/00 Constituída por terras públicas ou particulares. Floresta Nacional Art. 17 da Lei nº 9.985/00 Posse e domínio público áreas particulares serão desapropriadas; visitação pública é permitida; é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua criação; pesquisa é permitida e incentivada; dispõe de um conselho consultivo; quanto criada por Estados e Municípios poderão se chamar Floresta Estadual e Floresta Municipal respectivamente. Reserva Extrativista Art. 18 da Lei nº 9.985/00 Domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais; gerida por conselho deliberativo (CD); visitação pública é permitida; pesquisa científica é permitida e incentivada; plano de manejo Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 17 aprovado pelo CD; exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis. Reserva de Fauna Art. 19 da Lei nº 9.985/00 Posse e domínio público; visitação pública pode ser permitida. Reserva de desenvolvimento Sustentável Art. 20 da Lei nº 9.985/00 Domínio público; uso de áreas ocupadas pelas populações tradicionais; gerida por um conselho deliberativo (CD); plano de manejo c/ zonas. Reserva Particular do Patrimônio Natural Art. 21 da Lei nº 9.985/00 Área privada; gravada com perpetuidade em registro público; pesquisa científica; visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. Resolva a questão a seguir: 5) FGV – 2019 – OAB – 28º Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase O Ministro do Meio Ambiente recomenda ao Presidente da República a criação de uma Unidade de Conservação em área que possui relevante ecossistema aquático e grande diversidade biológica. Porém, em razão da grave crise financeira, o Presidente pretende que a União não seja compelida a pagar indenização aos proprietários dos imóveis inseridos na área da Unidade de Conservação a ser criada. Considerando o caso, assinale a opção que indica a Unidade de Conservação que deverá ser criada. A) Estação Ecológica. B) Reserva Biológica. C) Parque Nacional. D) Área de Proteção Ambiental. 6. Código Florestal (Lei nº 12.651/12) A legislação sobre florestas é uma competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal com fundamento no Art. 24, VI da Constituição Federal, ou seja, no tema das florestas a União faz as regras legislativas gerais e os Estados fazem as regras específicas que irão completar e suplementar de acordo com as realidades regionais as normas nacionais estabelecidas pela União. A principal e mais importante norma florestal do Brasil é o Código Florestal – Lei nº 12.651/12. Conceitos importantes constantes na norma federal – Lei nº 12.651/12: Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 18 a) Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; b) Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Resolva a questão a seguir: questão interdisciplinar 6) FGV – 2021 – OAB – 32º Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase O Estado Z promulga lei autorizando a supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente para pequenas construções. A área máxima para supressão, segundoa lei, é de 100 metros quadrados quando utilizados para lazer e de 500 metros quadrados quando utilizados para fins comerciais. Sobre a referida lei, assinale a afirmativa correta. A) A lei é válida, uma vez que é competência privativa dos Estados legislar sobre as Áreas de Preservação Permanente inseridas em seu território. B) A lei é válida apenas com relação à utilização com finalidade de lazer, uma vez que é vedada a exploração comercial em Área de Preservação Permanente. C) A lei é inconstitucional, uma vez que compete aos Municípios legislar sobre impactos ambientais de âmbito local. D) A lei é inconstitucional, uma vez que é competência da União dispor sobre normas gerais sobre proteção do meio ambiente. Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Direito Ambiental 19 Gabaritos das questões: 1 – C 2 – D 3 – B 4 – D 5 – D 6 – D
Compartilhar