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@profa_fernandasampaio Direito Civil I – Parte Geral Conceito de Direito É o conjunto das regras sociais que disciplinam as obrigações e poderes referentes às questões do meu e do seu, sancionadas pela força do Estado e dos grupos intermediários. Fontes do direito: legislação, costumes, doutrinas, jurisprudências, analogia e princípios gerais de direito. Direito Público X Direito Privado Com origem no direito Romano, a dicotomia entre direito público e privado foi reforçada durante as revoluções do século XVIII, em especial a Revolução Francesa, quando vários pensadores teorizaram as diferenças entre ambos direitos e a necessidade de controlar as funções estatais. Originou-se uma noção não totalmente correta de que o direito público é aquele que diz respeito ao Estado e o direito privado aos particulares. Dessa forma, o direito civil é um ramo do direito privado que reúne o conjunto de princípios, regras e de instituições que regula as relações entre pessoas e entre estas e os bens (patrimônio) de que se utilizam. Como base principiológica do Direito Privado também podem ser citados: boa fé, responsabilidade civil e o pacta sunt servanda. O projeto de Código civil foi de autoria de Clóvis Beviláqua, que deu origem à Lei nº 3.071 de 1º de janeiro de 1916. A Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, estabeleceu o novo Código Civil. Entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003. @profa_fernandasampaio Direito Civil I – Parte Geral O Código Civil foi dividido em Parte geral e Parte Especial. Na parte geral, são estudadas as noções de pessoas, de bens, de atos e fatos jurídicos. Na parte especial, são incluídas regras sobre família, sucessões, coisas, obrigações, contratos. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (Lei 13.655/18 LINDB) Apesar da LINDB acompanhar o Código civil, ela é autônoma, dele não fazendo parte. A LINDB tem caráter universal, aplicando-se a todos os ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na legislação específica. Funções da LINDB: Regular a vigência e eficácia da norma jurídica, apresentando soluções ao conflito de normas no tempo e no espaço; fornecer critérios de hermenêutica; estabelecer mecanismos de integração das normas e garantir eficácia global, a certeza, segurança e estabilidade da ordem jurídica. Interpretação da Lei: Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica. Integração: chama-se integração da norma jurídica o recurso a certos critérios suplementares, para solução de eventuais dúvidas ou emissões da lei. Aplicação da analogia, costumes, princípios gerais do direito e equidade. Vigência e Eficácia da Lei: a fase executória compreende três momentos: sanção, promulgação e a publicação. @profa_fernandasampaio Direito Civil I – Parte Geral a) Sanção – ato pelo qual o Poder Executivo exerce a faculdade de dar o seu assentimento. Sanciona (aprova) um projeto de lei que já foi previamente acatado pela câmara dos deputados e senadores. b) Promulgação – ato jurídico e obrigatório por força do qual o Presidente da República dá força executória à lei (passa a integrar ao ordenamento jurídico); é a ordenação do cumprimento da lei. c) Publicação – meio oficial estabelecido para tornar possível o conhecimento da lei já formada e declarada em execução. De modo geral as leis indicam a data que entrarão em vigor, mas caso não indique, entrará em vigor 45 dias após a publicação e nos Estados estrangeiros 3 meses depois. No período da publicação e vigência dá-se o nome de Vacio Legis. A Revogação da Lei pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação). Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Dessa forma, não há que se falar em repristinação, isto é, ressurreição da lei abolida pela revogação da lei que a revogou, a não ser quando houver expresso pronunciamento do legislador nesse sentido. Em princípio, a lei não deve ser retroativa, isto é, não deve alcançar fatos do passado, porém disciplinar situações presentes e futuras, a partir de sua vigência. Mas, por exceção, se uma lei nova pretender regular fatos passados, deverá respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. (art. 6º da LINDB). a) Direito adquirido – o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular. @profa_fernandasampaio Direito Civil I – Parte Geral b) Ato jurídico Perfeito – é o que se consumou segundo a norma vigente ao tempo que se efetuou. c) Coisa julgada – decisão judiciária de que não caiba mais recurso. CONFLITO INTERESPACIAL DE LEIS Quanto ao conflito de lei no espaço, a lei tem aplicação dentro do território delimitado pelas fronteiras do Estado (princípio da territorialidade). O Brasil adotou a doutrina da territorialidade moderada, ou seja, territorialidade (arts. 8º; 9º da LINDB) e extraterritorialidade (arts. 7º; 10º 12º e 17º da LINDB). Lei do domicílio – regras: do casamento, sucessão, competência judiciária da justiça brasileira: réu domiciliado no Brasil ou obrigação a ser cumprida no Brasil; ações relativas a imóvel no Brasil. Lei da situação da coisa – para qualificar e regular os bens. Lei do domicílio do proprietário – quanto aos bens móveis que trouxer. Lei do país em que se constituírem – para qualificar e reger as obrigações.
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