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PSICOPEDAGOGIA 
CLÍNICA 
 
AN02FREV001/ REV 4.0 
2 
2 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
O Instituto INE apresenta este módulo, com o intuito contínuo de proporcionar-lhe um 
ensino de qualidade, com estratégias de acesso aos saberes que conduzem ao 
conhecimento, na área da Educação. 
Nesse sentido, todos os nossos projetos são, fortemente, comprometidos com o seu 
progresso educacional, na perspectiva do seu melhor desempenho, como aluno-profissional 
permissivo à busca do crescimento intelectual. 
Sendo assim, e, em busca desse conhecimento, homens e mulheres se comunicam, 
têm acesso à informação, expressam opiniões, constroem visões, diferenciadas, de mundo e 
produzem cultura, a partir e através de estudos e pesquisas, que essa instituição quer garantir 
a todos os seus alunos, a saber: o direito às informações necessárias para o exercício de suas 
variadas funções. 
Assim, expressamos nossa satisfação em apresentar o seu novo material de estudo, 
moderno, atual e, totalmente baseado nas mais renomadas autoridades da área, formulado 
pelo nosso setor pedagógico, que está sempre empenhado na facilitação de um construto 
melhor para os respaldos teóricos e práticos exigidos ao longo do curso. 
Contudo, para a obtenção do sucesso esperado por você, é necessário que seja 
dispensado um tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita dedicação 
pelos Doutores e Mestres que compõem a equipe docente do Instituto INE. 
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de 
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese dos 
saberes. Este módulo está disponível apenas como base para estudos deste curso. 
Obstante, o material aqui ofertado não tem sua comercialização permitida, em 
nenhum formato, sendo, os créditos de autoria dos conteúdos deste material, dados aos seus 
respectivos autores citados nas Referências. 
Em sendo, desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, 
alcançar o equilíbrio e contribuição profícua no processo de conhecimento de todos! 
 
Atenciosamente, 
Coordenação Pedagógica do Instituto INE 
 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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SUMÁRIO 
LEIS, CÓDIGOS E DIRETRIZES DA PSICOPEDAGOGIA ....................................... 11 
DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL ......................................................................... 15 
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E AS PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO 
ESCOLAR ................................................................................................................. 17 
COMO ESTUDAR MELHOR- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ........................ 19 
Atenção ..................................................................................................................... 19 
Memória .................................................................................................................... 19 
Associação de ideias ................................................................................................. 21 
ORIENTAÇÕES AOS ALUNOS ................................................................................ 21 
A leitura ..................................................................................................................... 23 
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO ..................................................................... 26 
PRIMEIRO CONTATO (AGENDAMENTO) ............................................................... 27 
ANAMNESE .............................................................................................................. 29 
DEVOLUTIVA E ENCAMINHAMENTO ..................................................................... 36 
INFORME PSICOPEDAGÓGICO ............................................................................. 39 
Informe Psicopedagógico .......................................................................................... 44 
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO .......................................................... 47 
TRANSTORNO, DISTÚRBIO, DIFICULDADE OU DOENÇA?.................................. 75 
RECURSOS PSICOPEDAGÓGICOS E AMBIENTE DE TRABALHO ...................... 76 
OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS .................................... 77 
Pauta de observação de sala de aula ....................................................................... 79 
Avaliação comportamental ........................................................................................ 83 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BREVE HISTÓRICO 
 
Quando se fala em Psicopedagogia, atualmente, é possível perceber duas posições: a 
credibilidade cega no profissional, capaz de desvendar todos os problemas; ou a descrença, pairando 
a dúvida sobre o quê realmente esse profissional é capaz. Isto se deve às muitas significações que o 
termo psicopedagogia traz. Mas, afinal, o que é Psicopedagogia? 
Ao ter o primeiro contato com a palavra, logo se remete à ideia de Psicologia e Pedagogia, 
unidas para entender os problemas de aprendizagem. Isso realmente aconteceu no início da história 
da Psicopedagogia, quando os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa, em 
1946, por J. Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica. Esses centros tentavam 
readaptar crianças com comportamentos socialmente inadequados na escola e em casa, bem como 
atendiam crianças com dificuldade de aprendizagem apesar de serem inteligentes (MERY apud BOSSA, 
2000, p. 39), mas comprovou-se, por meio da prática, que não seriam suficientes para compreender 
os problemas existentes. 
Era preciso ter alguma noção também de Neurologia, Sociologia, Psicologia Genética e Social. 
Enfim, os conhecimentos da Psicopedagogia não se baseiam somente nas áreas que o nome nos faz 
lembrar, pois no momento em que a Psicologia entrou na educação (anos 60 e 70), muitos erros foram 
cometidos, por meio do Behaviorismo, que via a criança como um ser passivo no processo de 
aprendizagem que lhe era imposto; e também do Movimento Humanista, que via o aluno separado da 
realidade. Ainda na década de 60, houve também a medicalização dos problemas de aprendizagem, 
quando os professores fechavam diagnósticos de disfunções psiconeurológicas, mentais e/ou 
psicológicas. Dentre os diagnósticos mais comuns estavam a Disfunção Cerebral Mínima e os Distúrbios 
de Aprendizagem: afasias, disgrafias, discalculias e dislexias, que eram reforçados por médicos e 
recorriam à linha medicamentosa de tratamento. 
Na década de 80, por meio de um movimento apoiado pelo Materialismo Dialético, o social 
passa a ter um peso maior sobre a aprendizagem. Porém, na tentativa de combater o radicalismo das 
duas teorias psicológicas (Behaviorismo e Humanismo), foi tão radical quanto, deixando de lado a 
complexidade do ser humano. 
Ainda hoje vemos o reflexo desse histórico, quando os pais, diante da dificuldade escolar do 
filho, leva-o ao médico da família e, se este não indicar um profissional especializado, os pais, por si só, 
não o fazem. Isto porque, se o médico não resolver, sinal de que não é físico, é psicológico e, apesar 
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da mídia ter um enfoque na desmistificação da área psicológica/psicopedagógica, ainda há um 
preconceito grande em relação a esses profissionais, que fazem surgir nos pais uma sensação de 
fracasso no processo de geração e/ou criação dos filhos. 
A Psicopedagogia teve na Argentina um dos grandes palcos para seu desenvolvimento. Lá, o 
enfoque do profissional psicopedagogo é diferente, pois o curso se dá em nível de graduação, e não 
de pós-graduação, como aqui no Brasil. Segundo a psicopedagoga Alícia Fernández, um dos nomes de 
destaque da psicopedagogia argentina, foi na década de 70 que surgiram, emBuenos Aires, os Centros 
de Saúde Mental, onde equipes de psicopedagogos atuavam fazendo diagnósticos e tratamentos. 
Diante da observação de que os pacientes resolviam seus problemas de aprendizagem, mas 
desenvolviam problemas psicológicos, resolveram incluir o olhar e a escuta psicanalíticos, perfil atual 
do psicopedagogo argentino (apud BOSSA, 2000, p.41). 
Como a literatura argentina tem grande influência na área psicopedagógica no Brasil, cabe ao 
profissional brasileiro pesquisar quais instrumentos lhe são permitidos na utilização em consultório e 
quais são de uso exclusivo do psicólogo, bem como realizar encaminhamentos quando perceber que há 
questões além da aprendizagem a serem trabalhadas e que estão fora do seu objetivo e preparo 
profissional. 
Outros nomes de destaque na psicopedagogia argentina são Sara Paín, Jacob Feldmann, Ana 
Maria Muniz, Jorge Visca, dentre outros. De acordo com SAMPAIO (2004): Temos o professor argentino 
Jorge Visca como um dos maiores contribuintes da difusão psicopedagógica no Brasil. Foi o criador da 
Epistemologia Convergente, linha teórica que propõe um trabalho com a aprendizagem utilizando-se 
da integração de três linhas da Psicologia: Escola de Genebra – Psicogenética de Jean Piaget (já que 
ninguém pode aprender além do que sua estrutura cognitiva permite) –, Escola Psicanalítica – Freud 
(já que dois sujeitos com igual nível cognitivo e distintos investimentos afetivos em relação a um objeto 
aprenderão de forma diferente) – e a Escola de Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière (pois se 
ocorresse uma paridade do cognitivo e afetivo em dois sujeitos de distinta cultura, também suas 
aprendizagens em relação a um mesmo objeto seriam diferentes, devido às influências que sofreram 
por seus meios socioculturais). (VISCA, 1991, p. 66). 
Hoje, é possível, ao psicopedagogo, atuar em diversas áreas, porém, muitas delas são pouco 
conhecidas, como a atuação em hospitais psiquiátricos e de atendimento psicológico, ou mesmo em 
hospitais gerais, onde as crianças permanecem muito tempo hospitalizadas, passando por um 
acompanhamento psicopedagógico para que sua aprendizagem não seja prejudicada; e também a 
atuação em empresas, onde o objetivo seria a aprendizagem do sujeito para uma nova função, 
auxiliando-o para o desenvolvimento mais efetivo de suas atividades, além das áreas já conhecidas, 
como escolas, instituições assistenciais, consultórios particulares. 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_jean_piaget.htm
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_sigmund_freud.htm
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_pichon_riviere.htm
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O trabalho do psicopedagogo pode ser clínico, quando cuida de um problema já instalado, e 
preventivo, quando previne que o problema se instale. Porém, esta definição não é fechada, pois o 
preventivo também pode ser clínico quando cuida de problemas já instalados, prevenindo que surjam 
novos problemas e, portanto, pode ser realizado numa escola, quando esta se responsabiliza pelo 
acompanhamento, e não somente no consultório. 
No Brasil, segundo Lino de Macedo (1994), o psicopedagogo se ocupa das seguintes atividades: 
orientação de estudos; apropriação de conteúdos escolares que o aluno apresenta maior dificuldade, 
desenvolvimento de raciocínio, principalmente por meio de jogos; e atendimento a crianças com 
comprometimentos orgânicos mais graves. Sendo que estas atividades não são excludentes entre si. 
A Psicopedagogia como uma prática compõe técnicas de intervenção que tratam dos 
problemas de aprendizagem, trabalhando as possíveis raízes do problema e resgatando os elementos 
essenciais à aprendizagem de qualquer conteúdo específico, diferenciando-se da prática pedagógica, 
que se ocupa, especificamente, do conteúdo a ser aprendido. 
A Psicopedagogia como um campo de investigação descarta qualquer recorte da realidade que 
impeça uma visão mais completa do fenômeno pesquisado; tem como objetivo de estudo o ato de 
aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa da aprendizagem, 
procurando estudar a construção do conhecimento em toda a sua complexidade. Já como um saber 
científico, não tem um corpo de conhecimentos estruturalmente organizado, apesar da prática eficiente. 
Em sua atuação, é preciso que o psicopedagogo tenha respeito pela escola tal como ela é, 
apesar de suas imperfeições, pois é por meio dela que o aluno se situará em relação a seus 
semelhantes, optará por uma profissão e participará da construção coletiva da sociedade à qual 
pertence. Este fato não impedirá que o profissional colabore para a melhoria das condições de trabalho 
numa determinada escola ou na conquista de seus objetivos. 
A aprendizagem é responsável pela inserção da pessoa no mundo da cultura. O psicopedagogo 
ensina como aprender e, para isso, necessita apreender o aprender e a aprendizagem. Enfim, a 
Psicopedagogia contribui para a percepção global do fato educativo e para a compreensão satisfatória 
dos objetivos da educação e da finalidade da escola, possibilitando, assim, uma ação transformadora. 
 
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES 
 
Quando adentramos o universo da psicopedagogia, é comum depararmos com alguns termos 
nos momentos da avaliação psicopedagógica, ou que se referem a distúrbios e/ou dificuldades de 
aprendizagem, ou ainda dificuldades físicas e/ou psicológicas que podem ocasionar essas dificuldades 
na aprendizagem. Seguem os conceitos mais comuns. 
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Aprendizagem: é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro, que se 
expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em 
função da experiência. 
Agnosia: etimologicamente, a falta de conhecimento. Impossibilidade de obter informações 
por meio dos canais de recepção dos sentidos embora o órgão do sentido não esteja afetado. 
Afasia: perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral. Está usualmente 
associada com o traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central. Utilizam-se várias 
classificações, tais como afasia expressiva e receptiva, congênita e adquirida. 
✓ Agrafia: impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos por 
✓ escrito. 
✓ Anamnese: levantamento dos antecedentes de uma doença ou de um 
✓ paciente, incluindo seu passado desde o parto, nascimento, primeira infância, bem 
como antecedentes hereditários. 
✓ Anomia: impossibilidade de designar ou lembrar-se de palavras ou nome dos 
✓ objetos. 
✓ Autismo: distúrbio emocional da criança caracterizado por incomunicabilidade. A 
criança fecha-se sobre si mesma e desliga-se do real, impedindo de relacionar-se 
normalmente com as pessoas. Em um diagnóstico incorreto pode ser confundido com 
retardo mental, surdo-mudez, afasia e outras síndromes. Existe uma variante do 
autismo denominada Síndrome de Asperger. 
 
Cinestesia: impressão geral resultante de um conjunto de sensações internas caracterizado 
essencialmente por bem-estar ou mal-estar. 
Consciência fonológica: denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de 
tomada de consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois 
níveis: 
1. a consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, 
ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras, as palavras em sílabas e as sílabas em 
fonemas; 
2. a consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras 
faladas (rima, por exemplo). 
Coordenação viso-motora: é a integração entre os movimentos do corpo (globais e específicos) 
e a visão. 
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Desorientação visoespacial: consiste na perda da habilidade de execução de tarefas 
visualmente guiadas, na perda da capacidade de interpretação de mapas e de localização na vizinhança 
ou mesmo dentro de casa. Os aspectos de neuroimagempodem revelar áreas isquêmicas ou de 
hipoperfusão nas regiões têmporo-occipitais de predomínio à direita. 
Disartria: dificuldade na articulação de palavras devido a disfunções cerebrais. 
Discalculia: dificuldade para a realização de operações matemáticas usualmente ligadas a uma 
disfunção neurológica, lesão cerebral, deficiência de estruturação espaço-temporal. 
Disgrafia: escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos 
motores necessários à escrita. Esta disfunção está muitas vezes ligada a disfunções neurológicas. 
Dislalia: é a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada. 
Dislexia: dificuldade na aprendizagem da leitura, devido a uma imaturidade nos processos 
auditivos, visuais e tatilcinestésicos responsáveis pela apropriação da linguagem escrita. 
Disortografia: dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada por fraseologia 
incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da 
linguagem escrita. 
Disgnosia: perturbação cerebral comportando uma má percepção visual. 
Ecolalia: imitação de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão do 
significado da palavra. 
Enurese: emissão involuntária de urina. 
Esfíncter: músculo que rodeia um orifício natural. Em psicanálise, na fase anal está ligado ao 
controle dos esfíncteres. 
Espaço-temporal: orientar-se no espaço é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si 
próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a consciência da relação do 
corpo com o meio. 
Etiologia: estudo das causas ou origens de uma condição ou doença. 
Gagueira ou tartamudez: distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueios, 
hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. É acompanhada 
rapidamente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas. 
Atinge mais homens que mulheres. 
Hipercinesia: movimento e atividade motora constante e excessiva. 
Também designada por hiperatividade. 
Hipocinesia: ausência de uma quantidade normal de movimentos. 
Quietude extrema. 
Impulsividade: comportamento caracterizado pela ação de acordo com o impulso, sem medir 
as consequências da ação. 
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Lateralidade: bem estabelecida, implica conhecimento dos dois lados do corpo e a capacidade 
de identificá-los como direita e esquerda. 
Linguagem interior: o processo de interiorizar e organizar as experiências sem ser necessário 
o uso de símbolos linguísticos. Por exemplo, o processo que caracteriza o analfabeto que fala, mas não 
lê nem escreve. 
Linguagem tatibitate: é um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva 
voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas 
psicológicos para a criança. 
Maturação: é o desenvolvimento das estruturas corporais, neurológicas e orgânicas. Abrange 
padrões de comportamento resultantes da atuação de algum mecanismo interno. 
Memória: capacidade de reter ou armazenar experiências anteriores. 
Também designada como "imagem" ou "lembrança". 
Memória cinestésica: é a capacidade de a criança reter os movimentos motores necessários à 
realização gráfica. À medida que a criança entra em contato com o universo simbólico (leitura e escrita) 
vão ficando retidos em sua memória os diferentes movimentos necessários para o traçado gráfico das 
letras. 
Mudez: é a incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do 
sistema nervoso central, atingindo a formulação e a coordenação das ideias e impedindo a sua 
transmissão em forma de comunicação verbal. Em boa parte dos casos, o mutismo decorre de 
problemas na audição. Os fatores emocionais e psicológicos também estão presentes em algumas 
formas de mudez. Na mudez eletiva a criança fica muda com determinadas pessoas ou em 
determinadas situações e em outras não. 
Percepção: processo de organização e interpretação dos dados que são obtidos por meio dos 
sentidos. 
a) percepção da posição – do tamanho e do movimento de um objeto em relação 
ao observador; 
b) percepção das relações espaciais – das posições a dois ou mais objetos; 
c) consistência perceptiva – capacidade de precisão perceptiva das propriedades 
invariantes dos objetos como, por exemplo, forma, posição, tamanho etc.; 
d) desordem perceptiva – distúrbio na conscientização dos objetos, suas relações 
ou qualidade envolvendo a interpretação da estimulação sensorial; 
e) deficiência perceptiva – distúrbio na aprendizagem, devido a um distúrbio na 
percepção dos estímulos sensoriais; 
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f) perceptivo-motor – interação dos vários canais da percepção como da atividade 
motora. Os canais perceptivos incluem o visual, o auditivo, o olfativo e o cinestésico; 
g) percepção visual – identificação, organização e interpretação dos dados 
sensoriais captados pela visão; 
h) percepção social – capacidade de interpretação de estímulos do envolvimento 
social e de relacionar tais interpretações com a situação social. 
Problemas de aprendizagem: são situações difíceis enfrentadas pela criança com um desvio do 
quadro normal, mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo (alunos multirrepetentes). 
Praxia: movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtenção de um fim ou de um 
resultado determinado. 
Rinolalia: caracteriza-se por uma ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto 
da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenoide, lábio leporino ou fissura 
palatina. 
Ritmo: habilidade importante, pois dá à criança a noção de duração e sucessão, no que diz 
respeito à percepção dos sons no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, 
silabada, com pontuação e entonação inadequadas. 
Sinergia: atuação coordenada ou harmoniosa de sistemas ou de estruturas neurológicas de 
comportamento. 
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): pode vir combinado (ambos os 
presentes) ou isolado (diagnóstico somente de déficit de atenção ou somente de hiperatividade). 
Como podemos perceber, os conceitos mais comuns em psicopedagogia abrangem diversas 
áreas do conhecimento. 
 
O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO 
 
A Psicopedagogia trata de uma complexidade de fatores, juntamente com uma variedade de 
atuações e funções; para isso é necessário um profissional responsável e, sobretudo, apaixonado pelo 
que faz, divulgando seu trabalho, esclarecendo as dúvidas de pessoas leigas. Esse será o caminho do 
psicopedagogo de sucesso, pois existe uma enorme diferença entre ter um diploma de Psicopedagogia 
e ser um Psicopedagogo. 
Ser um psicopedagogo é muito mais do que dominar técnicas de psicologia e/ou pedagogia. É 
sempre estar se atualizando nos assuntos que permitem compreender a criança na maioria de suas 
manifestações, tanto psíquicas, quanto motoras, sociais, biológicas. Ser psicopedagogo é estar apto a 
trabalhar de forma clínica e/ou institucional, visando à prevenção como sua filosofia maior; e também 
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estar apto às diversas áreas nas quais se pode trabalhar: clínicas, escolas, instituições, hospitais, 
empresas. Ser psicopedagogo não é apropriar-se de conhecimentos e sim difundi-los; não é criar 
dependência e sim emancipar; não é rotular e sim socializar. 
O objetivo de um psicopedagogo não deve ser o problema da aprendizagem e, sim, ela própria, 
sem deixar que os problemas se instalem para que seja possível atuar. Deve ser facilitador de uma 
aprendizagem prazerosa, na qual o aluno consegue expor toda a sua potencialidade; deve também 
orientar o educando a como estudar, verificando se há apropriação dos conteúdos escolares, 
facilitando o desenvolvimento do raciocínio. 
A prática psicopedagógica, sobretudo na área clínica, tem sua metodologia de trabalho, ou 
seja, a abordageme tratamento, se tecendo em cada caso, na medida em que a problemática aparece. 
Cada situação é única e requer do profissional, atitudes específicas em relação àquela situação. Essa 
forma de atuação também pode se caracterizar dentro das instituições. 
Como psicopedagogo, precisamos estar atentos à cultura, à história, enfim, ao contexto social 
das escolas e famílias, para orientá-las de forma a conseguirem um resultado mais efetivo; diagnosticar 
a escola e também a família, pois muitas vezes, são ambas ou uma delas que estão prejudicando a 
aprendizagem da criança. 
Enfim, o psicopedagogo pode desenvolver “n” atividades no contexto escolar ou fora dele; 
cabe ao profissional que se digne a assim ser chamado, ser capacitado e responsável, além de incitar 
a confiança por meio de comportamentos éticos, a todos os quais se dirige, para que seu trabalho 
tenha pleno sucesso e eficácia, amenizando o sentimento de exclusão que uma criança que não 
aprende sofre. 
Muitos cursos de psicopedagogia têm surgido e a demanda pelos cursos também, pois cada 
vez mais educadores, psicólogos e pais têm sentido a necessidade de conhecer o processo de ensino-
aprendizagem e tudo o que envolve esses conceitos. Afinal, na atualidade, estamos em constante 
metamorfose entre educandos e educadores, pois ora somos alunos e ora professores. Diante desse 
aumento de cursos e profissionais, precisamos recorrer ao órgão competente para regulamentação da 
profissão que, aqui no Brasil, é a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), responsável pela 
organização de eventos, publicação de temas relacionados à psicopedagogia, cadastro de profissionais, 
entre outras atividades, atuando há mais de 13 anos. 
 
LEIS, CÓDIGOS E DIRETRIZES DA PSICOPEDAGOGIA 
 
CÓDIGO DE ÉTICA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA (ABPp) 
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Reformulado pelo Conselho Nacional e nato do biênio 95/96. 
 
CAPÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS 
 
Artigo 1º 
A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de 
aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio – 
família, escola e sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da 
psicopedagogia. 
 
Parágrafo único 
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relacionado com o 
processo de aprendizagem. 
 
Artigo 2º 
A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das várias áreas do 
conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, no sentido ontogenético e 
filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprios. 
 
Artigo 3º 
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou 
remediativo. 
Artigo 4º 
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados em 3º grau, 
portadores de certificados de curso de Pós-Graduação de Psicopedagogia, ministrado em 
estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo 
indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal. 
 
Artigo 5º 
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (I) promover a aprendizagem, garantindo o 
bem-estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, 
incluindo a relação interprofissional; (II) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia. 
 
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CAPÍTULO II 
DAS RESPONSABILIDADES DOS PSICOPEDAGOGOS 
 
Artigo 6º 
São deveres fundamentais dos psicopedagogos: 
A) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que 
tratem o fenômeno da aprendizagem humana; 
B) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo 
uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões do mundo; 
C) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro 
dos limites da competência psicopedagógica; 
D) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
E) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de classe 
sempre que possível; 
F) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma definição 
clara do seu diagnóstico; 
G) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e 
discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos; 
H) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes; 
I) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente 
ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade na 
relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e 
manutenção do conceito público. 
 
CAPÍTULO III 
DAS RELAÇÕES COM OUTRAS PROFISSÕES 
 
Artigo 7º 
O psicopedagogo procurará manter e desenvolver boas relações com os componentes das 
diferentes categorias profissionais, observando, para este fim, o seguinte: 
A) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhes são reservadas; 
AN02FREV001/ REV 4.0 
14 
14 
 
 
B) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização; 
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. 
 
CAPÍTULO IV 
DO SIGILO 
 
Artigo 8º 
O psicopedagogo está obrigado a guardar segredo sobre fatos de que tenha conhecimento em 
decorrência do exercício de sua atividade. 
 
Parágrafo Único 
Não se entende como quebra de sigilo, informar sobre cliente a especialistas comprometidos 
com o atendimento. 
 
Artigo 9º 
O psicopedagogo não revelará, como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no 
exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade competente. 
 
Artigo 10 
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados, mediante 
concordância do próprio avaliado ou do seu representante legal. 
 
Artigo 11 
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e a eles não será franqueado o 
acesso a pessoas estranhas ao caso. 
 
CAPÍTULO V 
DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS 
 
Artigo 12 
Na publicação de trabalhos científicos, deverão ser observadas as seguintes normas: 
 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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15 
 
 
a) A discordância ou críticas deverão ser dirigidas à matéria e não ao autor; 
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos 
autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores àquele que 
mais contribuir para a realização do trabalho; 
c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição de hierarquia 
para fazer publicar em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação; 
d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, 
bem como esclarecidas as ideias descobertas e ilustrações extraídas de cada autor. 
 
DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL 
 
Artigo 13 
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo 
com exatidão e honestidade. 
 
Artigo 14º 
O psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em organizações que visem o lucro 
com venda de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos mesmos. 
 
CAPÍTULO VII 
DOS HONORÁRIOS 
 
 
Artigo 15 
Os honorários deverão ser fixados com cuidado, a fim de que representem justa retribuição 
aos serviços prestados e devem ser contratados previamente. 
 
CAPÍTULO VIII 
DAS RELAÇÕES COM SAÚDE E EDUCAÇÃO 
 
Artigo 16 
AN02FREV001/ REV 4.0 
16 
16 
 
 
O psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridades competentes sobre a 
organização, implantação e execução de projetos de Educação e Saúde Pública relativo às questões 
psicopedagógicas. 
 
CAPÍTULO IX 
DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA 
 
Artigo 17 
Cabe ao psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este código. 
 
Artigo 18 
Cabe ao Conselho Nacionalda ABPp orientar e zelar pela fiel observância dos princípios éticos 
da classe. 
 
Artigo 19 
O presente código só poderá ser alterado por proposta do Conselho da ABPp e aprovado em 
Assembleia Geral. 
 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Artigo 20 
O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em Assembleia Geral, 
realizada no V Encontro e II Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992, e sofreu a 1ª 
alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96, sendo aprovado em 19/07/1996, 
na Assembleia Geral do III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da ABPp, da qual resultou a presente 
solução. 
 
OUTROS DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA PARA O PSICOPEDAGOGO 
 
Como podemos perceber, o Código de Ética do Profissional Psicopedagogo é bem claro quando 
às suas designações. Outros documentos de referência importantes para o psicopedagogo são estes: 
• Projeto de Lei 3.124 - A de 1997 – de Barbosa Neto. Dispõe sobre a 
AN02FREV001/ REV 4.0 
17 
17 
 
 
regulamentação da profissão de psicopedagogo, cria o Conselho Federal e os Conselhos 
Regionais de Psicopedagogia e determina outras providências; 
• Projeto de Lei 128/00 – do deputado Claury Alves da Silva. Autoriza o Poder 
Executivo a implantar assistência psicológica e psicopedagógica em todos os estabelecimentos 
de ensino básico público, com o objetivo de diagnosticar e prevenir problemas de 
aprendizagem; 
• Código de Ética. Aprovado em Assembleia Geral em julho de 2000; 
• Sugestão de Ementa e Bibliografia para prova em Psicopedagogia. Elaborada pela 
Comissão de Cursos e ABPp Nacional, em 5 de dezembro de 2002; 
• Documentos disponíveis no site da ABPp (www.abpp.com.br). 
 
No anexo 1, projeto de lei nº 3512 de 2008 – da deputada Professora Raquel Teixeira – 
Emendas. 
 
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E AS PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO 
ESCOLAR 
 
Na música, são retratadas as visões da escola tradicionalista, tendo o aluno como 
depósito do saber e o professor como único detentor da sabedoria. Os castigos aplicados pela 
família (bater) e pela própria escola (sem recreio) voltam os alunos contra as práticas 
educativas, sendo uma das causas da desmotivação dentro do ambiente escolar. Tudo o que 
está ao redor é bem mais interessante do que a escola (revistas, videogame, jogos), pois esta 
não utiliza recursos apropriados para cativar o aluno; falar sua linguagem. As provas são 
ausentes de significado, não gerando aprendizagem durante os estudos e, por isso, 
invalidando a principal função da prova, que é a verificação dos conteúdos aprendidos e, 
frente ao insucesso do aluno, providenciar revisões de conteúdo e novas avaliações. A 
aprendizagem, por si só, não é reforçadora, pois não está ligada a conteúdos que possam ser 
úteis na vida do educando, daí a necessidade dos pais utilizarem recursos como “deixar ficar 
acordado até mais tarde” e “aumentar a mesada” como estímulos ao estudo. 
A falta de tempo dos pais, que muito trabalham para garantir as condições mínimas de 
sobrevivência ou os apelos consumistas da atualidade, gera outra questão no que diz respeito 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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ao desenvolvimento dos filhos: a culpa dessa falta de tempo faz com que os pais sejam mais 
permissivos. Como consequência disto, temos a falta de limites, uma das causas do 
comportamento inadequado dentro da escola; a outra, é a própria dificuldade de 
aprendizagem, pois, já que o aluno não se destaca pelo positivo (aprendendo), passa a se 
destacar pelo negativo (bagunçando). 
A violência urbana e o advento da tecnologia geram jovens cada vez mais sedentários 
e enclausurados dentro de suas casas, utilizando-se do videogame e do computador como 
formas de diversão, quase sempre sem a supervisão dos pais. Daí a facilidade de cairem em 
crimes da internet (cyberbuylling está entre o principal deles na atualidade). Muitas vezes são 
os próprios pais que não incentivam o acesso à cultura, esporte e lazer, por acharem que, 
dentro de casa, seus filhos estarão mais protegidos. Porém, na maioria das vezes, o lado 
positivo do uso do computador para pesquisas, visitas virtuais a museus, entre outros, não é 
utilizado. 
 A “decoreba” para realizar os processos de avaliação ainda é muito utilizada, por 
vários motivos. Um deles: os alunos não são ensinados a terem liberdade de escrever no papel 
o que pensam. Muitas vezes, o professor quer a resposta com as palavras utilizadas nos livros, 
que pouco trazem o entendimento do conteúdo ao aluno. Ensinar o processo de reescrita e 
reconto de histórias desde as crianças em tenra idade é o início do processo de emancipação, 
pois dá ao aluno o direito de entender o que leu e escrevê-lo com suas próprias palavras. 
O processo de decorar ou memorizar consiste em repetir várias vezes uma frase ou 
trechos de textos (recurso utilizado pelo rapper no trecho em que fala sobre isso), e, na hora 
da prova, “ligar o piloto automático” para sua realização. Ao sair dela, em sua grande maioria, 
o aluno não se lembra de mais nada. Esse processo era muito utilizado para os estudos 
realizados com questionários estilo perguntaresposta, que hoje algumas escolas aboliram, 
realizando perguntas nas quais necessitam da compreensão do jovem para relacionar os 
conteúdos com gráficos ou tirinhas de jornais, entre outros recursos. Mas quem ainda oferece 
bastante resistência a essas novas formas de avaliação são os próprios pais, pois não podem 
“tomar o ponto” de seus filhos, e assim não conseguem ter o controle exagerado entre família 
e a escola, as vezes é melhor que o aluno filho seja transferido para outra unidade escolar para 
garantir seu bem-estar. 
 
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COMO ESTUDAR MELHOR- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 
 
Atenção 
 
Dentre os princípios fundamentais para o desenvolvimento da atenção pod se citar: 
Concentração- normalmente a atenção fixa em um determinado objeto, havendo 
casos em que ela pode se dividir entre dois objetos, embora com perda de eficiência, como 
por exemplo, estudar ouvindo música; 
Intermitência- a atenção não pode se manter fixa por longos períodos sem perder a 
eficácia, de onde se conclui que um período de atenção requer outro descanso. Este outro 
período deve ser preenchido com objetos diferentes, por exemplo, alternar o estudo com o 
ato de ouvir música; 
Interesse- quanto maior é o interesse em uma determinada área, tanto maior será a 
facilidade de atenção. 
 
Memória 
 
Existe vários tipos de memória: 
 
Visual- facilidade em evocar as imagens daquilo que se viu; 
Auditiva- facilidade em evocar aquilo que se ouviu; 
Motora - evocação rápida daquilo que se fez; 
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Afetiva- lembrança fácil de relações emotivas; 
Nominativa – facilidade em lembrar nomes ou palavras relacionadas. 
Locativa- evocação fácil da região geográfica do objeto ou fato; 
 
 
Para que haja memorização e retenção dos conteúdos ensinados é preciso que eles 
sejam significativos para as crianças e adolescentes e ligados a alguma emoção positiva. Como 
exemplo, existem os professores de renome em cursinhos diversos que utilizam letras de 
música e regras mneomônicas para facilitar a memorização. Há a necessidade de articulação 
do conteúdo estudado com notícias atuais, com leitura de jornal, com vocabulário elaborado 
para que os alunos possam compreender o que está sendo solicitado. 
Cabe ao psicopedagogo, seja dentro da instituição escolar ou em seu consultório, 
realizar a orientação educacional, que tem como objetivo a organização da rotina de estudos 
do educando, por meio de técnicas adequadas às diferentes faixas etárias, levando ao 
autoconhecimento, aprendendo a reconhecer suas capacidades e dificuldades, 
proporcionando melhor adaptação ao meio social e escolar em que vive, sendo um facilitador 
no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, é importante desenvolver trabalhos de 
integraçãoentre pais, filhos e escola, pois essa tríade, unida, traz ótimos resultados. Evitar 
que haja culpabilização (pais x escola), pois isso só prejudica o aluno/filho. Quando há um 
desgaste 
A eficácia variável da memória decorre de que alguns possuem, por exemplo, mais 
desenvolvimento na visual que na auditiva, não significando isto que o indivíduo não possa ou 
não deva desenvolver todos os tipos. Cabe ao aluno perceber-se e ver quais são os tipos de 
memória que apresenta maior facilidade para então apropriar-se dos recursos necessários 
para obter bons resultados. Por exemplo, um aluno com boa memória visual deve estudar por 
meio de esquemas, gráficos, mapas, e demais recursos gráficos disponíveis para aquela 
matéria. 
 
 
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Associação de ideias 
 
 
É a capacidade que possibilita ao indivíduo relacionar e evocar fatos e ideias. Esta 
capacidade pode ser constatada, por exemplo, numa conversa informal. É fácil observar 
quantos assuntos diferentes vêm à tona por fatos e ideias relacionadas com experiências 
anteriores dos interlocutores que são suscitados pela troca de palavras que a conversa exige. 
Analogia é a melhor forma de integrarmos a aprendizagem. 
 
ORIENTAÇÕES AOS ALUNOS 
 
Na sala de aula 
 
• Preste atenção às explicações do professor. Assim você terá gravado muito da 
matéria. 
• Observe e descubra o jeito próprio de cada professor lecionar. 
• Mantenha a atenção e a concentração na aula. 
• Concentrar-se significa livrar-se das distrações, das brincadeiras, das conversas 
paralelas e desnecessárias. 
 
O estudo em casa 
 
• Comece a estudar hoje, não deixe para amanhã. 
• Estude todos os dias. 
• Adquira o hábito de estudar e discipline sua mente. 
• É mais produtivo estudar um pouco todos os dias, do que muito de vez em 
quando. 
• Uma vez estudando, dedique-se realmente a este objetivo. 
• Estude com a intenção de entender. 
• Não acumule a matéria para estudar. 
• Quando o estudo não é habitual, torna-se pesado e difícil. 
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• Não revise apenas na véspera ou no dia da prova, você sabe que não funciona. 
• Matérias e professores com os quais não nos identificamos, não deverão nos 
impedir de estudar. 
• Peça ajuda nas dificuldades. Professores, pais, orientadores, amigos podem 
ajudá-lo. 
• Enfrente os desafios e faça o melhor que puder. 
• A escola é apenas o lugar onde você se orienta. O sucesso do estudo depende 
de você. 
• Não seja dependente do professor. Pesquise e descubra você mesmo! 
• Os pontos de uma disciplina têm relação entre si e visam ao mesmo objetivo: o 
conhecimento da matéria. É importante que, ao estudar, você vá procurando sentir a relação 
entre as matérias. 
• Não prossiga seus estudos carregando dúvidas, estas devem ser solucionadas e 
eliminadas, para que não se tornem progressivas. 
• Não faça anotações sem qualquer ordem. 
• Em casa, no mesmo dia, desenvolva as anotações da aula. É muito importante 
passar a limpo os pontos no mesmo dia. A memória ainda está fresca. 
• O ponto organizado por você somente será completo e útil para estudar, se 
você completar suas anotações de aula consultando apostilas, livros, etc. 
• O acúmulo de matérias exigirá de você um esforço maior que o normal e poderá 
levá-lo ao cansaço e ao desinteresse (ou ao desespero). 
• Se tiver alguma dúvida que não consiga resolver, anote para que na próxima 
aula possa perguntar ao professor. 
• Adquira o hábito de escrever todos os dias (cartas, diário, anotações, resumos, 
etc.). 
 
 Local de estudo 
 
• Adquira o hábito de estudar sempre no mesmo lugar. Mantenha um "cantinho 
de estudo". 
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• Um mínimo de condições ambientais se faz necessário para que o estudo em 
casa possa render: ventilação, pouco ou nenhum ruído, iluminação (a luz deve vir do lado 
esquerdo ou da frente para evitar sombras). 
• Mantenha sobre a mesa somente o material necessário para o seu estudo. 
• Sua mesa deve estar sempre bem organizada e projetada para que você possa 
estudar de forma proveitosa. Uma mesa confusa e desorganizada provoca cansaço, 
ineficiência, desânimo, frustração, estresse, etc., não acumule papéis desnecessários. 
• Organize um arquivo lógico, conforme suas necessidades, usando pastas ou 
caixas. 
• Mantenha seu local de estudo em ordem. Um ambiente desordenado causa 
dispersão da atenção. 
 
Alguns dias antes da prova, verifique se todo o material trabalhado pelo professor está 
em ordem. 
• Durante a prova, mantenha: calma, atenção e segurança. 
• Resolva todas as questões; nunca faça apenas um número de questões que 
você julga suficiente para tirar a nota que precisa para fechar. 
• Pense antes de escrever! 
• Não "cole". A fraude pode custar caro! 
• Releia a prova antes de entregá-la ao professor. 
• Quando receber a prova de volta, observe os erros e aprenda com eles. 
• Tire as dúvidas com o professor. 
• Não jogue fora a prova quando ela for corrigida e devolvida a você. Ela é 
documento que pode ser útil mais tarde. 
 
A leitura 
 
 A ideia é que retenhamos as ideias do autor e, quando necessário, a reprodução 
dessas de modo pessoal, o que confirma a compreensão. 
• A boa leitura depende do número de fixações por linhas. 
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• Captar um conjunto de palavras em cada fixação aumenta a velocidade da 
leitura. 
• Quando se lê sílaba por sílaba ou palavra por palavra, além de a leitura ser mais 
lenta, o significado permanece truncado. 
• Para alguém tornar sua leitura mais eficiente precisa aprender a ler pelo 
significado, o que se consegue captando conjuntos de palavras. 
 
Os tipos de leitura são: 
• recreativa – cujo objetivo é trazer satisfação à inteligência; 
• crítica – onde existe um confronto de ideias entre o leitor e o autor; 
• assimilativa – em que o leitor reconhece o autor como autoridade e procura 
aprender com ele seu conteúdo. 
 
Essas orientações para um estudo efetivo não têm momento certo para acontecer; o 
quanto antes forem colocadas na rotina das crianças – cada orientação de acordo com o que 
cada faixa etária pode produzir –, facilitam o processo de ensino-aprendizagem, aumentam a 
motivação para aprender e disciplina o estudo, preparando o aluno para provas futuras, seja 
Exame Nacional do ensino Médio (ENEM), vestibulares ou concursos públicos. 
Hoje, a escola tem uma função social muito maior para as crianças e adolescentes do 
que a aprendizagem dos conteúdos. É no “segundo lar” que acontece a formação da 
personalidade dos alunos por meio dos conflitos causados por convivência com colegas, 
aprendem a lidar com regras impostas por adultos que não são pais ou parentes, começam a 
ter contato com as diferenças e confrontar os preconceitos trazidos de casa, enfim, muitas 
crianças e adolescentes têm, na escola, a única forma de convívio, já que, como foi citado 
anteriormente, a violência e outros fatores fazem com que o convívio social tenha sido 
reduzido nas últimas décadas. 
 Hoje, o convívio social se dá virtualmente por meio do computador, já que as 
comunidades virtuais, sites de relacionamento e programas de bate-papo são os mais 
utilizados nesta faixa etária. Mas não podemos esquecer que essas formas de relacionamento 
não são reais, pois só conversamos na hora que queremos e com quem queremos e falamos 
o que achamos melhor, pois ao escrevermos temos um tempo maior de pensarmos o que 
vamos dizer. Enfim, os pais que dizem que preferem seus filhos dentro de casa porque estão 
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seguros, estão equivocados, pois além de estarem privando seus filhos da vida real, estão à 
mercê de diversos perigos que tomamos conhecimento todos os dias pelos noticiários. 
A tendência dos profissionais envolvidos no processo de educação formal é tentardiagnosticar, ou encaminhar ao processo diagnóstico, os alunos com problemas de 
aprendizagem. Porém, não podemos esquecer que muitas vezes os problemas são de 
“ensinagem”. É preciso avaliar a prática docente juntamente com a criança para verificar as 
adequações necessárias a serem realizadas para que o educando tenha um maior 
aproveitamento dos conteúdos ensinados. Os pais também devem se informar, no ato da 
matrícula, sobre as formas e métodos de ensino e o processo de avaliação usados na 
instituição escolar. 
Uma forma de o psicopedagogo identificar se as dificuldades são da criança 
(aprendizagem) ou da escola (ensino) é a avaliação das provas aplicadas. Temos sempre que 
observar se a cópia está limpa, ou seja, livre de borrões; se o cabeçalho contém os dados 
necessários para identificação daquela prova (disciplina, data, nome do professor, conteúdo 
a ser avaliado, entre outros); se as imagens, como mapas e gráficos, estão com legendas e 
dados legíveis e nítidos; se os enunciados estão claros e utilizando o vocabulário adequado 
para aquela faixa etária; se há organização das questões e espaços para resolvê-las; se há erros 
de digitação ou inadequação com o conteúdo a ser avaliado, entre outras análises. Caso haja 
alguma inconformidade, faz-se necessário uma conversa com a coordenação da escola para 
que haja supervisão das provas antes de elas serem aplicadas ou que seja oferecida ao aluno 
uma chance de realizar uma nova avaliação. 
As dificuldades mais comuns que aparecem nas crianças dentro do consultório 
psicopedagógico são a dificuldade de compreensão dos enunciados, a articulação dos 
conteúdos (intra e interdisciplinarmente), a falta de vocabulário, baixa autoestima, “brancos” 
na hora da prova. Cabe ao psicopedagogo trabalhá-las de forma interessante e motivadora de 
acordo com a faixa etária, algo que dentro seu consultório é mais fácil devido aos recursos dos 
quais dispõe. Já a atuação do psicopedagogo diante desse panorama junto as escolas , consiste 
na orientação dos professores, seja em reuniões pedagógicas, palestras, cursos rápidos ou 
pequenas intervenções no dia a dia esscolar. 
A autora Sandra Zákia Lian Sousa, em seu texto “Revisando a teoria da avaliação da 
aprendizagem” (apud SOUSA, 1991), alerta para essa necessidade: 
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 O conceito de avaliação da aprendizagem que tradicionalmente tem como alvo o 
julgamento e a classificação do aluno necessita ser redirecionado, pois a competência ou 
incompetência do aluno resulta, em última instância, da competência ou incompetência da 
escola, não podendo, portanto, a avaliação escolar restringir-se a um de seus elementos de 
forma isolada. Assim, a avaliação tem na análise do desempenho do aluno um de seus focos 
de julgamento do sucesso ou fracasso do processo pedagógico. Nesse enfoque, desponta 
como finalidade principal da avaliação o fornecer sobre o processo pedagógico informações 
que permitam aos agentes escolares decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que 
se fizerem necessários em face do projeto educativo definido coletivamente e comprometido 
com a garantia da aprendizagem do aluno. Converte-se então em um instrumento referencial 
e de apoio às definições de natureza pedagógica, administrativa e estrutural, que se concretiza 
por meio de relações partilhadas e cooperativas. 
 Enfim, retirar da avaliação escolar todo o seu histórico de instrumento de medida, os 
desvios na prática docente quando utilizada para punir as classes indisciplinadas com prova 
surpresa, ou mesmo com notas baixas, é um processo lento, mas com certeza gratificante 
quando começarmos a ver os resultados. 
 
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO 
 
 O diagnóstico psicopedagógico é o ponto de partida do trabalho do psicopedagogo. 
Por isso, precisa ser realizado de maneira séria e atenta aos detalhes de todo o processo, 
desde o primeiro contato telefônico até a devolutiva, ou seja, a divulgação do diagnóstico. 
Segundo Weiss (1994), para que tenhamos uma visão global do cliente durante a 
abordagem do fracasso escolar, precisamos levar em consideração os seguintes aspectos: 
1. Aspectos orgânicos – são os relacionados à estrutura biofisiológica do sujeito 
que aprende. Quaisquer alterações nessas estruturas irão prejudicar o acesso ao 
conhecimento. Atentar também para o fato de que, na maioria das vezes, crianças portadoras 
de alterações orgânicas recebem uma educação diferenciada por parte da família, podendo 
ocasionar problemas emocionais em diversos níveis, gerando dificuldades na aprendizagem 
escolar. 
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 Aspectos cognitivos – são os ligados basicamente ao desenvolvimento e 
funcionamento das estruturas cerebrais que permitem a aprendizagem, entre eles a memória, 
atenção, antecipação, entre outros. 
2. Aspectos emocionais – são os aspectos ligados ao desenvolvimento afetivo e 
sua relação com a construção do conhecimento e a expressão deste por meio da produção 
escolar (WEISS, 1994, p. 23). Isto porque o não aprender pode ter uma relação com um 
problema familiar, por exemplo, num caso de não conseguir bom desempenho em 
matemática a partir da separação dos pais e a constituição de novas famílias (não consegue 
dividir, subtrair, somar, multiplicar porque isto remete às novas organizações familiares). 
3. Aspectos sociais – como o próprio nome diz, trata-se de tudo o que interfere 
socialmente naquela família, como a sua cultura, sua situação econômica, entre outros. 
4. Aspectos pedagógicos – são os aspectos ligados à metodologia de ensino, à 
avaliação, à dosagem de informações, à estruturação das turmas, enfim, à organização geral 
da escola, que influem diretamente na qualidade de ensino e interferem no processo de 
ensino-aprendizagem (WEISS, 1994, p. 24). 
Diante desses aspectos, é importante lembrar que o bom diagnóstico psicopedagógico 
não é medido pela quantidade de instrumentos utilizados, mas, sim, que os instrumentos 
utilizados sejam capazes de auxiliar no entendimento do funcionamento desses cinco 
aspectos do cliente em questão. 
 
PRIMEIRO CONTATO (AGENDAMENTO) 
 
 
O primeiro contato telefônico para agendamento de uma consulta com o profissional 
de psicopedagogia deve ser cercado de alguns cuidados, pois é o primeiro movimento da 
família em busca de uma mudança. É o reconhecimento de que algo não vai bem, e aceitar 
isso muitas vezes é difícil para toda a família ou para alguns dos membros. 
Quando há uma secretária/recepcionista para realizar esse agendamento, é necessário 
que o profissional a instrua sobre como agir nessas situações. Deve ser simpática e reservada 
ao mesmo tempo; explicar de forma sucinta e clara as informações pertinentes, como horários 
de atendimento, duração das sessões, valores e o que mais for solicitado pelo cliente, porém, 
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algumas questões serão respondidas apenas pelo profissional. Caso seja o próprio 
psicopedagogo a receber os contatos telefônicos, além dessas informações, pode-se passar 
também a forma de trabalho. É importante que se tire as dúvidas, mas que não deixe o futuro 
cliente se alongar neste contato, deixando para o momento da entrevista inicial os detalhes 
sobre a queixa. Podemos perceber o nível de ansiedade se há pedidos de urgência, número 
exagerado de sessões ou horários inadequados. 
 
 
QUEIXA 
 
 
Quando recebemos os responsáveis pela criança no consultório, existe uma ansiedade, 
algumas vezes até do próprio profissional, que precisa ser controlada para não afetar o 
encontro. Como exemplo, os responsáveis podem chegar muito antes do horário combinado, 
podem começar a falar e não parar mais, ou apenas se deter em responder as questões 
realizadas pelo profissional. 
O ideal, nesses momentos, é receber os responsáveis de forma cordial, 
mostrando-lhes o espaço do consultório, falando um pouco sobresua experiência e 
perguntando-lhes em que pode ajudá-los. Aí se evidencia a queixa explícita, que pode ser uma 
para a mãe, outra para o pai e outra para a criança; pode ser uma para os pais e outra para a 
criança, ou ainda, pode ser a mesma para todos, mas não a queixa verdadeira, a qual 
chamamos de implícita, e só irá aparecer no decorrer das sessões, quando os envolvidos 
criarem mais confiança no psicopedagogo. 
Este primeiro momento com os responsáveis é importante para avaliarmos se o casal 
comparece, se somente um deles, ou ainda se levam a criança junto. Há autores que 
defendem que este primeiro atendimento seja com a presença da criança, outros, que seja 
somente para os responsáveis. Porém, a vivência de consultório possibilita viver as duas 
situações e, na segunda, os pais se sentem mais tranquilos para responder às questões, 
costumam reconhecer erros na criação dos filhos, mostram-se frágeis diante de alguns 
assuntos, além de que, com a presença da criança, os responsáveis não conseguirem dar 
atenção devida ao profissional, pois ficam preocupados com a criança na recepção, e logo 
querem ir embora, marcando outro momento no qual possam comparecer sozinhos, ou ainda, 
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se a criança está dentro do consultório, realizando alguma atividade, costumam falar por 
gestos, ou realizar ligações telefônicas posteriormente para complementar dados que no 
consultório não quiseram dizer pela presença da criança/adolescente. 
São muito úteis todas essas percepções, pois nestes casos percebemos que não há um 
diálogo livre entre os membros da família, o tipo de vínculo entre o casal, e mãe/filho, 
pai/filho. Muitas vezes, um dos pais sempre se nega a ir; é importante que ambos 
compareçam num determinado momento, mesmo que na devolutiva, para que as orientações 
sejam executadas pelo casal e todos “falem a mesma língua” dentro de casa. 
Quando marcam outro horário, podem desmarcar por causa de algum imprevisto. 
Cabe ao profissional registrar essas situações para serem retomadas num período oportuno, 
pois caracterizam resistência ao acompanhamento. 
Ainda neste momento com os responsáveis, após a explicitação da queixa, é 
importante que haja uma entrevista semiestruturada, ou seja, que os pais tragam para a 
sessão o que julgarem importante para eles. Às vezes, faz-se necessária mais de uma sessão 
para este momento. O psicopedagogo vai colocando algumas perguntas ocasionalmente, 
quando houver término do assunto ou quando os responsáveis solicitarem essa intervenção 
(daí o nome da entrevista ser semiestruturada). 
Quando essa etapa for totalmente esgotada, então parte-se para a anamnese, que é 
uma entrevista estruturada. Porém, pode acontecer dos responsáveis “travarem” no primeiro 
encontro, ou serem muito fechados. Para não haver constrangimento, nesses casos, inicia-se 
com a anamnese e, quando os pais se sentirem à vontade, vão adicionando mais informações. 
 
ANAMNESE 
 
 A anamnese é uma entrevista estruturada que contém dados da história do cliente 
desde sua concepção até os dias atuais. Existem diversos modelos de anamnese, mas a melhor 
é aquela que é adaptada pelo próprio psicopedagogo para seu uso clínico após pesquisar 
vários modelos. É importante que não seja maçante, em forma de questionário, mas que 
ofereça as informações necessárias para o seu trabalho, principalmente num caso de avaliação 
psicopedagógica, na qual existem prazos para a execução e devolutiva (normalmente, de oito 
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30 
30 
 
 
a dez sessões) e propicie aos responsáveis uma oportunidade de falar sobre os problemas e 
dificuldades que estão enfrentando. Muitas vezes, ao final da entrevista inicial e anamnese, o 
psicopedagogo já percebe que a queixa é outra. É importante conversar com os pais sobre 
isso, pois já se inicia um processo de mudança neles próprios como também do planejamento 
da atuação do psicopedagogo junto da criança. 
No momento da anamnese, são enfatizadas situações em detrimento de outras; é 
importante que o psicopedagogo esteja atento a essas ênfases e perceba, a todo o momento, 
sua postura, se está sendo acolhedor, fazendo com que os pais possam ser espontâneos e 
diminuírem suas defesas. 
O modelo a seguir é uma adaptação do citado por Weiss (1994) e utilizado para 
entrevistas iniciais com os pais ou responsáveis e posterior planejamento das estratégias para 
atendimento ao cliente. 
 
 
ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA 
Data: ___/___/_____ 
 
Dados pessoais (ideal que sejam recolhidos no contato telefônico) 
 
Nome do responsável:_________________________________________________ 
Telefones de contato: _________________________________________________ Nome do 
paciente: ___________________________________________________ 
Idade: ______________________ Data de Nascimento: ______________________ 
Escolaridade: ________________________________________________________ 
Escola: _____________________________________________________________ 
Quem solicitou a avaliação: _____________________________________________ 
Por qual razão a fez (queixa): ___________________________________________ 
Quem indicou o profissional:_____________________________________________ 
Está em atendimento com outros profissionais? _____________________________ 
Se sim, quais? _______________________________________________________ 
O paciente concorda em fazer a avaliação? ________________________________ 
Valores da sessão e duração: ___________________________________________ 
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31 
 
 
Agendamento e prazo para desistência:____________________________________ 
 a. História das primeiras aprendizagens 
 
não escolares: 
(abrange todo o desenvolvimento infantil; muitas vezes os pais têm dificuldade de 
lembrar com quantos anos estava a criança nessas ocasiões; é importante deixá-los à vontade 
e, caso não se lembrem, perguntar se foi normal, como as crianças da mesma idade na época 
ou se foi tardio ou precoce). 
a) Uso da mamadeira. 
b) Uso da colher. 
c) Uso da canequinha. 
d) Engatinhar. 
e) Andar. 
f) Andar de velocípede. 
g) Controle dos esfíncteres. 
h) Aquisição da fala. 
i) Outros. 
(deve-se acrescentar o que mais surgir de importante no que diz respeito às 
aprendizagens: se elas foram estimuladas pela família, se ocorreram naturalmente ou tiveram 
um forte nível de exigência). 
 
escolares: 
a) Adaptação à escola. 
b) Idade de ingresso. 
c) Alfabetização. 
d) Mudança de escola. 
e) Aulas extras. 
f) Outros. 
 
b. Evolução geral 
 
a) Desenvolvimento físico. 
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b) Aquisição de hábitos (da casa e da família). 
c) Interiorização de normas (da família e da escola). 
d) Alimentação (come bem?, tem restrições?, gosta de beliscar?). 
e) Sono (normal ou agitado? Tem sono fora de hora?). 
f) Sexualidade (demonstra curiosidade? Já perguntou?). 
g) Ocorreram problemas neurológicos ou acidentes? 
h) Houve defasagens significativas? (de qualquer ordem). 
i) Foi estimulado a novas aprendizagens? (situação socioeconômica). 
j) Foi desejado? 
k) Como se deu a gravidez? 
l) Outros. 
 
c. História clínica 
 
(problemas de saúde em geral, acompanhamentos com especialistas, cirurgias, 
internações, atitude da família). 
 
d. História da família nuclear 
 
a) Fatos marcantes dos pais e irmãos antes, durante e depois da entrada do 
paciente na família. 
b) As famílias provenientes dos novos casamentos dos pais (perspectiva 
socioeconômica e cultural). 
c) Alterações familiares (nascimento de irmãos, mudanças, mortes, desemprego, 
separações). 
d) Houve, para a criança, oportunidade de elaborar a perda? (Se a perda ocorrida 
estava ligada a um castigo prometido e eventualmente acontecido 
– por exemplo, “o papai vai embora para sempre se você não se comportar”; ou se 
estava relacionadacom a vontade de conhecer, curiosidade sobre os fatos). 
 
e. História da família ampliada 
(relações com familiares paternos e maternos, como tios, primos e avós). 
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33 
 
 
 
 
6.4 CONTRATO E SESSÕES DE AVALIAÇÃO 
 
 
Mesmo que os dados solicitados no primeiro contato telefônico sejam informados pelo 
psicopedagogo, é imprescindível que o mesmo retome esses dados para que seja firmado o 
contrato de trabalho. Os itens necessários para esse contrato constam na primeira parte da 
anamnese sugerida. Nesse momento, o psicopedagogo já sabe se pode atender esse caso ou 
não, o valor das sessões a serem cobradas, se concederá ou não desconto, a duração das 
sessões, os horários disponíveis para atendimento e os prazos para desmarcar as sessões em 
caso de imprevistos. 
Não há necessidade de contrato em papel, mas caso queira realizar, também é 
possível. O não cumprimento do contrato por parte dos clientes também é terapêutico, pois 
conseguimos ver, por meio dessas atitudes, outras que são tomadas no dia a dia do indivíduo, 
trazendo outras dificuldades. Também é importante sempre passar o feedback dessas 
situações, para que sejam ocasionados momentos de reflexão. 
Os pais, às vezes, apresentam alguma decepção quando falamos do período de 
avaliação diagnóstica. Eles querem que imediatamente olhemos para seus filhos e digamos o 
que os impede de aprender. Para aliviar essa ansiedade é necessário que o psicopedagogo 
diga a eles que o processo de avaliação é terapêutico, ou seja, durante esse processo, mesmo 
sem saber o que a criança ou adolescente tem como dificuldade de aprendizagem, algumas 
posturas serão modificadas, pois a criança ou adolescente vê que seus pais estão preocupados 
com essa dificuldade e enxergam uma possibilidade de sanar ou amenizar seus problemas. 
 
 
FIGURA 20 – Processo de Avaliação. 
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34 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/fotosdoacre/>. Acesso em: 25 
ago. 2010. 
 
 
Da mesma forma, o contrato deverá ser elaborado com a criança no primeiro dia de 
atendimento. Após recebê-la de forma afetuosa, pergunte se sabe por que está ali. 
Normalmente elas sabem, pois os pais já foram orientados a dizer, mas querem ouvir a versão 
do terapeuta; outras vezes, os pais não dizem o porquê de a criança estar indo ao consultório, 
falam que vão brincar um pouco. Independente se houve ou não informação, o terapeuta 
deve perguntar à criança ou adolescente porque ele acha que está ali. Esta é a queixa 
proveniente do cliente. Após esse momento, devem ser colocadas as informações pertinentes 
à criança ou adolescente no que se refere ao contrato realizado com a família (horários, 
duração da sessão) e também as regras para as sessões, ou seja, como será a forma de 
trabalho, se o psicopedagogo sempre dirá o que deve ser feito (período de avaliação) ou se 
existem momentos nos quais o cliente poderá escolher (acompanhamento psicopedagógico), 
quais os objetivos e a importância de sua colaboração no processo. 
 
 
FIGURA 21 – Contrato. 
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35 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/ana_cotta/>. Acesso em: 25 
ago. 2010. 
 
 
As primeiras sessões são muito importantes para a criação do vínculo entre 
psicopedagogo e cliente, pois é preciso que este veja o adulto como alguém que poderá ajudá-
lo em suas dificuldades. Uma forma de facilitar o processo é utilizar uma linguagem próxima 
da faixa etária, no que diz respeito à temática e ao vocabulário. Dessa forma, o atendimento 
flui de forma gostosa e os resultados aparecem rapidamente. Caso haja resistência, verifique 
junto ao cliente o que ele estaria fazendo neste horário caso não tivesse que ir à sessão. Às 
vezes, descobrimos que a família está utilizando o recurso psicopedagógico de forma punitiva, 
tirando a criança de uma aula de esporte a qual ela gostava, por exemplo. Faz-se necessário, 
diante de situações como essa, reunir os pais e a criança para que seja discutida essa atitude 
e novas opções de horário colocadas à disposição. 
Após as sessões com a criança, segundo Weiss (1994), temos como chegar ao “Modelo 
de Aprendizagem”: 
 
Entendo como Modelo de Aprendizagem o conjunto dinâmico que estrutura os 
conhecimentos que o sujeito já possui, os estilos usados nessa aprendizagem, o ritmo e áreas 
de expressão da conduta, a mobilidade e o funcionamento cognitivo, os hábitos adquiridos, 
as motivações presentes, as ansiedades, defesas e conflitos em relação ao aprender, as 
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relações vinculares com o conhecimento em geral e com os objetos de conhecimento escolar, 
em particular, e o significado da aprendizagem escolar para o sujeito, sua família e a escola. 
Quando o terapeuta consegue chegar ao esboço do Modelo de 
Aprendizagem do sujeito, ele já atingiu um nível de integração dos dados obtidos que 
lhe permite refletir e levantar hipóteses sobre a causalidade do problema de aprendizagem 
e/ou fracasso escolar e traçar direções do que fazer para mudar a problemática existente, 
sempre considerando os diferentes níveis de orientação à escola, à família, e de tratamentos 
especializados (psicopedagógicos ou outros). Dessa integração de dados é que surge o 
Prognóstico e o conteúdo para a entrevista de Devolução. 
 
 
DEVOLUTIVA E ENCAMINHAMENTO 
 
 
A devolutiva é o momento onde tudo o que se foi recebido do cliente e de seus 
responsáveis é “devolvido” em forma de diagnósticos e/ou orientações. Caso a escola seja a 
solicitante da queixa, é importante que o psicopedagogo faça uma visita no início da avaliação 
e após a sua realização para levar os resultados ao conhecimento de quem for de direito 
(professores, coordenação e direção). Neste momento, é importante ter cuidado com o sigilo 
ético, levando informações necessárias ao bom desenvolvimento escolar do cliente e 
desprezando os fatos íntimos, que podem “vazar” dentro de uma instituição escolar, trazendo 
constrangimentos ao cliente. Esses dados só serão passados aos pais do cliente se este 
autorizar. Por isso é tão importante a devolutiva com a criança, que deve ocorrer antes das 
realizadas à família e à escola. 
Imagine a criança ao passar por um atendimento psicopedagógico, quantas coisas não 
passam por sua cabeça: os momentos frustrantes, nos quais não conseguiu realizar uma 
atividade ou completá-la; os momentos em que ganhou jogos e que foram divertidos realizá-
los. Tudo isso confunde a cabeça da criança, que passa por um conflito: se eu continuar vindo 
aqui será sinal de que não sou inteligente; porém, se eu deixar de vir aqui, vou ficar triste, 
porque gosto deste momento. 
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FIGURA 22 – Pensamento. 
 
FONTE: Disponível em: < http://www.flickr.com/photos/marlisee/>. Acesso em: 25 
ago. 2010. 
 
 
Por isso, é muito importante que o contrato sempre seja retomado quando necessário. 
Deixar claro que o cliente está ali de passagem dure quanto tempo for necessário. É 
importante também passar aos pais os momentos de descontração da criança dentro do 
consultório, pois muitas vezes, devido ao excesso de trabalho que ocasiona falta de tempo 
junto dos filhos, os pais não sabem ao certo do que eles gostam. A reprodução destes 
momentos em família faz com que os clientes não se vinculem mais do que o necessário para 
a efetivação do acompanhamento. 
No momento da devolutiva à criança é importante que se diga seu diagnóstico com 
cuidado, utilizando palavras que ela entenda, passando orientações quanto ao seu 
prognóstico, ou seja, o que ela será ou não capaz de realizar se tomar algumas medidas 
(acompanhamentos com outros profissionais, como fonoaudiólogo ou psicólogo, por 
exemplo). Explica-se que tudo o que se está dizendo a ela agora será dito aos seus pais, se tem 
alguma restrição. Em casoafirmativo, escuta-se o que a criança ou adolescente não quer que 
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conte. Se for algo irrelevante, concorda-se; se for algo importante para a continuidade do 
acompanhamento e melhora no desenvolvimento da criança, tentar convencê-la da 
importância de contar o fato. Colocar opções caso haja resistência, por exemplo: se quer 
contar primeiro em casa, num momento oportuno, se quer estar presente no dia da 
devolutiva, ou se quer que o profissional diga como irá contar aos pais. 
Ainda segundo Weiss (1994, p. 133-4), existem diferentes formas de se fazer a 
devolução: 
 
No consultório: 
Inicialmente só o paciente e depois os pais: comumente ocorre com os adolescentes, 
que desejam discutir seu próprio caso sozinhos e depois que se converse com os pais; 
Inicialmente só o paciente e depois novamente o paciente junto com os pais; 
A entrevista transcorre desde o início com o paciente e seus pais; 
No caso de pais separados, as situações variam de acordo com o nível de entendimento 
ou conflito deles e a existência ou não de novo companheiros que estejam envolvidos com o 
paciente. 
Na escola: 
Somente com o elemento da equipe escolar; 
Com o paciente e o elemento da equipe escolar; 
Com o paciente, seus pais e o elemento da equipe escolar; Com os pais e o elemento 
da equipe escolar. 
 
Em acompanhamentos mais longos, há a necessidade de devolutivas parciais para 
passar informações aos pais proporcionando mudanças efetivas e imediatas para o bom 
andamento do processo e também para tirar algumas dúvidas que porventura tenham surgido 
nesse espaço de tempo. Mas tanto as devolutivas parciais quanto as finais obedecem ao 
seguinte esquema: 
1. Retomada da queixa – inicia-se esse momento, também carregado de 
expectativa e ansiedade, pela retomada da queixa (explícita na entrevista, e a implícita, que 
se aflorou no decorrer do processo; se houve divergências entre as queixas, etc.). 
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2. Retomada do processo – o psicopedagogo retoma o processo desde o início, 
falando sobre suas impressões de como a família chegou ao consultório, as técnicas utilizadas 
no atendimento à criança, se houve ou não cumprimento do contrato, entre outros. 
3. Pontos positivos do paciente – aqui são retomados todos os êxitos do paciente, 
suas conquistas, o que foi melhorado e/ou superado. 
4. Pontos a serem trabalhados – são passadas as orientações e recomendações 
gerais à família e à escola. 
5. Encaminhamentos – por fim, realizam-se encaminhamentos quando 
necessários para profissionais de saúde, educação, esporte, enfim, o que for necessário para 
a criança melhorar seu desenvolvimento global. 
Após o encaminhamento, quando solicitado pela família o nome de profissionais para 
indicação, é importante levar em conta a situação econômica da família para que se faça o 
encaminhamento para profissionais particulares ou de órgãos públicos. Ter esse 
conhecimento aumenta as possibilidades do encaminhamento realmente se efetivar. Outro 
cuidado é com o número de profissionais envolvidos no encaminhamento, o que pode levar a 
uma sobrecarga de atendimentos que nem sempre trarão resultados à criança. Primar pelos 
mais emergenciais para que, quando sanados alguns problemas, possam ser trabalhados 
outros. 
 
 
INFORME PSICOPEDAGÓGICO 
 
 
O informe psicopedagógico é o documento que o psicopedagogo elabora ao término 
da avaliação ou de um acompanhamento psicopedagógico. Por meio dele é possível passar 
informações sobre o processo que foi realizado com o cliente, encaminhamentos para 
profissionais e orientações à escola e aos pais. Caso haja necessidade, fazer dois tipos de 
informe: um mais completo para os pais e outro somente com as informações pertinentes à 
escola ou outro órgão solicitante. 
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O informe é importante também para sistematizar o trabalho do psicopedagogo, além 
de facilitar o planejamento das sessões subsequentes. Segue o modelo de informe com dados 
de um estudo de caso pautado em observações e seu respectivo programa de trabalho, ou 
seja, planejamento das sessões. Na sequência, temos outro informe, este já baseado numa 
avaliação psicopedagógica realizada em consultório, na qual a solicitante foi a escola. 
 
 
 
 
FIGURA 23 – Trabalho do Psicopedagogo. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/fotosdoacre/>. Acesso em: 25 
ago. 2010. 
 
 
Informe Psicopedagógico 
 
I. Dados Pessoais Nome: G.B. 
Sexo: feminino 
Data de nascimento: 15/07/1987 
Idade na avaliação: 12 anos 
Escolaridade: 6ª série (atual 7º ano) de escola pública 
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41 
 
 
 
II. Motivo da avaliação – Encaminhamento 
Constantes encaminhamentos para reforço pedagógico em sua vida escolar. 
 
III. Período de Avaliação 
Foram observados os cadernos de 1999 e o seu comportamento em casa e em sala de 
aula no primeiro bimestre de 2000. 
 
IV. Instrumentos Utilizados 
1. Observação de cadernos; 
2. Observação na escola; 
3. Observação em casa. 
 
V. Análise dos resultados na diferentes áreas 
1. Na pasta plástica que encapa o caderno há um adesivo que apresenta números e a 
palavra “difícil” (referência à matemática). 
Caderno bem cuidado, apresentando desenhos, mudança de cores de caneta, 
adesivos. 
Erros ortográficos: omissão de acentos; troca, omissão e adição de letras 
(exemplos: “esprosão” – explosão; “gradora” – geradora; “...cada aveis se espande 
porc causa da esplosão” – ...cada vez se expande por causa da explosão). 
Não usa borracha, apenas corretivo e em algumas situações esquece-se de completar 
a palavra. 
Repassa as palavras escritas com a própria caneta ou escreve à caneta por cima de 
uma palavra escrita a lápis (principalmente na correção de questionários e exercícios). 
Quando não pula a linha entre as respostas de um questionário, passa um traço à 
caneta, separando duas respostas. 
Anota os recados passados pela professora como datas de entrega de trabalhos, 
páginas de textos a serem lidos, entre outros. 
Letra de adulto no caderno de ciências (definição de agricultura orgânica). 
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Questionários incompletos, assim como textos copiados da lousa. Devido a isso, deixa 
espaços em branco no caderno, mas algumas vezes não os preenche, outras vezes falta ou 
sobra espaço. 
Em alguns trechos, falta de pressão no lápis. 
Lição de casa sem fazer, principalmente em português e ciências. 
Desorganização: matéria de português na primeira folha do caderno de matemática; 
contas efetuadas em espaços muito pequenos, fazendo com que os resultados sejam 
alterados. 
Presença de vistos e correções de professores. 
Cola outras folhas por cima de erros ou desenhos que não tenha gostado do resultado. 
Não usa régua. 
Repetição de frases e incoerência em outras (principalmente em redação). 
Dificuldade em interpretação de texto. 
Em geometria, os desenhos são borrados pelo uso da caneta, do corretivo ou da 
borracha: falta de material adequado, gerando falta de exatidão nos desenhos. 
 
2. Em sala, copia lição e depois conversa. Brinca com colegas, mas não fala alto. Às 
vezes escreve e fala ao mesmo tempo. Reclama que não consegue enxergar quando bate 
claridade na lousa e pega caderno do amigo. Senta nas primeiras carteiras e se está do lado 
esquerdo da sala e a lição está do lado direito, muda de carteira para copiar e depois volta 
para o lugar anterior. Erra muito e tem a letra feia quando copia rápido. Por isso, esse ano, 
passa a limpo as lições porque tem fichário. Durante a aula, pergunta como se escreve as 
palavras (exemplos: 
“pessoas é com s ou ç?”, “cozinha é com s ou z?”. 
No recreio, fica com amigas sentada conversando. Não leva nem compra lanche. Caso 
ofereçam, não pega. 
A relação com os professores e funcionáriosé boa e quando é chamada a atenção, 
obedece. 
 
3. Em casa não tem hora fixa para fazer lição devido a atividades extras: 
teatro e artesanato (oficinas municipais); inglês (particular) e catequese (igreja 
católica). (Essas atividades não foram observadas). 
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43 
 
 
Quando a mãe sai, G.B. cuida dos irmãos mais novos (menina de sete anos e menino 
de nove anos). Diz que os irmãos obedecem e não dão trabalho, pois ficam no computador 
brincando. 
 
VI. Hipótese Diagnóstica 
De acordo com o processo de investigação da aluna, por meio da observação de seu 
material didático, seu desempenho escolar e sua rotina familiar e social, é possível que haja 
defasagem ortográfica e dificuldade visual. 
 
VII. Encaminhamentos e orientações 
Encaminha-se ao oftalmologista para comprovar ou descartar o problema visual e ao 
psicopedagogo para desenvolvimento de programa para sanar a defasagem ortográfica. 
VIII. Prognóstico 
Após a realização e efetivação dos encaminhamentos e procedimentos propostos, é 
possível que G. B. tenha um aumento de sua autoestima, facilitando o processo de autonomia 
e autoconfiança, hoje em estágio aquém do esperado para sua idade. 
 
 
Programa Psicopedagógico 
 
Objetivo terminal: a criança deverá desenvolver a ortografia corretamente. 
I. Objetivo intermediário: a criança deverá ser capaz de perceber a omissão, 
adição e as trocas de letras. 
 
Atividade 1: Apresenta-se à criança exercícios de discriminação visual nos quais ela irá 
perceber quais as figuras são idênticas de acordo com formas, comprimentos, quantidades, 
tamanhos, orientações e situações. 
Material utilizado: folhas com exercícios, lápis, borracha e lápis de cor. 
 
Atividade 2: Jogo “Palavra Cruzada” ou revistas que contenham passatempos diversos. 
Material utilizado: próprios jogos ou revistas, papel, lápis e borracha. 
 
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44 
 
 
Atividade 3: Pede-se à criança que escreva um texto referente a uma gravura de uma 
revista à sua escolha. 
Material utilizado: papel, lápis, borracha e revistas diversas. 
 
II. Objetivo Intermediário: a criança deverá desenvolver a acentuação gráfica das 
palavras de forma correta. 
 
- Atividade 1: apresenta-se à criança uma história breve, onde todas as palavras 
estão sem acentuação. Em seguida, a criança lerá a história em voz alta e será observado se 
ela lê as palavras acentuando-as ou conforme foram apresentadas. 
Material utilizado: texto escolhido pelo aplicador, lápis e borracha. 
 
- Atividade 2: Serão ditadas para a criança somente palavras acentuadas. 
Material utilizado: papel, lápis e borracha. 
 
- Atividade 3 – Será trabalhado com a criança CD-ROM com atividades de 
acentuação e jogos de soletração nos quais não se pode esquecer de soletrar os símbolos 
gráficos pertencentes à grafia das palavras. 
Material utilizado: Computador e CD. 
 
 
Este caso teve o seu prognóstico cumprido: G.B. não foi mais encaminhada ao reforço 
escolar, começou a se destacar nas atividades escolares e, após o término do Ensino Médio, 
ainda em escola pública, conseguiu ingressar numa universidade pública de ponta. 
 
Informe Psicopedagógico 
 
1. Dados Pessoais Nome: N. F. 
Data de nascimento: 11/11/2003 Idade na avaliação: 6 anos 
Escola: Fictícia Ltda. Ano: 1º EF 
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2. Motivo da avaliação – Encaminhamento 
Falta de concentração nos estudos, desmotivação. Retenção escolar no ano anterior. 
 
3. Período da avaliação e número de sessões Março a maio de 2010, num total 
de 8 sessões. 
4. Instrumentos usados 
Foram utilizados como recursos para avaliação: jogos, desenhos, questionários e 
testes. 
5. Análise dos resultados nas diferentes áreas, recomendações e indicações 
Foi realizada com N. F. uma sondagem completa das habilidades para alfabetização. A 
seguir, apresento os resultados para cada habilidade: 
- Avaliação da motricidade fina e geral: bom desempenho, porém suas 
habilidades correspondem a uma criança de cinco anos e meio. Precisa ser constantemente 
estimulada a colocar e tirar roupas e calçados, abotoar, amarrar, correr, dançar e realizar 
atividades de educação física correspondentes à sua faixa etária para desenvolvimento de seu 
equilíbrio estático e dinâmico. 
- Avaliação dos exercícios gráficos: seu desempenho foi regular, correspondendo 
a uma criança de cinco anos. É preciso desenvolver atividades de percepção e discriminação 
que envolvam conceitos como grosso/fino, estreito/largo, grande/médio/pequeno, 
direita/esquerda, entre outros. O recorte, a colagem e a pintura são atividades nas quais N. F. 
precisa ter supervisão para que aprenda a realizar trabalhos mais precisos. 
- Avaliação de vocabulário, estruturas e verbos: obteve ótimo desempenho, 
mostrando que seu universo conceitual está de acordo com sua idade, deixando a desejar 
apenas em sua pronúncia, que muitas vezes omite o R no meio ou no final das palavras e 
realiza trocas do L pelo R em outras. Omite algumas sílabas e letras das palavras, mas, neste 
caso, parece ser vício de linguagem e não dificuldade. 
- Avaliação das formas geométricas: esses conceitos não foram internalizados 
completamente por N. F., tendo um desempenho abaixo do esperado para sua faixa etária. 
- Avaliação das cores: muito bom desempenho, dentro de sua faixa etária, 
deixando a desejar novamente na pronúncia. 
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- Afetividade/socialização: N. F. mostra-se bastante extrovertida, porém reclama 
de que na escola suas colegas a rejeitam, conseguindo brincar somente com um menino 
durante as atividades livres. 
Seus desenhos são bem criativos, apresentando noções corporais e de espaço 
corretas. Em todas as atividades, seu ritmo de trabalho é bom, oscilando de acordo com as 
dificuldades que apresenta. Sua atenção e concentração também são boas, mas devemos 
tomar cuidado para manter um clima de tranquilidade e garantir sua autoestima na execução 
das atividades, pois quando ansiosa, N. F. tende a gaguejar, apresentar tremores nas mãos e 
sua concentração cai. 
É preciso que N. F. desenvolva independência, pois o “fazer por ela” tem dificultado 
seu desenvolvimento, fazendo com que, em seu desempenho global, esteja um ano aquém 
do esperado em suas habilidades para alfabetização. 
Diante do exposto, faz-se necessário uma avaliação fonoaudiológica para reparar 
falhas na pronúncia de F. e a continuidade do acompanhamento psicopedagógico para 
desenvolvimento das habilidades necessárias à alfabetização. 
 
N.F. ainda encontra-se em atendimento psicopedagógico, obtendo grandes 
progressos. 
 
 
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA DA CRIANÇA DE 6 A 11 ANOS E DO ADOLESCENTE 
 
A avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11 anos e do adolescente se dá com diversos 
tipos de recursos, desde que o psicopedagogo saiba o porquê está aplicando aquele instrumento, quais 
seus objetivos, se estão dentro da faixa etária da criança/adolescente e se o quê o instrumento 
pretende medir trará dados necessários para responder as perguntas eliciadas pela hipótese 
diagnóstica. Sem esses requisitos, o instrumento perde seu valor e o psicopedagogo, seu tempo, pois 
poderia estar utilizando outro recurso dentro da avaliação, onde o tempo é precioso, visto que tem 
previsão de sessões para realização do trabalho. 
Um dos recursos mais utilizados na avaliação das crianças de 6 a 11 anos são as Provas do 
Diagnóstico Operatório, de Jean Piaget (WEISS, 1994, anexo 1). Elas são utilizadas para verificação do 
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estágio no qual a criança se encontra, se está apta ou não para o processo de alfabetização, por 
exemplo. 
Segundo Piaget, por meio de seus estudos e investigações, a capacidade da criança de pensar 
e raciocinar progrediapor meio de uma série de estágios qualitativos distintos. Dividiu o 
desenvolvimento cognitivo em quatro estágios centrais (e em diversos subestágios dentro de cada 
um). São eles: sensório-motor (do nascimento até 2 anos); pré-operatório (dos 2 aos 7 anos); 
operatório-concreto (dos 7 aos 11 anos) e operatório formal (dos 11 anos em diante). 
 
 
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO 
 
 
Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos 
 
Nas provas de conservação, o objetivo é a verificação deste conceito com diversos materiais 
(líquidos, massa plástica, fios), verificando outros conceitos como volume, massa e comprimento. Por 
exemplo, mesmo havendo o espaçamento das fichas, resultando em uma ocupação de espaço maior, 
a criança deverá perceber que o número de fichas continua o mesmo. Esse conceito é muito necessário 
em seu desenvolvimento escolar, sobretudo na matemática. Veja os procedimentos a seguir. 
 
Material: 
Vinte fichas do mesmo formato e tamanho, sendo dez de cada cor. Podem ser tampinhas de 
garrafa pet ou recortes de papelão colorido. 
 
Desenvolvimento: 
Primeira situação: Pedir para que a criança escolha uma coleção de fichas. O examinador alinha 
sobre a mesa sete de suas fichas e pede que a criança faça uma coleção de igual número com suas 
próprias fichas. 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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TAMPINHAS ALINHADAS 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Registrar o que é feito pela criança em todas as provas. 
 
 
Segunda situação: O examinador espaça ou aproxima as fichas de sua coleção, sem mexer na 
outra fileira de fichas e pergunta se tem o mesmo número de fichas, onde tem mais, onde tem menos, 
e como a criança chegou a essa conclusão. 
 
TAMPINHAS ESPAÇADAS 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Contra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança afirmando o contrário 
de sua resposta inicial. Para resposta conservativa, diz: “Veja, esta linha está mais comprida, terá mais 
fichas?” Para a não conservativa: “Você se lembra, antes as duas fileiras tinham a mesma quantidade 
de fichas, o que você acha agora?” 
 
TAMPINHAS AGRUPADAS 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
AN02FREV001/ REV 4.0 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Pergunta de quantidade: “Conte as vermelhas que sobraram com você”, ao mesmo tempo em 
que esconde as que têm na própria mão e pergunta: “Quantas eu tenho na mão? Como sabe?” 
 
3ª situação: Depois de reunir todas as fichas, o examinador coloca seis fichas azuis em círculo, 
procedendo daí em diante como nas situações anteriores e fazendo o mesmo tipo de pergunta. 
 
TAMPINHAS DISPOSTAS EM OUTRA CONFIGURAÇÃO 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
Acesso em: 25 ago. 2010. 
 
Procedimentos avaliativos 
1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente 4 ou 5 anos) – 
Nível 1. 
Nas duas situações, a criança pode fazer uma contagem, uma correspondência termo a termo 
ou global ou qualquer disposição figural. Essas respostas são não conservativas. Poderá ou não resolver 
corretamente a questão da quantidade. 
 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
AN02FREV001/ REV 4.0 
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As coleções (primeira e segunda situações são constituídas por correspondência termo a 
termo de forma correta). As perguntas do examinador dão margem às seguintes condutas: 
a) resposta conservativa para uma situação e não para outra. 
b) vacilações no julgamento durante cada situação: “Tem mais azuis... não, 
vermelhas... não é igual?” 
Não justifica com argumentos claros e precisos as respostas de conservação. Resolve 
corretamente a questão da quantidade. 
 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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Nível 3. 
 
Condutas conservativas (esperadas desde aproximadamente 5 anos) – 
Quando a criança apresenta condutas conservativas, ela deverá justificar com um ou vários 
argumentos: 
a) de identidade – “tem a mesma coisa, você não tirou nem botou nada... você só 
apertou... você só afastou.” 
b) de reversibilidade – “se você botou as vermelhas do jeito do azul fica igual... se 
você encolher ou esticar de novo os azuis vai ficar igual de novo.” 
c) de compensação – “você fez mais comprido, mas as fichas estão mais longe umas 
das outras (ou estão mais perto).” 
 
Conservação das quantidades de líquidos 
 
Também conhecida como transvasamento, que é a passagem de líquidos de um recipiente 
para o outro. 
 
Material: 
- 2 vasos iguais A1 e A2; 
- 1 vaso mais fino e alto B; 
- 1 vaso mais largo e baixo C; 
- 4 vasinhos iguais D1, D2, D3, D4; 
- 2 copos contendo líquidos de cores diferentes. 
 
PEQUENOS VASOS UTILIZADOS NA CONSERVAÇÃO DAS QUANTIDADES DE LÍQUIDOS 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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Desenvolvimento: 
1. O examinador faz a criança constatar que os dois recipientes (A1 e A2) são iguais. 
Despeja água em A1. Pede à criança que despeje água em A2 na mesma quantidade que está 
em A1. A seguir: “Se você beber o que está em A1 e eu o que está em A2, será que vamos beber a 
mesma quantidade?” 
 
VASOS PARA VERIFICAR QUANTIDADE DE LÍQUIDO 
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2. Primeiro transvasamento – Despeja-se a água de A1 no vidro B: “Será que agora 
vamos beber a mesma quantidade? Um tem mais que o outro? Um tem menos que o outro?” 
Pedir uma explicação: “Como sabe? Como descobriu? Pode me mostrar?” 
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PRIMEIRO TRANSVASAMENTO 
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Contra-argumentação: O examinador provocará uma reação da criança afirmando sempre o 
contrário de sua resposta, como na primeira parte da prova. 
Retorno empírico: “Se eu puser o que está em B de volta no A1, será que vai ter a mesma coisa 
para beber?” Se a criança não acertar, fazer o retorno empírico, igualando A1 e A2. 
Segundo transvasamento: Despejar a água de A1 em C e proceder como no primeiro 
transvasamento quanto à contra-argumentação e ao retorno empírico. 
 
SEGUNDO TRANSVASAMENTO 
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Terceiro transvasamento: Despejar o líquido de A1 em quatro vidrinhos e proceder como nos 
transvasamentos anteriores. 
 
TERCEIRO TRANSVASAMENTO 
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Procedimentos avaliativos: 
1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente cinco ou seis 
anos) – Nível 1. 
Em cada transvasamento a criança considera um dos vidros como tendo mais líquidos. Diante 
da contra-argumentação, mantém a resposta ou troca para outro vidro. O problema do retorno 
empírico pode ser resolvido corretamente ou não. 
 
2. Condutas intermediárias – julgamentos oscilando entre conservação e não 
conservação – Nível 2. 
No mesmo transvasamento, a criança julga as mesmas quantidades ora como iguais, ora como 
diferentes. Os julgamentos se alternam de um transvasamento para o outro, ora conservando, ora não 
conservando. Isto se deve à contra-argumentação. As justificativas são pouco claras e incompletas. O 
problema do retorno empírico é resolvido corretamente. 
 
3. Condutas conservativas (esperadas a partir de aproximadamentesete anos) – 
Nível 3. 
Para cada transvasamento, as quantidades de líquidos são consideradas iguais, sendo a criança 
capaz de dar uma ou mais justificativas. O julgamento de conservação é mantido apesar das contra-
argumentações. 
 
 
Conservação da quantidade de matéria (quantidade contínua) 
Material: 
Duas bolas de massa plástica de cores diferentes (diâmetro aproximado de 
Desenvolvimento: 
O examinador pede que a criança faça duas bolas que tenham a mesma quantidade de massa. 
“Se fossem bolinhos, e a gente pudesse comê-los, seria preciso que houvesse a mesma quantidade 
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AN02FREV001/ REV 4.0 
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para comer. O que você deve fazer para ficarem iguais? Para uma não ter mais nem menos massa que 
a outra?” 
 
MASSAS DEVEM SER FEITAS EM TAMANHOS IGUAIS
 
rimeira transformação: transforma-se uma das bolas (a do examinador) em uma salsicha. “Será 
que agora tem a mesma quantidade de massa na bola e na salsicha ou tem mais na bola ou mais na 
salsicha? Como você sabe? Você pode me explicar? Você pode me mostrar isso?” 
 
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Contra-argumentação: Mesmo procedimento das provas anteriores. 
Retorno empírico: Mesmo procedimento das provas anteriores. 
Segunda transformação: transforma-se a mesma bola (do examinador) em uma bolacha e 
procede-se como na primeira transformação quanto à contra- argumentação, terminando com o 
retorno empírico. 
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http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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Terceira transformação: fragmenta-se a bola inicial em cinco pedacinhos e procede-se como 
nas outras transformações. 
 
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Procedimentos avaliativos: 
1. Condutas não conservativas (esperadas até aproximadamente cinco ou seis 
anos) – Nível 1. 
Em cada transformação, uma das duas quantidades é julgada maior: “Tem mais na salsicha 
porque é mais comprida. Ou tem mais na bola porque é mais alta.” Ante as contra-argumentações do 
examinador, a criança ou mantém o seu julgamento, ou troca, de modo a que a outra quantidade seja 
maior. O retorno empírico pode ser resolvido corretamente ou não. 
 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
Os julgamentos das crianças oscilam entre conservação e não conservação, aparecendo de 
diferentes maneiras: 
a) por uma mesma transformação, a criança julga alternadamente as quantidades 
como iguais e diferentes; 
b) por diversas transformações, os julgamentos se alternam ora
 de conservação ora de não conservação; 
c) a contra-argumentação do examinador provoca vacilação e alternância de 
julgamentos; 
d) as justificativas de conservação são pouco explícitas e incompletas. o problema 
do retorno empírico é resolvido corretamente. 
 
3. Condutas conservativas (esperadas aproximadamente a partir de sete anos) – 
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Nível 3. 
Em todas as transformações, as quantidades são sempre julgadas iguais. A criança mantém o 
julgamento de conservação apesar da contra-argumentação do examinador. 
 
Conservação do comprimento 
 
– Material: 
Dois fios flexíveis (barbante ou lã) de comprimentos diferentes (cerca de 10 e 15 centímetros). 
 
– Desenvolvimento: 
A criança é levada a constatar e a afirmar a desigualdade dos fios A e B e fazer o julgamento 
de que A é maior que B. Os fios podem ser comparados a estradas: “Este caminho A é do mesmo 
comprimento, mais comprido ou menos comprido que B?” 
 
FIOS DE TAMANHOS DIFERENTES USADOS NO PROCEDIMENTO 
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 PRIMEIRA TRANSFORMAÇÃO 
 
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http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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 SEGUNDA TRANSFORMAÇÃO
 
 
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Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao desenvolvimento, contra-
argumentação, retorno empírico e procedimentos avaliativos. 
 
Conservação de peso 
 
Material: 
Duas bolas de massa plástica de cores diferentes e uma balança com dois 
pratos. 
 
Desenvolvimento: 
O examinador verifica se a criança conhece as relações de peso indicadas pela balança, usando 
objetos diversos (pedra, apontador, bolas de massa, etc.). O examinador pede que a criança faça duas 
bolas que tenham o mesmo peso, para isso usando a balança. 
 
BALANÇA USADA PARA QUE A CRIANÇA MOSTRE AS RELAÇÕES DE PESO 
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AN02FREV001/ REV 4.0 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Procede-se da mesma forma como nas provas anteriores quanto ao desenvolvimento, contra-
argumentação, retorno empírico e procedimentos avaliativos. 
 
Conservação do volume 
 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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I. Material: 
Dois vidrinhos iguais com água até o mesmo nível, duas bolas de massa plástica. 
 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 <http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
 
 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
 
Classes – mudança de critério (dicotomia) 
 
Nesta prova, são avaliados quais critérios a criança consegue perceber para separar as peças 
apresentadas (cor, tamanho, forma, etc.), sempre em dois grupos (dicotomia). 
 
– Material: 
- 5 círculos vermelhos de 2,5 cm de diâmetro; 
- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro; 
- 5 círculos vermelhos de 5 cm de diâmetro; 
- 5 círculos azuis de 5 cm de diâmetro; 
- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado; 
- 5 quadrados azuis de 2,5 cm de lado; 
- 5 quadrados vermelhos de 5 cm de lado; 
- 5 quadrados azuis de 5 cm de lado; 
- 2 caixas planas de mais ou menos 4 a 5 cm de altura e uns 12 cm de lado. 
 
 
<99TTP://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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AN02FREV001/ REV 4.0 
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– Desenvolvimento: 
Primeira fase: O examinador coloca as fichas em desordens sobre a mesa e pede que a criança 
as descreva: “Você pode me dizer o que está vendo?” 
Segunda fase (classificação espontânea): “Você pode pôr juntas todas as fichas que 
combinam?” Após terminar perguntar à criança porque separou daquela forma. 
 
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Dicotomia: “Agora gostaria que você fizesse apenas dois grupos e os colocassenessas duas 
caixas”. Após o término, perguntar por que executou daquela forma. 
 
 
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Primeira mudança de critério: “Será que você poderia arrumar em dois grupos diferentes?” Se 
a criança repetir o primeiro critério, pedir para que crie uma nova forma de separação. Se for preciso, 
o examinador pode iniciar uma nova classificação para a criança continuar. 
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AN02FREV001/ REV 4.0 
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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Segunda mudança de critério: “Será que você ainda poderia separar de um modo 
diferente fazendo dois novos grupos?” 
 
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– Procedimentos avaliativos: 
1. Coleções figurais (esperadas desde quatro ou cinco anos) – Nível 1. 
As crianças arrumam as fichas, estruturando figuras de trens, casas, bonecos, etc. Podem 
também arrumar as fichas que tenham alguma semelhança, mudando sempre de critério e não 
utilizando todas. 
 
2. Início de classificação (esperadas aproximadamente a partir de cinco ou seis 
anos) – Nível 2. 
As crianças conseguem fazer pequenos grupos não figurais, segundo diferentes critérios, mas 
são coleções justapostas, sem ligação entre si. Num desenvolvimento maior, as crianças podem 
conseguir um começo de reagrupamento dos subgrupos em classes gerais, sem conseguirem uma 
antecipação de critérios. 
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AN02FREV001/ REV 4.0 
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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
 
 
3. Dicotomia segundo os três critérios – Nível 3. 
As crianças iniciam a tarefa já antecipando as possibilidades, conseguem fazer e recapitular 
corretamente duas dicotomias sucessivas, segundo dois critérios, o terceiro critério só sendo 
descoberto com incitação do examinador. Num desenvolvimento maior, os três critérios são 
antecipados e utilizados espontaneamente. 
 
Quantificação da inclusão de classes 
 
Nesta prova, verificamos a capacidade da criança em perceber grupos (flores) e subgrupos 
(rosas e margaridas). 
 
I– Material: 
Ramos de margarida e rosas. 
 
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II– Desenvolvimento: 
1. O examinador verifica se a criança conhece o nome das flores e se conhece o 
termo genérico “flores”. 
2. Perguntas: 
a) Neste ramo tem mais margaridas ou mais flores? Como é que você sabe? 
b) Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas e você vai fazer um ramo com 
todas as flores. Quem vai fazer o ramo maior? Como é que você sabe? 
 
III-Procedimentos avaliativos: 
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AN02FREV001/ REV 4.0 
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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
 
1. Ausência de quantificação inclusiva (esperadas até aproximadamente cinco ou 
seis anos) – Nível 1. 
A criança faz sistematicamente a comparação das duas subclasses e responde então que há 
mais margaridas do que flores. Costuma errar sobre a subtração de subclasses. 
 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
Observa-se hesitação na resposta à pergunta 1. 
 
3. Existência da quantificação inclusiva (esperada aproximadamente a partir de 
sete ou oito anos) – Nível 3. 
A criança responde corretamente às perguntas. 
 
 
Intersecção de classes 
 
Nesta prova, verificamos a capacidade da criança em classificar e relacionar características 
semelhantes. 
 
II– Material: 
- 5 círculos azuis de 2,5 cm de diâmetro. 
- 5 círculos vermelhos também de 2,5 cm de diâmetro. 
- 5 quadrados vermelhos de 2,5 cm de lado. 
- 1 folha de cartolina ou papel E.V.A. com dois círculos em intersecção, sendo que 
um preto e outro amarelo. 
Observação: os cinco círculos devem poder entrar na intersecção. 
 
II– Desenvolvimento: 
1. O examinador dispõe as fichas nos círculos em intersecção. 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
 
 
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Pede-se para que a criança observe a disposição, descreva as fichas e pergunta: “Por que você 
acha que eu pus as redondas vermelhas no meio?” 
2. Perguntas feitas pelo examinador: 
a) “Há mais fichas vermelhas do que fichas azuis?” 
b) “Há mais fichas quadradas ou fichas redondas?” 
c) “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas redondas do que fichas vermelhas?” 
d) “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas quadradas do que vermelhas?” 
e) (Perguntas da intersecção) 
f) Após cada resposta da criança, o examinador diz: “Como é que você sabe?”, 
“Você pode me mostrar?” 
 
I – Procedimentos avaliativos (esperados aproximadamente desde quatro ou 
cinco anos) 
1. As perguntas feitas sobre classes separadas são respondidas com acerto. As de 
inclusão e intersecção não são compreendidas nessa faixa de idade. As perguntas 
suplementares também revelam erros. Nível 1. 
 
2. A partir de seis anos a criança faz acertos nas perguntas suplementares, mas 
hesita nas respostas de inclusão e intersecção, faz repetições e pode dar algumas respostas 
corretas. Nível 2. 
 
3. Crianças a partir de sete ou oito anos dão respostas corretas desde a primeira 
vez. Nível 3. 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
 
 
Seriação de bastonetes 
 
O conceito de seriação é importante para desenvolvimento de antecessor, sucessor. 
 
I – Material: 
Dez palitos com aproximadamente 1 cm de largura com uma diferença de 0,6 mm de altura 
entre um e outro, sendo que o primeiro tem aproximadamente 11,5 cm. 
 
II– Desenvolvimento: 
O examinador dá à criança os dez bastonetes em desordem para que tome conhecimento do 
material. 
Seriação a descoberto: “Você vai fazer uma escadinha com todos esses pauzinhos, colocando-
os em ordem do menor para o maior”. Se a criança não conseguir, o examinador pode, eventualmente, 
fazer a demonstração de uma série inicial com três pauzinhos. 
 
 
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Verificação da exclusão: se o sujeito acertar a seriação a descoberto, o examinador pode pedir 
que feche os olhos e, ao abri-los, descubra o local, a posição, em que estava o bastonete retirado pelo 
examinador da “escadinha” feita pelo sujeito. 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Seriação oculta atrás do anteparo: Se o sujeito acertou a seriação, pode-se fazer também de 
outra forma: “Agora sou eu quem vou fazer a escadinha atrás dessa papelão, você vai me dando os 
pauzinhos um a um e eu vou colocando aqui, na ordem. Registra-se a maneira de escolher e a ordem 
que foi dada ao examinador. 
 
III– Procedimentos avaliativos 
 
1. Ausência de seriação – Nível 1. 
O sujeito fracassa nas suas tentativas de ordenar. 
 
2. Ausência de séries (três a quatro anos). 
A criança não entende a proposta e coloca os bastões em qualquer ordem, justapondo-os. 
3. Esboço de séries (quatro ou cinco anos): a criança faz tentativas diversas; pares 
(grandes e pequeno), séries de três ou quatro bastões, mas não coordena as diferentes séries 
entre si, ou não consegue intercalar os outros. 
Faz uma escada sem considerar o tamanho dos bastões, mas só a arrumação da parte superior, 
imitando uma escadinha. 
 
4. Condutaintermediárias (aproximadamente cinco ou seis anos) – Nível 2. 
Em que o sujeito vai, por ensaio e erro, compondo a série; compara cada bastão com todos os 
demais até achar o que serve. É uma seriação intuitiva por regulações sucessivas. 
 
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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
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5. Êxito obtido por método operatório (aproximadamente seis ou sete anos) 
– Nível 3. 
O sujeito antecipa com facilidade a escada, fazendo metodicamente a sua construção, 
colocando primeiro os bastões menores e a seguir em graduação até o final. Neste nível faz a 
descoberta, atrás do anteparo, exclui ou inclui bastões e constrói espontaneamente a linha de base. 
 
 
Combinação de fichas duplas para pensamento formal 
 
Para verificar a capacidade de pensar logicamente sobre proposições abstratas e testar 
hipóteses sistematicamente. É aplicada a partir dos 11 anos. 
 
Material: 
Seis fichinhas de plástico ou cartolina de cores diferentes . 
 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Desenvolvimento: 
O examinador pede que o sujeito faça com as seis fichas o maior número possível de duplas, 
sem repetir. É preciso que se veja se o sujeito entendeu bem a atividade que irá fazer. É válido fazer a 
demonstração inicial com um par. O examinador deve observar e registrar o método de trabalho e 
quais critérios usou para chegar ao resultado, assim como todas as verbalizações. 
 
Procedimentos avaliativos: 
1. Ausência de capacidade combinatória – Nível 1. 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
AN02FREV001/ REV 4.0 
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2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
3. Condutas operatórias revelando capacidade combinatória – Nível 3. 
O sujeito antecipa a possibilidade combinatória, mediante um sistema completo e metódico, 
chegando a descobrir as 30 duplas. Além disso, deixa evidente um critério para estabelecer o total de 
combinações. 
 
 
Permutações com um conjunto determinado de fichas 
 
Para o pensamento formal. Aplicada a partir de 11 anos. 
 
 
Material: 
Fichinhas de cores diferentes 
 
Desenvolvimento: 
O examinador pede ao sujeito que faça o maior número de permutações com as fichas, usando 
sempre 4 fichas, em ordem diferente. Como na prova 11, verificar a compreensão do pedido e registrar 
o método de realização e todas as falas do sujeito. 
 
 
Procedimentos avaliativos: 
1. Ausência da capacidade de permuta – Nível 1. 
2. Condutas intermediárias – Nível 2. 
3. Condutas de realizações de todas as permutações possíveis – Nível 3. 
 
O sujeito realiza permutações, antecipando as possibilidades de um processo sistemático, 
ordenado. Realiza de forma ordenada as permutações. 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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Outro recurso utilizado para avaliação psicopedagógica da criança de 6 a 11 anos são os blocos 
lógicos. Constitui-se de 48 peças, que combinam quatro atributos em cada uma sendo tamanho 
(grande e pequeno), espessura (grosso e fino), cor (vermelho, azul e amarelo) e forma (quadrado, 
círculo, retângulo e triângulo). 
 
<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
Existem diversos jogos realizados com esse material, porém as formas mais comuns dentro 
da avaliação psicopedagógica são, em primeiro lugar, deixar a criança explorar o material de forma 
livre, criando casinhas e figuras diversas. Num segundo momento, pede-se à criança que separe as 
peças como achar melhor. Caso ela divida só por cores, por exemplo, perguntar se há outra forma 
de separação, e assim por diante até ela responder que não ou até completar todos os critérios. 
Como objetivos, temos a organização do pensamento, assimilação de conceitos básicos de cor, 
forma e tamanho, e realização de atividades mentais de seleção, comparação, classificação e 
ordenação. 
Outro instrumento é a Escala Cuisenaire. É constituída de barras de cores e tamanhos 
diferentes. A menor tem 1 centímetro e representa 1 unidade; a segunda tem 2 centímetros e 
representa o número 2 e assim por diante, até a maior, que tem 10 centímetros e representa o 
número 10. As cores que correspondem a cada número são: madeira (1), vermelho (2), verde (3), 
lilás (4), 
amarelo (5), verde-escuro (6), preto (7), marrom (8), azul (9) e laranja (10). É utilizado com 
crianças de 3 a 11 anos, e, de acordo com cada idade, há um procedimento: brincar com as barras para 
construir objetos diversos, reconhecer as cores, comparar os tamanhos, associação de números, 
tamanhos e cores, realização de adição, subtração, divisão e multiplicação. Por meio dele conseguimos 
avaliar se a criança possui capacidade de generalizar, analisar, sintetizar, inferir, formular hipóteses, 
deduzir, refletir e argumentar. 
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<http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/>. 
 
O Material Dourado também permite trabalhar os conceitos e operações matemáticas no 
concreto, permitindo à criança a passagem para o pensamento abstrato. 
Sequências Lógicas de qualquer material e tema são sempre interessantes para o trabalho 
psicopedagógico. Existem as sequências simples, com apenas duas figuras e perguntamos à criança “o 
que vem antes e o que vem depois?”. Existem as sequências lógicas mais elaboradas, com três ou 
quatro figuras para compor a sequência. Pode-se aproveitar esta atividade para solicitar à criança que 
verbalize essa sequência, ou seja, que conte o que está acontecendo. Partindo daí podemos perceber 
se a criança tem uma postura descritiva, se ela cria história sobre a sequência ou se atém aos fatos de 
uma forma simples. 
Para aprofundar essas questões, temos o desenho livre com história, que pode ser aplicado 
em crianças e adolescentes de qualquer idade. É solicitado à criança que faça um desenho livre; 
quando o desenho ficar pronto, pedimos que conte uma história. Os dados que forem interessantes 
para a prática pedagógica devem ser explorados por meio de perguntas para complemento de 
informação. Podemos perceber, nesta atividade, questões psicológicas, conflitos emocionais, que não 
devem ser aprofundados caso não sejam pertinentes à área psicopedagógica, mas deve constar no 
encaminhamento ao psicólogo quando da entrega do informe psicopedagógico. 
Outro desenho que pode ser solicitado à criança ou ao adolescente é o Par Educativo, 
sistematizado por Malvina Oris e Pichona Ocampo. Solicitamos que a criança/adolescente desenhe 
uma pessoa que aprende e uma que ensina, sugere- se que ela formule uma história envolvendo esses 
dois personagens; pode ser oral ou por escrito. É possível interpretar como caminham essas relações 
entre professor e aluno, o papel vivido na escola, em turma, as rejeições às situações escolares, ameaça 
da figura do professor, entre outros. 
A Coleção Método Horizontes, do autor Neda Lian Branco Martins é um instrumento 
padronizado bastante completo para crianças de seis a oito anos. Tem como objetivo avaliar as 
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/provas_operatoriasfotos.htm/
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seguintes características: motricidade fina, motricidade geral, motricidade especifica, nível de 
percepção e discriminação, universo conceitual e vivencial, equilíbrio estático e dinâmico, ritmo de 
trabalho, oscilação de sua atenção e concentração, universo vivencial, nível de independência, nível 
de linguagem semântica, fonológico, estrutural, domínio dos verbos e circunstâncias e conhecimentosdas formas, reconhecimento das cores. Foi com base na aplicação desse material que o Informe 
Psicopedagógico de N. F. (Módulo III) foi elaborado, juntamente com a aplicação de desenho livre com 
história. 
Especificamente para os adolescentes temos os seguintes instrumentos: 
Entrevista livre – na qual o adolescente falará sobre o motivo que o levou até ali e depois 
discorrerá sobre os temas pertinentes ao atendimento psicopedagógico: seus conflitos, ambições, 
projetos, dúvidas, prazeres, etc. Tem como objetivo levantar dados do dia a dia do adolescente, seus 
comportamentos benéficos e atitudes que precisam ser modificadas. 
Desenho da figura humana – traz muito da configuração do adolescente, seu corpo, como se 
coloca socialmente, etc. Pode ser solicitado que escreva uma história sobre essa figura, trazendo mais 
informações que poderão ser úteis para o processo de avaliação. 
Desenho da família prospectiva e visão de futuro – são dois tipos de desenho que possuem 
objetivos semelhantes. No primeiro, queremos ver como o adolescente se imagina, juntamente com 
os membros de sua família, daqui a cinco ou dez anos. O segundo é o mesmo procedimento, porém 
sozinho, com suas conquistas, opções profissionais, etc. Tem como objetivo visualizar as aspirações do 
adolescente, e conflitos atuais sejam familiares ou intrínsecos. 
Técnica das frases incompletas (Boholavsky) – as frases podem sofrer variações de acordo 
com o que se quer perguntar. Consiste num excelente instrumento para se conhecer o jovem, bem 
como para seu próprio autoconhecimento. Segue modelo abaixo: 
 
Técnica das frases para completar 
1. Eu sempre gostei de... 
2. Me sinto bem quando... 
3. Se estudasse .........................seria... 
4. Às vezes acho melhor... 
5. Meus pais gostariam que eu... 
6. Me imagino no futuro fazendo... 
7. No Ensino Médio sempre... 
8. Quando criança queria... 
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9. Quando penso no vestibular... 
10. Meus professores pensam que eu... 
11. No mundo em que vivemos, vale mais a pena... do que... 
12. Se não estudasse.................seria... 13. Prefiro..........................a... 
14. Comecei a pensar no futuro... 
15. Não consigo me ver fazendo... 
16. Quando penso na universidade... 
17. Minha família... 
18. Escolher sempre me fez... 
19. Uma pessoa que admiro muito é... por... 
20. Minha capacidade é... 
21. Meus colegas pensam que eu... 
22. Estou certo de que... 
23. Se eu fosse... poderia... 
24. Sempre quis... , mas não poderei fazer... 
25. Quanto ao mercado de trabalho... 
26. O mais importante na vida... 
27. Tenho mais habilidade para... 
28. Quando criança meus pais queriam... 
29. Acho que poderei ser feliz se... 
30. Eu... 
 
 
Nome: Escolaridade: Data: 
 
 
Técnica do curtograma – uma técnica simples de autoconhecimento, que proporciona ao 
adolescente reconhecer seus gostos e interesses. Consiste em quatro quadrantes, cada qual com uma 
proposta: Gosto e faço; gosto e não faço; não gosto e faço; não gosto e não faço. Em cada um deles 
deve-se colocar três a cinco coisas que se encaixem na proposta: namoro, esporte, escola, lazer, etc. 
Técnica das colagens – de acordo com um tema dado pelo psicopedagogo, o adolescente deve 
realizar um quadro com colagens de revistas que se relacionem com o tema. O momento final, onde o 
adolescente tem que explicar porque relacionou as figuras com o tema é um momento rico em 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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informações. Tudo deve ser levado em consideração: a escolha das imagens, se colorida ou preto e 
branco, se com objetos e/ou pessoas, etc. Essa colagem pode ser feita também em um papel grande 
em metro: pede-se para que o adolescente deite-se sobre o papel, passamos uma caneta em seu 
contorno e depois ele irá preencher esse contorno com colagens e desenhos. Facilita a formação e 
aceitação da nova imagem corporal e a organiza mentalmente. 
Avaliação do desempenho escolar – acompanhar o desempenho do aluno na sala de aula, as 
lições de casa, avaliações e trabalhos escolares. Levar em conta a aquisição de conteúdos, a 
compreensão de instruções orais e escritas, compreensão de textos, fundamentação de raciocínios e 
procedimentos, resolução das tarefas, tipo de erro, atitude frente ao erro, produções escritas e atitude 
frente à dúvida. (VINOCOUR apud OLIVEIRA e BOSSA, 1998). Após o diagnóstico, passar as orientações 
necessárias para melhor desempenho, como vimos anteriormente. 
Sempre que for lidarmos com adolescentes, precisamos estar cientes de todas as 
características dessa fase, que se caracteriza por uma verdadeira transformação biopsicossocial. Não 
conseguiremos realizar uma abordagem realmente eficiente se deixarmos de lado questões como 
sexualidade, autoestima devido às mudanças corporais, a importância de pertencer a um grupo, as 
testagens que realiza com os adultos em busca de sua própria identidade. 
 
TRANSTORNO, DISTÚRBIO, DIFICULDADE OU DOENÇA? 
 
 
Transtornos mentais são concebidos como síndromes, padrões comportamentais ou 
psicológicos clinicamente importantes que ocorrem num indivíduo e estão associados a sofrimento ou 
incapacitação, ou com um risco significativamente aumentado de sofrimento, morte, dor, deficiência 
ou perda importante da liberdade. 
A distinção feita entre os termos dificuldades e distúrbios está baseada na concepção de que 
o termo “dificuldade” está mais relacionado a problemas de ordem psicopedagógica e/ou 
socioculturais; ou seja, o problema não está centrado apenas no aluno, sendo que essa visão é mais 
frequentemente utilizada em uma perspectiva preventiva. 
Por outro lado, o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na medida em que sugere a 
existência de comprometimento neurológico, sendo mais utilizado pela perspectiva clínica ou 
remediativa. 
Doença é um processo negativo de adaptação da pessoa ao meio ambiente manifestado pela 
preponderância dos fatores desfavoráveis em interação com os mecanismos de defesa do organismo. 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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RECURSOS PSICOPEDAGÓGICOS E AMBIENTE DE TRABALHO 
 
 
Quando se trabalha com crianças, faz-se necessário um local adequado com recursos 
diversificados para que a criança se utilize deles para melhor se comunicar. Os recursos mais 
adequados para se obter uma situação lúdica – ou seja, uma situação onde, por meio do 
brincar, a criança se comunica e entra em contato com seus conflitos, medos, angústias e 
dificuldades – são os jogos. A utilização adequada de jogos e brincadeiras existentes na mídia, 
tanto impressa quanto televisiva, nas papelarias, lojas, internet, enfim, qualquer recurso 
lúdico, quando bem utilizado e com o enfoque adequado para a faixa etária, trazem inúmeros 
resultados benéficos. 
Para isso, o psicopedagogo deve ter uma boa noção das fases de desenvolvimento 
humano, suas mudanças físicas e emocionais; além de conhecer a cultura de seu cliente, o 
que influenciará em seus gostos e interesses, como também na faixa econômica que essa 
família se encontra, pois se for apresentados recursos muito elaborados, a criança poderá ficar 
deslumbrada com o recurso, não o utilizando da forma correta e sendo um recurso inútil para 
o quê se propôs. 
Por esse motivo, é necessário que haja um equilíbrio na aquisição de materiais 
escolares dentro do consultório: lápis de cor e preto, cola, tesoura, apontador, borracha, 
devem ser materiais simples, para que a criança não se disperse e faça do recurso um 
brinquedo (WEISS, 1999). 
Atualmente, um obstáculo que tem chegado aos consultórios é a dificuldade de a 
criança criar. Mas, se observarmos à nossa volta, as crianças de hoje tem tudo pronto, não 
precisam imaginar. Para trabalhar essa capacidadeda criança de “viajar”, um dos recursos são 
os jogos confeccionados com sucata e o livre uso desse material pela criança para criações 
diversas. E também os contos de fada: Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete 
Anões, Cinderela, O Gato de Botas, Alladin, Ali-Babá e os Quarenta Ladrões, Os Três 
Porquinhos, histórias que as crianças da atualidade muitas vezes não sabem contar. Além da 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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questão da criatividade, podem-se trabalhar também os valores morais por meio dessas 
histórias, o reconto e a dramatização com fantoches ou fantasias, entre outros. 
 
OBSERVAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS 
 
 Veja um exemplo de questionário para os registros das sessões relativo às atividades 
lúdicas. 
 
Paciente: Data: 
 
1. A escolha do material e da brincadeira (atividade) 
 
- Atividade e material que repetem a situação escolar, sem criatividade: ler livros, 
desenhar ou escrever algo, repetir dobraduras que aprendeu na escola, recortar e colar como 
pesquisa escolar, escrever contas automaticamente, etc. 
- Seleciona material figurativo e faz guerras, fazenda, lojas, etc. 
- Busca tintas, massa plástica, pinos e blocos e tenta criar alguma coisa. 
- Escolhe material de sucata e transforma-o imaginando coisas novas. 
 
2. O modo de brincar 
 
- Usa o material mais ao alcance da mão, não explorando os restantes. 
- Explora todo o material e depois se fixa em alguma coisa. 
- Escolhe materiais planejando uma brincadeira (“vai sair um elevador”, e pega 
uma caixa e um barbante para realizá-lo). 
- Faz estimativa, faz medidas e cálculos ou não. 
- Estrutura uma brincadeira com começo, meio e fim, com coerência interna, ou 
coloca aleatoriamente os objetos sem uma antecipação e posteriormente atribui ou não um 
significado; dá ou não um uso ao que fez. 
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- Tem flexibilidade no uso dos objetos (o mesmo objeto é trem, fogão, régua ou 
muro), modificando-o conforme a necessidade; classifica os objetos (grupo de soldadinhos de 
pé e de soldadinhos ajoelhados, mistura-os e separa em dois exércitos em função das cores) 
ou mantém uma brincadeira estereotipada e perseverante, usando o tempo disponível na 
mesma atividade sem evoluir no seu conteúdo, apenas repetindo-a (monta sempre a mesma 
casa, recorta o mesmo molde, pega a mesma revista, usa o mesmo jogo, etc.). 
- Faz brincadeiras criativas ou repete situações convencionais; parte de coisas 
conhecidas e as amplia. 
- Começa com uma atividade e a interrompe, passando a outra, sem nunca 
concluir a primeira, ficando apenas na exploração de objetos. 
- Permanece concentrada durante a brincadeira; se mantém continuidade na 
brincadeira de uma sessão para outra, ou se abandona o que estava fazendo e na sessão 
seguinte ignora o que já fez (construção interrompida, desenho inacabado). 
- Faz, na brincadeira, mais ações de desmanchar, separar, dividir e cortar do que 
reunir, construir, colar e juntar. 
- Faz, num jogo dramático, os vários papéis ou se solicita que o terapeuta 
participe e, neste caso, quais os papéis que escolhe para si. 
- Se resolve as situações problemáticas que surgem e como o faz (papelão que 
se rasga, pino que quebra, roda que cai, uma caixa para prender em um tubo, etc.). 
- Usa o corpo na medida do necessário, movimentando-se, trocando de posição, 
ocupando bem o espaço; se usa como parte do jogo; se usa a coordenação grossa e fina 
necessária à atividade. 
 
3. A relação com o terapeuta 
 
- Se brinca sozinho, concentrado e ignorando o terapeuta. 
- Se brinca sozinho, mas olhando constantemente para o terapeuta. 
- Se fica dependendo do terapeuta para brincar, pedindo sempre a sua ajuda. 
- Se pede eventualmente a ajuda do terapeuta, quando esta parece necessária. 
- Se só escolhe brincadeiras que necessitam da participação do terapeuta como 
parceiro. 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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O questionário apresentado foi montado com base nos dados fornecidos por Weiss 
(1994). É de suma importância para os registros das sessões, auxiliando a sistematizar o 
trabalho do psicopedagogo e acompanhar a evolução de seus clientes. 
Um importante recurso psicopedagógico é a observação de sala de aula, como já foi 
dito em módulos anteriores, que pode ser realizada pelo psicopedagogo clínico, quando trata 
de um caso específico em seu consultório e, após conversa com a direção/coordenação 
escolar e professora da sala recebe autorização para realizar a observação; ou pelo 
psicopedagogo escolar, quando este realiza também um trabalho pontual, visando à 
observação de um aluno somente, ou de um grupo, com objetivo preventivo. Este trabalho de 
observação do psicopedagogo escolar pode ser solicitado pela coordenação/direção, pela 
professora, pelos pais, ou quando o próprio profissional sente a necessidade diante do seu 
projeto de trabalho dentro desta instituição. Lembrando que o psicopedagogo pode trabalhar 
dentro da escola com um enfoque clínico também. 
De acordo com a matéria publicada na revista Nova Escola (junho/julho 2010), durante 
a observação em sala de aula, é preciso verificar como se desenvolvem as interações entre 
professores, alunos e conteúdos e de que forma elas podem se tornar tema da formação 
continuada na escola. A seguir, estão algumas questões que podem servir de roteiro para essa 
prática. Relacione as frases com destaque colorido com as explicações nos tópicos seguintes 
do quadro. 
 
Pauta de observação de sala de aula 
 
Nome do professor ___________________________ 
Disciplina __________________________________ 
Conteúdo da aula ____________________________ 
Data da observação __________________________ 
 
1. A interação entre os alunos e o conteúdo 
 
- O conteúdo é adequado às necessidades de aprendizagem da turma? 
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- As atividades e os problemas propostos são desafiadores e proveitosos para 
todos os alunos ou para alguns foi muito fácil e, para outros, muito difícil? 
- Há a retomada de conhecimentos trabalhados em aulas anteriores como um 
ponto de partida para facilitar novas aprendizagens ou as atividades apenas colocam em jogo 
o que já é conhecido pela turma? 
- Os recursos utilizados são adequados ao conteúdo? 
- Como está organizado o tempo da aula? Foram reservados períodos de duração 
suficiente para os alunos fazerem anotações, exporem as dúvidas, debaterem e resolverem 
problemas? 
 
2. A interação entre o professor e os alunos 
- Os objetivos de aprendizagem de curto e longo prazos dos conteúdos em 
questão estão claros para a turma? 
- As propostas de atividades foram entendidas por todos? Seria necessário o 
professor explicar outra vez e de outra maneira? As informações dadas por ele são suficientes 
para promover o avanço do grupo? 
- As intervenções são feitas no momento certo e contêm informações que 
ajudam os alunos a refletir? 
- O professor aguarda os alunos terminarem o raciocínio ou demonstra 
ansiedade para dar as respostas finais, impedindo a evolução do pensamento? 
- As hipóteses e os erros que surgem são levados em consideração para a 
elaboração de novos problemas? 
- As dúvidas individuais são socializadas e usadas como oportunidades de 
aprendizagem para toda a turma? 
 
3. A interação dos alunos com os colegas 
- Os alunos se sentem à vontade para colocar suas hipóteses e opiniões na 
discussão? 
- Nas atividades em dupla ou em grupo, há uma troca produtiva entre os alunos? 
- Com que critérios a classe é organizada? 
- Os alunos escutam unsaos outros? 
 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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Para pensar em novas abordagens 
Problemas adequados são os que representam um desafio possível. Ou seja, não 
podem ser tão fáceis a ponto de serem solucionados sem esforço nem tão difíceis que se 
tornem desestimulantes. Quando 80% da turma acertam sem dificuldade as questões 
propostas, é hora de lançar novos desafios. Se mais da metade não encontra solução, é preciso 
orientar o professor para que ele tente novas abordagens e ajudá-lo a diversificar as 
atividades. 
 
Como usar bem o material pedagógico 
Mapas, slides, ilustrações, fotos e vídeos precisam ser adequados ao conteúdo 
trabalhado, utilizados em momentos certos e ter qualidade técnica. Quando alguma dessas 
coisas não acontece, busque com o professor novas ferramentas ou indique maneiras mais 
eficientes de usar as já disponibilizadas pela escola. No caso de recursos tecnológicos, é 
sempre recomendável testá-los antes da aula. 
 
Em busca de clareza e objetividade 
Muitas dificuldades que aparecem durante os momentos de aprendizagem têm 
origem em uma proposta confusa, mal elaborada ou comunicada de forma ineficiente. 
Durante a observação, anote as falas do professor para posteriormente discutir a clareza e a 
pertinência das propostas. Para torná-las mais claras, geralmente são necessárias mudanças 
simples, como a substituição das palavras difíceis. 
 
Fazer do erro uma oportunidade de ensinar 
Durante a observação, anote os erros e as dúvidas apresentados pelos alunos e 
verifique se o professor consegue fazer com que as dificuldades individuais sejam 
oportunidades de avanço para todo o grupo. Os erros e as intervenções dos professores 
também podem ser registrados para a tematização da prática durante os encontros coletivos 
e os individuais. 
 
Ajuda na formação de grupos 
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É preciso observar se as duplas ou os grupos foram formados aleatória ou 
intencionalmente. A escolha dos pares precisa ser planejada e a formação vai variar de acordo 
com os conteúdos. Ao perceber que um agrupamento não é produtivo, analise com o 
professor o perfil dos alunos e ajude a montar outros mais eficazes. 
 
Para cada situação, um grupo 
Ao perceber uma inadequação entre a organização da sala e o conteúdo, você pode 
indicar, na devolutiva, outras formas de dispor os alunos. Em roda, em duplas, trios ou 
quartetos. A forma como a turma trabalha deve estar relacionada aos objetivos pedagógicos. 
Geralmente, grupos grandes servem para socializar estratégias, mas não para trocar 
informações. Já quando o objetivo é colocar os conhecimentos de cada aluno em jogo, o 
melhor são as atividades individuais. 
O psicopedagogo pode treinar os professores para realizar registros de 
comportamento dos alunos. Pode ser usado material padronizado, como a Coleção Escala de 
Avaliação do Comportamento Infantil para o Professor (EACI-P), de Gilberto Ney Ottoni de 
Brito. De acordo com a resenha, o teste tem por objetivo fornecer informação na fase de 
triagem que possa assistir clínicos e pesquisadores na compreensão de algumas dimensões 
importantes do comportamento da criança. É um instrumento individual de fácil aplicação 
pelo professor, que fornece uma estimativa do funcionamento da criança na escola em 
relação a oito dimensões diferentes de comportamento: 
- hiperatividade; 
- problema de conduta; 
- funcionamento independente; 
- socialização positiva; 
- inatenção; 
- neuroticismo; 
- ansiedade; 
- socialização negativa. 
Para cada item da escala, o professor é solicitado a responder da maneira mais breve 
possível e considerar na sua resposta o comportamento da criança em relação ao de uma 
criança teoricamente "média", do mesmo sexo e idade daquela que está sendo avaliada. 
http://www.vetoreditora.com.br/site/produtos/testes/detalhe/?id=398
http://www.vetoreditora.com.br/site/produtos/testes/detalhe/?id=398
AN02FREV001/ REV 4.0 
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A Escala de Avaliação do Comportamento Infantil para o Professor (EACI-P) é um 
instrumento individual de fácil aplicação ou preenchimento pelo professor, que fornece uma 
estimativa do funcionamento da criança na escola em relação a cinco dimensões diferentes 
de comportamento, desde a idade de 4 anos até idades superiores a 14 anos. 
Além do questionário padronizado, podem ser utilizados questionários como o 
sugerido a seguir: 
 
Avaliação comportamental 
 
Nome do aluno: 
Idade: 
Escola: 
Ano: 
 
1. Em relação ao rendimento escolar o aluno apresenta: 
a) Constante evolução. 
b) Não apresenta evolução. 
c) Evoluiu até certo ponto, depois parou. 
d) Não realiza as atividades propostas em sala. 
 
Observações: _______________________________________________________ 
 
2. Quanto ao ritmo de trabalho: 
a) É lento. 
b) É rápido. 
c) É normal. 
 
Observações: _______________________________________________________ 
 
3. Em relação à qualidade dos trabalhos apresentados pelo aluno: 
AN02FREV001/ REV 4.0 
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a) É satisfatória, seus trabalhos são limpos e bem realizados. 
b) Inicia o trabalho, mas não os conclui. 
c) Faz mal feito, sem o mínimo de cuidado. 
d) Os erros são apagados com frequência. 
Observações: ________________________________________________________ 
 
4. Com relação à frequência escolar: 
a) É assíduo. 
b) Apresenta faltas constantes. 
c) Apresenta atrasos constantes. 
 
Observações: ______________________________________________________ 
 
5. Em relação às suas dificuldades: 
a) Não realiza perguntas quando apresenta dúvidas. 
b) Pede auxílio da professora. 
c) Outros comportamentos. Especificar: ____________________________ 
 
Observações: ______________________________________________________ 
 
6. Seu relacionamento com a professora pode ser considerado: 
a) Bom. 
b) Regular. 
c) Ruim. 
 
Observações: _____________________________________________________ 
 
7. Quando é chamada a atenção: 
a) Chora. 
b) Agride. 
c) Ignora. 
d) Mostra-se magoado. 
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e) Argumenta. 
 
Observações: _____________________________________________________ 
 
8. Em relação à sua memória: 
a) Boa, sem dificuldade. 
b) Ruim, com dificuldade. 
c) Não foi observado. 
 
Observações: ______________________________________________________ 
 
9. Em relação à sua atenção: 
a) Boa, sem dificuldade. 
b) Ruim, com dificuldade. 
c) Não foi observado. 
 
Observações: _______________________________________________________ 
 
10. Em relação à sua percepção: 
a) Boa, sem dificuldade. 
b) Ruim, com dificuldade. 
c) Não foi observado. 
 
Observações: _____________________________________________________ 
 
11. Sua capacidade visual: 
a) Parece normal. 
b) Apresenta dificuldade. 
c) Não foi observado. 
 
Observações: ______________________________________________________ 
 
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12. Sua capacidade auditiva: 
a) Parece normal. 
b) Apresenta dificuldade. 
c) Não foi observado. 
Observações: _______________________________________________________ 
 
13. O vocabulário e a pronúncia são: 
a) Adequados. 
b) Inadequados. 
c) Prejudicados por troca de letras. 
d) Apresenta gagueira. 
 
Observações: _____________________________________________________ 
 
14. Costuma isolar-se? Se sim, de que forma? 
_____________________________________________________________15. Quais as atividades preferidas? 
_____________________________________________________________ 
 
16. Quais as atividades rejeitadas? 
_____________________________________________________________ 
 
17. Gosta de liderar as atividades em grupo? 
____________________________________________________________ 
 
18. Apresenta algum sentimento de menos valia? 
____________________________________________________________ 
 
19. Apresenta dificuldades para reproduzir fatos? 
_____________________________________________________________ 
 
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20. Domina os conceitos básicos de: 
Tempo ( ) Lugar ( ) Espaço ( ) Quantidade ( ) Tamanho ( ) 
 
Observações: _____________________________________________________ 
21. Correlaciona experiências adquiridas com situações novas? 
_________________________________________________________________ 
 
22. Apresenta cansaço durante as atividades? 
_________________________________________________________________ 
 
23. Obedece às ordens e regras combinadas previamente junto da professora? 
___________________________________________________________________ 
 
 
Este relatório deve integrar o material do psicopedagogo ao realizar a visita inicial na 
escola. 
O ambiente de trabalho psicopedagógico deve ser tranquilo, sem barulhos, sem 
grandes movimentações, pois as crianças precisam aumentar sua atenção e não dispersar-se. 
A seguir, a partir de um consultório psicopedagógico, são apontados alguns pontos que 
são primordiais para seu bom funcionamento e bom desempenho profissional. São recursos 
que facilitam a atuação do psicopedagogo junto das crianças e adolescentes. 
 
Estante multiuso: 
A estante ideal para o trabalho do psicopedagogo é no modelo sem portas, pois as 
crianças e adolescentes podem se sentir mais à vontade ao chegar ao consultório do que 
quando se deparam com uma série de armários fechados, além da ideia de liberdade e 
proposta do trabalho que, ao utilizar os jogos, prima pela saúde, eliminando medos e 
associações com outros profissionais. A mesma impressão é passada aos pais, além de 
poderem visualizar os recursos de que o psicopedagogo dispõe para o trabalho com seu filho, 
tranquilizando-os. Deixar fechado somente as pastas com os registros das sessões e 
prontuários em arquivo próprio, pois isto dá segurança aos clientes de que suas produções 
não serão vistas por outras pessoas. 
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Ter à mão livros para consulta de diversas matérias, dicionários, gramáticas, enfim, 
aquelas publicações que são imprescindíveis aos estudantes em qualquer faixa etária. 
Os jogos e materiais pedagógicos necessários às atividades psicopedagógicas, como 
massinha, lápis de cor, giz de cera, tintas guaxe e de tecido, pincéis, cola, tesoura, alfabeto 
móvel, folhas diversas, apontador, borracha, entre outros, devem ficar na parte intermediária 
e final da estante, para que a criança, quando autorizada pelo profissional, tenha livre acesso. 
É importante que em algumas sessões as crianças dirijam esse momento, pois, assim, teremos 
uma demonstração de como está sua autonomia, seus interesses, seu comportamento em 
geral (se agitado, com vontade de destruir os brinquedos, se insatisfeito, trocando 
constantemente de jogos, etc.). A customização de peças de roupas levadas pela própria 
criança para que realize a pintura é uma técnica utilizada para trabalhar questões como 
rótulos de crianças “desastradas” e que, por consequência, têm baixa autoestima. Por meio 
desta técnica, podemos mostrar à criança que ela consegue realizar certas atividades que 
demandam maiores cuidados e que consegue produzir um bom trabalho. 
É necessário ter uma variedade de jogos que trabalham diversas áreas cognitivas das 
crianças e adolescentes: alfabetização, coordenação motora, tempo para execução, 
raciocínio, lógica, antecipação, vocabulário, conhecimentos gerais, matemática, uso do 
dinheiro, ciências, conceitos diversos, gramática e ortografia, localização espacial e temporal, 
memorização, criatividade, entre outros. 
Os livros paradidáticos devem sempre estar ao alcance das crianças para estímulo à 
leitura. Manter livros com recursos diferentes, como sonorização, montagem de cenas com 
adesivos ou imãs, para crianças menores; livros tipo RPG (role playing game, traduzido como 
jogo de interpretação de personagens), aventura solo, chamam bastante a atenção dos 
adolescentes, ao mesmo tempo em que se trabalha a responsabilidade, pois no jogo, cada 
escolha leva a uma consequência, que pode ser a morte do personagem da história, 
culminando no fim da mesma. 
Além de decorar o ambiente, a amarelinha é um jogo que chama a atenção de 
qualquer faixa etária e gênero, desde que seja neutra, sem motivos femininos. Uma boa 
oportunidade de mexer o corpo, sendo que muitos não têm habilidades, mas como estão num 
espaço só deles, tentam utilizar o brinquedo e gostam da experiência, além de ser um 
elemento riquíssimo para avaliação de sequência numérica, localização espacial e temporal, 
equilíbrio estático, coordenação motora, entre outros. 
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A caixa lúdica pode ser um espaço para conter fantoches, máscaras, fantasias, enfim, 
tudo o que a criança pode utilizar para criar histórias, dramatizar, enfim, colocar sua 
criatividade em funcionamento. 
Outro recurso que tem chamado muito a atenção das crianças e adolescentes são as 
criações com sucata. Esse momento de criação para algumas crianças traz tranquilidade e 
introspecção e pode ser muito útil para acalmar crianças hiperativas, agitadas, ou agressivas. 
O profissional pode sentar com a criança, mostrando que está à disposição para algo que 
precisar, situação que será transportada para o atendimento psicopedagógico, entendendo 
que o profissional será alguém que irá auxiliá-lo, facilitando a formação de vínculo e posterior 
intervenção. 
Para estes momentos de criação, o chão é o melhor lugar. Utilize-se de tapetes de EVA. 
Este, com o alfabeto, é um recurso psicopedagógico importante, tanto para crianças em 
processo de alfabetização para identificação e associação das letras a figuras, quanto para 
crianças e adolescentes com dificuldades de procurar palavras em dicionário, que contenham 
distúrbios comprovados, como a dislexia, falha no processamento auditivo, entre outros. 
O consultório deve, além de oferecer os recursos psicopedagógicos adequados, 
oferecer conforto para que haja o mínimo de interrupções possíveis durante a sessão. Água 
para beber, banheiro próximo e com pia para lavar a mão e utensílios como pincéis, etc. 
facilitam o andamento da sessão. 
O quadro branco é um recurso que remete imediatamente à escola. Quebrar essa 
barreira do cliente é importante utilizando o quadro, primeiramente, para desenhos livres e 
para brincadeiras como a “forca”. 
Para isso, tenha pincéis de diversas cores, façam um desenho em conjunto (facilitador 
de formação de vínculo), enfim, explorar todas as possibilidades do quadro em forma de 
aprendizagens significativas irá trazer um desbloqueio para a sala de aula como consequência, 
facilitando a aprendizagem de novos conteúdos na escola. 
Weiss (p. 75, 1994) sugere uma seleção de material que pode conter num consultório 
para as sessões lúdicas, que dependerá do objetivo específico da sessão, do tempo disponível 
e da idade da criança. 
- folhas de papel (pautadas, lisas, brancas e coloridas), lápis, apontador, régua, 
lápis de cor, canetinhas hidrocor, cola, tesoura, revistinhas, livros; 
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-material para carpintaria e construções (madeiras, pregos, tachinhas, arames, 
ferramentas, etc.); 
- material de sucata (embalagens vazias, caixinhas, carretéis, rolhas, retalhos, 
fios, etc.); 
- blocos de madeira ou plástico, pinos de encaixe; 
- tintas diversas, massa plástica, cola plástica colorida; 
- fantoches, miniatura, animais, flores, bonecos, pires, xícaras; 
- jogos comerciais estruturados. 
 
Mais opções: 
- jogos pedagógicos de alinhavo, laços, botões, zíperes; 
- kit vida prática (cozinha, ferramentas, médico, bebê, entre outros); 
- casinha de boneca com família de pano; 
- fantoches ou dedoches diversos; 
- kits de bijuterias; 
- alfabeto móvel em madeira ou papel cartão. 
 
Há uma infinidade de materiais que podem ser trabalhados dentro de uma sessão de 
apoio ou acompanhamento psicopedagógico. Ao profissional que se interessar em trabalhar 
nessa área são necessários contínuos aperfeiçoamentos sobre o desenvolvimento humano, 
os novos distúrbios, síndromes e transtornos descobertos, bem como as falhas biológicas e as 
dificuldades sociais atuais. Como exemplo, citamos a Vigorexia, a Síndrome de Asperger, a 
Falha no Processamento Auditivo, o Cyberbuylling. Diante desse panorama, de novas 
descobertas e cada vez mais necessidades do profissional diante das dificuldades educacionais 
apresentadas por pais, professores e alunos, é um profissional requisitado e que tem um 
enorme campo de trabalho, desde que as técnicas utilizadas e seu ambiente de trabalho 
estejam de acordo com a demanda a qual atende. 
 
 
 
 
 
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