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ELIZ E PAUO - Avaliação 3

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Helena Kira
Pros. Eliz e Paulo
Texto avaliação 3
Lançado em 1983, década importante para a educação física, “O que é Educação Física” é produto de uma época. O autor Vitor Marinho colocou no papel o que se discutia ne época e ele com alguns outros pensadores decidiram abrir espaço para uma ação mais política, mais historicizada. Foi uma obra de extrema importância para resgatar a história da educação física
No período pré histórico os homens e mulheres possuíam uma dependência muito grande do movimento. Inicialmente eram nômades, então precisavam sair para caçar, colher frutos e sobreviver em meio a inúmeros predadores. Com a descoberta da agricultura, não havia mais a necessidade de se locomover tanto, então se tornaram sedentários, o que levou ao surgimento da ideia do esporte coletivo, de forma educacional, ou como forma de divertimento. O povo grego é muito conhecido por seus diversos jogos, principalmente os Jogos Olímpicos, com corridas, duelos, arremessos, arco e flecha e uma série de outras modalidades. 
No Brasil a educação física é dividida pelo autor em dois momentos: o primeiro que diz respeito às atividades relacionadas ao início do sedentarismo, como a caça, pesca, arco e flecha, montaria, canoagem e corridas. Com a chegada da Família Real em 1808 surgem os primeiros livros sobre educação física. O segundo momento possuía uma expectativa muito boa, porém o futebol trazido pelos ingleses atropelou o remo, “a primeira paixão esportiva brasileira”, como ele mesmo diz.
Por que estudar a história e não apenas a educação física hoje? A história é dinâmica, não é algo estático, por isso ela deve ser sempre atualizada, reinventada, adaptada à nova realidade. Então é necessário voltar ao passado para compreender o presente e projetar o futuro, ou seja, resgatar a dimensão histórica da Educação Física, ou seja, "o significado de qualquer fato histórico consiste no significado que ele possui ainda, na sua ação, nos efeitos que dele resultam". Muitas vezes, ainda, a Educação física tem servido de poderoso instrumento ideológico e de manipulação para a manutenção do status quo. Por isso, a educação e o acesso ao conhecimento são extremamente necessários. 
Todos os cidadãos brasileiros possuem direitos e deveremos. A educação é um dos principais direitos. Se a escola fosse de fato apenas um aparelho de reprodução da lógica dominante do estado, não haveria crítica ou oposição e as lutas sociais não seriam necessárias. 
O projeto profissional do professor de educação física é dialético ao projeto societário vigente. O educador físico tem por objetivo promover a saúde das pessoas através da prática de atividades física, planejando, orientando e tratando o aluno como indivíduo individuo singular, respeitando as limitações e características de cada um. “de nada adiantava a intervenção dos médicos se o povo era incapaz de preservar a própria saúde. Desse discurso, oficialmente, nasce a defesa de uma educação higiênica, a qual pudesse contribuir para a formação de hábitos morais e consequente ordem, progresso. Desde aquele período, a Educação, e particularmente a Educação Física, é tida como capaz de resolver os problemas da saúde pública.” (p.70) 
A elaboração de um currículo e a atualização do mesmo ao longo dos anos é necessária para a poder abarcar as novas realidades da sociedade, como por exemplo a pessoa trans, que a anos atrás não se ouvia falar sobre: como é e como será a sua relação com seu corpo antes e depois da transição (com ou sem hormônios)? O principal fato é que a realidade é dinâmica, novas demandas são impostas e novos desafios e questões irão exigir um profissional crítico, inovador, livre de preconceitos, ao contrário dos profissionais conservadores com pensamentos retrógrados e ultrapassados. Como o próprio texto diz: “também percebemos novas formas de definir a relação da atividade física e o ambiente escolar: identificada como capaz de ‘auxiliar o aluno a ter consciência do próprio corpo’; ‘propiciar melhor integração entre corpo e mente’; ‘possibilitar uma melhor relação e integração social’; ‘oferecer situações para uma boa participação dos alunos, vinculando a sua participação no todo da sociedade’ etc.” (p.81)
A partir dos anos 80 deu início a chamada “educação física crítica”, ao contrário da educação física positivista, que veio para superar dicotomias ultrapassadas, como entre corpo e mente, fisiologia e subjetividade. Defendem a ideia de que o ser humano transcende a sua natureza, ele não nasce predeterminado, ele se torna, se faz, a partir de suas vivências e relações sociais. 
Nos anos 90, com a colaboração de alguns intelectuais que realizaram pesquisas na área da Educação Física, as características conservadoras advindas da época da ditadura, com forte influência da área médica e militar, começaram a ser questionadas: “A contribuição das pesquisas desses autores identifica que as concepções predominantes na organização da prática da Educação Física, promoveram o destaque de características conservadoras, contribuindo ideologicamente para momentos históricos autoritários – como exemplo, o incentivo e a disseminação de práticas esportivas no período ditatorial iniciado no final da década de 1960, com a construção da imagem de esportista associada à neutralidade e alienação política. A discussão, interação, socialização e troca entre os(as) alunos(as) com os professores(as) de educação física são maneiras de incentivar o aprendizado, nossa ralação com corpo, compreender que trabalhar com o corpo é muito mais do que praticar algum esporte ou uma brincadeira.” (p.79)
Reformas educacionais tornaram a Educação Física como obrigatório, primeiramente no ensino secundário, um ano depois no primário, sob responsabilidade do Conselho Superior de Educação Física.
A dança, por exemplo, é uma manifestação artística e corporal muito antiga, presente em diferentes situações, com diferentes significados, porém ainda há aquele estereótipo de que “dança é só para as meninas”, e “que meninos gostam é de jogar bola”. Também é necessários os alunos terem acesso a diferentes modalidades, não apenas com o futebol, voleibol, basquete e handebol. Os professores e a rede de apoio dos alunos precisam trabalhar juntos em busca do mesmo objetivo: buscas o desenvolvimento pleno da criança ou adolescente, de forma ampla e integral.
Afinal, para que serve a educação física ou por que e como incentivar o movimento? Acreditar que um determinado tênis faz você correr mais rápido, como nos comerciais de TV ou gastar milhões de reais para fazer uma competição de Copa do Mundo, sendo que não temos uma infraestrutura básica para todos nossos cidadãos. O valor de Copa do Brasil é superior as três últimas edições (Japão/Coréia, Alemanha e África do Sul) e esse dinheiro seria o suficiente para zerar o déficit de coleta de esgoto em pelo menos metade das cidades-sede da Copa do Mundo. Não adianta incentivar o esporte e a população não ter acesso aos sérvios e bens essenciais, como saúde, transporte, alimentação, educação, moradia, vestimenta, etc.
Referências bibliográficas:
O que é Educação Física - Vitor Marinho
Educação Física no Brasil: A História que não se conta - Lino Castellani Filho
Corporeidade e cotidianidade na formação de professores - Rosa Malena Carvalho 
https://www.youtube.com/watch?v=daNTBiA73Zg&ab_channel=CleitonRodrigues

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