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BASQUETEBOL NA EDUCAÇÃO FÍSICA

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Prévia do material em texto

BASQUETEBOL
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Basquetebol – Prof. Ms. Cae Rodrigues e Prof. Ms. Fábio Ricardo Mizuno Lemos 
Cod. 61
Satisfação em estar com você! Meu nome é Fábio Ricardo 
Mizuno Lemos. Sou licenciado em Educação Física pela 
Universidade Federal de São Carlos (CEF/UFSCar - 2002), mestre 
em Educação, também pela Universidade Federal de São Carlos 
(PPGE/UFSCar - 2007) e estou cursando o Doutorado em 
Educação pelo mesmo programa de pós-graduação. Sou 
professor da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo 
(SEE/SP), do Centro Universitário Claretiano de Batatais 
(CEUCLAR) e do Curso de Especialização em Educação Física 
Escolar (Lato sensu) do Departamento de Educação Física e 
Motricidade Humana (DEFMH/UFSCar). Sou sócio-fundador, pesquisador e atual 
diretor financeiro da Sociedade de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana 
(SPQMH), membro do Núcleo de Estudos de Fenomenologia em Educação Física 
(NEFEF/UFSCar), pesquisador das linhas de pesquisas Práticas Sociais e Processos 
Educativos e Processos de Ensino e de Aprendizagem. Já trabalhei com o Basquetebol 
no ensino superior e na educação básica (turmas de Atividades Curriculares Esportivas 
– ACD) e espero poder contribuir com a sua formação. Bons estudos!
E-mail: fabiomizuno@yahoo.com.br
Meu nome é Cae Rodrigues. Sou licenciado em Educação Física 
pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar - 2003), e 
mestre em Educação por essa mesma instituição (UFSCar - 2007). 
Atualmente, sou pesquisador da Linha de Pesquisa Estudos 
Socioculturais do Lazer do Núcleo de Estudos de Fenomenologia 
em Educação Física (NEFEF), e ocupo o cargo de Vice Diretor 
Científico da Sociedade de Pesquisa Qualitativa em Motricidade 
Humana (SPQMH). Sou sócio fundador da empresa Jacaré Ki Pira 
Eventos e Lazer, que promove eventos na área de lazer desde 
2003. Sou praticante de basquetebol desde os dez anos de idade, 
e já ocupei o cargo de técnico em equipes universitárias e clubes particulares. 
Acredito que o curso de Educação Física na modalidade a distância, organizado pelo 
Centro Universitário Claretiano, abre as portas para indivíduos que buscam uma boa 
licenciatura na área.
E-mail: cae_jah@hotmail.com
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
BASQUETEBOL
Caderno de Referência de Conteúdo
Cae Rodrigues
Fábio Ricardo Mizuno Lemos
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
 
R796.323b 
 Rodrigues, Cae 
 Basquetebol / Cae Rodrigues, Fábio Ricardo Mizuno Lemos – Batatais, 
 SP : Claretiano, 2013. 
 184 p. 
 ISBN: 978-85-67425-24-5 
 
 1. Perspectivas da Educação Física escolar. 2. Os objetivos da Educação Física 
 nos documentos da educação básica. 3. Perspectivas do ensino do basquetebol 
 na escola. 4. Esporte e Educação Física na educação básica. Aspectos históricos 
 e antropológicos do basquetebol. 5. Aspectos sociológicos e filosóficos do 
 basquetebol. 6. Aspectos técnicos e táticos do basquetebol. 7. Jogos adaptados 
 para o basquetebol. I. Lemos, Fábio Ricardo Mizuno. II. Basquetebol. 
 
 
 CDD 796.323 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO .......................................................................... 9
UnidAdE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO BASQUETEBOL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 25
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 25
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 26
4 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 26
5 ENTENDIMENTOS SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .................................. 26
6 DOCUMENTOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA .............................................................. 34
7 POSICIONAMENTOS SOBRE O ENSINO DO BASQUETEBOL NA ESCOLA ............. 40
8 REFLEXÕES SOBRE A COMPETIÇÃO E A COOPERAÇÃO ...................................... 48
9 TURMAS DE TREINAMENTO ............................................................................... 51
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 52
11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 53
12 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 54
13 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 54
UnidAdE 2 – ESPORTE E EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 57
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 58
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 58
4 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 58
5 OS ESPORTES NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: ENSINO DE 
PRIMEIRA À QUARTA SÉRIE ................................................................................ 60
6 OS ESPORTES NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: EDUCAÇÃO 
FÍSiCA – EnSinO dE QUinTA A OiTAVA .............................................................. 68
7 ATITUDES: CONHECIMENTO SOBRE O CORPO; ESPORTES, JOGOS, LUTAS E 
GINÁSTICAS; ATIVIDADES RÍTMICAS E EXPRESSIVAS .......................................... 80
8 CONTEÚDOSPARA TERCEIRO E QUARTO CICLOS ............................................... 83
9 OS ESPORTES NAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO: 
VOLUME 1 – LinGUAGEnS, CÓdiGOS E SUAS TECnOLOGiAS ............................ 89
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 97
11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 98
12 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 98
13 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 99
UnidAdE 3 – ASPECTOS HiSTÓRiCOS, AnTROPOLÓGiCOS, SOCiOLÓGiCOS 
E FiLOSÓFiCOS dO BASQUETEBOL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 101
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 101
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 102
4 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 102
5 ASPECTOS AnTROPOLÓGiCOS E HiSTÓRiCOS dO BASQUETEBOL ...................... 104
6 BASQUETEBOL E REALidAdE: ASPECTOS SOCiOLÓGiCOS E FiLOSÓFiCOS .............125
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 139
8 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 141
9 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 141
10 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 143
UnidAdE 4 – O BASQUETEBOL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 145
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 145
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 146
4 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 146
5 APRENDENDO A JOGAR O BASQUETEBOL ......................................................... 146
6 FUNDAMENTOS DO BASQUETEBOL ................................................................... 155
7 SISTEMAS DE JOGO DO BASQUETEBOL.............................................................. 164
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 181
9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 182
10 E-REFERÊnCiAS .................................................................................................. 183
11 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS .......................................................................... 184
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Perspectivas da Educação Física escolar. Os objetivos da Educação Física nos do-
cumentos da educação básica. Perspectivas do ensino do basquetebol na escola. 
Esporte e Educação Física na educação básica. Aspectos históricos e antropológi-
cos do basquetebol. Aspectos sociológicos e filosóficos do basquetebol. Aspectos 
técnicos e táticos do basquetebol. Jogos adaptados para o basquetebol.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo!
Neste Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará 
unidades que o auxiliarão a compreender criticamente e dominar 
aspectos educacionais, históricos, antropológicos, sociológicos, fi-
losóficos, técnicos e táticos do Basquetebol inserido no contexto 
escolar.
O Basquetebol é um dos conteúdos relacionados aos espor-
tes; todavia, a abordagem estará direcionada para um contexto 
© Basquetebol8
mais amplo, afinal, trataremos de sua inserção nas aulas de Edu-
cação Física Escolar. Assim, nosso intento é o desenvolvimento de 
aprendizagens que o auxiliarão na compreensão do trabalho do-
cente, uma vez que é esse o principal foco de estudo e atuação de 
um licenciado em Educação Física.
A Educação a Distância exigirá de você uma nova forma de 
estudo, uma vez que você será o protagonista de sua aprendiza-
gem. No entanto, você não estará sozinho, pois terá todo o apoio 
necessário para a construção do seu conhecimento. Esse será um 
desafio que enfrentaremos juntos, e, com sua dedicação, o cresci-
mento profissional e pessoal será conquistado.
Não se esqueça de assumir o compromisso de participar e 
de interagir com seus tutores e com seus colegas de curso das ta-
refas indicadas, assim como fazer a leitura não só deste material, 
como também das bibliografias indicadas. Tenha a certeza de que, 
ao apropriar-se dessa postura, você facilitará a aprendizagem de 
novos conhecimentos, o que o levará, certamente, a um exercício 
profissional comprometido com a valorização das possibilidades 
educacionais das práticas corporais crítico-reflexivas.
Visando ao favorecimento dos estudos, o conteúdo deste 
material está organizado em quatro unidades.
Na Unidade 1, a Educação Física Escolar será contextualizada 
para o estudo do Basquetebol, utilizando, para isso, a análise re-
lacional crítica entre a legislação e a realidade da Educação Física 
na escola.
A compreensão, pela análise crítica dos documentos oficiais 
da Educação Básica, de qual esporte está, verdadeiramente, dire-
cionado à Educação Física Escolar, é a proposta que estará em foco 
na Unidade 2.
Já na Unidade 3, haverá a discussão das diversas relações 
entre o Basquetebol, enquanto elemento cultura/corporal de mo-
vimento e a sociedade, sendo enfatizados os aspectos antropoló-
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
gicos e históricos do jogo e algumas questões sociológicas e filosó-
ficas que emergem com base nessas relações.
Apresentaremos, na Unidade 4, alguns elementos que auxi-
liarão no desenvolvimento do Basquetebol. Para isso, as regras, os 
fundamentos e os sistemas de jogo serão abordados, bem como 
alguns jogos adaptados.
Desejamos, no início desta trajetória, que se empenhe em 
cumprir as tarefas propostas, concentrando-se, sempre, na quali-
dade de sua formação!
Bons estudos!
2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO
Abordagem Geral 
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es-
tudado. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais 
deste caderno de forma breve e geral. O aprofundamento dessas 
questões será tratado em cada uma das unidades deste material. 
No entanto, esta Abordagem Geral fornece o conhecimento básico 
necessário para que seu conhecimento seja construído em uma 
base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de 
sua profissão, você a exerça com ética e responsabilidade. 
Gostaria de começar esta síntese compartilhando algumas 
de minhas experiências, não só como professor de Educação Fí-
sica, mas também como praticante apaixonado do basquetebol. 
Comecei a jogar basquete com dez anos de idade e, desde então, 
fiz parte de diversas equipes, como jogador e como técnico. Além 
disso, nunca deixei de acompanhar os jogos das ligas profissionais 
de basquetebol do Brasil e dos Estados Unidos, a NBA. 
Durante esses anos como fiel espectador, tive a felicidade 
de acompanhar alguns dos maiores jogadores da história do jogo, 
© Basquetebol10
como os estadunidenses Michael Jordan, Larry Bird e Magic John-
son, e o brasileiro Oscar Schmidt, só para citar alguns. Comparti-
lho isso porque acredito que ter a oportunidade de assistir a esses 
grandesjogadores em ação é mais do que simplesmente ter algo 
para fazer enquanto comemos uma pipoca ou nos encontramos 
com os amigos. 
Os grandes jogadores tornaram-se grandes porque trouxe-
ram algo de diferente para o jogo, ou seja, de alguma maneira, 
contribuíram para a transformação do jogo. Nesse sentido, assistir 
a esses grandes jogadores em ação significa fazer parte da história 
do jogo.
Como dizia o filósofo alemão Friedrich Nietzsche em uma 
de suas mais célebres obras, "Que seria a tua felicidade, ó grande 
astro, se não tivesses aqueles que iluminas!". Nessa passagem do 
livro Assim falou Zaratustra, o personagem de Nietzsche refere-se 
ao sol, a quem chama de "grande astro", salientando que ele nada 
seria se não tivesse a quem iluminar. Podemos pensar que assim 
também são os grandes astros do esporte, que também nada se-
riam se não tivessem a quem mostrar suas proezas. 
Não é à toa que assistir aos jogos de nossos ídolos mexe tan-
to com nossas emoções, pois, no fundo, sabemos que realmen-
te fazemos parte do show. E cada geração conta uma história por 
meio de seus muitos protagonistas e, especialmente, por meio 
de alguns personagens que fazem questão de assumir a posição 
de ator principal a cada vez que entram no palco, ou, no caso do 
basquetebol, nas quadras. Assim, quem não teve a oportunidade 
de assistir aos ídolos do passado escrevendo parte da história do 
basquetebol pode acompanhar os ídolos atuais, como os estadu-
nidenses Kobe Bryant e LeBron James, assim como os brasileiros 
Leandro Barbosa, Nenê Hilário e Anderson Varejão, que levam o 
peso de toda a torcida brasileira para a principal liga profissional 
de basquete do mundo, a NBA.
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Porém, apesar da satisfação em fazer parte desse show como 
espectador, jogador, ou como treinador, estamos aqui para discu-
tir outros elementos fundamentais do jogo basquetebol, elemen-
tos que envolvem, especialmente, a Educação. Para tanto, faz-se 
necessário um olhar sobre diferentes perspectivas, inclusive uma 
análise cuidadosa por detrás das cortinas desse grande espetácu-
lo. Nesse sentido, vamos tratar não só de algumas particularidades 
da Educação Física escolar, mas também da importância do olhar 
desses grandes eventos esportivos, inclusive o basquetebol.
Discutiremos diferentes temáticas relacionadas à Educação 
Física Escolar e ao estudo do basquetebol, além de diferentes 
abordagens possíveis para o desenvolvimento dessas temáticas, 
como, por exemplo, a análise relacional crítica entre a legislação e 
a realidade da Educação Física Escolar; a compreensão, pela aná-
lise crítica dos documentos oficiais da Educação Básica, de qual 
esporte está verdadeiramente direcionado à Educação Física Es-
colar; perspectivas antropológicas, históricas, sociológicas e filo-
sóficas do basquetebol; e elementos da prática do basquetebol, 
relacionados às regras, aos fundamentos e aos sistemas de jogo.
A possibilidade de explorar as temáticas relacionadas à Edu-
cação Física Escolar e ao estudo do basquetebol por diferentes 
abordagens é uma excelente oportunidade não só para conhecer 
os diversos elementos relacionados a essas temáticas, mas tam-
bém para refletir sobre esses elementos por meio de diferentes 
olhares. A Antropologia, por exemplo, permite-nos compreender 
a ligação entre os jogos praticados nas mais antigas civilizações e 
os jogos modernos, além dos fenômenos sociais que envolviam o 
universo do jogo nessas antigas civilizações e os que envolvem o 
universo do jogo nas civilizações contemporâneas. 
É importante compreendermos, também, que essas aborda-
gens, apesar de apresentarem diferentes olhares, em muitas ins-
tâncias dialogam entre si; dependem, inclusive uma da outra. Por 
exemplo: dificilmente poderíamos pensar em fazer uma análise 
crítica entre a legislação brasileira e a realidade da Educação Física 
© Basquetebol12
Escolar no Brasil sem uma compreensão sobre os aspectos históri-
cos e sociológicos que fazem parte da construção desses dois mo-
vimentos; assim como seria demasiadamente simplista uma aná-
lise sobre as relações entre os documentos oficiais da Educação 
Básica e qual esporte está verdadeiramente direcionado à Educa-
ção Física Escolar sem alguns questionamentos filosóficos sobre as 
relações entre o esporte, especialmente o esporte de rendimento 
ou, como dissemos anteriormente, o esporte show e a realidade 
cotidiana.
Faremos agora, um exercício de resgate da memória. Ten-
te se lembrar de suas aulas de Educação Física na escola. Como 
eram? Vou falar um pouco sobre as minhas. Tive dois momentos 
bastante distintos e marcantes em relação às minhas aulas de Edu-
cação Física.
Durante quatro anos de minha adolescência, morei nos Es-
tados Unidos, participando, durante esse período, da sexta à nona 
série do sistema público escolar estadunidense. Durante esses 
anos, por meio das aulas de Educação Física, entrei em contato 
com quase todas as modalidades esportivas, desde os esportes 
mais tradicionais nas civilizações ocidentais, como o futebol e o 
basquetebol, os esportes bem conhecidos, como a natação e o 
atletismo (porém, menos praticados), até alguns pouco conheci-
dos e praticados, como o tênis de mesa e o badminton. Além disso, 
a escola tinha equipes estruturadas em todas essas modalidades, 
e eu, como um bom brasileiro em terras estrangeiras, fazia parte 
da equipe de futebol. Outro detalhe que me lembro bem era a 
abordagem utilizada pelo professor de Educação Física para minis-
trar as aulas: sempre com um apito nas mãos e com uma ênfase 
constante na disciplina e na melhora do desempenho nos esportes 
que estavam sendo ensinados.
Outro relato que gostaria de fazer traz minha experiência nas 
aulas de Educação Física durante as últimas etapas da Educação 
Básica aqui no Brasil. Acredito que essa experiência seja comum à 
de várias pessoas. Resumindo, havia duas quadras, uma com dois 
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
golzinhos e uma com uma rede de voleibol. Na grande maioria das 
aulas, os meninos, em sua maioria, separavam-se em equipes para 
jogar futebol na quadra com os golzinhos, e as meninas e alguns pou-
cos meninos, geralmente os que não eram escolhidos para nenhu-
ma equipe no futebol, organizavam-se para jogar voleibol na outra 
quadra. A postura da professora era extremamente licenciosa, e seu 
papel resumia-se a pegar as bolas, que ficavam guardadas em uma 
salinha fechada, e punir os alunos que se envolviam em brigas. 
Um fato curioso que me lembro durante esses anos foi que, 
em certa época, houve um movimento forte do basquetebol na ci-
dade, e esse movimento refletiu na escola. Em uma das quadras, 
havia duas tabelas, mas com os aros quebrados, e a escola ainda 
tinha os aros guardados na salinha de materiais. Assim, os alunos 
organizaram-se e pensaram em um sistema com dois ferros verticais 
paralelos fixados na tabela, sendo que o aro poderia ser encaixado 
quando fosse ser usado e retirado após o jogo, para evitar que fosse 
quebrado novamente. Durante todo o ano letivo, durante os "re-
creios", os alunos levavam uma bola de basquetebol e organizavam-
se em trios para a disputa do streetball, uma variação do jogo de 
basquetebol de quadra, no qual duas equipes de três jogadores têm 
o objetivo comum de chegar aos 21 pontos. O curioso é que, mes-
mo com essa manifestação espontânea dos alunos por uma ativida-
de diferente das rotineiras aulas de futebol e voleibol, a professora 
continuou com a mesma postura, e, nas aulas de Educação Física, os 
meninos continuaram a jogar futebol, e as meninas continuaram a 
jogar voleibol.
Esses dois relatos envolvem algumas das características mais 
comuns da Educação Física escolar em duas culturas diferentes. A 
descrição das aulasna escola dos Estados Unidos reflete uma Educa-
ção Física com uma ênfase muito forte na disciplina e na obediência, 
no autoritarismo e na "esportivização", ou seja, na pré-formação de 
atletas. Apesar da diversidade de práticas apresentadas nas aulas de 
Educação Física, não havia uma preocupação em discutir a origem 
dessas modalidades, o contexto em que surgem e sua relação com a 
cultura do país de origem. Além disso, a ênfase é sempre na melhora 
© Basquetebol14
de desempenho, na competitividade, sempre alimentando o grande 
sonho de todo menino ou menina em se tornar o próximo ícone do 
esporte nacional, sem muita preocupação em discutir a importân-
cia do esporte para a grande maioria dos indivíduos que participam 
dessa aula, que não se transformarão em ícones do esporte, mas 
viverão o resto da vida idolatrando os que conseguiram chegar lá.
Em contrapartida, a descrição das aulas de Educação Física no 
Brasil ilustram um certo descaso criado, em grande parte, por um pa-
radigma resultante de uma série de visões fragmentárias que carac-
terizam essa disciplina nas escolas brasileiras. Em suma, as aulas de 
Educação Física, que, aliás, enfatiza no próprio nome a questão físi-
ca, aulas que são sempre realizadas nas quadras, serviriam como um 
"descanso mental" para as outras disciplinas, que são realizadas na 
sala de aula. Ou seja, a função primordial da Educação Física escolar 
seria "trabalhar o físico" e, ao mesmo tempo, "descansar o mental". 
Vamos analisar um pouco mais sobre as diferenças entre essas 
duas abordagens. Começaremos dando uma olhada em uma tirinha 
do Calvin e Haroldo:
Fonte: Watterson (1996).
Figura 1 Calvin e Haroldo.
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Como vimos no final, essa tirinha ilustra, na visão de Calvin, 
um típico dia na escola. Você, por acaso, conseguiu identificar a Edu-
cação Física nesse típico dia escolar? Na verdade, creio que podería-
mos discutir a relação de cada quadrinho da tirinha com a Educação 
Física, afinal, podemos afirmar que a grande maioria já se sentiu, por 
exemplo, como um robozinho, ou um papagaio, que só reproduz o 
que é ensinado; ou como um pote vazio, esperando o preenchimen-
to de conhecimento depositado por um sábio educador; ou, ainda, 
como um bloquinho de construção, moldado para encaixar em um 
espaço já construído, ou, simplesmente, um peixe fora d’ água. Mas 
o quadrinho que está mais evidentemente relacionado às aulas de 
Educação Física é, certamente, o que mostra o Calvin gastando suas 
energias antes de voltar ao trabalho duro.
Além da clara separação entre disciplina de quadra e disci-
plinas de sala de aula, as aulas de Educação Física não poderiam 
ser realizadas dentro de uma sala de aula, até porque teriam, su-
postamente, como objetivo apenas a Educação Física do indivíduo. 
Essa visão ainda evidencia a clássica fragmentação do próprio ser 
humano, muito presente no paradigma fragmentário entre corpo 
e mente, ou físico e mental. Vamos dar uma olhada em outra tiri-
nha, dessa vez do preguiçoso Garfield. 
Fonte: Folha de São Paulo, Página E3 (03/04/2006)
Figura 2 Garfield.
Essa ilustração é o reflexo de uma visão bastante comum, 
que compreende que, de alguma maneira, seria possível uma se-
paração entre a mente e o corpo, visão inclusive que dá sustenta-
ção e legitimação ao argumento que afirma que o papel da Edu-
© Basquetebol16
cação Física seria o de trabalhar apenas o físico, ao mesmo tempo 
descansando o mental. Conseqüentemente, à Educação Física foi 
atribuído um caráter secundário, menos importante do que as ou-
tras disciplinas, descaso refletido na licenciosidade de alguns pro-
fessores, como o descrito em minha experiência escolar, que inclu-
sive ganharam até um nome carinhoso: o professor "rola bola".
Então, temos dois exemplos praticamente opostos de aulas 
de Educação Física: um com uma ênfase na disciplina autoritária, 
e outro com uma ênfase no que poderíamos chamar de liberdade 
licenciosa, ou seja, no "rola bola". Então, faço uma pergunta: qual 
abordagem seria mais prejudicial para o processo de ensino e de 
aprendizagem – uma abordagem autoritária ou uma abordagem 
licenciosa? Para o educador brasileiro Paulo Freire (2005), faz-se 
necessário encontrarmos um equilíbrio "mais ou menos harmo-
nioso" entre a autoridade e a liberdade, pois, sempre que há um 
desequilíbrio entre esses dois polos, o processo de ensino e de 
aprendizagem será prejudicado.
Um destaque importante dessa crítica de Freire (2005) ao 
autoritarismo decorrente de práticas restritas e da licenciosidade 
decorrente da liberdade excessiva é que, mesmo fazendo essa afir-
mação com certa dor, pelo compromisso e amor que tinha pela 
liberdade, o autor julga mais problemático a licenciosidade, pois o 
educador é sujeito indispensável no processo educativo, e a falta 
de compromisso com essa prática pode culminar em problemas 
mais graves do que uma autoridade exacerbada. 
Voltando aos dois exemplos de aulas de Educação Física 
ilustrados pelas minhas experiências escolares durante a adoles-
cência, experiências que refletem características bastante comuns 
na Educação Física Escolar contemporânea, apesar de utilizarem 
abordagens praticamente opostas, ambas possuem um ponto em 
comum: estão distantes de uma educação que dê oportunidade 
para o indivíduo compreender os importantes aspectos que se es-
condem por detrás das cortinas do grande show ao qual se trans-
formaram os esportes modernos. Pois esse será um dos principais 
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
objetivos deste estudo: promover diálogos que possibilitem refle-
xões críticas sobre tudo que passa por detrás das cortinas, para 
que possamos nos preparar, juntos, para assumir o papel de edu-
cadores preocupados com a formação íntegra de nossos alunos. 
Nesse sentido, tentaremos compreender um pouco melhor quais 
são esses elementos.
Para essa discussão, poderíamos pensar em diversos exem-
plos tão antigos, como a política do pão e circo do Império Ro-
mano, ou recentes, como os últimos Jogos Olímpicos de Verão, 
realizados em Pequim em 2008, que envolveram toda a contro-
vérsia sobre direitos humanos e a relação entre a China e o Tibete, 
ou ainda muito mais próximos de nós brasileiros, como a Copa do 
Mundo de Futebol de 1970, ou mesmo os futuros grandes eventos 
que serão realizados aqui no Brasil, como a Copa do Mundo de Fu-
tebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de Verão de 2016. Mas vamos 
aproveitar um exemplo que ganhou atenção global neste ano, por 
meio do filme Invictus, que conta a história da Copa do Mundo de 
Rúgbi de 1995, realizada na África do Sul.
Essa foi a terceira Copa do Mundo de Rúgbi, e a primeira em 
que todos os jogos foram realizados em um só país. Mais impor-
tante ainda foi o primeiro grande evento realizado na África do Sul 
após o fim da Apartheid, regime político racista que perdurou por 
quase 50 anos no país. O novo presidente, Nelson Mandela, foi o 
primeiro presidente a ser eleito por uma eleição democrática na 
África do Sul, e, depois de ter ficado preso por 27 anos por ligações 
com o movimento antiapartheid, promoveu uma política de paz e 
de união. Foi a primeira vez que o time da África do Sul pôde par-
ticipar de uma Copa do Mundo, autorização que só veio por causa 
do fim da Apartheid. O filme Invictus mostra a importância desse 
grande evento no processo de reconciliação de uma nação divi-
dida entre brancos e negros. Mostra a motivação de uma equipe 
que estava longe de ser uma das favoritas ao título, a África do Sul, 
mas que, empurrada pela força de uma torcida que encontrou no 
esporte um ponto em comum entre pessoas que foram ensinadas 
a viver separadas por tanto tempo, se tornou campeã. 
© Basquetebol18
Pensando somente nesse exemplo, nessegrande evento, 
imagine quantas questões podemos levantar. Questões socioló-
gicas, históricas, políticas e filosóficas. Pensando no basquetebol, 
imagine as discussões que poderíamos promover sobre os Jogos 
Pan-americanos de 1987, realizados em Indianápolis, no qual a se-
leção brasileira masculina de basquetebol venceu os Estados Uni-
dos na final, sendo que essa foi a primeira vez que a equipe esta-
dunidense perdeu uma partida jogando em seu próprio país; ou os 
Jogos Pan-americanos de 1991, realizados na capital cubana, em 
que a seleção brasileira feminina de basquetebol venceu a equipe 
da casa, recebendo a medalha de ouro das mãos do próprio presi-
dente, Fidel Castro – questões sobre a própria história do basque-
tebol, mas que também ultrapassam os limites das quadras.
Nesse sentido, ensinar "basquetebol" significa muito mais 
do que simplesmente ensinar quais são os fundamentos neces-
sários para, por exemplo, a realização de um arremesso, de um 
passe, ou a compreensão de um sistema defensivo, não que esses 
elementos também não sejam importantes. Em outras palavras, o 
aprendizado do basquetebol inclui, sim, a compreensão dos ele-
mentos necessários para se jogar o jogo, mas também inclui os 
elementos necessários para a compreensão do jogo de forma inte-
gral, ou seja, o jogo em todas as suas esferas, como, por exemplo, 
a esfera educacional, a esfera recreacional e suas relações com a 
complexa realidade social, que envolve elementos históricos, cul-
turais, políticos, religiosos e até mesmo filosóficos.
Para finalizar, gostaria de propor mais um exercício de me-
mória: feche os olhos e tente, por alguns segundos, fazer silêncio. 
Tente se lembrar de quando você estava aprendendo os primeiros 
passos de seu esporte favorito. Sei que não é um exercício fácil, 
pois um bom tempo já se passou, mas sei também que esse tipo 
de lembrança não é fácil de esquecer. 
Nesses primeiros passos, o que era mais importante para 
você, o que realmente lhe fazia sentir bem? Era conseguir executar 
o movimento com a perfeição mecânica descrita nos livros, ou sim-
19
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
plesmente conseguir acertar a cesta, ou fazer o gol, independente-
mente de como tenha conseguido fazer isso? Era fazer exercícios 
repetitivos para atingir a perfeição, ou era a simples oportunidade 
de fazer algo com seus pais ou com seus amigos? Era treinar exaus-
tivamente para ser um grande campeão, ou era sonhar que já era 
um grande campeão, gritando o nome de seu ídolo quando fazia 
uma bela jogada? Não precisa responder, pois acredito que já sei 
as respostas. E espero que, quando chegar a sua vez de ensinar os 
primeiros passos de um esporte a um curioso aprendiz, resgate 
essas memórias mais uma vez.
Desejo a todos bons estudos e uma bela viagem por esses 
tortuosos, porém gratificantes, caminhos da educação. 
Glossário de conceitos
O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa 
das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio 
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimen-
to dos temas tratados neste Caderno de Referência de Conteúdo. 
Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Basquetebol como conteúdo da Educação Física Esco-
lar: considerado como um elemento da Cultura Corpo-
ral que tem por finalidade democratizar e gerar cultura 
pelo movimento corporal, de um corpo não fragmenta-
do, contemplando, assim, a sua manifestação social no 
exercício crítico da cidadania, contrapondo-se à exclusão 
e à competitividade exacerbada.
2) Ser humano: o indivíduo é um ser que, antes de ser algo, 
profissionalmente falando, é gente, sente e comporta-
-se segundo suas necessidades e privações. O homem 
e a mulher são seres histórico-sociais, complexos, capa-
zes de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de 
decidir, de romper, de "conquistar os cumes". Não são 
um a priori da História, sujeitos inertes e passivos. Estão 
em um permanente movimento de busca, porque têm a 
consciência do mundo e a consciência de si como seres 
inacabados, inconclusos.
© Basquetebol20
3) Conhecimento: o conhecimento não é apenas o conhe-
cimento escolar, construído na escola. O conhecimento 
também é o "saber ingênuo"/ "saber de experiência fei-
to" / "intuitivo, subjetivo, sensível e vibrante", porque 
a "leitura do mundo" precede a "leitura da palavra". O 
conhecimento vai além dos conteúdos, implicando um 
conhecimento para "pensar certo". O conhecimento é 
um ato comunicante, de entendimento co-participado. 
O conhecimento técnico/científico é relevante, porém, 
além de não ser imutável, não torna homens e mulheres 
melhores que outros.
4) Realidade: a realidade é de um mundo capitalista que 
sobrepõe os interesses do mercado aos "interesses ra-
dicalmente humanos" e estabelece, por exemplo, que 
enquanto uns devem deter o "chicote", outros devem se 
inclinar a eles. A realidade é de um sistema que coloca 
tudo à sua disposição, ao seu uso.
5) Ensino e aprendizagem: na relação ensino-aprendiza-
gem, a primeira exigência são as pessoas, depois vêm 
as técnicas. O ensino escolar é para a formação técnica, 
mas também para a formação para a vida, para a huma-
nidade, reconhecendo-se o valor das emoções, da sen-
sibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação. 
Ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos. Os 
educadores não são, de modo algum, os senhores exclu-
sivos do conhecimento. Quem ensina aprende ao ensi-
nar e quem aprende ensina ao aprender. E, na relação, 
a reflexão e a crítica (desconfiança) sobre as idéias são 
fundamentais para que não se acredite sem refletir, para 
que se seja sujeito do processo, favorecendo o aprendi-
zado de sua autonomia. Ao educador e à educadora cabe 
o favorecimento para que aprendizagem crítica ocorra 
e, para isso, o respeito aos educandos, considerando-
-os como também sujeitos do processo, é fundamental, 
assim como a adoção da postura de falar com o outro 
e não a ele, pois, engajada na formação de educandos, 
não é possível à escola alhear-se das condições sociais, 
culturais e econômicas de seus alunos, de suas famílias 
e de seus vizinhos.
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Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
6) Esportivização: processo pelo qual as ações escolares são 
associadas ao esporte de rendimento do sistema despor-
tivo não escolar. Nessa óptica, ao esporte na escola es-
taria ligada a finalidade de melhoria do rendimento es-
portivo por meio de exercícios técnicos, táticos e físicos, 
servindo ao ideal da competição, da formação de atletas. 
Outra característica da "esportivização" é a Educação Físi-
ca desvinculada do projeto educacional das escolas.
Esquema dos conceitos-chave 
Além do cronograma que você deverá seguir para desenvol-
ver suas atividades e interatividades propostas pelo professor res-
ponsável, você poderá valer-se de outros tipos de aprendizagem, 
como Aprendizagem de conceitos, de princípios (uma cadeia de 
vários conceitos), que poderão levá-lo à resolução de problemas, 
quando, mediante a combinação desses princípios, é produzido 
um novo conhecimento. Daí a importância de um Esquema de 
conceitos-chave para se ter clareza das idéias e dos princípios que 
fundamentam um saber científico. 
Figura 1 Esquema dos conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo 
Basquetebol.
© Basquetebol22
Como você pode observar, o esquema anterior apresenta-
-lhe uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. 
Seguindo esse esquema, você poderá transitar entre um e outro 
conceito e descobrir o caminho para construir o seu processo edu-
cativo. Por exemplo, com base no Esquema dos Conceitos-chave, 
é possível compreender com mais facilidade que o conceito de es-
portivização tanto pode estar associado ao Basquetebol enquantoesporte de Rendimento, quanto ao Basquetebol como conteúdo 
da Educação Física Escolar, dependendo, para isso, da reflexão e 
da crítica realizadas.
Observamos que o Esquema dos conceitos-chave é mais um 
dos recursos de aprendizagem que vem somar-se àqueles dispo-
níveis no ambiente virtual com suas ferramentas interativas, bem 
como às atividades didático-pedagógicas realizadas presencial-
mente no pólo. Lembre-se de que você, como aluno na modalida-
de a distância, pode valer-se da sua autonomia na construção de 
seu próprio conhecimento. 
Questões autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados. Responder, dis-
cutir e comentar essas questões e relacioná-las com a prática do 
ensino de basquetebol pode ser uma forma de você medir o seu 
conhecimento, de ter contato com questões pertinentes ao assun-
to tratado e de lhe ajudar na preparação para a prova final. Mais 
ainda: é uma maneira privilegiada de você adquirir uma formação 
sólida para a sua prática profissional. 
Bibliografia básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
23
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (Motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, 
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno do curso de Licenciatura em Educação Físi-
ca na modalidade EAD e futuro profissional da Educação, necessita 
de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você 
contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, 
sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que 
organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas esti-
puladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
© Basquetebol24
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 
1
EA
D
Introdução ao Estudo 
do Basquetebol
1. OBJETIVOS
• Contextualizar o estudo do Basquetebol com a Educação 
Física escolar.
• Apresentar entendimentos sobre a Educação Física esco-
lar.
• Compreender os objetivos da Educação Física escolar, 
com base em documentos oficiais.
• Conhecer e apresentar posicionamentos sobre o ensino 
do Basquetebol na escola.
2. CONTEÚDOS
• Entendimentos sobre a Educação Física escolar.
• Documentos da educação básica.
• Objetivos do ensino fundamental.
© Basquetebol26
• Objetivos do ensino médio.
• Posicionamentos sobre o ensino do Basquetebol na escola.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Leia os livros da bibliografia indicada para que você am-
plie e aprofunde seus horizontes teóricos. Esteja sempre 
com o material didático em mãos e discuta a unidade 
com seus colegas e com o tutor. 
2) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de 
Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades 
deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu 
desempenho.
4. INTRODUÇÃO 
Para o início da abordagem do Basquetebol, visto que está na 
área de formação de professores para a Educação Básica, é indis-
pensável uma breve apresentação sobre a Educação Física Escolar, 
sobre os documentos da Educação Básica e sobre os nossos posicio-
namentos quanto ao ensino do basquetebol na escola.
Vamos, então, aos estudos!
5. ENTENDIMENTOS SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA 
ESCOLAR
A Educação Física escolar brasileira teve seu início oficial em 
1851, com a Reforma Couto Ferraz, quando foram apresentadas 
à Assembleia as bases para a reforma do ensino primário e se-
cundário no Município da Corte. Após três anos, em 1854, a sua 
regulamentação foi expedida e entre as matérias a serem obriga-
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
toriamente ministradas estava, no primário, a ginástica, e no se-
cundário, a dança (BETTI, 2009).
No que diz respeito à Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB), principal lei relacionada à Educação, a qual foi es-
tabelecida no ano de 1961 (lei no 4.024, de 20 de dezembro de 
1961), a Educação Física já estava presente. Nesta, era considerada 
obrigatória nos cursos de graus primário e médio até a idade de 18 
anos (BRASIL, 1961), porém, tinha como preocupação primordial a 
preparação física dos jovens para o ingresso no mercado de traba-
lho de forma produtiva (SILVA; VENÂNCIO, 2005).
Com a reformulação na LDB, ocorrida em 1971 (lei no 5.692, 
de 11 de agosto de 1971), a obrigatoriedade da Educação Física 
foi ampliada a todos os níveis e ramos de escolarização, mas, ain-
da, com a intenção de preparação física de trabalhadores. Isso se 
evidencia com as opções de facultabilidade apresentadas pela lei: 
estudar em período noturno e trabalhar mais de 6 horas diárias; 
ter mais de 30 anos de idade; estar prestando serviço militar; estar 
fisicamente incapacitado (BRASIL, 1971).
Nesse contexto, houve um favorecimento para a considera-
ção da Educação Física enquanto mera atividade extracurricular, 
como um elemento sem nenhum comprometimento formativo 
educacional (SILVA; VENÂNCIO, 2005).
No plano legal, tal formulação começa a ser desconstruída 
com a LDB de 1996 (lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996), na 
qual a Educação Física passa a ser considerada um componente 
curricular como os demais. A LDB de 1996, em seu artigo 26o, pa-
rágrafo 3o, determina: 
A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é 
componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas 
etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos 
cursos noturnos (BRASIL, 1996).
© Basquetebol28
Entretanto, tal alteração não surtiu o efeito esperado, pois, 
com o caráter genérico desse artigo, não ficou garantida a presen-
ça das aulas de EducaçãoFísica em todas as etapas da Educação 
Básica, bem como, que os profissionais que ministrassem essas 
aulas contassem com formação específica, principalmente nas sé-
ries iniciais do Ensino Fundamental e na Educação Infantil (SILVA; 
VENÂNCIO, 2005).
Visando a garantia da Educação Física em toda a Educação 
Básica, em 2001 foi aprovada uma alteração no parágrafo 3o do 
artigo 26o da LDB, que inseriu a expressão "obrigatório" ao "com-
ponente curricular" (BRASIL, 2001).
Em 2003, com a Lei no 10.793, de 1o de dezembro de 2003, 
que alterou, novamente, o 3o parágrafo do artigo 26o da LDB, a 
facultabilidade às aulas de Educação Física foi modificada, não se 
restringindo a todas as pessoas que estudam em período noturno, 
mas àquelas que, independente do período de estudo, se enqua-
dram nas seguintes condições: mulheres com prole, trabalhado-
res, militares e pessoas com mais de 30 anos (BRASIL, 2003).
Tem-se, então, atualmente, em termos legais, a Educação 
Física como componente curricular obrigatório, o que atribui aos 
docentes deste, a mesma responsabilidade educacional dos de-
mais professores, incluindo a igualdade de salários. Assim sendo, 
a inserção do profissional licenciado em Educação Física na escola 
se dá enquanto educador, enquanto professor e não, como técni-
co esportivo e/ou recreador. Vale salientar que não estamos que-
rendo, aqui, desmerecer ou desqualificar o técnico esportivo e o 
recreador!
Todavia, interpretando a facultabilidade às aulas, a prepara-
ção física com o fim em si mesma, direcionada para o condiciona-
mento físico, apenas, ainda aparenta estar fortemente atrelada à 
Educação Física escolar, principalmente se for pensada no âmbito 
do Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, na qual, es-
tudantes que já se inseriram em atividades físicas "desgastantes" 
29
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
podem requerer a dispensa das aulas, afinal, a Educação Física, 
agora, não teria mais serventia, pois caracterizaria uma jornada 
dupla de "cansaço físico".
A Educação Física escolar tem a colaborar com o aprimora-
mento do educando como pessoa humana, como cidadão e não 
apenas com a preparação física de pessoas.
Mas já nos acostumamos a encará-la como nos primórdios, 
que nem ficamos tão ofendidos com os estereótipos que nos dão: 
entre eles, do professor que tem que ter um corpo atlético, do 
professor que tem uma capacidade mental reduzida, afinal, como 
cuida muito do corpo, não lhe sobra tempo para cuidar da mente 
ou do professor mais bacana da escola porque tira os alunos da 
sala de aula para descansar as suas mentes, como podemos obser-
var na Figura 1.
Figura 1 Estereótipos de professores de Educação Física.
Neste ambiente de incoerências, a possível igualdade educa-
cional com os demais componentes curriculares não é tão efetiva 
assim, o que indica certo desprestígio dos profissionais da área.
Esse desprestígio educacional está registrado, até mesmo, 
nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): 
Em diversas escolas, a disciplina encontra-se desprestigiada e re-
levada a segundo plano. Tal fato é de fácil verificação, basta notar 
que nem sempre somos chamados a opinar sobre alterações nos 
assuntos escolares (BRASIL, 1998, p. 50).
Os motivos deste desprestígio também estão indicados, en-
tre eles: "as aulas do ‘mais atraente’ dos componentes limita-se 
aos já conhecidos fundamentos do esporte e do jogo" (BRASIL, 
© Basquetebol30
1998, p. 45) e pouco tem contribuído para a compreensão dos fun-
damentos, para o desenvolvimento da habilidade de aprender ou 
sequer para a formação ética dos alunos, objetivos que, também, 
deveriam orientar esta área (BRASIL, 1998).
Ainda, na busca dos motivos para o desprestígio educacio-
nal da Educação Física escolar, nas Orientações Curriculares para o 
Ensino Médio (BRASIL, 2006), são encontrados outros indícios, na 
crítica sobre a formação do professor que, até os anos 1980 
Esteve ligada a uma visão social de Educação Física voltada para a 
disciplinarização e o condicionamento do corpo, com pressupostos 
teóricos e justificativas de ações no campo biofisiológico (BRASIL, 
2006, p.213).
É importante salientar que, embora seja feita uma referên-
cia sobre um "modelo" de formação de professores, adotado, em 
tese, até os anos 1980, o que se encontra, ainda nos dias de hoje, 
com base no conhecimento experiencial de um saber de experiên-
cia feito (FREIRE, 2006a) sobre o ambiente escolar, é que, tal visão 
continua a influenciar o exercício docente da Educação Física.
O docente de Educação Física, educador, não pode ater-se 
à reprodução de movimentos físicos. Antes da especificidade do 
componente curricular, esse profissional é educador, e não somen-
te do físico (o ser humano é uma unidade). Muito menos, deve se 
prestar ao papel de mero treinador de "futebol" e "vôlei": 
Somos o país do futebol? E, agora, do vôlei? Mas, também somos o 
país dos jogos e brincadeiras populares, do samba, da capoeira, do 
maracatu, do frevo e demais movimentos culturais. 
Se não atentarmos para a diversidade, para a adequação de conte-
údos e posturas (utilizando principalmente os cooperativos), conti-
nuaremos a excluir a maior parte dos educandos e educandas das 
aulas de EF (concepções tradicionais satisfazem apenas a uma mi-
noria, habilidosa (esportivamente falando), "sempre" favorecida). 
Não temos e por obrigação moral não podemos compactuar com 
a idéia de uma EF segregadora, com uma educação para/do físico 
(LEMOS; SOUZA; LEMOS, 2008, p. 8).
Não se torna oportuno, então, ignorar reflexões presentes 
aos indivíduos participantes do processo educativo escolar, tais 
31
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
como, "esportivização" das atividades corporais; influências da 
mídia sobre o corpo/imagem corporal (LEMOS; SOUZA; LEMOS, 
2008). 
Vale ressaltar, que a compreensão adotada, sobre currícu-
lo, parte da consideração deste enquanto artefato social e cultural 
que tem sua história vinculada a formas contingentes de estrutu-
ração e organização da sociedade e da educação, estando assim, 
conectado a relações de poder. Nesta perspectiva, o currículo não 
somente divulga significados sobre o mundo e as coisas do mundo, 
mas também fabrica esses significados, indicando, conseqüente-
mente, os conhecimentos que serão válidos. O currículo, então, 
não está isento de um caráter político, arbitrário, produtivo e in-
teressado, o que o coloca em um lugar privilegiado nas disputas 
educacionais para proposições de ações e direcionamentos (MO-
REIRA; PACHECO; GARCIA, 2004).
Neste contexto de embates, as relações de poder se perso-
nificam, por exemplo, ao se privilegiar um tipo de conhecimento, 
deixando outros, de lado (SILVA, 2007).
Os que não deixam de ter os seus espaços são, geralmente, 
os esportes de quadra, como por exemplo, Basquetebol, Futsal, 
Handebol e Voleibol. Cabe lembrar, que em alguns locais a restri-
ção é ainda maior, sendo desenvolvidos apenas alguns destes ou 
até mesmo um.
O grande problema, porém, não é o desenvolvimento dos 
esportes em si (conteúdo), mas a abordagem que se dá ao mesmo, 
ou seja, o estilo de ensino que se utiliza.
Se a ênfase é apenas no ensino da técnica esportiva, a ten-
dência é de se utilizar um estilo de ensino próximo do comando, 
que se caracteriza por:
1) o aluno limita-se a cumprir as ordens do professor, sem 
qualquer outra participação;
2) a duração, o número de repetições, o ritmo, início e térmi-
no das atividades são predeterminados pelo professor;
© Basquetebol32
3) utilização constante de demonstração;
4) execução coletiva e padronizada dos movimentos;
5) o professor faz correções, se a execução do aluno não 
corresponde ao modelo predeterminado;
6) a aprendizagem faz-se porimitação;
7) alta formalidade na relação professor-aluno;
8) baixo envolvimento cognitivo do aluno (BETTI, 2009, p. 
160-161).
Muitos podem estar se perguntando: este não é um modelo 
adequado? A resposta, neste caso, será dada com base em uma 
analogia:
Quando alguém quer que o seu animal de estimação tenha 
um comportamento padronizado, visando não lhe causar proble-
mas, afinal "aprenderá" a ter um "bom" comportamento, uma das 
soluções é o adestramento. Assim, a partir de comandos dados 
pelo seu dono, o animal reproduzirá o que "aprendeu". Podemos 
dizer, então, de "alunos adestrados", ou seja, aqueles que saberão 
reproduzir um movimento, porém, não necessariamente estará 
consciente do seu propósito, ou da sua efetiva contribuição edu-
cativa.
Entendido desta maneira, pouco vai importar se em uma si-
tuação esportiva, entre a execução de um movimento vai estar um 
colega de sala. Neste caso, vai importar mais um ponto, um gol, do 
que a integridade de um adversário.
A palavra adversário foi colocada intencionalmente, pois, 
deriva do latim adversus, significando algo ou alguém que está em 
oposição, contrário, inimigo.
Acaba-se, quase que literalmente, travando uma batalha es-
portiva entre "exércitos" inimigos. Não é à toa que uma das carac-
terísticas esportivas, por sinal, muito valorizada, é a do guerreiro!
Será que realmente este modelo para o ensino do esporte na 
escola é o mais adequado?
33
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
Vamos pensar na palavra concorrente, ao invés de adversá-
rio. O termo concorrente deriva do latim concurro, significando 
correr juntamente. Seria mais conveniente esta utilização? Sem 
dúvidas, mas a simples alteração de uma palavra por outra não 
resolveria a inadequação do trabalho com o esporte na escola.
Indica-se, todavia, um caminho: o das relações entre pesso-
as, o caminhar ou correr, objetivando algo, juntamente. Desvia-se 
a atenção dos gestos mecânicos para os seres humanos em movi-
mento.
Em recente publicação da Secretaria de Educação do Estado 
de São Paulo, intitulada Proposta Curricular do Estado de São Paulo 
(SÃO PAULO, 2008), a qual está estruturada a fim de propor a todos 
os componentes curriculares, aula a aula, situações de aprendiza-
gem a serem desenvolvidas com os discentes. Da Educação Física 
espera-se a atenção ao repertório de conhecimentos que os alu-
nos já possuem sobre diferentes manifestações corporais e de mo-
vimento, bem como a busca pela sua ampliação, aprofundamento 
e qualificação críticos, o que indica uma intenção de superação da 
visão reducionista comumente encontrada na prática pedagógica 
da Educação Física escolar.
Também, intenta-se a oferta de melhores oportunidades de 
participação e usufruto no jogo, esporte, ginástica, luta e ativida-
des rítmicas, assim como "possibilidades concretas de intervenção 
e transformação desse patrimônio humano relacionado à dimen-
são corporal e ao movimentar-se – o qual tem sido denominado 
‘cultura de movimento’" (SÃO PAULO, 2008, p. 42).
Diante dessa outra visão para os conteúdos esportivos, ao 
menos no plano teórico, possibilidades educacionais podem gerar 
um processo educativo mais efetivo, pois se abre à realização de 
reflexões e críticas sobre o feito.
Tal ponderação acerca das possibilidades educacionais, ad-
vém do entendimento de que, se o esporte, conteúdo hegemônico 
da área, ensinado nas escolas enquanto cópia irrefletida do espor-
© Basquetebol34
te de competição ou de rendimento, só pode fomentar vivências 
de sucesso para a minoria e o fracasso ou a vivência de insucesso 
para a maioria e, deste modo, não apresenta elementos de forma-
ção geral (nem mesmo para a saúde física, mais preconizado para 
essa prática) para se constituir uma realidade educacional, em ou-
tra perspectiva, havendo uma transformação didático-pedagógica, 
o esporte, que, atualmente é uma das objetivações culturais ex-
pressas pelo movimento humano mais conhecidas e mais admira-
das, até mesmo entre as mais diferentes manifestações culturais 
existentes, pode tornar-se uma realidade educacional potenciali-
zadora de uma educação crítico-emancipatória (KUNZ, 2006).
No âmbito específico da Educação Física, seguindo na busca 
da transcendência para a valorização do ser humano, a ciência da 
Motricidade Humana (SÉRGIO, 1999), também, tem muito a con-
tribuir, pois é consciência de "um ser práxico, carente dos outros, 
do mundo e da transcendência" (p. 274), é uma ciência do ser hu-
mano considerado em sua globalidade, na qual o físico está nela, 
integral, superado.
Nas palavras de Sérgio (1999):
A motricidade humana é a expressão do anseio de transcendência 
que em nós habita, como factor inalienável de transformação e de 
realização pessoal e social. A motricidade humana é assim portado-
ra de Futuro, porque é o não ao que está-aí, através do movimento 
livre e libertador (...) motricidade humana, transcendência e liber-
dade são inseparáveis (p. 245).
6. DOCUMENTOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Seguindo o objetivo de contextualizar a Educação Física es-
colar para situar o Basquetebol que apresentaremos, são expostos 
os objetivos da Educação Física inserida na escola com base nos 
seguintes documentos:
1) Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física – en-
sino de primeira à quarta série (BRASIL, 1997).
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
2) Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física – en-
sino de quinta a oitava séries (BRASIL, 1998).
3) Orientações curriculares para o ensino médio: volume 
1 – Linguagens, códigos e suas tecnologias (BRASIL, 
2006).
4) Proposta curricular do Estado de São Paulo: Educação 
Física (SÃO PAULO, 2008).
Objetivos do ensino fundamental
Objetivos de Educação Física para o primeiro ciclo
Espera-se que ao final do primeiro ciclo os alunos sejam ca-
pazes de:
• participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar 
uma atitude cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas 
pelo desempenho ou por razões sociais, físicas, sexuais ou cul-
turais;
• conhecer algumas de suas possibilidades e limitações corporais 
de forma a poder estabelecer algumas metas pessoais (qualitati-
vas e quantitativas);
• conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferen-
tes manifestações de cultura corporal presentes no cotidiano;
• organizar autonomamente alguns jogos, brincadeiras ou outras 
atividades corporais simples (BRASIL, 1997, p. 47).
Objetivos de Educação Física para o segundo ciclo
Já no final do segundo ciclo acredita-se que os alunos sejam 
capazes de:
• participar de atividades corporais, reconhecendo e respeitando 
algumas de suas características físicas e de desempenho motor, 
bem como as de seus colegas, sem discriminar por características 
pessoais, físicas, sexuais ou sociais;
• adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em 
situações lúdicas e esportivas, buscando solucionar os conflitos 
de forma não-violenta;
• conhecer os limites e as possibilidades do próprio corpo de for-
ma a poder controlar algumas de suas atividades corporais com 
autonomia e a valorizá-las como recurso para manutenção de 
sua própria saúde;
© Basquetebol36
• conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferen-
tes manifestações da cultura corporal, adotando uma postura 
não-preconceituosa ou discriminatória por razões sociais, sexuais 
ou culturais;
• organizar jogos, brincadeiras ou outras atividades corporais, va-
lorizando-as como recurso para usufruto do tempo disponível;
• analisar alguns dos padrões de estética, beleza e saúde presentes 
no cotidiano, buscando compreender sua inserção no contexto 
em que são produzidos e criticando aqueles que incentivam o 
consumismo (BRASIL, 1997, p.52).Objetivos para terceiro e quarto ciclos
Para o final do quarto ciclo, deseja-se que os alunos sejam 
capazes de:
• participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo e 
respeitando suas características físicas e de desempenho motor, 
bem como a de seus colegas, sem discriminar por características 
pessoais, físicas, sexuais ou sociais. Apropriar-se de processos de 
aperfeiçoamento das capacidades físicas, das habilidades moto-
ras próprias das situações relacionais, aplicando-os com discerni-
mento em situações-problema que surjam no cotidiano;
• adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na 
prática dos jogos, lutas e dos esportes, buscando encaminhar os 
conflitos de forma não-violenta, pelo diálogo, e prescindindo da 
figura do árbitro. Saber diferenciar os contextos amador, recrea-
tivo, escolar e o profissional, reconhecendo e evitando o caráter 
excessivamente competitivo em quaisquer desses contextos;
• conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferen-
tes manifestações da cultura corporal, adotando uma postura 
despojada de preconceitos ou discriminações por razões sociais, 
sexuais ou culturais. Reconhecer e valorizar as diferenças de de-
sempenho, linguagem e expressividade decorrentes, inclusive, 
dessas mesmas diferenças culturais, sexuais e sociais. Relacio-
nar a diversidade de manifestações da cultura corporal de seu 
ambiente e de outros, com o contexto em que são produzidas e 
valorizadas;
• aprofundar-se no conhecimento dos limites e das possibilidades 
do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas 
posturas e atividades corporais com autonomia e a valorizá-las 
como recurso para melhoria de suas aptidões físicas. Aprofundar 
as noções conceituais de esforço, intensidade e freqüência por 
meio do planejamento e sistematização de suas práticas corpo-
rais. Buscar informações para seu aprofundamento teórico de 
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
forma a construir e adaptar alguns sistemas de melhoria de sua 
aptidão física;
• organizar e praticar atividades corporais, valorizando-as como 
recurso para usufruto do tempo disponível, bem como ter a ca-
pacidade de alterar ou interferir nas regras convencionais, com 
o intuito de torná-las mais adequadas ao momento do grupo, 
favorecendo a inclusão dos praticantes. Analisar, compreender 
e manipular os elementos que compõem as regras como instru-
mentos de criação e transformação;
• analisar alguns dos padrões de beleza, saúde e desempenho pre-
sentes no cotidiano, e compreender sua inserção no contexto 
sociocultural em que são produzidos, despertando para o senso 
crítico e relacionando-os com as práticas da cultura corporal de 
movimento;
• conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, 
bem como reivindicar locais adequados para promoção de ativi-
dades corporais e de lazer, reconhecendo-as como uma necessi-
dade do ser humano e um direito do cidadão, em busca de uma 
melhor qualidade de vida (BRASIL, 1998, p.89-90).
O trato com os conteúdos de 5ª a 8ª séries
O objetivo não é delimitar ou restringir o Se Movimentar dos 
alunos. Pelo contrário, busca-se diversificar, sistematizar e apro-
fundar as experiências do Se Movimentar no âmbito das culturas 
lúdica, esportiva, gímnica, das lutas e rítmica, tanto no sentido de 
proporcionar novas experiências de Se Movimentar, permitindo 
aos alunos estabelecer novas significações, bem como resignificar 
experiências já vivenciadas. As atividades de 5ª a 8ª séries devem 
proporcionar aos alunos experiências que os levem a compreen-
der formas e dinâmicas de jogos mais elaboradas, tornando-os 
mais capazes de responder efetivamente às situações-problema 
que os significados/sentidos de sua cultura propõem. Os jogos 
coletivos com regras simples das séries iniciais do Ensino Funda-
mental, como o pega-pega com bola, a queimada, o passa dez, o 
câmbio etc., tornam-se mais desafiadores aos jovens de 5ª a 8ª sé-
ries à medida que se aproximam dos códigos da cultura esportiva, 
exigindo deles um comportamento tático mais complexo. Se uma 
característica dos jogos coletivos nas séries iniciais é a aglutinação 
© Basquetebol38
em torno da bola e a movimentação em bloco por parte dos par-
ticipantes com ocupação restrita dos espaços de jogo, caracteri-
zando o jogo chamado "anárquico", posteriormente, ao longo das 
séries seguintes, a movimentação dos jogadores, a ocupação do 
espaço e a comunicação entre eles tornam-se mais elaboradas e 
taticamente mais refinadas (SÃO PAULO, 2008, p. 45).
Objetivos do ensino médio
A Educação Física no currículo escolar do ensino médio deve 
garantir aos alunos:
• acúmulo cultural no que tange à oportunização de vivência das 
práticas corporais;
• participação efetiva no mundo do trabalho no que se refere à 
compreensão do papel do corpo no mundo da produção, no que 
tange ao controle sobre o próprio esforço e do direito ao repou-
so e ao lazer;
• iniciativa pessoal nas articulações coletivas relativas às práticas 
corporais comunitárias;
• iniciativa pessoal para criar, planejar ou buscar orientação para 
suas próprias práticas corporais;
• intervenção política sobre as iniciativas públicas de esporte, lazer 
e organização da comunidade nas manifestações, vivência e na 
produção de cultura (BRASIL, 2006, p. 225).
Além dos conteúdos, o tratamento metodológico deve con-
siderar as seguintes orientações:
• garantir o direito de todos os alunos, sem exceção, terem acesso 
aos conhecimentos produzidos culturalmente e que se manifes-
tam nas diferentes práticas corporais;
• possibilitar a compreensão dos alunos quanto à natureza social e 
cultural dessas práticas;
• problematizar a construção cultural das práticas corporais, bem 
como o questionamento dos valores e dos padrões usualmente 
a elas vinculados;
• situar os alunos como sujeitos produtores de cultura, viabilizan-
do condições para que se apropriem dessas práticas, vivencian-
do-as e recriando-as tanto na forma como nos sentidos e valores 
a elas atribuídos, com base em seus próprios interesses;
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
• propiciar condições para que o aluno compreenda que brinca-
deira e jogo, entendidos como direitos sociais, refletem a produ-
ção de saberes e conhecimentos (BRASIL, 2006, p. 235).
Professores e alunos hoje reclamam o acesso aos bens de con-
sumo, aos espaços públicos de qualidade, a quebra de barreiras pre-
conceituosas e principalmente o direito à informação e ao conheci-
mento acerca das práticas corporais. Para tanto, é fundamental:
• garantir a participação irrestrita de todos em todas as práticas 
possíveis, independentemente de suas qualificações prévias ou 
aptidões físicas e desportivas;
• desmitificar o discurso acerca da virilidade masculina e da fra-
gilidade feminina quanto às capacidades e habilidades físicas, 
proporcionando aos grupos vivências corporais e debates sobre 
valores morais e étnicos de cunho sexista;
• superar na relação pedagógica a idéia de que as diferenças entre 
homens e mulheres são apenas biológicas. Os corpos feminino e 
masculino, assim como a subjetividade de homens e mulheres, 
se constituem a partir de relações sociais, construídas ao longo 
da história;
• desmitificar o discurso da ascensão sócio-econômica fácil, que 
acaba afastando muitos jovens da escola e da cultura juvenil em 
direção ao fascínio que o mundo do espetáculo da competição 
exerce por meio da mídia;
• desmitificar o discurso do combate à marginalização social por 
meio da Educação Física, questionando a idéia de que o exercício 
de práticas corporais sistematizadas, controladas por professo-
res e instituição escolar, é um antídoto para grandes males que 
assolam a sociedade moderna, taiscomo: consumo de drogas, 
criminalidade urbana, gravidez precoce, entre outros. As práticas 
corporais precisam ser tratadas como direito social de vivência e 
produção de cultura, e não como "prêmio", "castigo" ou "remé-
dio" para "corrigir" os jovens das camadas populares;
• valorizar outras práticas corporais oriundas dos diversos grupos 
étnicos que constituem a sociedade brasileira (BRASIL, 2006, 
p.235-236).
O trato com os conteúdos do Ensino Médio
No Ensino Médio deve ser ressaltada a possibilidade do Se 
Movimentar no âmbito da cultura de movimento juvenil ser cote-
© Basquetebol40
jada com outras dimensões do mundo contemporâneo, gerando 
conteúdos mais próximos da vida cotidiana dos alunos. Assim, a 
Educação Física pode tornar-se mais relevante para eles, não só 
durante o tempo/espaço da escolarização, como e principalmen-
te, auxiliando-os a compreender o mundo de forma mais crítica, 
possibilitando-lhes intervir nesse mundo e em suas próprias vidas 
com mais recursos e de forma mais autônoma. Desse modo, a Edu-
cação Física não deve objetivar que os jovens pratiquem esporte 
com mais habilidade ou tornem-se atletas ou exímios executores 
de movimentos de ginástica. O nível de habilidade em uma moda-
lidade esportiva pode melhorar ao longo dos anos como conseqü-
ência da prática dentro e fora da escola. Podemos, então, definir 
como objetivos gerais da Educação Física no Ensino Médio: 
• a compreensão do jogo (esporte, ginástica, luta e atividade rítmi-
ca) como fenômenos socioculturais, em sintonia com os temas 
do nosso tempo e das vidas dos alunos, ampliando os conheci-
mentos no âmbito da cultura de movimento; 
• o alargamento das possibilidades de Se Movimentar e dos signi-
ficados/sentidos das experiências de Se Movimentar no jogo (es-
porte, ginástica, luta e atividade rítmica), rumo à construção de 
uma autonomia crítica e autocrítica (SÃO PAULO, 2008, p. 46).
7. POSICIONAMENTOS SOBRE O ENSINO DO BAS-
QUETEBOL NA ESCOLA
É bem perceptível, com a análise dos fragmentos dos docu-
mentos da Educação Básica, a não ocorrência da esportivização 
como objetivo das aulas de Educação Física.
Assim sendo, não se justificam os modelos de aulas pauta-
dos em cópias das tarefas de iniciação e treinamento esportivo, 
os quais têm como objetivo a formação de atletas em algum nível 
técnico, utilizando para isso:
1) o ensino de gestos determinados pela performance de 
alguns atletas;
2) a fixação do gesto, assimilado pela repetição;
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
3) o aprimoramento técnico e tático;
4) culminando na formação de equipes para competições 
(BRASIL, 2006).
Lembra-nos, Kunz (2006, p.125), que o esporte como prática 
educacional na formação da cidadania crítica e emancipada possui 
pontos desfavoráveis. São eles:
1) o esporte como é conhecido na sua prática hegemônica, 
nas competições esportivas e nos meios de comunica-
ção (televisão), não apresenta elementos de formação 
geral – nem mesmo para a saúde física, mais preconiza-
do para essa prática – para se construir uma realidade 
educacional;
2) o esporte ensinado nas escolas enquanto cópia irrefleti-
da do esporte de competição ou de rendimento, só pode 
fomentar vivências de sucesso para a minoria e o fracas-
so ou a vivência de insucesso para a maioria;
3) esse fomento de vivências de insucesso ou fracasso, 
para crianças e jovens em um contexto escolar é, no mí-
nimo, uma irresponsabilidade pedagógica por parte de 
um profissional formado para ser professor;
4) o esporte de rendimento segue os princípios básicos da 
"sobrepujança" e das "comparações objetivas", os quais 
permanecem inalterados mesmo para os esportes pra-
ticados na escola onde por falta de condições ideais o 
rendimento não se constitui no objetivo maior da aula. 
Este é um dos motivos que contribui para que o ensino 
dos esportes, também, venha a influenciar as crescentes 
"perda de liberdade" e "perda da sensibilidade" do ser 
humano, pelo "racionalismo" técnico-instrumental das 
sociedades industriais modernas.
Por tudo que foi apresentado até aqui, acreditamos que te-
nha ficado a certeza de que a simples transposição do modelo es-
portivizado de ensino do basquetebol para a escola, não seja o 
caminho mais adequado a seguir.
Nesse sentido, reflita sobre isso, observando a Figura 2:
© Basquetebol42
Figura 2 Seguindo os moldes esportivizados
Ampliando a análise acadêmica, para justificar a incoerên-
cia da adoção de um estilo de ensino calcado no comando, com a 
ênfase competitiva, que pode ser definida como uma "atividade 
dirigida ao alcance de um padrão ou meta na qual o desempenho 
do indivíduo ou do seu grupo é comparado e avaliado com relação 
ao de outro indivíduo ou grupo selecionado, o que leva à formação 
de uma hierarquia entre os indivíduos ou grupos" (BETTI, 2009, 
p. 164-165), é importante se analisar de qual perspectiva está se 
pensando.
Para que se possa identificá-la, a definição e divulgação do 
que se compreende sobre ser humano, conhecimento e realidade, 
é uma boa estratégia.
Vamos a ela, com a divisão em três partes: 
• Humanização: Ser Humano em constante devir
• Conhecimento: na óptica dos processos educativos
• Situados na América Latina.
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© U1 - Introdução ao Estudo do Basquetebol
Humanização: Ser Humano em constante devir
Os seres humanos são seres histórico-sociais, em um perma-
nente movimento de busca, porque têm a consciência do mundo e 
a consciência de si como seres inacabados e inconclusos. Também 
são seres condicionados, mas não determinados, "porque, inaca-
bado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inaca-
bamento, sei que posso ir além dele. Esta é a diferença profunda 
entre ser condicionado e o ser determinado" (FREIRE, 2005, p. 53).
Como seres históricos-sociais, são seres únicos, marcados 
por características definidas a partir das relações pessoais e inter-
pessoais, das construções de identidade e de sentimento de per-
tença, seja ao grupo familiar, social, étnico-racial, de gênero, de 
faixa etária, de orientação sexual, entre outros.
Contudo, como produtor, reflexo e produto do meio em que 
vivem, muitos praticam o que Freire (2001) denomina como isola-
mento negativo, ou seja, fazem girar tudo em torno de si e de seus 
interesses, em uma postura individualista, egoísta, personificados 
como:
É a solidão de quem, mesmo na presença de uma multidão, só vê 
a si, à sua classe ou grupo, em sua gulodice afogando o direito dos 
outros. É gente que quanto mais tem, mais quer, não importam os 
meios de que se serve. Gente insensível que junta à insensibilida-
de sua arrogância e malvadez; que chama as classes populares, se 
está de bom humor, "essa gente", se de mau humor, "gentalha" (p. 
17-18).
Compartilhar com tal postura individualista seria negar que 
estamos no mundo e com o mundo e para isso com os outros, sig-
nificando-o e significando-se através das relações (FREIRE, 2001). 
Neste sentido, não cabe conceber o ser humano como mero ob-
jeto – ele se recusaria a aceitar, pois "o anti-diálogo autoritário 
ofende a natureza do ser humano, seu processo de conhecer e 
contradiz a democracia" (FREIRE, 2001, p. 80).
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Ainda, destaca Freire (2006a), "dizer a palavra não é privi-
légio de alguns (...) Precisamente por isto, ninguém pode dizer a 
palavra verdadeira sozinho, ou dizê-la para os outros, num ato de 
prescrição, com o qual rouba a palavra aos demais" (p. 90-91).
Para a tomada ou retomada da existência, para o protagonis-
mo, Freire (2006a) indica o caminho: a relação dialógica com o ou-
tro. Um diálogo igualitário, que supõe que as falas e proposições 
de cada participante serão tomadas por seus argumentos e não 
pelas posições que ocupam (idade,

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