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HIPERSENSIBILIDADE TIPO I Dependente da ativação de linfócitos T e B Resposta inflamatória exagerada (adaptativa), onde pode gerar resposta a antígenos NÃO associados a agentes infecciosos IgE + Mastócitos Alterações vasculares e da homeostasia Rinite, asma, etc. As reações são a antígenos extrínsecos (fármacos, alimentos, alérgenos ambientais) e são mediadas por IgE: - Antígenos pequenos que em doses baixas favorecem a resposta TH2 - Proteínas e enzimaticamente ativos - Estáveis - Peptídeos capazes de se ligar em proteínas MHCII - Susceptibilidade genética (MHC que se liga ao peptídeo do alérgeno) OBS.: TEORIA - Durante a gestação há um maior estímulo para a resposta TH2 (necessária para a manutenção da gestação); na infância é necessário uma estimulação com antígenos para que a resposta TH1 seja favorecida e predominante. Com ambientes muito limpos há uma pequena exposição das crianças a esses antígenos e dificulta a mudança do perfil TH2 (mais processos alérgicos). CÉLULAS - Mastócitos: são encontrados em todos epitélios e tecidos conjuntivos, particularmente próximo aos vasos linfáticos e sanguíneos e nervos. Pele e superfícies de membranas mucosas possuem altas concentrações. Eles possuem numerosos grânulos que contém mediadores farmacologicamente ativos. Após ativação, esses mediadores são liberados dos grânulos, resultando nas manifestações clínicas de hipersensibilidade do tipo I. Ex.: HISTAMINA - ↑permeabilidade vascular, ↑quimiotaxia, ↑outros sintomas da inflamação, ↑ativação de linfócitos TCD4 e TH2. A hipersensibilidade do tipo I apresenta duas fases: a de sensibilização e a efetora (que é gerada em um segundo contato com o antígeno). 1) FASE DE SENSIBILIZAÇÃO: O alérgeno entra em contato com o organismo e leva a ativação de linfócitos B (timo-dependentes para a produção de memória). Essa ativação de células B virgens depende que os linfócitos TH2 liberem citocinas inflamatórias (IL-4) para o 3 sinal da ativação, para que seja possível haver a produção de células de memória, de plasmócitos e a secreção de anticorpos (IgM -> IgE). Quando a IgE secretada encontra os mastócitos, elas se ligam a receptores Fc para IgE na superfície dessas células, sensibilizando-o e ativando o mastócito (ADCC), que também promove a amplificação da resposta e da produção de IgE. 2) Uma vez sensibilizado com a IgE para determinado alérgeno, quando o antígeno entrar em contato com o organismo uma segunda vez terá início a FASE EFETORA DA HIPERSENSIBILIDADE TIPO 1: O mastócito reconhece o estímulo fornecido pelo alérgeno, é sensibilizado e sofre degranulação, liberando as aminas vasoativas que desencadeiam alterações importantes: aumento do peristaltismo, da permeabilidade celular, da produção de muco, ativam outras células como os eosinófilos, etc. - efeitos sobre a musculatura lisa - aumento da permeabilidade celular - glândulas = aumento da produção de muco - ativação de plaquetas - BRADICININA (dor) - ativação de eosinófilo Esse estímulo à produção de IgE se dá pela ligação do mastócito ao plasmócito secretor de anticorpos IgM pelo CD40L e pela ação de citocinas liberadas (IL4) que irão estimular a diferenciação de IgM em IgE >>>> AMPLIFICAÇÃO DA RESPOSTA. Obs.: Se nunca mais houver um segundo contato com esse alérgeno, não haverá a fase efetora e os sinais da alergia não serão manifestados. CROSS-LINK: ligação de 2 IgE ao alérgeno > leva a uma cascata de ativação > degranulação, produção de mediadores lipídicos e solúveis (citocinas) que dependem da ação gênica (a degranulação não, é imediata). Essas citocinas produzidas e liberadas contribuem mais ainda para a amplificação da resposta inflamatória e seus efeitos. Exemplo: “alergia aos ácaros” O antígeno na verdade é uma enzima (Der p 1) presente nas fezes que é capaz de clivar as junções oclusivas da barreira epitelial das vias aéreas e entrar no meio interno. Dessa forma ela ativa o mastócito e há os efeitos da alergia respiratória. HIPERSSENSIBILIDADE IMEDIATA – pela ação de aminas vasoativas e mediadores lipídicos (ocorre cerca de 15 min depois do contato com o antígeno). Mastócitos ativados > vasodilatação, congestão e edema. HIPERSENSIBILIDADE TARDIA – citocinas (2 a 4 horas depois – devido a transdução de sinal que depende de transcrição gênica). Leva a infiltração inflamatória de eosinófilos, neutrófilos e célula T. Eosinófilos: produzem proteínas nos grânulos que são altamente tóxicas (ADCC) e outros mediadores inflamatórios que levam a uma alteração do tecido, podendo haver uma perda de função. Dependendo do local onde se tem contato com o alérgeno, a ativação do mastócito apresenta consequências diferentes: - EDEMA: característica comum a todos os locais. Obs: Reação anafilática – alterações sistêmicas (vasos sanguíneos afetados) Os efeitos desse contato com o alérgeno também dependem da dose e “via” de administração/contato: Os efeitos da degranulação dos mastócitos irá depender do local onde o alérgeno entrou em contato. Se for no TGI, haverá o aumento da secreção líquida e do peristaltismo visando a expulsão do conteúdo que está causando danos (diarreia e vômitos); se for nas vias aéreas haverá a broncoconstricção e o aumento na secreção de muco levando a congestão e edema; por outro lado, se for em vasos sanguíneos, teremos o aumento do fluxo e da permeabilidade celular, causando um aumento de líquido nos tecidos (edema), do fluxo da linfa e a quimiotaxia de células e proteínas de resposta inata para o local lesado. As reações desencadeadas pode ser LOCALIZADAS, sendo limitadas a um tecido ou órgão (dermatite atópica, urticária, rinite, alergia alimentar, etc) ou pode ser SISTÊMICA. No segundo casos, tratamos por ANAFILAXIA SISTÊMICA, onde ocorre a degranulação sistemica de mastócitos, levando a angioedemas (+ profundos) e a diminuição da pressão arterial – GRAVE, disfunção sistemica. ASMA BRÔNQUICA - Resposta precoce: Histamina e leucotrienos LTC4: Broncoespasmo, edema e obstrução do fluxo aéreo. - Resposta tardia: Eosinófilos (citocinas) > quimiotaxia, inflamação, obstrução, hiperatividade brônquica (xiado no peito) e menor aproveitamento de O2. TESTES DIAGNÓSTICOS PRA ALERGIA: Radioalergossorvente (RAST). - O disco é comprado com os alérgenos para qual se quer testar se há alergia. - Esse disco é incubado junto ao soro do paciente para se ligar (ou não) as IgEs específicas - Lavagem - Adição de anticorpos anti-IgEs marcados com fluorófaro ou outra molécula radioativa que deverão se ligar ao complexo. - Incubação - Lavagem - Se realmente houver a ligação entre esses anticorpos, o anti-IgE marcados apontarão a concentração, dependendo do nível de fluorescência ou radioatividade Obs: A IgG contra o mesmo antígeno testado não reage com o anticorpo marcado, não interferindo no resultado do teste. TESTE CUTÂNEO - Inoculação na pele do paciente para qual se quer testar a alergia contra o antígeno. - Os pontos que apresentam reação são + (ATIVAÇÃO DE MASTÓCITOS E DEGRANULAÇÃO) TERAPIA DE DESSENSIBILIZAÇÃO: tentativa de se reduzir a resposta TH2 e aumentar TH1 (pois uma resposta inibe a outra). - Envolve a exposição do paciente a doses progressivas do alérgeno - Em cães atópicos a relação IF-gama/IL-4 é baixa (TH2 exacerbada = animaisalérgicos). Com a imunoterapia específica essa relação aumenta (aumento de IFN-gama da resposta TH1). - O IFN-gama bloqueia a estimulação da síntese de IgE pela IL-4 das TH2. Dessa forma, TH1 passa a induzir a produção de IgG pelas células plasmáticas. - A dessensibilização também estimula os linfócito T reguladores a produzir IL-10, inibindo a produção de IgE, a ativação de mastócitos e, consequentemente, a liberação de histamina e de leucotrienos (responsáveis pelos efeitos imediatos da HT1). O que seriam esses anticorpos bloqueadores? São Igs que se ligam ao alérgeno e não são reconhecidos pelos mastócitos (evita a degranulação ao se ligarem ao FcR). OUTRAS ABORDAGENS NO TRATAMENTO DE ALERGIA - Uso de fármacos: antihistaminicos (age nos efeitos iniciais), corticoides (efeito antinflamatório geral), omalizumab (anti-IgE). No tratamento para a alergia, então, é preciso que se observe uma redução dos níveis de IgE e aumento nas concentrações séricas de IgG, o que sinalizaria a redução da resposta inflamatória por TH2 e o aumento da resposta por TH1. HIPERSENSIBILIDADE TIPO II • Hipersensibilidade citotóxica dependente de anticorpo. • IgM e IgG que agem contra antígenos próprios (superfícies celulares ou MEC) – MECANISMOS IMUNOPATOLÓGICOS. • Leva a lesão tecidual e doença: - Opsonização e fagocitose de células do próprio organismo - Recrutamento e ativação de leucócitos mediadas por receptores Fc e complemento - Destruição de eritrócitos - Anormalidade nas funções celulares Ex.: Sinalização por receptor de hormônio – impede a ligação do ligante natural ou ativa a célula para realizar funções diferentes do que aquelas estimuladas pelo ligante perfeito. • Decorrente do efeito citopático de Ig, que são dirigidos contra os antígenos presentes na superfície/matriz celular. - ADCC: ativam as células citotóxicas com receptor para Fc; - Ativação de complemento para a lise celular ou opsonização (por C3b do sistema complemento ativado pelos anticorpos pela via clássica) para posterior fagocitose. • Exemplo: Transfusão sanguínea; antígenos tipo A, B, A+B ou nenhum (O). Em animais os grupos sanguíneos são mais complexos e com mais tipos. Esses antígenos em um organismo diferente leva a uma resposta imune exacerbada – pois apresenta anticorpos naturais contra esses antígenos (estimulo = contato com a flora intestinal). - A lise da hemácia também leva a um processo inflamatório > ANEMIA HEMOLÍTICA POR TRANSFUSÃO DE SANGUE INCOMPATÍVEL. • Exemplo: Eritroblastose fetal. Fêmeas Rh- e filhos Rh+. No parto o sangue fetal pode entrar em contato com o organismo materno e esse passar a secretar anticorpos contra Rh+. Em uma segunda gestação, se o filho for Rh+ novamente, as células maternas de memória serão ativadas e atacarão os eritrócitos fetais. - IgM > IgG contra células Rh+. - Solução: as mães, após o parto, recebem uma injeção anti-antiRh+ (fator D) RHOGAM. As hemácias fetais são retiradas da circulação e o medicamento permanece por algum tempo – evitando a formação de células de memória e, assim, não sensibilizando a mãe. • DOENÇA HEMOLITICA DO RECÉM-NASCIDO EM POTROS: É um tipo de hipersensibilidade do tipo II, onde há a mobilização de anticorpos contra antígenos próprios da superfície das hemácias. Nessa doença ocorre a sensibilização da égua (Aa-negativa) após o parto por contato com o sangue do seu potro Aa-negativo. A partir dai há a formação de anticorpos anti-Aa positivo que são liberados no colostro (IgA, IgG). O potro, ao se alimentar, recebe os anticorpos contra suas próprias hemácias e desenvolve a doença hemolítica, pois esses Igs são capazes de opsonizar os eritrócitos, facilitando a fagocitose por leucócitos e, também, ativam o complemento para que haja a lise osmótica por formação de um poro na membrana da hemácia. Uma titulação do soro materno pode ser feito para medir a concentração de antiRh na mãe e ver se é necessário o uso de RHOGAM durante o pré-natal. • DOENÇAS AUTO-IMUNES: MIASTENIA GRAVE - Auto-Igs se ligam aos receptores desregulando/alterando ou impedindo a realização das funções normais das células SEM QUE HAJA O DANO CELULAR OU INFLAMAÇÃO. DOENÇA DE GRAVES - Auto-Igs agem como agonistas e estimulam células-alvo da tireóide. - Os auto-Igs dessa doença são agonistas do receptor de hormônio estimulador da tireóide presente em células epiteliais (TSHr). - Estimulam as células e levam ao hipertireoidismo. HIPERESTIMULAÇÃO De modo geral, as doenças derivadas da hipersensibilidade do tipo II estão relacionadas a uma elevada taxa de hemólise, ativação de proteases (que degradam ptn/enzimas importantes e rompem as junções intracelulares), alteração de funções em algumas células > levando a disfunções orgânicas, etc. • REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE A FÁRMACOS - Destruição de eritrócitos a) Fármaco + Anticorpo = ativação do Sistema Complemento. Adesão de componentes ativados do Complemento às células e lise. b) Fármaco + Células do sangue = destruição celular imuno mediada (penicilina/ hemólise; sulfonamidas/agranulocitose; quinina/trombocitopenia). c) Fármacos + Hemácias = absorção passiva, com modificação da membrana das hemácias, remoção por fagócitos (cefalosporinas). • ANEMIA HEMOLÍTICA INDUZIDA POR DROGA - A penicilina induz reações de hipersensibilidade de todos os tipos, levando a uma manifestação de sinais diferentes para cada uma delas. • REAÇÕES DE HIPERSESIBILIDADE NAS DOENÇAS INFECCIOSAS - Ligação de IgM e IgG a antígenos presos em células (hemácias). - Nesse caso, os antígenos de um patógeno se ligam a hemácias, alterando a conformação desses eritrócitos e fazendo com que eles se tornem alvo do sistema imune < ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO E/OU FAGOCITOSE. -Anemia severa. HIPERSENSIBILIDADE TIPO III IgG interagindo com ANTÍGENOS SOLÚVEIS O que deflagra as reações é a formação dos complexos imunes: em MUITA QUANTIDADE e ISOTIPO DO IgG PRODUZIDO, levando a efeitos patológicos após ativação do complemento pela via clássica e a opsonização. - Eliminação dos complexos imunes pós ação do complemento (eritrócitos com receptores CR1 ligados ao C3b no Fc > fagocitose das hemácias + complexos no fígado e baço). NA HIPERSSENSIBILIDADE, O ORGANISMO NÃO DÁ CONTA DE RETIRAR TUDO DE CIRCULAÇÃO, O QUE LEVA A OUTRAS INFLAMAÇÕES. Na hipersensibilidade tipo III, os complexos imunes não são retirados e começam a se DEPOSITAR em altas concentrações nos tecidos, gerando uma resposta inflamatória intensa. - A presença contínua dos neutrófilos e macrófagos na região pode levar a danos teciduais (por ativação de proteases). - Os imunocomplexos se ligam a receptores para Fc (FcR) em neutrófilos e macrófagos, que são recrutados por mediadores inflamatórios e pelas anáfilo toxinas do complemento, levando a lesão tecidual provocada pelas próprias células inflamatórias e por intermediários reativos a oxigênio!! - A ativação de células também pode ocorrer em basófilos e mastócito por se ligarem a C5a ou C3a, levando a degranulação destes, o que acarreta no aumento do quadro inflamatório e dos sinais cardinais. REAÇÃO DE ARTHUS (pós vacinação) – LOCAL Obs: O antígeno na circulação como um todo leva a formação de complexos imunes que também poderão se depositar sistemicamente. ESQUEMA GERAL DAS REAÇÕES DO TIPO 3: DOENÇA DO SORO - Doença do complexo imune, causada pela administração de proteínas séricas ou soro de terceiros; caracterizada por febre, linfadenopatia, artralgia e urticária. - Demora de dias para a manifestação dos sintomas (formação dos imunocomplexos). - Há a formação de imunocomplexos de anticorpo do indivíduo que recebeu osoro contra as proteínas séricas estranhas administradas e podem se depositar em diversos locais. Com isso, há a ativação do sistema complemento. Dependendo de onde houver a deposição poderemos ter uma arterite (deposição nas túnicas das artérias), uma glomerulonefrite ou uma artrite. - Quando complexados com carreadores de proteínas, algumas drogas podem também causar doença do soro, ao agirem como haptenos induzindo respostas de anticorpos. Como por exemplo a difteria tratada com soro equino imunizado contra toxina diftérica (imunização passiva); casos de artrite, erupções e febre evolutiva. Obs.: A administração de antígenos por VIA ENDOVENOSA em animais com elevados níveis de anticorpos vai provocar reações SISTÊMICAS: vasculite GENERALIZADA com eritema, edema, urticária cutânea, neutropenia, linfoadenomegalia, inchaço nas articulações e proteinúria. A deposição patológica de complexos imunes também pode ocorrer em função de outras situações: infecções persistentes, inalação de antígenos, autoimunidade (lúpus), etc: Exemplos: hipersensibilidade 3 em função de patógenos - OLHO AZUL: Uveíte anterior em cães infectados ou vacinados para adenovírus canino tipo I. O olho se apresenta com edema e opacidade na córnea – ela está infiltrada por neutrófilos e complexos do vírus- anticorpo. - PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE EM BOVINOS: os animais inalam o feno contaminado por actiomicetos (é uma condição grave). O pulmão se apresenta com alvéolos com paredes espessas e inflamadas com edemas e infiltrados de neutrófilos > parada respiratória e morte. HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV É conhecida como hipersensibilidade do tipo tardio, onde a persistências dos sinais leva a lesão tecidual. Diferentemente das outras hipersensibilidades, a do tipo 4 tem como protagonista CÉLULAS: TH1, TH2 e TCD8. Normalmente são reações desencadeadas por antígenos solúveis, onde o mecanismo de hipereação ocorre devido as citocinas liberadas por essas células. - TH1 ativa MACRÓFAGOS - TH2 ativa MASTÓCITOS, BASÓFILOS E EOSINÓFILOS Essas reações são mediadas por células T antígeno-específicas. OBS.: Quando há a ativação de células TCD8 a morte e lesão tecidual é mais exacerbada pois são células citotóxicas. Fases da hipersensibilidade tardia mediada por TH1: 1) SENSIBILIZAÇÃO: primeira apresentação do antígeno solúvel pela APC a células TCD4, diferenciação em TH1 gera células efetoras e de memória. 2) EFETORA: ao se encontrar novamente com o antígeno, as citocinas produzidas pelas TH1 podem ativar *macrófagos*, mastócitos, basófilos e eosinófilos que liberam ainda mais citocinas, mediadores inflamatórios e *radicais reativos de oxigênio* e melhoram os mecanismos de interação entre as células (aumento das moléculas MHC II, de receptores para TNF, etc), amplificando a resposta 3) CONSEQUÊNCIA: formação de GRANULOMA. Exemplo de granuloma: mycobacterium tuberculosis. O organismo cria o granuloma com a intenção de isolar o patógeno. As células podem se fundir formando células gigantes (macrófagos) e serem rodeadas por TH1, com substituição do tecido por tecido fibroso. A patologia da tuberculose bovina é caracterizada pela ativação de uma resposta imune adaptativa TH1. Assim, o antígeno da bactéria é apresentado a células TCD4 pela APC, juntamente com coestímulos e citocinas (IL-17 e IFN-gama) levando a diferenciação dessas células em TH1 (FASE DE SENSIBILIZAÇÃO, originando células efetoras e de memória). Ao se encontrar novamente com o patógeno em questão (FASE EFETORA) há a ativação das células TH1 já sensibilizadas e estas liberam citocinas e mediadores inflamatórios que realizam a quimiotaxia de macrófagos para a região lesada pela bactéria. Os macrófagos passam a sofrer degranulação liberando ainda mais mediadores lipídicos e quimiocinas – recrutando outras células. Pelo desenvolvimento de mecanismos de sobrevivência por seus fatores de virulência, o patógeno é difícil de ser removido e passa a haver a formação de um granuloma, característica marcante da doença. O granuloma é formado pela infiltração de macrófagos no local (estes podem se fundir formando células gigantes) e é circundado por linfócitos T com substituição do tecido por tecido fibroso e consequente perda local de função; o objetivo de se formar o granuloma é isolar o patógeno para que ele não se reproduza/dissemine. Por promover uma resposta exacerbada do sistema imune, a tuberculose bovina pode ser classificada como um tipo de hipersensibilidade tardia (tipo IV). Então, a hipersensibilidade tardia é mediada pelas citocinas liberadas pelas células TH1. TESTE DA HIPERSENSIBILIDADE TARDIA: - Inoculação do antígeno no tecido - (+) o antígeno se liga as células dendríticas da pele e vai para os linfonodos - encontram as células T que JÁ FORAM SENSIBILIZADAS UM OUTRO MOMENTO - desencadeia, então, a FASE EFETORA onde irá ocorrer a resposta exacerbada por ativação de macrófagos e liberação de mediadores inflamatórios (TH1) ou de grânulos de basófilos (quando ativados por TH2). O teste é feito, geralmente, pra saber se houve contato com o patógeno causador da tuberculose bovina: PPD A HT também pode ocorrer em resposta a um agente sensibilizante de contato (produtos químicos): ALERGIA DE CONTATO. A dermatite de contato é desencadeada em resposta a um agente sensibilizante de contato (como produtos químicos, por exemplo). Dessa forma, o agente penetra na pele e se liga as células de langerhans (células dentríticas da pele). As células dendríticas apresentam esse sensibilizante às células TH1, via MHCII, que passam a secretar IFN-gama e outras citocinas inflamatórias que também ativam os queratinócitos. As células da pele ativadas secretam IL-1, TNF e quimiocinas que, juntamente com os produtos das TH1, levam os macrófagos (e outras células do sistema mononuclear) a degranularem liberando mediadores de inflamação e citocinas responsáveis pelos sinais da dermatite de contato: edema, pústulas, prurido e hiperemia intensa. DERMATITE DE CONTATO - Formação de bolhas (EDEMA) EXEMPLOS de dermatite de contato: DOENÇA CELÍACA - Parte superior do intestino delgado causada por uma resposta imune ao glúten - Perda de células epiteliais/vilosidades devido a inflamação grave da parede intestinal. - O glúten contém um peptídeo (gliadina) que é o antígeno que desencadeia a reação. - TRANSGLUTAMINASE TECIDUAL - A gliadina desaminada interage com células dentríticas e ativa TCD4 - Células TCD4 secretam citocinas e podem ativar CÉLULAS B. As citocinas liberadas pelas células T ativam as células epiteliais do intestino que começam a passar pelas modificações características da doença (destruição direta das células por apoptose). A ativação de células do epitélio intestinal (por IL-15) faz com que essas células passem a expressar MIC. Essa molécula é, então, reconhecida por TCD8 intraepitelias através de receptores NKG2D, que mata essas células, aumentando a destruição do tecido. Obs: A doença celíaca NÃO É AUTOIMUNE, mas há autoanticorpos contra a TRANSGLUTAMINASE TECIDUAL (+TG) nos pacientes. Esses IgA são utilizados no diagnóstico. HIPÓTESE: Isso pode ser explicado pois a célula T ativada pela DC também ativa as células B timo-dependentes a produzirem células de memória e anticorpos, reconhecendo peptídeos específicos para a gliadina e +TG. Ao endocitar esses antígenos para serem processados a célula B pode acabar por englobar também a enzima em questão e apresentar um epítopo dela, gerando autoanticorpos do tipo IgA contra a enzima nos pacientes acometidos pela doença celíaca. - Fatores que influenciam a doença celíaca: *Propriedades da molécula MHC II (HLA-DQ2)*Polimorfismo no gene para CTLA-4 ou em outros genes imunorreguladores = maior susceptibilidade. *Diferença em como os indivíduos digerem a gliadina no intestino. A doença celíaca é uma reação de hipersensibilidade do tipo IV que ocorre na porção superior do intestino delgado devido a um peptídeo do glúten, a gliadina. Nesses casos, ao entrar em contato com o glúten, a transglutaminase tecidal desamina a gliadina. A gliadina desaminada interage com as células dendríticas intestinais que apresentam o peptídeo a TCD4, via MHCII, levando a diferenciação dessas a TH1 – produzindo citocinas como TNF-α, INF-, IL-18 e IL-15. Essas citocinas liberadas pela célula T colaboram com os linfócitos B na formação de memória e anticorpos, porém também ativam os enterócitos (IL-15). A ativação de células do epitélio intestinal faz com que essas células passem a expressar MIC. Essa molécula é, então, reconhecida por TCD8 intraepitelias através de receptores NKG2D, matando os enterócitos e levando a destruição das vilosidades intestinais – o paciente acometido possui uma má absorção e pode apresentar diarreias frequentes. ESTUDO DIRIGIDO Hipersensibilidade tipo I: 1. Quais são os componentes envolvidos nesse tipo de reação? 2. Descreva, com suas palavras, o que acontece nas fases de sensibilização e fase efetora, evidenciando em qual percebe-se manifestações clínicas. 3. Por que existe uma resposta imediata e uma resposta tardia nas reações alérgicas? Quem são as moléculas e células responsáveis por cada uma? 4. No que se baseia a terapia de dessensibilização? Hipersensibilidade tipo II: 5. Quais são as imunoglobulinas envolvidas na hipersensibilidade tipo II? E quais antígenos a causam? 6. A lesão tecidual ocorre a partir de quais mecanismos? 7. A doença hemolítica do recém-nascido é um exemplo de hipersensibilidade II, explique como ela ocorre e por que a destruição de eritrócitos só ocorre após o aleitamento. Hipersensibilidade tipo III: 8. Que tipo de antígeno causa a hipersensibilidade III e por que ele a causa? 9. Quais células estão muito presentes na hipersensibilidade tipo III? Hipersensibilidade tipo IV: 10. A hipersensibilidade tipo IV apresenta uma diferença significativa em relação às outras 3, que diferença é essa? 11. Descreva detalhadamente como ocorre as fases de sensibilização e a fase efetora na hipersensibilidade tardia. Qual uma consequência da hipersensibilidade tardia? Qual tipo de hipersensibilidade pode ser desencadeada após a administração de proteínas séricas de terceiros? Explique como ocorre o processo com suas palavras. O tutor de um cachorro, morador de área endêmica para leishmaniose, resolveu comprar uma coleira para proteger seu animal contra o flebotomíneo. No entanto, após algum tempo com a coleira, o animal passou a apresentar vermelhidão e prurido intenso na área do pescoço. Que tipo de reação é essa? Quais os mecanismos envolvidos? Descreva.