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Hemorragia Digestiva Alta Varicosa (HDA) ● Introdução: ○ Hemorragia digestiva alta varicosa: secundária a varizes esofágicas baixas, proximal ao ângulo de treitz (final do duodeno). ○ Associada à hipertensão portal ● Hipertensão portal: ocorre quando tem a diferença de gradiente de pressão (normal 3 - 5 mm Hg), porém por algum motivo tem a formação das varizes devido a pressão alta (> ou = 10 mmHg). O sangramento delas, tem que ter um valor maior de pressão (> ou = a 12 mmHg). ○ Causas: ○ 50 - 60% dos hepatopatas → varizes de esôfago ○ 35% apresentam algum sangramento ○ mortalidade até 50% no primeiro episódio ○ apenas 40% cessam espontaneamente ● Quadro clínico: ○ Hematêmese: vômito com sangue ○ Melena: Evacuação escura e fétida, “borra de café” (sangue direto) ○ Enterorragia: Eliminação de sangue vivo em grande quantidade por via anal ● Quadro clínico - Doença hepática / Hipertensão portal: ○ ascite ○ spiders ○ fígado cirrótico ○ encefalopatia ○ anamnese / antecedente ● IMPORTANTE: ○ Preditora do risco de sangramento: ■ classificação de Child-Pugh ■ calibre das varizes ■ localização das varizes ■ presença de red spots à endoscopia: pontos vermelhos que indicam que as varizes estão próximas de sangrar. ● Classificação de Child - Pugh: ● Abordagem inicial da HDA: ○ ABC: ■ Garantir vias aéreas pérvias e protegidas contra aspiração: ● rebaixamento de consciência ● instabilidade hemodinâmica grave ● encefalopatia ■ Oferta de O2 e ventilação ■ Avaliação hemodinâmica e início imediato da reposição. ● Acesso venoso ○ Tipagem sanguínea ○ Coagulograma ○ Funções hepática e renal ● Controle hemodinâmico: ○ Cautela na administração de volume: ■ cristalóide ou hemoderivados ○ Avaliação da resposta ○ Controle do débito urinário ● Hemoderivados: ○ Níveis aceitáveis de Hb entre 7 e 8 ○ Sinais clínicos ○ Exames laboratoriais ○ Considerar plasma e plaquetas ● CAI NA PROVA: ○ Tratamento medicamentoso: ■ terlipressina: ● impacto na mortalidade ● não necessita de bomba de infusão ● menor efeito colateral ● dose inicial de 2 - 4 mg IV em “bolus” e a cada 4 horas, repetir de 1 a 2 mg IV. ● Pode reduzir para 1 mg após o controle do sangramento até completar 5 dias. ■ somatostatina: ● dose inicial de 250 micrograma IV em bolus, seguido de infusão contínua de 250 a 500 micrograma/hora. ■ octreotide: ● análogo sintético da somatostatina ● Inibe hormônios vasodilatadores ● Dose inicial de 20 a 50 microgramas IV em bolus, seguida de infusão contínua de 25 a 50 micrograma/hora IV por 5 dias. ○ HDA + Hipertensão portal: vasoconstrição e diminuição do fluxo esplâncnico ○ Associado ao tratamento endoscópico ○ Droga vasoativa → reduz fluxo esplâncnico ○ Manter de 2 a 5 dias ● HDA com suspeita de hipertensão portal: ○ Antibiótico: ■ Infecções bacterianas: ● 35 a 66% dos pacientes com HDA varicosa ● importante fator prognóstico ● associada à recorrência precoce do sangramento ■ Norfloxacino 400 mg VO a cada 12 horas, 5 a 7 dias ■ Ciprofloxacino 400 mg IV ■ Ceftriaxona 1g IV ○ Prevenção de encefalopatia: ■ Pacientes com rebaixamento do nível de consciência ■ Antecedentes de encefalopatia hepática ■ Lactulose: ● acidifica o cólon e reduz proliferação bacteriana ● efeito catártico ● dose variável, manter 2 a 3 evacuações/dia. ■ Neomicina: ● reduz flora bacteriana e produção de compostos nitrogenados ● dose 1 g a cada 6 horas ● risco de lesão renal ● IMPORTANTE: ○ Tratamento endoscópico: ■ Ligadura elástica ■ escleroterapia: agulha que injeta no vaso e causa sua obliteração e controla seu sangramento. ■ obliteração com cianoacrilato ■ experiência da equipe ● Varizes de fundo gástrico: ○ ligadura de pequenas varizes ○ injeção de cianocrilato ● Balão de Sengstaken-Blakemore: ○ Uso muito restrito atualmente ○ Sangramento ativo persistente: ■ instabilidade hemodinâmica ■ impossibilidade de EDA ○ IOT → proteção das vias aéreas ○ Técnica: ■ balão gástrico: 200 a 300 ml de água destilada ■ balão esofágico: 30 mmHg (⅔ da PAM) ● Transjugular intrahepatic portal shunt (TIPS): Traduzindo, é a passagem por via transjugular que vai fazer um shunt intra hepático e circulação sistêmica. Tudo isso, dentro do parênquima hepática ○ Indicações de TIPS: ■ Sangramento ativo refratário ■ prevenção secundária de sangramento varicoso ■ ascite refratária ■ hidrotórax hepático refratário ■ síndrome de Budd-Chiari ○ Contraindicações de TIPS: ■ Prevenção primária de sangramento varicoso ■ insuficiência cardíaca congestiva ■ hipertensão pulmonar grave ■ doença policística hepática ■ obstrução biliar ■ sepse ● Indicação de cirurgia: ○ Falha na segunda intervenção endoscópica ○ Persistência da hemorragia com instabilidade ○ Hemodinâmica ○ Hemotransfusão maior ou igual a volemia. ○ Emergência: ■ transecção esofágica ■ derivação portocava calibrada ○ Cirurgias programadas: ■ Derivação espleno renal distal (warren) ■ Desconexão ázigo-portal com esplenectomia (DAPE) ○ Portacava calibrada: ■ parar o sangramento na emergência ■ risco de encefalopatia ○ Desconexão ázigo-portal com esplenectomia: ■ DAPE ■ Indicação: esquistossomose (não indicado para cirrótico) ○ Derivação esplenorrenal distal cirurgia de Warren: ■ esquistossomose ■ cirrose ■ eletiva ■ menos encefalopatia no cirrotico, pois o fluxo é menor. ● IMPORTANTE: ○ Prevenção: ■ primária: ● rastreamento de varizes por EDA ● BB não seletivos ● ligaduras das varizes de grandes calibre e Child-C. ■ secundária: ● Ressangramento ocorre em até 40% nas primeiras 6 semanas! ● BB ● programa de ligadura elástica ou escleroterapia ● BRTO para varizes gástricas, ele oclui o sistema venoso portal. ● Shunt seletivo em casos selecionados. ● Fluxograma: ● Resumo: ○ Cirrose - principal causa ○ Estabilização + EDA precoce ■ terlipressina + ligadura elástica ■ ATB ■ prevenção de encefalopatia ○ Salão segstaken-Blakemore OU ○ TIPS ○ cirurgia
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