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A imunidade inata usa uma variedade de mecanismos efetores induzidos para eliminar e/ou conter uma infecção até que os patógenos possam ser reconhecidos pela imunidade adaptativa. Explique os mecanismos envolvidos nesta resposta inicial. R: Esses mecanismos são regulados principalmente pelos PRRs nos fagócitos, capazes de reconhecer os PAMPs na superfície de patógenos, secretam citocinas e quimiocinas inflamatórias levando ao recrutamento precoce de células para o local da infecção e ativação das células. Além disso, essas citocinas induzem a febre, produção de proteínas de fase aguda, mobilização de células APCs para o local, que iniciam a ativação da resposta imune adaptativa. 1) O fator de necrose tumoral-alfa (TNF—α) é um citocina importante secretada durante a resposta inflamatória, que ativa a contenção local da infecção, mas induz choque quando liberado sistemicamente. Explique essa afirmação. R: O TNF- α ativa os vasos sanguíneos aumetando o fluxo sanguíneo, a permeabilidade de líquidos, proteínas e células plasmáticas e a adesão endotelial de leucócitos e a coagulação nos pequenos vasos, o que impede a disseminação da infecção. No entanto a liberação sistêmica de TNF- α como na sepse, o TNF- α liberado na circulação sanguínea por macrófagos do fígado e baço causa vaso dilatação, o que leva a perda da pressão sanguínea, coagulação intravascular disseminada, aumento da permeabilidade e perda de volume plasmático, levando ao choque. 2) A partir dos sinais emitidos durante o processo de ativação, a célula T pode se diferenciar em diferentes fenótipos como Th1, Th2, th17 e T regulatória (Treg). Explique como ocorre esse processo e escreva as principais características de cada fenótipo de célula T dentro da resposta imune. R: A células T para serem ativadas necessitam de três sinais: o reconhecimento TCR-MHC, do co-estímulo CD28-B7 e de citocinas, que vão dar o terceiro sinal, que levam a diferenciação nos distintos fenótipos. O fenótipo do Th1 está envolvido na eliminação de microorganismos intracelulares através da ativação de macrófagos pela secreção de citocinas IFN-gama e IL-12. O fenótipo Th2 esta envolvido no auxilio as células B promovendo a ativação e levando a troca de istoipo de imunoglobulina através da secreção de IL-4, IL-13 (IL-5?) O fenótipo Th17 secreta IL-17 que ativa fibroblasto e células epiteliais a secretar quimiocinas, levando ao recrutamento de neutrófilos e tem um importante papel na resposta contra bactérias extracelulares. T regulatória secretam IL-10 e TGF-beta, atando na regulação da resposta imune, promovendo a inibição de outras células TCD4 3) O sistema complemento é uma cascata de enzimas capaz de produzir efeitos deletérios poderosos. Descreva os efeitos da ativação do sistema complemento. R: Os três efeitos principais do sistema complemento são: opsonização (C3b e C4b); Resposta inflamatória (C2a, C3a, C5a); Formação do complexo de ataque a membrana (MAC) (C5b-C9) 4) Explique a afirmação: “Todo imunógeno é um antígenos, mas nem todo antígeno é um imunógeno” R: Imunógeno é toda molécula capaz de estimular a resposta imune, desencadeando a produção de anticorpo ou de reconhecimento da célula T, por tanto ela é considerada um antígeno. Entretanto nem todo antígeno é imunogênico, ou seja, capaz de estimular uma resposta imune. 5) O processo de ativação das células B virgens pelas células T ocorre nos órgão linfóide secundários, como linfonodo e baço, levando a formação de cetros germinativos. Descreva os mecanismos de ativação das células B contra um antígeno timo- dependente ate sua diferenciação em células plasmáticas. R: A resposta de células B antígeno timo-dependentes requer a participação das células T. As células B por serem APCs podem endocitar os antígenos via receptor especifico (BCR) e apresenta-los aos linfócitos T. Os linfócito T reconhecem o antígeno e são ativados, passando a expressar CD40L, que interage com CD40 dos linfócitos B, este é o segundo sinal necessário para ativação dos linfócitos B, e a secretar citocinas. Em resposta ao segundo sinal e citocinas secretadas, os linfócitos B ativados, proliferam, formando centros germinativos, onde ocorre o processo de maturação da afinidade e hipermutação somática, onde somente os linfócitos B que tenham imunoglobulinas de alta afinidade pelo antígeno, se diferenciarão em células de memória e células plasmáticas produtoras de anticorpos. Estas últimas deixam o órgão linfóide secundário e migram para a medula óssea, de onde secretam os anticorpos. 6) As imunoglobulinas são proteínas que se ligam de forma especifica aos antígenos. Responda: a) Como é formada a molécula de anticorpo e como são classificados e distribuídos os diferentes isotipos de imunoglobulinas. b) Descreva duas funções das imunoglobulinas dentro da resposta imune humoral. R: a) As imunoglobulinas são formadas por duas cadeias leves e duas pesadas. Cada cadeia leve tem uma região variável e uma região constante, enquanto cada cadeia pesada tem uma regia variante e de 3-4 regiões constantes. A partir de ensaios enzimáticos revelou-se que estas cadeias formam 2 fragmentos Fab, responsável por se ligar ao antígeno e um fragmento cristalizável que possui outras funções efetoras dentro da resposta imune (região Fc). Os isotipos de imunoglobulinas são classificados de acordo com a região constante de sua cadeia pesada em IgM, IgD, IgE, IgG e IgA. A IgM esta presente no pasmo e esta relacionada a resposta primaria, a IgG é a Ig majoritária, passa através da placenta e esta presente nas respostas secundárias. A IgE tem um papel importante na resposta a parasitas e alegicas, a IgA esta presente nas secreções e a IgG presente na superfície de linfócitos B maduros. b) As igs contribuem para ativação do sistema complemento pela via clássica, que uma ez ativando leva a lise do patogeno e contribuem para a opsonização do microorganismo promovendo a fagocitose, levam a ADCC (citotoxidade celular dependente de anticorpo, em que, por exemplo, células NK) e neutralização de antígenos impedindo a sua ação danosa as células. 7) Explique porque alguns antígenos são classificados como superantigenos e que tipo de patologia esses superantigenos podem desencadear, especificando os mecanismos moleculares envolvidos. R: Os superantigenos são moléculas capazes de ativar um grande numero de linfócitos T de forma inespecífica, mediante a ligação externa a molécula de MHC II e a região variável do TCR. Muitos atogenos produzem superantigenos, incluindo bactérias como as toxinas de Staphylococcus e Streptococcus. O estimulo pelo superantigeno não é especifico, ativam um grande número de células T, que produzem uma quantidade maciça de citocinas, que por sua vez ativam macrófagos, que sintetizam citocinas como TNF- α, que ao alcançar a circulação promovem o choque. Esta patologia é conhecida como choque tóxico bacteriano. 8) Embora as moléculas de MH I e MHC II sejam estruturalmente e funcionalmente homologas, elas possuem diferentes vias de organização estrutural e de apresentação de antígenos na superfície celular. Descreva como esses processos se relacionam com as diferentes funções das moléculas de classes I e II. R: Ambas a moléculas são sintetizadas no reticulo endoplasmático. O MHC I é formado por uma cadeia alfa com 3 dominios associada a cadeia beta-2-microglobulina, cujo gene não esta localizado no lócus do MHC. O MHC II é formado por duas cadeias polipeptídicas alfa e beta cada uma com dois domínios (alfa 1 e 2, beta 1 e 2) Os antígenos situados no citosol são processados no proteossoma, transferido para o reticulo endoplasmático através da TAP e se ligam pela ação da tapasina a fenda do MHC classe I, que é sintetizado e montado no reticulo. Após a ligação a fenda do peptídeo antigênico, o MHC de classe I se dirige a membrana plasmática da célula em uma vesícula. Os antígenos peptídicos associados ao MHC I são apresentados aos linfócitos TCD8 ou também chamados de T citotóxicos. Os antígenos exógenos, endocitados, sãodegradados no fagossomo em peptídeos. O MHC II, assim como o MHC I é sintetizado no reticulo endoplasmático, só que associado a uma cadeia polipeptídica chamada cadeia invariante. O MHC II associado a cadeia invariante, sai do reticulo em uma vesícula e se funde com a vesícula endocítica contendo os peptídeos. A cadeia invariante é degradada em pH acido, permanecendo apenas uma pequena porção chamada CLIP, que é retirada pelo HLA-DM, uma molécula de MHC II não clássica, permitindo a ligação do peptídeo presente na vesícula. Este MHC II, agora associado ao peptídeo, migra em direção a membrana plasmática e é apresentado aos linfócitos TCD4 ou também chamados de T auxiliares. ESTUDO DIRIGIDO – IMUNOLOGIA VETERINÁRIA 1) Qual a origem das células do sistema imune? Qual a função de cada uma? As células que fazem parte do sistema imunitário são os neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos T, linfócitos B, células NK, macrófagos, mastócitos e monócitos. Todas as células derivam das células tronco hematopoiéticas pluripotentes da medula óssea. Os neutrófilos são células muito importantes contra a invasão de microrganismos. Eles têm como principal função fagocitar bactérias e outros microrganismos que invadem nosso corpo. Os eosinófilos são menos numerosos do que os neutrófilos, e são responsáveis por fagocitar e eliminar complexos de antígenos com anticorpos que aparecem em casos de alergia. Os basófilos são células cujo núcleo é volumoso e irregular. Ainda não se sabe ao certo qual a sua real função. Os linfócitos T possuem diversas funções no organismo, e todas elas são de extrema importância. Essas células são originadas na medula óssea e em seguida migram para o timo, órgão encontrado sobre o coração, onde amadurecem. Os linfócitos T são separados em linfócito T- citotóxico, linfócito T- auxiliar, helper ou T4, linfócito T- supressor e linfócito T de memória. Os linfócitos B se originam na medula óssea e se desenvolvem nos órgãos linfoides. Eles têm como função própria a produção de anticorpos contra um determinado agressor. As células NK (Natural Killer), também chamadas de linfócitos NK, são células matadoras naturais. Essas células destroem as células tumorais ou infectadas por vírus sem que eles expressem qualquer tipo de antígeno ativador da resposta imune específica. Os macrófagos têm altíssimo poder fagocitário. Essas células fagocitam restos celulares, células mortas, proteínas estranhas, calo ósseo que se formou em uma fratura, tecido de cicatrização etc. Os mastócitos armazenam potentes mediadores químicos da inflamação, como a histamina, a heparina, a serotonina entre outros. Essa célula não tem muito significado no sangue, e ela participa de reações alérgicas, pois atrai os leucócitos e cria uma vasodilatação. 2) O que são órgãos linfoides primários e secundários? Dê exemplos de cada um. Órgãos linfoides primários: onde os linfócitos são produzidos (medula óssea e timo). Órgãos linfoides secundários: onde os linfócitos virgem maduros são mantidos e as respostas imune adaptativas são iniciadas (linfonodos, baço e tecidos linfoides da mucosa). A hematopoiese é um processo que ocorre na medula óssea e origina as células sanguíneas e células do sistema imune. Explique onde ocorre esse processo na vida fetal e adulta e como os órgãos linfoides primários e secundários são classificados quanto a sua função e atividade. Na vida pós-natal, os eritrócitos, granulócitos, linfócitos, monócitos e plaquetas se originam a partir de células- tronco da medula óssea vermelha. Conforme o tipo de glóbulo formado, o processo recebe os seguintes nomes: eritropoese, granulocitopoese, linfocitopoese, monocitopoese e megacariocitopoese. Muitos linfócitos são formados na medula óssea, porém existe proliferação dessas células nos órgãos linfáticos, a partir de linfócitos originados na medula óssea. As células sanguíneas passam por muitos estágios de diferenciação e maturação na medula óssea, antes de passarem para o sangue. 3) Diferencie citocinas de quimiocinas, evidenciando suas funções e importância no contexto da resposta imune. Citocina é o nome geral dado a qualquer proteína que é secretada por células e afeta o comportamento das células vizinhas portadoras de receptores adequados. As quimiocinas são proteínas secretadas que atraem células portadoras de receptores de quimiocinas, como os neutrófilos e monócitos, da corrente sanguínea para o tecido infectado. As citocinas e quimiocinas liberadas pelos macrófagos ativados iniciam o processo conhecido como inflamação. 4) O que é Imunidade Inata e Adaptativa? Descreva a diferença entre elas, ressaltando quais células compõem cada uma, quais receptores, o tempo de resposta. A imunidade inata constitui a primeira linha de defesa do organismo e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio. Já a imunidade adaptativa compreende a linha de defesa específica que é adquirida após o contato com os patógenos, como através das vacinas, por exemplo. O sistema imunológico adaptativo possui memória e arquiva as características dos patógenos para combater outros possíveis ataques. Imunidade inata: resposta rápida Imunidade adaptativa: resposta lenta 5) O que são PAMPs e PRRs? PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos): estruturas moleculares produzidas pelos patógenos, e não pelo hospedeiro. Por exemplo flagelos, LPS, ácido lipoteicoico. DAMPs (padrões moleculares associados ao dano): inflamação estéril – podem ser liberados com traumas, toxinas, queimaduras PAMPs e DAMPs serão reconhecidos e gerar inflamação. Os PRR (Receptores de Reconhecimento de Padrões) são moléculas presentes na superfície de fagócitos, como também solúveis no sangue e fluídos extracelulares, capazes de reconhecer os PAMPs e DAMPs. 6) Descreva o mecanismo de ação dos receptores TOLL, NOD e RIG. Quando um PAMP se liga a seu TLR (TOLL) correspondente, a célula recebe sinais. Há formação de complexos multiproteicos de sinalização e desencadeamento de cascatas de transdução de sinal e, assim, a célula produz moléculas pró-inflamatórias. Cada etapa no processo envolve múltiplas reações bioquímicas, com participação de diversas proteínas Quando os receptores similares a NOD do citosol são ativados pela ligação de um patógeno, desencadeiam uma série de reações, pelas quais diversas proteínas celulares se ligam e formam grandes complexos multiproteicos denominados inflamossomos. O inflamossomo então recruta uma enzima, a caspase 1, e a ativa. A caspase 1, por suavez, atua sobre a pró-IL-1, a pró-IL-6 e o TNF-α, gerando as formas ativas destas citocinas. Diversos inflamossomos foram caracterizados, cada um gerado por um diferente conjunto de patógenos, contendo subcomponentes ligeiramente distintos e assim, talvez, gerando diferentes citocinas e moléculas pró-inflamatórias. Os receptores similares ao gene induzido por ácido retinoico (RLRs) são outra família de PRRs expressos no interior do citosol. Esses receptores reconhecem o dsRNA viral. Já que este é estruturalmente diferente do RNA mamífero, os RLRs podem distinguir o RNA viral do RNA mamífero normal. Após a ligação, os RLRs ativam caspases e desencadeiam vias de sinalização, levando à produção de IFNs do tipo I. 7) Qual a estrutura do BCR e TCR? Qual a diferença dos mesmos para os PRRs? BCR - B cell antigen receptor (receptor de antígeno de linfócitos B) TCR - T cell antigen receptor (receptor de antígeno de linfócitos T) 8) Qual a diferença entre Antigenicidade e Imunogenicidade? Antigenicidade Capacidade de uma molécula de ser reconhecida por um anticorpo ou linfócito. Imunogenicidade Capacidade de uma molécula de desencadear uma resposta imune. 9) O que é o Sistema Complemento e quais são suas funções? O sistema complemento é o principal sistema de defesa inata. Embora seu papel principal seja proteger contra infecções, o sistema complemento também pode regular os processos inflamatórios, remover células danificadasou alteradas, enviar sinais de “perigo” para o corpo e regular a resposta imune adaptativa. Ele está envolvido na remoção dos imunocomplexos, angiogênese, mobilização de células-tronco, regeneração tecidual e metabolismo de lipídeo. Assim como outros mecanismos inatos, a ativação inapropriada do sistema complemento pode contribuir para várias doenças imunes e inflamatórias. 10) Nas 3 vias do Sistema Complemento ocorre a formação da C3 convertase. Explique o que diferencia essas vias, descrevendo-as. Via da lectina e via alternativa: imunidade inata Via clássica: imunidade adaptativa Sistema complemento: Via clássica É desencadeada por uma molécula de anticorpo ligada a antígenos. Como temos vários anticorpos livres no corpo, este não ativa o SC, pois se a via se ativasse ao se ligar a um anticorpo não ligado a antígeno, viveríamos em um estado de inflamação persistente. A ativação da via clássica do SC é iniciada pela ligação de C1q à porção Fc (fragment crystalline) de um anticorpo. O anticorpo ainda possui a porção Fab, que é a porção variável, aquela que reconhece o antígeno. A ligação de C1q a regiões Fc leva à ativação enzimática do C1r associado, que cliva e ativa C1s. C1s ativado cliva a proteína seguinte na cascata, C4, para gerar C4a e C4b. C4a, que sai da via, possui potencial de induzir inflamação. O produto C4b realiza a clivagem de C2. A proteína C2 é a única do complemento que ao ser clivada forma a porção a, que é a maior e fica – C2a – e a porção b, que é a menor e sai – C2b. C4b e C2a formam o complexo C3 convertase, que cliva C3 em C3a e C3b. Algumas moléculas de C3b fazem a opsonização os microrganismos, mas algumas outras se ligam ao complexo C3 convertase (C4bC2a), formando, dessa forma, a C5 convertase. A função da C5 convertase é clivar C5 em suas frações C5a e C5b e inicia as etapas terminais da ativação do complemento. Sistema complemento: Via alternativa A via alternativa é ativada continuamente na fase fluida em pouca intensidade, ou seja, o C3 não é clivado apenas no processo iniciado por C1, sendo clivado em pequena escala o tempo inteiro na nossa corrente sanguínea. Na presença de um ativador exógeno, esta via alternativa é amplificada. Para essa clivagem em larga escala é formada uma C3 convertase, a partir do C3b ligado à membrana do microrganismo junto com uma proteína chamada de Bb. Esse Bb advém da clivagem do Fator B pelo Fator D em Ba e Bb. Como usualmente ocorre nas vias do complemento, Bb fica na via e Ba sai. Formada a C3 convertase (C3bBb), há uma clivagem em larga escala de C3 em C3a e C3b. C3a deixa a via e vai promover a inflamação, enquanto C3b opsoniza mais microrganismos e leva às etapas finais da ativação, ao formar a C5- convertase na superfície celular. Sistema complemento: Via da lectina A diferença da via lectina para clássica é que, ao invés de se ter um anticorpo que será reconhecido por C1, temos nessa via o reconhecimento dos resíduos de manose na superfície da bactéria pela lectina ligadora de manose. As MASP1 e MASP2 são as responsáveis por clivar as proteínas do complemento nesta via. Há a formação da C3-convertase por C4b e C2a – C4 e C2 foram clivadas pelos MASPs. A C3-convertase cliva C3 em C3a e C3b. Tudo acontece igualmente com C3b opsonizando e se ligando à C3-convertase para a formação da C5- convertase e continua-se com as etapas finais da ativação do complemento. 11) Durante a cascata proteolítica do Sistema Complemento são geradas moléculas denominadas fragmentos menores. Explique a função delas. Opsonizacao do antígeno, liberação de citocinas para que aja a vasodilatação 12) O Sistema Complemento pode ser altamente deletério. Por que nossas células não são lisadas por este sistema? Células normais do hospedeiro são protegidas da ativação do complemento por várias proteínas reguladoras negativas, presentes no plasma e na membrana das células hospedeiras, que protegem células normais do hospedeiro de efeitos danosos de uma ativação inapropriada do complemento. Essas proteínas interagem com C3b e/ou impedem a formação da convertase ou promovem sua rápida dissociação. 13) Com relação a Resposta Inflamatória, cite quais são as principais citocinas e quimiocinas envolvidas e suas respectivas funções. Citocinas: interleucinas e TNF Quimiocinas: CCL2, CCL3, CCL4, CCL5, CCL11 e CCL13 14) Diferencie inflamação aguda e crônica, ressaltando suas principais características. Inflamação aguda quando se inicia rapidamente, com ação curta, tendo como principais características o edema e a migração de leucócitos (neutrófilos). Inflamação crônica tem como características uma maior duração, presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos, fibrose e necrose. 15) Descreva a Resposta Inflamatória, desde os fatores que levam ao seu desencadeamento até o reparo tecidual. A inflamação pode ocorrer em qualquer órgão, mas é mais comum e também mais facilmente observada na pele e nos tecidos subjacentes. Os sinais típicos incluem vermelhidão, calor, inchaço e dor. A inflamação é um importante mecanismo de defesa, mas pode ser maléfica quando as coisas dão errado. Uma doença auto-imune pode ocorrer quando a inflamação atinge e destrói as células do próprio corpo. Uma inflamação aguda que não cessa depois que o dano original é eliminado, pode se tornar crônica e causar danos aos tecidos saudáveis. A inflamação aguda é iniciada quando células imunes residentes no tecido, como macrófagos, encontram um estímulo inflamatório. Esse estímulo pode ser um patógeno, uma toxina ou uma célula hospedeira lesada. A ligação do estímulo ao seu receptor na célula imune dispara uma cascata de sinalização que ativa a produção de citocinas e outros mediadores inflamatórios. Os produtos químicos inflamatórios dilatam os vasos sanguíneos, aumentando o fluxo sanguíneo e melhorando a permeabilidade dos vasos, permitindo a passagem de líquido plasmático e mais células imunológicas. Este infiltra-se e acumula-se no tecido inflamado. Essa vasodilatação é responsável por sinais clínicos de inflamação, como vermelhidão, calor e inchaço. A infiltração de componentes sanguíneos no tecido lesado ocorre em três fases. A primeira fase é a exsudação do fluido plasmático contendo vários mediadores antimicrobianos, plaquetas e fatores de coagulação do sangue. Esses fatores podem destruir os micróbios e interromper qualquer sangramento que possa ter ocorrido. A segunda fase é a infiltração de neutrófilos. Os principais fagócitos envolvidos na primeira linha de defesa, uma vez ativados por mediadores inflamatórios, as células endoteliais dos vasos sanguíneos tornam-se adesivas. Eles se ligam aos neutrófilos no fluxo sanguíneo, desacelerando-os antes de fazê-los passar pela parede do vaso. Neutrófilos vão ao local de infecção, onde fagocitam as bactérias e as destroem com enzimas ou peróxidos tóxicos. Os neutrófilos também podem liberar espécies de oxigênio altamente reativas em um fenômeno conhecido como explosão oxidativa, que mata os patógenos de forma mais rápida e eficiente. Os neutrófilos carregados de patógenos morrem por apoptose. Na terceira fase chegam os monócitos, os monócitos se diferenciam em macrófagos que então removem patógenos, células lesadas e neutrófilos mortos por fagocitose. Os macrófagos que completaram sua missão são eliminados do tecido pelo sistema linfático. A acumulação do fluido aumenta a pressão nos capilares linfáticos, forçando a abertura de válvulas unidirecionais, facilitando a drenagem linfática. Linfa contendo macrófagos carregados de fragmentos passam por vários linfonodos e são filtrados antes de retornar à corrente sanguínea. Uma vez que o local é limpo da injúria original, as células imunes param de produzir produtos químicos pró-inflamatórios e, em vez disso, começam a produzir mediadores anti-inflamatórios que conduzem ativamente ao término da inflamação. Mas uma vez que a causa da inflamação é removida, a resposta inflamatória cessa e algumas citocinas iniciam o processode cicatrização. A falha em resolver a inflamação leva ao desenvolvimento de uma inflamação crônica que causa danos contínuos aos tecidos saudáveis. A inflamação crônica é um conhecido fator que contribui para a patogênese de uma ampla variedade de condições, incluindo doenças cardiovasculares, asma, diabetes, artrite e até câncer. 16) Diferencie choque tóxico de choque séptico. • O comportamento doentio é parte da resposta do corpo ao estímulo inflamatório. A liberação do TNF-alfa pelos macrófagos induz efeitos locais protetores, mas o TNF-alfa pode ter efeitos prejudiciais quando liberado sistemicamente. • Se os efeitos provocados pela TNF-alfa alcançarem um nível sistêmico, haverá uma diminuição do volume sanguíneo pela maior permeabilidade dos vasos, hipoproteinemia (queda no nível de proteínas sanguíneas), neutropenia (queda no número de neutrófilos no sangue) e o colapso dos vasos devido ao pouco volume sanguíneo. A coagulação de diversos vasos levará a uma falência generalizada de órgãos por falta de vascularização. • O choque séptico bacteriano é causado pelo processo descrito acima. A bactéria produz uma endotoxina que estimula a produção e liberação de TNF-alfa pelos macrófagos, o que leva, em último caso, à falência dos órgãos pelo colapso e tapamento dos vasos. • O choque tóxico bacteriano ocorre a partir da produção da toxina da síndrome do choque tóxico pela bactéria Staphylococcus aureus que vai causar uma ligação prolongada entre o macrófago e o linfócito T causando uma superprodução de IL-2, IFN-gama, TNF-alfa e IL-1. Também levando à morte por falência dos órgãos. 17) O que é MHC? Explique a diferença entre o mecanismos de ação do MHC-I e MHC-II, ressaltando a qual célula cada um apresenta os antígenos. • O MHC é a molécula de histocompatibilidade principal (major histocompatibility complex). É um complexo de genes que codificam moléculas de superfície necessárias para a apresentação de antígenos para as células T. Situada na membrana das células apresentadoras de antígeno, ela será usada na apresentação do epítopo do antígeno ao linfócito T. MHC-I codificam para glicoproteínas expressas na superfície de todas as células nucleadas. Principal função é a apresentação de antígenos peptídeos a células citotóxicas. MHC-II codificam para glicoproteínas expressas primariamente em células apresentadoras de antígenos. Função é a apresentação de peptídeos antigênicos processados a células T auxiliares. A participação da imunidade inata ocorre através das células fagocitárias, da ativação do sistema complemento pela via alternativa e da produção de quimiocinas e citocinas. Adicionalmente a proteína C reativa (PCR), proteína de fase aguda produzida principalmente por células hepáticas nas infecções bacterianas, exerce ação variada contra as bactérias. Ao ligar-se aos fosfolipídios de membrana de algumas bactérias (por exempço, pneumococos) a PCR atua como opsonina, facilitando a fagocitose por neutrófilos. A PCR tem também a capacidade de ativar o sistema complemento e também estimula a síntese de TNF-a, a qual induz a síntese de NO e conseqüentemente a destruição de vários microorganismos. O complemento exerce seu papel de defesa pela ativação do complexo de ataque à membrana (C5-C9) e facilitando a opsonização através do componente C3b, que se liga à bactéria e interage em uma segunda etapa com um receptor específico existente nas células fagocíticas. A fagocitose é um processo que ocorre seguindo uma série de etapas. Esta é iniciada, por um processo não dependente de energia, quando se dá a ligação de uma determinada partícula à membrada da célula fagocítica. Após esta ligação pode-se dar ou não a transmissão de um sinal que leva (ou não) a posterior ingestão da partícula que se adere ao fagócito. Os antigénios microbianos são reconhecidos por PRR, como os TLR, e uma ampla gama de recetores não- opsónicos. Quando se dá a ingestão resultante da interação entre recetores da e a superfície da partícula, ocorre a emissão de pseudópodes (extensões provenientes do citoplasma, constituídos por filamentos de actina e miosina) que envolvem a partícula, resultando na fusão que origina um vacúolo fagocítico, no interior da célula. O vacúolo fagocítico (fagossoma) passa por um processo de maturação até, num estadío final, fundir com lisossomas, onde as enzimas hidrolíticas, ROS e RNI contribuem para a degradação microbiana (Appelberg, 2005; Pacheco e Cardoso, 2012) Dentro dos macrófagos as bactérias podem estimular tanto as células TCD4+ através da expressão de antígeno associado ao MHC classe II, como também células TCD8+ através da expressão de antígenos associados a moléculas do MHC classe I. Opsonização, em imunologia, é um processo em que anticorpos ou fragmentos do complemento são fixados na superfície de microrganismos que devem ser eliminados e os recobrem, facilitando o reconhecimento e posterior destruição pelas células responsáveis por essas ações (os fagócitos, na maioria das vezes). E para esse processo acontecer, as opsoninas são primordiais. O eixo x mostra o tempo e o eixo y mostra a concentração de anticorpos contra o antígenos do vírus h5n1 no sangue da ave. O número 1 é a primeira dose da vacina, o primeiro contato que o sistema imune tem com o antígeno e a primeira curva é a resposta primária por anticorpo. Já o número 2 se trata da segunda dose e logo em seguida tem a segunda curva (resposta secundária por anticorpo) que é maior por utilizar a imunidade adquirida. O sistema imune adaptativo produz uma resposta muito mais enérgica no segundo encontro com o antígeno. a) Sensibilidade A sensibilidade de um teste diagnóstico corresponde ao percentual de resultados positivos dentre as pessoas que tem uma determinada doença ou condição clínica. É a razão entre os pacientes doentes com teste positivo e o total de doentes, ou seja, é a probabilidade de um teste dar positivo em quem realmente está doente (Verdadeiros positivos ÷ doentes). Especificidade A especificidade é a capacidade do mesmo teste ser negativo nos indivíduos que não apresentam a doença que está sendo investigada. É a razão entre os pacientes sadios com teste negativo e o total de sadios, ou seja, é a probabilidade de um teste dar negativo em quem realmente não possui a doença. (Verdadeiros negativos ÷ sadios). B) Exame A, pois tem as maiores porcentagens. Isso significa que as taxas de falso negativo e falso positivo são menores 1- O sistema imune inato utiliza receptores de reconhecimento de padrão associados à célula, presentes no plasma, em membranas endossomais e no citosol, para reconhecer estruturas chamadas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs), que são compartilhadas por microrganismos, não estão presentes nas células de mamíferos e são frequentemente essenciais para a sobrevivência dos microrganismos, limitando, assim, a capacidade dos microrganismos de evadir à detecção com mutação ou perda da expressão destas moléculas. Além disso, esses receptores reconhecem moléculas produzidas pelo hospedeiro, mas cuja expressão ou localização indicam dano celular; eles são denominados padrões de moleculares associados ao dano (DAMPs). Os receptores de reconhecimento de padrão molecular de patógenos (PRRs) estão expressos na superfície de fagócitos (primariamente macrófagos e neutrófilos), células dendríticas, células epiteliais que formam a interface da barreira entre o corpo e o meio ambiente externo e muitos outros tipos de células que ocupam tecidos e órgãos. São também encontrados em vesículas fagocíticas e no citosol de vários tipos celulares. Como exemplo os receptores do tipo TLR, receptor formil peptídeo, receptor de manose, receptor scanvenger, receptores do tipo NOD, receptores do tipo RIG, receptores de lectina do tipo C e sensores citosólicos de DNA. Os TLRs, presentes na da célula e nos endossomas, são as famílias de receptores de reconhecimento de padrão mais importantes, reconhecendo uma grandevariedade de ligantes, incluindo componentes da parede celular bacteriana e ácidos nucleicos microbianos. Os receptores de reconhecimento de padrão citosólicos existem para reconhecer moléculas microbianas. Esses receptores abrangem receptores do tipo RIG (RLRs), que reconhecem RNA viral, sensores de DNA citosólico (CDSs) e receptores do tipo NOD (NLRs), que reconhecem constituintes da parede celular bacteriana e também detectam cristais intracelulares, espécies reativas de oxigênio e vários outros indicadores de infecção ou lesão celular. Quando esses receptores de reconhecimento de padrão associados a célula se ligam aos PAMPs e DAMPs, ativam vias de transdução de sinal que promovem as funções antimicrobianas e pró-inflamatórias das células nas quais eles são expressos. Além disso, existem muitas proteínas presentes no sangue e nos fluidos extracelulares que reconhecem PAMPs: proteína C reativa, proteína ligante a manose, proteínas surfactantes SP-A e SP-D, ficolina e várias proteínas do sistema Complemento. Essas moléculas solúveis são responsáveis por facilitar a saída dos microrganismos do sangue e fluidos extracelulares mediante aumento de captação pelos fagócitos ou por ativação de mecanismos extracelulares de morte. 2- A curva rosa mostra um aumento da proteína C reativa por conta do processo inflamatório causado pela cirurgia. Isso se dá, pois o corpo vê o corte como uma lesão e tem como resposta a inflamação. A inflamação mobiliza células defensivas para o local da lesão, limita a disseminação de patógenos, elimina-os e inicia o reparo do tecido. E com isso há um aumento da produção de proteína C-reativa produzida pelo fígado. A célula T é diferente da célula B, pois não consegue se ligar diretamente ao antígeno, outra célula precisa fazer isso, para que consiga reconhecer o linfócito T. Tem receptores que são os TCR, mas não liga diretamente ao antígeno, outra célula mostra o antígeno. É necessária a apresentação de antígeno através de células APCs que são as células dendríticas, macroóagos e linfócitos B. A molécula presente na superfície da célula, uma proteína chamada MHC (molécula complexo histocompatibilidade) é responsável por apresentar o antígeno para o linfócito T. Então se o antígeno estiver solto não reconhece, apenas reconhece o MHC juntamente com o antígeno. Já a célula B através dos seus receptores BCR interagem com o antígenos e também com o MHC.
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