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HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO 
FÍSICA
PROF. DR. PEDRO 
HENRIQUE RODRIGUES
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
http://www.uca.edu.br
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
06
13
19
28
37
43
48
53
60
67
74
81
89
94
100
A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR HISTÓRIA
AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO 
FÍSICA ATUAL
COMO SURGIU A EDUCAÇÃO FÍSICA?
A INFLUÊNCIA DAS GRANDES ESCOLAS GINÁSTICA 
NA EDUCAÇÃO FÍSICA CONTEMPORÂNEA
EDUCAÇÃO FÍSICA HIGIENISTA NO BRASIL
EDUCAÇÃO FÍSICA MILITARISTA NO BRASIL
EDUCAÇÃO FÍSICA PEDAGOGICISTA NO BRASIL
EDUCAÇÃO FÍSICA ESPORTITIVISTA NO BRASIL
A EDUCAÇÃO FÍSICA ATUAL E SUAS ABORDAGENS 
PEDAGÓGICAS
FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL: 
CONSTRUÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE 
GRADUAÇÃO.
A REGULAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO 
BRASIL
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E 
CONSELHOS REGIONAIS
CARTA BRASILEIRA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA
DOCUMENTO DA INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL 
DE EDUCAÇÃO FÍSICA
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
INTRODUÇÃO
Olá, aluno! Seja bem-vindo à disciplina de História da Educação Física!
Gostaria de apresentar a você, de forma resumida, os objetivos deste material e 
quais os conteúdos que iremos trabalhar ao longo das aulas. 
O objetivo desta disciplina é apresentar a relação entre homem e o movimento 
corporal, objeto de estudo da área em que você está se inserindo, junto ao entendimento 
do processo histórico e evolução da Educação Física no mundo e no Brasil, para que 
possamos refletir e entender sobre a área atualmente e as possibilidades de atuação 
no mercado de trabalho, observando também a legislação vigente que regulamenta 
a profissão para a proteção da sociedade e do profissional devidamente graduado e 
registrado no Conselho de Educação Física. 
Primeiramente entenderemos porque estudar a história, onde você verá que a 
mesma é uma ciência que estuda a vida do homem através do tempo e investiga 
o que a humanidade fez, pensou e sentiu enquanto seres sociais. Nesse sentido, o 
conhecimento histórico ajuda na compreensão do homem enquanto ser que constrói 
seu tempo. Dessa forma, é o entendimento do processo histórico da Educação Física 
que vai nos dar a compreensão das áreas de atuação hoje em dia, junto às abordagens 
de exercício da profissão e seu renome na sociedade atual. 
No segundo capítulo apresentaremos um panorama das áreas de atuação na 
Educação Física atual, e para isso, conheceremos as formações em Licenciatura e 
Bacharelado, definindo as formas e locais de atuação de ambas. 
A partir daí, começaremos a olhar para o processo histórico, vendo a importância 
dos movimentos corporais nas diversas civilizações antigas, com o uso voltado à 
sobrevivência, preparação para a guerra, ritos e cultos, jogos e práticas atléticas. 
Antes de começarmos a falar da história da Educação Física do Brasil, entraremos 
primeiro no início da idade contemporânea, que foi marcada pelo surgimento da 
ginástica localizada, tendo quatro grandes escolas como responsáveis: a alemã, a 
nórdica (escandinava), a francesa e a inglesa. 
As quatro grandes escolas de ginástica tiveram papel crucial para a evolução da 
Educação Física, trazendo a prática dos exercícios físicos com direcionamentos para 
diversos objetivos, como: militar para a preparação a guerra, pedagógica dentro das 
escolas, médica voltada à higiene e saúde, preparação física dos trabalhadores e também 
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
estética. Mas foi o surgimento da Calistenia que abriu caminho para grande avanço 
da Educação Física moderna, com parâmetros base para o que temos atualmente. 
Observando a história da Educação Física no Brasil, veremos várias tendências 
ideológicas direcionando a área, com intuitos e objetivos diferentes, onde podemos 
destacar o Higienismo, Militarismo, Pedagogicismo e Esportitivismo. A partir da década 
de 80, começaremos a observar várias abordagens pedagógicas na área que se mantém 
na Educação Física atual, como a Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Construtivista, 
Saúde Renovada, Crítico-superadora, Critíco-emancipatória e Parâmetros curriculares 
nacionais. 
Junto a essa evolução da área, abriremos espaço para discussões acerca da evolução 
dos cursos de formação em Educação Física, assim como todo o processo que levou 
a regulamentação da Profissão de Educação Física no ano de 1998. A partir deste 
marco, você verá que, felizmente, a área ficou restrita para a atuação de profissionais 
graduados e com registro nos Conselhos Regionais (CREFs) e Federal de Educação 
Física (CONFEF). 
Por fim, conheceremos as atuações do CONFEF e CREFs, junto aos documentos 
norteadores da profissão, como a Carta Brasileira de Educação Física, Código de Ética 
do Profissional de Educação Física e Documento de Intervenção do Profissional de 
Educação Física. Nestes capítulos você entenderá a importância dos Conselhos e 
destes documentos para a solidez e maior reconhecimento da profissão perante à 
sociedade. 
Assim, convido você a caminhar comigo pela história da Educação Física, para 
aprofundarmos os entendimentos a respeito desta bela área que você está escolhendo 
como profissão. Bons estudos!
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
AULA 1
A IMPORTÂNCIA DE SE 
ESTUDAR HISTÓRIA
Olá, aluno!
Para começarmos nossa disciplina sobre a História da Educação Física, discutiremos 
alguns conceitos importantes que irão nos auxiliar nesta caminhada. Primeiramente 
quero que você pense por alguns instantes sobre o significado da palavra “história”. 
Pensou? Agora faça uma reflexão acerca da importância de se estudar a história nos 
diversos contextos em nossa sociedade.
Conseguiu?
Então, vamos lá!
O dicionário Aurélio da língua portuguesa define “história” como:
Narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida dos 
povos, em particular, e na vida da humanidade em geral; Conjunto 
de conhecimentos adquiridos através da tradição e/ou por 
meio dos documentos, relativos à evolução, ao passado da 
humanidade; [...] Estudo das origens e processos de uma arte, 
de uma ciência ou de um ramo do conhecimento [...] (DICIONÁRIO 
AURÉLIO-FERREIRA, 2021).
A etimologia da palavra história tem origem no antigo 
termo grego ἱστορίαι (historíai) que significa “investigação”, 
“pesquisa”, “conhecimento através da investigação”. A 
palavra tem sua origem nas investigações de um geógrafo 
e historiador grego, Heródoto (485 a.C..- 425 a.C..), que foi o 
autor da história da invasão persa à Grécia nos princípios do 
século V a.C.., conhecida como “As histórias de Heródoto”. 
Este é considerado o pai da história por ter sido o primeiro 
a conceber um método capaz de reconstituir e explicar os 
acontecimentos do seu tempo (SILVA, 2015).
Estátua do historiador grego Heródoto
Fonte: https://pixabay.com/photos/herodotus-the-statue-of-
philosopher-1211819/https://pixabay.com/photos/herodotus-the-statue-of-philosopher-1211819/
https://pixabay.com/photos/herodotus-the-statue-of-philosopher-1211819/
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
A passagem do tempo é organizada em etapas pelos historiadores, onde são 
estabelecidos fatos acontecidos antes da invenção da escrita (pré-história) e o que 
ocorreu depois (história). A história se desenvolve em um sentido cronológico em 
diferentes períodos: Antiguidade (de 4.000 a.C.. até 476 d.C.., com a queda do Império 
Romano); Idade Média (de 476 d.C.. a 1453, com a conquista de Constantinopla pelos 
turcos otomanos); Idade Moderna (de 1453 a 1789, quando ocorre a Revolução 
Francesa) e Idade Contemporânea (de 1789 até os dias atuais) (BORGES, 1996).
Saque em Roma, 410 d.C
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a0/Sack_of_Rome_
by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg/320px-Sack_of_Rome_
by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg
Maomé II entrando em Constantinopla com seu exército
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_de_Constantinopla#/media/Ficheiro:Zonaro_GatesofConst.
jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a0/Sack_of_Rome_by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg/320px-Sack_of_Rome_by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a0/Sack_of_Rome_by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg/320px-Sack_of_Rome_by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a0/Sack_of_Rome_by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg/320px-Sack_of_Rome_by_the_Visigoths_on_24_August_410_by_JN_Sylvestre_1890.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_de_Constantinopla#/media/Ficheiro:Zonaro_GatesofConst.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_de_Constantinopla#/media/Ficheiro:Zonaro_GatesofConst.jpg
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8
Queda da Bastilha em 14 de Julho de 1789, evento central da Revolução Francesa
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tomada_da_Bastilha#/media/Ficheiro:Prise_de_la_Bastille.jpg
Assim, entendemos que a história é a união e análise de informações e conhecimentos 
sobre o passado, sendo uma ciência que estuda a vida do homem através do tempo, 
investigando o que a humanidade fez, pensou e sentiu enquanto seres sociais.
Nesse sentido, o conhecimento histórico ajuda na compreensão do homem enquanto 
ser que constrói seu tempo (MELO, 2006).
E é a contribuição que ela pode trazer para a explicação da realidade 
em que vivemos que nos leva a ver como fundamental sua divulgação 
fora das universidades e das escolas onde ela está prisioneira há 
longos anos. Essa divulgação se torna importante na medida em que 
se acredita que a história, ajudando a explicar realidade, pode ajudar 
ao mesmo tempo a transformá-la (BORGES, 1996, p.23).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tomada_da_Bastilha#/media/Ficheiro:Prise_de_la_Bastille.jpg
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9
Em síntese, é por meio do estudo histórico que se obtém um conjunto de informações 
sobre fatos ocorridos que contribuem para a compreensão do presente. Devemos ter 
a consciência de que interferimos diretamente na história, e que seu estudo é vivo e 
tem impacto em nossas vidas. 
Então, para compreendermos o atual momento, em todas as áreas do conhecimento, 
precisamos estudar e refletir sobre as circunstâncias e eventos construídos ao longo 
do tempo.
A partir dessa introdução conceitual, quero que você pense por alguns minutos 
sobre um questionamento antes de seguirmos com a disciplina: Por que estudar a 
história da Educação Física?
Pensou? É possível que esta pergunta já tenha sido diversas vezes pronunciada entre 
os estudantes e professores dos diversos cursos superiores ligados à formação em 
Educação Física por todo o Brasil. Mas afinal, em que o estudo da história contribuiria 
na formação do futuro Profissional de Educação Física?
A graduação deve dar condições, por meio de uma preparação teórica 
aprofundada, para que o aluno possa recriar constantemente sua 
atuação, a partir da compreensão da realidade que o cerca, dos valores 
em jogo, das especificidades da atuação e das possibilidades de que 
pode dispor para alcance de seus objetivos. A graduação estaria 
preocupada em preparar o aluno para pensar/repensar sua atuação, 
entendendo que há a necessidade de uma compreensão teórica por 
trás de toda atuação, que nunca é só prática, mais indissociadamente 
teórico-prática (MELO, 1997, p.57).
O fato de buscarmos uma crítica do presente através do conhecimento histórico não 
significa que ela deva se submeter às compreensões apenas ideológicas. A História 
tem um caminho para contribuir na compreensão da sociedade que se diferencia e 
deve se diferenciar de outros campos do conhecimento.
Dessa forma, é o entendimento do processo histórico da Educação Física que 
nos dará a compreensão das áreas de atuação hoje em dia, junto às abordagens de 
exercício da profissão e seu reconhecimento na sociedade atual. É o conhecimento 
histórico da área que vai nos conscientizar sobre a importância de se ter um Conselho 
profissional regulador, orientador e fiscalizador para proteção jurídica da atuação e 
solidez na Educação Física.
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10
ANOTE ISSO
História é a reunião e análise de informações e conhecimentos sobre o passado 
e o desenvolvimento da própria humanidade, em suas diversas manifestações. O 
passado também estabelece condições que temos de nos reportar no presente, 
situações construídas no decorrer do tempo, assim, o estudo da história nos ajuda a 
entender melhor essas condições que nos cercam. Dessa forma, é o entendimento 
do processo histórico da Educação Física que nos vai dar a compreensão das 
áreas de atuação hoje em dia, junto às abordagens de exercício da profissão e seu 
reconhecimento na sociedade atual.
Atualmente, a Educação Física visa à formação integral das pessoas, sejam 
crianças, jovens, adultos ou idosos, desenvolvendo estilo de vida ativo com práticas 
de atividades corporais, promovendo saúde e contribuindo para melhor qualidade de 
vida da população. 
O Profissional de Educação Física exerce suas atividades por meio de intervenções, 
utilizando-se de métodos e técnicas específicas de avaliação, de prescrição e de 
orientação de sessões de atividades físicas e intelectivas, com fins educacionais, 
recreacionais, de treinamento e de promoção da saúde (CONFEF, 2000).
Mas, historicamente sempre foi assim? E o futuro da profissão? Seria possível 
planejar o futuro a partir do exercício histórico?
Se o estudo do passado guarda uma relação 
relativa com o presente, mais relativa ainda será 
sua relação com o futuro. O máximo que podemos 
fazer a partir do estudo histórico é levantar 
algumas tendências e apresentar possibilidades, 
porém, sem poder afirmar com exatidão os 
acontecimentos futuros (MELO, 2006).
“Os homens fazem sua própria história, 
mas não fazem como querem, não a fazem 
sob a circunstância de sua escolha e sim sob 
aquelas que se defrontam diretamente, ligadas e 
transmitidas pelo passado” (MARX, 1974, p.25).
Esta afirmação de Marx aponta uma reflexão 
importante para olharmos e entendermos a 
Karl Heinrich Marx
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx#/media/
Ficheiro:Karl_Marx_001.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx#/media/Ficheiro:Karl_Marx_001.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx#/media/Ficheiro:Karl_Marx_001.jpg
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11
Educação Física hoje. A reflexão é que o passado também estabelece condições e 
situações construídasno decorrer do tempo e que temos de nos reportar no presente. 
Assim, o estudo da história nos ajuda a entender melhor essas condições da vida em 
sociedade que nos cercam.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Todos nós temos um passado que de alguma maneira influencia diretamente em 
nossas ações presentes. Você já parou para pensar na sua história de vida e como 
você chegou ao curso de Educação Física? 
Eu, professor Pedro Henrique Rodrigues, hoje profissional de Educação Física, 
contarei brevemente como a história me trouxe até esta profissão. Sempre gostei 
da prática de modalidades esportivas diversas, sendo sempre muito participativo 
nas aulas de Educação Física na escola. Sempre “respirei” Educação Física, mas eu 
nunca havia sido apresentado ao curso e dessa forma, não pensava em cursá-lo. Eu 
não conhecia o que era a profissão e muito menos quais eram as possibilidades de 
atuação.
Assim, prestei vestibular para outro curso da área da saúde. Na mesma época, 
antes das aulas iniciarem, me inscrevi para um programa de bolsas estudantis no 
curso de Educação Física. Pois bem, a história se encarregou de me direcionar para 
esta tão bela área. Conseguindo a bolsa, minha ideia era tentar a transferência para 
outro curso. Mesmo assim, iniciei a graduação em Educação Física e já na primeira 
semana me apaixonei pelo curso e pela área, e hoje não me imagino fora dela.
Atualmente tenho o privilégio de trabalhar com aquilo que sempre amei durante a 
infância e juventude, e espero que você também se apaixone por esta área logo nas 
primeiras aulas do curso, assim como eu me apaixonei.
Escolha um trabalho que 
você ame e não terás que 
trabalhar um único dia em 
sua vida (CONFÚCIO).
Estátua do pensador Chinês Confúcio (551 
a.C. - 479 a.C.)
Fonte: https://pixabay.com/photos/confucius-
statue-china-sculpture-1124611/
https://pixabay.com/photos/confucius-statue-china-sculpture-1124611/
https://pixabay.com/photos/confucius-statue-china-sculpture-1124611/
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12
Mas e você? Como você conheceu a área da Educação Física e o que te trouxe 
ao curso? Quais seus objetivos e expectativas durante a graduação e após graduado 
em Educação Física?
Compartilhe sua história e anseios dentro da área, com outros alunos na atividade 
em fórum na plataforma.
Eu mencionei, nesta aula, que nunca havia sido apresentado à profissão e ao curso 
de Educação Física até iniciar a graduação. Dessa forma, esse será o nosso assunto 
para a próxima aula: “As possibilidades de atuação na Educação Física atual”. Aguardo 
você!
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13
AULA 2
AS POSSIBILIDADES DE 
ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO 
FÍSICA ATUAL
Caro aluno, vimos que estudar a história da Educação Física tem objetivo refletir 
o momento atual da profissão, observando os processos e acontecimentos ao longo 
do tempo. 
Desta forma, começaremos analisando o momento atual e mercado de atuação 
do Profissional de Educação Física, para então voltarmos na história e entendermos 
os fatos importantes que possibilitaram a abertura para tantas possibilidades que 
temos hoje.
Esta área, através do Profissional de Educação Física, visa à formação integral 
das pessoas, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, desenvolvendo estilo de vida 
ativo com práticas de atividades corporais, promovendo saúde e contribuindo para 
melhor qualidade de vida da população. O Profissional de Educação Física exerce suas 
atividades por meio de intervenções, utilizando-se de métodos e técnicas específicas de 
avaliação, de prescrição e de orientação de sessões de atividades físicas e intelectivas, 
com fins educacionais, recreacionais, de treinamento e de promoção da saúde (CONFEF, 
2000; LOZADA, 2017).
Desta forma, o profissional atuará em diversas áreas da sociedade, distinguidos entre 
os cursos de Bacharelado ou Licenciatura na universidade. Então, para entendermos 
as possibilidades de atuação, precisamos entender primeiro como funciona a formação 
do profissional de Educação Física atualmente.
Os cursos de formação devem abordar o conjunto de conceitos, teorias e 
procedimentos empregados para elucidar problemas teóricos e práticos, relacionados 
à esfera profissional e ao empreendimento científico, na área específica das atividades 
físicas, desportivas e similares. Mas quais são as diferenças entre duas opções de 
formação?
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14
ANOTE ISSO
A Educação Física tem objetivo de formação integral das pessoas, estimulando 
um estilo de vida ativo com práticas de atividades corporais, promovendo saúde e 
contribuindo para melhor qualidade de vida da população, e, através do Profissional 
de Educação Física exerce intervenções por meio de avaliação, prescrição e 
orientação das atividades físicas, com fins educacionais, recreacionais e de 
promoção da saúde.
Na Educação Física, tanto o Licenciado quanto o Bacharel trabalham com objetivo 
de ensino de promover saúde e educação em saúde através das práticas corporais, 
porém, com atuações em locais diferentes. 
O licenciado em Educação Física tem a atuação exclusiva em escolas de educação 
básica, interagindo com as outras disciplinas na composição do currículo escolar, 
trabalhando com crianças e adolescentes com o objetivo de desenvolver habilidades 
motoras, atitudes, valores e conhecimentos, procurando levá-los a uma participação 
ativa e voluntária em atividades físicas e esportivas ao longo de suas vidas. Embora 
tenha práticas esportivas e jogos em seu conteúdo, o objetivo é educacional e não 
reproduzir o esporte de competição e rendimento, atendendo a princípios socioeducativos 
(CONFEF, 2000).
Além das disciplinas voltadas às áreas biológicas, atividades esportivas e recreativas, 
o estudante de licenciatura em Educação Física tem em sua matriz curricular disciplinas 
que abrangem o campo da educação, como: história da educação no Brasil, psicologia 
da educação, didática geral, didática da Educação Física, métodos de ensino e processos 
de avaliação, entre outras (LOZADA, 2017).
Ilustração da Educação Física Escolar
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-educacao-fisica_15590547.htm#page=1&query=educa%C3%A7%C3%A3o%20
f%C3%ADsica&position=4
https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-educacao-fisica_15590547.htm#page=1&query=educa%C3%A7%C3%A3o%20f%C3%ADsica&position=4
https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-educacao-fisica_15590547.htm#page=1&query=educa%C3%A7%C3%A3o%20f%C3%ADsica&position=4
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15
Já o bacharel em Educação Física tem sua atuação em academias como instrutor 
de musculação, personal trainer, professor de modalidades aquáticas e de ginástica 
coletiva, clubes esportivos e de lazer, centros de reabilitação, hospitais, praças, parques, 
condomínios, com treinamento de corrida, treinamento funcional, consultoria online, 
entre outros (CONFEF, 2000).
O bacharel tem o propósito de prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento 
da saúde, contribuindo para o desempenho e condicionamento físico das pessoas, 
visando o bem-estar, a qualidade de vida, a prevenção de doenças, problemas posturais 
e distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para a autonomia, da autoestima (CONFEF, 
2002).
Além das disciplinas voltadas às áreas biológicas, o estudante de Bacharelado em 
Educação Física tem inclusas em sua matriz curricular disciplinas como: fisiologia do 
exercício, avaliação e prescrição do exercício físico, biomecânica, treinamento resistido 
(musculação), teoria do treinamento físico desportivo entre outras.
Ilustração de Personal Trainer Online
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-personal-trainer-on-line_7709368.htm
https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-personal-trainer-on-line_7709368.htmHISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16
De forma geral, a profissão é constituída pelo conjunto dos graduados e habilitados 
pelo Conselho Federal e pelos Regionais de Educação Física (CONFEF/CREFs), para 
atender às demandas sociais referentes às atividades físicas nas suas diferentes 
manifestações, constituindo-se em um meio efetivo para a conquista de um estilo de 
vida ativo dos seres humanos (CONFEF, 2000).
O Profissional de Educação Física utiliza diagnóstico, define 
procedimentos, ministra, orienta, desenvolve, identifica, planeja, 
coordena, supervisiona, leciona, assessora, organiza, dirige e avalia 
as atividades físicas, desportivas e similares, sendo especialista 
no conhecimento da atividade física/motricidade humana nas 
suas diversas manifestações e objetivos, de modo a atender 
às diferentes expressões do movimento humano presentes na 
sociedade, considerando o contexto social e histórico-cultural, as 
características regionais e os distintos interesses e necessidades, 
com competências e capacidades de identificar, planejar, programar, 
coordenar, supervisionar, assessorar, organizar, lecionar, desenvolver, 
dirigir, dinamizar, executar e avaliar serviços, programas, planos e 
projetos, bem como, realizar auditorias, consultorias, treinamentos 
especializados, participar de equipes multidisciplinares e 
interdisciplinares, informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos 
nas áreas das atividades físicas, do desporto e afins (CONFEF, 2002).
Professor de Educação Física Escolar
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/criancas-de-tiro-medio-fazendo-esporte-na-academia_16312075.htm#query=professor%20esportes&position=1
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HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
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O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas 
diversas manifestações, dentre elas, as ginásticas, os exercícios físicos, desportos, 
jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e 
acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento 
corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras 
práticas corporais (CONFEF, 2002).
Personal Trainer
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-fazendo-exercicios-na-academia-ajudada-pelo-treinador_11683613.htm
O propósito do profissional de Educação Física é prestar serviços que favoreçam 
o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e 
restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento físico dos 
praticantes (CONFEF, 2000).
A Educação Física visa acima de tudo o bem-estar, a qualidade de vida, a prática 
correta do movimento, a prevenção de doenças, da autoestima, da cooperação, da 
solidariedade, da integração, da cidadania e das relações sociais. Assim, a profissão tem 
importante papel na sociedade, levando os preceitos de responsabilidade, segurança, 
qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo (CONFEF, 2015).
https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-fazendo-exercicios-na-academia-ajudada-pelo-treinador_11683613.htm
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Agora que você já tem uma visão geral sobre as possibilidades de atuação e 
importância da Educação Física na sociedade atual, na próxima aula começaremos 
a falar da história do homem e do movimento corporal, e consequentemente, dos 
primórdios da Educação Física. Aguardo você!
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula, vimos que a atuação da Educação Física tem grande importância na 
sociedade. Mas será que esta importância reflete boa perspectiva de mercado 
de trabalho no futuro? Uma reportagem do site Você S/A intitulado “Estes são 
os profissionais que serão muito cobiçados nos próximos anos”, aponta boas 
perspectivas para a Educação Física. 
Com sessentões, setentões e oitentões trocando remédios e hospitais 
por diversão e bem-estar, além dos empreendedores, ganham 
relevância diversos profissionais. Vanessa Cepellos, professora de 
gestão de pessoas da Fundação Getulio Vargas, diz que serão altamente 
valorizados psicólogos, geriatras, gerontólogos, personal trainers para 
a terceira idade, fisioterapeutas, agentes de turismo e até especialistas 
em aconselhamento para aposentadoria. Haverá demanda na área da 
saúde e em setores como alimentação, estética, finanças, moradia, 
entretenimento e tecnologia.
Confira esta reportagem na íntegra. Acesse lá!
Link: https://vocesa.abril.com.br/geral/estes-sao-os-profissionais-que-serao-muito-
cobicados-nos-proximos-anos/
https://vocesa.abril.com.br/geral/estes-sao-os-profissionais-que-serao-muito-cobicados-nos-proximos-anos/
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HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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AULA 3
COMO SURGIU A 
EDUCAÇÃO FÍSICA?
Olá, aluno!
Nas aulas anteriores refletimos sobre a importância de se estudar a história para 
entendermos a demanda de mercado atual na Educação Física. Pois bem, a partir de 
agora voltaremos no tempo para entender como o movimento corporal sempre foi 
importante ao homem desde os primórdios, e não se desvincula da história e evolução 
do próprio homem. Dependendo da época ou civilização, veremos que o movimento 
corporal tinha determinada finalidade e importância específica. 
Adotaremos aqui como sinônimos os termos “Educação Física”, “movimento corporal”, 
“exercício físico” e “ginástica” para apresentarmos uma linha do tempo envolvendo a 
importância dos principais objetos de estudo da área na história do homem.
Desde a pré-história, a Educação Física vem sendo influenciada pela sociedade. 
Nessa época, as atividades corporais do cotidiano tinham finalidade de defesa e 
ataque através dos movimentos naturais na luta pela sobrevivência. Mas como se 
tem informações deste período da história do homem?
Os pesquisadores se baseiam principalmente nos tipos de objetos utilizados, como 
pedras trabalhadas e rudimentares, fósseis de animais e de humanos, pinturas rupestres 
nas paredes de cavernas e, um pouco mais tarde, objetos e monumentos de bronze 
e ferro, câmaras mortuárias, estradas, dentre outros.
O homem primitivo deslocava-se de um lugar para outro a procura 
de alimentos, andando, subindo em árvores, escalando penhascos, 
nadando, saltando e lançando as suas diferentes armas de 
arremesso. Assim o homem executa os seus movimentos corporais 
mais básicos e naturais desde que se colocou de pé. Pela repetição 
contínua desses exercícios, na luta pela sobrevivência, aperfeiçoava 
as funções, educando-as gradativa e inconscientemente (BAGNARA, 
LARA; CALONEGO, 2010. Disponível em: https://www.efdeportes.com/
efd145/o-processo-historico-da-educacao-fisica.htm).
https://www.efdeportes.com/efd145/o-processo-historico-da-educacao-fisica.htm
https://www.efdeportes.com/efd145/o-processo-historico-da-educacao-fisica.htm
HISTÓRIA DA 
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Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara, Brasil
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_rupestre#/media/Ficheiro:Serra_da_Capivara_-_Several_Paintings_2b.jpg
Todo este contexto apontado até agora retratam movimentos naturais e cotidianos 
do ser humano. A Educação Física propriamente dita, ou mais próxima do modelo 
que temos hoje, apareceu na história mais tarde.
Porém, você perceberá durante esta aula que todos os tipos de exercícios e atividades 
físicas são provenientes de quatro grandes causas humanas: luta pela existência; ritos 
e cultos; preparação para a guerra; jogos e práticas atléticas.
Em cada sociedade, veremos que a Educação Físicaapresentava diferentes objetivos. 
Na China, por exemplo, a Educação Física era praticada na preparação para guerra, 
além da finalidade terapêutica e higiênica, ou seja, voltada à saúde (BAGNARA, LARA; 
CALONEGO, 2010). Já na Índia, a prática de exercício físico era vista como uma doutrina 
de foco fisiológico e com necessidades militares indispensáveis. Foi lá que o Yoga e 
exercícios ginásticos com técnicas de respiração e foco medicinal, tiveram origem. 
Segundo conta a história, no budismo, os exercícios físicos representam o caminho 
da energia física, pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para 
a suprema felicidade (RAMOS, 1983).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_da_Serra_da_Capivara
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_rupestre#/media/Ficheiro:Serra_da_Capivara_-_Several_Paintings_2b.jpg
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Prática de Yoga
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-magro-e-atraente-fazendo-ioga-pela-manha-no-nascer-do-sol-a-beira-mar_10273221.
htm#page=1&query=ioga&position=20
No Japão, a Educação Física possuía fundamentos médicos, higiênicos, filosóficos, 
morais, religiosos e voltados para a guerra. Nesta sociedade, os samurais são 
exemplos de guerreiros feudais originados da prática de exercícios físicos. Já no 
Egito, os exercícios que englobam as ginásticas, formaram um modelo de prática 
voltada ao equilíbrio, força, flexibilidade e resistência. A existência da ginástica egípcia 
foi descrita por pesquisadores através das descobertas de pinturas nas paredes de 
tumbas (RAMOS, 1983).
Porém, é na Grécia que encontramos as maiores contribuições para a Educação 
Física dentre todas as civilizações. Foi lá que surgiram os grandes pensadores que 
contribuíram com vários conceitos filosóficos, que ainda nos dias de hoje são aceitos 
pela Educação Física e pela pedagogia. Grandes artistas, pensadores e filósofos como 
Mirón, Sócrates, Hipócrates, Platão e Aristóteles criaram conceitos como o de equilíbrio 
entre corpo e espírito ou mente, citados por Platão. Também nasceram na Grécia os 
termos halteres, atleta, ginástica, pentatlo e a própria olimpíadas.
Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica dá saúdeao 
corpo (SÓCRATES).
https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-magro-e-atraente-fazendo-ioga-pela-manha-no-nascer-do-sol-a-beira-mar_10273221.htm#page=1&query=ioga&position=20 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-magro-e-atraente-fazendo-ioga-pela-manha-no-nascer-do-sol-a-beira-mar_10273221.htm#page=1&query=ioga&position=20 
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Representação artística da antiga Olímpia, famosa cidade grega onde se realizavam os Jogos Olímpicos da Antiguidade
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Ol%C3%ADmpicos_da_Antiguidade#/media/Ficheiro:Olympos.jpg
O nome Academia, que se usa comumente hoje para designar os centros de prática 
de exercícios físicos, originou-se do filósofo Platão (427-347 a.C.), que fundou sua 
escola de filosofia e a intitulou com nome de um lendário herói grego, Academos. Nesta 
época, era o local de ensino e aprimoramento de filosofia, matemática e ginástica 
(GAARDER, 1995).
Mosaico de Pompeia, cidade do império romano, ilustrando a academia de Platão
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga#/media/Ficheiro:Plato’s_Academy_mosaic_from_Pompeii.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Ol%C3%ADmpicos_da_Antiguidade#/media/Ficheiro:Olympos.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga#/media/Ficheiro:Plato’s_Academy_mosaic_from_Pompeii.jpg 
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Após a tomada militar da Grécia (146 a.C.), Roma absorveu a cultura desta civilização, 
porém a Educação Física se caracterizou por uma visão voltada para a preparação dos 
soldados e da população para a guerra. Foi no período romano que surgiu a famosa 
frase “Mens sana in Corpore Sano” (Mente sã em corpo são). Esta é uma citação em 
Latim, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal (século I e II d.C.). (GODOY, 1996).
O cristianismo marcou a Idade Média (476-1453 d.C.) com sua doutrina. Mesmo assim, 
estudantes continuavam a seguir a filosofia de Aristóteles (385-323 a.C.), enriquecendo 
o campo dos conhecimentos por influência de Tomás de Aquino (1225-1274 d.C.), frade 
católico opositor a muitas correntes da igreja da época. Nesta época floresceu a arte 
gótica e surgiram as primeiras universidades. Este período ficou conhecido também 
como “a Idade das Trevas”, em que o culto ao corpo foi considerado pecado e com 
isso, houve uma grande decadência na prática de exercícios físicos (RAMOS, 1983).
Representação do frade católico, Tomás de Aquino (1225-1274 d.C.)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino#/media/Ficheiro:Gentile_da_Fabriano_052.jpg
ANOTE ISSO
A história da Educação Física sempre esteve atrelada à história do próprio homem, 
em que os movimentos corporais foram utilizados com finalidades específicas 
dependendo da civilização ou sociedade. De modo geral, percebe-se que todos os 
tipos de exercícios e atividades físicas são provenientes de quatro grandes causas 
humanas: luta pela existência; ritos e cultos; preparação para a guerra; jogos e 
práticas atléticas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino#/media/Ficheiro:Gentile_da_Fabriano_052.jpg 
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No período da Renascença, entre meados do século XIV e o final do século XVI, a 
Educação Física deu um salto em busca do seu próprio conhecimento. Neste período, 
a cultura física ficou mais evidenciada, trazendo a admiração e dedicação pela beleza 
do corpo, retratado inclusive por grandes artistas como Leonardo da Vinci (1432-1519 
d.C.) e Michelângio Buonarroti (1475-1564 d.C.). O estudo da anatomia, a escultura 
de estátuas e a criação de regras proporcionais do corpo humano, foram de grande 
contribuição para a Educação Física e a Medicina (RAMOS, 1983; PEREIRA e MOULIN, 
2006).
O Homem vitruviano de Leonardo da Vinci, representando proporções matemáticas do corpo humano, baseado na obra do arquiteto romano Vitrúvio (80 – 
15 a.C.)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem_vitruviano#/media/Ficheiro:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem_vitruviano#/media/Ficheiro:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg 
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A introdução da Educação Física na escola, tendo a mesma importância das outras 
disciplinas tidas como intelectuais, se deve nesse período a Vittorino da Feltre (1378-
1466 d.C.), religioso pedagogicista que em 1423 d.C. fundou a escola “Casa Giocosa” 
(casa da alegria) na Itália, que utilizava métodos completamente opostos aos que 
caracterizaram a educação monástica nos mosteiros da Idade Média. O conteúdo 
programático incluía exercícios físicos e as atividades lúdicas como, lutas, corridas, 
saltos, esgrima, jogos com bolas, entre outros. Para ele, o caminho da educação era 
impossível sem a Educação Física (PEREIRA; MOULIN, 2006).
Vittorino da Feltre (1378-1466 d.C.), religioso pedagogicista fundador da escola “Casa Giocosa” na Itália
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vittorino_da_Feltre#/media/Ficheiro:Giusto_di_gand_e_pedro_berruguete,_vittorino_da_feltre.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vittorino_da_Feltre#/media/Ficheiro:Giusto_di_gand_e_pedro_berruguete,_vittorino_da_feltre.jpg
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O Iluminismo (1715-1789 d.C.) na Inglaterra era contra o abuso do poder no campo 
social, trazendo assim novas ideais para a sociedade. Dois grandes nomes para a 
Educação Física que podemos destacar neste períodosão: Jean-Jaques Rousseau 
(1712-1778 d.C.) e Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827 d.C.). Rousseau propôs a 
Educação Física como necessária à educação física infantil, introduzida nas escolas. 
Ao mesmo tempo, Pestalozzi foi o precursor da escola primária, sendo o primeiro 
educador a chamar a atenção para dois elementos fundamentais na prática dos 
exercícios físicos: a posição e a execução correta, sem os quais os praticantes não 
conseguiriam os objetivos visados (PEREIRA; MOULIN, 2006).
Jean-Jacque Rousseau / Johann Heinrich Pestalozzi
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau#/media/Ficheiro:Jean-Jacques_Rousseau_(painted_portrait).jpg
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi#/media/Ficheiro:Johann_Heinrich_Pestalozzi_(Real_Academia_de_Bellas_Artes_de_San_
Fernando,_Madrid).jpg
A Idade Contemporânea (1789 d.C. até os dias atuais) foi marcada pelo surgimento 
da ginástica localizada, tendo como referências quatro grandes escolas: a alemã, a 
nórdica (escandinava), a francesa e a inglesa. Mas esse será tema para nossa próxima 
aula. Aguardo você para darmos continuidade nesta viagem através da história da 
Educação Física. Forte abraço!
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau#/media/Ficheiro:Jean-Jacques_Rousseau_(painted_portrait).jpg 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi#/media/Ficheiro:Johann_Heinrich_Pestalozzi_(Real_Academia_de_Bellas_Artes_de_San_Fernando,_Madrid).jpg 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi#/media/Ficheiro:Johann_Heinrich_Pestalozzi_(Real_Academia_de_Bellas_Artes_de_San_Fernando,_Madrid).jpg 
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ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula você percebeu que a Educação Física sempre esteve ligada à história 
do homem e evoluiu junto dele nas diversas civilizações, deixando mais forte ainda 
o entendimento da importância desta área para a sociedade. Neste sentido, o 
site “Centro de Referências em Educação Integral” publicou reportagem intitulada 
“Escolas ativas defendem a importância do corpo para a aprendizagem”, que 
traz conteúdo sobre a importância da Educação Física na escola, no sentido que 
continha na “Casa Giocosa” (casa da alegria), fundada em 1423 d.C pelo religioso 
Pedagogicista Vittorino da Feltre, na Itália.
Na reportagem, Fabio D’Angelo, coordenador do projeto sobre escolas ativas, 
comenta: “Tudo parte da pergunta: Qual o lugar do corpo na escola? Ser criança é 
ser corpo em movimento, e essa linguagem corporal possibilita sua comunicação 
com o mundo”. 
Juliana Soares, do Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento, constatou 
nos resultados do Projeto “Escolas e Comunidades Ativas”, desenvolvido desde 
2014, que não só os professores gostaram da interação entre conteúdo e 
movimento, mas principalmente as crianças, e comenta:
“Isto porque alguns dos elementos-chave de uma escola ativa são a diversão, a 
conexão com o conteúdo, a interação com a Educação Física e que a escola dê 
tempo para o brincar”.
Confira a reportagem completa!
Link: https://educacaointegral.org.br/reportagens/escolas-ativas-defendem-a-
importancia-do-corpo-para-a-aprendizagem/
https://educacaointegral.org.br/reportagens/escolas-ativas-defendem-a-importancia-do-corpo-para-a-aprendizagem/ 
https://educacaointegral.org.br/reportagens/escolas-ativas-defendem-a-importancia-do-corpo-para-a-aprendizagem/ 
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AULA 4
A INFLUÊNCIA DAS 
GRANDES ESCOLAS 
GINÁSTICA NA EDUCAÇÃO 
FÍSICA CONTEMPORÂNEA
Caro aluno, prosseguindo com nossos estudos sobre a história da Educação Física, 
entraremos agora na Idade Contemporânea (1789 d.C. até os dias atuais), que foi 
marcada pelo surgimento da ginástica localizada, tendo quatro grandes escolas como 
responsáveis: a alemã, a nórdica (escandinava), a francesa e a inglesa.
Na Alemanha a ginástica foi impulsionada a partir dos princípios orientadores de 
Rousseau, e com o pedagogo e educador Johann Bernard Basedow (1723-1790), foi 
criado em 1775 no seu “Philanthropicum” (escola filantropina), na cidade de Dessau, o 
pentatlo, constituído por provas de corrida, saltos, transporte, de equilíbrio e de escalar. 
Este pedagogo defendia que o exercício físico deveria fazer parte dos programas das 
escolas primárias (TESCHE, 2001).
Em 1784, Christian Gotthlif Saltzmann (1744-1811), pedagogo e educador, abre 
outro “Philanthropicum” em Schneppenthal, em que conservou o ideário de formar 
homens sadios, cultos, bons e felizes. Esse estabelecimento merece destaque, pois 
foi nele que em 1785, Johann Christoph Friedrich Guts-Muths (1759-1839), professor 
e educador considerado o “pai” da ginástica pedagógica, concretizou sua primeira 
sistematização, dando início a um novo conceito de ginástica. As ideias filantrópicas e 
os conteúdos pedagógicos de Guts-Muths se espalharam por vários países da Europa, 
especialmente na Suécia, Dinamarca e França (TESCHE, 2001).
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As crianças hão de brincar não apenas para descansar dos trabalhos 
escolares: os exercícios devem fazer parte de sua educação geral e 
se acham e m ligação intelectual, moral e estética dos educandos. 
Chegou a hora em que o corpo, até agora descuidado, deve exercitar 
se ao ar livre, com vento e chuva, para fortificar-se contra a influência 
do tempo, robustecer seus pulmões por meio de exercícios como 
andar, correr, atirar, alentando em seu espírito os germes do valor, da 
perseverança e da reflexão (SILVA, 1998, p.37).
Alunos durante aula de ginastica localizada
Fonte: https://sites.google.com/site/historiaeducacaofisica/_/rsrc/1382891367128/conteudos/conceito-contemporaneo-do-esporte/calistenia.jpg
No princípio do século XIX, surge um novo conceito de ginástica na Alemanha 
com Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852). Além de criar aparelhos e novas formas 
gímnicas, fundou, em 1811, o primeiro ginásio ao ar livre de Hasenheide, Berlim. Daí 
nasceu o termo “Turnkunst” (arte da ginástica alemã) pelo qual ele substitui a palavra 
“Gymnastik” (palavra grega de caráter universal para ginástica). A ginástica de Jahn, 
com um conteúdo mais patriótico, cujo lema era “vive quem é forte”, rapidamente 
superou as ideias pedagógicas de Guts-Muths, tendo por objetivo formar homens 
fortes para defender a pátria. Jahn também inventou a barra fixa, as barras paralelas 
e o cavalo, dando origem à Ginástica Olímpica (PEREIRA; MOULIN, 2006).
https://sites.google.com/site/historiaeducacaofisica/_/rsrc/1382891367128/conteudos/conceito-contemporaneo-do-esporte/calistenia.jpg
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O sistema de ginástica de Jahn não era destinado 
especificamente para a escola. Sua preocupação era com uma 
Educação Física comunitária e popular que pudesse envolver 
todo o povo alemão. No turnkunst de Jahn, os exercícios físicos 
eram elaborados a partir de situações de guerra: a marcha, 
o desempenho no cavalo, a “luta braço a braço”, exercícios 
de esquiva, de equilíbrio e a desenvoltura na superação dos 
obstáculos. Todas as atividades colocavam o praticante 
em condições que lhe exigiam coragem, vigor e habilidades 
guerreiras. Além dos exercícios físicos, os alunos escutavam nos 
intervalos palestras do professor sobre temas que enaltecesse a 
pátria e que desafiasse a juventude para a guerra (SILVA, 1998).
Ginástica Olímpica
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%A1stica_art%C3%ADstica#/media/Ficheiro:Gym_combination_2.JPG
Friedrich Ludwig Jahn, o pai da Ginástica Olímpica
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Ludwig_Jahn#/
media/Ficheiro:Friedrich_Ludwig_Jahn.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%A1stica_art%C3%ADstica#/media/Ficheiro:Gym_combination_2.JPG 
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Já na escola nórdica, tendo a Suécia como referência, houve a grande influência da 
ginástica filantropina alemã. É necessário observar que a sistematização pedagógica 
da ginástica sueca foi apenas um protótipo do movimento ginástico escandinavo que 
abrangia os países da Dinamarca, Noruega, Finlândia, Islândia e Estônia-Letônia. A 
Suécia é destacada dentre os país es nórdicos, porque esse país foi palco de uma 
das maiores sistematizações pedagógicas da educação física escolar no século XIX 
(PEREIRA; MOULIN, 2006).
É possível inclusive afirmar que o ideário filantropino se desenvolveu mais na 
Escandinávia do que na Alemanha, e tudo isso devido ao trabalho de Fue Franz 
Nachategall (1777-1847), que fundou em 1799 um Instituto de Ginástica em Copenhague 
nos moldes filantropinos, o grande destaque foi o sueco Pehr Henrik Ling (1776-1839), 
que teve de lutar com energia e tenacidade ao procurar estabelecer ramos científicos 
aos exercícios físicos, levando para a Suécia as ideias do alemão Guts Muths (PEREIRA; 
MOULIN, 2006).
Pehr Henrik Ling então dividiu sua ginástica em quatro partes, sendo: 
• Pedagógica, voltada para a saúde evitando vícios posturais e doenças;
• Militar, incluindo o tiro e a esgrima;
• Médica, que era baseada na pedagógica, evitando também as doenças;
• Estética, preocupada com a aparência do corpo.
Os exercícios eram estabelecidos com um critério localizado, 
analítico, enfocados sobre uma articulação e o acionamento do grupo 
muscular que a mobilizava. As demais partes do corpo mantinham-
se na posição inicial, fixando-a e evitando todo movimento, afim de 
assegurar assim a máxima localização (DALLO, 2007, p.277).
Assim, a ginástica nórdica foi o grande trampolim para tudo o que se conhece 
como ginástica atualmente (PEREIRA; MOULIN, 2006).
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Prática de exercícios em grupo: herança sueca
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%A1stica_art%C3%ADstica#/media/Ficheiro:X._v%C5%A1esokolsk%C3%BD_slet.gif
Já na escola francesa temos como referência principal Francisco Amorós y Ondeano 
(1770-1848), professor e militar espanhol, naturalizado francês. Ele dividiu a ginástica 
em civil, industrial, militar, médica e cênica.
Há de se destacar outros nomes importantes dentro da escola de ginástica 
francesa. O Dr. Fernand Lagrange (1845-1909) aplicou-se em estudar e divulgar os 
efeitos fisiológicos e higiênicos dos exercícios físicos. Já o Dr. Philippe Auguste Tissié 
(1852-1935) dedicou-se a defender e implantar as ideias de Ling (ginástica nórdica) 
na França com objetivos higiênicos (SILVA, 1998).
Outro nome importante foi o Dr. Georges Demeny (1850-1917), responsável por uma 
consistente elaboração pedagógica para a Educação Física escolar da segunda metade 
do século XIX, aprofundando a área prática dos exercícios ginásticos, contribuindo 
para a sistematização de uma Educação Física científica para a escola pública na 
França (SILVA, 1998).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%A1stica_art%C3%ADstica#/media/Ficheiro:X._v%C5%A1esokolsk%C3%BD_slet.gif 
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O método conhecido como ginástica natural teve um francês como seu desenvolvedor 
em 1906. O tenente de navio Georges Hébert (1875-1957) defendia que a Educação 
Física deveria preconizar os movimentos naturais do ser humano, como: correr, escalar, 
nadar, saltar, empurrar e puxar (PEREIRA; MOULIN, 2006). 
Por sua vez, a escola Inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes, tendo como 
precursor Thomas Arnold (1795-1842), considerado pai da pedagogia do esporte. Ele 
reconhecia na sua concepção de esportes, três características principais: um jogo, 
uma competição e uma formação. As duas primeiras já caracterizavam o esporte na 
antiguidade, mas para a questão da formação, o criador do esporte moderno dava um 
sentido diferente da visão do filosofo Platão (427-347 a.C..), que entendia o corpo e a 
alma unificados. Arnold, porém, acreditava que o corpo era um meio para a moralidade, 
definindo o esporte como um auxiliar do corpo (TUBINO, 1999).
Thomas Arnold, quando esteve a frente do Colégio Rugby, na Inglaterra, 
no período entre 1828 e 1842, incorporou as atividades físicas 
praticadas pela burguesia e pela aristocracia inglesas ao processo 
educativo, deixando que os alunos dirigissem os jogos e criassem 
regras e códigos próprios, numa atmosfera de fairplay, termo que 
significa a atitude cavalheiresca na disputa esportiva, respeitando as 
regras, os códigos, os adversários e os árbitros (TUBINO, 1999, p.17).
Conforme as ideias destas quatro grandes escolas que se espalharam pelo mundo, a 
Educação Física passou a ser mais estudada, organizada e reconhecida, conquistando 
seu espaço e ganhando cunho científico, tornando-se indispensável na vida das pessoas 
de todas as idades e com os mais variados objetivos.
Na história da Educação física é de extrema importância destacar também a 
Calistenia. Esta marcou o desenvolvimento da Educação Física moderna com 
fundamentos específicos e abordagens destinadas a diversos públicos tais como 
obesos, crianças, sedentários, idosos e mulheres.
A palavra “calistenia” tem origem nas palavras gregas kallos que significa “beleza” 
e stehnos que significa “força” e começou a ser difundida em 1822 tanto na França 
como na Inglaterra pelo suíço Phoktion Heinrich Clias (1782-1854), tendo sua origem 
nos princípios da ginástica Nórdica e apresentada com uma divisão de oito grupos 
de exercícios localizados (CLERK; CRENN; LISTELLO, 1964).
Em 1827, Marian Mason, que era discípula de Clias, publicou o livro “On the utility 
of exercise” na Inglaterra, que descrevia as vantagens do exercício calistênico (CLERK; 
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CRENN; LISTELLO, 1964). Em 1829, Clias publicava o livro “Kallisthenie - Exercises for 
Beauty and Strength”, a partir do qual a calistenia foi denominada como exercício físico 
de forma ritmada, usando apenas o do peso corpo e sem nenhum tipo de equipamento 
ou apoio (ALIJAS; TORRE, 2015).
Nos EUA, a difusora da calistenia foi a americana Catherine Beecher (1800-1878), 
com a publicação do livro “Physiology and Calisthenics for schools and families”. A partir 
disso, a Calistenia ganhou força nos EUA com o movimento “Saúde, Educação Física 
e Recreação”, que utilizou a prática de atividade física para promover a saúde na 
população da época. Basicamente, o movimento estimulava a prática da Calistenia 
para toda a população, independente de sexo e/ou nível de condicionamento. Além do 
treinamento físico proposto pelos exercícios calistênicos, o movimento também tinha 
um foco de sociabilização, uma vez que todos participavam juntos (MACHADO, 2017).
Porém, foi através do Dr. Dio Lewis (1823-1886) e da Associação Cristã de Moços 
(ACM) que a Calistenia se propagou pelo EUA, pois passou a ser encarada como um 
sistema de treinamento, praticada em clubes e associações, sendo introduzida nas 
escolas americanas em 1860. As aulas de Calistenia eram elaboradas levando em 
consideração seis princípios (AMARAL, 1965), sendo:
• Princípio da seleção: utiliza os exercícios que mais se adaptam aos objetivos 
propostos. 
• Princípio da precisão: os movimentos devem ser executados com a mecânica 
correta para evitar possíveis lesões;
• Princípio da totalidade: os movimentos devem envolver grandes músculos nas 
sessões de treinamento.
• Princípio da progressão: aumento do número de exercícios e da intensidade em 
função dos objetivos.
• Princípio da unidade: os exercícios deveriam ser selecionados a partir de uma 
estratégia, para evitar sobrecarga.
• Princípio da adaptação: os estímulos devem ser fortes para promoverem 
adaptação de forma individual nas sessões de Calistenia.
Os exercícios foram divididos em oito grupos, organizados a partir da seleçãode 
objetivos e considerando a prescrição das sessões de treino (ALIJAS; TORRE, 2015).
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Os grupos eram divididos em:
• Braços e pernas.
• Região posterior-superior do tronco.
• Região posterior-inferior do tronco.
• Região lateral do tronco.
• Equilíbrio.
• Região abdominal.
• Gerais do ombro.
• Saltos e corridas.
Prática de Ginástica no Ginásio de Roper, Filadélfia em 1831
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Calistenia#/media/Ficheiro:Roper’s_gymnasium,_Philadelphia,_circa_1831.jpg
A partir da influência das grandes escolas de ginástica e da prática da Calistenia, a 
Educação Física ganhou forte importância na sociedade e se propagou pelo mundo, 
sendo introduzida também no Brasil. E este será o foco da nossa próxima aula. Aguardo 
você!
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calistenia#/media/Ficheiro:Roper’s_gymnasium,_Philadelphia,_circa_1831.jpg 
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ANOTE ISSO
As quatro grandes escolas de ginástica (alemã, nórdica, francesa e inglesa) 
tiveram papel crucial para a evolução da Educação Física, trazendo a prática dos 
exercícios físicos com direcionamentos para diversos objetivos, como: militar para 
a preparação a guerra, pedagógica dentro das escolas, médica voltada à higiene 
e à saúde, preparação físico dos trabalhadores e também estética. Mas foi o 
surgimento da Calistenia que abriu caminho para grande avanço da Educação 
Física moderna, com parâmetros base para o que temos atualmente.
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula observamos a importância e evolução da ginástica para a Educação 
Física. Neste sentido, uma reportagem do site globoesporte.com intitulada 
“Projeto de ginástica geral em Petrolina desenvolve e difunde a modalidade”, traz 
a importância de um projeto que introduziu no ambiente escolar a prática da 
ginástica.
“Com a proposta de promover o lazer saudável, e com isso o bem-estar físico, 
psíquico e social, a Ginástica para Todos (GPT) preza pelo respeito ao indivíduo, 
já que ela não impede que qualquer pessoa, independente da idade, sexo ou 
capacidade física, pratique o esporte. A modalidade é reconhecida pela Federação 
Internacional de Ginástica (FIG) e utiliza dos princípios de ginásticas como rítmica, 
artística, acrobática, além de dança e folclore.”
Gostou do assunto? Então, confira a reportagem completa!
Fonte: http://ge.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2015/11/projeto-de-ginastica-geral-em-petrolina-desenvolve-e-difunde-modalidade.html
http://ge.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2015/11/projeto-de-ginastica-geral-em-petrolina-desenvolve-e-difunde-modalidade.html 
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AULA 5
EDUCAÇÃO FÍSICA 
HIGIENISTA NO BRASIL
Caro aluno,
nas aulas anteriores, nós observamos a história da Educação Física em várias 
sociedades e aprofundamos as informações em algumas escolas de ginástica que 
tiveram papel importante para a evolução desta área. Estaremos a partir desta aula, 
olhando para a introdução e evolução da Educação Física no Brasil, dando destaque 
aos diversos períodos e tendências ideológicas ao longo das décadas.
Para compreendermos o papel da Educação Física no Brasil é necessário resgatarmos 
a história da disciplina e seus respectivos períodos. Você perceberá que, basicamente 
falaremos da Educação Física escolar, já que as graduações voltadas ao bacharelado 
são mais recentes. 
A história da Educação Física no país dependeu inteiramente das transformações na 
história do Brasil, dessa forma estaremos contextualizando sempre o período histórico 
em que o país se encontrava para que você consiga entender o processo evolutivo 
da área.
Começamos então pelo Brasil colônia, que data a partir do ano de 1500, onde 
há relatos relacionados ao objeto de estudo da Educação Física, descritos por Pero 
Vaz de Caminha, que em uma de suas cartas, relatou indígenas dançando, saltando, 
girando e se alegrando ao som de uma gaita tocada por um português. Certamente 
esta foi a primeira “aula de ginástica e recreação” relatada no Brasil (RAMOS, 1983).
De modo geral, sabe-se que as atividades físicas realizadas pelos indígenas no 
período do Brasil colônia, estavam relacionadas a aspectos da cultura primitiva, como 
já foi descrito na aula 3 desta disciplina, tendo características elementares de cunho 
natural (brincadeiras, nado, escalada e locomoção), utilitário (aprimoramento das 
atividades agrícolas, de caça, pesca, outros), guerreiras (proteção de suas terras), 
recreativo e religioso (como as danças, agradecimentos aos deuses, festas, encenações 
etc.) (GUTIERREZ, 1972).
Posteriormente, ainda no período colonial (1500-1822), surge a capoeira por influencia 
dos escravizados africanos, sobretudo, no Rio de Janeiro e na Bahia, sendo uma 
atividade criativa e rítmica (RAMOS, 1983). Desta forma, podemos destacar que no 
Brasil colônia, as atividades físicas realizadas pelos povos indígenas e escravizados 
africanos representaram os primeiros elementos da Educação Física no Brasil.
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Pintura do artista Britânico Augustus Earle (1793–1838), representando a Capoeira
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira#/media/Ficheiro:CapoeiraEarle_02.JPG
Apesar destes primeiros elementos, o desenvolvimento cultural da Educação Física 
no Brasil ocorreu no período do Brasil império (1822-1889), onde surgiram os primeiros 
tratados sobre a área. 
O método de ginástica Alemão foi o primeiro a se instalar no Brasil, sendo praticado 
desde o início do século XIX, tanto pelos imigrantes quanto pelos militares. No sul do 
país, a ginástica patriótica do alemão Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852), funcionou 
para os imigrantes e seus descendentes como uma forma de preservação da identidade 
cultural.
A influência da ginástica Sueca no Brasil foi posterior à da Ginástica Alemã, 
localizando-se inicialmente no meio civil do Rio de Janeiro. Sua transferência não 
ocorreu através de imigrantes ou militares, mas resultou do processo político-civilizador 
de formar uma sociedade nacional “independente”, racional e higiênica.
Em 1823, Joaquim Antônio Serpa (1825-1900) elaborou o “Tratado de Educação 
Física e Moral dos Meninos”, entendendo que a educação moral auxiliava na Educação 
Física e vice-versa, apontando que a educação englobava a saúde do corpo e a cultura 
do espírito, considerando que os exercícios físicos deveriam ser divididos em duas 
categorias, sendo aqueles que exercitavam o corpo e aqueles que exercitavam a 
memória (GUTIERREZ, 1972).
https://en.wikipedia.org/wiki/en:Augustus_Earle
https://en.wikipedia.org/wiki/pt:Capoeira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira#/media/Ficheiro:CapoeiraEarle_02.JPG
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O Início da Educação Física escolar no Brasil, inicialmente denominada Ginástica, 
ocorreu oficialmente com a reforma do ensino de 1851, feita por Luís Pedreira do 
Couto Ferraz (1818-1886). Porém, foi somente em 1882 que Rui Barbosa de Oliveira 
(1849-1923), ao lançar o parecer sobre a “Reforma do Ensino Primário, Secundário e 
Superior”, denota importância à Ginástica na formação do brasileiro. Nesse parecer, Rui 
Barbosa relata a situação da Educação Física em países mais adiantados politicamente 
e defende a Ginástica como elemento indispensável para formação integral da juventude 
(RAMOS, 1983).
O projeto de Rui Barbosa buscava instituir uma sessão essencial de Ginástica em 
todas as escolas de ensino normal e estender a prática obrigatória para ambos os 
gêneros, uma vez que as meninas não tinham obrigatoriedade em fazê-la. Rui Barbosa 
propõe também inserir a Ginástica nos programas escolares como matéria de estudo, 
além de buscar a equiparação em categoria e autoridadedos professores de Ginástica 
em relação aos professores de outras disciplinas. No entanto, a implementação da 
Ginástica nas escolas ocorreu inicialmente apenas em parte do Rio de Janeiro e nas 
escolas militares (DARIDO; RANGEL, 2005).
Em 1890 inicia a primeira fase do Brasil república (1890-1930). Podemos destacar 
que a ginástica Francesa foi a última a ser introduzida no país e a que efetivamente 
tornou-se obrigatória no território brasileiro. Sob um vínculo militar, a ginástica com o 
método da escola de Joinville-le-Pont (escola de uma pequena comunidade francesa) 
foi introduzida inicialmente em São Paulo, em 1906, através da missão militar francesa 
que foi contrata para instruir a Força Pública do Estado de São Paulo, a fim de capacitá-
la para controlar os movimentos operários reivindicatórios.
A partir de 1920, outros estados da Federação, além do Rio de Janeiro, começaram 
a realizar suas reformas educacionais e a incluir a Ginástica na escola (BETTI, 1991). 
Além disso, ocorre a criação de diversas escolas de Educação Física, que tinham 
como objetivo principal a formação militar (RAMOS, 1983).
Dentro de todo esse período histórico do Brasil descrito nesta aula, predominavam na 
Educação Física ideias influenciadas pela medicina e pela eugenia, sendo a tendência 
Higienista. Esta concepção possuía a preocupação principal com os hábitos de higiene 
e saúde, valorizando tanto o desenvolvimento físico quanto o moral, a partir do exercício 
físico (DARIDO; RANGEL, 2005).
A Educação Física desta época, tendo profissionais da área médica, possuía como 
característica a utilização da Calistenia, não havendo interação entre professores e 
alunos durante as aulas. Os mais fracos e doentes eram excluídos das aulas e não 
havia nenhuma interação com as questões pedagógicas da escola (SOARES, 2004).
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O tema saúde era uma preocupação da elite da época, que temendo 
contaminações, utilizou a Educação Física como um meio de doutrinar 
as classes mais baixas, no sentido de fiscalizar e promover a assepsia 
corporal. Tal fiscalização era realizada no início das aulas quando era 
realizada a inspeção, momento em que os alunos deveriam mostrar 
aos professores a limpeza corporal – unhas, cabelos, pescoço, braços 
e pernas. Alunos com qualquer tipo de doença eram eliminados 
das aulas, aqueles que estivessem demonstrando qualquer tipo 
de impureza – roupa suja, unhas a fazer, etc., eram sumariamente 
excluídos. As blusas do uniforme da prática de Educação Física 
deveriam ser brancas, fato até hoje usualmente corriqueiro nas aulas 
da disciplina, tal cor foi admitida por representar a pureza e a limpeza 
(AZEVEDO, 1920, p.42).
Olhando para a sociedade da época, havia a superioridade do sexo masculino e uma 
submissão da mulher, logo, no modelo higienista, o programa de exercícios físicos era 
diferente entre homens e mulheres. Mulheres fortes e sadias teriam mais condições de 
gerarem filhos saudáveis e estes estariam mais aptos a defenderem e construírem a 
Pátria, no caso dos homens, e de se tornarem mães robustas, no caso das mulheres 
(CASTELLANI FILHO, 2003). 
Alunos em fila no ambiente escolar para higienização
Fonte: https://miro.medium.com/max/580/1*P2hWYe5dNZohVzJ8r2_CXg.jpeg
https://miro.medium.com/max/580/1*P2hWYe5dNZohVzJ8r2_CXg.jpeg
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Além disso, as crianças eram educadas e disciplinadas pelas mães, que ao dominar o 
conjunto de medidas e normas médicas, esta era peça fundamental nas estratégias para 
a domesticação da classe operária. Nessa perspectiva, a Educação Física denominada 
higienista, visaria à preparação para o trabalho da população (SOARES, 2004).
O modelo eugênico higienista de encarar a saúde, pode ser considerado os precursores 
da pedagogia da Educação Física escolar, baseada na apologia ao estilo de vida ativo 
adquirido pela exercitação mecânica, cujos fundamentos refletem ainda nos dias de 
hoje naqueles que não seguem os direcionamentos impostos no que diz respeito à 
aparência física (SOARES, 2004). 
A busca por indivíduos fortes, a preocupação com os aspectos posturais, a influência 
médica e a boa aparência eram as metas dos programas de Educação Física da época 
e que ainda persistem em alguns aspectos ainda nos dias atuais. Apesar disso, as 
instituições médicas favoreceram a compreensão da Educação Física como sinônimo 
de saúde e criação de hábitos higiênicos que afastassem a possibilidade de doenças 
e agravos de saúde, assim como um caminho para a promoção da eugenia, ou seja, 
o melhoramento da raça. Portanto, a medicina contribuiu para a construção de uma 
Educação Física com bases biológicas, desconsiderando questões que fugissem aos 
aspectos anatômicos e de rendimento físico (MOTA, 1992).
Um conjunto de fotografias retratando a medição de humanos, da Segunda Exposição Internacional de Eugenia realizada de 22 de setembro a 22 de 
outubro de 1921, nos Estados Unidos
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia#/media/Ficheiro:Anthropometry_exhibit.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia#/media/Ficheiro:Anthropometry_exhibit.jpg 
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A tendência Higienista encerra seu ciclo em 1930, pois o mundo não estava mais 
preocupado com o desenvolvimento da medicina, mas sim com a possibilidade de uma 
guerra mundial (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998). A partir de então, instala-se na Educação 
Física a tendência Militarista, que será assunto da nossa próxima aula. Espero você! 
ANOTE ISSO
Observando a história do Brasil, até 1930, a tendência ideológica predominante na 
Educação Física era a Higienista, tendo à frente profissionais da área médica que 
se baseavam na preocupação principal aos hábitos de higiene e saúde, valorizando 
tanto o desenvolvimento físico quanto o moral, a partir do exercício físico. O tema 
saúde era uma preocupação da elite da época, que temendo contaminações, 
utilizou a Educação Física como um meio de doutrinar as classes mais baixas, no 
sentido de fiscalizar e promover a assepsia corporal. De modo geral, a medicina 
contribuiu para a construção de uma Educação Física com bases biológicas, 
desconsiderando questões que fugissem aos aspectos anatômicos e de rendimento 
físico.
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula vimos a tendência ideológica Higienista que tinha o foco direcionado 
a promoção da saúde. As contribuições da medicina para a Educação Física 
trouxeram conceitos que temos até hoje e uma reportagem do programa “Bem 
Estar” da globo.com, intitulado “Atividade física combate insônia, depressão e 
problemas cardíacos”, trouxe justamente este direcionamento da área.
“Além de emagrecer, o exercício físico melhora a qualidade de vida em vários 
aspectos: autoestima, melhora do sono e da respiração, por exemplo. A atividade 
física também pode ser um remédio para depressão, diabetes, colesterol alto, 
insônia e osteoporose.” Explicou o médico do esporte e consultor Gustavo 
Magliocca. 
Confira a reportagem na íntegra!
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/01/atividade-fisica-e-remedio-para-insonia-depressao-diabetes-e-colesterol.html
http://g1.globo.com/tudo-sobre/gustavo-magliocca/
http://g1.globo.com/tudo-sobre/gustavo-magliocca/
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/01/atividade-fisica-e-remedio-para-insonia-depressao-diabetes-e-colesterol.html
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AULA 6
EDUCAÇÃO FÍSICA 
MILITARISTA NO BRASIL
Caro aluno,
Na aula anterior estudamos a respeito da história da Educação Física no Brasil, 
onde pudemos observar a influência da área médica à frente da tendência Higienista. 
No entanto, esta tendência predominou durante o Brasil império e início da república. 
A partir do ano de 1930, os olhares e objetivos da sociedadeestavam voltados à 
eminente guerra mundial, que acontecerá nove anos mais tarde. 
Chamamos de segunda fase do Brasil república o período que se inicia em 1930, 
com Getúlio Vargas assumindo o “governo provisório”, após golpe de Estado que 
impediu Júlio Prestes de assumir a presidência mesmo eleito por voto popular. 
Nesta época, após a criação do Ministério da Educação e Saúde, a Educação 
Física começa a ganhar destaque perante aos objetivos do governo, sendo inserida 
na constituição brasileira e surgindo leis que a tornaram a obrigatória no ensino 
secundário (RAMOS, 1983).
Como já tratado na aula anterior, na intenção de sistematizar a ginástica dentro da 
escola brasileira, surgem os métodos ginásticos oriundos das escolas sueca, alemã 
e francesa que conferiam à Educação Física uma perspectiva eugênica, higienista e 
militarista, na qual o exercício físico deveria ser utilizado para aquisição e manutenção 
da higiene física e moral (Higienismo), preparando os indivíduos fisicamente para o 
combate militar (Militarismo) (DARIDO; RANGEL, 2005).
O higienismo e o militarismo estavam orientados em princípios anátomo-fisiológicos, 
buscando a criação de um homem obediente, submisso e acrítico à realidade brasileira. 
Totalmente biologicista esta tendência expressa a forma como os professores 
compreendiam os alunos, considerando-os de forma homogênea (DAOLIO, 1995). 
“A saúde dos indivíduos e a saúde pública, presentes na Educação Física Higienista 
de inspiração liberal, são relegadas em detrimento da ‘saúde da Pátria’” (GHIRALDELLI 
JÚNIOR, 1988, p.27).
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Com a implantação do Estado Novo, em 1937, a escola passa a sofrer transformações 
nos programas das disciplinas, onde os professores de Educação Física começaram 
a atuar recorrendo a filosofia da militarização, institucionalizando os corpos de seus 
alunos e renegando o aspecto educacional da prática (GUEDES, 1999).
A Educação Física Militarista passa a ser influenciada pelas questões bélicas, tendo 
preocupações com eventuais guerras e o envolvimento do país nestes conflitos. Para 
entendermos melhor as circunstâncias, o período militarista se configura entre o final da 
Primeira e a Segunda Guerra Mundial, portanto, uma época de conturbações políticas 
(GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).
Havia a necessidade de preparar futuros jovens para possíveis envios 
de tropas à guerra, assim o governo brasileiro encara a Educação 
Física como um meio de treinamento para os alunos. As aulas 
passam a ser ministradas, em sua maioria, por militares. Exercícios 
como polichinelo, abdominal, flexão de braço, corridas, defesa 
pessoal, instruções militares e ginásticas passam a configurar como 
conteúdos da Educação Física escolar (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998, 
p.38).
A relação aluno-professor abandona a postura paciente-médico, como era considerada 
na tendência Higienista e passa a vigorar como recruta-sargento, não havendo diálogo 
entre ambos. Os fundamentos do nazismo e do fascismo, em ascensão na Europa, 
também são marcantes na aplicação da Educação Física, onde é incorporado o 
nacionalismo exacerbado através de hinos e canções de amor à pátria, a preocupação 
com a limpeza da raça, o racismo, o culto ao belo e a exclusão dos ditos inferiores, 
sendo situações frequentes nas aulas (FERREIRA, 2009).
“As aulas de Educação Física nas escolas eram ministradas por 
instrutores físicos do exército, que traziam para essas instituições 
os rígidos métodos militares da disciplina e da hierarquia” (SOARES et 
al.,1992, p.53).
O tema saúde era abordado somente quanto à construção de futuros soldados, 
fortes e doutrinados, capazes de representar a pátria em combates, o que acabou 
acontecendo em 1944 durante a segunda grande guerra. Nas aulas de Educação Física 
havia a exclusão dos mais fracos e incapazes, pois a eugenia ainda era preconizada 
como meio de seleção dos melhores (FERREIRA, 2005).
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Alunos perfilados em aula de Educação Física no Brasil
Fonte: https://ahistoria.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Militarista.jpg
ANOTE ISSO
 A tendência ideológica militarista foi instituída durante o governo do presidente 
Getúlio Vargas, enquanto os olhares e objetivos da sociedade estavam voltados a 
eminente guerra mundial, onde havia a necessidade de preparar futuros jovens para 
possíveis envios de tropas à guerra, assim o governo brasileiro encara a Educação 
Física como um meio de treinamento para os alunos. As aulas de Educação Física 
nas escolas eram ministradas por instrutores físicos do exército, que traziam para 
essas instituições os rígidos métodos militares da disciplina e da hierarquia Assim, 
a Educação Física serviu como uma ferramenta ideológica para alienação social, 
favorecendo aos interesses do ideário dominante da ditadura de Getúlio Vargas.
As mulheres começaram a ser incluídas de forma mais forte nas aulas de Educação 
Física, porém ainda separadas dos homens, sendo os exercícios masculinos mais 
rigorosos do que a ginástica feminina. 
https://ahistoria.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Militarista.jpg
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O objetivo desta maior inclusão das mulheres era favorecer a saúde feminina, porém 
com a real preocupação em preparar as futuras mães. Assim, a Educação Física 
feminina se preocupava em preparar o corpo de suas alunas para uma boa gestação, 
tendo o pensamento voltado ao nascimento de brasileiros puros e saudáveis, apontando 
mais uma vez para a ideia da eugenia (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).
Neste período, instrutores militares foram incluídos no âmbito educacional, sendo 
um dos fatores para a concretização da Educação Física na escola (CAPARROZ, 2005). 
As disciplinas de Educação Física e Educação Moral e Cívica eram elos de uma mesma 
corrente, articuladas no sentido de darem à prática educacional a conotação almejada 
pelos responsáveis da política de governo. Assim, a Educação Física serviu como uma 
ferramenta ideológica para alienação social, favorecendo aos interesses do ideário 
dominante da ditadura de Getúlio Vargas (CASTELLANI FILHO, 2003). 
[...] análises que confundem duas questões que logicamente mantêm 
relação entre si, mas que não podem ser colocadas como idênticas: 
a obrigatoriedade da educação física em todas as escolas primárias, 
normais e secundárias, expressa no artigo 131 da Carta Constitucional; 
a criação de Centros da Juventude, pelo artigo 132, artigo este que 
se refere a ‘adestramento physico’ mas que não faz menção direta à 
educação física, ainda que seja possível inferir que tal adestramento 
seria responsabilidade dessa área (CAPARROZ, 2005, p.120).
Nesta época foi fundada a primeira escola de Educação Física do exército e 
posteriormente, em 1939, foi criada a primeira escola civil de formação de professores 
da área, a Escola Nacional de Educação Física e Desportos, integrada à Universidade do 
Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo o corpo docente composto 
por instrutores de Educação Física e médicos (SOUZA NETO et al., 2004).
Hospício Pedro II no século XIX, atual Palácio Universitário. O edifício foi doado somente em 1949 para a Universidade do Brasil
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Rio_de_Janeiro#/media/Ficheiro:Hosp%C3%ADcio_D_Pedro_II_-_Atual_Pal%C3%A1cio_
Universit%C3%A1rio_da_UFRJ_-_Praia_Vermelha.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_do_Rio_de_Janeiro#/media/Ficheiro:Hosp%C3%ADcio_D_Pedro_II_-_Atual_Pal%C3%A1cio_Universit%C3%A1rio_da_UFRJ_-_Praia_Vermelha.jpg 
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HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Com o final da segunda guerra mundial em 1945, o pensamento militar também foi 
colocado de lado, dando início a construção de uma nova Educação Física no Brasil, 
baseada em conceitos pedagógicos do modelo americano, um dos países vencedores 
da guerra (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998). Começa então a predominar a tendência 
ideológica Pedagogicista, que será assunto a ser discutido na próxima aula. Aguardo 
você!
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula observamos que a Educação Física foi utilizada dentro da tendência 
ideológica Militarista para implantar valores objetivados pelo governo da 
época. Olhando a Educação Física, ainda hoje ela pode ser o caminho para 
a conscientização e implantação de valores na sociedade. Neste sentido, a 
reportagem intitulada “Educação Física estimula valores éticos e morais” do jornal 
eletrônico “Hoje em dia”, nos trás justamente esta perspectiva. 
“Do ponto de vista social, desde que esteja vinculado ao desenvolvimento e à prática 
de valores, o esporte tem a capacidade de melhorar a convivência entre os colegas 
e estimular a cooperação”, explica a professora de pedagogia do esporte da Escola 
de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Ana Cláudia 
Porfírio Couto. 
Assunto bacana, não é? Então confira a reportagem completa!
Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/educa%C3%A7%C3%A3o-f%C3%ADsica-estimula-valores-%C3%A9ticos-e-morais-1.171624
https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/educa%C3%A7%C3%A3o-f%C3%ADsica-estimula-valores-%C3%A9ticos-e-morais-1.171624
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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AULA 7
EDUCAÇÃO FÍSICA 
PEDAGOGICISTA NO BRASIL.
Caro aluno,
na nossa aula anterior você acompanhou a evolução histórica da Educação Física 
no Brasil entre 1930 e 1945, durante o governo do presidente Getúlio Vargas, onde a 
tendência ideológica predominante era a militarista. 
Com o final da segunda guerra mundial em 1945, o pensamento militar também 
foi colocado de lado, dando início a construção de uma nova Educação Física no 
Brasil, baseada em conceitos pedagógicos, dando início então a tendência ideológica 
Pedagogicista.
O contexto político, social, econômico e histórico do país nas décadas posteriores à 
guerra, conduziram a esta tendência, sendo a concepção que reclamou na sociedade 
a necessidade de encarar a Educação Física não somente como uma prática capaz 
de promover saúde ou de disciplinar a juventude, mas de encarar a Educação Física 
como uma prática eminentemente educativa (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).
Com a derrota do nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial, a Educação Física 
passa a sofrer a influência do liberalismo americano, assim como grande parte do 
mundo ocidental. Nos Estados Unidos a Educação Física recorria a jogos e brincadeiras, 
ginásticas, lutas e esportes, principalmente o basquetebol e o voleibol, conteúdos logo 
assimilados pela disciplina no Brasil (SESC, 2003). 
Com o crescimento da escola pública no Brasil, a Educação Física recebe impulsos 
da ideologia desenvolvimentista do Governo de Juscelino Kubitscheck e passa a se 
integrar pela primeira vez nas questões pedagógicas, passando a ser o centro vivo 
da escola.
No processo de implantação da Educação Física na matriz curricular das escolas, 
buscava-se habilidades consideradas fundamentais para a saúde física e mental, por 
meio de festas, torneios, gincanas, desfiles, formação de bandas musicais entre outras, 
havendo maior preocupação com a inclusão e participação dos alunos, visando o 
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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lazer com o intuito de gerar o controle emocional, o aproveitamento das horas livres 
e a formação do caráter dos alunos (GHIRALDELLI JÚNIOR, 1998). 
Educação Física escolar mais inclusiva e participativa
Fonte:https://br.freepik.com/fotos-gratis/filhos-completos-e-professor-na-academia_16312114.htm#page=1&query=ESPORTES%20crian%C3%A7a&position=39
A saúde passa a ser discutida de forma teórica na disciplina e assuntos como 
primeiros socorros, higiene, prevenção de doenças e alimentação saudável foram 
incorporados às aulas de Educação Física. Entretanto, não se notava ainda uma 
preocupação com a saúde coletiva, e sim individual. Não havia discussões sobre 
lazer, moradia, emprego e saneamento, condições básicas para a saúde, na visão da 
Saúde Coletiva (FERREIRA, 2009).
Um fato negativo desta época é o início do culto ao corpo de forma consumista, a 
partir da década de 60, fortemente apoiado pelo modelo american way of life (modo de 
vida americano), que passa a ser copiado pela sociedade brasileira (COURTINE, 1995).
Inversamente a este fato, a tendência Pedagogicista, denominada por alguns como 
biopsicossocial foi inspirada no discurso liberal do movimento conhecido com “Escola 
Nova”, “Escola Ativa”, que buscava uma renovação do ensino para efetivar um caráter 
mais educacional à Educação Física, que mesmo sustentando o pensamento liberal 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/filhos-completos-e-professor-na-academia_16312114.htm#page=1&query=ESPORTES%20crian%C3%A7a&position=39 
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burguês, foi o primeiro movimento na área que buscou a valorização da Educação 
Física perante a sociedade (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).
Representação da inclusão das atividades lúdicas na Educação Física
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/meninos-e-meninas-ativos-praticando-esportes-e-atividades-divertidas-fora_6166768.
htm#page=1&query=Recrea%C3%A7%C3%A3o%20escola&position=15
As introduções de ideias pedagógicas fizeram com que a Educação Física fosse 
reconhecida como um meio de educação, pois manifestava-se no sentido de explicar 
que o homem, para ser instruído de forma integral deveria não somente ser educado 
cognitiva e afetivamente, mas também no campo físico, o que favoreceu aos professores 
da disciplina a substituição os métodos mecânicos da prática por métodos mais 
lúdicos (GUEDES,1999).
A Educação Física Pedagogicista está preocupada com a juventude 
que frequenta as escolas. A ginástica, a dança, o desporto etc, são 
meios de educação do alunado. São instrumentos capazes de levar a 
juventude a aceitar as regras de convívio democrático e de preparar as 
novas gerações para o altruísmo, o culto a riquezas etc (GHIRALDELLI 
JÚNIOR, 1998, p.15).
Assim como os militares da tendência militarista tentaram superar os métodos 
médicos da tendência Higienista foram os pedagogos que procuraram tomar o lugar 
dos militares na tendência Pedagogicista, apesar de alguns resquícios da área médica 
e militar que se mantiveram presentes nas aulas dos professores da época. A partir 
de então, a relação era enfim, aluno-professor (GUEDES,1999).
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ANOTE ISSO
A tendência Pedagogicista surgiu na Educação Física no Brasil após o término 
da Segunda Guerra Mundial, por influência do liberalismo Americano, onde as 
introduções de ideias pedagógicas fizeram com que a área fosse reconhecida 
como um meio de educação, pois advogava no sentido de explicar que o homem, 
para ser instruído de forma integral, deveria não somente ser educado cognitiva 
e afetivamente, mas também no campo físico. Este fato proporcionou aos 
professores da disciplina substituir os métodos mecânicos da prática por métodos 
mais lúdicos, buscando habilidades consideradas fundamentais para a saúde física 
e mental, por meio de festas, torneios, gincanas, desfiles,formação de bandas 
musicais, entre outras, havendo maior preocupação com a inclusão e participação 
dos alunos, visando o lazer com o intuito de gerar o controle emocional, o 
aproveitamento das horas livres e a formação do caráter dos alunos.
Outro fato extremamente importante para a consolidação da Educação Física 
Pedagogicista foi quando as disciplinas de “prática de ensino”, “recreação e lazer”, 
“didática”, entre outras com este novo direcionamento foram incluídas dentro dos 
currículos das faculdades. Estas disciplinas visavam formar o futuro profissional de 
Educação Física com um olhar mais direcionado ao ato educativo, levando o professor 
a pensar a atividade física não só como meio de desenvolver a eficiência e o rendimento 
(CASTELHANI FILHO, 1988).
O aspecto não crítico da Educação Física Pedagogicista elencava alguns fins para 
os quais a área deveria ser dirigida: 
• Saúde: a Educação Física deveria contribuir para a saúde física e mental.
• Caráter e qualidades mínimas de um bom membro de família e bom cidadão, 
no qual a Educação Física serviria para o desenvolvimento do caráter.
• Preparação vocacional, no qual certos tipos de atividades físicas, especialmente 
as competições desportivas, desenvolveriam controle emocional e liderança. 
• Uso contínuo das horas livres ou de folga: A Educação Física estaria relacionada 
com o intuito de ir contra o mau aproveitamento do tempo livre, pois isto poderia 
destruir a saúde, reduzir a eficiência e quebrar o caráter, além de degradar a 
vida (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).
A Educação Física Pedagogicista seguiu então a forma da educação liberal, a qual 
buscava a formação de um cidadão voltado aos valores da sociedade vigente. Em 
um primeiro momento, discutiu uma nova concepção de Educação Física, mas que 
apesar de sua contribuição, não fugiu a reprodução dos ideais conservadores.
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Outro marco importante para a Educação Física escolar foi a promulgação da 
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LBD. Nº 4024, em 1961.
Na escola primária, a Educação Física teve como objetivo a 
recreação (individual e coletiva) nos seus variados aspectos, onde 
era realizada por meio das atividades naturais, jogos, atividades 
rítmicas, dramatizações, atividades complementares, visando abarcar 
a totalidade do desenvolvimento do aluno (PROGRAMA DA ESCOLA 
PRIMÁRIA DE SÃO PAULO, 1967). 
Durante toda a década de 60, a Educação Física se preocupou também com a atitude 
postural adequada, com a coordenação sensório motor, o refinamento dos sentidos, 
e o aumento da sensibilidade rítmica, favorecendo a coeducação e o conhecimento 
de nossa cultura (ARANTES, 1991).
Por parte governamental e pela iniciativa privada, neste período houve também um 
significativo esforço para uma escolarização diversificada, podendo ser notada pela 
criação de inúmeras experiências inovadoras no processo de educação formal tais 
como os ginásios pluri-curriculares, vocacionais, a unificação em dois níveis dos anos 
do primário formando apenas dois blocos (ARANTES, 1991).
A Educação Física brasileira parecia caminhar a passos largos para uma boa 
utilização de seus métodos, passando a ter sua aplicação em prol da discussão teórica-
educacional. Porém, um fato histórico no Brasil causou um retrocesso tamanho com 
uma lastimável volta ao biologicismo: a ditadura militar, iniciada com o golpe de 1964, 
assunto este que será discutido na nossa próxima aula. Aguardo você!
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula você aprendeu que a tendência ideológica Pedagogicista aponta para a 
importância da Educação Física para a transformação integral dos alunos, para que 
ele entenda os seus limites e exerça papel como sujeito ativo dentro da escola e na 
sociedade. Vindo neste mesmo sentido, a reportagem intitulada “A importância da 
Educação Física na Escola”, publicada pelo site globo.com visitou uma escola na 
cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, e conversou com profissionais sobre o 
tema:
“A escola estimula todos os alunos a participarem das mais variadas atividades 
esportivas, acreditando sempre que o esporte seja parte integrante do 
desenvolvimento de importantes habilidades, como a socialização, o trabalho em 
equipe, o respeito a regras, a cultura corpórea e o aprender a ganhar e, também, a 
perder.”
Gostou do tema? Então confira agora a reportagem na integra!
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/especial-publicitario/objetivo-sorocaba/conduzindo-o-melhor-de-voce/noticia/a-importancia-da-
educacao-fisica-na-escola.ghtml
https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/especial-publicitario/objetivo-sorocaba/conduzindo-o-melhor-de-voce/noticia/a-importancia-da-educacao-fisica-na-escola.ghtml
https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/especial-publicitario/objetivo-sorocaba/conduzindo-o-melhor-de-voce/noticia/a-importancia-da-educacao-fisica-na-escola.ghtml
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AULA 8
EDUCAÇÃO FÍSICA 
ESPORTITIVISTA NO BRASIL
Caro(a) aluno(a),
ao observarmos o processo histórico da Educação Física no Brasil, há de se 
concordar que os maiores avanços para a área no sentido pedagógico e com olhar 
do aluno como ser integral, se deu durante a implantação das ideias da tendência 
Pedagogicista, sob influência do liberalismo americano. Porém estes avanços foram 
interrompidos com o golpe militar de 1964, trazendo para a área ideias retrogradas. 
A partir de então, a tendência ideológica dominante na Educação Física ficou 
conhecida como Esportitivista, Competitivista, Mecanicista ou Tecnicista. Com a 
tomada de poder pelos militares em 1º de abril de 1964 é instalado um governo 
onde as pessoas com ideias contrárias à ditadura eram rigorosamente punidas com 
perseguições, cadeia, exílio e morte. A censura passa a ser exercida e ocorrem à 
fiscalização de sindicatos, entidades estudantis e partidárias (FERREIRA, 2009).
Nesse período, o Brasil consegue conquistar o tricampeonato da seleção brasileira 
de futebol, no México em 1970, onde o povo comemorava pelas ruas as vitórias 
brasileiras. Percebendo que a população adorava esportes, o governo acredita que 
este poderia ser o caminho para direcionar a atenção e manter os cidadãos afastados 
das discussões políticas (FERREIRA, 2009).
O governo militar começou a investir bastante no esporte, buscando fazer da Educação 
Física um sustentáculo ideológico, a partir do êxito em competições esportivas de alto 
nível, para eliminar as críticas internas e deixar transparecer um clima de prosperidade 
e desenvolvimento por parte do regime ditatorial (DARIDO; RANGEL, 2005). 
Assim, o discurso era o de descobrir novos talentos e tentar transformar o Brasil em 
potência olímpica. Porém, junto a isso havia um objetivo oculto: incentivar a população 
a se ocupar com a prática de esportes e deixar de lado as preocupações com o governo 
autoritário. Apesar deste direcionamento, o Brasil não se torna uma potência olímpica, 
obtendo maus resultados em competições internacionais da época (FERREIRA, 2009).
Direcionado aos objetivos traçados, o governo resolve apoiar a prática de esportes 
na escola através da Educação Física, onde os professores agora deveriam deixar 
de lado os aspectos sociais, educativos e afetivos e se preocupar somente com o 
rendimento e o aprimoramento das habilidades esportivas (FERREIRA, 2009).
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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A prática de alguma modalidade esportiva se tornou tão importante 
sob esse prisma político que justificou a criação, na década de 70, de 
um programa federal chamado “Esporte Para Todos” (EPT), cujas bases 
ideológicas assentavam-se justamente na popularização da prática 
esportiva como uma espécie de analgésico para a consciência das 
pessoas (CATELHANI FILHO, 1988, p.36).
Com esta mudança de ideal, a Educação Física passaa passa a ser sinônimo 
de esportes, estigma que a área carrega ainda na atualidade. Neste novo modelo, 
houve uma exclusão generalizada daqueles que não possuíam destreza motora para 
as modalidades, pois a competição passa a ser o objetivo final de todo o processo, 
modificando a relação professor-aluno, para relação técnico-atleta (FERREIRA, 2009).
Representação artística da prática de modalidades esportivas
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/grafiti-escola-na-parede-3260625/
É nessa época que se desenvolve a ideia do “professor-atleta”, apoiando que o bom 
profissional de Educação Física deveria ser aquele que já tivesse praticado a modalidade 
que ensina e quanto melhor o atleta tivesse sido, melhor professor seria considerado. 
O extremo absoluto dessa ideia de profissional fica expresso nos pré-testes físicos a 
que os candidatos a cursar uma faculdade de Educação Física deveriam se submeter. 
Eram provas para testar a condição física e atlética do candidato como: corridas, 
natação, modalidades esportivas. Aqueles que não obtivessem índices desejáveis 
eram excluídos do processo de seleção (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994).
https://pixabay.com/pt/photos/grafiti-escola-na-parede-3260625/
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Prática competitiva do Basquetebol
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulheres-jogando-basquete-2116469/
ANOTE ISSO
A tendência Esportitivista esteve na Educação Física no Brasil durante a ditadura 
militar iniciada com o golpe de 1964. O governo resolve apoiar a prática de esportes 
na escola através da Educação Física, onde os professores agora deveriam deixar 
de lado os aspectos sociais, educativos e afetivos e se preocupar somente com 
o rendimento e o aprimoramento das habilidades esportivas, o que resultou em 
uma exclusão generalizada daqueles que não possuíam destreza motora para as 
modalidades, pois a competição passa a ser o objetivo final de todo o processo, 
modificando a relação professor-aluno, para relação técnico-atleta. O discurso era 
o de descobrir novos talentos e tentar transformar o Brasil em potência olímpica. 
Porém, junto a isso havia um objetivo oculto: incentivar a população a se ocupar 
com a prática de esportes e deixar de lado as preocupações com o governo 
autoritário. Apesar deste direcionamento, o Brasil não se torna uma potência 
olímpica, obtendo maus resultados em competições internacionais.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulheres-jogando-basquete-2116469/ 
HISTÓRIA DA 
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Outro fato importante nesta época foi a obrigatoriedade da Educação Física/Esportes 
no ensino do 3º Grau, por meio do decreto lei no 705/69 (BRASIL, 1969), que tinha 
como propósito político favorecer o regime militar, desmantelando as mobilizações e 
o movimento estudantil que era contrário ao governo, uma vez que as universidades 
representavam um dos principais polos de resistência a ditadura (CASTELLANI FILHO, 
1998).
Desta forma, o esporte era utilizado como um elemento de distração à realidade 
política da época. Além disso, a Educação Física/Esportes no 3º Grau era considerada 
uma atividade destituída de conhecimentos e estava voltada a formação de mão de 
obra apta para a produção (DARIDO; RANGEL, 2005).
A Educação Física, agora como disciplina acadêmica e como política 
social voltada as demandas de lazer/tempo livre dos universitários, 
teve uma função ideológica clara, a qual coube à educação física o 
papel de colaborar, por meio de seu caráter lúdico esportivo, com 
o esvaziamento de qualquer tentativa de rearticulação política do 
movimento estudantil no contexto universitário. Desse modo, surgiram 
neste período os Jogos escolares, jogos municipais, jogos abertos, 
jogos da juventude e todas as demais competições em nível “amador” 
(CHAGAS; GARCIA, 2011. Disponível em: https://www.efdeportes.
com/efd154/educacao-fisica-no-brasil-tendencias-constituidas.htm).
Prática esportiva do Voleibol
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/vitoria-victory-ativo-movimentado-6203594/
https://www.efdeportes.com/efd154/educacao-fisica-no-brasil-tendencias-constituidas.htm
https://www.efdeportes.com/efd154/educacao-fisica-no-brasil-tendencias-constituidas.htm
https://www.pexels.com/pt-br/foto/vitoria-victory-ativo-movimentado-6203594/ 
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No ano de 1971 foi implementada a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional Nº 5692, onde os diferentes graus de escolarização passaram a receber nova 
organização e unificação vertical. O primeiro segmento denominado Primeiro Grau 
era composto por oito séries integradas pelo Núcleo Comum e Parte Diversificada. 
Nomeavam-se “Disciplina” aquelas com orientação teórica e por “Atividade” as de cunho 
prático, sem reprovação, exceto por faltas (Educação Artística, Inglês e Educação 
Física) (PAR.CFE. 853/71). O Segundo Grau era composto por três ou quatro séries, 
de cunho técnico profissionalizante que era oferecido a todos os estudantes.
Em São Paulo, durante esta época, deu-se a confecção de um material de apoio 
e conteúdo obrigatoriamente seguido e desenvolvido por todos os professores da 
rede pública estadual, conhecido como “Verdão”, que apresentava orientação rígida e 
estrutural. Em Educação Física, o documento explicava as sequências dos diferentes 
conteúdos das modalidades ginásticas, atléticas e esportivas (CERHUPE, 1972).
As séries primárias eram direcionadas a grandes jogos, com ênfase na competição, 
onde as crianças de 1ª à 4ª série deveriam participar de jogos e brincadeiras que 
atuassem sobre todo esquema corporal, visando desenvolver as habilidades básicas 
para a futura prática de algum Esporte (GHIRALDELLI JUNIOR, 1994). 
Já de 5ª à 8ª série, as aulas deveriam ser dirigidas aos fundamentos de alguma 
modalidade esportiva, além de horários exclusivos para o treinamento das “seleções 
colegiais”, valendo-se do Método da “Desportiva Generalizada”, onde não se previa no 
processo, a inclusão daqueles que fossem menos habilidosos e não se adequassem. 
No segundo grau, o objetivo era desenvolver mais noções técnicas e táticas, para 
competir contra outros colégios e/ou cidades (CASTELHANI FILHO, 1988). 
A ideologia do esporte e a construção do corpo eficiente e dócil 
permanecem na atuação de inúmeros profissionais, bem como 
permanece o desporto de alto nível como modelo de atividade 
física, de espetáculo e de anestésico à consciência social (CHAGAS; 
GARCIA, 2011. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd154/
educacao-fisica-no-brasil-tendencias-constituidas.htm).
Ainda neste período a Educação Física recebe também influências dos discursos 
econômicos que preocupados com os problemas de saúde, alertavam para a realização 
de atividades físicas pela população. Esse movimento denominado healthism (Estilo 
de vida que prioriza a saúde) teve sua origem nos Estados Unidos da América e, anos 
mais tarde no Brasil, passa a se chamar de Movimento da Saúde (SOARES, 2004).
https://www.efdeportes.com/efd154/educacao-fisica-no-brasil-tendencias-constituidas.htm
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HISTÓRIA DA 
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O Movimento da Saúde era pautado pelo individualismo, em detrimento das 
questões sociais, onde as atividades físicas passam a ser medidas da iniciativa privada, 
diferentemente das tendências Higienista e Militarista, onde a ideologia era voltada 
para o Estado, com objetivo de conseguir a eugenia e melhoria da raça (GÓIS JÚNIOR; 
LOVISOLO, 2003).
A crescente prática do esporte, desenvolvida em lugares específicos, 
como nos clubes, nas escolas e nas universidades, ajudou para que essa 
expressão da cultura fosse sendo regulamentada sob a intervenção 
do Estado que, por sua vez, passoua assumir a organização esportiva 
com a criação de políticas. É importante ressaltar também que o 
crescimento do esporte não teve um caráter de neutralidade, mas de 
sentidos e significados políticos e ideológicos, de uma determinada 
estrutura social que produz uma visão de mundo e de sociedade 
sob a lógica da manutenção e perpetuação das relações capitalistas 
(CASTELHANI FILHO, 1988, p.32).
A partir de meados dos anos 80, a ditadura brasileira começa a perder força para 
sustentar o poder, e os movimentos democráticos começam a se fortalecer, como o 
movimento “Diretas Já”, que pedia eleições democráticas e o fim do regime militar. A 
Educação Física penetra na era da tendência popular, dominada pelos anseios operários 
de ascensão na sociedade, com conceitos de inclusão, participação, cooperação, 
afetividade, lazer e qualidade de vida (FERREIRA, 2009).
A força do biologicismo, tão presente em outras tendências da Educação Física, 
parece, então, declinar. Lesões, traumas, estresse, e uso de drogas para aumentar o 
rendimento direcionam a atenção da população para os efeitos do esportitivismo e de 
sua busca pelo alto rendimento, criticando a Educação Física pelo predomínio desses 
conteúdos esportivos (DARIDO; RANGEL, 2005). 
Atualmente, coexistem na Educação física diversas concepções, modelos, tendências 
e abordagens que tentam romper com o modelo mecanicista e tradicional, como por 
exemplo: psicomotricidade, desenvolvimentista; saúde renovada e mais recentemente 
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1997). E estes serão os assuntos 
da nossa próxima aula. Aguardo você!
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ISTO ESTÁ NA REDE
Dentro do tema da aula, você viu que com a implantação da tendência Esportitivista 
na Educação Física durante a ditadura militar, o foco era friamente a performance 
esportiva, o que excluía os alunos com poucas habilidades para as modalidades. Na 
direção oposta a este ideal, o “Centro de Referência em Educação Integral” trás uma 
visão atualizada de como o esporte deve ser abordado na escola. A reportagem 
que leva o título “Alto rendimento não deve ser foco da Educação Física escolar” 
questiona:
“Mas qual deve ser o papel do esporte na escola? Encontrar potenciais atletas? 
Desenvolver apenas as práticas esportivas mais populares transmitidas na 
televisão? Como ficam os estudantes que não se enquadram nesse padrão?”
A partir desses questionamentos, o diretor geral da Fundação Gol de Letra, 
Sóstenes Brasileiro, irmão dos jogadores de futebol Raí e Sócrates afirma:
“O central na prática esportiva escolar é garantir o desenvolvimento físico, motor 
e a inteligência corporal. O sujeito só pode ser plenamente desenvolvido a partir 
disso. Esporte é envolvimento com o outro, entender e respeitar regras, compartilhar 
regras com amigos e adversários. A Educação Física tem que se preocupar com 
isso e não em formar atletas de elite”. 
Tema interessante, não é? Confira a reportagem completa!
Fonte:https://educacaointegral.org.br/reportagens/alto-rendimento-nao-deve-ser-foco-principal-da-educacao-fisica-escolar-dizem-especialistas/ 
https://educacaointegral.org.br/reportagens/alto-rendimento-nao-deve-ser-foco-principal-da-educacao-fisica-escolar-dizem-especialistas/
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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AULA 9
A EDUCAÇÃO FÍSICA ATUAL 
E SUAS ABORDAGENS 
PEDAGÓGICAS
Caro aluno,
vimos até a aula passada que a Educação Física no Brasil teve uma história cheia 
de transformações ao longo dos tempos, com influências da área médica, militar, 
pedagógica e esportiva. Após 1985, com o final da ditadura militar, diversas concepções 
e abordagens surgiram na tentativa de romper o modelo mecanicista e tradicional. 
Na década de 80 se iniciou um amplo debate sobre os pressupostos e a especificidade 
da Educação Física, resultando em várias abordagens pedagógicas para a área, como 
a Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Construtivista, Saúde Renovada, Crítico-
superadora, Critíco-emancipatória, entre outras (DARIDO, 2003).
A Educação Física passa então a realizar importantes mudanças em sua estrutura, 
reformulando a matriz curricular, conteúdos desenvolvidos para a área escolar, reflexões 
críticas, que fazem a área romper com o biologicismo reinante (RAMOS; FERREIRA, 
2000), avançando para a ampliação de seus conteúdos e percepção do corpo e do 
movimento, voltando-se então para a compreensão da cultura corporal (BRACHT, 1996). 
“A Educação Física deve preocupar-se com a formação do cidadão que irá usufruir, 
partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física” 
(BETTI, 1992, p.285).
A Psicomotricidade foi o primeiro movimento a se articular, a partir da década de 70, 
como uma abordagem da Educação Física Escolar, onde seus princípios extrapolam 
a ordem biológica e de rendimento corporal, inserindo na prática o conhecimento 
de ordem psicológica (DARIDO, 2001), visando o desenvolvimento integral do aluno, 
estimulando os aspectos motores, cognitivos e afetivos (SOARES, 1996).
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Seu grande difusor foi o francês Jean Le Boulch (1924-2001) que preconizava a 
educação psicomotora através de movimentos espontâneos com o intuito de favorecer 
a imagem do corpo, que seria, segundo ele, o núcleo central da personalidade (LE 
BOULCH, 1986).
A Psicomotricidade busca desenvolver fatores como a noção de corpo, tonicidade, 
equilíbrio, estrutura espaço-temporal, lateralidade, coordenação motora global e 
coordenação fina. Nesta abordagem, a saúde é vista de forma indireta como resultado 
do desenvolvimento dos fatores psicomotores, afetivos e cognitivos (FERREIRA, 2001). 
Esta concepção pedagógica foi divulgada inicialmente em programas de escolas 
voltadas para o atendimento de alunos com deficiência motora e intelectual (DARIDO; 
RANGEL, 2005).
Crianças durante aula de Educação Física
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/acao-ao-ar-livre-area-atividade-296301/
Já o Construtivismo se baseia na abordagem do Sueco Jean Piaget (1896-1980), 
sofrendo influências também da Psicomotricidade, no sentido de valorizar aspectos 
psicológicos, afetivos e cognitivos no desenvolvimento do movimento humano. Dentro 
desta complexidade a construção do conhecimento se dá através da interação sujeito-
mundo (DARIDO, 2001). 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/acao-ao-ar-livre-area-atividade-296301/
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Em complemento, esta abordagem busca proporcionar ao aluno condições para 
que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendo-lhe experiências de 
movimentos adequados às diferentes faixas etárias, cabendo ao professor observar 
sistematicamente o comportamento dos alunos, no sentido de verificar em que fase 
de desenvolvimento motor eles se encontram, localizando os erros e oferecendo 
informações relevantes para o aprimoramento (DARIDO; RANGEL, 2005).
Paulo Freire (1921-1997) foi o responsável pela introdução desta abordagem na 
Educação Física Escolar, tendo seu livro “Educação de Corpo Inteiro”  como obra 
de referência no contexto construtivista. Para o autor, a criança é uma especialista 
no jogo, no brincar e no brinquedo, e possui um conhecimento prévio que deve ser 
respeitado, considerando o erro como um processo para a aprendizagem (FREIRE, 
1991). O tema saúde na abordagem construtivista é, assim como na psicomotricidade, 
compreendido de forma indireta. 
Na abordagem desenvolvimentista a preocupação é com o desenvolvimento das 
habilidades motoras básicas, entre elas as habilidades locomotoras, de manipulação e 
de estabilização. No Brasil, o autor Go Tani é representante desta abordagem e explica 
que a Educação Física deve se preocupar com o crescimento e desenvolvimento 
motor, poispara esta abordagem defende que o movimento é o principal meio e fim 
da Educação Física. Sendo mais biologiscista, a abordagem Desenvolvimentista possui 
um conceito de saúde indireto, se preocupando com a aprendizagem das habilidades 
motoras, pois é através delas que os seres humanos se adaptam aos problemas do 
cotidiano (DARIDO, 2001).
Crianças brincando durante aula de Educação Física
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ativo-movimentado-adulto-atleta-7207104/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/ativo-movimentado-adulto-atleta-7207104/ 
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Se opondo ao mecanicismo da Educação Física escolar, alguns autores elaboram 
uma proposta de mudanças para a área regida pelo marxismo, sendo as abordagens 
críticas, que exigem do professor de Educação Física uma visão da realidade de forma 
mais política, combatendo a alienação dos alunos e defendendo uma postura de 
superação das injustiças sociais, econômicas e políticas. Dentre essas abordagens 
podemos citar a Crítico-superadora e a Crítico-emancipatória (DARIDO, 2001).
Na abordagem Crítico-superadora, representada no livro “Metodologia do Ensino 
da Educação Física”, instiga a reflexão sobre questões de poder, interesse, esforço e 
contestação, analisando que não se deve apenas explicar como ensinar, mas, sobretudo, 
como se adquire conhecimento, respeitando os aspectos socioculturais dos alunos e 
considerando a realidade dos operários (DARIDO, 2001).
Já a abordagem Crítico-emancipatória, proposta pelo auto Elonor Kunz, segue as 
diretrizes da Escola alemã de Frankfurt e busca no ensino através da Educação Física, a 
libertação de falsas ilusões, interesses e desejos criados por uma mídia com interesses 
capitalistas, envolvendo discussões sobre a saúde direcionada mais para as questões 
de justiça social (DARIDO, 2001).
Nessas visões críticas, a Educação Física é entendida como uma disciplina que 
trata do conhecimento denominado cultura corporal, que tem como temas, o jogo, a 
brincadeira, a ginástica, a dança e o esporte, apresentando relações com os principais 
problemas sociais e políticos vivenciados pelos alunos (DARIDO; RANGEL, 2005).
ANOTE ISSO
Na década de 80 se iniciou um amplo debate sobre os pressupostos e a 
especificidade da Educação Física, resultando em várias abordagens pedagógicas 
para a área, como a Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Construtivista, Saúde 
Renovada, Crítico-superadora, Critíco-emancipatória e Parâmetros curriculares 
nacionais. Todas essas abordagens buscaram confrontar à visão tecnicista 
e mecanicista antes predominante na área. O objetivo agora, resumindo as 
abordagens atuais na Educação Física, é incluir todos os alunos no processo 
educacional, com foco no desenvolvimento motor e saúde, levando em 
consideração os aspectos socioculturais.
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A partir da década de 90, ocorre a existência de uma abordagem da Educação 
Física Escolar voltada diretamente para as questões da saúde, não apenas repetindo 
os conceitos da tendência Higienista, mas ampliando a discussão, denominada de 
Saúde Renovada. Essa abordagem é considerada renovada, pois incorporou os preceitos 
positivos do Higienismo, descarta soluções negativas, como o eugenismo e recorre a 
um enfoque mais sociocultural que biológico (DARIDO, 2003).
Os autores Nahas (1989) e Guedes e Guedes (1996) passam a defender a ideia de 
uma Educação Física escolar dentro da perspectiva biológica para explicar as causas e 
fenômenos da saúde, entretanto não se afastam das questões sociais. Começam então 
a discutir o sentido de qualidade de vida e bem-estar, alertando para as preocupações 
com a incidência de distúrbios orgânicos associados ao sedentarismo. 
A prática da atividade física, através da Educação Física Escolar, na infância e 
adolescência pode estimular uma vida saudável na fase adulta. Para tanto, o hábito da 
vida saudável deve ser ensinado na escola, sugerindo a reformulação dos programas, 
agora como um meio de educação e promoção da saúde (GUEDES e GUEDES, 1996). 
Nahas (1989) aponta que o objetivo da Educação Física Escolar é ensinar conceitos 
básicos da relação entre atividade física e saúde, onde inclui todos os alunos nesta 
perspectiva, como sedentários, obesos, portadores de baixa aptidão física e necessidades 
especiais. 
A compreensão de saúde e o entendimento dos benefícios que a atividade física 
produz no organismo são informações que não se resumem apenas à prática 
costumeira dos esportes, mas conceitos que devem ser assimilados e incorporados 
à rotina, produzindo futuros adultos conscientes dos hábitos saudáveis ao longo da 
vida (NAHAS, 1989; GUEDES; GUEDES, 1996).
A compreensão de saúde deve ser reconhecida como a capacidade do indivíduo 
desfrutar a vida com bem-estar e não apenas ausência de doença. Devemos considerar 
que a saúde não é um estado estável e sim mutável, que é construído individualmente 
ao longo da vida, e para isso, a Educação Física escolar é fundamental (GUEDES; 
GUEDES, 1996; NAHAS, 1997).
Na década de 90, o Ministério da Educação e do Desporto, inspirado no modelo 
educacional espanhol, convidou um grupo de pesquisadores de várias áreas do 
conhecimento, entre elas a Educação Física, para a construção dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs). As propostas dos PCNs para Educação Física 
apresentavam avanços, sendo relevantes o princípio da inclusão, as dimensões de 
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conteúdo atitudinais, conceituais e procedimentais, e os temas transversais (DARIDO, 
2001).
Com a reformulação dos PCNs em 1996 é ressaltada a importância da articulação 
da Educação Física entre o aprender a fazer, o saber por que se está fazendo e como 
relacionar-se nesse saber, trazendo as diferentes dimensões dos conteúdos e propondo 
um relacionamento com grandes problemas da sociedade brasileira, sem no entanto, 
perder de vista o seu papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal, devendo 
ser trabalhada de forma interdisciplinar, transdisciplinar e através de temas transversais, 
favorecendo o desenvolvimento da ética, cidadania e autonomia (BRASIL, 1997).
Crianças durante aula de Educação Física
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ativo-movimentado-adoravel-encantador-8613307/
Os PCNs buscam atrelar-se a um conceito de saúde que supere o paradigma biológico 
e informativo. No documento são considerados os diversos enfoques que formam a 
composição do cenário da saúde, incluindo os aspectos sociais, econômicos, culturais, 
afetivos e psicológicos (BRASIL, 1998). O texto introdutório dos PCNs-Saúde apresentou 
o desafio de educar para a saúde, no que se refere a hábitos e atitudes de vida (BRASIL, 
2000). Os PCNs buscam um modelo de compreensão de saúde mais abrangente que 
não excluem as questões biológicas, mas defendem o fenômeno social como fator 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/ativo-movimentado-adoravel-encantador-8613307/ 
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decisivo do entendimento de saúde, sendo a abordagem que mais se aproxima dos 
ideais da saúde coletiva, por abordar e considerar fatores externos, e não somente a 
prática de exercícios, como indicadores de saúde (BRASIL, 2000).
Observando todas as abordagens que estiveram predominantes na Educação Física 
através dos tempos, há de se discutir agora a evolução da formação de professores 
e os cursos de graduação na área. E este será nosso assunto para nossa próxima 
aula. Aguardo você!
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula você viu que nas abordagens pedagógicas na Educação Física a partir 
da década de 80 tinham foco na inclusão e todos os alunos. Neste sentido, a 
reportagem intitulada “A Educação Física mudou para melhor: agora ela é de todos”, 
do site Nova Escola,discute justamente o processo histórico e apresenta a prática 
atual na área, como descreve o professor Marcelo Barro Jabu:
“A partir desse momento, foi feito um grande esforço de criação e sistematização 
de uma proposta metodológica que conseguisse, por assim dizer, democratizar 
o acesso dos alunos, de TODOS os alunos, aos processos de aprendizagem com 
êxito. Foram muitas as mudanças e os avanços construídos pelos educadores 
da área. Com muitos erros e acertos, ajustes e reajustes foi possível constituir 
e aplicar uma proposta metodológica que transformasse a chamada Educação 
Física tradicional em uma nova Educação Física escolar. Diga-se em tempo: o 
que norteou essa busca foi justamente a garantia de acesso à aprendizagem da 
dimensão corporal dos conteúdos da disciplina, ainda que outros aspectos também 
passassem a ter um mesmo grau de importância.”
Gostou deste trecho da reportagem? Então, confira na íntegra!
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/767/a-educacao-fisica-mudou-para-melhor-agora-ela-e-de-todos 
https://novaescola.org.br/conteudo/767/a-educacao-fisica-mudou-para-melhor-agora-ela-e-de-todos
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AULA 10
FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO 
FÍSICA NO BRASIL: 
CONSTRUÇÃO E EVOLUÇÃO 
DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO.
Querido aluno,
nas últimas aulas nós conversamos a respeito das abordagens e tendências 
pedagógicas dentro da Educação Física no Brasil. Você percebeu o quanto a área foi 
dinâmica em relação às mudanças de pensamento e direcionamento?
Você deve estar se perguntando: “E a graduação em Educação Física? Como foram 
as mudanças na formação dos professores ao longo de todos esses anos?”
Pois bem. Nesta aula discutiremos justamente a construção e evolução dos cursos 
de graduação em Educação Física no Brasil. É importante pensarmos que no mundo 
contemporâneo, as exigências de mercado influenciam diretamente as reformas e 
mudanças no sistema educacional, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento 
da sociedade em seus diversos domínios e adaptar-se à concepção de ser humano 
que se busca construir. 
A formação de professores não pode considerar-se um domínio 
autônomo de conhecimento e decisão, muito pelo contrário, é um 
domínio profundamente determinado pelos conceitos de escola, 
ensino e currículo, prevalecentes em cada época (GÓMEZ, 1992~, 
p.95). 
A história dos cursos em Educação Física no Brasil inicia-se com a criação do 
primeiro curso provisório de Educação Física do Exército em 1910, onde participavam 
a área militar, tendo como professores médicos e ex-atletas, sendo uma duração de 
cinco meses (FIGUEIREDO, 2005). 
Os primeiros cursos civis foram criados em São Paulo em 1934, incorporada a 
Universidade de São Paulo (USP) tempos depois, e no Rio de Janeiro em 1939, na 
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Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (FIGUEIREDO, 
2005). 
O curso da Universidade do Brasil foi criado pelo decreto de lei 1212 de 17 de abril 
de 1939, que tinha como objetivo ser a escola padrão na formação de Educação Física 
no Brasil, apesar de naquela ocasião já existissem outras escolas de formação na área 
pelo país. Esta outorgava diferentes títulos com diferentes durações (FIGUEIREDO, 
2005): 
• Licenciado – 2 anos.
• Normalista especializado em Educação Física – 1 ano.
• Técnico desportivo – 1 ano.
• Treinador e Massagista desportivo – 1 ano.
• Médico especializado em Educação Física e desporto - 1 ano.
Diploma de Educação Física da Universidade do Brasil, atual UFRJ, de 1951
Fonte: https://www.capadocialeiloes.com.br/peca.asp?ID=1316804
https://www.capadocialeiloes.com.br/peca.asp?ID=1316804 
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ANOTE ISSO
É importante refletirmos que na sociedade contemporânea são as exigências 
do mercado de trabalho que influenciam nas reformas e mudanças no sistema 
educacional, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento da sociedade em 
seus diversos domínios e adaptar-se à concepção de ser humano que se busca 
construir. Assim, não se pode considerar a formação de professores como um 
domínio autônomo de conhecimento e decisão, mas sim, como um domínio 
profundamente determinado pelos conceitos de escola, ensino e currículo, 
prevalecentes em cada época.
No ano de 1969 o currículo de formação em Educação Física ganha o status de 
nível superior após a resolução CFE de nº 69/69 que aumentou a carga horária para 
um mínimo de três anos e 1800 horas, levando título de Licenciatura Plena e uma 
possível complementação de duas disciplinas para a obtenção do título de Técnico 
desportivo (TOJAL, 2005).
Houve então uma preocupação com a formação educacional com o aumento 
das disciplinas da área, com a inserção de disciplinas obrigatórias, subdivididas 
em “básicas” e “profissionais”, compondo um modelo chamado de “currículo mínimo” 
em todos os cursos do Brasil. As disciplinas eram as seguintes (TOJAL, 2005):
• Básicas: Biologia, Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia, Biometria e Higiene.
• Profissionais: Socorros Urgentes, Ginástica, Rítmica, Natação, Atletismo, 
Recreação e as matérias pedagógicas de acordo com o parecer nº 672/69 
(Psicologia da educação, Didática, Prática de Ensino através de Estágios 
Supervisionados e Estrutura de Ensino de 1º e 2º grau).
Muitas críticas foram feitas ao currículo mínimo por levar em consideração as 
diferenças regionais onde os cursos estavam inseridos. Outro problema o fato de algumas 
instituições não adicionarem em seus currículos nenhuma disciplina complementar, 
ficando o currículo mínimo como currículo pleno. Com essas questões levantadas e 
o aumento da área de atuação do profissional no mercado de trabalho, uma terceira 
proposta curricular foi aprovada em 16 de Outubro de 1987 (TOJAL, 2005).
Feita através da Resolução nº 03/87, esta proposta decretava o fim do currículo 
mínimo, substituindo-o por áreas de conhecimento, conteúdo identificador da área e 
conteúdo de natureza técnico-científica, com a ampliação da carga horária mínima para 
2880 horas e tempo mínimo de integralização de quatro anos. Foi criada também a 
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titulação de Bacharel em Educação Física visando atender exclusivamente o mercado 
não escolar que estava em crescente expansão na década de 80, principalmente por 
conta da ginástica de academia (TOJAL, 2005).
Apesar de constar na resolução nº 03/87 como possibilidade de titulação, o 
Bacharelado em Educação Física foi oferecido por poucas instituições no Brasil, pois 
a Licenciatura Plena, além de permitir a atuação na área escolar, também o fazia em 
relação ao outros espaços, tirando o sentido de existência do Bacharelado naquele 
momento (NOZAKI, 2004).
Em adição, nas matrizes curriculares do Bacharelado e da Licenciatura Plena, não 
se percebia uma diferenciação na formação, o que aumentou o desinteresse das 
instituições de ensino em oferecer uma modalidade de formação que possibilitava 
menos campos de atuação ao egresso (NOZAKI, 2004). 
Entretanto, após as discussões da década de 90 e pelas exigências do modelo 
socioeconômico vigente, o Ministério da Educação resolveu novamente reformular os 
currículos dos cursos de Licenciatura, o que acontece em 2002 com as Resoluções 
CNE\CES 01 e 02 de 2002. Os pontos principais que estes documentos abordavam 
dizem respeito ao aumento da carga horária de estágio que passou a ter 400 horas, 
além de mais 400 horas de Práticas Curriculares, totalizando a carga horária mínima 
de 2800 horas e tempo de integralização mínimo de três anos(BRASIL, 2002). 
Havia a possibilidade, inclusive, do aluno cursar três anos de Bacharelado e mais 
um de complementação com disciplinas pedagógicas para a obtenção do título de 
Licenciado. Ou seja, tornandoa Licenciatura em apenas um apêndice do Bacharelado. 
Essa característica, apesar de ter sido a formatação curricular dominante no Brasil 
nas diversas áreas que possuíam Licenciatura e Bacharelado, quase não foi utilizada 
nos cursos de Educação Física do país (BRASIL, 2002).
Diante dessa nova organização curricular para a formação de professores, diversas 
comissões foram criadas para determinar os diferentes conteúdos dos cursos de 
Licenciatura e Bacharelado para a delimitação das diversas áreas de atuação. Foi 
criada uma comissão de especialistas com professores universitários de Educação 
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Física de diversas regiões do país para que se encaminhasse ao Conselho Nacional 
de Educação uma proposta de formação (TOJAL, 2005).
Alunos em comemoração na colação de grau
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/academia-aluno-alunos-amigos-267885/
Alguns defendiam a proposta da manutenção da divisão entre Licenciatura e 
Bacharelado com currículos voltados para a consolidação de competências diferentes 
para campos de atuação distintos: a área escolar para a Licenciatura e o não escolar 
para o Bacharelado (KUNZ, 1998).
Entretanto, este modelo tem como críticas principais o fato de que um único curso 
de bacharelado também poderia não dar conta de atender ao mercado de trabalho 
em constante expansão, além de desconsiderar o principio da atuação da Educação 
Física que é a prática docente (KUNZ, 1998).
Em contrapartida, outra proposta defendia a criação de uma “Licenciatura ampliada” 
que garantisse todo o conhecimento da Educação Física, independente do campo de 
atuação. A grande crítica a esta proposta foi justamente o fato de que o aumento 
de disciplinas que atendessem a área não escolar acabaria por descaracterizar a 
Licenciatura não possibilitando a formação das competências para a atuação na 
escola (KUNZ, 1998). Depois de muitas discussões prevaleceu a primeira proposta 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/academia-aluno-alunos-amigos-267885/ 
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materializada no Parecer CNE/CES 58/2004 e homologada pela Resolução CNE/CES 
nº 07/2004.
Esse documento veio a substituir a antiga Resolução 03/87 da educação física, 
sendo a principal balizadora da formação profissional da graduação em Educação 
Física no Brasil (TAFFAREL, 2005). Em 2018, através da Resolução do CNE/CES, de nº 
06 de dezembro, foi instituída nova atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais 
dos cursos de Educação Física, fixando prazo de dois anos para a implantação nas 
universidades em todo o país. Por conta dos prejuízos relacionados à pandemia da 
COVID-19, foi adicionado o prazo em mais um ano. 
A partir desta atualização instituiu-se no curso uma Etapa Comum e outra Específica 
para a formação nos cursos de Licenciatura e Bacharelado. Nos quatro primeiros 
semestres, não há distinção entre Bacharelado e Licenciatura, sendo designado apenas 
de graduação em Educação Física, compondo o núcleo comum de estudos de formação 
geral e identificador da área, com carga horária total de 1600 horas (CONFEF, 2019). 
A partir de então, o aluno decide se cursará a etapa específica do Bacharelado ou da 
Licenciatura em Educação Física, na qual o graduando terá acesso aos conhecimentos 
específicos de cada vertente, totalizando 1600 horas em quatro semestres para cada 
uma (CONFEF, 2019). 
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais definem que para cada formação 
será obtido um diploma específico. Ainda de acordo com a Resolução nº 06/18, 
não há aproveitamento de nenhuma disciplina da etapa Específica, impedindo 
abreviamentos e/ou atalhos. O estágio supervisionado agora conta com carga 
horária de 640 horas para os cursos de Licenciatura e bacharelado (CONFEF, 
2019). O Conselho Federal de Educação Física (2019) apontou que o intuito desta 
atualização nos currículos é pela permanente e necessária qualidade do exercício 
profissional em Educação Física, condição indissociável da formação superior em 
nível de graduação. 
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E por mencionar a questão de qualidade na área, outro fato histórico que é considerado 
uma grande conquista para a Educação Física é a Regulamentação da profissão. E 
este será o assunto para a próxima aula. Espero você!
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula você viu os aspectos importantes da evolução da graduação em 
Educação Física, o que resultou nos cursos de Bacharelado e Licenciatura que 
temos atualmente. A reportagem do site globo.com, intitulada “Maioria dos diplomas 
em educação física são da licenciatura, mas procura pelo bacharelado tem crescido 
mais”, dá um panorama da área a partir do Censo da Educação Superior de 2015. 
“Tradicionalmente, a formação da educação física se deu principalmente pela 
licenciatura. A ascensão do bacharelado foi maior na última década, nos últimos 15 
anos, após as últimas diretrizes de 2004. Entre os cursos mais antigos, tradicionais, 
a maioria das instituições tinha licenciatura e algumas abriram bacharelado. Outras 
ficaram só com licenciatura. Essa expansão [dos cursos de bacharelado] se dá 
principalmente pelas faculdades privadas. Elas acompanham mais a demanda 
do mercado, de forma mais rápida. O interesse do mercado prevalece bem mais», 
aponta o professor Roberto Pereira Furtado, da Universidade Federal de Goiás 
(UFG).
Confira a reportagem na íntegra!
Fonte:https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-
bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml
https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml 
https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/maioria-dos-diplomas-em-educacao-fisica-sao-da-licenciatura-mas-procura-pelo-bacharelado-tem-crescido-mais-veja-o-raio-x.ghtml 
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AULA 11
A REGULAMENTAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
Querido aluno,
a regulamentação da profissão em Educação Física foi um marco extrema importância 
para maior valorização e crescimento da área, pois garantiu por lei, a exclusividade de 
atuação aos profissionais graduados, o que não acontecia anteriormente. Apesar da 
regulamentação ter se concretizado em 1º de Setembro de 1998, os movimentos em 
prol deste objetivos iniciaram no final da década de 40 (NETTO; GENARI; GOBBI, 2019). 
Podemos dividir a história da regulamentação da profissão de Educação Física no 
Brasil em três fases:
• A primeira relacionada aos profissionais que manifestavam ou escreviam a 
respeito desta necessidade da regulamentação, porém sem desenvolver ação 
nesse sentido.
• A segunda na década de 80 quando tramitou o projeto de lei relativo à 
regulamentação sendo vetado pelo Presidente da República, José Sarney.
• A terceira, vinculada ao processo de regulamentação aprovado pelo Congresso 
e promulgado pelo Presidente da República Fernando Henrique Cardoso em 1º 
de setembro de 1998 (CONFEF, s/d).
Todo o processo da regulamentação da profissão de Educação Física se deve a 
iniciativa das Associações dos Professores de Educação Física (APEF´s), localizadas 
no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, que juntas fundaram a Federação 
Brasileira das Associações de Professores de Educação Física (FBAPEF) em 1946 
(STEINHILBER, 1998).
As APEFs promoveram diversos Congressos com o objetivo era discutir os rumos 
da disciplina e da profissão, apontando a necessidade de consolidar e conquistar a 
regulamentação, recebendo aprovação em todos os estados. Um exemplo desses 
eventos foi o III Encontro de Professores de Educação Física, organizadopela APEF 
da Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro, em 1972, apresentando uma proposta de 
criação dos Conselhos Regionais e Federal de Educação Física (CONFEF, s/d).
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Contudo, somente na década de 80 que são efetivamente identificadas as ações 
para a apresentação do projeto de regulamentação da profissão ao poder legislativo.
Em 22 de novembro de 1983, na reunião entre os diretores, professores e estudantes 
de Escolas de Educação Física, realizada em Brasília-DF, cujo propósito foi discutir 
sobre a problemática da atuação profissional em Educação Física, visando a criação de 
um órgão orientador, disciplinador e fiscalizador do exercício profissional, coordenada 
pelo Prof. Benno Becker, membro da Comissão de Pesquisa em Educação Física e 
Desportos do MEC, apresentou um projeto elaborado, tendo como base os projetos 
de conselho regionais e federais da psicologia e medicina. Após discussão e debate, 
o projeto de lei foi aperfeiçoado (CONFEF, 1983). 
Chegaram ao acordo de que a proposta seria de criação de Conselho dos Profissionais 
de Educação Física, alertando a todos os presentes a respeito da tramitação que o 
projeto teria na Câmara dos Deputados e da necessidade de cada um mobilizar os 
representantes políticos de cada estado, para a defesa e o acompanhamento do projeto. 
Assim, os Professores Benno Becker e Antônio Amorim foram designados para o 
encaminhamento do projeto de lei ao poder legislativo (CONFEF, 1983).
Do ano de 1984 em diante, as ações concretas foram iniciadas de fato para a 
regulamentação da profissão. No II Congresso de Esporte Para todos (EPT), na cidade 
de Belo Horizonte, em julho de 1984, o Prof. Dr. Inezil Penna Marinho propõe que 
seja modificado o nome designatório da atividade profissional para “Cineantropólogo”, 
“Antropocinesiólogo”, Kinesiólogo” ou “Antropocineólogo”. No entanto, não houve 
concordância para a mudança do termo (NETTO; GENARI; GOBBI, 2019). 
Culturalmente e tradicionalmente, a designação do profissional nas intervenções 
na área dos exercícios físicos e desportivos, é Professor de Educação Física. A partir 
disso, surgiu a proposta, aceita posteriormente, de designarmos o interventor como 
“Profissional de Educação Física”. Desta forma, passou-se a defender a regulamentação 
do Profissional de Educação Física (NETTO; GENARI; GOBBI, 2019).
Paralelamente, em 1984 foi apresentado o Projeto de Lei 4559/84, pelo Deputado 
Federal Darcy Pozza à Câmara dos Deputados, que dispunha sobre o Conselho Federal 
e os Regionais dos Profissionais de Educação Física, Desporto e Recreação, sendo 
oficialmente o primeiro projeto de regulamentação da profissão (CONFEF, s/d).
O PL 4559/84 foi aprovado pelo Congresso Nacional, em dezembro de 1989, sendo 
vetado pelo, então, Presidente da República, José Sarney. Isso ocorreu no início do ano 
de 1990, baseando-se em parecer emitido pelo Ministério do Trabalho (CONFEF, s/d).
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No começo do ano de 1994, alguns grupos de estudantes de Educação Física, 
preocupados com o crescente aumento de pessoas sem formação atuando no mercado 
emergente, como em academias, clubes, condomínios, entre outros, procuraram a 
APEF do Rio de Janeiro (NETTO, GENARI e GOBBI, 2019).
A APEF então reafirmou a posição de que para impedir tal ilegalidade, fazia-se 
necessário um instrumento jurídico que determinasse serem os graduados em Educação 
Física, os profissionais responsáveis pela dinamização das atividades físicas (NETTO; 
GENARI; GOBBI, 2019).
Dessa forma, era requerida para regulamentar a profissão, um novo movimento e 
mobilização da categoria, junto com a adesão de algum político para apresentar o 
projeto de lei e encarar o desgaste que representaria todo o tramite na Câmara de 
Deputados e no Senado Federal (CONFEF, s/d).
Em prol da regulamentação, os Professores Jorge Steinhilber, Sergio Kudsi Sartori, 
Walfrido Jose Amaral e Ernani Contursi, decidem lançar um Movimento em Prol da 
Regulamentação. Assim, em Janeiro de 1995, durante o congresso da Federação 
Internacional de Educação Física (FIEP) em Foz do Iguaçu, o “Movimento pela 
regulamentação do Profissional de Educação Física” foi lançado na abertura do evento, 
dando posse solene dos membros conselheiros do 1º Conselho de Educação Física 
(STEINHILBER, 1998).
A partir disso, várias ações foram iniciadas para a difusão do movimento, como 
por exemplo, o envio de correspondência às direções das Instituições de Ensino 
Superior de Educação Física, informando a respeito da importância e necessidade de 
regulamentarmos a profissão, apresentação do movimento e abertura de possibilidade da 
adesão ao mesmo, solicitando que a questão fosse amplamente divulgada, promovendo 
discussões e debates junto aos docentes e discentes (STEINHILBER, 1998). 
Arte do movimento “Regulamentação Já”
Fonte: https://www.confef.org.br/imagens/regulamentacao.ja.gif
https://www.confef.org.br/imagens/regulamentacao.ja.gif
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A apresentação formal do projeto de lei relativo à regulamentação da profissão na 
Câmara dos Deputados foi feita pelo então Deputado Federal Eduardo Mascarenhas, 
através da PL de nº 330/95. Neste mesmo ano, 1995, o projeto foi analisado pela 
Comissão de Educação, Cultura e Desporto, consultando instituições de ensino, órgãos 
públicos relacionados com a área e notórios profissionais de Educação Física, sendo 
todos favoráveis à regulamentação (CONFEF, s/d).
No início do ano de 1996, o projeto foi para na Comissão de Trabalho, Administração 
e Serviço Público, onde teve o Deputado Federal Paulo Paim como relator. Após longas 
discussões, ajustes e substituições do projeto de lei, naquele ano não houve tempo 
hábil para ser apreciado na Comissão, devido ao recesso de final de ano (CONFEF, s/d).
Em 1997, foi moroso o trâmite, com troca de relator e entraves por conta de dúvidas 
por parte do Ministério do Trabalho. Assim, foi levado o projeto junto ao Secretário 
Executivo do Ministério do Trabalho, onde foram tiradas as dúvidas do Ministério, que 
por fim, deu “sinal verde” para o projeto ser incluído na pauta da Comissão (CONFEF, 
s/d).
Em 22 de outubro de 1997, o Projeto é aprovado por unanimidade em reunião 
ordinária e remetido para a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, sendo 
analisado até o dia 09 de junho de 1998, quando é considerado constitucional e 
aprovado por unanimidade (CONFEF, s/d).
Na sessão plenária de 30 de junho de 1998 da Câmara dos Deputados, o projeto 
de lei 330/95 é debatido, apreciado e aprovado com parecer favorável de todos os 
oradores. A partir de primeiro de julho de 1998, o projeto de lei passa a ser analisado 
e apreciado então, pelo Senado Federal (NETTO; GENARI; GOBBI, 2019).
No dia seguinte, 13 de agosto de 1998, o projeto foi incluído na ordem do dia do 
Senado, e após algumas manifestações dos parlamentares, o texto foi aprovado por 
unanimidade e encaminhado à sanção presidencial (NETTO; GENARI; GOBBI, 2019).
Em 1º de Setembro de 1998, o Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, 
sanciona a lei 9696/98, publicada no Diário Oficial da União em 02/09/98 (CONFEF, s/d).
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Diário oficial da União do dia 02 de setembro de 1998, com a lei 9696/98
Fonte: https://www.confef.org.br/imagens/DO_G.jpg
A regulamentação foi ponto crucial para a defesa do Profissional de Educação 
Física, tendo a ideia principal de limitar quem poderia ou não atuar na área, afirmando 
que apenas podem operar os profissionais registrados nos Conselhos Regionais 
de Educação Física, colocando o critério de ingresso no exercício profissional sob 
fiscalização e decisão do Conselho (NETTO; GENARI; GOBBI, 2019).
A regulamentaçãoda profissão também foi importante para a sociedade porque 
protege os usuários das atividades físicas, pois a partir de 1998, ele saberia que 
necessariamente uma pessoa regulamentada estaria promovendo aquela atividade 
(REPPORT FILHO, 2003).
É importante destacar que apenas são inscritos nos quadros dos Conselhos Regionais 
de Educação Física os profissionais possuidores de diploma obtidos em cursos de 
Educação Física, oficialmente autorizado ou reconhecido. O inciso III, art. 2º da Lei 
também possibilitou as pessoas sem graduação que já exerciam atividades próprias 
dos Profissionais de Educação Física, antes da promulgação, recebessem do Conselho 
https://www.confef.org.br/imagens/DO_G.jpg
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Federal de Educação Física (CONFEF) uma autorização com algumas particularidades, 
para trabalhar especificamente com aquilo que já faziam anteriormente (CONFEF, s/d). 
Esta emenda possibilitou a transição de um estado jurídico para outro, respeitando 
o direito adquirido, instituto constitucionalmente assegurado, e também, promoveu 
uma adaptação daqueles que exerciam a atividade sem nenhum tipo de conhecimento 
formal sobre o assunto. Estes registros são denominados de provisionados (CONFEF, 
s/d). 
Além de regulamentar a profissão, através da lei 9696/98, também foram criados 
CONFEF e Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs), sistema regulador, 
regulamentador, orientador e fiscalizador da atuação profissional. E na próxima aula 
falaremos sobre como funciona o sistema CONFEF/CREFs, apontando a devida 
importância para a solidez da profissão. Aguardo você!
ANOTE ISSO
As discussões pela regulamentação da profissão em Educação Física tiveram 
início na década de 40, com movimentos de professores por todo o país. A 
primeira tentativa de regulamentação foi vetada em 1989 pelo Presidente José 
Sarney. As discussões foram retomadas em 1994 com movimentos estudantis e 
discussões com as associações de professores. Um novo projeto de lei foi então 
apresentado em 1995 e discutido por longos anos, até ser sancionado em 1º de 
Setembro de 1998, pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. 
A regulamentação trouxe para a profissão maior solidez, garantindo o direito dos 
graduados e protegendo a saúde dos praticantes de exercícios físicos.
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula você viu o longo caminho que foi percorrido na luta pela regulamentação 
do Profissional de Educação Física, protegendo o direito dos graduados e 
garantindo maior segurança a sociedade. 
Sobre este assunto, o CONFEF fez um vídeo institucional falando de todo o 
processo que discutimos aqui, junto a outras informações importantes a você aluno 
de Educação Física.
Confira então, a íntegra deste vídeo institucional!
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=j6h7mbw00Z8 
https://www.youtube.com/watch?v=j6h7mbw00Z8
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Para finalizarmos esta aula, eu trouxe algumas curiosidades a respeito da nossa 
área. Você sabe qual é o Dia Nacional do Profissional de Educação Física? Você 
sabe qual é o símbolo da Educação Física?
O Dia Nacional do Profissional de Educação Física é o 1º de Setembro, fazendo 
alusão a lei regulamentou a profissão no Brasil. O reconhecimento desta data foi 
instituído em 18 de agosto de 2006, através da Lei Federal 11.342, sancionada 
pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ratificando o reconhecimento social da 
profissão. 
Já o símbolo oficial da Educação Física é o Discóbolo de Mirón, que foi escolhido 
reunião plenária do CONFEF em 2002, por representar a força e o dinamismo 
característico dessa profissão. O conceito vem da representação ideal de um 
atleta, captando a natureza do movimento como se tratasse de uma fotografia 
instantânea.
Discóbolo de Mirón, símbolo oficial da Educação Física
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0a/Disc%C3%B3bolo_Lancellotti_01.JPG/250px-Disc%C3%B3bolo_Lancellotti_01.JPG
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0a/Disc%C3%B3bolo_Lancellotti_01.JPG/250px-Disc%C3%B3bolo_Lancellotti_01.JPG
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AULA 12
CONSELHO FEDERAL 
DE EDUCAÇÃO FÍSICA E 
CONSELHOS REGIONAIS
12.1 Conselho Federal de Educação Física (CONFEF).
Olá aluno,
na aula anterior, você observou que a lei 9696/98, além de regulamentar a profissão, 
através de seu artigo 4º, também criou o CONFEF, órgão regulador, regulamentador, 
orientador e fiscalizador da atuação profissional. A criação deste foi de extrema 
importância para solidez da profissão, pois a partir de 1º de setembro de 1998 ficou 
instituído que apenas profissional devidamente registrado no Conselho da classe, está 
habilitados para a atuação, protegendo, acima de tudo, a sociedade. 
A intenção de se criar uma Ordem ou um Conselho ocorreu durante a década 
de 50, onde os professores Inezil Penna Marinho, Jacinto Targa e Manoel Monteiro 
apresentaram esta ideia e defendiam sua importância, fazendo paralelo sempre com 
as demais profissões regulamentadas, citando como exemplo a Ordem dos Advogados 
ou o Conselho dos Médicos (CONFEF, s/d).
Como você acompanhou na última aula, após a longa trajetória pela regulamentação 
e criação do Conselho de Educação Física, em 08 de novembro de 1998, na cidade do 
Rio de Janeiro, a Federação Brasileira das Associações de Profissionais de Educação 
Física (FBAPEF) elegeu os primeiros membros do Conselho Federal de Educação Física 
(CONFEF), eleitos pelas Associações de Professores de Educação Física (APEFs) e 
Instituições de Ensino Superior em Educação Física (CONFEF, s/d).
Na ocasião, o Professor Jorge Steinhilber, então presidente do Movimento Nacional 
pela Regulamentação do Profissional de Educação Física, apresentou a chapa dos 
Conselheiros, sendo aprovada por todos os presentes (CONFEF, s/d).
A posse solene dos primeiros membros do CONFEF foi realizada no dia 10 de janeiro 
de 1999, na abertura do 14º Congresso Internacional de Educação Física da FIEP, em 
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Foz do Iguaçu-PR, como agradecimento ao apoio da Federação ao Movimento da 
Regulamentação, presenciado por cerca de 1.500 congressistas (CONFEF, s/d).
Desde então, o CONFEF é caracterizado como pessoa jurídica de direito público interno 
sem fins lucrativos, com sede e Foro na cidade do Rio de Janeiro/RJ e abrangência 
em todo o Território Nacional, tendo autonomia administrativa, financeira e patrimonial 
(CONFEF, 2010).
O CONFEF hoje é composto de 28 Conselheiros, dos quais 20 são efetivos e oito 
são suplentes, com mandato de quatro anos, eleitos pelo Presidente de cada Conselho 
Regional de Educação Física (CREF) e pelo último ex-Presidente que tenha cumprido 
integralmente o mandato (CONFEF, 2010).
“A missão do Sistema CONFEF/CREFs é garantir à sociedade que o direito 
constitucional de ser atendida na área de atividades físicas e esportivas seja exercido 
por profissionais de Educação Física” (CONFEF, 2010).
Os valores pregados pelo CONFEF são a Tradição, Legitimidade, Comprometimento, 
Cooperação, Tolerância, Democracia, o Saber profissional, Responsabilidade social e 
a Solidariedade. 
O Conselho tem poder delegado pela União para normatizar, orientar, disciplinar 
e fiscalizar o exercício das atividades próprias dos Profissionais de Educação Física 
e das pessoas jurídicas (academias, estúdios etc), cuja finalidade seja a prestação 
de serviços nas áreas das atividades físicas e desportivas, em prol da sociedade 
(CONFEF, 2010). 
Cumprindo com suas atribuições, compete ao CONFEF exercer a função normativa 
superior, baixando os atos necessários à interpretação e execução de suas normativas, 
assim como a disciplina e fiscalização do exercício profissional.Cabe ao CONFEF também zelar pela dignidade, independência, prerrogativas 
e valorização da Profissão de Educação Física e de seus Profissionais, fazendo 
levantamentos, estudos e análises, visando à reciclagem e atualização na área, bem 
como incentivar o aprimoramento técnico, científico e cultural dos Profissionais de 
Educação Física (CONFEF, 2010).
Em complemento, o CONFEF normatiza os documentos da profissão, como por 
exemplo, o código de ética, documento de intervenção do profissional, carta brasileira 
de Educação Física. O mesmo se comunica com a sociedade e com os profissionais 
através de notas e manifestos, se posicionando referente aos diversos assuntos que 
influenciam direta e indiretamente na área (CONFEF, 2000; CONFEF, 2002; CONFEF, 2015).
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Assim, todo profissional deve exercer sua atividade dentro das normas instituídas 
pelo CONFEF, defendendo dessa forma, a sociedade no seu direito de ser atendida 
por profissionais de Educação Física e com qualidade nos serviços oferecidos. 
A regulamentação se fez neste sentido, para que exercícios físicos não sejam 
ministrados por quem não tem conhecimento técnico, científico, pedagógico e 
compromisso ético, como nas demais profissões da área de saúde. Aquele que não 
tem formação e atua como falso profissional de Educação Física, oferece um sério 
risco à saúde do praticante, além de ser uma Contravenção Penal, sendo caracterizado 
como exercício ilegal da profissão, podendo ser julgado nas esferas criminais e civis 
(CONFEF, s/d).
Para garantir estes direitos da sociedade, existe a necessidade de um acompanhamento 
mais próximo nos locais de pratica de exercícios físicos para garantir a aplicação das 
normativas, assim como a necessidade de suporte para os Profissionais de Educação 
Física. No Brasil, por tamanha extensão territorial e quantidade de profissionais, seria 
difícil tal acompanhamento. Para termo a ideia da quantidade de Profissionais por 
todo Brasil, em agosto de 2021, quase 550 mil (548.183) profissionais constavam 
como ativos no cadastro CONFEF. 
Por conta deste aspecto de aproximação aos Profissionais, em 1999 foi iniciada 
a criação dos primeiros seis Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs) para 
garantir as atribuições de regular, orientar e fiscalizar as atividades ligadas à área, 
cabendo a eles inclusive, a realização dos registros dos profissionais. 
12.2 Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs)
Por conta da extensão territorial do Brasil, para garantir as atribuições do CONFEF, 
em 1999 ao alcançar a marca de 20 mil profissionais registrados, foram criados os 
primeiros 6 Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs) (CONFEF/sd). 
Em 2020, contamos com 21 Conselhos Regionais espalhados pelo país, sendo: 
CREF1/RJ-ES; CREF2/RS; CREF3/SC; CREF4/SP; CREF5/CE; CREF6/MG; CREF7/DF; 
CREF8/AM-AC-RO-RR; CREF9/PR; CREF10/PB; CREF11/MS; CREF12/PE; CREF13/
BA; CREF14/GO-TO; CREF15/PI; CREF16/RN; CREF17/MT; CREF18/PA-AP; CREF19/
AL; CREF20/SE; CREF21/MA.
Os CREFs foram instalados, estruturados e orientados por ato específico do CONFEF 
e segundo o critério da divisão do país em regiões que, em função do número de 
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Profissionais registrados, tem assegurado à autonomia administrativa e financeira 
(CONFEF, 2010). 
A inscrição no CONFEF é feita através do registro nos Conselhos Regionais de 
Educação Física (CREFs), precisando atender aos seguintes critérios: 
• Possuir diploma obtido em curso de Educação Física, oficialmente reconhecido 
pelo Ministério da Educação.
• Possuir de diploma em Educação Física expedido por instituição de ensino 
superior estrangeira, convalidado na forma da legislação em vigor.
• Ter comprovação de que, até dia 01 de setembro de 1998, tenha exercido atividades 
próprias dos Profissionais de Educação Física, nos termos estabelecidos em 
Resolução pelo CONFEF (CONFEF, 2010).
Destaca-se que todo Profissional poderá solicitar a qualquer momento a baixa do 
registro ou o cancelamento dos quadros dos CREFs, mediante requerimento.
Inclusive academias, estúdios, clubes desportivos, entre outros, na forma de pessoas 
jurídicas, obrigatoriamente precisam registrar-se no CREF em cuja área de abrangência 
territorial esteja incluída, que lhes fornecerá a certificação oficial. O registro dos centros 
de oferta das atividades próprias da Educação Física garantem parametrizações em 
prol da qualidade e segurança, junto à facilitação da fiscalização do exercício legal 
da profissão (CONFEF, 2010). 
Cada regional tem sede e Foro na Capital de um dos Estados da Federação ou no 
Distrito Federal, exercendo em sua respectiva área de abrangência, as competências, 
vedações e funções atribuídas ao CONFEF, seguindo as normas estabelecidas na Lei 
nº. 9.696, de 01 de setembro de 1998. É importante destacar que, como você percebeu 
acima, alguns CREFs abrangem mais de um estado, visto a quantidade de profissionais 
registrados, como é o caso do CREF1/RJ-ES, CREF8/AM-AC-RO-RR, CREF14/GO-TO 
e CREF18/PA-AP (CONFEF, 2010). 
Os CREFs são compostos de 28 Conselheiros, dos quais 20 são Efetivos e oito 
Suplentes, com mandato de seis anos. A Diretoria dos CREFs é o órgão que exerce as 
funções administrativas e executivas, para mandato de três anos, sendo constituída 
pelo Presidente, 1º Vice-Presidente, 2º Vice-Presidente, 1º Secretário, 2º Secretário, 
1º Tesoureiro e 2º Tesoureiro (CONFEF, 2010). 
Os Membros dos CREFs são eleitos pelo sistema de eleição direta, através de voto 
facultativo pessoal e secreto dos Profissionais de Educação Física registrados nos 
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respectivos CREFs, em pleno gozo de seus direitos estatutários e com mais de um 
ano de registro ininterrupto, sendo realizado a cada três anos (CONFEF, 2010). 
Dentre as atribuições dos Conselhos Regionais, assim como consta no Estatuto 
do CONFEF (2010), podemos destacar: 
• Registrar e habilitar ao exercício da Profissão.
• Registrar as Pessoas Jurídicas que prestam ou ofereçam serviços nas áreas 
das atividades físicas, desportivas e similares.
• Expedir Cédula de Identidade Profissional para os Profissionais e Certificado de 
Registro de Funcionamento para as Pessoas Jurídicas e entidades que ofereçam 
ou prestem serviços nas áreas das atividades físicas, desportivas e similares.
Campanha publicitária do CONFEF sobre a Cédula de Identidade Profissional
Fonte: https://www.confef.org.br/
Quanto à fiscalização da atuação profissional e dos locais de oferta de atividades 
ligadas à Educação Física, o mesmo estatuto dispõe: 
• Fiscalizar o exercício profissional e os serviços ofertados na área de sua 
abrangência, representando, inclusive, às autoridades e Órgãos competentes, 
sobre os fatos que apurar e cuja solução ou repressão não sejam de sua alçada.
É importante destacar que, todos os profissionais, além de graduados em Educação 
Física, devem estar registrados no CREF da região em que atua para estar habilitado à 
atuação prática. Caso um profissional mude de endereço para uma área de abrangência 
diferente daquela em que se encontra registrado, o mesmo precisa solicitar a transferência, 
pois o documento de Identidade do Profissional de Educação Física tem validade regional, 
segundo a normatização prevista na Resolução CONFEF nº 076/2004. 
https://www.confef.org.br/
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Um recurso extremamente importante para que seja assegurado o direto da 
sociedade em ser atendido por um profissional graduado e registrado, é a área de 
busca no site do CONFEF, onde qualquer pessoa consegue pesquisar pelo nome, se 
quem está realizando o entendimento nas áreas pertinentes à Educação Física, é de 
fatoum Profissional. 
Acessando www.confef.org.br, no canto superior direito do site, consta a busca 
por registrados. Digitando o nome que se deseja, o sistema apresentará todos os 
registrados e sua respectiva região de cadastro no CREF, como demonstrado no 
exemplo abaixo. 
Descrição: Busca por Profissionais de Educação Física registrados no Sistema CONFEF/CREFs
Fonte: https://www.confef.org.br/confef/busca/
Realizando a busca e não identificando o registro de determinada pessoa que esteja 
exercendo a profissão, deve-se formalizar denúncia de exercício ilegal da profissão 
através site do CREF da região em que o fato ocorre, para que o Conselho faça a 
fiscalização. 
Atualmente com o crescimento dos atendimentos online é cabível denúncia 
também, quando caracterizado tal exercício ilegal nas redes sociais. Várias pessoas, 
inclusive famosas, têm sido autuadas pelos CREFs em várias regiões do país. 
Os Conselhos fiscalizam dentro de sua abrangência regularmente, porém, são as 
denúncias que aumentam a efetividade das identificações de irregularidades e 
autuações. 
https://www.confef.org.br/confef/busca/
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É importante destacar também que, estudantes de Educação Física só podem atuar 
na prática mediante supervisão de um profissional graduado e registrado, estando 
o estágio oficializado por meio de contrato “empresa-escola”, garantindo direitos ao 
aluno, de acordo com a Lei Federal de nº 11.788/2008.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), este vínculo só pode ocorrer a partir da 
metade do curso de ensino superior, ou seja, a partir do sexto termo. Caso o aluno 
atue fora destes padrões estabelecidos, o mesmo poderá ser enquadrado no art. 47 do 
Decreto-Lei 3.688/1941 (Lei de Contravenções Penais) por exercício ilegal de profissão.
Nos termos do art. 12 da Lei nº 11.788/2008, a remuneração do estágio não obrigatório 
é compulsória, através de bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser 
acordada, bem como a concessão do auxílio-transporte. Para o estágio obrigatório, 
realizado no último ano da graduação como parte dos critérios e carga horária do 
curso de Educação Física, a concessão de bolsa ou outra forma de contraprestação 
e auxílio-transporte é facultativa. 
É importante conhecermos as atribuições do sistema CONFEF/CREFs para que 
possamos, de fato, cobrá-las na prática. Alguns profissionais, ao desconhecer as 
atribuições legais do órgão, cobram assuntos que não são da competência dos 
mesmos. Por exemplo, os assuntos ligados aos cursos de ensino superior são de 
responsabilidade do Ministério da Educação e de normativas da União. 
Outro assunto erroneamente cobrado do sistema CONFEF/CREF é referente ao 
estabelecimento de valores relativos a piso salarial e valor de hora de trabalho, que na 
verdade é de competência dos Sindicatos dos trabalhadores da categoria no estado, 
município ou grupo de municípios, que podem, através de acordos ou convenções 
coletivas de trabalho com o Sindicato Patronal, estabelecer tais valores. O piso salarial 
também pode ser definido por leis federais e estaduais, podendo variar de acordo 
com a região do País. 
Para assuntos que não são legalmente de competência do Conselho, cabe apenas ao 
mesmo lançar notas e manifestos, apontando o posicionamento e anseios da classe. 
A respeito dos documentos norteadores da área, podemos destacar três principais: 
• Carta Brasileira de Educação Física.
• Código de Ética do Profissional de Educação Física.
• Documento de Intervenção do Profissional de Educação Física.
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Estes documentos trazem informações extremamente importantes para a atuação 
profissional de qualidade e para que a sociedade conheça melhor a nossa atuação. 
Trataremos então, especificamente de cada um desses documentos nas próximas 
aulas. Espero você!
ISTO ESTÁ NA REDE
Nesta aula você pode perceber a importância de um órgão regulador, orientador 
e fiscalizador para garantir a solidez da profissão. Em relação a este assunto, 
atualmente corre no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) que tratam da criação do Conselho Federal e dos 
Conselhos Regionais de Educação Física, que, se julgada procedente, excluirá o 
sistema CONFEF/CREF, o que representará grande retrocesso para a Educação 
Física. 
“[...] no ano de 2005, a Procuradoria Geral da República entendia que a iniciativa 
de proposição da Lei 9696/1998 deveria partir do Poder Executivo e não do Poder 
Legislativo, exatamente como foi feito à época. Ao longo dos últimos 15 anos, por 
diversas vezes, a ADI nº 3428/2005 foi colocada e retirada da pauta de julgamento 
do STF. Entretanto, neste ano de 2020, o Sr. Ministro Luiz Fux decidiu pautar esta 
Ação, que foi incluída em pauta de julgamento virtual no último dia 03 de abril. [...] 
No último dia de votação, 14/04, o Ministro Gilmar Mendes requereu vista dos autos 
e, com isso, o julgamento foi suspenso. Até o momento da suspensão, o julgamento 
seguia indefinido, com 4 (quatro) votos pela inconstitucionalidade dos art. 4º e 5º 
da Lei Federal 9.696/1998, proferidos pelo Relator Min. Luiz Fux, acompanhado 
pelos Ministros Edson Fachin, Alexandre  de Moraes e Ricardo Lewandowski.  [...] 
Ainda não há previsão para retomada do julgamento.[...] Em qualquer que seja o 
cenário, o Sistema CONFEF/CREFs seguirá buscando o melhor encaminhamento 
para a situação apresentada, exercendo a sua missão de defender o direito da 
Sociedade brasileira ter os serviços em atividades físicas e esportivas prestados 
por Profissionais de Educação Física, condição imprescindível para garantir os 
benefícios decorrentes dessas práticas.”
Confira na íntegra a notícia do site CONFEF com a descrição detalhada dos fatos!]
Fonte: https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/noticias/1483
https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/noticias/1483
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
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AULA 13
CARTA BRASILEIRA 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Caro aluno,
nas aulas anteriores você observou a importância da atuação do Sistema CONFEF/
CREFs para a solidez da Educação Física, assim como a própria regulamentação 
da profissão. Deste modo, com o intuito de orientação, o CONFEF lançou vários 
documentos direcionados aos profissionais e sociedade. Um deles é a Carta Brasileira 
de Educação Física.
A ideia de sua produção se deu no Congresso Mundial FIEP, em Foz do Iguaçu/
PR, com o lançado do Manifesto Mundial FIEP de Educação Física no ano 2000. Este 
Manifesto, a partir do pressuposto do direito de todos à Educação Física, renovou o 
conceito de Educação Física e estabeleceu as relações da mesma com as outras áreas 
(Educação, Esporte, Cultura, Ciência, Saúde, Lazer e Turismo) e ainda evidenciou o 
seu compromisso com os grandes questões da Humanidade, como a exclusão social, 
países subdesenvolvidos, pessoas com necessidades especiais, meio ambiente e a 
cultura da paz (CONFEF, 2000).
O Manifesto também absorveu praticamente todos os documentos da segunda 
metade do século XX publicados no mundo, o que possibilitou caracterizá-lo como 
uma síntese dos posicionamentos internacionais declarados.
No final de século passado, a Educação Física se propôs a oferecer as pessoas de 
todas as idades, uma ação comprometida com a melhoria da sociedade, adotando 
um novo posicionamento no Brasil para a missão de construir a Carta Brasileira de 
Educação Física, a cargo do CONFEF (CONFEF, 2000). 
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
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O CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, durante o Fórum 
Nacional dos Cursos de Formação Profissional em Educação Física 
do Brasil (Belo Horizonte/ Agosto/ 2000), pela Legitimidade alcançada 
com a conquista da Lei nº 9696/1998, que regulamentou o exercício 
profissional na áreade Educação Física no Brasil; Representando os 
Profissionais brasileiros de Educação Física; Reconhecendo que a 
nação está necessitando mais que uma Educação Física para a sua 
população, mas a imprescindibilidade da instalação urgente de um 
PROCESSO DE QUALIDADE em todas as ações inerentes a esta área, 
que possa provocar uma renovação nas reflexões e discussões nos 
próximos anos, na diversidade das várias conjunturas culturais, sociais 
e educacionais do país; CUMPRE O COMPROMISSO DE APRESENTAR 
o seguinte texto para a CARTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
(CONFEF, 2000).
A Carta apresenta à sociedade a importância da área, apontando que os Profissionais 
de Educação Física no Brasil, devem ser identificados como trabalhadores qualificados 
e registrados no sistema CONFEF/ CREFs, devendo possuir uma formação acadêmica 
sólida e permanentemente envolver-se em programas de aprimoramento técnico-
científico e cultural (CONFEF, 2000).
Acrescenta-se que, para a construção de uma Educação Física de Qualidade, sem 
distinção de qualquer condição humana e sem perder de vista a formação integral 
das pessoas, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, as atividades terão que ser 
conduzida pelos Profissionais de Educação Física como um caminho de desenvolvimento 
de estilos de vida ativos nos brasileiros, para que possa contribuir para a Qualidade 
de Vida da população (CONFEF, 2000).
Capa do documento oficial do CONFEF “Carta Brasileira de Educação Física”
Fonte: https://www.confef.org.br/confef/conteudo/21
https://www.confef.org.br/confef/conteudo/21
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROF. DR. PEDRO HENRIQUE RODRIGUES
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Para isso a preparação de Profissionais para uma Educação Física de Qualidade 
no Brasil deverá ser rediscutida, comparada e ampliada.
REDISCUTIDA para que os currículos acadêmicos de preparação se 
harmonizem com as últimas renovações conceituais ocorridas na 
Educação Física, incorporando inclusive, perspectivas de Educação 
Continuada, para que esses profissionais possam acompanhar os 
avanços técnicos e científicos da área, a cada momento de suas 
trajetórias de atuação;
COMPARADA, através de indicadores efetivos, à preparação de 
Profissionais de Educação Física de países vizinhos, para que os 
futuros Tratados de correspondências acadêmicas nos blocos sócio-
economicos da América Latina sejam equiparados em padrões 
considerados de Qualidade;
AMPLIADA com a preparação complementada resultante de cursos, 
eventos, estágios clínicas etc., oferecidos por organizações de 
distintas naturezas, desde que se apresentem com o compromisso 
da Qualidade (CONFEF, 2000).
Dentre os parâmetros para o desenvolvimento de uma Educação Física de qualidade, 
o CONFEF (2000) destaca que a prática de exercícios físicos deve ser entendida como 
direito fundamental e não como obrigação dos brasileiros, focando no desenvolvimento 
de habilidades motoras, atitudes, valores e conhecimentos, procurando levá-los a uma 
participação ativa e voluntária em atividades físicas e esportivas ao longo de suas vidas.
Também aponta que as aulas devem ser ministradas com foco na alegria e que as 
práticas corporais e esportivas sejam prazerosas, respeitando as leis biológicas de 
individualidade, do crescimento, do desenvolvimento e da maturação humana, ajudando 
a todos a desenvolver respeito pela sua corporiedade e os das outras pessoas, através 
da percepção e entendimento do papel das atividades físicas na promoção da saúde 
(CONFEF, 2000). 
Deve-se destacar também que a qualidade da área depende da ação cada vez 
mais intensa da comunidade acadêmica quanto à pesquisa, intercâmbio e difusão 
de informações e programas de cooperação técnico-científica.
A carta Brasileira de Educação Física, aponta grandes importâncias da área para o 
ambiente escolar também, destacando ser indispensável sua obrigatoriedade no ensino 
básico (infantil, fundamental e médio), fazendo parte de um currículo longitudinal ao 
longo da passagem dos alunos pelas escolas. Importante frisar que a Educação Física 
deve interagir e integrar-se com as outras disciplinas na composição do currículo 
escolar, sendo dotada de instalações e meios materiais adequados (CONFEF, 2000).
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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A Educação Física deve usar as práticas esportivas e jogos em seu conteúdo 
sob a forma de Esporte Educacional, não reproduzindo o esporte de rendimento no 
ambiente escolar, devendo apresentar-se com regras específicas que permitam atender 
a princípios sócio-educativos, possibilitando aos alunos uma variedade considerável de 
experiências, vivências e convivências no uso de atividades físicas e no conhecimento 
de sua corporeidade (CONFEF, 2000).
O CONFEF (2000), através da Carta Brasileira, aponta também as responsabilidades 
dos governos para o fomento de Educação Física de qualidade, sugerindo a inserção 
de uma Política de valorização da Educação Física para os cidadãos brasileiros através 
de programas e campanhas efetivas de promoção das atividades físicas em todas 
as idades. 
Reivindica também a valorização da atuação dos Profissionais de Educação Física, 
solicitando a abertura de concursos e oportunidades de trabalho para atuações em 
todos os espaços públicos, além da promoção de programas de capacitação. Acima 
de tudo, os governos devem ter a compreensão da Educação Física como um meio de 
promoção da Saúde e assim, propiciar ações favoráveis a beneficiar toda a sociedade 
(CONFEF, 2000). 
Assim, estes são os aspectos principais levantados pela carta Brasileira de Educação 
Física, na busca por reconhecimento e qualidade da área. Na próxima aula, falaremos de 
outro documento que influencia diretamente como a área é vista dentro da sociedade: 
O Código de Ética do Profissional de Educação Física. Aguardo você!
ANOTE ISSO
A Carta Brasileira de Educação Física foi criada no ano de 2000 pelo Conselho 
Federal de Educação Física (CONFEF), sendo uma síntese de vários documentos 
internacionais, com o intuito de apresentar para a sociedade e importância da 
área, assim como apontar caminhos para a oferta das atividades com qualidade 
nos diversos campos de atuação, destacando que a prática de exercícios 
físicos deve ser entendida como direito fundamental dos brasileiros, focando 
no desenvolvimento de habilidades motoras, atitudes, valores e conhecimentos, 
procurando levá-los a uma participação ativa e voluntária em atividades físicas e 
esportivas ao longo de suas vidas.
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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ISTO ESTÁ NA REDE
Você acabou de conhecer alguns pontos da Carta Brasileira de Educação Física. 
Este documento é muito importante para que você entenda verdadeiramente os 
caminhos para a construção de uma Educação Física de qualidade, como papel 
primordial na promoção da saúde da sociedade brasileira.
Assim, confira na íntegra este documento no site do CONFEF!
Fonte: https://www.confef.org.br/confef/conteudo/21 
https://www.confef.org.br/confef/conteudo/21
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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AULA 14
CÓDIGO DE ÉTICA DOS 
PROFISSIONAIS DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Caro aluno,
nesta aula discutiremos o documento que parametriza a atuação profissional quanto 
à conduta e imagem a se passar para a sociedade, adequando todos os profissionais à 
proposta contida na Carta Brasileira de Educação Física (CONFEF, 2000), que reformulou 
o conceito da profissão. 
Antes de tudo, vamos conceituar “Ética”. O dicionário Aurélio da língua portuguesa 
define como sendo: 
“O estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível 
de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada 
sociedade, seja de modo absoluto” (FERREIRA, 2021-DICIONÁRIO AURÉLIO). 
Ou seja, a ética é um segmento da filosofia que se dedica à análise das razões que 
ocasionam,alteram ou orientam a maneira de agir do ser humano, geralmente tendo 
em conta seus valores morais. 
Já no âmbito profissional, o indivíduo atua dentro de um sistema e é necessário 
que ele respeite a ordem do mesmo, para que possa, com ética, ter sucesso como 
indivíduo. 
“Cada conjunto de profissionais deve seguir uma ordem que permita a evolução 
harmônica do trabalho de todos, a partir da conduta de cada um, através de uma 
tutela no trabalho que conduza à regulação do individualismo perante o coletivo” 
(LOPES DE SÁ, 2001, p.92).
Assim, o Código de Ética do Profissional de Educação Física tem o intuito de adoção 
da ética na promoção das atividades físicas, desportivas e similares, mobilizando 
dos integrantes da categoria profissional para assumirem seu papel social e se 
comprometerem, além do plano das realizações individuais, com a realização social 
e coletiva (CONFEF, 2015). 
Com a regulamentação da Educação Física como atividade profissional, identificou-
se a importância do conhecimento técnico e científico especializado junto ao 
desenvolvimento de competência específica para sua aplicação, possibilitando estender 
a toda a sociedade os valores e os benefícios advindos da sua prática.
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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O Código de Ética então se propõe a normatizar a articulação das dimensões técnica 
e social com a dimensão ética, para garantir a união de conhecimento científico e 
atitude. Dessa forma, o exercício profissional em Educação Física se baseia nos 
seguintes princípios:
• O respeito à vida, à dignidade, à integridade e aos direitos do indivíduo.
• A responsabilidade social.
• A ausência de discriminação ou preconceito de qualquer natureza.
• O respeito à ética nas diversas atividades profissionais.
• A valorização da identidade profissional no campo das atividades físicas, 
esportivas e similares.
• A sustentabilidade do meio ambiente.
• A prestação, sempre, do melhor serviço a um número cada vez maior de pessoas, 
com competência, responsabilidade e honestidade.
• A atuação dentro das especificidades do seu campo e área do conhecimento, no 
sentido da educação e desenvolvimento das potencialidades humanas, daqueles 
aos quais presta serviços (CONFEF, 2015).
O Código descreve alguns direitos do Profissional de Educação Física, como exercer 
a Profissão sem ser discriminado, receber salários ou honorários pelo seu trabalho 
profissional, participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, apontar 
falhas ou irregularidades nos regulamentos e normas, formalmente, por escrito, aos 
gestores de eventos e de instituições que oferecem serviços no campo da Educação 
Física quando os julgar tecnicamente incompatíveis com a dignidade da profissão ou 
prejudiciais aos beneficiários (CONFEF, 2015). 
Capa do documento oficial do CONFEF “Código de Ética do Profissional de Educação Física”
Fonte: https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/381
https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/381
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Completa ainda que, referente ao relacionamento com outros colegas de profissão, 
é vedado ao Profissional de Educação Física oferecer ou disputar serviços profissionais 
mediante rebaixamento moral de honorários ou concorrência desleal, fazer referências 
prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras, provocar desentendimento com 
colega que venha o substituir no exercício profissional (CONFEF, 2015).
ANOTE ISSO
O Código de Ética do Profissional de Educação Física tem por base a lei 9696/98 
e os conteúdos da Carta Brasileira de Educação Física, com o intuito de adoção 
da ética na promoção das atividades físicas, desportivas e similares, mobilizando 
os integrantes da categoria profissional para assumirem seu papel social e se 
comprometerem, além do plano das realizações individuais, com a realização social 
e coletiva. Com a regulamentação da Educação Física como atividade profissional, 
identificou-se a importância do conhecimento técnico e científico especializado junto 
ao desenvolvimento de competência específica para sua aplicação, possibilitando 
estender a toda a sociedade os valores e os benefícios advindos da sua prática. 
Este Código então se propõe a normatizar a articulação das dimensões técnica e 
social com a dimensão ética, para garantir a união de conhecimento científico e 
atitude do profissional.
Com observância na lei 9696/98, o profissional tem papel crucial no auxilio da 
aplicação e cumprimento da mesma, devendo auxiliar a fiscalização do exercício 
Profissional, denunciar aos órgãos competentes as irregularidades no exercício da 
profissão ou na administração das entidades de classe e zelar pelo cumprimento do 
Código de Ética (CONFEF, 2015). 
Inclusive, comete infração ética aquele Profissional que tiver conhecimento de 
transgressão deste Código e omitir-se de denunciá-la ao respectivo Conselho Regional de 
Educação Física. Qualquer descumprimento do código de ética da classe, o profissional 
fica sujeito a penalidades, como:
• Advertência escrita, com ou sem aplicação de multa.
• Censura pública.
• Suspensão do exercício da Profissão.
• Cancelamento do registro profissional e divulgação do fato (CONFEF, 2015).
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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As penalidades são aplicadas de acordo como julgar o Tribunal Regional de Ética 
(TRE), que são de responsabilidade dos Conselhos Regionais de Educação Física 
(CREFs), que tem função de julgar infrações e aplicar penalidades previstas no Estatuto 
e em atos normativos baixados pelo CONFEF, conhecendo, processando e decidindo 
os casos que lhe forem submetidos, adotando as medidas jurídicas legais cabíveis 
(CONFEF, 2000). 
Assim, o ideal da profissão define-se pela prestação de um 
atendimento melhor e mais qualificado a um número cada vez maior 
de pessoas, tendo como referência um conjunto de princípios, normas 
e valores éticos livremente assumidos, individual e coletivamente, 
pelos Profissionais de Educação Física (CONFEF, 2015).
Os acadêmicos de Curso de Graduação em Educação Física devem se conscientizar 
de que esta é uma profissão que tem como foco principal o desenvolvimento junto 
à Sociedade de uma cultura de estilo de vida que possa ser suficientemente ativo, 
permitindo ao cidadão viver e conviver a seu modo e de acordo com seus anseios, 
necessidades e desejos. Ainda assim, é importante ressaltar que acadêmicos são 
indivíduos que ainda não preparados de assumir legalmente as responsabilidades 
profissionais e sociais.
Quem aceita prestar serviços sem ter a competência necessária ou 
sem estar atento para que esta se concretize, comete infração aos 
princípios da ética, em razão do prejuízo defluente. Desconhecer, 
como realizar a tarefa ou apenas saber fazê-la parcialmente, em 
face da totalidade do exigível para a eficácia, é conduta que fere os 
preceitos da doutrina da moral e da ética (LOPES DE SÁ, 2001, p.93).
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
Colação de grau
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/alunos-diversos-felizes-comemorando-a-formatura-da-escola_8609213.
htm#page=1&query=formatura&position=36
Após levantarmos todos esses aspectos referentes ao código de ética do 
Profissional de Educação Física, convido vocês, estudantes deste curso com linda 
importância na sociedade, a ler os juramentos que são proferidos no dia da colação 
de grau dos cursos de bacharelado e licenciatura, respectivamente. 
“Juro, pela minha fé e minha honra, e de acordo com os princípios éticos do 
Profissional de Educação Física, exercer com dignidade, zelo e competência as 
minhas atividades profissionais, em prol da saúde e educação de toda a população, 
bem como da prática esportiva dos atletas, atendendo determinações legais 
decorrentes da exclusividadedesta profissão na prestação de serviços à sociedade 
neste campo, destacando meu papel de educador, estimulando o desenvolvimento 
científico, tecnológico e humanístico, para um estilo de vida ativo e o bem-estar de 
todos. Assim, eu juro!”
“Juro, pela minha fé e minha honra, e de acordo com os princípios éticos do 
Profissional de Educação Física, exercer com dignidade, zelo e competência as 
minhas atividades profissionais no campo da educação infantil, fundamental, médio 
e superior, em prol da saúde e da educação, lecionar os conteúdos do componente 
curricular, bem como orientar e promover ações na educação formal para 
prevenção, manutenção e promoção da saúde, atendendo determinações legais 
decorrentes da exclusividade desta profissão na prestação de serviços a sociedade 
neste campo, destacando meu papel de educador, estimulando o desenvolvimento 
científico, tecnológico e humanístico, para um estilo de vida ativo e saudável. Assim, 
eu juro!”
https://br.freepik.com/vetores-gratis/alunos-diversos-felizes-comemorando-a-formatura-da-escola_8609213.htm#page=1&query=formatura&position=36 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/alunos-diversos-felizes-comemorando-a-formatura-da-escola_8609213.htm#page=1&query=formatura&position=36 
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Reflita sobre estes juramentos e, dessa forma, desenhe seus caminhos para um 
futuro profissional ético e compromissado com a promoção de saúde da sociedade. 
Até a próxima aula.
ISTO ESTÁ NA REDE
Você sabia que além do Código de Ética do Profissional de Educação Física, o 
Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) elaborou um “Guia de Princípios de 
Conduta Ética do Estudante de Educação Física”? Este guia serve como alerta sobre 
a fundamental importância da responsabilidade ética e sobre a necessidade da uma 
formação de qualidade e continuada. 
Então, complemente os estudos desta aula, conferindo na íntegra este guia!
Fonte: http://www.listasconfef.org.br/arquivos/2019/com/documentos_fundamentais/guia_do_estudante.pdf 
http://www.listasconfef.org.br/arquivos/2019/com/documentos_fundamentais/guia_do_estudante.pdf
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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AULA 15
DOCUMENTO DA INTERVENÇÃO 
DO PROFISSIONAL DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Querido aluno,
chegamos a nossa última aula desta disciplina. Ao longo do processo, você 
acompanhou a linha histórica e os fatos que moldaram a nossa Educação Física ao 
ponto que conhecemos atualmente. 
Neste último documento norteador da profissão, gostaria de trazê-lo a mais uma 
reflexão a respeito da forma como você deverá atuar, assim que graduado, conectando 
com as informações discutidas lá na nossa segunda aula, onde abordamos “As 
possibilidades de atuação na Educação Física atual” e foi apresentado um panorama 
geral da profissão na sociedade brasileira.
Este documento de “Intervenção do Profissional de Educação Física”, tem caráter 
de descrever e definir as atividades próprias da área, de acordo com a Lei 9696/98, 
a partir do mercado de trabalho e da pluralidade de competências próprias destes 
profissionais. 
É importante afirmar para toda a sociedade que é prerrogativa do profissional graduado 
em Curso Superior de Educação Física (Licenciatura ou Bacharelado), com registro no 
Sistema CONFEF/CREFs, a prestação de serviços em todas as atividades relacionadas 
à prática de exercícios físicos Educação Física e nas suas diversas manifestações e 
objetivos. Este é um campo profissional legalmente organizado, integrado a área da 
saúde e da educação, sendo necessário que, em todas as ocupações profissionais da 
área de Educação Física, se considere esta realidade (CONFEF, 2002).
O documento aponta que o Profissional de Educação Física é especialista em 
atividades físicas, nas suas diversas manifestações, como ginásticas, exercícios 
físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, 
expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, 
relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano 
(CONFEF, 2002). 
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101
O profissional tem competências para atividades de desenvolvimento das práticas 
corporais, tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento 
da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e restabelecimento de níveis 
adequados de desempenho e condicionamento físico dos seus praticantes, visando 
o bem-estar e a qualidade de vida (CONFEF, 2002).
Importante destacar também que o Profissional de Educação Física tem suas 
atribuições ligadas à prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da 
compensação de distúrbios funcionais, contribuindo para a autonomia, a autoestima, a 
cooperação, a solidariedade e a cidadania, observados os preceitos de responsabilidade, 
segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo (CONFEF, 
2002).
Capa do documento do CONEFEF a respeito da Intervenção do Profissional de Educação Física
Fonte: https://www.confef.org.br/imagens/documentos/intervencao_profissional.jpg
Em sua atuação, o Profissional de Educação Física utiliza diagnóstico, define 
procedimentos, ministra, orienta, desenvolve, identifica, planeja, coordena, supervisiona, 
leciona, organiza e avalia as atividades físicas, desportivas e similares, sendo especialista 
no conhecimento do exercício físico e da motricidade humana nas suas diversas 
manifestações e objetivos (CONFEF, 2002).
É importante destacar que o Profissional deve atender às diferentes expressões 
do movimento humano presentes na sociedade, considerando o contexto social e 
histórico-cultural, as características regionais e os distintos interesses e necessidades, 
https://www.confef.org.br/imagens/documentos/intervencao_profissional.jpg
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 102
com competências e capacidades de identificar, planejar, programar, supervisionar, 
dinamizar, executar e avaliar os serviços e projetos (CONFEF, 2002).
Entre os serviços do Profissional de Educação Física podemos destacar a realização 
de auditorias, consultorias, treinamentos especializados, participação de equipes 
interdisciplinares, informes técnicos, científicos e pedagógicos, envolvendo as áreas 
das atividades físicas, do desporto e afins (CONFEF, 2002).
Podemos inclusive apontar que o Profissional de Educação Física exerce suas 
atividades por meio de intervenções, legitimadas por diagnósticos, utilizando-se de 
métodos e técnicas específicas de avaliação, prescrição e de orientação de sessões de 
exercícios físicos, com fins educacionais, recreacionais, de treinamento e de promoção 
da saúde, sempre fazendo observância da Legislação pertinente e o Código de Ética 
Profissional, sujeito à fiscalização em suas intervenções pelo Sistema CONFEF/CREFs 
(CONFEF, 2002).
A respeito das intervenções, o Profissional utiliza procedimentos diagnósticos, 
técnicas e instrumentos de medidas e avaliação funcional, motora, biomecânica, 
composição corporal, assim como a programação e aplicação de dinâmica de 
cargas de treinamento, técnicas de demonstração, auxílio e segurança à execução 
dos movimentos, servindo-se de instalações, equipamentos e materiais para estas 
finalidades (CONFEF, 2002). 
Profissional fazendo anotações
Fonte:https://br.freepik.com/fotos-gratis/maos-da-medica-irreconhecivel-preenchendo-o-formulario-na-area-de-transferencia_5839645.
htm#page=1&query=prancheta&position=41
https://br.freepik.com/fotos-gratis/maos-da-medica-irreconhecivel-preenchendo-o-formulario-na-area-de-transferencia_5839645.htm#page=1&query=prancheta&position=41 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/maos-da-medica-irreconhecivel-preenchendo-o-formulario-na-area-de-transferencia_5839645.htm#page=1&query=prancheta&position=41HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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ANOTE ISSO
O Documento de Intervenção do Profissional de Educação Física, tem caráter de 
descrever e definir as atividades próprias da área, de acordo com a Lei 9696/98, a 
partir do mercado de trabalho e da pluralidade de competências próprias destes 
profissionais, sendo prerrogativa do profissional graduado em Curso Superior de 
Educação Física (Licenciatura ou Bacharelado), com registro no Sistema CONFEF/
CREFs, a prestação de serviços em todas as atividades relacionadas à prática de 
exercícios físicos Educação Física e nas suas diversas manifestações e objetivos. 
Este é um campo profissional legalmente organizado, integrado a área da saúde 
e da educação, exercendo suas atividades por meio de intervenções, legitimadas 
por diagnósticos, utilizando-se de métodos e técnicas específicas de avaliação, 
prescrição e de orientação de sessões de exercícios físicos, com fins educacionais, 
recreacionais, de treinamento e de promoção da saúde.
O documento de Intervenção do Profissional de Educação Física (CONFEF, 2002) 
descreve algumas capacidades importantes para a atuação, sendo:
• Compreender, analisar, estudar, pesquisar (profissional e academicamente), 
esclarecer, transmitir e aplicar os conhecimentos biopsicossociais e pedagógicos 
da atividade física e desportiva nas suas diversas manifestações, levando em 
conta o contexto histórico cultural.
• Atuar em todas as dimensões de seu campo profissional, o que supõe pleno 
domínio da natureza do conhecimento da Educação Física e das práticas 
essenciais de sua produção, difusão, socialização e de competências técnico-
instrumentais a partir de uma atitude crítico-reflexiva e éticas.
• Disseminar e aplicar conhecimentos práticos e teóricos sobre a Educação Física 
(Atividade Física/Motricidade Humana/Movimento Humano), analisando-os na 
relação dinâmica entre o ser humano e o meio ambiente.
• Promover uma educação efetiva e permanente para a saúde e a ocupação do 
tempo livre e de lazer, como meio eficaz para a conquista de um estilo de vida 
ativo e compatível com as necessidades de cada etapa e condições da vida do 
ser humano.
• Contribuir para a formação integral de crianças, jovens, adultos e idosos, no 
sentido de que sejam cidadãos autônomos e conscientes.
• Estimular e fomentar o direito de todas as pessoas à atividade física, por vias 
formais e/ou não formais.
• Promover estilos de vida saudáveis, conciliando as necessidades de indivíduos 
e grupos, atuando como agente de transformação social.
• Conhecer e utilizar os recursos tecnológicos, inerentes à aplicação profissional.
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
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Ainda dentro do contexto da atuação profissional, a partir da regulamentação da 
profissão através da lei 96969/98, cabe ressaltar que atletas não são considerados 
Profissionais de Educação Física, sendo extensivo este entendimento aos atletas de 
lutas e de artes marciais, bem como, aos dançarinos e bailarinos. Esta concepção 
pode ser adotada também em relação ao árbitro esportivo, sendo profissional que 
faz parte do esporte, exercendo uma função que exige conhecimento e habilidades 
específicas da modalidade, porém não o caracterizam como Profissional de Educação 
Física (CONFEF, 2002).
Cabe destacar que o Profissional de Educação Física não pertence à área da estética, 
apesar de alguns alunos praticantes buscarem o treinamento físico com tal finalidade. 
No documento de Intervenção do Profissional, o termo “estética” só se faz presente 
ao descrever “estética do movimento”, referindo-se a boa execução dos exercícios.
O termo aparece também ao citar os locais onde há a possibilidade das atividades 
ligadas à Educação Física podendo ser ofertadas em centros de estética, clínicas 
condomínios, centros de lazer, academias, clubes, parques, praças, entre outros 
(CONFEF, 2002), onde o Bacharel em Educação Física é intitulado como profissional 
da saúde através da classificação de número 2241-40 do ministério do trabalho.
ISTO ACONTECE NA PRÁTICA
No dia 26 de Agosto de 2020, durante a pandemia da COVID-19, o CONFEF publicou 
uma resolução que dispõe sobre o reconhecimento e a definição da atuação e 
competências do Profissional de Educação Física em contextos hospitalares. 
A Resolução nº 391/2020 reconhece que o Profissional de Educação Física possui 
formação para intervir em contextos hospitalares, em níveis de atenção primária, 
secundária e terciária em saúde.
É importante ressaltar que a formação profissional exigida para intervir em 
contextos hospitalares é a de Profissional de Educação Física com formação em 
Bacharelado ou Licenciatura/Bacharelado (Antiga Licenciatura Plena), conforme 
consta na Cédula de Identidade Profissional.
A publicação lista como prerrogativa do Profissional de Educação Física no contexto 
da área hospitalar: coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, 
organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, nas áreas de 
atividades físicas e do exercício físico, destinados à promoção, prevenção, proteção, 
educação, intervenção, recuperação, reabilitação, tratamento e cuidados paliativos 
da saúde física e mental, na área específica ou de forma multiprofissional e 
interdisciplinar.
Fonte: https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/473
https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/473 
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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Por fim, dada à dimensão e a importância do documento aqui descrito, decorrente 
da realidade surgida com a regulamentação da profissão, espera-se que o mesmo 
traduza o entendimento da sociedade brasileira sobre a Intervenção dos Profissionais 
de Educação Física. 
ISTO ESTÁ NA REDE
 Você acabou de conhecer alguns pontos abordados no Documento de Intervenção 
do Profissional de Educação Física. Este documento é muito importante, pois 
descreve e delimita as atuações próprias da área, assim como os locais, meios de 
intervenção e capacitação profissional. 
Confira mais informações pertinentes ao assunto na íntegra deste documento no 
site do CONFEF!
Fonte: https://www.confef.org.br/confef/conteudo/82 
https://www.confef.org.br/confef/conteudo/
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CONCLUSÃO
Chegamos ao final da nossa disciplina!
Nela pudemos acompanhar os principais aspectos históricos que influenciaram 
as transformações da Educação Física, que culminaram na forma de atuação e 
importância para a sociedade que presenciamos hoje. 
Você viu que desde a pré-história, os movimentos corporais, objeto de estudo principal 
da Educação Física, sempre teve importância na vida do homem com a finalidade de 
defender-se e atacar através dos movimentos naturais na luta pela sobrevivência. Dentro 
das civilizações como a grega e a romana, a preparação física tinha a importância 
voltada para a guerra, questões terapêuticas e higiênicas. Mas foi na renascença e 
no iluminismo que a Educação Física adquiriu conhecimentos voltados a medicina 
e filosofia. 
Entrando, na idade contemporânea, as escolas de ginástica Alemã, Francesa, 
Escandinava e inglesa influenciaram grandemente a área pelo mundo, onde tinham 
diversos objetivos, como o militar para a preparação a guerra, pedagógica dentro 
das escolas, médica voltada à higiene e saúde, preparação físico dos trabalhadores 
e também estética. 
Vimos que foi o surgimento da Calistenia que abriu caminho para grande avanço 
da Educação Física moderna, com parâmetros base para o que temos atualmente. No 
Brasil, vivemos várias fases distintas, tendo influências da área médica, militar durante 
os períodos de tendência Higienista e Militarista. A partir de 1945, com o Pedagogicismo, 
você percebeu que a área escolar avançou grandemente, mas infelizmente foi 
descontinuada com golpe militarde 1964, sendo implantado o Esportitivismo como 
tendência ideológica. Apenas na década de 80 que as tendências pedagógicas como 
a Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Construtivista, Saúde Renovada, Crítico-
superadora, Critíco-emancipatória e Parâmetros curriculares nacionais, deram maior 
qualidade e olhar progressista à área. 
Junto a este processo histórico você observou as lutas pela regulamentação da 
profissão que se iniciou na década de 40, que se concretizou apenas em 1998. A 
partir disso, a área ganhou grande solidez e importância na sociedade com a criação 
do Conselho Federal de Educação Física, tendo crescido e ganhado mais espaço, 
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atuando tanto na área escolar como da saúde, com finalidade de transformação social 
e promoção de hábitos saudáveis na população brasileira, sempre prezando pela ética 
e qualidade no atendimento. 
Então, caro aluno, esta disciplina buscou apresentar a você todos os processos e fatos 
que trouxeram a Educação Física ao patamar atual, cabendo aos novos profissionais 
a responsabilidade de manter o crescimento e evolução constante, atuando sempre 
com ética e atenção aos beneficiários das práticas corporais provenientes desta 
maravilhosa área. 
Foi um prazer caminhar com você até aqui! Agradeço a companhia e desejo que você 
se apaixone pela Educação Física a cada dia mais, da forma como eu me apaixonei. 
Leve sempre consigo esta frase de Confúcio: “Escolha um trabalho que você ame e 
não terás que trabalhar um único dia em sua vida”.
Forte abraço!
Profº Dr. Pedro Henrique Rodrigues.
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ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
Título: História da Educação Física no Brasil
Autor: Inezil Penna Marinho
Editora: Cia Brasil
Sinopse: Nesta obra, o autor sinaliza a tentativa 
de preservar a memória da Educação Física, pois 
seus trabalhos foram constituídos de maneira a se 
tornar testemunhos, perpetuando sua produção e 
sua inserção como autoridade na Educação Física 
brasileira.
Comentário: Este livro te ajudará a entender os 
primórdios da Educação Física no país, aprofundando 
os assuntos trabalhados nesta disciplina.
Título: Educação Física Progressista
Autor: Paulo Ghiraldelli Junior
Editora: Edições Loyola
Sinopse: Nesta obra, o autor discorre a respeito de 
tendências pedagógicas voltadas ao desenvolvimento 
crítico e visão social através da Educação Física 
brasileira.
Comentário: Recomenda-se esta obra, visto os 
assuntos abordados nesta disciplina acerca da 
história e evolução da Educação Física. Esta será 
uma oportunidade para você aprofundar seus 
estudos neste assunto.
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	_3dy6vkm
	_1t3h5sf
	_2et92p0
	A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR HISTÓRIA
	AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ATUAL
	COMO SURGIU A EDUCAÇÃO FÍSICA?
	A INFLUÊNCIA DAS GRANDES ESCOLAS GINÁSTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA CONTEMPORÂNEA
	EDUCAÇÃO FÍSICA HIGIENISTA NO BRASIL
	EDUCAÇÃO FÍSICA MILITARISTA NO BRASIL
	EDUCAÇÃO FÍSICA PEDAGOGICISTA NO BRASIL.
	EDUCAÇÃO FÍSICA ESPORTITIVISTA NO BRASIL
	A EDUCAÇÃO FÍSICA ATUAL E SUAS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS
	FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL: CONSTRUÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO.
	A REGULAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
	CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃOFÍSICA E CONSELHOS REGIONAIS
	CARTA BRASILEIRA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
	CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
	DOCUMENTO DA INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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