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04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 1/46 LIVROS E ESCRITURAÇÃO Você já conhece a Lei das Sociedades por Ações (S/As)? Essa Lei (Lei n°. 6404/76) é um marco contábil em nosso país, pois, desde 1976, vem regendo a escrituração contábil e societária. O Fisco, por sua vez, trata de acompanhar a legislação comercial, criando livros fiscais que servem como interfaces entre as duas realidades. O art. 289, da Lei das S/As, trata da obrigatoriedade da publicação dos relatórios, sendo que os documentos que devem ser obrigatoriamente gerados pela Companhia (Sociedade Anônima) estão descritos no art. 133 da referida Lei. Já as demonstrações financeiras encontram-se previstas no art. 176, da mesma Lei, que deixa bem claro que a base da elaboração dessas demonstrações financeiras é a “escrituração mercantil”. Portanto, é a própria legislação que dá essa importância à escrituração. A parte fiscal deve ser obedecida sem prejudicar a Contabilidade da empresa (escrituração mercantil). Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 2/46 Os arts. 176 e 177 da Lei das Sociedades por Ações, Lei n° 6.404/76, impõe regras para elaboração das demonstrações financeiras, por meio dos critérios que devem ser adotados para a escrituração. Veja: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. § 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”. § 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembleia-geral. § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. § 5º As notas deverão indicar: a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (artigo 247, parágrafo único); c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (artigo 182, § 3º); d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f ) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores (artigo 186, § 1º); i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. § 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007). Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. (grifos nossos). Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 3/46 Observe que, no tocante ao Direito Tributário, devemos observar quais são as peças obrigatórias para se apurar o imposto de renda, que tem como base o LUCRO, isso quando a empresa opera com o regime de Lucro Real, pois é imprescindível que esses demonstrativos registrem corretamente a situação patrimonial e econômica da empresa. São elas: Balanço Patrimonial. Demonstração do Resultado do Exercício. Demonstração do Fluxo de Caixa. Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados. Demonstração do Valor Adicionado. Para as empresas que estão obrigadas a publicar essas demonstrações financeiras, é imprescindível que elaborem notas explicativas, de maneira que possam explicar para os interessados algumas ocorrências de alguns grupos de contas que não são expressas pelos números. Essas “notas explicativas” são feitas em bom Português, de forma “entendível” ao menos instruído acionista, já que ele é o principal alvo. Você deve reparar que as demonstrações contábeis registram determinados momentos que a empresa vive, bem como as “mutações” entre esses diversos momentos. Esse procedimento traduz-se na “história da empresa”. Essa “história”, no entanto, somente é possível porque existem os LIVROS para registrá-la. Assim, você precisa estar familiarizado com esses livros. Esses livros estão distribuídos em três categorias, a saber: Livros Contábeis Livros Fiscais Livros Societários Observe você que, como dissemos anteriormente, esses livros, no passado, eram escritos de uma maneira muito estranha para os dias de hoje. Veja o que nos retrada Arthur Nardon Filho (2010, p. 15), no livro Da escrituração manual ao SPED: Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 4/46 Há trinta anos, ainda se preparavam os livros diários com o sistema de cópia por gelatinas. Há 40 ou 50 anos era usado o papel de seda. Aquilo que, atualmente, para uma nova geração de profissionais é totalmente desconhecido e inusitado foi, há questão de 50 anos passados, uma revolução no sistema de cópias. Antes disso, copiavam-se os livros por meio de máquinas de prensagem. Compreendia-se ambos os sistemas facilmente: cada lançamento era necessariamente feito em sistema de carbonos copiativos ou fitas copiativas que, ao final do período, eram passadas para um rolo (ou placa) gelatinoso e, após, reproduzidos no livro definitivo, que, ainda em branco, era devidamente registrado na Junta Comercial, com seus termos de abertura e de encerramento. Isso nos remete às máquinas para as fichas do livro razão de inserção frontal, em que se fazia a escrituração contábil. Portanto, observe o ensinamento, perceba a mudança considerável em tão pouco tempo. Mas, mesmo assim, aindavamos ouvir falar de “livros” por um bom tempo. Você precisa notar que cada categoria de livros tem sua importância segundo a legislação que serve. Entenda que os livros contábeis são vinculados à legislação comercial, tem fundamento no Código Civil e na Lei das Sociedades por Ações (Lei n. 6.404/76). Os livros fiscais atendem diretamente à legislação tributária e sua escrituração é considerada obrigação acessória. Já os livros societários têm como objeto o registro da situação societária (relação entre os sócios ou acionistas) das empresas e estão fundamentados no Código Civil e na Lei das S/As. Os livros “físicos” tendem a desaparecer, pois o Sistema Digital deverá açambarcar toda essa função, por meio de arquivos digitais, como veremos a seguir. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 5/46 Os livros sempre foram a base de apoio da fiscalização, pois, mediante o conhecimento (ou não) de ocorrências fiscais (débitos de tributos das empresas), mesmo que informadas pelos contribuintes por meio de guias de informações, o fisco se embasava nos conteúdos dos livros para verificação das ocorrências e comparava esses conteúdos com os documentos ficais (notas fiscais), podendo encontrar ou não divergências e, eventualmente, gerar multas fiscais para a empresa. Com o advento do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, esses livros (físicos) perdem a razão de ser, pois as informações chegarão ao fisco sem qualquer necessidade de escrituração manual ou mecanizada (digitalizada manualmente). Assim, ao ser emitida uma nota fiscal, o fisco tomará conhecimento imediato (digitalmente) de todas as informações nela contida. Essa é uma das razões pelas quais, a partir de 2014, as empresas não precisarão mais “fazer” a declaração de imposto de renda, pois esta lhe será encaminhada pelo fisco, cabendo à empresa, simplesmente, verificar se concorda com o que lhe foi apresentado e alterar, se for o caso. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 6/46 Para que você fique mais informado, vejamos os nomes dos Livros: • Livros Contábeis 1.Livro Diário; 2. Livro Razão; 3. Livro Caixa; e 4. Livro de Contas Correntes. • Livros Fiscais 1.Livro de Registro de Entradas – ICMS e IPI (modelo 1); 2. Livro de Registro de Entradas – ICMS e IPI (modelo 1- A); 3. Livro de Registro de Saídas – ICMS e IPI (modelo 2); 4. Livro de Registro de Saídas – ICMS e IPI (modelo 2- A); 5. Livro de Registro de Controle da Produção e do Estoque (modelo 3); 6. Livro de Registro de Selo Especial de Controle (modelo 4); 7. Livro de Impressão de Documentos Fiscais (modelo 5); 8. Livro de Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências (modelo 6); 9. Livro de Registro de Inventário (modelo 7); 10. Livro de Apuração do IPI (modelo 8); 11. Livro de Apuração do ICMS (modelo 9); 12. Livro de Registro de Movimentação de Combustíveis; 13. Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR; e 14. Livro de Registro das Operações do Imposto Sobre Serviços ISSQN. • Livros Societários 1.Livro de Registro de Ações Nominativas; 2. Livro de Transferência de Ações Nominativas; 3. Livro de Registro de Partes Beneficiárias Nominativas; 4. Livro de Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas; 5. Livro de Atas de Assembleias Gerais; 6. Livro de Presença de Acionistas; 7. Livro de Registro de Atas de Reuniões do Conselho de Administração; 8. Livro de Registro de Atas de Reuniões da Diretoria; 9. Livro de Registro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. Como você pode perceber, os livros, independentemente de serem digitais ou não, são necessários e exigidos por lei para registro das operações das empresas: compras, vendas, transferências de produtos e mercadorias e outras. Repare que a escrituração do livro é considerada pela legislação uma obrigação acessória, pois a obrigação principal é o pagamento do imposto gerado na operação. O site da Receita Federal traz uma lista completa dos livros obrigatórios e, também, as regras para escrituração digital, como veremos na sequência. A primeira novidade trazida com o SPED foi a Nota Fiscal Eletrônica, fruto da edição do Ajuste Sinief n° 07/2005, documento expedido pelo CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária (<https://www1.fazenda.gov.br/confaz/>), cuja ementa traz o seguinte enunciado: “O Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ e o Secretário Geral da Receita Federal do Brasil, na 119ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária, realizada em Manaus, AM, no dia 30 de setembro de 2005, tendo em vista o disposto no art. 199 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966), resolvem celebrar o seguinte”. Após a edição desse documento denominado Ajuste Sinief, deu-se início aos diversos projetos SPEDs. O Sistema ganhou expressão e adesão voluntária de diversas empresas, tornando-se irreversível no presente, isto é, não existe nenhuma possibilidade de retorno, optando-se pela escrituração física (livros físicos). Página inicial https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww1.fazenda.gov.br%2Fconfaz%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw2VZh2EWVagf9ouu1-GlzHq https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 7/46 Entenda que, quando uma empresa vende mercadorias e/ou produtos e serviços, nos preços desses bens vendidos estão incluídos os impostos. O valor desses impostos, que é pago por quem compra, deve ser encaminhado para o erário (dinheiro público). Em alguns casos, quando a empresa compra mercadorias e matérias-primas para fabricação de seus produtos, ao fazer o pagamento do valor da compra, paga, também, os impostos embutidos naquele valor. Assim, você deve entender que a empresa “compra” impostos e “vende” impostos. Quando “compra”, paga o valor para o fornecedor e, quando “vende”, recebe o valor do seu cliente. Portanto, veja que os livros fiscais dão respaldo às operações de apuração dos valores dos impostos gerados pelas vendas, como débitos, bem como dos créditos oriundos das compras, quando permitidos por lei. Esses créditos são diminuídos dos preços das mercadorias adquiridas, diminuindo, assim, o seu custo (contabilidade de custos). Esses créditos, portanto, são descontados dos débitos no momento do pagamento ao Estado (a empresa paga somente a diferença). “Vale lembrar que o governo executa a arrecadação tributária, segundo o Código Tributário Nacional (CTN, artigos 149 e 150, por meio der três formas de acionamento ao contribuinte: 1) – lançamento de ofício, quando o órgão tributante envia a cobrança ao contribuinte sem a sua participação na definição do valor (exemplo: IPTU); 2) – lançamento de declaração, quando o contribuinte, com base na legislação, apura os tributos a serem pagos e os declara ao fisco ou fornece dados suficientes para que o fisco calcule e faça a cobrança (exemplo: ICMS); e 3) – lançamento de homologação, o fisco age a posteriori. Recebe os dados que informações do contribuinte e aplica sua ação de homologar e validar o que receber e, ao identificar inconsistência, atua perante o contribuinte aplicando sanções cabíveis sob sua ótica. Fonte: NASCIMENTO, G. C. Sped – Sistema Público de Escrituração Digital Sem Armadilhas. São Paulo: Trevisan Editora,2013, p.103. É fácil perceber, portanto, por qual motivo o Estado dava tanta importância à obrigação acessória, inclusive instituindo multa ao contribuinte que a descumprisse: sem a informação de quanto fora gerado de imposto, o Estado ficava à mercê da boa vontade do contribuinte para conhecê-la. Mas, impondo-lhe que essa informação seja feita de forma compulsória, tem-se uma facilitação do alcance do objetivo: a arrecadação. Agora, com a Escrituração Digital, tudo se encaminha para uma atualização das informações fiscais em tempo real, isto é, no momento em que os fatos estão ocorrendo. Assim, podemos encerrar este encontro com a certeza de que o assunto não se esgota, pois, há muita história envolvendo a escrituração, seja contábil ou fiscal. Mas o que importa para nós, agora, é perceber que tudo será feito de maneira digital, ainda que tenhamos obrigação de conhecer a história da escrituração. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 8/46 A escrituração fiscal é uma obrigação acessória. O pagamento do tributo gerado é a obrigação principal. Por isso, a legislação tributária dá uma atenção especial para a escrituração, seja ela contábil ou fiscal. A contabilidade é feita com o registro de diversas operações realizadas pelas empresas. A função da Contabilidade é, ao final, apresentar as informações resultantes dos dados manuseados, por meio das demonstrações financeiras, pelas quais se identifica o patrimônio da empresa. Mas essas demonstrações têm como alvo, o mercado em geral, os bancos, os acionistas etc. Já para o fisco, isto é, o Estado exercendo sua função de arrecadar tributos, a escrituração mercantil tem apenas parte do que lhe interessa. Assim, a manutenção de ambas as escriturações é primordial para a boa convivência com o Fisco, em obediência à lei tributária. A escrituração é essencial para o registro de todas as operações comerciais da empresa (contábeis e fiscais). Por meio da escrituração, é possível a apresentação dos resultados com as demonstrações financeiras, que são uma obrigação legal, determinada pela legislação comercial e fiscal, sendo difícil de ser elaborada qualquer demonstração, caso não houvesse a escrituração, ainda que, agora, digital. A escrituração fiscal é feita pelos livros “fiscais”, assim como a escrituração contábil é feita pelos livros “contábeis”, os quais continuarão, ainda, a serem escriturados, porém de forma digital, doravante, como veremos no estudo seguinte. Uma escrituração não exclui a outra, já que seguem legislações diferentes e têm propósitos diferentes. Porém pode-se dizer que a escrituração contábil engloba a escrituração fiscal, sendo esta uma especificidade do Direito Fiscal, separando os fatos contábeis relativos aos impostos, para facilitar aferição pelo fisco. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 9/46 SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL Olá! Você deve estar curioso para entender o funcionamento de uma escrituração que inicialmente se fazia em papel (livros físicos) e que, doravante, será feita por meio de arquivos digitais. A Escrituração Fiscal Digital – EFD é resultado de muita discussão entre os administradores fazendários de todas as Secretarias de Fazenda de todos os Estados, tendo se materializado com o advento do Decreto n°. 6.022, de janeiro de 2007, como elemento do programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007- 2010), conforme se pode constatar em consulta ao site da Receita Federal do Brasil. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 10/46 Observe bem o aspecto legal de nosso estudo! A Lei é a autoridade máxima contra o cidadão comum. Este é um princípio estampado na Constituição Federal de natureza “cláusula pétrea”, isto é, não pode ser alterado por emendas constitucionais e nem por leis complementares. Assim, as Instruções Normativas reguladoras dos Projetos do SPED são editadas conforme a permissão legal. O Gestor Fiscal (Ministro, Secretário) não pode legislar. Portanto, não pode criar obrigações ou restringir direitos do cidadão, se não houver uma lei anterior prevendo tal situação. A consequência é que a medida do gestor somente pode regular aquilo que a lei já estabeleceu, do contrário, estar-se-ia quebrando o princípio da legalidade: “ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”. O Programa inclui diversos projetos, sendo o primeiro deles o Projeto da Nota Fiscal Eletrônica. Ao consultar o site da RFB, você encontrará o seguinte texto acerca do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED: Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 11/46 Instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010) e constitui-se em mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes. De modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital. Iniciou-se com três grandes projetos: Escrituração Contábil Digital, Escrituração Fiscal Digital e a NF-e - Ambiente Nacional. Atualmente está em produção o projeto EFDContribuições. E em estudo: e-Lalur, EFD-Social e a Central de Balanços. Representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três esferas governamentais: federal, estadual e municipal. Mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos públicos, conselho de classe, associações e entidades civis, na construção conjunta do projeto. Firma Protocolos de Cooperação com 27 empresas do setor privado, participantes do projeto-piloto, objetivando o desenvolvimento e o disciplinamento dos trabalhos conjuntos. Possibilita, com as parcerias fisco-empresas, planejamento e identificação de soluções antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias, em face às exigências a serem requeridas pelas administrações tributárias. Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos meios de atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela legislação tributária contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a esses instrumentos maior grau de legitimidade social. Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência mútua, com reflexos positivos para toda a sociedade. (Disponível em: <http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/apresentacao.htm>) Observe que cada um dos Projetos SPED se constitui de um arquivo digital, transmitido pelo Portal do SPED, sendo desnecessária, portanto, a escrituração física dos livros. O SPED – Sistema Público de Escrituração Digital está dividido em diversos projetos,a saber: Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww1.receita.fazenda.gov.br%2Fsobre-o-projeto%2Fapresentacao.htm&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1YbTZ4ilr9VMc39qJQRexi https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 12/46 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 13/46 • SPED Contábil → A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto SPED e tem por objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em versão digital, os seguintes livros: I - livro Diário e seus auxiliares, se houver; II - livro Razão e seus auxiliares, se houver; III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos . • SPED Fiscal → A Escrituração Fiscal Digital - EFD é um arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. Esse arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente SPED. • CT-e → Conhecimento de Transporte eletrônico. • NF-e → Nota Fiscal eletrônica. • FCONT → Conforme disciplina a Instrução Normativa RFB nº 949/09, O FCONT é uma escrituração, das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios contábeis vigentes em 31.12.2007. • NFS-e → Nota Fiscal de Serviço eletrônica. • EDF-Contribuições → A EFD-Contribuições trata de arquivo digital instituído no Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito privado na escrituração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos regimes de apuração não cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de documentos e operações representativo das receitas auferidas, bem como dos custos, despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não cumulatividade. • ECF → Escrituração Contábil Fiscal. Aqui, talvez, resume-se a questão da Escrituração, pois esta entra em vigor a partir do ano-calendário 2014, exercício 2015, uma vez que esse projeto visa substituir o LALUR e a DIPJ (Lei nº 12.973/2014). Ou seja, a partir de agora, com a vigência da ECF (IN-RFB n°. 1422, de 19 de dezembro de 2013) não será mais necessário escriturar o Livro LALUR e nem apresentar a Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Uma empresa, inativa, deixa de comunicar aos órgãos da Receita Estadual e Federal que não está operando. Para o Fisco, ela continua existindo e cometendo infração, pois não está entregando as “informações” mensais que a Lei exige. No momento em que for retomar as atividades, solicitar a emissão de Notas Fiscais eletrônicas, ou mesmo se for dar “baixa” (fechar definitivamente), será questionada quanto a “não entrega” das declarações (obrigações acessórias), que deveria ter feito, por meio do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital. E esse tipo de infração pode gerar multas, pois a lei determina que, se a empresa não entrega as declarações ou as entrega com incoerências ou inconsistências, pode ser autuada e multada. Por conta disso, até mesmo empresas que estão operando normalmente podem estar tendo dificuldades para entrega de todas as declarações com informações totalmente consistentes. É preciso, pois, que o Gestor tenha um cuidado muito grande com os “sistemas” de software que a empresa utiliza. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 14/46 Saiba você que os projetos SPED foram iniciados pela Nota Fiscal Eletrônica e, subsequentemente, foram aparecendo os outros projetos. Assim, até o ano de 2013, não se sabia o que aconteceria, por exemplo, com o LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real, pois o próprio site do SPED andou adotando a nomenclatura “e-lalur”, por um certo tempo e, depois retirou-a do projeto. Havia cogitações acerca da DIPJ, mas nada de confirmação até o advento da IN-RFB n° 1422/2013, que regulamenta a, agora, Escrituração Contábil Fiscal (com respaldo da Lei nº 12.973/2014), ou seja, trata-se de mais um arquivo digital que será assinado digitalmente e transmitido pelo SPED para informar a composição da base de cálculo do IMPOSTO DE RENDA (IRPJ) e da CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (CSL), com outras alterações. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 15/46 O SPED – Sistema Público de Escrituração Digital é um Sistema Federal, que engloba todas as operações das empresas, abrangendo todos os tributos das três esferas de governo: municipal, estadual e federal. Com isso, cada Estado Federado, assim como os Municípios e o Distrito Federal, deve adotar um Sistema que se enquadre no aspecto fiscal, sem, contudo, desligar-se por completo do esquema federal, considerando-se que a maior quantidade de tributos gerados com as operações empresariais é de competência da União, ou seja, tem caráter federal. Cada um dos projetos disponibiliza em suas guias algumas informações acerca do seu conteúdo, conceito e funcionamento. Além disso, alguns projetos apresentam um botão de “download”, pelo qual se consegue, inclusive, os manuais do sistema. No caso da ECF – Escrituração Contábil Fiscal, esse manual, para se ter uma ideia, contém 210 páginas e traz em sua introdução o autoconceito: instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado de informações. Entre outros itens, o manual traz informações gerais, orientações sobre o preenchimento, dados técnicos do sistema, características do arquivo, tabelas diversas e outros, todos relacionados com as rubricas contábeis que envolvem ou representam o patrimônio da entidade. Dê uma olhadinha no manual, pois ele é livre e qualquer pessoa pode fazer o “download”, independentemente de qualquer habilitação. A Escrituração é um sistema de registro de informações contábeis, fiscais e societárias obrigatório para todas as empresas. Inicialmente feito em livros “físicos”, escrito a mão e, posteriormente, passando pela fase da mecanização e digitação (informática). Agora, assume um novo aspecto: o digital. O SPED – Sistema Público de Escrituração Digital transforma todos os livros que existiam fisicamente em um arquivo digital ou parte dele, o qual é assinado, por meio de uma assinatura digital, e, na sequência, transmitido para o SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL, provendo o Estado de todas as informações acerca da movimentação econômico- financeira e fiscal eventualmente originadas pelas operações das empresas. Cada Estado adota o seu Sistema, dentro do seu âmbito de competência. Contudo, o SPED é um Sistema de âmbito Federal e, portanto,vincula cada ente federado aos regulamentos, manuais e, inclusive, “leiautes” de documentos. Para fechar este estudo, chamo você para analisar uma questão importante. Todas essas operações são feitas digitalmente e, assim, necessitam de uma “assinatura” digital para que seja considerada autêntica a pessoa que opera os sistemas do SPED. Então, a assinatura digital é uma realidade, assim como já constatamos o uso da biometria para diversas nuances: controle de presença, identificação eleitoral e outros. A necessidade de crescimento do número de assinaturas abre um leque importante, como bem nos indica Nardon Filho (2010, p. 42): Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 16/46 Como mencionado, a utilização de certificados da ICP-Brasil confere presunção de veracidade perante os diversos agentes públicos e privados. Nada impede, entretanto, que as partes utilizem outro certificado digital, emitido por entidade diversa da ICP-Brasil. Nesse caso, o documento eletrônico não tem presunção de veracidade e somente será aceito se as partes signatárias o reconhecerem como válido. Há um contexto tecnológico para a criação desses certificados digitais, mas a fase da desconfiança já foi superada, existindo, atualmente, diversas entidades certificadoras, todas idôneas e sem qualquer registro de ocorrência de fraudes em assinaturas, podendo-se dizer que, para o bem geral, o sistema eletrônico vem funcionando muito bem, obrigado! Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 17/46 Cada Estado da Federação cria o seu Sistema, conforme sua autonomia. Porém, todos seguem os “leiautes” determinados pela Receita Federal, por exemplo, podemos constatar e extrair do conteúdo da Cartilha da Secretaria Estadual de Fazenda do Estado da Bahia. Fonte: <http://www.sefaz.ba.gov.br/nfen/portal/cartilha_nfe.pdf>. A escrituração fiscal, com os livros físicos, tem dias contados, isto é, desaparecerá. Doravante, toda escrituração será feita por meio de arquivos digitais. Para se fazer a escrituração contábil e fiscal, a empresa fará uso do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital. Com a IN 1422/2013, a partir de 1° de janeiro de 2014, não há mais necessidade de se escriturar o Livro LALUR e nem a entrega da DIPJ (Lei nº.12.973/2014). Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.sefaz.ba.gov.br%2Fnfen%2Fportal%2Fcartilha_nfe.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw32mO9VhqZ3iNlHWUtsrFw7 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 18/46 ASPECTOS ESPECIAIS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Olá, tudo bem? Estamos avançando bastante em nosso estudo! Agora, vamos estudar, rapidamente, alguns aspectos especiais sobre o Planejamento Tributário. Esse processo de economia de recursos de maneira legal é também chamado de elisão, diferenciando-se do processo ilegal, que se denomina evasão. Convido você a dar uma lida no texto a seguir, extraído do Portal Blog Guia Tributário - Informações Fiscais e Tributárias (disponível em: <http://guiatributario.net/author/guiatributario/>): • É impressionante a criatividade das autoridades tributárias no Brasil. A Receita Federal, através do artigo 5 da Instrução Normativa RFB 1.493 de 2014 , “criou” um novo tributo, que poderia muito bem ser chamado “tributo sobre ativo ou ganhos passivos”. Pela redação do referido artigo, a diferença positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor de ativo na contabilidade societária e no FCONT deve ser adicionada na determinação do lucro real na data da adoção inicial, salvo se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao ativo, para ser adicionada à medida de sua realização, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa. Observe você que a preocupação dos técnicos desse Blog é princípio da legalidade. Já dissemos e podemos repetir aos montes que o inciso II, do art. 5º., da Constituição Federal traz o princípio da legalidade e que o art. 3º., do Código Tributário Nacional, deixa claro que o tributo deve ser criado mediante instituição por lei. Portanto, cabe-nos alertar que qualquer majoração de tributo (ou criação de nova forma de tributação) deve obedecer ao art. 146, da Constituição Federal, não podendo ser criado por Instruções Normativas, que são normas administrativas, ou seja, não têm cunho legal, pois não passaram pelo crivo das casas legislativas. Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fguiatributario.net%2Fauthor%2Fguiatributario%2F&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw2IpYRhuQmJy2aBGjjqmZxR https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 19/46 No Brasil, os tributos existentes são distribuídos em diversas modalidades, a saber: um adicional (AFRMM – Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante), 32 tipos de contribuições (incluindo-se o INSS- empregados e patronal), 7 tipos de fundos (entre eles o FTGS – Fundo de Garantia de Tempo de Serviço), 12 tipos de impostos e 32 tipos de taxas, perfazendo o total de 87 tipos de tributos diferentes, que englobam as três esferas de governo: municipal, estadual e federal. Esses tributos são cobrados das mais diversas formas, já que alguns incidem diretamente na Nota Fiscal de venda de produtos, mercadorias e serviços (IPI, ICMS, ISSQN, respectivamente); outros incidem sobre o faturamento da empresa (PIS, COFINS, IRPJ E CSL – estes dois últimos no caso do Regime do Lucro Presumido e do Lucro Real por Estimativa); outros, ainda, sobre a folha de pagamento de salários (INSS, FGTS, SEBRAE, SENAI, SENAC etc.); e as taxas, que incidem diretamente na prestação de serviços pelo Estado, como, por exemplo, o fornecimento de Licença para dirigir (CNH – Carteira Nacional de Habilitação). Fonte: adaptado de Nascimento (2013, p. 49-57; 72). Por isso, quero chamar sua atenção para as finalidades do planejamento tributário (elisão), que são três, a saber: (i) evitar que ocorra o fato gerador, (ii) reduzir a base de cálculo do tributo, ou seu valor, ou, até mesmo, a alíquota a ele atribuída e (iii) retardar o momento do recolhimento do tributo, sem infringir a legislação. Repare que, na primeira finalidade, podemos trazer como exemplo a substituição do pro-labore dos sócios de uma determinada empresa pela distribuição de lucros, já que, nesse caso, não incide a contribuição patronal do INSS (20%) e nem o IRRF (imposto de renda retido na fonte). Na segunda, podemos exemplificar a escolha pelo contribuinte do formulário simples (modelo simplificado) ou do formulário completo, da declaração de imposto de renda pessoa física, pois é a própria lei que permite essa escolha, pela qual o contribuinte pode pagar menos tributo. E na terceira, como é muito comum em algumas empresas que fazem planejamento, fazer- se um minucioso controle do faturamento para os últimos dias do mês (dois ou três dias), operação que pode ser feita logo no primeiro dia útil do mês seguinte, já que posterga-se, assim, o recolhimento dos tributos envolvidos no faturamento (IPI,PIS, COFINS, ISSQN, SIMPLES e ICMS), seja qual for o Regime Tributário da empresa; e, ainda, posterga-se o recolhimento do IRPJ e CSL (por 30 dias, se a empresa estiver enquadrada no regime do lucro real por estimativa, e até por 90 dias, se a empresa estiver enquadrada no Regime do Lucro Presumido ou no Lucro Real-Trimestral). Portanto, uma empresa pode escolher um determinado regime tributário em um ano e, no ano seguinte, escolher outro regime. É nesse sentido que se trabalha com planejamento tributário nas empresas, visando à economia com tributos. Algumas empresas utilizam-se, também, dos mecanismos de fusão, cisão e/ou incorporação, como permitidos pela Lei das Sociedades por Ações (S/As – L. nº 6.404/76). Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 20/46 A elisão, ou planejamento tributário, pode-se dizer, existe sob dois aspectos: (i.) quando permitida pela própria lei e (ii.) quando decorre de alguma lacuna ou “brecha” da lei. No primeiro caso, podemos citar as leis de incentivo (cultura, esporte etc.), cuja finalidade não é a economia propriamente dita, mas a utilização do recurso para o fim imediato, que “por tabela” beneficia a empresa que faz a operação; no segundo caso, podemos mencionar, novamente, a escolha pela mudança da data do faturamento, para evitar a ocorrência do fato gerador, já que tal operação não é proibida pela lei. Você deve estar perguntando: se há tantas opções de planejamento tributário, por que será, então, que algumas empresas reclamam tanto da carga tributária, não é? Pois bem, veja. Em alguns casos, as empresas não observam essas vantagens – que são muitas, além das acima indicadas. E é por isso que o art. 153 da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº. 6.404/76) obriga os administradores da companhia a fazerem o planejamento tributário. O dispositivo não faz isso explicitamente, mas extrai-se do seu texto que o cuidado que o administrador da companhia deve ter com a economia em uma sociedade por ações o leva à obrigatoriedade na adoção do planejamento tributário. A opção da empresa pelo planejamento tributário em razão do Regime Fiscal (Simples Nacional, Lucro Real e Lucro Presumido) deve ser exercida no primeiro recolhimento do imposto de renda e da contribuição sobre o lucro (primeiro mês do ano calendário). Uma vez escolhido o regime, a empresa deverá permanecer nele durante todo o ano, somente podendo fazer nova opção no ano seguinte. Por isso, é importante que o Contador esteja bem embasado quando fornecer elementos de decisão para a diretoria da empresa, pois não há possibilidade de mudança, em caso de arrependimento. O fato é que não se trata de nenhum capricho por parte da empresa a adoção do Planejamento Tributário, devendo, é claro, sempre, tomar todas as precauções para que a escrituração esteja feita de forma escorreita e precisa. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 21/46 Certa ocasião, uma empresa de consultoria de São Paulo foi contratada para fazer uma consultoria tributária. Ao “tomar pé” da situação da contratante, a Consultoria notou que havia uma série de impostos não pagos (acúmulo de seis a oito meses de atraso), entre eles: Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro – CSL. Ao confabular com os proprietários da empresa analisada, esses disseram que a ela estava atuando “no vermelho” (prejuízo) já fazia algum tempo. Então, foram indagados: por que a empresa está operando sob o regime do Lucro Presumido e, com isso, gerando IRPJ e CSL todo mês, além de não ter dinheiro para fazer o recolhimento dos referidos tributos, se ela está gerando prejuízo? A resposta foi óbvia: “não sabemos o porquê”. Após alguma negociação, a Consultoria levou a contabilidade da Cliente para outro Escritório, que passou a enquadrá-la no Regime do Lucro Real e, com isso, passou-se a gerar uma economia de cerca de cinquenta mil reais por mês na somatória desses dois tributos, sendo que o acréscimo de despesa mensal da empresa com a mudança de escritório de contabilidade (nova contratação) fora de cerca de 10% sobre esse montante. Constata- se, portanto, que a ausência de um bom planejamento tributário pode acarretar grandes prejuízos para qualquer empresa. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 22/46 A Carga Tributária brasileira vem se caracterizando como um grande excesso de atuação da Receita Federal do Brasil, em uma demonstração de força exagerada desse órgão de Governo, talvez como consequência do regime político adotado pelo Governo Civil pós-Plano Real, que tem demonstrado um certo abuso em termos de arrecadação. Como já dissemos, somente o Poder Legislativo é quem pode “legislar”. O povo vota para que o parlamentar crie leis. O executivo deve, portanto, executar as leis, principalmente, o orçamento, cumprindo seu papel de administrar o erário de forma a preservar o bom uso do dinheiro público. Contudo, de maneira “didatorial”, tem-se constatado alguns setores do Estado exercendo o papel de legislador. O próprio Poder Executivo tenta fazer isso com as Medidas Provisórias; os Tribunais Eleitorais também já fizeram com as atuações “pré-ficha limpa”, assim como o Supremo também já o fez com decisões sobre as uniões “homoafetivas” e, agora, vê-se a RFB (Receita Federal do Brasil) fazendo a mesma coisa, com a introdução da ECF (Escrituração Contábil Fiscal), criada a partir de uma Instituição Normativa (nº. 1.422, de 19 de dezembro de 2013), ferindo, assim, ao nosso ver, o princípio da legalidade, já que IN não é lei (não pode, portanto, impor uma obrigação que não existia). O próprio SPED é instituído por Decreto: Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Veja: O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos III e XXVI do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, no inciso I e nos §§ 2º e 3º do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e nos arts. 15 a 17 e 24 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, resolve: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.489, de 13 de agosto de 2014) Art. 1º A partir do ano-calendário de 2014, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela matriz. (Veja a íntegra da IN em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.actionvisao=anotado&idAto=55088>). Nossa observação se justifica quando a IN acima impõe essa obrigação a todas as pessoas jurídicas (inclusive as equiparadas – já que as exceções incluídas no art. 2º da IN em questão não excluem as pessoas jurídicas sem fins lucrativos). É que a Escrituração Contábil Fiscal é um arquivo complexo, que exige um bom sistema ERP e uma boa interface com o SPED, senão, a entidade não vai cumprir o que a IN determina. Assim, essa imposição para as entidades sem fins lucrativos, por exemplo, somente poderia ser feita por lei (CF 5º, II). Apenas para se ter uma ideia, o Manual elaborado pela Receita Federal contém 715 páginas!Confira em: <http://www1.receita.fazenda.gov.br/sistemas/ecf/Manual_de_Orientacao_da_ECF_01_10_2014.pdf>. Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fnormas.receita.fazenda.gov.br%2Fsijut2consulta%2Flink.actionvisao%3Danotado%26idAto%3D55088&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1e_RBylIzSG5KTOdeNKQIn http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww1.receita.fazenda.gov.br%2Fsistemas%2Fecf%2FManual_de_Orientacao_da_ECF_01_10_2014.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw3ZqH8zHAodhma4SXz5p4lA https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 23/46 A Escrituração Digital (o SPED como um todo) é composta por uma série de Arquivos Digitais. Esses arquivos são gerados a partir do Sistema que a empresa utiliza para fazer sua contabilidade, faturamento, contas a pagar etc. Portanto, na escolha de um bom Sistema (normalmente denominado ERP – Enterprise Resource Planning), que é um sistema gerador e administrador de banco de dados, a empresa deve levar em consideração as necessidades de atendimento ao SPED. Esses “dados”, gerados pelo Sistema ERP, são o registro das operações da empresa. A partir desses dados, gera-se o arquivo EFD, ECD, ECF etc., que fomentará o SPED. Ao ser gerado, o arquivo precisa passar por um software denominado “validador”, disponível no site do SPED para cada variação do projeto. Por isso, é importante o conhecimento geral, isto é, “visão holística” do sistema tributário, e não apenas preocupar-se com as informações internas utilizadas pela Gerência e Administração na gestão dos negócios. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 24/46 As finalidades do planejamento tributário são três: (i) evitar que ocorra o fato gerador; (ii) reduzir a base de cálculo do tributo, ou seu valor, ou, até mesmo, a alíquota a ele atribuída; e (iii) retardar o momento do recolhimento do tributo, sem infringir a legislação. O Planejamento Tributário é conhecido, também, como elisão, que significa economizar com o recolhimento de tributos, mas, sem ferir a lei, enquanto o contrário, ou seja, quando se fere a lei, denomina-se evasão. A elisão ocorre quando a própria lei permite expressamente ou quando a empresa se utiliza de lacunas ou omissões da lei para a prática dessa forma de economia tributária. ESCRITURAÇÃO DO LALUR – LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 25/46 Olá! Tudo bem? Agora, nós vamos estudar um pouco sobre o Livro de Apuração do Lucro Real, também conhecido pela sigla LALUR. É um livro de escrituração de natureza eminentemente fiscal, criado pelo Decreto‐Lei nº 1.598/77. Esse decreto-lei, em verdade, veio resolver uma complicação que havia na legislação, pois, conforme previsão do § 2º., do art. 177, da Lei nº. 6.404/76, e alterações posteriores, surgiu a necessidade de apuração extracontábil do lucro real, sujeito à tributação pelo imposto de renda em cada período de apuração, contendo, ainda, elementos que poderão afetar os resultados de períodos futuros, pois a escrituração contábil deve (e sempre deveu) obedecer aos preceitos da legislação comercial. Vejamos como a Lei das S/As trata o assunto, agora já com as modificações da Lei nº 11.941/2009: Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 26/46 Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. § 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. § 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). A escrituração deste Livro tem por objetivo encontrar o denominado LUCRO REAL, já que, para o Fisco, a empresa pode ter contabilizado despesas não permitidas (como multa, por exemplo) ou receitas não tributáveis (dividendos, por exemplo). Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 27/46 Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 28/46 Apesar do advento da ECF – Escrituração Contábil Fiscal, o Portal do SPED ainda mantém, não se sabe por quanto tempo, o arquivo html que anunciava o e-lalur. Importante que você dê uma olhada nesse conteúdo, que segue: O objetivo do sistema é eliminar a redundância de informações existentes na escrituração contábil, no Lalur e na DIPJ, facilitando o cumprimento da obrigação acessória. De forma simplificada, o funcionamento do sistema será o seguinte: Após baixado pela internet e instalado, o Programa Gerador de Escrituração (PGE) disponibilizará as seguintes funcionalidades: a. digitação das adições, exclusões e compensações; b. importação: • de arquivo contendo as adições e exclusões; • de informações contábeis oriundas da Escrituração Contábil Digital (ECD); • de saldos da parte B do período anterior. c. cálculo dos tributos; d. verificação de pendências; e. assinatura do livro; f. transmissão pela Internet; g. visualização. Ao importar os dados da contabilidade, o e-Lalur os converterá para um padrão bastante parecido com o que hoje se informa na DIPJ nas demonstrações contábeis. Para isto, ele utilizará o “Plano de Contas Referencial” informado anteriormente na escrituração contábil digital - ECD. Feita a conversão, eventuais reclassificações ou redistribuições de saldos serão possíveis. O volume destes ajustes dependerá da precisão da indicação do plano de contas referencial na ECD. Além das demais premissas do Sped, o e-Lalur tem as seguintes: rastreabilidade das informações; coerência aritmética dos saldos da parte B. A rastreabilidade diz respeito manter registros das movimentações que resultem em alterações de saldos que irão compor as demonstrações contábeis baseadas no plano de contas referencial. A coerência aritmética dos saldos da parte B é a garantia de que eles estarão matematicamentecorretos. Para isto, uma das etapas será a conferência com os saldos do período anterior de e-Lalur já transmitido. A cada conferência de saldo, o sistema obterá, também, um extrato (semelhante a um razão) completo de cada conta controlada na parte B. “ ” Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 29/46 A partir de tais elementos o PGE fará um “rascunho” da Demonstração do Lucro Real, da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e dos valores apurados para o IRPJ e a CSLL Caso o contribuinte concorde com os valores apresentados, basta assinar o livro e transmiti-lo pela internet. É importante ressaltar que o projeto se encontra em elaboração. Participam dos trabalhos, além da Receita Federal do Brasil, o CFC, Fenacon, contribuintes, entidades de classe, enfim, todos os parceiros cuja relação pode ser obtida na página principal do sitio. Fonte: SPED – Sistema Público de Escrituração Digital. Disponível em: <http://www1.receita.fazenda.gov.br/outros-projetos/e-lalur.htm>. Acesso em: 08 jun. 2015. Observe que o próprio site denuncia os objetivos do programa e-lalur como sendo a “rastreabilidade” das informações e a “coerência” dos saldos da parte B, pois, nessa parte, controla-se, por exemplo, os prejuízos de exercícios anteriores que possam ser compensados no lucro corrente das empresas. Entenda que essa escrituração é feita com a denominação de ajustes, que consistem em registrar ADIÇÕES (aumentando o lucro contábil = aumentando o tributo) ou as EXCLUSÕES (diminuindo o lucro contábil = diminuindo o tributo), ou seja, ao terminar de elaborar o Balanço e a Demonstração de Resultado do Exercício, a empresa apresentará um LUCRO CONTÁBIL. Esse lucro não serve como base de cálculo para o Imposto de Renda e a CSLL – Contribuição Social Sobre Lucro Líquido, atendendo ao Decreto-Lei nº 1.598/77 (Lei nº 12.973/2014). Portanto, são necessários os ajustes para reincluir no lucro a despesa que foi contabilizada anteriormente de forma indevida (para o fisco) e retirar dele a receita que lá foi colocada (indevidamente, para a empresa). É importante perceber que a escrituração é feita somente no LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real (que passa a ser eletrônico, doravante – e-lalur) e não na Contabilidade. A Contabilidade permanece com o que foi contabilizado, visando atender aos CPCs (Comitês de Pronunciamentos Contábeis), à Lei nº. 6.404/76 e aos IFRS – International Financial Reporting Standards (Padrões Internacionais de Elaboração de Relatórios Financeiros ou Normas Internacionais de Contabilidade), isto é, a Contabilidade não se submete ao Fisco, mas, sim, registra todas as alterações ocorridas no Patrimônio da entidade. Nesse sentido, podemos verificar o que nos fala o pessoal da PriceWaterHouse, na pessoa do seu sócio, Edison Arisa (PWC, 2010/2011, p. 26): Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww1.receita.fazenda.gov.br%2Foutros-projetos%2Fe-lalur.htm&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw1RjKyrefmPdSPYmN7jAccj https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 30/46 O Comitê de Pronunciamentos – CPC, composto em suas representações por seis entidades – ABRASCA, APIMEC, BM&F BOVESPA, CFC, FIPECAFI e IBRACON – desempenhou, nos últimos três anos, um papel essencial no contexto normativo da contabilidade no Brasil. O CPC emitiu Pronunciamentos, Orientações e Interpretações Técnicas que formam as novas práticas contábeis adotadas no Brasil, totalmente convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade e prontas para aplicação nas demonstrações financeiras das entidades a partir de 31 de dezembro de 2010. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 31/46 Página da Receita Federal com definição do Livro de Apuração do Lucro Real - Lalur Fonte: <http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2004/PergResp2004/pr268a285.htm>. Acesso em: 20 set. 2014. As alterações realizadas no Decreto-Lei nº 1.598/77, pela Lei nº 12.973, de 14 de maio de 2014, para, a partir de 1º de janeiro de 2015, são significativas e complexas. Isso porque, além desse Decreto-Lei, a legislação altera a Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, também a Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, assim como a Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, além de diversas outras Leis tributárias, relativas à COFINS e à CSLL, merecendo atenção especial de quem for atuar na área, seja como prestador de serviço, gestor empresarial ou docente da matéria. Ainda que a partir de 2015 (lei nº 12.973/2014) não seja mais exigida a escrituração do LALUR (físico), é necessário que entendamos o seu funcionamento, pois, devido ao instituto da prescrição, combinado com o instituto da decadência, que são regidos pelo Código Civil e pelo CTN – Código Tributário Nacional, ao menos por cerca de dez anos, as empresas deverão, com relação ao passado (2003-2013), comprovar sua escrituração de forma correta, pois, em uma fiscalização (ou em caso de execução fiscal), caso não se comprove essa escrituração, a empresa poderá sofrer autuação. O site da RFB acima traz orientações para o lalur vigente em 2013. A partir de 2015, serão outras as orientações (IN 1.422/2013 e outras que virão, resultantes da vigência da Lei nº 12.973/2014). Página inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.receita.fazenda.gov.br%2FPessoaJuridica%2FDIPJ%2F2004%2FPergResp2004%2Fpr268a285.htm&sa=D&sntz=1&usg=AOvVaw28MsPSVGCe4P17gn4Cfc7c https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 32/46 O lalur é destinado à escrituração do lucro real, pois o lucro contábil nem sempre é aquele que interessa ao Fisco, pois pode conter despesas indedutíveis e receitas não tributáveis. Assim, em razão do dispositivo do Decreto-Lei nº 1.598/97, o qual visou atender ao que dispunha o art. 177 da Lei das Sociedades por Ações, passou a ser utilizado o Livro LALUR, cuja função é fazer um ajuste do lucro contábil para o Lucro Real, em atendimento às normas do Fisco, desconsiderando as despesas indedutíveis e as receitas não tributáveis. Atualmente, o lalur caminha para sua extinção na modalidade física, já que passará, a partir de 2015, a ser escriturado digitalmente por meio do Projeto ECF – Escrituração Contábil Fiscal. Porém é importante conhecer como era escriturado na modalidade “físico”, pois o instituto da prescrição e o da decadência podem evidenciar a possibilidade de a empresa ser fiscalizada ou executada devido a infrações de exercícios anteriores, como vimos. Por isso, é importante conhecer o Lalur em todas as suas minúcias, o que pode facilmente ser incrementado com a consulta aos sites da Receita Federal do Brasil e do SPED. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 33/46 Vejamos, então, quais sãoas principais, entre outras, ADIÇÕES e EXCLUSÕES necessárias para ajuste do LUCRO REAL, as quais se encontram previstas no art. 249 do RIR de 1999 (adições) e arts. 38 e 54 da IN SRF nº 390 de 2004, bem como no art. 342 do RIR/1999 (exclusões): ADIÇÕES As adições são feitas no Lucro Contábil, aumentando o seu valor. São elas: 1. os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; 2. os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido, que devam ser computados na determinação do lucro real. EXCLUSÕES As exclusões são feitas no Lucro Contábil, diminuindo o seu valor. São elas: 1. os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração; 2. os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido, que não sejam computados no lucro real; 3. o prejuízo fiscal, apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação. Você precisa considerar, ainda, o RTT, que é um Regime Tributário Transitório (extinto pela Lei nº 12.973/2014), instituído pela Lei nº. 11.638/2007 e que alterou e revogou dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. A partir de 2008, o contribuinte tributado pelo IRPJ, optante pelo RTT, faz jus aos ajustes decorrentes das alterações nas normas contábeis brasileiras. As despesas e valores que diminuem o resultado, considerados dedutíveis pela legislação do IRPJ, mas não considerados na contabilidade societária, poderão ser excluídos do resultado via LALUR e, sendo o caso, demonstrados no FCONT. Da mesma forma, valores reconhecidos contabilmente como receitas, mas que, para fins tributários, não são assim classificados, poderão ser excluídos da base de cálculo do IRPJ por meio dos referidos ajustes. Exemplos de exclusões que poderão ser realizadas: despesas pagas durante o período decorrente de contratos de arrendamento mercantil financeiro – não consideradas no resultado contábil por conta do registro do bem arrendado em ativo imobilizado; subvenções para investimento e doações efetuadas pelo poder público recebidas pela empresa, bem como prêmio na emissão de debêntures, que são registrados como receitas no resultado contábil, mas para fins do IRPJ não são tributáveis. Se observarmos com cuidado o teor legal, percebemos que não há interferência do Fisco na Contabilidade, já que os ajustes são feitos extracontábil, no LALUR. Mas o regime foi extinto com a entrada em vigor da Lei nº 12.973/2014, a partir de 2015. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 34/46 Fonte: Portal da Receita Federal. As regras sobre a escrituração, com as ADIÇÕES e EXCLUSÕES, podem ser encontradas no site da Receita Federal do Brasil, assim como podem ser aferidas as condições estabelecidas no Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 2009). Como você pode verificar, apenas para constar, o LALUR ainda faz parte do Portal do SPED, como se fosse ser introduzido o Projeto e-lalur. Mas já sabemos que, com o advento do Projeto ECF – Escrituração Contábil Fiscal, acima comentado, o lalur será parte deste projeto, a partir do ano-calendário 2014. O quadro a seguir demonstra um exemplo de preenchimento do Livro LALUR. Porém este é o “leiaute” corresponde ao livro “físico”. O novo “leiaute” do Lalur está delineado pela IN nº 1.422/2013, que o inseriu na ECF – Escrituração Contábil Fiscal (será a Contabilidade Tributária digital). O exemplo é fictício, mas retrata uma situação possível de ser encontrada na realidade. Vejamos: DEMONSTRAÇÃO DO PREENCHIMENTO DO LALUR: Parte A Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 35/46 Observe que foram lançados como “INCLUSÕES”, além da Contribuição Social sobre Lucro, todas as despesas que não são “dedutíveis”. E, como “EXCLUSÕES”, as receitas “não tributadas”. Na parte de baixo do demonstrativo, apresentada em forma de “resumo”, fica mais fácil de entender. Apenas, como um esclarecimento adicional, vale dizer que “indedutíveis” significa que “as despesas não podem ser contabilizadas” para diminuir o lucro tributável. Da mesma forma, “não tributáveis” é a característica da “receita que já foi tributada” anteriormente, como os dividendos, que foram, inclusive, objeto de exemplo. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 36/46 Nem sempre as normas advindas de Instruções Normativas são aceitáveis. Muitas vezes, até Decretos que são editados pelo Poder Executivo são instrumentos ilegais de imposição de normas ilegais e devem ser contestadas. As pessoas, físicas ou jurídicas, estão protegidas no Estado Democrático de Direito pela Constituição Federal. Por isso mesmo que, muitas vezes, vemos a imprensa divulgando julgamentos de Tribunais Superiores que julgam inconstitucionais algumas normas como, até mesmo, algumas leis, que são editadas pelos legisladores menos avisados ou menos assistidos. Portanto, é bom estar atento e, diante de qualquer desconfiança, convém consultar um jurista para melhor interpretar a situação, acolhendo-a ou insurgindo-se contra ela por meio do Poder Judiciário, pois o Estado tem o Poder de Tributar, mas esse “poder” é limitado pela Constituição Federal. O lalur nasceu de uma obrigação tributária “acessória”, pois foi instituído pelo Decreto-lei nº 1.598/77 para resolver uma situação de descompasso entre a legislação fiscal e a contábil, já que vigorava, a partir de dezembro de 1996, a lei nº 6.404, que introduziu uma nova sistemática de elaboração e interpretação das demonstrações financeiras das Sociedades por Ações (S/A). A Lei das S/As já sofreu inúmeras alterações, em todos os sentidos, desde a proteção aos direitos dos acionistas minoritários até as alterações da Lei nº 11.941/2009, que, em conjunto com a Lei nº 11.638/2007, resultante da Medida Provisória nº 449, que introduziu o Regime Tributário Transitório – RTT, visando adequações em relação aos IFRS atuais, já ratificados pela Lei nº 12.973/2014. Constata-se, portanto, uma ligeira semelhança entre as modificações trazidas com as leis nº 11.638/2007 e 11.941/2009 (e, agora, Lei nº 12.973/2014), com aquelas introduzidas pelo Decreto-Lei nº 1.598//77, que introduziu o regulamento do imposto de renda naquela época. A situação e os objetivos são os mesmos: ajustar as arestas existentes entre as leis comercial e fiscal, agora readaptadas. De qualquer forma, o lalur, ainda que passe, agora, a ser escriturado dentro da ECF – Escrituração Contábil Fiscal, deverá ser do entendimento dos Contadores por um bom tempo (no mínimo, dez anos),em razão da questão dos institutos da prescrição e da decadência, pois, devido a esses fenômenos jurídicos, uma empresa poderá ser fiscalizada dentro de nove anos a respeito da escrituração do Livro Lalur do ano de 2013. OPERAÇÕES ESPECIAIS: FUSÃO, CISÃO E INCORPORAÇÃO Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 37/46 Olha só, muitas são as oportunidades e alternativas para as empresas fazerem o Planejamento Tributário e, entre elas, encontramos a “combinação de negócios”, que, aliás, é objeto de análise, interpretação e orientação do CPC- 15, o qual é referenciado pelo Guia da PriceWaterhouse (2010/2011, p. 27). Além disso, Young (2008, p. 155), citando Seixas Filho, em comentário à Lei Complementar nº. 104, diz: O problema interpretativo, entretanto, é a liberdade que tem a pessoa de revestir o seu negócio jurídico com a forma que lhe for mais conveniente. Quando a conduta for legalmente proibida, ou tiver que obedecer a formalidades expressamente discriminadas em lei, somente através de simulação é que poderá ser praticada, cabendo à parte prejudicada provar a inadequação ou abuso da forma jurídica adotada. Possuindo o contribuinte mais de uma forma jurídica para realizar o seu intento, sendo as mesmas normais, sem desvio de funcionalidade ou discrepância de forma jurídica, não há como a autoridade fiscal alegar uma dissimulação para desconsiderar a forma jurídica legitimamente adotada. Você precisa saber que essa é mais uma daquelas artimanhas do legislador, na ânsia de proporcionar ao Estado mais arrecadação. É que a Lei Complementar nº 104/2001, considerada uma lei “antielisão”, alterou o art. 116, do CTN, que trata do fato gerador, introduzindo o parágrafo único: Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 38/46 Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 39/46 O ponto “crucial” da questão tributária encontra-se estampado no art. 142, do Código Tributário Nacional. Esse dispositivo define como a autoridade administrativa pode fazer o lançamento, isto é, o registro do crédito tributário, que, na realidade, significa a “dívida” que o contribuinte tem com o Estado. Pelo art. 142, o Fisco tem o direito de “fiscalizar”, analisar a questão (situação) e determinar o valor do tributo gerado no fato fiscalizado e, portanto, lançar, isto é, registrar o “seu” crédito, que, em contrapartida, significa o “débito” do contribuinte. Quando dizemos que é “crucial” é porque o Estado tem um determinado tempo para fazer isso, ou seja, cinco anos. O problema é encontrar a data em que se começa a contar esse prazo, ao qual é dado o nome de prazo decadencial, que significa: se o Estado não fizer o lançamento nesse prazo, perde o direito de fazê-lo. O prazo pode começar a correr do fato gerador, da data da fiscalização, ou do primeiro dia do ano seguinte ao comunicado feito pelo contribuinte ao fisco. Portanto, exige-se um estudo mais apurado para se saber em qual circunstância se enquadra o fato real, para começar a contar o prazo de decadência. Assim, a preocupação com as formas de se fazer planejamento deve ser ao extremo, pois, exercendo o direito do art. 142, do CTN, combinado com o art. 116, do mesmo diploma, alterado pela Lei Complementar nº 104/2001, o Estado pode retroagir em cinco anos, verificando tudo que foi feito pela empresa e utilizar o preceito “antielisão” para desconsiderar negócios jurídicos praticados, se julgar que esses negócios tinham a finalidade de “dissimular” uma situação fiscal e, nesse caso, além de multas, juros, quanto ao pagamento, pode demandar ação penal por sonegação fiscal. Veja que, como consequência lógica, a doutrina passa a se preocupar com as possibilidades de venturas das empresas que buscam novas formas de negócio para fins de economia tributária. Assim é que Young (2008, p. 155) cita, também, Luciano Amaro para nos indicar essa preocupação. Veja: Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 40/46 O abuso de forma consistiria na utilização, pelo contribuinte, de uma forma jurídica atípica, anormal ou desnecessária, para a realização de um negócio jurídico que, se fosse adotada a forma normal, teria um tratamento tributário mais oneroso. Em certa medida, confundindo-se com o abuso de forma, o abuso de direito se traduziria em procedimentos que, embora correspondentes a modelos abstratos legalmente previstos, só estariam sendo concretamente adotados para fins outros que não aqueles que normalmente decorreriam de sua prática. Essa preocupação, entretanto, é bom que você saiba, no que se refere à fusão, cisão e incorporação, não faz sentido. Isso porque é a própria Lei das Sociedades por Ações que trata do assunto e, assim, já resolve a questão, tornando legal a operação. Veja (Lei nº 6.404/76): Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 41/46 Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. ... Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. ... Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Como você pode verificar, a Fusão, a Cisão e a Incorporação de empresas são eventos legais, contemplados pela Lei das S/As. Porém, observe que os artigos acima foram trazidos apenas com os seus respectivos caputs, exigindo de você que dê uma olhada melhor nos textos da lei, observando os “parágrafos”, os quais trazem mais explicações, especialmente se você pretender se aprofundar um pouco mais sobre o assunto, que pode ser utilizado como ferramentas de Planejamento Tributário, dependendo do interesse, nível de confiança e operacionalidade das pessoas envolvidas. Página inicial https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 04/08/2023, 20:11 Unidade 3 https://sites.google.com/fabrico.com.br/gptunidade-3/página-inicial/unidade-3?authuser=0 42/46 Não se iluda. É importante se interessar sobre as questões de direito (aspectos