Politica do Ambiente Mocambique 2021 (2)

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Gestão Ambiental
(Aspectos Sócio-ecológicos da Protecção à Natureza)
Política do Ambiente e Princípios da Política do Ambiente em Moçambique.
Tipos de territórios da Protecção ao Ambiente.
 
 
 
 
 
 Prof. Doutor Manuel Conjo
 
Introdução
Com a Declaração de Estocolmo, em 1972, o Ambiente abandonou o papel secundário que até àquela data desempenhara no cenário internacional, para se transformar no protagonista das preocupações mundiais.
Princípio 1, da Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, 1972, dispõe que “O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é portador solene de obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras.”
Política do ambiente em Moçambique
Em Moçambique, somente vamos “ouvir falar” em direito ao ambiente com a Constituição de 1990 , ao dispor que “todo o cidadão tem direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o defender”,e que, em consequência disso “ o Estado promove iniciativas para garantir o equilíbrio ecológico e a conservação e preservação do meio ambiente visando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”. Nessa sequência, pretendendo-se dar corpo às novidades introduzidas no texto constitucional é aprovada a Resolução 5/95 de 3 de Agosto (Politica do ambiente), um instrumento que clarifica a interdependência entre o desenvolvimento e o meio ambiente. Em 1997 foi aprovada a Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro, designada Lei do Ambiente(LA),que vem definir as bases legais para a utilização e gestão correctas do ambiente e seus componentes, com vista à materialização de um sistema de desenvolvimento sustentável no país.
Princípios da Política do Ambiente em Moçambique
A política do ambiente (Resolução 5/95 de 3 de Agosto) é implementada de acordo com os seguintes princípios:
O Homem é o componente importante do ambiente e o beneficiário principal da sua gestão adequada;
A utilização dos recursos naturais deve ser optimizada (Uso sustentável);
Devem ser aplicadas leis de gestão ambiental;
O poluidor deve repor a qualidade do ambiente danificado e/ou pagar os custos para prevenção e eliminação da poluição por si causada;
Deve-se garantir a participação pública na tomada de decisão com impactos ambientais;
As comunidades locais devem beneficiar da distribuição dos rendimentos provenientes do uso racional dos recursos naturais;
Deve-se reconhecer e valorizar o conhecimento tradicional das comunidades locais na gestão ambiental.
Lei do Ambiente em Moçambique (Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro) 
A Constituição da República de Moçambique confere a todos os cidadãos o direito de viver num ambiente equilibrado, assim como de o defender. A materialização deste direito passa necessariamente por uma gestão correcta do ambiente e dos seus componentes e pela criação de condições próprias à saúde e ao bem estar das pessoas ao desenvolvimento sócio – económico e cultural das comunidades e a preservação dos recursos naturais.
O Capítulo I da Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro inicia no art. 1.º, com a apresentação de uma série de definições básicas, entre as quais a de ambiente, associações de defesa do ambiente, auditoria ambiental, avaliação de impacto ambiental, biodiversidade, componentes ambientais, degradação do ambiente, desenvolvimento sustentável, desertificação, ecossistema, gestão ambiental, entre outros. Conceitos estes que, para além de auxiliarem na correcta apreensão da mesma, constituem, na maioria dos casos, “a primeira tentativa de descrever noções essenciais da ciência do ambiente” em Moçambique;
	Medidas especiais de protecção ambiental
(Lei 20/97. Capitulo IV) 	Prevenção de danos ambientais
(Lei 20/97. Capitulo V)
	1.Protecção do património ambiental;
2.Protecção da biodiversidade;
3.Áreas de protecção ambiental;
4.Proibição de implementação de infra-estruturas em locais que provoquem impacto ambiental.	1.Licenciamento ambiental;
2.Avaliação de impacto ambiental;
3Auditoria ambiental.
Territórios de protecção ao ambiente
Para a conservação da natureza, uma das ferramentas mais utilizadas é o estabelecimento de ESPAÇOS PROTEGIDOS, que aos poucos, a sociedade começa a descobrir a sua grande importância.
Esses espaços são separados em algumas porções do território e limitados o uso da terra e de ocupação, bem como a utilização de seus recursos.
Dessa forma, as áreas protegidas são mais vistas como áreas vedadas para a manutenção de espécies animais e vegetais, melhorar o ciclo das águas e seu regime de chuvas, evitar processos erosivos e assoreamento de rios, educação ambiental, bem como outros aspectos que influenciam em nossa qualidade de vida.
Em Moçambique as áreas protegidas são designadas pela legislação moçambicana como "áreas de protecção ambiental", estando definidas pelo artigo 13 da Lei 20/97 de 1 de Outubro, também chamada Lei do Ambiente. Segundo essa mesma lei, as áreas de protecção ambiental do país "podem ter carácter nacional, regional, local ou ainda internacional, consoante os interesses que procuram salvaguardar". Além disso, como é frequente em outros países, elas "podem abranger áreas terrestres, águas lacustres, fluviais ou marítimas e outras zonas naturais distintas.
Principais objectivos da protecção à natureza
Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
IV. Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V. Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
VI. Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cénica;
VII. Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
VIII. Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
XI. Valorizar económica e socialmente a diversidade biológica;
XII. Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contacto com a natureza e o turismo ecológico;
XIII. Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura, promovendo-as social e economicamente.
Categorias das unidades de conservação da natureza
As unidades de conservação da natureza podem ser divididas em dois grupos:
Unidades de Protecção Integral;
Unidades de Uso Sustentável.
O objectivo principal das Unidades de Protecção Integral é de preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indirectodos seus recursos naturais para fins de actividades educacionais, científicas e recreativas.
Unidades de Uso Sustentável têm como objectivo compatibilizar a conservação da natureza como o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
Considerações finais
As unidades de conservação exercem um papel vital para a conservação dos recursos naturais dos ecossistemas e suas funções vão desde preservar amostras representativas de regiões naturais e de sua diversidade biológica, a manutenção da estabilidade ecológica de zonas que as circundam e os valores culturais de uma população circunvizinha. E nesse processo é comum nos depararmos com diversas terminologias para definir uma categoria específica de maneio, como parques, reservas, florestas, coutadas oficiaia entre outras.
Actividade (Ficha de leitura)
Identifique áreas de protecção ambiental em Moçambique (Parques, Reservas e Coutadas oficiais), indicando a sua localização geográfica ( Distrito e Província).