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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 67 Professor: Esp. Sérgio Alves dos Reis – sergioalvesdosreiseng@gmail.com CAPÍTULO 5 – RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS E INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO 5.1 Resistência ao cisalhamento dos solos Define-se como resistência ao cisalhamento do solo como a máxima pressão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura, ou a tensão de cisa- lhamento do solo no plano em que a ruptura ocorre. Em Mecânica dos Solos, a re- sistência ao cisalhamento envolve duas componentes: atrito e coesão. 5.1.1 Atrito O atrito é função da interação entre duas superfícies na região de contato. A parcela da resistência devido ao atrito pode ser simplificadamente demonstrada pela analogia com o problema de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal. A resistência ao deslizamento (τ) é proporcional à força normal aplicada (N), segundo a relação: T = N . f Onde “f” é o coeficiente de atrito entre os dois materiais. Para solos, esta rela- ção é escrita na forma: τ = σ . tg ϕ Onde “ϕ” é o ângulo de atrito interno do solo, “σ” é a tensão normal e “τ” a tensão de cisalhamento. mailto:sergioalvesdosreiseng@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 68 Professor: Esp. Sérgio Alves dos Reis – sergioalvesdosreiseng@gmail.com Nos materiais granulares (areias), constituídas de grãos isolados e indepen- dentes, o atrito é um misto de escorregamento (deslizamento) e de rolamento, afe- tado fundamentalmente pela entrosagem ou concentração dos grãos. Tal fato não invalida a aplicação da equação anterior a materiais granulares. A figura abaixo mostra os tipos de movimentos de materiais granulares quanto submetidos a esfor- ços cortantes. Enquanto no atrito simples de escorregamento entre os sólidos o ângulo de atrito “ϕ” é praticamente constante, o mesmo não ocorre com os materiais granula- res, em que as forças atuantes, modificando sua compacidade, acarretam variação do ângulo de atrito “ϕ”, num mesmo solo. Portanto, o ângulo de atrito interno do solo depende do tipo de material, e para um mesmo material, depende de diversos fato- res (densidade, rugosidade, forma, etc.). Por exemplo, para uma mesma areia o ân- gulo de atrito desta areia no estado compacto é maior do que no estado fofo (ϕ den- sa > ϕ fofa). 5.1.2 Coesão A resistência ao cisalhamento dos solos é essencialmente devido ao atrito. Entretanto, a atração química entre partículas (potencial atrativo de natureza mole- cular e coloidal), principalmente, no caso de estruturas floculadas, e a cimentação de partículas (cimento natural, óxidos, hidróxidos e argilas) podem provocar a existên- cia de uma coesão real. Segundo Vargas (1977), de uma forma intuitiva, a coesão é mailto:sergioalvesdosreiseng@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 69 Professor: Esp. Sérgio Alves dos Reis – sergioalvesdosreiseng@gmail.com aquela resistência que a fração argilosa empresta ao solo, pelo qual ele se torna ca- paz de se manter coeso em forma de torrões ou blocos, ou pode ser cortado em formas diversas e manter esta forma. Os solos que têm essa propriedade chamam- se coesivos. Os solos não-coesivos, que são areias puras e pedregulhos, se desfa- zem facilmente ao serem cortados ou escavados. Utilizando a mesma analogia empregada no item anterior, suponha que a su- perfície de contato entre os corpos esteja colada, conforme esquema da Figura 9.9. Nesta situação quando N = 0, existe uma parcela da resistência ao cisalha- mento entre as partículas que é independente da força normal aplicada. Esta parcela é definida como coesão verdadeira. A coesão é uma característica típica de solos muito finos (siltes plásticos e argilas) e tem-se constatado que ela aumenta com: a quantidade de argila e ativida- de coloidal (Ac); relação de pré adensamento; diminuição da umidade. A coesão verdadeira ou real definida anteriormente deve ser distinguida de coesão aparente. Esta última é a parcela da resistência ao cisalhamento de solos úmidos (parcialmente saturados), devido à tensão capilar da água (pressão neutra negativa), que atrai as partículas. No caso da saturação do solo a coesão tende a zero. 5.2 Investigação do subsolo O primeiro requisito para se abordar qualquer problema na geologia de enge- nharia ou mecânica dos solos consiste no conhecimento das condições do subsolo: reconhecimento da disposição, natureza e espessura das suas camadas, assim co- mo das suas características. Tal conhecimento pode ser individualizado em dois métodos diferentes: os métodos diretos e os indiretos. mailto:sergioalvesdosreiseng@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS I NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 70 Professor: Esp. Sérgio Alves dos Reis – sergioalvesdosreiseng@gmail.com 1) Define-se como resistência ao cisalhamento do solo como a máxima pressão de cisalhamento que o solo pode suportar sem: a) Que tenha sido feita a compactação. b) Sofrer ruptura. c) Coesão. d) Sofrer atrito. 2) Nos materiais granulares (areias), constituídas de grãos isolados e indepen- dentes, o atrito é um misto de __________ e de __________, afetado fundamental- mente pela entrosagem ou concentração dos grãos. As palavras que completam as lacunas são: a) Deslizamento; vibração. b) Deslize; resvalo. c) Vibração; deslocamento. d) Escorregamento; rolamento. 3) A coesão é uma característica típica de solos muito finos. São exemplos des- ses solos: a) Siltes plásticos e argilas. b) Areias finas. c) Britas 1 e 2. d) Cascalhos. mailto:sergioalvesdosreiseng@gmail.com
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